Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Dizer o Direito
Perfil ALFA
SEMANA 16
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA
Seleção exclusiva do Dizer o Direito para os alunos do Curso Vorne.
LITISCONSÓRCIO
Litisconsortes que passaram a ter procuradores distintos no curso do processo
Quando houver litisconsórcio, seja ele ativo (dois ou mais autores) ou passivo (dois ou mais
réus), caso os litisconsortes tenham advogados diferentes, os seus prazos serão contados em
dobro. É o que determina o art. 191 do CPC 1973.
Se os litisconsortes passam a ter procuradores distintos no curso do processo, quando já iniciado
o prazo recursal, somente se aplica o benefício do prazo em dobro à parte do prazo recursal
ainda não transcorrida até aquele momento.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.309.510-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/3/2013 (Info 518).
O art. 229 do CPC 2015 também traz regra semelhante, exigindo, contudo, que, além de serem
procuradores (advogados) diferentes, os causídicos também sejam de escritórios de advocacia
diferentes: “Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo
ou tribunal, independentemente de requerimento.”
2
O recurso produz efeitos somente ao litisconsorte que recorre, ressalvadas as hipóteses de
litisconsórcio unitário, em que se aplica a extensão prevista no art. 509 do CPC 1973.
O art. 509 do CPC 1973 aplica-se tão somente às hipóteses de litisconsórcio unitário, não
havendo espaço para incidência deste quando se trata de litisconsórcio simples.
STJ. 3ª Turma. AgRg no REsp 908.763-TO, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
18/10/2012 (Info 507).
1º ponto importante:
Pedro, sabendo que José tem contrato de seguro, pode ajuizar ação de indenização cobrando
seu prejuízo apenas contra a “Seguradora X”?
NÃO. Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento
de ação pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado
causador do dano.
STJ. 2ª Seção. Aprovada em 13/05/2015, DJe 18/05/2015.
2º ponto importante:
Vamos supor outra hipótese. Pedro ajuizou apenas contra José a ação de indenização cobrando
as despesas do conserto. José poderá fazer a denunciação da lide à seguradora?
SIM, nos termos do art. 70, III do CPC 1973 (art. 125, II, do CPC 2015).
Desse modo, a “Seguradora X” comparece em juízo aceitando a denunciação da lide feita pelo
réu, contestando o mérito do pedido do autor e assumindo, assim, a condição de litisconsorte
passiva.
É admitida a condenação direta da seguradora denunciada? Em outras palavras, a seguradora
denunciada pode ser condenada a pagar diretamente Pedro (autor da ação), isto é, sem que José
pague antes e depois o seguro faça apenas o ressarcimento?
SIM. O STJ possui entendimento pacífico de que, em ação de indenização, se o réu (segurado)
denunciar a lide à seguradora, esta poderá ser condenada, de forma direta e solidária, a
indenizar o autor da ação.
Em ação de reparação de danos movida em face do segurado, a Seguradora denunciada pode
ser condenada direta e solidariamente junto com este a pagar a indenização devida à vítima,
nos limites contratados na apólice.
STJ. 2ª Seção. EREsp 595.742-SC, Rel. originário Min. Massami Uyeda, Rel. para o acórdão Min.
Maria Isabel Gallotti, julgados em 14/12/2012 (Info 490).
REsp 925130/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/02/2012 (recurso repetitivo).
3º ponto importante:
Vamos agora imaginar uma última hipótese. Pedro poderá ajuizar a ação de indenização contra
José e a “Seguradora X”, em litisconsórcio passivo?
SIM. É possível o ajuizamento de ação de indenização por acidente de trânsito contra o segurado
apontado como causador do dano e contra a seguradora obrigada por contrato de seguro, desde
que os réus não tragam aos autos fatos que demonstrem a inexistência ou invalidade do
contrato de seguro (nem o causador do dano nem a seguradora negam a existência do seguro
ou questionam as cláusulas do contrato).
O STJ afirmou que esse ajuizamento contra ambos é possível porque não haverá nenhum
prejuízo para a seguradora, considerando que ela certamente seria convocada pelo segurado
para compor a lide, por meio de denunciação da lide.
3
STJ. 4ª Turma. REsp 710.463-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 9/4/2013 (Info 518).
ASSISTÊNCIA
A assistência exige interesse jurídico
O acionista de uma sociedade empresária, a qual, por sua vez, tenha ações de outra sociedade,
não pode ingressar em processo judicial na condição de assistente simples da última no caso em
que o interesse em intervir no feito esteja limitado aos reflexos econômicos de eventual
sucumbência da sociedade que se pretenda assistir.
STJ. Corte Especial. AgRg nos EREsp 1.262.401-BA, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
25/4/2013 (Info 521).
CPC 2015
O entendimento acima continua válido com o novo CPC, que trata sobre o tema no art. 119:
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado
em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Não cabe a denunciação da lide prevista no art. 70, III, do CPC 1973 quando necessária análise
de fato diverso
Não é admissível a denunciação da lide embasada no art. 70, III, do CPC 1973 (art. 125, II, do CPC
2015) quando introduzir fundamento novo à causa, estranho ao processo principal, apto a
provocar uma lide paralela, a exigir ampla dilação probatória, o que tumultuaria a lide originária,
indo de encontro aos princípios da celeridade e economia processuais, que essa modalidade de
intervenção de terceiros busca atender.
STJ. 4ª Turma. REsp 701.868-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 11/2/2014 (Info 535).
CPC 2015
CPC 1973 CPC 2015
Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: Art. 125. É admissível a denunciação da lide,
I — ao alienante, na ação em que terceiro promovida por qualquer das partes:
reivindica a coisa, /cujo domínio foi I — ao alienante imediato, no processo
transferido à parte, a fim de que esta possa relativo à coisa cujo domínio foi transferido
exercer o direito que da evicção lhe resulta; ao denunciante, a fim de que possa exercer
II — ao proprietário ou ao possuidor indireto os direitos que da evicção lhe resultam;
quando, por força de obrigação ou direito, II — àquele que estiver obrigado, por lei ou
em casos como o do usufrutuário, do credor pelo contrato, a indenizar, em ação
pignoratício, do locatário, o réu, citado em regressiva, o prejuízo de quem for vencido no
nome próprio, exerça a posse direta da coisa processo.
demandada; § 1º O direito regressivo será exercido por
III — àquele que estiver obrigado, pela lei ou ação autônoma quando a denunciação da
pelo contrato, a indenizar, em ação
4
regressiva, o prejuízo do que perder a lide for indeferida, deixar de ser promovida
demanda. ou não for permitida.
§ 2º Admite-se uma única denunciação
sucessiva, promovida pelo denunciado,
contra seu antecessor imediato na cadeia
dominial ou quem seja responsável por
indenizá-lo, não podendo o denunciado
sucessivo promover nova denunciação,
hipótese em que eventual direito de
regresso será exercido por ação autônoma.
Mesmo apresentada fora do prazo, a denunciação da lide feita pelo réu pode ser admitida se
o denunciado comparece apenas para contestar o pedido do autor
Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses em
que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.637.108-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017 (Info 606).
Importante lembrar que o NCPC não previu mais a figura da nomeação à autora como
intervenção de terceiros. Trata-se agora de alegação de ilegitimidade.
AMICUS CURIAE
O CPC 2015 passou a disciplinar expressamente a figura do amicus curiae, nos seguintes termos:
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema
objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de
ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do §
3º.
5
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os
poderes do amicus curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.
Causa que não tem potencial para gerar efeito multiplicador e envolve direitos individuais
Não estando o presente recurso submetido ao rito dos recursos repetitivos e nem se incluindo
na hipótese de multiplicidade de demandas similares a demonstrar a generalização da decisão,
não há previsão legal para a inclusão do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil na
condição de amicus curiae, notadamente porquanto em discussão direito individual ao
recebimento de verba advocatícia.
STJ. 4ª Turma. AgRg na PET no AREsp 151.885/PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
11/09/2012.
A intervenção do amicus curiae pode ocorrer não apenas em processos que tramitem em
Tribunais, mas também em feitos que estejam em 1ª instância.
6
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
DIREITO AMBIENTAL
A Política Nacional e o Sistema Nacional do Meio Ambiente
DIREITO ECONÔMICO
Constituição Econômica, Ordem Econômica e Política Econômica.
Súmula vinculante 49: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
É constitucional a lei que veda o simples nacional para empresas em débito com a fazenda
pública
O Simples Nacional é um regime unificado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos
aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte.
O art. 17, V da LC 123/2006 afirma que a microempresa ou empresa de pequeno porte que
possua débito com o INSS, ou com a Fazenda Pública (cuja exigibilidade não esteja suspensa),
não poderá recolher os tributos na forma do Simples.
Essa vedação é CONSTITUCIONAL e não viola o art. 170, IX, da CF/88.
STF. Plenário. RE 627543/RS, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/10/2013 (Info 726).
O art. 173 da CF está cuidando da hipótese em que o Estado esteja na condição de agente
empresarial, isto é, esteja explorando, diretamente, atividade econômica em concorrência com
a iniciativa privada.
Os parágrafos, então, do citado art. 173, aplicam-se com observância do comando constante do
caput. Se não houver concorrência – existindo monopólio, CF, art. 177 – não haverá aplicação
do disposto no § 1º do mencionado art. 173.
STF. 2ª Turma. RE 407.099, Rel. Min. Carlos Velloso, julgado em 22/6/2004.
7
As sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica em
sentido estrito estão sujeitas, nos termos do disposto no § 1º do art. 173 da Constituição do
Brasil, ao regime jurídico próprio das empresas privadas.
O § 1º do art. 173 da Constituição não se aplica às empresas públicas, sociedades de economia
mista e entidades (estatais) que prestam serviço público.
STF. Plenário. ADI 1.642, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 3/4/2008.
8
9