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LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

O Estado possui o poder de tributar, mas esse poder é limitado por


uma relação jurídica estabelecida em lei e regulada pela CF, onde são estatuídas
as principais limitações ao poder de tributar. As limitações constitucionais ao
poder de tributar presentes no art. 150, CF formam, portanto, de um rol não
exaustivo.

1. QUANTO ÀS GARANTIAS QUE SÃO CLÁUSULAS PÉTREAS


1.1 AS LIMITAÇÕES QUE CONSTITUEM GARANTIAS INDIVIDUAIS DO
CONSTRIBUINTE
Em relação às clausulas pétreas, é importante salientar que é possível
a realização de emendas que ampliem ou melhorem a proteção que a CF atribuiu
a tais dispositivos, o que não é possível é a supressão ou diminuição das
garantias (art. 60, §4º, CF). Assim, as emendas constitucionais que ampliarem
garantias individuais do contribuinte são válidas; já aquelas que diminuírem,
criarem exceções ou de qualquer forma enfraquecerem tais garantias são
inconstitucionais por tenderem a aboli-las.
1.2 AS LIMITAÇÕES QUE CONSTITUEM PROTEÇÃO A OUTRAS
CLÁUSULAS PÉTREAS
Quando se fala em limitações ao poder de tributar como cláusula
pétrea, deve-se tomar o cuidado de analisar o conteúdo de cada limitação,
verificando a possibilidade de enquadramento em uma das situações
pretrificadas pelo legislador constituinte originário (CF, art. 60, §4º). Dessa forma,
ao contrário do que muitos afirmam, a configuração de uma limitação
constitucional ao poder de tributar como garantia individual do contribuinte não
é a única situação que possui o condão de lhe atribuir o status de cláusula pétrea.

2. PRINCÍPIOS OU REGRAS?
A moderna doutrina considera que boa parte dos denominados
princípios constitucionais tributários, por não poderem ser ponderados quando
parecem conflitar com outros princípios, seriam na realidade regras, visto que
são disjuntivos, aplicando-se ou não a cada caso concreto, sem qualquer
ponderação. Todavia, continua sendo preponderante o entendimento de que as
limitações constitucionais ao poder de tributar são verdadeiros princípios
constitucionais tributários.

3. A RESERVA LEGAL TRIBUTÁRIA

Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

O tributo só pode ser criado por lei, seja ordinária, casos em que pode
ser usada a medida provisória, ou complementar (empréstimos compulsórios,
IGF e dos impostos ou contribuições residuais – conforme os arts. 148;153, VII;
154, I e 195, §4º, todos da CF).
3.1 DEMAIS MATÉRIAS SUJEITAS À RESERVA LEGAL
Em respeito ao princípio do paralelismo das formas (se um
determinado instituto jurídico foi criado por meio de uma regra de determinada
hierarquia, só pode ser alterada ou extinta por meio de ato normativo de
hierarquia igual ou superior), no ponto em que a CF exige lei para a instituição
ou majooração de tributo, também o faz, implicitamente, para a extinção e
redução.

Art. 97, CTN. Somente a lei pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos
artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal,
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado
o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

3.2 EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO

§ 2º, Art. 97, CTN: Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto
no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base
de cálculo.

Observe-se que a exceção diz respeito à atualização do valor


monetário da base de cálculo, e não ao aumento desta mesma base (este
reservado à lei).

No mesmo sentido, o STF estabeleceu que não se submete ao


princípio da reserva legal a fixação de prazo para recolhimento (RE
195.218/MG).

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Vale salientar que, conforme já decidido pelo STF, como a legislação
financeira encontra-se no âmbito da legislação concorrente, os entes federados
podem utilizar-se de índices locais para a correção monetária dos seus tributos.
Já o STJ tem entendido que a liberdade dos Municípios para estipular o índice
de correção monetária para o IPTU é relativa:

Súmula 160, STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto,


em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

Frise-se que a correção mediante decreto é plenamente possível,


inclusive no que diz respeito à fixação do prazo para pagamento, visto que não
é enumerado no art. 97, CTN acima.
Ainda, apesar de não existir exceções ao princípio da legalidade
quanto à criação de tributos, existem quando se trata se sua majoração. São
exceção ao princípio da legalidade quanto à majoração do tributo, e dentro dos
limites legais, as alíquotas: do II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustíveis (art. 177, §4º,
I, b, CF), e, mediante convênio, o ICMS-monofásico incidente sobre
combustíveis definidos em Lei Complementar (art. 155, §4º, IV, CF).
A CF prevê a competência do poder executivo para tanto, mas não
estipula qual ato normativo deve ser usado (a doutrina majoritária entente que
deve ser – e comumente o é - um Decreto Presidencial, mas a utilização de
qualquer outro ato normativo pelo Poder Executivo está dentro da legalidade). A
Exceção é o ICMS-monofásico, que deve ser alterado mediante convênio
(CONFAZ).
Em relação à CIDE-combustíveis, a liberdade é menor, visto que se
restringe à redução e ao restabelecimento (a palavra restabelecer tem amplitude
menos que “aumentar”, pois naquele a alíquota não pode superar o percentual
anterior a uma redução porventura realizada), sem a necessidade de obediência
à legalidade e à anterioridade.
Já no ICMS-monofásico, a palavra “restabelecidas” impede apenas
que o aumento acima do patamar anterior a uma redução realizada seja feito
sem a observância da anterioridade. Assim, a definição (inclusive redução e
aumento) de alíquotas pode ser feita sem obediência à legalidade.
3.3 LEGALIDADE E DELEGAÇÃO LEGISLATIVA
É possível a utilização de Lei Delegada (autorizada pelo Parlamento
por meio de Resolução ao Presidente da República – art. 68, CF) em matéria
tributária, todavia não é comumente usada pelo Executivo pelo fato de poder
fazê-lo por meio de Medida Provisória, que independe de autorização do
parlamento, desde que respeitados seus requisitos.
OBS: não é possível o Parlamento autorizar o Executivo a elaborar um decreto
ou regulamento disciplinando matéria ainda não regulada em lei, salvo nas
hipóteses do incido IV, art. 84. da CF/88. É possível tão somente que o
legislador atribua ao regulamento a incumbência de complementar
conceitos jurídicos que a lei deixou indeterminados.
3.4 LEGALIDADE E MEDIDA PROVISÓRIA

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O STF entender ser plenamente possível a utilização de Medida
Provisória em matéria tributária, desde que respeitados os seus requisitos de
relevância e urgência.
Ressalvados o II, IE, IPI e IOF:

Art. 62, CF. (...)


§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
daquele em que foi editada.

Em relação aos demais tributos, a anterioridade deve ser observada


tendo como referência a data da publicação da MP.

Há impedimento constitucional à utilização de MP em matéria


tributária cuja disciplina esteja reservada a Lei complementar (art. 62, §1º, III,
CF). A título de exemplo, vide art. 146, CF.

Por fim,

Art. 246, CF. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de


artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda,
inclusive.

Tais emendas são:


- nº 12/1996: outorgou a competência da União para a instituição da CPMF, hoje
extinta;
- nº 20/1998: trata das contribuições para financiamento da seguridade social;
- nº 21/1999: prorrogou a CPMF, hoje extinta;
- nº 29/2000: autorizou a progressividade do IPTU e a diferenciação das
alíquotas com base no uso e na localização do imóvel;
- nº 31/2000: instituiu o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.

4. PRINCÍPIO DA ISONOMIA

A concepção horizontal refere-se às pessoas que estão no mesmo


patamar, as quais devem ser tratas de maneira igual (art. 150, II, CF). A
concepção vertical refere-se às pessoas que estão em patamares distintos, as
quais devem ser tratas de maneira diferente, na medida de suas diferenças.

4.1 A ISONOMIA TRIBUTÁRIA – STF

4.1.1 A contribuição previdenciária dos servidores inativos –


inconstitucionalidade da discriminação de servidores de diferentes esferas

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A EC 41/2003 estipulou que a cobrança de contribuição previdenciária
dos servidores inativos e pensionistas da União seria sobre a remuneração que
excedesse 60% do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social, enquanto que para os Estados, DF e Municípios,
seria sobre o que excedesse 50%.

Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões.


Sujeição à incidência de contribuição previdenciária. Bases de cálculo
diferenciadas. Arbitrariedade. Tratamento discriminatório entre
servidores e pensionistas da União, de um lado, e servidores e
pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de outro.
Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária, que é
particularização do princípio fundamental da igualdade.

(STF, Pleno, ADI 3.105-DF, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 18.08.2004, Dl


18.02.2005)

4.1.2 Impossibilidade de discriminação com base na função ou ocupação


exercida

Art. 150, F. (...)


II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

Funcionário público não tem qualquer isenção em relação a tributo (AI


157.871-AgR).

4.1.3 Discriminação entre as empresas lucrativas e deficitárias - possibilidade

ACOFINS incide sobre a receita ou faturamento (CF, art. 195, I, b) e


é paga por todos os contribuintes. Já a CSLL incide sobre o lucro líquido e,
portanto, os contribuintes deficitários estão isentos do pagamento.

Ao majorar a alíquota da COFINS de 2% para 3%, a Lei 9.718/98


previu que o contribuinte sujeito a ambas as contribuições teria o direito de abater
até 1/3 da COFINS com a CSLL, quando obtivesse lucro no exercício.

Os contribuintes alegaram agressão à isonomia, pois beneficiava,


pois trava de maneira privilegiada as empresas lucrativas, em detrimento
daquelas que precisavam ser ajudadas. Entretanto, o STF entendeu que a
isonomia estava sendo respeitada, pois a lei apenas tentava atenuar a
bitributação das empresas lucrativas (RE 336.134-RS).

4.1.4 O Simples – Discriminação entre empresas com base na atividade


exercida

O Simples toma como parâmetro para inclusão do contribuinte a


receita bruta anual. Todavia, logo quando da sua instituição, mesmo que não
superados os limites estabelecidos, alguns contribuintes foram excluídos da
sistemática, a exemplo das sociedades constituídas pelos profissionais liberais,

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que ajuizou uma ADI alegando afronta ao princípio da isonomia, visto que
estavam sendo usados outros parâmetros que não a receita bruta anual.

O STF entendeu pelo respeito ao princípio:

ACÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. SISTEMA INTEGRADO DE


PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS
E EMPRESAS 4. Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei,
por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e
empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do
regime do SIMPLES aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado
de trabalho sem assistência do Estado. Ação direta de inconstitucionalidade
julgada improcedente.

(STF - ADI: 1643 UF, Relator: MAURÍCIO CORRÊA, Data de Julgamento:


05/12/2002, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 14-03-2003PP-00027
VOL-02102-01PP-00032)

Entretanto, com o advento da Lei Complementar 147/2014, a


diferenciação praticamente deixou de existir, não mais havendo óbice para que
a maioria das sociedades compostas por profissionais liberais opte pelo Simples
Nacional.

4.2 ISONOMIA E CAPACIDADE CONTRBUTIVA

Art. 145, CF. (...)


§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Ressalte-se que o STF entende possível a aplicação do princípio da


Capacidade Contributiva a todas as espécies tributárias.

“Quem ganha mais, paga mais” (justiça tributária). O maior


exemplo é a progressividade do IR.

Aplica-se indistintamente aos impostos pessoais. Os únicos


impostos reais que se aplica o princípio previstos na CF são o ITR (art. 153,
§4º, I, CF) e o ITPU (arts. 156, §1º, I e 182, §4º, II).

SÚMULA 656, STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas


progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI
com base no valor venal do imóvel.
SÚMULA 668, STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido,
antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU,
salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade
urbana.

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Entretanto, há que se ter em mente a existência de um julgado que
considerou constitucional a progressividade do ITCMD estabelecido nos
arts. 1º e 2º da Resolução 9/1992 do Senado:

Art. 1º A alíquota máxima do imposto de que trata a alínea a, inciso I, do art.


155 da Constituição Federal será de oito por cento, a partir de 1º de janeiro de
1992.
Art. 2º As alíquotas dos impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser
progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber,
nos termos da Constituição Federal.

Sendo assim, o STF abre possibilidade para uma futura abertura da


aplicabilidade do princípio da capacidade contributiva aos impostos reais.

Frise-se que as súmulas continuam vigentes, mas é incorreto afirmar


que a progressividade de alíquotas de impostos reais só se aplica quando houver
expressa previsão na CF.

Com relação à parte final do §1º, art. 145, CF, importante salientar
que, dentro da razoabilidade, deve haver uma ponderação entre a intimidade do
particular e o poder de tributar do Estado.

Destarte, o fisco pode requisitar diretamente das instituições


financeiras (sem necessidade de autorização judicial) informações protegidas
por sigilo bancário, desde que seja o único meio disponível para obter
informação indispensável à Administração (art. 6º, LC 105/01).

Entretanto, o art. 3º do Decreto 3.724/01 dispõe em que casos é


indispensável a quebra do sigilo bancário, limitando a discricionariedade da
Administração:

I - subavaliação de valores de operação, inclusive de comércio exterior, de


aquisição ou alienação de bens ou direitos, tendo por base os correspondentes
valores de mercado;
II - obtenção de empréstimos de pessoas jurídicas não financeiras ou de
pessoas físicas, quando o sujeito passivo deixar de comprovar o efetivo
recebimento dos recursos;
III - prática de qualquer operação com pessoa física ou jurídica residente
ou domiciliada em país com tributação favorecida ou beneficiária de regime
fiscal de que tratam os art. 24 e art. 24-A da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro
de 1996;
IV - omissão de rendimentos ou ganhos líquidos, decorrentes de
aplicações financeiras de renda fixa ou variável;
V - realização de gastos ou investimentos em valor superior à renda
disponível;
VI - remessa, a qualquer título, para o exterior, por intermédio de conta
de não residente, de valores incompatíveis com as disponibilidades
declaradas;
VII - previstas no art. 33 da Lei no 9.430, de 1996;
VIII - pessoa jurídica enquadrada, no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ), nas seguintes situações cadastrais:

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a) cancelada;
b) inapta, nos casos previstos no art. 81 da Lei no 9.430, de 1996;
IX - pessoa física sem inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
ou com inscrição cancelada;
X - negativa, pelo titular de direito da conta, da titularidade de fato ou da
responsabilidade pela movimentação financeira;
XI - presença de indício de que o titular de direito é interposta pessoa do
titular de fato; e
XII - intercâmbio de informações, com fundamento em tratados, acordos
ou convênios internacionais, para fins de arrecadação e fiscalização de
tributos.

As discussões acerca da inconstitucionalidade desses dispositivos


foram suplantadas com o julgamento improcedente das ADI’s 2390, 2386, 2397
e 2859, afirmando que a mal denominada “quebra de sigilo” consiste, na
realidade, numa “transferência d sigilo da órbita bancária para a fiscal”, ambas
protegidas do conhecimento de terceiros.

No âmbito Municipal, o STF exigiu que a requisição de dados


protegidos por sigilo bancário submeta-se a uma normativa semelhante àquela
existente na esfera Federal.

5. O PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA – segurança jurídica

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado; (IRRETROATIVIDADE)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou; (ANTERIORIDADE)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b
(ANTERIORIDADE NONAGESIMAL);

Sendo assim, a regra é a existência de um prazo mínimo de 90 dias


para a cobrança do tributo, que, mesmo assim, só pode ser cobrado no exercício
financeiro subsequente ao da sua instituição ou majoração.

5.1 IRRETROATIVIDADE

Art. 105, CTN. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos


geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência
tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.

O legislador, ao afirmar que “legislação tributária aplica-se


imediatamente aos fatos geradores futuros”, quis: a) impedir a tributação de fatos
que, no momento da sua ocorrência, não estavam sujeitos à incidência tributária;
b) garantir que a tributação já verificada é definitiva, não podendo ser objeto de
majoração por legislação posterior.

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Aqui, é importante distinguir os tributos entre periódicos (o fato
gerador se prolonga no tempo, sendo considerados ocorridos no momento
legalmente determinado, gerando, a cada período concluído, uma nova
obrigação tributária, a exemplo do IPVA que tem o fato gerador consumado no
dia 1º de janeiro) e instantâneos (o fato gerador ocorre num momento preciso,
gerando a cada ocorrência uma nova obrigação, a exemplo de II, cujo fato
gerador ocorre sempre que um produto entra no Brasil).

Os fatos geradores periódicos podem ser simples (tomem por base


um único evento que se prolonga no tempo – IPTU) e compostos ou complexivos
(tomem por base diversos eventos, tomados de maneira global em um período
de tempo – IR).

Aos fatos geradores periódicos é aplicada a legislação vigente no


momento se da consumação.

Sendo assim, existe uma discussão doutrinária acerca da


(im)possibilidade de existência de fatos geradores “pendentes”, pois, ou o fato
se completou e é passado ou não se completou e é futuro, não devendo haver
dúvida sobre a legislação a ser aplicada.

5.1.1 Irretroatividade e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Sabendo-se que aplica-se apenas a anterioridade nonagesimal à


CSLL, se uma lei que a majorou fosse publicada até o dia 02/10/2008 (faltando
90 dias para que se atinja o dia 31 de dezembro), poderia atingir os lucros
percebidos desde o início do exercício?

Considerando-se que o fato gerador do tributo só se verifica em 31/12


de cada exercício financeiro, a resposta seria positiva (independentemente de
ser considerado o fato gerador pendente ou futuro, conforme a teoria a que o
leitor se filiar, visto que o art. 105, CTN assim determina).

Embora a doutrina critique esse posicionamento, por se tratar de uma


manifesta retroatividade econômica, violando a segurança jurídica ao permitir a
majoração de carga tributária sobre lucro já auferido, o STF segue esse
posicionamento (vide AI-AgF-ED 333.209/PR).

5.1.2 Irretroatividade e IR

O IR está sujeito à anterioridade do exercício financeiro. Entretanto, o


STF editou uma súmula consagrando entendimento contrário e, mesmo diante
da pressão exercida pelos demais tribunais e pela doutrina, afirma que tal súmula
continua vigente (vide RE 183.130):

SÚMULA 584, STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do


ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser
apresentada a declaração.

No STJ há precedentes expressamente afirmando a inaplicabilidade


da Súmula 584, STF sob entendimento de que ela foi “construída à luz de
legislação anterior ao CTN” (REsp 179.966/RS).

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Nos concursos públicos tem-se adotado o entendimento do STJ
por ser mais favorável ao contribuinte. Entretanto, no caso de reprodução
literal da súmula, a alternativa torna-se correta.

Ainda, vale salientar que o princípio da irretroatividade não possui


exceção, mas é possível a existência de Leis com efeito retroativo, como as
expressamente interpretativas e as que versem sobre informações e sejam
melhores para os infratores (art. 106, CTN).

5.2 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO FINANCEIRO

Tal princípio não impede a imediata aplicação de leis que diminuam


ou não tenham nenhum impacto sobre a carga tributária afeta ao contribuinte.

Súmula Vinculante 50, STF: Norma legal que altera o prazo de recolhimento
de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

Resta evidente a ampla facilidade que possui o Estado para alterar o


prazo de pagamento dos tributos, pois, além de poder fazê-lo por ato infralegal,
não se submete nem à anterioridade do exercício financeiro nem à nonagesimal.

Da mesma forma, a mera atualização monetária do valor do tributo ou


da sua base de cálculo, por não significar majoração do mesmo, não se
submetem à anterioridade (vide RE-EgR 200.844,STF).

Por fim, o STF entende que não configura aumento de tributo a mera
redução ou extinção de desconto legalmente previsto, não sendo, portanto,
causa de incidência do princípio da anterioridade.

5.2.1 Exceções à anterioridade do exercício financeiro


-> Art. 150, §1º, CF: II, IE, IPI, IOF, visto que são extrafiscais e possibilitam ao
Estado a intervenção no domínio econômico (à exceção do IOF, que, segundo a
doutrina, possui caráter fiscal e está sujeito apenas à noventena);
-> Art. 150, §1º, CF: impostos extraordinários de guerra, empréstimos
compulsórios (de guerra e calamidade), devido à urgência na obtenção dos
recursos;
-> Art.195, §6º, CF: contribuições para financiamento da seguridade social (está
sujeito apenas à noventena);
-> Art. 155, §4º, CF: redução e restabelecimento das alíquotas do ICMS
monofásico sobre combustíveis ;
-> Art. 177, §4º, CF: redução e restabelecimento das alíquotas da CIDE-
combustíveis.

5.2.2 Anterioridade e revogação de benefícios fiscais

Sabendo-se que a revogação de isenção concedida acarreta


acréscimo no sacrifício financeiro do contribuinte, a melhor posição seria de que
se submete à anterioridade. É o que parece dizer o art. 104, III, CTN:

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Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre
o patrimônio ou a renda:
(...)
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira
mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.

Não há unanimidade sobre se o dispositivo se aplica à anterioridade,


visto que fala mais diretamente da vigência da lei. Caso se entenda que o art.
104, III consagra nova garantia diferente da anterioridade, deve-se aplicar
apenas ao patrimônio ou à renda.

O STF entende que a revogação de isenção, visto que se trata de


dispensa legal do pagamento de exação já existente, acarreta a imediata
exigibilidade do tributo, não se aplicando a anterioridade (RE 204.062).
Entretanto, recentemente o STF tem dado indícios de sua intenção em modificar
esse entendimento, quando, ao decidir sobre a revogação de uma lei concessiva
de redução de base de cálculo (tem a mesma consequência prática de uma
isenção), afirmou que “toda alteração do critério quantitativo do consequente da
regra matriz de incidência deveria ser entendida como majoração de tributo” e,
portanto, sujeita à anterioridade (RE 564.224 AgR-RS).

5.2.3 Anterioridade e medidas provisórias

Art. 62, CF. (...)


§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
daquele em que foi editada.

São possíveis a instituição ou majoração de tributo por meio de MP,


mas se se tratar de um imposto, incide o disposto no artigo acima.

5.3 NOVENTENA

A CF possui previsão específica do princípio em relação à seguridade


social:

Art. 195.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver
instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III,
"b".

Embora tal dispositivo fale em “modificação” do tributo, o STF


entende que tal artigo só é aplicável nos casos de instituição e majoração, não
havendo qualquer diferença em relação ao estabelecido no art.150, III, c, CF,
portanto.

Ademais, em homenagem ao princípio da não surpresa, anterioridade


(anual ou “do exercício”) e noventena (anterioridade nonagesimal) são regras
cumulativas. Sendo assim, lei que institua ou majore tributo, se publicada após

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03/10, a cobrança não pode mais ser feita a partir de 01/01 do ano subsequente,
mas tão somente quando forem completados os 90 dias; já se publicada no inicio
do ano, não pode ser cobrada após 90 dias, mas sim no dia 01/01do ano
subsequente.

5.3.1 Noventena e medidas provisórias

As medidas provisórias tem vigência de 60 dias prorrogáveis por mais


60, logo, na metade do prazo de prorrogação completa-se 90 dias e torna-se
possível a cobrança do tributo. Se a MP for convertida em lei sem alteração
substancial, a cobrança continua. Se a conversão se der com alteração
substancial, deve-se reiniciar a contagem da data da publicação da lei de
conversão. Caso a MP seja rejeitada ou perca a eficácia por decurso de prazo
(120 dias), o tributo deixa de ser cobrado. Neste caso, houve cobrança por 30
dias, cabendo ao Congresso Nacional definir por decreto legislativo se haverá
ou não devolução dos valores recolhidos (CF, art. 62, §3º). Caso o CN não edite
o decreto no prazo de 60 dias, as relações jurídicas geradas conservam-se
regidas pela MP e os valores não são devolvidos.

Ressalte-se, também, os apontamentos acerca das MP feitos no


tópico acima.

5.3.2 Exceção à Noventena

-> Art. 150, §1º, CF: II, IE, IOF;


-> Art. 150, §1º, CF: impostos extraordinários de guerra, empréstimos
compulsórios (de guerra e calamidade);
-> IR;
-> Bases de cálculo do IPTU e IPVA

Tributo instituído ou majorado por Lei publicada em 31/12 pode ser


cobrado no dia seguinte visto que respeitada a anterioridade do exercício; o que
não pode ocorrer é a cobrança no dia 01/01 fundada em MP que não foi
convertida em Lei até o dia 31/12 do ano anterior.

6. PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO (razoabilidade ou proporcionalidade)

Proibição ao confisco (punição pecuniária) (art. 3º, CTN)


x
Proibição à tributação com efeito confiscatório (incidência
exagerada, de forma que gere no contribuinte a sensação de verdadeira
punição) (art. 150, IV, CF)

-> em regra, ambas as terminologias são adotadas no princípio, a menos que a


questão fale expressamente da diferenciação.

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O conceito de efeito confiscatório é indeterminado, devendo ser
analisado no caso concreto quando o valor a ser cobrado ultrapassaria a
razoabilidade e proporcionalidade e passaria a ter efeito e sanção. Entretanto,
alguns parâmetros estão delineados na jurisprudência do STF:

A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade


da carga tributária, mediante verificação da capacidade de que dispõe o
contribuinte - considerado o montante de sua riqueza (renda e capital) - para
suportar e sofrer a incidência de todos os tributos que ele deverá pagar,
dentro de determinado período, à mesma pessoa política que os houver
instituído (a União Federal, no caso), condicionando-se , ainda, a aferição do
grau de insuportabilidade econômico-financeira, à observância , pelo
legislador, de padrões de razoabilidade destinados a neutralizar excessos
de ordem fiscal eventualmente praticados pelo Poder Público. Resulta
configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que
o efeito cumulativo - resultante das múltiplas incidências tributárias
estabelecidas pela mesma entidade estatal - afetar, substancialmente, de
maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte.

(STF, Pleno, ADC-MC 8/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 13.10.1999, Dj


04.04.2003, p. 38)

Assim, o tributo não deve ser analisado isoladamente, pois, ao ser


acrescido a outros tributos incidentes sobre a mesma riqueza e cobrados pelo
mesmo ente, pode adquirir efeito confiscatório.

6.1 PERSPECTIVAS DINÂMICA E ESTÁTICA DA TRIBUTAÇÃO DO


PATRIMÔNIO

ESTÁTICA DINÂMICA
Analisa-se apenas o patrimônio em si Leva-se em consideração as
mesmo. Ex.: IPTU, IPVA, ITR potenciais mutações que constituam
acréscimos patrimoniais. Ex.: aluguel
de um imóvel

Perceba-se que somente por ficção (imposição da lei) é possível


afirmar que a cada 1º de janeiro ocorre o fato gerador do IPTU. Assim, como o
fato é único e a riqueza tributada não é renovável, a tributação ano a ano
resultaria em confisco. Entretanto, a CF prevê essa possibilidade, razão pela
qual não só o aspecto estático deve ser levado em consideração para que se
configure o efeito confiscatório, vedado pela CF.

Para solucionar esse aparente conflito, parte da doutrina propõe que


se leve em consideração a riqueza que o bem é capaz de gerar, de modo que
tal rendimento também seja considerado para a análise do caráter confiscatório
do tributo (perspectiva dinâmica). Assim, para quem pensa dessa maneira,
poderia se afirmar que o tributo sobre o patrimônio, sob a perspectiva estática,
pode ser confiscatório, mas não sob a perspectiva dinâmica, visto que o
patrimônio gera renda.

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Frise-se que também há quem diga que o tributo sobre o patrimônio
pode ser confiscatório nas perspectivas estática e dinâmica, visto que se tratam
de riquezas não renováveis. Nos concursos, a tendência é analisar o princípio
do não confisco de acordo com a razoabilidade e a proporcionalidade abordado
acima, tese defendida pela jurisprudência brasileira.

6.2. PENA DE PERDIMENTO DE BENS E CONFISCO

Não há que se confundir a pena de perdimento de bens (art. 5º, XLVI,


b, CF) com tributo confiscatório, visto que o tributo não é sanção por ato ilícito
(art. 3º, CTN). A perda de bens é perfeitamente cabível em caso de cometimento
de ilícito tributário (vide AI-AgR 173.689/DF).

6.3 TAXAS E PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO

A verificação do caráter confiscatório da taxa é feita comparando-se


o custo da atividade estatal com o valor cobrado a título de taxa. Vejamos o
seguinte julgado do STF:

“(...) A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não


pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo
real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode
exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos
pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei . - Se o valor da
taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à
disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de
onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência
entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor
exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa
modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita
no art. 150, IV, da Constituição da República(...)”.

(STF - ADI-MC-QO: 2551 MG, Relator: CELSO DE MELLO, Data de


Julgamento: 02/04/2003, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 20-04-2006

6.4 MULTAS E PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO

O princípio do não confisco também de aplica às multas tributárias,


embora não previsto no art. 15, IV, CF, segundo jurisprudência do STF:

A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua conseqüência


jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o
patrimônio do contribuinte, em contrariedade ao mencionado dispositivo do
texto constitucional federal. Ação julgada procedente.

(STF - ADI: 551 RJ, Relator: ILMAR GALVÃO, Data de Julgamento:


24/10/2002, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 14-02-2003)

7. PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO

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Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

Exceções:

-> ICMS interestadual

-> Pedágio:
- Instituídos e cobrados pelo Poder Público em virtude de vias por ele
conservadas
Devido ao fato de somente ser devido quando houver uso da rodovia, o STF
entende pela natureza não tributária do pedágio, por falta de compulsoriedade,
tratando-se, na verdade, de preços públicos (natureza contratual). Nesse sentido
é que o STF reconheceu na ADI 800/RS que não se sujeitam ao princípio da
legalidade estrita, sendo possível a sua instituição por meio de norma infralegal.
A doutrina critica esse posicionamento, alegando que o pedágio seria uma taxa,
visto que estas são cobradas em razão de uma serviço prestado pelo Estado ao
contribuinte.
- Conservação e administração da via atribuída a particulares por concessão
(art. 26, Lei 10.233/01)
Aqui não há dúvidas que se trata do regime contratual de preço público (tarifa)
Em concursos: sempre considerar o pedágio como preço público
(tarifa), ressalvadas as questões que abordem modelos semelhantes ao
antigo “selo-pedágio”, em que o Poder Público cobre um valor que não
varie em função da quantidade de vezes que o contribuinte faça a via
pedagiada, quando deverá ser considerado um tributo da espécie taxa.

8. VEDAÇÕES ESPECÍFICAS À UNIÃO - A PROTEÇÃO AO PACTO


FEDERATIVO - CLÁUSULAS PÉTREAS

8.1 O PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO

Art. 151, CF. É vedado à União:


I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que
implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou
a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-
econômico entre as diferentes regiões do País;

Não pode a União, portanto, estipular alíquotas diferentes nos


Estados, salvo com a finalidade extrafiscal de diminuir as diferenças regionais,

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em consonância com o art.3º, CF. Esta prática não fere o princípio da isonomia,
visto que previsto no texto constitucional.

1. Incentivos fiscais concedidos de forma genérica, impessoal e com


fundamento em lei específica. Atendimento dos requisitos formais para sua
implementação. (...) 3. A concessão de isenção é ato discricionário, por meio
do qual o Poder Executivo, fundado em juízo de conveniência e oportunidade,
implementa suas políticas fiscais e econômicas e, portanto, a análise de seu
mérito escapa ao controle do Poder Judiciário. Precedentes: RE 149.659 e AI
138.344-AgR. 4. Não é possível ao Poder Judiciário estender isenção a
contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia (RE 159.026). 5.
Recurso extraordinário não conhecido.

(STF - RE: 344331 PR, Relator: ELLEN GRACIE, Data de Julgamento:


11/02/2003, Primeira Turma, Data de Publicação: DJ 14-03-2003)

8.2 VEDAÇÃO À UTILIZAÇÃO DO IR COMO INSTRUMENTO DE


CONCORRÊNCIA DELERAL – PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA
TRIBUTAÇÃO DA RENDA

Art. 151, CF. É vedado à União:


(...)
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos
respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes;

A restrição, aplicável exclusivamente ao IR, visa evitar que a União


tribute os rendimentos gerados pelos títulos estaduais e municipais de maneira
mais gravosa que aqueles gerados pelos seus próprios títulos, ou seja, é o meio
de evitar que a União concorra deslealmente no mercado de títulos da dívida
pública.

Ainda, tal restrição visa evitar que a União tribute os rendimentos dos
servidores públicos estaduais e municipais de maneira mais gravosa que aquela
estipulada para os servidores públicos federais (princípio da isonomia).

8.3 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃOÀS ISENÇÕES HETERÔNOMAS


(HETEROTÓPICAS)

Art. 151, CF. É vedado à União:


(...)
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.

OBS.: Autônomas: a pessoa jurídica competente para instituição do tributo


também é a legitimada para cobrar X Heterônoma: a pessoa jurídica competente
para instituição do tributo é diferente da legitimada para cobrar

OBS.: Também de aplica às taxas, inclusive às custas judiciais. Ocorre que


existem leis federais isentando custas judiciais de processos que tramitam na
justiça estadual. O STF ainda não se pronunciou a respeito. No STJ, embora não

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seja diretamente sobre a matéria, existe súmula que parece sugerir a
impossibilidade de a União isentar custas judiciais de processos que tramitam
na justiça estadual:

Súmula 178/STJ: O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e


emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça
Estadual.

8.3.1 Exceções

Art. 155, CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre:
(...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(...)
X - não incidirá:
a)sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores;
(...)
XII - cabe à lei complementar:
(...)
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior,
serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a";

Permite à União, por meio de Lei complementar, conceder isenção


heterônoma do ICMS incidente sobre as operações de exportação.

OBS.: a imunidade ao ICMS atribuída às exportações prevista no art. 155, §2º,


X, a, CF abarca a norma do §2º, XII, e, CF, tornando-a inócua. Entretanto, esta
norma não foi revogada, razão pela qual ainda pode ser cobrada.

Art. 156, CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


(...)
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos
em lei complementar.
(...)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo,
cabe à lei complementar:
(...)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.

Permite à União, por meio de Lei complementar, conceder isenção


heterônoma do ISS de competência dos municípios nas exportações de
serviços.

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8.3.2 Isenção decorrente de tratado internacional

O STF (vide ADI 1600) entende possível a concessão de isenção a


tributos estaduais e municipais por meio de tratado internacional, mesmo
diante do fato de tais tratados serem celebrados em âmbito federal (União), visto
porque os tratados internacionais são celebrados em nome da soberania
nacional.

Entretanto, mesmo diante das severas críticas doutrinárias, o STF


não enquadra no conceito de isenção heterônoma.

(...) NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO HETERÔNOMA. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. (...) 3. No direito internacional
apenas a República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados
(art. 52, § 2º, da Constituição da República), dela não dispondo a União, os
Estados-membros ou os Municípios. O Presidente da República não
subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado,
o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada
pelo art. 151, inc. III, da Constituição. 4. Recurso extraordinário conhecido e
provido.

(STF - RE: 229096 RS, Relator: ILMAR GALVÃO, Data de Julgamento:


16/08/2007, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-065 DIVULG 10-04-
2008 PUBLIC 11-04-2008)

RESUMINDO: Isenções em regra são autônomas. Exceções: ICMS-exportações


e ISS-exportações. As concedidas em tratados internacionais, apesar de válidas
não são enquadradas como heterônomas pelo STF.

OBS.: As imunidades são sempre heterônomas, visto que têm sede


constitucional, não decorrendo do ente com competência para criação do tributo.

9. PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO DOS BENS E SERVIÇOS


BASEADA EM PROCEDÊNCIA OU DESTINO – PROTEÇÃO AO PACTO
FEDERATIVO

Art. 152, CF. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza,
em razão de sua procedência ou destino.

Tal proibição tem limitação ao âmbito interno do país.

Entretanto, não pode o Estado estatuir alíquota mais elevada de IPVA


para veículos importados (é a chamada cláusula do tratamento nacional, que
prevê a equivalência de tratamento entre o produto importado no território
nacional e o produto similar nacional).

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10. EXIGÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS
FISCAIS

Art. 150, CF. (...)


§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.

Os benefícios fiscais ora extinguem (remissão), ora excluem (isenção,


anistia), ora diminuem (redução de base de cálculo, concessão de crédito
presumido) o crédito tributário.

Cumpre a exigência a edição de Lei Delegada por parte do Presidente


da República, desde que autorizado pelo parlamento (art. 68, CF) - aplicável por
simetria aos demais entes federados.

Tal lei poderá ser ordinária, salvo nos casos em que o tributo a ser
isentado só puder ser criado mediante Lei Complementar, e deverá ser
específica (regular apenas benefícios fiscais ou o correspondente tributo ou
contribuição).

Entretanto, não se deve dar ao §6º uma interpretação tão restritiva:

Na verdade, o mencionado dispositivo constitucional não impede que uma lei


que contemple, v.g., um programa de financiamento agropecuário ou de
incremento à construção de casas populares contemple a atividade com
determinado incentivo fiscal. O benefício fiscal, aí, acha-se inter-relacionado
com objetivo da lei, encontrando-se, portanto, atendido o requisito da
especificidade. O que, a todas as luzes, teve por escopo a emenda
constitucional em tela foi coibir velho hábito que induzia nosso legislador a
enxertar benefícios tributários casuísticos no texto de leis, notadamente as
orçamentárias, no curso do respectivo processo de elaboração, fenômeno
que, no presente caso, não se verifica.”

(STF, Tribunal Pleno, ADI-MC 1.379/AL, Rel. Min. Maurício Corrêa, j.


24.04.1996, DJ 22.08.1997, p. 38.759)

Destarte, a jurisprudência do STF consagrou que o exigível é que


exista pertinência temática entre o conteúdo da lei e a concessão do
benefício fiscal:

1.Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra o art. 13, § 3º da LC


123/2006, que isentou as microempresas e empresas de pequeno porte
optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte –
Simples Nacional (“Supersimples”). 2. Rejeitada a alegação de violação da
reserva de lei específica para dispor sobre isenção (art. 150, § 6º da
Constituição), uma vez que há pertinência temática entre o benefício fiscal e a
instituição de regime diferenciado de tributação. Ademais, ficou comprovado

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que o Congresso Nacional não ignorou a existência da norma de isenção
durante o processo legislativo. (...)
3.1. O fomento da micro e da pequena empresa foi elevado à condição de
princípio constitucional, de modo a orientar todos os entes federados a conferir
tratamento favorecido aos empreendedores que contam com menos recursos
para fazer frente à concorrência. Por tal motivo, a literalidade da complexa
legislação tributária deve ceder à interpretação mais adequada e harmônica
com a finalidade de assegurar equivalência de condições para as empresas
de menor porte. (...)
(STF, Tribunal Pleno, ADI 4.033/DF)

Ademais, não pode o Poder Judiciário, invocando o principio da


isonomia, substituir a discricionariedade do legislador e estender a outras
pessoas benefícios fiscais que a lei só destinou a determinados contribuintes
(vide AI-AgR 142.348/MG).

Por fim, o final do dispositivo (sem prejuízo do disposto no art. 155, §


2.º, XII, g.) traz uma restrição maior à concessão de benefícios fiscais ao ICMS,
visando evitar ou ao menos mitigar a guerra fiscal (competição) entre os
Estados (entes competentes para a instituição do ICMS).

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(...)
XII - cabe à lei complementar:
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados.

A matéria está regulamentada na LC 24/1975, segundo a qual a


concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS dependerá sempre de decisão
unânime dos estados representados e a sua revogação total ou parcial
dependerá de aprovação de 4/5, pelo menos, dos representantes presentes.

Após a “deliberação conjunta”, no âmbito do Conselho Nacional de


Política Fazendária (CONFAZ) - órgão do Ministério da Fazenda -, será firmado
convênio entre todos os Estados. Essa é a única exceção segundo a qual os
benefícios fiscais só podem ser concedidos por lei:

Nos termos do art. 176 do CTN, a isenção tributária somente pode ser
concedida mediante lei específica, com exceção do ICMS, que se dá mediante
convênio firmado entre todos os Estados (art. 150, § 6º c/c 155, § 2º, XII, g,
daCF/88). 2. Ilegalidade da concessão de isenção de tributos municipais por
resolução legislativa. 3. Recurso especial provido.

(STJ, REsp 723.575-MG)

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Frise-se que o fato de um Estado desrespeitar as diretrizes legais
acima dispostas, não justifica a ação também ilegal de outro Estado no intuito de
salvaguardar a sua economia em razão daquele primeiro ato ilegal. Isto configura
a guerra fiscal.

Entretanto, o STF, na ADI 3.421, entendeu desnecessária a


formalização de convênio autorizativo para concessão de benefício de
ICMS quando o benefício não tenha aptidão para deflagrar guerra fiscal ou
para gerar risco ao pacto federativo. Isto porque o objeto da ADI era a
concessão de isenção do ICMS das contas de água, luz, telefone e gás utilizados
por templos religiosos:

ICMS - SERVIÇOS PÚBLICOS ESTADUAIS PRÓPRIOS, DELEGADOS,


TERCEIRIZADOS OU PRIVATIZADOS DE ÁGUA, LUZ, TELEFONE E GÁS -
IGREJAS E TEMPLOS DE QUALQUER CRENÇA - CONTAS -
AFASTAMENTO - "GUERRA FISCAL" - AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO.
Longe fica de exigir consenso dos Estados a outorga de benefício a igrejas e
templos de qualquer crença para excluir o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços nas contas de serviços públicos de água, luz, telefone
e gás.

11. IMUNIDADES

11.1 DIFERENCIAÇÃO DE INSTITUTOS ASSEMELHADOS

a) A não incidência (abrange as imunidades): ocorre quando um fato não é


alcançado pela regra da tributação:
-> o ente tributante, podendo fazê-lo, deixa de definir determinada situação como
hipótese de incidência tributária;
-> o ente tributante não dispõe de competência para definir determinada situação
como hipótese de incidência do tributo;
-> a própria CF delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir
determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos – Imunidades.

As duas primeiras situações tratam-se de não incidência pura e


simples (tout court), enquanto na última tem-se uma não incidência
constitucionalmente qualificada (imunidade).

b) A Isenção: consiste na dispensa legal do pagamento do tributo pelo


próprio ente competente para instituí-lo.

c) Alíquota zero: o ente tributante é competente para instituir a exação e o


fato gerador ocorre, mas a “obrigação tributária” dele decorrente , por uma
questão de cálculo, é nula (ocorre geralmente com os impostos regulatórios,
quando, visando incentivar determinada atividade, o Poder Executivo, diminui a
alíquota do IE, por exemplo, a zero, desde que tal percentual esteja previsto em
lei).

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11.2 IMUNIDADES E ISENÇÕES

As imunidades são limitações constitucionais ao poder de tributar


consistentes na delimitação da competência tributária constitucionalmente
conferida aos entes políticos.

Já as isenções atuam no campo do exercício da competência, visto


que o próprio ente opta por não constituir a obrigação tributária de determinado
fato gerador.

Frise-se que toda limitação à competência tributária presente na CF é


uma imunidade, independentemente de como esteja a sua redação; tome-se
como exemplo o dispositivo abaixo:

Art. 195, CF. (...)


§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas
em lei.

Embora em sua redação conste a palavra “isentas” e determine a


feitura de uma lei, trata-se de uma imunidade, visto que prevista na Constituição
Federal (vide RMS 22.192/DF).

11.3 CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS DAS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

CLASSIFICAÇÃO ESPÉCIES DEFINIÇÃO EXEMPLOS


Art. 150, VI, a,
Subjetivas Leva em CF: imuniza o
consideração as patrimônio,
pessoas renda ou
beneficiadas serviços dos
QUANTO AO entes políticos
PARÂMETRO PARA Art. 150, VI, d,
CONCESSÃO Objetivas Leva em CF: imuniza
consideração os livros,
OBS 1 objetos cuja periódicos e
tributação é papel
impedida destinado à sua
impressão
Art. 153,§4º, II,
CF: imuniza o
Mistas Leva em ITR das
consideração os pequenas
dois aspectos glebas rurais
acima quando o
proprietário não
possui outro
imóvel
Existiriam Art. 150,VI, c,
Ontológicas mesmo sem CF: Imuniza as

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previsão
instituições de
expressa na CF
educação e
QUANTO À ORIGEM (visam garantir a
assistência
isonomia e o
social sem fins
respeito à
lucrativos;
Art. 150,VI, a,
capacidade
contributiva e ao
CF: imunidade
pacto federativo)
recíproca
Imunidade dos
templos de
Políticas Opção do qualquer culto e
legislador dos livros,
constituinte jornais,
periódicos e do
papel destinado
à sua
impressão;
Gerais ou Imuniza diversos
genéricas tributos de todos Art. 150,VI, CF
QUANTO AO os entes
ALCANCE tributantes
Imunidade ao IPI
Específicas ou Imuniza e ICMS nas
tópicas determinado exportações
tributo de (respectivament
determinada e arts. 153,§3º,
pessoa política III e 155, §2º, X,
a, ambos da CF)
As imunidades
Explícitas Presentes na CF políticas e
QUANTO À FORMA (regra) algumas
DE PREVISÃO ontológicas
OBS 2 Decorrem dos Algumas
Implícitas princípios imunidades
constitucionais ontológicas
(exceção)
A norma
Incondicionada constitucional Art. 150, VI, a e
s independe de b, CF:
regulamentação Imunidade
QUANTO À (possui eficácia recíproca e
NECESSIDADE DE plena e cultural
REGULAMENTAÇÃ aplicabilidade
O imediata)
A norma Imunidades das
Condicionadas constitucional instituições de
depende de educação e
regulamentação assistência
infraconstituciona social sem fins
l para ser lucrativos

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aplicada (possui
eficácia limitada)

OBS 1: a imunidade subjetiva não exime as pessoas por ela protegidas do


dever de pagar tributo na condição de responsáveis (quando um indivíduo que
não praticou o fato gerador do tributo é obrigado por lei a pagá-lo - arts. 121,
parágrafo único e seus incisos, e 128, ambos do CTN). Ex.: um ente imune ao
IR que faz pagamento tributável a pessoa física deve efetuar a retenção na fonte
e o respectivo recolhimento, nos termos legais. Nestes casos, o momento para
a aferição da incidência da imunidade é a o momento da ocorrência do fato
gerador. Tomando por exemplo o IPTU: se em 01/01/2016 ele pertence a pessoa
que não goza de imunidade, o tributo é devido mesmo que em 01/03/2016 ele
venha a pertencer a pessoa beneficiada por uma imunidade, quando esta é que
será a responsável pelo seu pagamento; a recíproca também é verdadeira.

OBS 2: No direito brasileiro não existe um exemplo de imunidade implícita


reconhecido judicialmente, o que não impede que a construção doutrinária e
jurisprudencial ateste em casos concretos imunidades implícitas.

11.4 AS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS EM ESPÉCIE

As imunidades podem recair sobre qualquer espécie tributária.


Entretanto, as mais importantes são as previstas no art. 150, VI, CF, que se
referem especificamente aos impostos motivo pelo qual passaremos a analisar
uma a uma.

11.4.1 A imunidade tributária recíproca

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
(...)
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao
patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou
em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário,
nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel.

Trata-se de cláusula pétrea (ADI 939) somente aplicável aos impostos


(um Município pode cobrar taxas pela coleta domiciliar de repartições públicas
federais, por exemplo).

O STF entende que a imunidade tributária recíproca extensiva se


aplica também às empresas públicas e às sociedades de economia mista

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prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do
Estado, desde que a participação do capital privado seja ínfima (a jurisprudência
tem entendido que a prevalência do capital público tem que ser acima de 99,5
%) e não tenha como finalidade primordial o lucro (Re 407.099/RS e AC 1.550-
2).

I. - As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das


que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e
exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade
tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a. II. - R.E. conhecido em parte e, nessa
parte, provido.
(STF - RE: 407099 RS, Relator: CARLOS VELLOSO, Data de Julgamento:
22/06/2004, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 06-08-2004)

Em suma, o STF afirmou que, sem prejuízo da necessidade de


cumprimento de outros requisitos constitucionais, a aplicabilidade da
imunidade deve observar os seguintes requisitos:

a) restringir-se à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos


objetivos institucionais imanentes do ente federado;
b) não beneficiar atividades de exploração econômica, destinadas
primordialmente a aumentar o patrimônio doestado ou de particulares;
c) não deve ter como efeito colateral a quebra de princípios da livre
concorrência e do exercício da atividade profissional ou econômica lícita.

2 . A prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia


mista corresponde à própria atuação do Estado, desde que a empresa estatal
não tenha por finalidade a obtenção de lucro. 3. As sociedades de economia
mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja
majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea
“a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. 3. Recurso extraordinário
a que se dá provimento, com repercussão geral.
(STF - RE: 580264 RS, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data de
Julgamento: 16/12/2010, Tribunal Pleno, Data de Publicação:
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO)

OBS:
-> os valores investidos pelos entes federados, bem como a renda auferida estão
imunes ao IOF e ao IR (STF, AI AgR/RS 174.808);
-> bens que integram patrimônio de ente federado são imunes, mesmo que
estejam ocupados pela empresa delegatária de serviços públicos (STF, RE/SP
253.394);
-> a empresa privada que presta serviços de iluminação pública e é remunerada
pelo Município não é beneficiada pela imunidade, visto que paga ICMS à
Fazenda Estadual e o inclui no preço do serviço disponibilizado. A imunidade
tributária pressupõe a instituição de imposto incidente sobre serviço, patrimônio
ou renda do próprio Município (STF, AC-MC 457/MG);

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-> o serviço notarial e de registro é uma atividade estatal delegada, mas, por ser
fornecido em caráter privado, não é imune à incidência do ISS (STF, ADI 3.89).

Art. 173, CF. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração


direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.
(...)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

O dispositivo destacado acima, seguindo a jurisprudência dominante,


se aplica às entidades que tenham como principal finalidade a aferição de lucro
e detenham capital público minoritário. Destarte, não é razoável que o Estado
possa explorar atividade econômica, com o objetivo principal de gerar lucro, e
gozar das prerrogativas de direito público.

Entretanto, recentemente o STF proferiu uma decisão que gerou


controvérsia no que diz respeito às atividades exercidas pelos correios que
extrapolam as suas finalidades essenciais ou as delas decorrentes (prática
vedada pelo §2º cima colacionado).

Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca.


Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de
tratamento normativo, entre empresas públicas prestadoras de serviço público
e empresas públicas exploradoras de atividade. Precedentes. 4. Exercício
simultâneo de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com
a iniciativa privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no serviço
postal. Incidência da imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição
Federal. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido.
(STF - RE: 601392 PR, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data de
Julgamento: 28/02/2013, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 04-06-2013 PUBLIC 05-06-2013)

A Suprema corte entendeu que, devido a “peculiaridades”


existentes no serviço postal (vide o inteiro teor do RE 601.392/PR), é
“irrelevante o exercício de atividades em regime de exclusividade e em
concorrência em a iniciativa privada”. Entretanto, caso em um concurso
apareça esta afirmativa de maneira descontextualizada, aconselha-se
considera-la como verdadeira, visto que retirada ipsis litteris do julgado.

Ainda, a parte final do §3º estabelece que a regra imunizante não


“exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente
ao bem imóvel” pertencente a entidade pública que goza de imunidade, caso
tenha assumido o encargo por meio de contrato.

SÚMULA 583, STF: Promitente-Comprador de imóvel residencial transcrito


em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.

Por fim, com a incorporação dos textos das Convenções de Viena ao


direito brasileiro, restou assegurado aos Estados estrangeiros a “imunidade” a

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impostos e taxas no Brasil, ressalvadas aquelas decorrentes de prestação de
serviços industrializados e específicos. Na verdade se trata de uma isenção,
visto que, no ponto que versam sobre matéria tributária, são incorporadas ao
direito interno com hierarquia meramente legal (tratados internacionais somente
têm status constitucional se versarem sobre direitos humanos). Frise-se que é
legítima a concessão de isenção de tributos estaduais e municipais por meio de
tratado internacional.

Ademais, apesar de ser possível a cobrança de taxas de serviço dos


Estados estrangeiros, o fato de eles também gozarem de imunidade de
jurisdição, impede que sejam executados caso não paguem espontaneamente
os valores devidos. A imunidade pode ser expressamente renunciada pelo
Estado estrangeiro, que deve ser consultado sobre a questão; caso não abra
mão da prerrogativa, ficam os entes tributantes desprovidos de qualquer
mecanismo judicial para a cobrança coativa do tributo (RE 138/RJ).

11.4.2 A imunidade tributária religiosa

Art. 5º (...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias;
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
b) templos de qualquer culto;
(...)
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

Ambos os artigos são cláusulas pétreas e serrão abrangidas pela


imunidade também as dependências contíguas ao templo, desde que não
empregadas para fins lucrativos.

Recurso extraordinário. 2. Imunidade tributária de templos de qualquer culto.


Vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços
relacionados com as finalidades essenciais das entidades. Artigo 150, VI, b e
§ 4º, da Constituição. 3. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua
propriedade que se encontram alugados. 4. A imunidade prevista no art.
150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto,
mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços "relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas". 5. O § 4º do
dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c
do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação entre as
hipóteses das alíneas referidas. 6. Recurso extraordinário provido
(STF - RE: 325822 SP, Relator: ILMAR GALVÃO, Data de Julgamento:
18/12/2002, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 14-05-2004)

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Frise-se que se um imóvel pertencente a ente imune é alugado, não
deixa de estar vinculado às finalidades essenciais do ente, não perdendo a
imunidade. Exige-se apenas que os rendimentos obtidos com o aluguel do
imóvel sejam revertidos para as finalidades essenciais da instituição para que
haja a imunidade ao IPTU/ITR e ao IR.

Ainda, são abrangidos pela imunidade aos cemitérios que funcionem


como extensão das entidades religiosas, não possuam fins lucrativos e se
dediquem exclusivamente à realização de serviços religiosos e funerários. Não
se aplica a imunidade religiosa aos cemitérios instituídos por particulares com
manifesta finalidade lucrativa (vide RE 478.562).

11.4.3 A imunidade tributária dos partidos políticos, sindicatos de


trabalhadores e entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos

Art. 150 (...)


c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos
da lei;
(...)
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

OBS.: A imunidade conferida aos partidos políticos abrange as fundações por


ele mantidas.

Trata-se de uma norma de eficácia limitada, de modo que a


regulamentação por meio de Lei Complementar (art. 146, II, CF; ADI-MC
1.802/DF) torna possível a imunidade prevista na CF. Atualmente o art.14, CTN
é que faz as vezes de regulamentar as imunidades:

Art. 14. (...)


I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a
qualquer título;
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos
seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos
de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º,
a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.

Entente o STF que milita em favor da entidade imune a presunção de


que seu patrimônio, renda e serviços encontram-se vinculados às suas
finalidades essenciais. Assim, deve a autoridade competente constituir prova
para afastar a presunção (no âmbito federal, regulado pelo art. 32 da Lei 9.430)
e, consequentemente, a imunidade.

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Não se pode confundir ausência de fim lucrativo com proibição de
obtenção de superávit financeiro. O que não pode ocorrer é a distribuição de
excedentes entre os sócios, diretores, gerentes, ou quaisquer pessoas.

O STF reconhece a imunidade de escolas profissionalizantes


mantidas pelos serviços sociais autônomos, como o SENAC e o SENAI (RE
235.737).

Aqui vale o mesmo entendimento mencionado acima: o fato de a


entidade utilizar seu patrimônio com atividade que gere renda não desnatura a
imunidade, desde que os rendimentos obtidos sejam revertidos para as
finalidades essenciais da instituição. Como exemplo temos os rendimentos
obtidos por meio de imóvel alugado a particular (RE 390.451-AgR) e com a
exploração do serviço de estacionamento (RE 144.900) em imóvel pertencente
a ente imune. Nos dois casos há a imunidade ao IPTU/ITR e ao IR.

Súmula 724, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao


IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150,
VI, "c", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tais entidades.
Súmula Vinculante 52, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece
imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo
art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.

Para saber as atividades para as quais tais entidades foram


constituídas, basta consultar seus estatutos. Entretanto, o STF procura fazer
uma interpretação extensiva das atividades descritas nesses documentos,
de modo a conferir maior proteção às entidades. Como exemplos: RE
236.174, que considerou que a utilização de imóvel pertencente a entidade
filantrópica para fins de lazer e recreação dos funcionários da instituição não
configura desvio de finalidade; RE345.830, que aplicou a imunidade nos casos
de manutenção por entidade beneficente de uma livraria em imóvel de sua
propriedade; AI 155.822-AgR, considerou a venda de ingressos pelo SESC
abrangida pela imunidade.

Importante salientar o julgado RE 186.175-Edv-ED e 202.987/SP, o


qual estipulou que a venda de bens de entidade imune não se sujeita ao ICMS,
visto que ocupa o lugar de contribuinte de direito. Destarte, sendo o ICMS um
importo indireto, quando o ente imune compra um produto, torna-se contribuinte
indireto, na condição de responsável tributário, devendo recolher o tributo.

O STF entende que a imunidade só abrange as entidades de


assistência social, e não as previdenciárias. Entretanto, nada impede que
uma entidade fechada de previdência privada seja considerada assistencial.
Destarte, quando as contribuições são vertidas pelo patrocinador (empregador)
e pelo beneficiário (empregado), não há que se falar em imunidade; mas quando
apenas o patrocinador verte contribuições, a entidade tem caráter
assistencial e é abrangida pela imunidade (vide Re 259.756/RJ).

SÚMULA 730, STF: A imunidade tributária conferida a instituições de

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assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição,
somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não
houver contribuição dos beneficiários

Art. 202, CF. (...)


§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades
públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.

A situação do dispositivo acima não é abrangida pela imunidade, pois


o patrocinador não pode contribuir mais que o beneficiário.

11.4.4 A imunidade tributária cultural

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

OBS.: abrange também os artigos culturais estrangeiros

Cola, tinta, linha, etc. destinados à produção não são imunes, apenas
o papel e os materiais e ele assimilados, como papel fotográfico, inclusive para
fotocomposição por laser, filme fotográfico, papel para de telefoto (RE
273.308/SP), filmes destinados à produção de capas de livros (RE
392.221/SP),etc.

SÚMULA 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição


Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de
jornais e periódicos.

Recentemente o STF entendeu no RE 202.149/RS que a imunidade


abrange peças sobressalentes para equipamentos de preparo e acabamento de
chapas de impressão offset para jornais. É uma inovação, não há dúvidas, mas
em concursos o aluno deverá seguir o entendimento que a imunidade só se
aplica a papel e seus similares.

Das imunidades previstas no art. 150 esta é única puramente objetiva.


Frise-se que não recai qualquer imposto cobre o livro (ICMS, IPI, II, etc.), mas o
sujeito da livraria não é imune, estando sujeito ao IR, assim como o IPTU relativo
ao imóvel é devido (vide RE-ED 206.774/RS).

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, D DA CF/88.


"ÁLBUM DE FIGURINHAS". ADMISSIBILIDADE. 1. A imunidade tributária
sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por
escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual,
artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da

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população à cultura, à informação e à educação. 2. O Constituinte, ao
instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou
didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural
de uma publicação. 3. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em
tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão
importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo
acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação
destinada ao público infanto-juvenil. 4. Recurso extraordinário conhecido e
provido.
(STF - RE: 221239 SP, Relator: ELLEN GRACIE, Data de Julgamento:
25/05/2004, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 06-08-2004)

As apostilas também são abrangidas pela imunidade (RE


183.403/SP). Já os encartes com exclusiva finalidade comercial, mesmo que
inseridos dentro de um jornal, não são abrangidos pela imunidade (RE
213.094/ES), mas a presença de propaganda no corpo da própria publicação
imunizada, sendo sela inseparável, não desnatura sua imunidade (RE
199.183/SP).

Atualmente, embora forte crítica da doutrina, o entendimento do STF


é de que a imunidade cultural não é aplicável às publicações em meios
eletrônicos, magnéticos ou ópticos (vide RE 416.579/RJ e 285.870/SP).

11.5 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DA MÚSICA NACIONAL

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser.

É uma imunidade mista, pois, para imunizar determinadas coisas,


exige-se certas características das pessoas a elas vinculadas.

-> Fonogramas (arquivo contendo música) e videofonogramas (arquivo contendo


música e vídeo): art. 5º, IX, Lei 9.610/98; não se leva em consideração para essa
classificação a sai apresentação em suporte material (CD, DVD, etc.);

-> Produzidos nos Brasil: estão excluídos do benefício músicas de origem


estrangeira;

-> Contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras


em geral interpretadas por artistas brasileiros: o compositor ou intérprete tem
que ser brasileiro ( musica estrangeira cantada por interprete brasileiro e música
brasileira cantada por intérprete estrangeiro);

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-> Bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham: todos
os suportes materiais e arquivos digitais são abrangidos pela imunidade,
diferentemente do tópico anterior;

-> Salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser: não são
abrangidos pela ressalva a distribuição das mídias digitais e o vinil, que
continuam beneficiados pela imunidade.

11.5.1 Tributos abrangidos

Imunidade apenas para impostos relativos aos fonogramas e


videogramas!

Assim, as contribuições (como o PIS, COFINS, CSLL, etc.), o IR e o


ISS (AgRg no AI 723.018) são devidos.

O IPI, ICMS e o IR estão impedidos constitucionalmente de incidir em


tais situações.

11.6 DEMAIS IMUNIDADES PREVISTAS NA CF

FUNDAMENTO OBJETO/PESSOA/OPERAÇÃO TRIBUTOS CUJA


CONSTITUCIONAL IMUNIZADOS INCIDÊNCIA É
IMPEDIDA

Art. 5º, XXXIV O exercício do direito de petição Taxas em geral


aos Poderes Públicos; a
obtenção de certidões em
repartições públicas

Art. 5º, LXXIII Ação popular, salvo comprovada Custas judiciais


má-fé (consideradas taxas
pelo STF)

Art. 5º, LXXVI Registro civil de nascimento e Emolumentos


certidão de óbito, para os (considerados taxas
reconhecidamente pobres pelo STF)

Art. 5º, LXXVII Habeas corpus e habeas data, e, Custas judiciais e


na forma da lei, os atos emolumentos
necessários ao exercício da
cidadania

Art. 149, §2º, I Receitas decorrentes de Contribuições


exportação sociais e de
intervenção no
domínio econômico

Art. 153, §3º, III Exportação de produtos IPI


industrializados

Art. 153, §4º, II Pequenas glebas rurais, ITR

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definidas em lei, quando as
explore o proprietário que não
possua outro imóvel

Art. 153, §5º c/c O ouro, quando definido em lei Tributos em geral,
ADCT, art. 74,§2º como ativo financeiro ou salvo CPMF e IOF
instrumento cambial

Art. 155, §2º, X - exportações de mercadorias e ICMS


serviços
- operações que destinem a
outros Estados petróleo,
inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos
dele derivados, e energia
elétrica;
- prestações de serviço de
comunicação nas modalidades
de radiodifusão sonora e de sons
e imagens de recepção livre e
gratuita;

Art. 155, §3º Operações relativas a energia Impostos no geral,


elétrica, serviços de exceto II,IE e ICMS
telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais
do País

Art. 156, §2º, I - transmissão de bens ou direitos ITBI


incorporados ao patrimônio de
pessoa jurídica em realização de
capital;
- transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão,
incorporação, cisão ou extinção
de pessoa jurídica, salvo se,
nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for
a compra e venda desses bens
ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento
mercantil

Art. 184, §5º Operações de transferência de Impostos em geral


imóveis desapropriados para fins
de reforma agrária

Art. 195, II Rendimentos de aposentadoria Contribuição


e pensão concedidas pelo regime previdenciária
geral de previdência social

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Art. 195, §7º Entidades beneficentes de Contribuições para
assistência social que atendam financiamento da
às exigências estabelecidas em seguridade social
lei.

Art. 226, §1º Celebração do casamento é civil Taxas em geral

Art. 85, ADCT - contas correntes de depósito CPMF


especialmente abertas e
exclusivamente utilizadas para
operações de:
a) câmaras e prestadoras de
serviços de compensação e de
liquidação de que trata o
parágrafo único do art. 2º da Lei
nº 10.214, de 27 de março de
2001;
b) companhias securitizadoras
de que trata a Lei nº 9.514, de 20
de novembro de 1997;
c) sociedades anônimas que
tenham por objeto exclusivo a
aquisição de créditos oriundos de
operações praticadas no
mercado financeiro;

- contas correntes de depósito,


relativos a:
a) operações de compra e venda
de ações, realizadas em recintos
ou sistemas de negociação de
bolsas de valores e no mercado
de balcão organizado;
b) contratos referenciados em
ações ou índices de ações, em
suas diversas modalidades,
negociados em bolsas de
valores, de mercadorias e de
futuros;

- contas de investidores
estrangeiros, relativos a entradas
no País e a remessas para o
exterior de recursos financeiros
empregados, exclusivamente,
em operações e contratos
referidos nas letras “a” e “b” no
item anterior.

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