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SÃO PAULO
2006
ADRIANO VINÍCIUS CARDOSO DE LIMA
SÃO PAULO
2006
ADRIANO VINÍCIUS CARDOSO DE LIMA
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Gisleine Coelho de Campos
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Wilson Shoji Iyomasa
Comentários:_________________________________________________________
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Dedico este trabalho a toda minha família que sempre me apoiou, não só na
execução deste, mas como em todos os desafios de minha vida.
A minha namorada que teve paciência nas horas em que me prendi ao trabalho,
além de sua colaboração no próprio trabalho.
A minha orientadora, Profª Dr.ª Gisleine Coelho de Campos, que além de ter
colaborado durante o curso inteiro, mostrou sabedoria e competência nas diretrizes
passadas a mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a HOCHTIEF do Brasil, por permitir que eu fizesse meu trabalho em sua
obra, e a todos que contribuíram de alguma forma com o desenvolvimento do
trabalho.
O presente estudo visa destacar a importância das estacas metálicas nos processos
de construção civil e, em especial, naqueles relacionados às grandes estruturas que
demandam cuidados específicos, em virtude das profundidades em que se
encontram as bases sólidas dos alicerces construtivos, da inconsistência de solos e
subsolos, ou ocorrência de construções de elevada estatura, ou pontes e viadutos.
Procura destacar, igualmente, a importância da utilização das chamadas estacas
tubadas, desde o processo inicial de sua fabricação, pelo uso de maquinários do tipo
calandra, processo de soldagem das partes até a sua instalação final, por inserção
em solo e agregação como estrutura final a suportar toda a pressão do processo
construtivo em andamento. São apresentadas ilustrações de todos os passos dos
processos de fabricação e integração das estacas metálicas como estrutura
construtiva, com ênfase na utilização de estacas tukbadas. Por fim, é apresentado
estudo de caso, abrangendo as diversas fases da aplicação do processo de estacas
tubadas, a saber: cravação, perfuração, colocação de armadura e concretagem, em
obra residencial na cidade de São Paulo.
The present study aims to enhance the importance of metallic profile piles in the
process of civil construction and, in special in those related to big structures that
require specific care, because of the depth of the foundations; the low resistance of
soils and subsoils; the constructions of elevated height; such as bridges and
viaducts. It intends to show, equally, the importance of the utilization of bended metal
sheet piles, since its initial manufacturing, with the use of machineries that bend steel
sheets, welding process of the parts up to its final assembling, by driving it in the soil
and aggregation as final structure to support all the pressure of the constructive
process in course. Illustrations are presented of all of the steps of the process of
manufacturing and integration of the metallic profile piles as constructive structure,
with emphasis in the use of bended metal sheet piles. Finally, it is presented a case
study, including the various phases of the application of the process of bended metal
sheet piles, which means: driving, drilling, placement of reinforcement and concrete
casting, in construction of a building in São Paulo city.
Key words: metallic profile piles; bended metal sheet piles; foundation
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................13
2 OBJETIVOS.......................................................................................................15
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................17
7 ANÁLISE ...........................................................................................................57
8 CONCLUSÕES..................................................................................................58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................59
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1 INTRODUÇÃO
Em 1954, pela primeira vez no Brasil, foi implantada uma solução de fundação em
estacas metálicas. Tal solução foi utilizada, pois as condições de terreno dificultavam
a execução de sapatas ou outros tipos de fundação. A obra de um estacionamento
vertical, próxima ao largo São Francisco, possuía um terreno irregular de
aproximadamente 30 m de profundidade em desnível de mais de 18 m, em direção a
Avenida 23 de maio. O fato de ter que escavar mais de 18 metros para alcançar o
nível de execução das sapatas, fez com que a empresa Engenharia de Fundações
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2 OBJETIVOS
O trabalho mostra todo o processo de execução das estacas tubadas, desde sua
cravação até sua concretagem, assim como as características do solo existente,
características dos materiais utilizados e todos os problemas e dificuldades
encontrados no decorrer da obra.
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3 MÉTODO DE TRABALHO
4 JUSTIFICATIVA
Existe uma situação diferenciada na obra em que foi feito o estudo de caso, que por
algumas particularidades de seu terreno, foram utilizadas soluções em estacas
metálicas. Com os problemas de solo encontrados no terreno, foram feitos testes
com outras soluções em fundações, utilizando-se nos testes outros tipos de estacas,
porém devido às características do terreno, procurou-se um método que pudesse
superar as dificuldades encontradas em campo, e trazer produtividade e segurança
à obra.
Depois de pesquisas e testes, a estaca tubada parecia ser a melhor solução, já que
atendia aos pré-requisitos exigidos para a execução da obra. Como sua utilização
geralmente é feita em obras marítimas de portos, pontes, viadutos e etc, a utilização
em uma obra residencial seria um desafio, já que os limites de horário e espaço
seria um problema a ser resolvido para o melhor desenvolvimento da obra, sabendo
que habitualmente, as obras marítimas e de infra-estrutura funcionam 24hs por dia, e
geralmente possuem espaço de sobra para a operação de seus equipamentos.
Sua grande capacidade de carga faz das estacas tubadas, uma excelente opção
para obras de grande porte, sendo o Condomínio Praça Villa Lobos, provavelmente,
o único caso até o momento no qual se utilizou a solução em uma obra predial.
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5.1.1 Perfis I e H
Entre as estacas de aço mais utilizadas, as mais comuns são as constituídas por
perfis de aço I e H (Figura 5.1). Embora os perfis usados para estacas devam ser os
empregados em colunas, também poderão ser usados os desenhados para vigas,
pois a questão de flambagem em estacas é de pequena importância (VARGAS,
1955).
Essas estacas (Figura 5.2) podem ser cravadas até profundidades muito grandes,
com o fim de transferir a carga para um substrato profundo, firme, que é muitas
vezes constituído por rocha. As estacas de aço são consideradas ideais no caso de
pontes sobre rios extremamente largos e pouco profundos, sujeitos às grandes
enchentes, quando é necessário que a fundação obstrua o leito do rio o menos
possível (VARGAS, 1955).
5.1.2 Trilhos
A carga admissível deverá ser considerada com uma redução de 25% em relação às
estacas de seção equivalente (Tabela 5.1), compostas de perfis metálicos. A seção
da estaca de trilho considerada deverá ser a menor existente ao longo da mesma,
caso os trilhos já tenham sido utilizados em ferrovias, e sua resistência já não é igual
a uma peça nova.
5.1.3 Pranchas
Perímetro 75 cm 79 cm 79 cm
Reforço Cabeça 15 mm 15 mm 15 mm
Fonte: VPA Construções, 2006
• Elevado reaproveitamento
• Obtenção de contenções impermeáveis
• Execução rápida
• Execução em obras temporárias e definitivas
• Atingem grandes profundidades
• Custo médio a alto
As estacas tubadas são formadas de chapas de aço (Figura 5.7), que calandradas
para atender um determinado diâmetro, servem como contenção das paredes de
solo que ficaram após a escavação da estaca, assim como parte do elemento
resistivo da estaca, que em conjunto com uma armação adequada, formam uma
estaca bastante utilizada em obras de grande porte como portos e viadutos, que em
geral necessitam de um elemento que resista a grandes cargas aplicadas.
Para sua execução, o local precisa ser espaçoso e com uma boa área de manobras,
justamente pelo fato de que o maquinário e as ferramentas de trabalho são de
grande porte, impossibilitando a utilização dessa solução em obras de pequeno
porte (Figura 5.8).
Figura 5.8 – Local de execução das estacas tubadas (HOCHTIEF do Brasil, 2004)
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Além da escavação do fuste em solo natural, as estacas tubadas podem passar por
um processo de perfuração em rocha (Figura 5.9), executada por meio da utilização
de uma perfuratriz hidráulica (Figura 5.10), e o comprimento do pino irá variar de
acordo com a qualidade da rocha perfurada.
Figura 5.9 – Perfuração de pino em rocha de estaca tubada (HOCHTIEF do Brasil, 2006)
A camisa de aço deverá ser ancorada ou receber contrapeso para evitar sua subida
quando utilizado ar comprimido. Poderá ser recuperada à medida que for sendo
concretado o seu núcleo (Figura 5.12) ou posteriormente, se não considerado no
dimensionamento.
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As estacas podem ser cravadas por prensagem, vibração ou até mesmo por
percussão. Quando se tem um terreno resistente, pode ser feito um furo prévio para
facilitar a entrada da estaca no solo; quando esse furo é profundo, pode ser utilizada
lama estabilizante.
A cravação por prensagem, no início era utilizada para reforços de fundações com a
utilização das estacas mega, porém hoje utiliza-se este método em obras em que é
necessário evitar vibrações e barulhos.
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Outra característica deste método, é que em toda estaca cravada se realiza uma
prova de carga de até 1,5 vezes a carga de trabalho, ou seja, se a estaca esta
projetada para receber cargas de até 1000 Kg por exemplo, é realizado o ensaio
com cargas de 1500 Kg na estaca.
Para a cravação por prensagem utilizam-se macacos hidráulicos que reagem contra
uma plataforma com sobrecarga ou contra a própria estrutura. A cravação das
estacas por este método é feita aos pares e simetricamente em relação ao eixo do
pilar, enquanto as demais estacas do bloco permanecem incorporadas
provisoriamente para evitar giro do mesmo (VARGAS, 1955).
Nos martelos automáticos não é possível medir, de maneira direta, a altura de queda
do pistão. Os martelos automáticos são mais eficientes que a cravação com
martelos de queda livre, em virtude da maior freqüência de golpes aplicados à
estaca, o que faz com que a mesma esteja em contínuo movimento durante a
cravação (VARGAS, 1955).
Figura 5.15 – Esquema de montagem de uma prova de carga estática (FOÁ, 2001).
5.3.2 Nega
Além da maneira de medição de nega descrita, pode-se prender uma folha de papel
ao fuste da estaca e no momento do golpe passar um lápis na horizontal, com o
auxílio de uma régua apoiada em pontos fora da estaca. Nesse caso, o lápis deixará
marcado no papel o movimento da estaca ao receber o golpe do martelo. Este
registro indicará a nega e o repique da estaca (Figura 5.16).
O controle é feito pelo monitoramento das estacas, e seu uso vem aumentando, em
função da compatibilidade com os valores obtidos em provas de carga. A vantagem
do monitoramento é poder ensaiar grande quantidade de estacas em um curto
período de tempo, ao contrário das provas de cargas estáticas que levam mais
tempo e custam mais caro (VARGAS, 1955).
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5.3.4 Repique
O local onde está sendo executada a obra escolhida para estudo nesse trabalho
apresenta condições adversas para a execução de fundações normais, uma vez que
o maciço terroso é formado, basicamente, de material proveniente de aterro, o
chamado "bota-fora", extremamente heterogêneo e de baixa capacidade resistente.
As estacas escavadas com camisa perdida são de grande diâmetro, com a base de
assentamento perfurada em rocha. Este processo, apesar de consagrado em obras
pesadas como pontes e portos, é pouco usado em fundações prediais, sendo a Obra
do Condomínio Praça Villa Lobos, provavelmente, o único caso no Brasil até o
momento.
Localizada na Avenida das Nações Unidas, 4797, ao lado do Shopping Villa Lobos e
em frente ao Rio Pinheiros, encontra-se a obra do condomínio residencial Praça Villa
Lobos.
O terreno em que se encontra a obra faz parte de uma região que era utilizada para
descarga de materiais provenientes do canal do Rio Pinheiros.
O material lançado na região, não se resume a apenas solo e água, mas também a
uma mistura de siltes, argilas, areias e outros materiais(Figura 6.4), fazendo da
região um aterro utilizado por obras da Av. Paulista e dos Jardins como bota-fora.
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Na Figura 6.5 pode–se notar a presença de uma laje de concreto lançada no terreno
ainda quando era um bota-fora.
Figura 6.5 – Descoberta de laje de concreto durante escavação (HOCHTIEF do Brasil, 2006).
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Na Figura 6.6, pode-se ver com mais detalhes, um perfil de sondagem do terreno.
0,00
ATERRO DE ARGILA SILTO ARENOSA, COM CASCALHOS, VERMELHA
0,40 E CINZA
1 2
silto arenosa
com cascalhos
1,5 3
ATERRO DE ARGILA SILTOSA,
com entulho, dura
08 30 4
700
15 05
C/ MATÉRIA ORGÂNICA, MUI-
3 5
TO MOLE A MOLE, CINZA E
2 6
CINZA ESCURA
2 7
4 8
8,80
N. A. com cascalhos
23 695 9
ATERRO DE AREIA FINA E MÉDIA ARGILOSA, MEDIANAMENTE COM-
9,51 PACTA A COMPACTA, CINZA E AMARELA
com detritos vegetais
9 01/09/03 10
10,40
ATERRO DE ARGILA SILTO ARENOSA, COM MATÉRIA ORGÂNICA, COM
CASCALHOS, MOLE, CINZA
4 11 11,30
5 12
pouco micácea
2 13 com cascalhos
5 17
fina e média muito argilosa
37 18 18,20
22 20
SOLO RESIDUAL
30
13
23
23,73
*
()
*
() IMPENETRÁVEL À FERRAMENTA DE PERCUSSÃO.
Diâmetro 1,20m
Diâmetro 1,50m
Figura 6.7 – Croqui de projeto de fundações em estacas tubadas de uma torre (HOCHTIEF do
Brasil, 2006).
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Para a confecção das camisas metálicas, são utilizadas chapas de aço de 6,3 e 9,5
mm, sendo que a cada módulo soldado, as espessuras se alternam (Figura 6.9), ou
seja, primeiro é soldado um tubo de 6,3 mm no tubo de 9,5 mm, e assim
sucessivamente.
45
O processo executivo é composto por quatro fases que são mostradas a seguir.
46
Então, o processo de cravar e limpar, emendar e cravar repete-se até que a ponta
do tubo atinja a cota possível prevista em projeto. (Figura 6.16).
A broca de grande diâmetro é formada por vários roletes com pontas de tungstênio,
conforme mostra a Figura 6.18.
O tubo deve estar cheio de água para que o processo de perfuração possa ocorrer,
pois o sistema de limpeza dos detritos da perfuração da rocha é feito por circulação
de água (Figura 6.19).
Figura 6.19 – Circulação de água para retirada de maciços rochosos (HOCHTIEF do Brasil,
2005).
6.4.4 Concretagem
7 ANÁLISE
8 CONCLUSÕES
As estacas tubadas são uma boa solução, desde que se tenha espaço físico na
obra, para movimentação e operação dos equipamentos, assim como liberdade para
trabalhar sem horários definidos, pois geralmente obras com esta solução, trabalham
praticamente 24 horas por dia, o que não acontece com a obra Condomínio Praça
Villa Lobos, que possui acordo com a vizinhança de trabalho até às 19:00 horas, o
que leva a uma perda de produtividade grande, levando a execução das estacas a
um prazo mais extenso que o normal.
A grande capacidade de carga das estacas tubadas acaba sendo uma de suas
melhores características, sendo utilizadas em obras de grande porte que exigem
bastante de suas fundações, como é o caso do Condomínio Praça Villa Lobos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HOCHTIEF do Brasil. Obra Condomínio Praça Villa Lobos. São Paulo, 2004.
HOCHTIEF do Brasil. Obra Condomínio Praça Villa Lobos. São Paulo, 2005.
HOCHTIEF do Brasil. Obra Condomínio Praça Villa Lobos. São Paulo, 2006.
VELLOSO, D. A., LOPES, F. R., 2002, Fundações. Vol. 2, 472 p., 1 ed., Rio de
Janeiro, Editora Coppe.