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História do Pensamento Geográfico

Quanto ao contexto interno à ciência mo- BALHO como base das relações sociais
derna, apresentam-se como razões intelectuais: ao longo do tempo, mediando as rela-
ções entre o homem e a natureza;
ƒƒ A disputa com o Positivismo: a Escola ƒƒ Instituições Sociais apresentadas como
de Frankfurt aparece como uma clara dominadoras da sociedade, postas aci-
reação antipositivista (filósofos como ma dos interesses sociais: 1) instituições
Adorno, Horkheimer, Marcuse, Benja- econômicas; 2) legitimação através de
min e Habermas se destacam produzin- ideias, significados e símbolos; 3) ins-
do uma teoria crítica da cultura); tituições de poder que sustentem as
ƒƒ Objetividade e ideologia nas Ciências relações sociais práticas e ideológicas
Sociais: importância do conceito de anteriores;
ideologia desenvolvido pelo marxismo ƒƒ As mudanças históricas resultam de
nas ciências sociais; apresentação do processos econômicos e políticos base-
problema da objetividade e da impos- ados na forma assumida pela proprie-
sibilidade de suprimir os juízos de valor dade privada dos meios de produção e
(neutralidade científica); pelas relações de trabalho;
ƒƒ Ciência passa a ser vista como depen- ƒƒ Sociologia, Ciência Política, Economia,
dente do contexto social e não como História e Geografia voltadas à interpre-
algo abstrato, isolado do mundo: o ho- tação dos fenômenos humanos como
mem de ciência compartilha problemas expressão e resultado de contradições
comuns com o resto da sociedade e so- sociais.
fre influências das ideias sociais e mo-
rais dominantes;
O Marxismo permitiu compreender que os
ƒƒ Fatos humanos são instituições sociais
fatos humanos são historicamente determinados
e históricas produzidas não pelo espí-
e que a historicidade garante a interpretação ra-
rito e pela vontade livre dos indivídu-
cional deles e o conhecimento de suas leis. Nes-
os, mas pelas condições objetivas nas
se sentido, os fenômenos sociais são dotados de
quais a ação e o pensamento humanos
sentido e significação e são históricos.
devem se realizar; as relações de TRA-

3.4 A Geografia Cultural Crítica

A Geografia Cultural Crítica começou a ƒƒ Os seres humanos agem racionalmente


emergir no início dos anos 1970, a partir dos es- em conjunto, para o alcance de metas
tudos da Geografia Humana, incluindo a pers- pessoais e sociais;
pectiva marxista estruturalista. Contudo, nesses ƒƒ Os geógrafos deveriam buscar pratici-
pontos, os geógrafos trabalharam explicações de dade nos estudos. A Geografia Humana
padrões de ocupação e atividades humanas e isso deveria ser relevante e seus resultados
excluía as considerações de cultura e símbolo. deveriam ser aplicados a uma situação
Esses pontos são: concreta no mundo;
ƒƒ A Geografia Humana deveria evitar
ƒƒ O mundo físico é domínio da Geografia questões políticas e ideológicas, bem
Física científica e estabelece limites à como filosóficas, tanto abertas quanto
conduta do homem; litigiosas.

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Dessa forma, haveria a necessidade de uma culturas, tendo como elementos para a transfor-
Geografia que estudasse os domínios da ativida- mação cultural a religião, as artes, a crença e as
de humana em termos espaciais e suas expres- formas de trabalho. Ela abrange desde análises de
sões ambientais. Além disso, há uma contradição, objetos da prática cotidiana, as representações da
pois nega o homem a si mesmo a linguagem de natureza na arte e a construção social de identi-
moldar as metas que procura, mesmo tendo in- dades baseadas em lugares, como a pesquisa da
tenções moralmente infundadas e o resultado de cultura material, costumes sociais e significados
seu trabalho ser de valor para a humanidade. Os simbólicos.
objetos de pesquisa continuam exclusivamente Para entender as expressões existentes
empíricos e as interpretações da motivação hu- numa cultura, é preciso conhecer a linguagem dos
mana, utilitárias. Nesse dilema, perdemos o fato símbolos e seus significados nessa cultura. Todas
de que a Geografia maravilha-se com o mundo as paisagens são simbólicas, porque são produtos
humano e também perdemos a falta do reconhe- da apropriação e transformação do meio ambien-
cimento de outras motivações humanas. te pelo homem. O simbolismo é mais apreendido
Quanto à teoria marxista, havia o problema nas paisagens mais elaboradas e através da repre-
de manter o momento dialético em que um modo sentação da paisagem na pintura, poesia e outras
de produção é reconhecido na prática como um artes.
modo de vida, como pensava Dennis Cosgrove, a Enfim, a Geografia Cultural Crítica pode ser
expressão de seres humanos conscientes, autor- entendida como um ramo da Geografia preocu-
reflexivos e engajados na produção e reprodução pado com a distribuição espacial das manifesta-
de suas vidas e de seu mundo material. ções culturais, como as religiões, as crenças, os
A Geografia Cultural Crítica deve se prestar rituais, as artes, as formas de trabalho, tudo o que
a tratar a perspectiva do materialismo histórico, é resultado de uma criação ou transformação do
porque se percebeu que a Geografia Humana e o homem sobre a natureza ou das suas relações
marxismo estruturalista podem entrar em contra- com o espaço, seja no planeta, em um continen-
dição com as emoções dos homens na dialética te, país etc.
entre cultura e natureza.
A Geografia Cultural é um ramo da Geogra-
fia que se orienta a partir dos debates sobre as

3.5 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, tratamos da renovação da Geografia pós-anos 1950. Falamos um pouco da Geo-
grafia neopositiva, marxista, comportamental e humanística, chegando até a Geografia Cultural crítica.
Vamos checar seu aprendizado?

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3.6 Atividades Propostas

Seguem quatro trechos dos pensamentos de autores que aparecem como referências para a Ge-
ografia Crítica ou para a Pedagogia. Observe, particularmente, os destaques nos textos. Leia-os e faça o
que se pede ao final:

Todo o século XIX foi um contínuo esforço por efetivar a educação do ponto de vista nacional. Nesse
século desenvolveu-se a mais extensa luta dos partidos políticos, conservadores e progressistas, rea-
cionários e liberais, por apoderar-se da educação e da escola, para seus fins. Em geral, pode-se dizer
que foi uma luta entre a Igreja e o Estado em torno da educação; venceu este e em cada país foi orga-
nizada uma educação pública nacional. [...] A Revolução Industrial principiada em fins do século an-
terior, agora se desenvolve intensamente e origina a concentração de grandes massas de população
e a necessidade de cuidar de sua educação. [...] Trata-se agora de dar caráter cívico ao ensino de cada
país, em forma de educação patriótica e nacionalista. Com isso acentuam-se as diferenças nacionais e
preparam-se os acontecimentos bélicos desse e do nosso século (LUZURIAGA, 1983, p.180-181, grifo
nosso).

Tal sistema (o escolar) contribui de maneira insubstituível para perpetuar a estrutura das relações de
classe e, ao mesmo tempo, para legitimá-la ao dissimular que as hierarquias escolares que ele pro-
duz reproduzem hierarquias sociais. (BOURDIEU; PASSERON, 1975, p. 213, grifo nosso).

O espaço pedagógico é repressivo, mas esta ‘estrutura’ tem um significado mais vasto do que a repres-
são local: o saber imposto, ‘engolido’ pelos alunos, ‘vomitado’ nos exames, corresponde à divisão
do trabalho na sociedade burguesa, serve-lhe, portanto, de suporte. Esta análise desenvolveu-se
desde a descoberta da pedagogia ativa (Freinet) até as investigações da crítica institucional que pros-
seguem nos nossos dias. (LEFEBVRE, 1977, p. 226, grifo nosso).

A geografia escolar que foi imposta a todos no fim do século XIX e cujo modelo continua a ser repro-
duzido ainda hoje, quaisquer que possam ter sido os progressos na produção de ideias científicas,
encontra-se totalmente alheada de toda a prática. De todas as disciplinas na escola [...], a geografia
é, ainda hoje, a única que surge como um saber sem a mínima aplicação prática fora do sistema de
ensino. [...] No entanto, o mestre, o professor, sobretudo dantes, obrigava a ‘fazer’ muitos mapas [...]
são imagens simbólicas que o aluno deve desenhar por si próprio: dantes era mesmo proibido de-
calcar, talvez para melhor o apreender. A imagem mágica que deve ser reproduzida pelo aluno é,
antes de mais nada, a da Pátria. Outros mapas representavam outros Estados, entidades políticas
cujo esquematismo dos caracteres simbólicos vem reforçar ainda mais a ideia de que a nação onde
vivemos é um dado intangível (dado por quem?), apresentado como se tratasse não de uma cons-
trução histórica, mas de um conjunto espacial engendrado pela natureza. É sintomático que o termo
eminentemente geográfico ‘país’ tenha suplantado, em todas as matérias, as noções mais políticas de
Estado, de nação [...]. (LACOSTE, 1977, p. 38, grifo nosso).

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Após a leitura, reflita particularmente sobre os grifos (destaques) dados aos textos e responda às
questões:

1. Todos os autores parecem unânimes ao afirmar o caráter conservador da escola e do ensino


de Geografia até os dias de hoje. Comente a relação apontada entre o fortalecimento do Es-
tado nacional (o País, o patriotismo e a consequente diferenciação entre os povos) e o papel
da Geografia na ação dos países, particularmente no que se refere às guerras e à afirmação do
Estado. Lembre-se de sua apostila (releia as contribuições de Ratzel e La Blache, por exemplo)
e articule com os textos.

2. Como você vê a legitimação da repressão ao aluno na escola e pela escola que os autores
insinuam? Em sua opinião, de que forma ocorre essa reprodução das hierarquias sociais (so-
ciedade de classes e a divisão do trabalho) no ambiente escolar?

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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS

CAPÍTULO 1

1. Percebe-se que Marco Polo estabelecia constantemente comparações entre os novos lugares
aos quais era apresentado e as outras cidades e áreas por onde passou, assim como sempre se
remetia à sua própria história/infância. Dessa forma, o autor destaca que Marco Polo afirmava-
-se como ser (afirmava sua identidade) através do encontro com o outro, com o diferente, com
outros lugares. Em outras palavras, para o autor, Marco Polo se reconhecia ao se diferenciar
dos outros e ao estabelecer as distinções entre as diferentes localidades por onde passou e
que constituem, então, sua experiência.

CAPÍTULO 2

1. A Alemanha não existia como país até 1871. A confederação de pequenas unidades políticas
que formava certa identidade germânica, disputada por Prússia e Império Austro-Húngaro,
integra-se e, sob o comando da Prússia (vencedora da guerra), forma a Alemanha. Esse país
mantinha a coexistência de uma estrutura agrária conservadora herdada do feudalismo e o
avanço da industrialização. Rapidamente, a indústria alemã exige um mercado consumidor
para a sua produção, o que se vê dificultado pela inexistência de colônias alemãs nos trópicos
(ao contrário das rivais França e Inglaterra). Assim, era preciso forjar uma estratégia nacional
visando à ampliação do território alemão, posto que o mundo já estivesse dividido entre as
potências neocolonialistas quando a Alemanha surge. Para isso, o Estado alemão conta com
Ratzel, que, através de suas teorias racistas e territoriais, fundamenta o poder do Estado ale-
mão na contínua expansão do seu território (no continente europeu). A relação entre o de-
senvolvimento da sociedade e o crescimento do território estava colocada: quanto mais uma
sociedade se desenvolve, mais território é necessário para satisfazer a demanda econômica
e, automaticamente, o Estado também se fortalece. O inverso também seria verdadeiro: se a
sociedade enriquece e não há aumento do território, o Estado declina e todo o país sofre as
consequências. Por fim, Ratzel se utilizou de uma ideologia nacional poderosa, articulando o
povo alemão recém-criado com características ambientais do território, revelando uma rela-
ção íntima entre o espaço físico e a sociedade.

CAPÍTULO 3

1. Resposta pessoal.
2. Resposta pessoal.

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REFERÊNCIAS

CLAVAL, P. A geografia cultural. Florianópolis: Ed. UFSC, 1999.

DEMANGEON, A. Uma definição da geografia humana. In: DEMANGEON, A. Problèmes de géographie


humaine. Tradução de Jaci Silva Fonseca. Paris: Librairie Armand Colin, 1952. p. 25-34.

FERREIRA, C. C.; SIMÕES, N. N. A evolução do pensamento geográfico. Lisboa: Gradiva, 1986.

MORAES, A. C. R. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Hucitec, 1985.

SAUER, C. Introducción a la geografía histórica. In: CORTEZ, C. (Org.). Geografía histórica. Cidade do
México: Instituto Mora, s.d. p. 35-52.

SORRE, M. Fundamentos da geografia humana. In: MEGALE, J. F. (Org.). Max Sorre. São Paulo: Ática, 1984.
p. 87-98.

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