Вы находитесь на странице: 1из 12

COMPARATIVO ENTRE ARGAMASSAS ADITIVADAS E MISTA:

ANÁLISE DOS ADITIVOS INCORPORADOR DE AR, RETENTOR DE


ÁGUA E PLASTIFICANTE

Comparative study between mortar with additive and mortar with hydraulic lime:
Analysis of air entraining agent, water retainer and plasticizer

Alessandra Tolentino SOUZA*1, Catharina de Almeida CARVALHAIS1,


White José dos SANTOS 1

* Autor para correspondência: alessandratsouza@gmail.com


1
Universidade Federal de Minas Gerais/Departamento de Materiais de Construção, Minas Gerais, Brasil.

Resumo: A argamassa mista composta por cimento Portland, cal e areia natural é amplamente
utilizada, por apresentar propriedades que garantem características mais satisfatórias ao
revestimento argamassado. No entanto, o trabalho com a cal deve ser minucioso, pois quando a cal
não é de boa qualidade ou o tempo de carbonatação para a finalização não é respeitado, a eficiência
do revestimento é prejudicada. Assim, atualmente, busca-se substituir a cal por aditivos disponíveis
no mercado que possuem características semelhantes a ela, como a aderência e a trabalhabilidade.
No entanto, pouco se conhece a respeito da influência destes sobre os revestimentos. Diante disso,
buscou-se estudar os efeitos de três aditivos, retentores de água, incorporadores de ar e
plastificantes, individualmente, comumente utilizados em argamassas. Para o desenvolvimento do
estudo, foram moldados um traço com cal e três traços com aditivos, sendo que a utilização do
aditivo foi a máxima recomendada pelo fabricante. A seguir foram realizados ensaios de flow table,
retenção de água, densidade no estado fresco, porosidade aberta e resistência de aderência à tração.
Nos resultados observou-se que: as consistências dos traços foram semelhantes, sendo que nenhum
deles ficou dentro do limite pré-estabelecido para a metodologia (260 ± 15 mm) e que o traço com
retentor de água teve uma consistência muito mais elevada. A retenção de água mais elevada foi do
traço de argamassa mista e a argamassa com retentor apresentou a menor retenção de água, sendo
que todos ficaram acima de 85%; A maior densidade no estado fresco foi da argamassa mista
diminuindo respectivamente no traço com plastificante, retentor de água e incorporador de ar. A
menor porosidade foi da argamassa com incorporador de ar seguida pela argamassa com
plastificante, sendo que a argamassa mista apresentou a maior porosidade. A argamassa mista
obteve o maior valor de aderência seguida pela argamassa com retentor de água, as outras
argamassas não atingiram o limite estabelecido para revestimentos externos. Conclui-se que antes
de analisar as propriedades é importante estabelecer no projeto os limites aceitáveis das
características do composto anteriormente à sua utilização, mas de forma geral observou-se que
quando os aditivos são utilizados de forma separada eles não possuem propriedades semelhantes a
argamassa mista e não seriam satisfatórios para substituí-la.
Palavras-chave: Argamassa mista, Argamassa aditivada, Revestimento argamassado.

Abstract: The mortar mixed with hydraulic lime, composed by Portland cement, hydraulic lime
and natural sand is widely used in Brazil because it ensures satisfactory characteristics to mortar
coating. However, working with hydraulic lime must be rigorous, because when the hydraulic lime
is not good or the lime carbonation time is not respected to do the finishing, the efficiency of the
mortar is compromised. Therefore, engineers intend to substitute the hydraulic lime for additive
present in the market that have similar properties with the hydraulic lime, such as workability and
adherence. Then, this study intended to analyze the effect of three different chemical additive,
individually, commonly used in mortar coating: water retainer, entraining agent and plasticizer. To
develop this study, one sample with hydraulic and three samples with additive, being the dosage of
additive, the maximum recommended by the supplier, were made. The properties tested were water
retention, density in the fresh state, open porosity and adherence resistance. The results presented
that none of the samples prepared had the workability between the limit pre-established for the
methodology (260 ± 15 mm) and the sample with water retainer had the highest workability. The
highest water retention presented was the one of the mortar with hydraulic lime and the mortar with
water retainer presented the lowest value, but all the values were higher than 85%. The mortar with
hydraulic lime presented the highest density in fresh state, decreasing respectively in the mortar
with plasticizer, water retainer and entraining agent. The mortar with entraining agent had the
lowest open porosity followed by the mortar with plasticizer; the mortar with hydraulic lime
presented the highest value. The highest values of adherence were obtained by the mortar with
hydraulic lime followed by the mortar with water retainer; the others mortars did not achieved the
limit for external mortar coating. This study concluded that before analyzing the properties, it is
important to establish the acceptable projects limits for the mortar characteristics and it was
possible to observe that when the additive was used individually in the mortar, the mortar with
additive did not have similar properties with the mortar with hydraulic lime and the substitution
would not be satisfactory.

Keywords: Mortar with hydraulic lime, mortar with chemical additive, mortar coating.

1. INTRODUÇÃO
A argamassa mista composta por cimento Portland, cal e areia natural é comumente aplicada na
construção civil, por apresentar propriedades plastificantes, resistência à penetração de água,
flexibilidade para absorver pequenos deslocamentos, propriedades retentoras de água, melhora de
adesão dos elementos e reconstrução autógena de fissuras [1] e [2], que asseguram particularidades
mais satisfatórias ao revestimento argamassado. Entretanto, o desempenho dessa está relacionado a
diversos fatores como a natureza mineralógica e granulométrica do agregado [3], estrutura porosa
da argamassa [4], resistência mecânica originária dos agregados utilizados [5], quantidade de água
na mistura [6] e acabamento final [7]. Além de que ao se utilizar a cal, o trabalho deve ser
minucioso, pois quando a cal não é de boa qualidade ou o tempo de carbonatação para a finalização
não é respeitado, a eficiência do revestimento é prejudicada.
Atualmente, estudos sobre a durabilidade e a vida útil de edifícios têm sido recorrentes, devido ao
crescimento de problemas na construção civil com o aparecimento de diversas patologias [8]. Neste
contexto, o revestimento argamassado deve ser levado em consideração, já que é uma etapa de
elevado custo e responsável pela performance das fachadas. O principal fator de degradação de
revestimentos argamassados, contendo cal, é a sua elevada capacidade de absorção, facilitando a
entrada de agentes agressores como a água, sais e sulfatos. Assim, busca-se substituir a cal por
aditivos disponíveis no mercado que possuem características semelhantes à ela, como a aderência e
a trabalhabilidade, de forma a evitar possíveis problemas com o uso da cal e facilitar o controle das
propriedades.
Para a substituição dessa, indústrias de argamassas pré-fabricadas têm utilizado aditivos retentores
de água, plastificantes e incorporadores de ar nas argamassas, de forma a melhorar suas
características mecânicas e de durabilidade, no estado fresco e endurecido. O uso dos aditivos
retentores de água busca melhorar a capacidade de retenção de água das argamassas de
revestimento e assentamento, aumentar a coesão e a aderência, além de melhorar a trabalhabilidade
e o processo de hidratação do cimento [9], [10], [11], [12] e [13]. Aditivos plastificantes aprimoram
as propriedades mecânicas e de impermeabilização do revestimento, diminuem a porosidade e
reduzem a absorção por capilaridade e por imersão [14], [15] e [16]. Aditivos incorporadores de ar,
por sua vez, reduzem a relação água/cimento da argamassa e melhoram a consistência e a coesão da
mistura [17] e [18].
A incorporação dos aditivos na argamassa, visando a substituição de cal, ainda não é comum na
construção civil, sendo necessário estudar as propriedades mecânicas e de durabilidade dos
revestimentos argamassados com aditivos. Assim, buscou-se estudar individualmente os efeitos de
três aditivos, a saber: retentor de água, incorporador de ar e plastificante, comumente utilizados em
argamassas.

2. OBJETIVOS
O objetivo geral do presente estudo é estabelecer a viabilidade da substituição da cal por
determinado aditivo: retentor de água, incorporador de ar ou plastificante. Sendo que para atingir
este objetivo serão analisadas propriedades no estado fresco: densidade e retenção de água e no
estado endurecido: porosidade aberta e resistência de aderência à tração.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
Neste estudo, utilizou-se cal aditivada CHI, Cimento Portland CPII-F 32, areia natural lavada fina,
aditivo incorporador de ar à base de resinas naturais, plastificante à base de lignosulfonato e retentor
de água à base de polímero acrílico. A água utilizada na mistura foi proveniente do abastecimento
público, conforme aprovação no estabelecido pela NBR 15900-1 [19].

3.2. Análise dos materiais


A cal CHI foi escolhida por ser a mais utilizada no mercado e por ter a menor concentração de
óxidos não hidratados (próximo de 0%). O cimento CPII-F-32 é um cimento adequado para a
adoção em argamassas de revestimento, por proporcionar um bom acabamento, pega normal e não
possuir elementos reativos que possam afetar a sua análise, sendo o filer um material inerte.
Os aditivos utilizados, todos em estado líquido, foram adicionados previamente, e individualmente,
em parte da água para melhorar a dispersão. As respectivas densidades e dosagens máximas e
mínimas estabelecidas pelo fabricante do retentor de água, plastificante e incorporador de ar estão
na Tabela 1. A areia utilizada foi uma areia natural lavada proveniente de leito de rio, de origem
quartzosa, possui diâmetro máximo de 2,4mm, módulo de finura de 1,99. É um agregado bem
graduado conforme a Figura 1 e encontra-se na zona utilizável inferior. A massa unitária solta e a
massa específica da areia são, respectivamente, 1,282 g/cm³ e 2,584 g/cm³.

Tabela 1 - Características dos aditivos utilizados.


Dosagem recomendada (% em relação a
Densidade (g/cm³)
massa de cimento)
Incorporador de ar (I) 1,00 0,02 a 0,5

Plastificante (P) 1,18 0,2 a 1,0

Retentor de água (R) 1,00 0,2 a 1,5

Figura 1 Curva granulométrica do agregado miúdo.

3.3. Metodologia
O traço da argamassa aditivada foi estabelecido conforme metodologia de [20], levando em
consideração a massa unitária do agregado. Sendo, 1:1:4,5 em volume ou 1:0,5:3,3 em massa.
Visando comparar uma mesma argamassa com cal e uma argamassa sem cal, mas com aditivo
tentou-se manter uma mesma proporção dos materiais, porém, eliminando a cal. Assim, o traço das
argamassas aditivadas estabelecido foi 1:5 em volume ou 1:3,8 em massa, sendo que foram dosados
três traços aditivados e cada um apresentou concentração máxima estabelecida pelo fabricante em
relação a massa de cimento.
O ensaio de Flow Table foi realizado conforme a NBR 13276 [21] e foi utilizado para dosar a
quantidade de água para manter uma consistência pré-determinada de 260 ± 15mm na etapa de
ajuste. Após o ajuste, os corpos de prova dos ensaios foram todos moldados com a quantidade de
água pré-determinada, verificando novamente a consistência. O ensaio de densidade no estado
fresco foi realizado conforme a NBR 13278 [22] e o ensaio de retenção de água foi estabelecido
conforme a norma brasileira NBR 13277 [23]. Os corpos de prova foram curados em condição de
laboratório por 28 dias e foram realizados: o ensaio de porosidade aberta conforme NBR 9778 [24]
e o ensaio de resistência de aderência à tração conforme a NBR 13528 [25].

4. RESULTADOS
4.1. Flow Table
Depois de realizado os ajustes através do flow table, sendo que nesta fase as argamassas foram
misturas em um argamassadeira de eixo vertical, realizou-se a dosagem mistura para execução dos
ensaios, sendo realizado novamente o flow table para verificar a consistência dos compostos. A
Figura 2 apresenta os resultados obtidos de flow table para as argamassas com Cal (Cal), aditivo
Plastificante (P), aditivo retentor de água (R) e aditivo Incorporador de ar (I) e as respectivas
proporções de água/cimento adotadas no ajuste. É possível observar que os resultados aumentaram
a sua variabilidade em relação a condição inicial, saindo do limite pré-estabelecido de 260 ± 15 mm
do ajuste dos traços. Observou-se que a argamassa com retentor de água apresentou o maior
espalhamento, cerca de 34% maior que a argamassa mista, e a argamassa mista apresentou o menor
espalhamento. De acordo com a demanda de água para dosar cada traço, observou-se que os traços
com cal e com retentor de água demandaram mais água, 1,07 e 1,08 a/c respectivamente, devido a
suas características, sendo a cal o elevado teor de finos e o retentor o aprisionamento de parte de
água de amassamento para posterior liberação. Sendo assim, viu-se que a maior demanda de água
do retentor favoreceu um maior espalhamento e o elevado teor de finos da cal, apesar da elevada
demanda de água, contribuiu para um aumento da viscosidade da mistura. Contudo, visualmente, no
momento de aplicação das argamassas o pedreiro considerou todas adequadas para aplicação, logo
com trabalhabilidade (consistência + coesão) adequada. Ainda, é possível observar através do maior
espalhamento obtido (228 mm) e da menor demanda de água (a/c = 0,97) necessária em
comparação com o plastificante, que o incorporador de ar plastificou mais a mistura do que o
aditivo plastificante utilizado, cerca de 7% a mais com 1% a menos de água.
Figura 2 - Resultados de consistência pelo método Flow Table.

4.2. Densidade no estado fresco


De acordo com a Figura 3, pode-se observar que a maior densidade no estado fresco foi a da
argamassa mista, 24% mais elevada que a menor densidade, devido a maior concentração de finos
essa argamassa apresenta-se de forma mais compacta nas primeiras idades, aumentando o valor
desta propriedade. Tem-se ainda, que este elevado teor de finos necessita de uma maior
concentração de água para a mesma consistência ajustada inicialmente, como observado na Figura
2, por isso do resultado mais elevado entre as quatro amostras.

Figura 3 Resultados de densidade no estado fresco.

A queda da densidade no estado fresco está intimamente associada a incorporação de ar na mistura,


sendo os compostos mais leves aqueles com maior concentração de ar incorporado. Por isso, a
argamassa com somente incorporador de ar apresentou-se como a mais leve, a com retentor de água
intermediária, 13% mais pesada que a argamassa I, e a com plastificante a mais pesada entre as três
argamassas aditivadas, cerca de 19% mais pesada que a argamassa com incorporador de ar. O
aditivo incorporador de ar como o próprio nome sugere age incorporando ar na mistura, contudo os
aditivos retentor e plastificante também possuem efeitos de incorporação de ar na mistura [9] e [26],
sendo essa incorporação mais significativa no polímero utilizado como retentor, por isso apresentou
a segunda menor densidade.
Apesar dessa ligeira variação de densidade, para a NBR 13281 [27], que classifica as argamassas de
revestimento, as argamassas aditivadas possuiriam média densidade (D2-D4) e a argamassa mista
alta densidade (D6) no estado fresco. De acordo com [28], baixa densidade da argamassa pode ser
um fator importante, devido ao menor esforço de aplicação e a menor probabilidade de
escorrimento devido ao peso próprio do revestimento.
4.3. Retenção de Água
Os resultados de retenção de água das amostras encontram-se na Figura 4, observa-se que a
argamassa mista possui elevada retenção de água, conforme estabelecido por [29], cerca de 8%
maior que o menor resultado apresentado. O aditivo plastificante obteve a maior retenção entre os
três aditivos estudados, 7% maior que a argamassa R e 2% maior que a argamassa I, ficando o mais
próximo da retenção da argamassa mista, apenas 1% inferior. O aditivo retentor de água obteve a
menor retenção entre as amostras (85%), valor considerado como retenção normal [30], resultado
este que não era esperado visto que devido as propriedades do aditivo esperava-se obter o maior
resultado entre as amostras [31].
Salienta-se que a propriedade de retenção de água das argamassas é extremamente importante.
Sendo que, se a argamassa perder muita água por sucção ou evaporação, não terá água suficiente
para reagir com os compostos de hidratação e consequentemente terá uma aderência deficitária [32].
Contudo, valores de retenção superiores a 96% também podem ser prejudiciais a aderência, visto
que o substrato será incapaz de puxar a água [33].

Figura 4 - Resultados de retenção de água no estado fresco.


4.4. Porosidade Aberta
Na Figura 5 estão representados os resultados obtidos para o ensaio de porosidade aberta das
amostras estudadas. A maior porosidade aberta apresentada foi da argamassa mista, 6% maior que o
menor resultado, depois da argamassa com retentor de água, 4% maior que I, a argamassa com
plastificante, 3% maior que I, e por último a argamassa com incorporador de ar.
De acordo com o ensaio estabelecido pela NBR 9778 [24], onde mede-se a porosidade de um corpo
de prova através da imersão em água em um determinado período, é possível medir a porosidade
aberta, ou seja, aquela porosidade superficial, ou em que os poros do interior estão conectados com
os poros da superfície. Os poros não conectados, não capazes de preencher-se com água, não são
aferidos por esta análise.
Os plastificantes são conhecidos por reduzir cerca de 7% da água de amassamento da mistura [34],
com isso a água não reagida que resulta posteriormente em poros na estrutura deveria ser a menor
dos aditivos estudados. Contudo, o aditivo incorporador de ar, apesar de incorporar ar, ele estabiliza
as bolhas de ar incorporado e favorece a impermeabilidade dos poros ao ar e a água [35]. Associa-
se, então, o uso do incorporador de ar a melhor dispersão e não conexão entre os poros e como
consequência o menor resultado de porosidade aberta apresentado.
A argamassa com retentor de água apesar de apresentar uma incorporação de ar intermediária, não
deve ter apresentado uma boa estabilização dos seus poros, resultando na porosidade aberta mais
elevada entre as argamassas aditivadas, além de que, como observado na Figura 2, foi a argamassa
aditivada que demandou a maior quantidade de água, que posteriormente pode gerar poros na
estrutura. A argamassa mista apresentou a maior porosidade aberta entre todas as amostras, associa-
se esse resultado a maior evaporação de água, necessária para estabelecer a consistência desse
composto, com isso, após evaporar, esses poros permaneceram conectados com a superfície,
apresentando a maior porosidade aberta, semelhante a situação da argamassa com retentor de água.

Figura 5 - Resultados da porosidade aberta.


4.5. Resistência de Aderência à Tração
Os resultados de resistência de aderência à tração obtidos para as argamassas estão presentes na
Figura 6. As argamassas aditivadas apresentaram resultados inferiores de aderência em relação à
argamassa mista, a argamassa mista apresentou um resultado 350% mais elevado em comparação
com o menor resultado das argamassas aditivadas. A argamassa com somente incorporador de ar foi
o pior resultado apresentado, possivelmente devido a geração de vazios na interface do revestimento
com o substrato. Tem-se ainda que, o uso de incorporador de ar em concentrações elevadas pode
tornar a superfície do revestimento frágil e pulverulenta o que acarreta em resultados inferiores de
aderência [35]. Com isso, esta argamassa não seria adequada nem para utilização em ambientes
internos que necessitam de aderência maior ou igual a 0,2 MPa [36].

Figura 6 Resultados da resistência de aderência à tração.

A argamassa com somente plastificante também não obteve aderência satisfatória, apesar de
apresentar um resultado cerca de 50% mais elevado quando comparado com a argamassa I. Pois,
conforme apresentado no estudo de SOUZA, RICCIO, et al. [37], os revestimentos que continham
somente plastificante reduzem a quantidade de água do constituinte, e com a perda de água por
evaporação para o meio ambiente ou sucção pelo substrato, tornam-se deficitárias da água de
hidratação, necessária para a reação dos compostos responsáveis pela ancoragem mecânica. Sendo
assim, a argamassa com plastificante apresentada neste estudo seria adequada somente para
aplicação em ambientes internos, que são menos solicitados.
A argamassa com retentor de água conseguiu resultados superiores a 0,3 MPa, sendo cerca de 110%
mais elevada que a argamassa I, podendo ser utilizada tanto em revestimento interno quanto externo
[36]. Entre os três aditivos, o retentor de água foi o que conseguiu manter a água necessária para as
reações que favorecem a aderência, apesar do resultado baixo apresentado ne retenção no estado
fresco (Figura 4). Contudo, observou-se que a substituição da cal por qualquer um dos três aditivos
estudados, quando utilizados individualmente, não é favorável para a aderência, e a queda de
resultado é expressiva, principalmente para os casos do incorporador de ar e do plastificante,
comumente utilizados no comercio nacional. Uma possível substituição poderia ser feita da cal pelo
retentor de água, contudo os resultados foram muito próximos do limite inferior de norma, o que
não seria recomendado.

5. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados, foi possível observar que: a argamassa com cal possui a maior
densidade no estado fresco, a maior retenção de água, a maior porosidade aberta e a maior
resistência de aderência à tração. Sendo que para sua utilização, a maior densidade e a maior
porosidade aberta são desfavoráveis. Quando se compara a argamassa mista com as argamassas
aditivadas, o uso dos aditivos, de forma isolada, acarretou na redução de todas as propriedades
estudadas. Apesar da argamassa dosada com retentor apresentar indício de melhor durabilidade,
menor porosidade aberta, que a argamassa mista, seu resultado de aderência ficou muito próximo do
limite inferior estabelecido para revestimentos externos.
De forma geral, este estudo conclui que a substituição da cal pela argamassa com incorporador de
ar, ou com aditivo plastificante, ou com retentor de água não é satisfatória. Como a propriedade de
resistência de aderência à tração é extremamente importante para revestimentos argamassados,
deve-se buscar dosagens em que os resultados atendam os limites de norma.

REFERÊNCIAS
[1] CARASEK, H. Argamassas. In: ISAIA, G. C. Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e
Engenharia de Materiais. São Paulo: IBRACON, v. II, 2007. Cap. 26.

[2] GUIMARÃES, J. E. P. A Cal - Fundamentos e Aplicações na Engenharia Civil. 2ª. ed. São Paulo: PINI, 2002.

[3] MENG, L. et al. Shape and size effects on the packing density of binary sherocylinders. Powder Technology, v.
228, p. 284-294, 2012.

[4] XU, J. et al. Application of Electrodeposition Method in Upgrading Mortar Durability. Journal of Advanced
Concrete Technology, Japão, v. 13, p. 367-372, Julho 2015.

[5] PAN, H.; WENG, G. Investigation of the Age-Dependent Constitutive Relations of Mortar. Journal of
Engineering Mechanics, p. 297-306, 2012.

[6] HWANG, E. H.; KO, Y. S. Comparison of mechanical and physical properties of SBR - polymer modified mortars
using recycled waste materials. Journal os Industrial and Engineering Chemistry, v. XIV, p. 644-650,
Setembro 2008.

[7] FARIA, P.; SANTOS, T.; AUBERT, J. Experimental Characterization of an Earth Eco-Efficiente Plastering
Mortar. Journal of Materials in Civil Engineering. [S.l.]. 2015.

[8] MONTEIRO, F. C. B.; M., T. L.; ALMEIDA, L. C. The importance of the European standard EN 1504 on the
protection and repair of concrete strucures. Journal of Building Pahtology and Rehabilitation, v. 20, 2017.

[9] PAIVA, H. et al. Effects of a Water-Retaining Agent on the Rheological Behavior of a Single-Coat Render Mortar.
Cement and Concrete Research, v. 36, p. 1257-1262, 2006.

[10] PAIVA, H. et al. Rheology and Hardened Properties of Single-Coat Render Mortars With Different Types of
Water Retaining Agents. Construction and Building Materials, v. 23, p. 1141-1146, 2009.

[11] AFRIDI, M. U. K. et al. Water Retention and Adhesion of Powdered and Aqueous Polymer-Modified Mortars.
Cement and Concrete Composites, v. 17, p. 113-118, 1995.

[12] KNAPEN, E.; GEMERT, D. V. Cement Hydration and Microstructure Formation in the Presence of Water-Soluble
Polymers. Cement and Concrete Research, v. 39, p. 6-13, 2009.

[13] KIM, Y. S.; -J.KANG, H. Effect of Cellulose Based Water Retention Additives on Mechanical Properties of
Cement Based Mortar. Polymer Korea, v. 39, p. 820-826, 2015.

[14] WU, B. et al. Study on the Performance on Some Admixture of Sulphoaluminate Cement Waterproof Mortar.
Applied Mechanics and Materials, v. 740, p. 47-50, 2015.

[15] KHUDHAIR, M.; YOUBI, M. S. E.; ELHARFI, A. Study of the influence of a high water-reducing super
plasticizer and accelerator of setting time on the physical properties and mechanical performance of. Research
Journal of Pharmaceutical , Biological and Chemical Sciences, 2017. ISSN 0975-8585.

[16] WETZEL, A.; AREND, J. Adsorbance of superplasticizers on concrete additives: microstructural in-situ
experiments. 15th Euroseminar on Microscopy Applied to Building Materials. Delft, The Netherlands: [s.n.]. 2015.

[17] BARABANSHCHIKOV, Y.; KOMARINSKIY, M. Effect of Air-Entraining Agent LHD on the Technological
Properties of Concrete Mix Containing Superplasticizer S-3. Applied Mechanics & Materials, v. 740, p. 419-424,
2014.

[18] DAFICO, D. D. A.; FERRO, K. M. D. S.; CAVALCANTE, M. C. D. O. Análise de Desempenho de Aditivos


impermeabilizantes para argamassas. I Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável X Encontro
Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. São Paulo: [s.n.]. 2004.

[19] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15900-1: Água para amassamento do
concreto - Parte 1: Requisitos. Rio de Janeiro. 2009.

[20] SANTOS, W. J. D. Desenvolvimento de Metodologia de Dosagem de Argamassas de Revestimento e


Assentamento. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, p. 179. 2014.

[21] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa para assentamento e
revestimento de paredes e tetos - Determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro. 2005.

[22] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13278: Argamassa para assentamento e
revestimento de paredes e tetos - Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado. Rio de
Janeiro, p. 9. 2005.

[23] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13277: Argamassa para assentamento e
revestimento de paredes e tetos - Determinação da retenção de água. Rio de Janeiro, p. 3. 2005.

[24] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9778: Argamassa e concreto endurecidos -
Determinação da absorção de água, índice de vazios e massa específica. Rio de Janeiro, p. 4. 2005.

[25] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13528: Revestimento de paredes e tetos de
argamassas inorgânicas - Determinação da resistência de aderência à tração. Rio de Janeiro, p. 11. 2010.

[26] -PIEKARCZYK, B.; MIERA, P.; SZWABOWSKI, J. Plasticizer and Superplasticizer


Compatibility with Cement with Synthetic and Natural Air-Entraining Admixtures.. Materials Science and
Engineering, 2017.

[27] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAR TÉCNICAS. NBR 13281: Argamassa para assentamento e
Revestimento de Paredes e Tetos - Requisitos. Rio de Janeiro, p. 7. 2005.

[28] COSTA, M. R. M. M. D.; PEREIRA, E. Tecnologia de Argamassas - Notas de aula. Universidade Federal do
Paraná. Paraná, p. 106. 2016.
[29] SIMINA, M. et al. Monitoring the Air Influence on Cement Lime Mortar Hydration Using Low-Field Nuclear
Magnetic Resonance Relaxometry. Applied Magnetic Resonance, 2012.

[30] DO Ó, S. W. Análise de retenção de água em argamassas de revestimento aditivadas. Dissertação (Mestrado


em Estruturas e Construção Civil) - Universidade de Brasília. [S.l.]. 2004.

[31] PAES, I. N. et al. Influence of water transportation inside a mortar/block system on bonding resistance behavior.
Revista Ingenieria de Construccion, p. 175-186, 2014.

[32] JANTSCH, A. C. A. Análise do desempenho de argamassas estabilizadas submetidas a tratamento


superficial com aditivos cristalizantes. Dissertação (Mestrado em materiais de construção) Universidade
Federal de Santa Maria. [S.l.]. 2015.

[33] HARTMANN, C. et al. Aditivos Químicos para concretos e cimentos. In: ISAIA, G. C. Concreto: Ciência e
tecnologia. [S.l.]: IBRACON, 2011. p. 347-380.

[34] LENART, M. Impact Assessment of Lime Additive and Chemical Admixtures on Selected Properties of Mortars.
Procedia Engineering, p. 687-696, 2013.

[35] MENDES, J. C. et al. Mechanical, rheological and morphological analysis of cement-based composites with a new
LAS-based air entraining agent. Construction and Building Materials, p. 648-661, 2017.

[36] CEOTTO, L. H.; BANDUK, R. C.; NAKAKURA, E. H. (Eds.). Revestimentos de Argamassa: boas práticas em
projeto, execução e avaliação. Porto Alegre: ANTAC, v. I, 2005.

[37] SOUZA, A. T. et al. Behavior of mortar coatings subjected to extreme conditions: Lack of curing and no substrate
moistening. International Journal of Science and Engineering Investigations, v. VII, n. 75, p. 1-7, Abril 2018.
ISSN 2251-8843.

Вам также может понравиться