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07/05/2019 Produção inédita de Maranhão Sobrinho

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Produção inédita de Maranhão Sobrinho


Trabalho de Kissyan Castro, será lançado hoje, às 19h, na Livraria Poeme-se; obra reúne mais de 100 poemas inéditos do maranhense que
morreu há um século

CELSO BORGES / ESPECIAL PARA O ALTERNATIVO


04/12/2015

Kissyan Castro pesquisou a obra de Maranhão Sobrinho (Kissyan Castro)

O poeta Maranhão Sobrinho morreu há 100 anos, no Natal de 1915, em Manaus, de cirrose hepática, cinco dias antes de
completar 36 anos de idade, longe de sua Barra do Corda (MA), onde nasceu em 1879. De lá pra cá sua obra viveu quase na
sombra. A grandeza de sua poesia não merecia tanto descaso. Pra começar a virar a página desse esquecimento, o poeta
Kissyan Castro, conterrâneo do autor de “Papéis velhos, Estatuetas e Vitórias Régias”, está lançando o livro “Maranhão
Sobrinho – Poesia Esparsa”, que reúne 105 poemas inéditos, coletados de sua vasta produção dispersa em publicações da
imprensa. O evento acontece hoje, na livraria Poeme-se (Praia Grande), às 19h, com leitura da obra de Maranhão Sobrinho
por poetas maranhenses.

Que outro conteúdo o trabalho traz além dos poemas inéditos?

O livro é uma edição alusiva ao Centenário da Morte de Maranhão Sobrinho. Assim, pensei em incluir também um apêndice
que contivesse informações pertinentes ao evento, como por exemplo: Que repercussão teve sua morte? Houve de fato
algum projeto que concedeu perpetuidade à sua sepultura? E por que, então, essa lei foi violada? Maranhão Sobrinho deixou
algum trabalho inédito? Onde se encontra hoje o seu espólio literário? O que dele disseram os amigos de convívio e a crítica
nacional? O trabalho é complementado por uma extensa biografia do poeta, a que preferi chamar de “Itinerário Biográfico”,
tanto pelo duplo circuito São Luís-Belém-Manaus, como pelo caráter dinâmico das raras “paradas” de Maranhão Sobrinho.

O livro revela alguma grande descoberta biográfica?

Ao organizar a parte biográfica, procurei incluir o máximo de elementos novos e, entre esses, algumas grandes descobertas.
Por exemplo, quando ele deixa Barra do Corda, sua intenção era seguir para o Rio de Janeiro, onde pretendia cursar
engenharia na Escola Militar, mas acaba mudando de ideia. Fica um tempo em São Luís e depois vai para Belém. Ali, num
primeiro momento, envolve-se no jornalismo engajado, político, militante, em protesto às injustiças sociais. Acreditava-se
que a vida inteira de Maranhão Sobrinho girava em torno do sonho jamais realizado de transferir-se para a capital do país e
publicar ali sua “obra-prima”. No entanto, quando a tão esperada oportunidade lhe é oferecida pelo governador Luís
Domingues, amigo de Urbano Santos, então vice-presidente da República, rejeita e prefere seguir para Manaus. Até então
acreditávamos que a atuação poética de Maranhão Sobrinho limitava-se ao seu estado natal, Pará e Amazonas, mas acabei
encontrando poemas e artigos de jornais e revistas também no Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio
de Janeiro, dentre outros, onde já usufruía, mesmo em vida, do respeito e reconhecimento do seu gênio poético.

Por que a obra de Maranhão Sobrinho é tão importante? Qual o seu diferencial como poeta simbolista?

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07/05/2019 Produção inédita de Maranhão Sobrinho

O escritor Josué Montello disse certa vez que “o que distingue Maranhão Sobrinho é a clareza simbólica”. O verbo “sugerir”,
caro à estética simbolista, é raramente encontrado em sua obra. Esforça-se antes por desvelar sua tragédia interior. “Do
modo que ele recebe a impressão das coisas, assim a transmite; do modo que lhe vem a comoção assim a exterioriza”, disse
dele Nascimento Moraes. Além disso, não devemos esquecer que Maranhão Sobrinho transitou pelo Romantismo,
Parnasianismo e Simbolismo com maestria, sem dever a nenhum daqueles que se bitolaram a apenas uma dessas escolas.
Extraiu o que de melhor havia em cada uma dessas vertentes para inaugurar o seu apostolado estético.

Cabe ao poeta recuperar o sentido primeiro das palavras. Eis o débito que a Língua Portuguesa (em particular) tem para com
o poeta: ele não deixa a Língua morrer. Nesse sentido, vale a pena ler Maranhão Sobrinho, esse recuperador de mitos, esse
celebrador de antigos episódios, guardião da caixa de absurdos e tensões, pois, além disso, em sua obra encontramos várias
expressões que são únicas na Língua. Não encontraremos seus neologismos em nenhum dicionário convencional.

Ele é um poeta pouco reeditado. Há alguma justificativa para esse silêncio?

Creio que o fato de Maranhão Sobrinho estar longe dos grandes centros favoreceu, de certa forma, esse silêncio em torno de
sua obra. O próprio poeta acreditava que transferindo-se para a capital e publicando seu livro de estreia pela editora Garnier
ou Laement, segundo nos informa Antonio Lobo, lhe daria a projeção almejada. No entanto, no início de 1910, ele desiste do
sonho de reconhecimento nacional, abandona completamente as propostas estéticas que vinha cultivando e que lhe
permitiria um voo mais alto, refugia-se no Amazonas e volta a escrever poemas de cunho romântico. Mas já era tarde.

Há alguma diferença de estilo entre esses poemas inéditos e os que conhecemos dos três livros publicados do poeta?

Há mais diferenças que semelhanças, assim como acontece entre os três livros que publicou em vida, e por que não dizer
dentro de uma própria obra, como é o caso do bloco de poemas intitulado “Cromos”, pastoris, que destoam dos demais, de
predominância simbolista, no livro "Papéis Velhos".

Como deixo claro numa nota introdutória, meu livro não constitui uma seleção oficial de Maranhão Sobrinho, nem possui
caráter antológico, no sentido de extrair o “suprassumo” da sua obra, mas mostrar sua trajetória poética desde a fase
temporã de suas lucubrações estéticas, fase tida como condoreira, a partir de 1896, até o salto soberbo na produção de
sonetos magistrais que lhe renderam a fama de “o mais completo sonetista da língua”, como nos informa o Jornal do Brasil,
de 10 de janeiro de 1939.

- Há ecos da poesia de MS em algum poeta contemporâneo?

Existe um fio condutor que percorre toda a obra de Maranhão Sobrinho, a que costumo chamar de “Itinerário do Voo”, indo
desde a ânsia do voo em “Papéis Velhos”, à execução e frustração em “Estatuetas”, e, por fim, o término do voo, com a
deposição das asas, em “Vitórias-Régias”. Há, nos dois primeiros livros, um visível desencanto com o mundo, sem qualquer
interesse de interferência no sentido de modificá-lo. Por outro lado, não se desengana, nem perde a esperança; pelo
contrário, torna-se o fundador de outra pátria, dessa vez celestial, sem qualquer relação com o Céu cristão, já que neste seu
“chalé de luz e flores” só há lugar para ele e sua amada, com quem trava discurso em quase todos os poemas que compôs.
Daí a recorrência de expressões como: asas, voo, ninho e azul, símbolos de todo esse processo. É em “Vitórias-Régias”,
entretanto, que notamos o desencanto por ambos os mundos, constituindo-se, assim, num livro nostálgico, derradeiro.
Olhando por essa ótica, não encontrei, até o momento, nenhuma ressonância em qualquer poeta contemporâneo.

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