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Capítulo 1:

Como a Economia Funciona

O termo capitalismo foi cunhado em 1851 pelo teórico político francês Louis Blanc.

Bem resumidamente, o capitalismo é um sistema econômico baseado em três coisas:

trabalho assalariado (isso é, o trabalho feito, em troca de um salário), propriedade privada

dos meios de produção (coisas como fábricas, maquinário, lojas, fazendas, martelos,

escritórios, etc. Em suma, tudo que é necessário para gerar um produto pertence ao setor

privado) e finalmente, a produção para venda e lucro em uma economia de mercado.

Enquanto algumas pessoas possuem os meios de produção, ou capital, a maioria

de nós não possui e, para sobreviver, precisamos vender a nossa capacidade de trabalhar

em troca de um salário. O primeiro grupo de pessoas são os capitalistas, ou a “burguesia”

no jargão marxista. A burguesia, por definição, é a classe que possui três elementos; a

força de trabalho, paga pelos salários; os materiais não-refinados, ou qualquer outra

mercadoria, pronta para ser transformada pela força de trabalho; e finalmente, os meios

de produção. O segundo grupo é o trabalhador, ou, o “proletariado”.

O capitalismo é baseado em um processo bastante simples – dinheiro é investido

para gerar mais dinheiro. Quando o dinheiro funciona dessa forma, ele está agindo como

capital. Por exemplo, quando uma empresa usa seu lucro para contratar mais funcionários

ou comprar novas instalações, esse dinheiro está funcionando como capital. A expansão

do capital (ou expansão da economia) é o que compreendemos como “acumulação de

capital”. E essa é a força motriz da economia.

Por trás da acumulação de capital geralmente se encontra uma grande

externalização de custos. Ou seja, se as companhias puderem “cortar” custos não

protegendo o meio ambiente ou simplesmente pagando salários miseráveis aos seus

funcionários, elas farão isso. Portanto, mudanças climáticas catastróficas e a pobreza

estrutural generalizada são sinais de funcionamento normal do sistema. Além disso, para
que o dinheiro possa seguir criando mais dinheiro, mais e mais coisas precisam ser

negociáveis por dinheiro. Daí a tendência de que tudo passe a se tornar um produto, algo

que pode ser usado e trocado no mercado – desde sequências de DNA até a emissão de

carbono, mas principalmente, o nosso tempo e a nossa vida.

E esse último aspecto – a transformação, em produto, das nossas capacidades

criativas e produtivas – é justamente a peça principal no sistema de acumulação de

capitais. O dinheiro não se torna mais dinheiro por mágica, mas através do trabalho que

fazemos todos os dias.

Em um mundo onde tudo se tornou mercadoria, todos nós precisamos de algo pra

vender para que possamos comprar as coisas de que precisamos. Aqueles, como nós,

que não possuem nada para vender a não ser sua capacidade de trabalhar, tem de

vender essa capacidade para aqueles que são proprietários de fábricas, escritórios e etc.

E, é claro, o que produzimos não nos pertence, mas sim aos nossos chefes. O

trabalhador produz tudo na face da terra. O seu chefe precisa de você pra lucrar, mas

você não precisa dele para gerar os produtos. Vivemos em um mundo onde os meios de

produção são acumulados nas mãos de uma minoria, por isso somos subjugados a ter

que trabalhar para os patrões.

Além disso, por causa das longas jornadas de trabalho, melhoras na produtividade,

etc., nós produzimos mais do que o necessário para que continuemos trabalhando. No

entanto, nosso salário se mantêm estável, no menor valor possível que o empregador

puder pagar. Vamos supor que em um mês, você produziu 2.000 reais de valor em

serviços ou mercadoria; seu patrão acaba te pagando um salário de 800 reais. Existe uma

diferença entre o valor que nós produzimos, e o dinheiro que o capitalista acumula. A

diferença entre os salários que nos são pagos e o valor que nós criamos explica como o

capital é acumulado; explica como o lucro é feito.

Essa diferença entre os salários que nos são pagos e o valor que nós criamos é
chamada “mais-valia”. A extração de mais-valia pelos empresários é a razão pela qual

vemos o capitalismo como um sistema baseado na exploração da classe trabalhadora.

Esse processo é essencialmente o mesmo para todo trabalhador assalariado, não

só em empresas privadas. Os trabalhadores do serviço público também enfrentam

constantes ataques aos seus salários e condições de vida objetivando reduzir custos e

maximizar os lucros na economia como um todo.

A economia capitalista também depende no trabalho não-pago da maioria das

mulheres trabalhadoras. Isso seria, o trabalho não remunerado que elas realizam em

casa.

Capítulo 2:

Competição

Para poder acumular capital, cada patrão precisa competir no mercado com os

patrões de outras empresas. Eles não podem ignorar as forças do mercado, sob a pena

de perder para seu competidor, perdendo assim o dinheiro investido e indo à falência,

deixando de ser patrão. Por isso dizemos que os patrões não estão no controle do

capitalismo, mas sim que o capital está sobre controle de todos nós. É por isso que

podemos falar do capital como se tivesse atuação e interesses próprios, e com frequência

falar de “capital” é mais preciso do que falar de patrões ou capitalistas.

Ambos, chefes e trabalhadores, são alienados nesse processo, mas de modos

diferentes. Enquanto na perspectiva dos trabalhadores a alienação é experimentada

através do ato de ser dirigido e controlado pelos chefes, estes últimos a experimentam

através das forças impessoais do mercado e da competição com outros capitalistas.

Em vista disso, capitalistas e políticos são impotentes, frente às “forças do

mercado”. Eles precisam seguir agindo em favor da acumulação sem fim, e qualquer

concessão feita à classe trabalhadora é uma abertura feita aos competidores, em nível

nacional ou internacional, possibilitando que esses competidores aumentem seus lucros


aproveitando-se dessa “vantagem”.

Então, se um fabricante desenvolve uma nova tecnologia capaz de dobrar

produtividade, ele pode demitir metade dos seus empregados, aumentar seus lucros e

diminuir o preço dos produtos finais, avançando sobre a fatia de mercado dos

competidores.

Se a outra companhia decidir ser generosa com seus funcionários e não explorar

ninguém ou não cortar custos de qualquer forma, ela vai, mais cedo ou mais tarde, falir ou

ser comprada pelo seu competidor, muito mais implacável na sua marcha em busca do

lucro.

É claro que se as empresas pudessem agir livremente, logo surgiriam monopólios

que suprimiriam a competição, pois, com o acumulo de lucros cada vez mais absurdos

das grandes empresas, elas usariam seu poder para acabar com a competição, porque

não é do interesse dos grandes capitalistas, terem que competir com outros capitalistas. A

criação de monopólios levaria o sistema triturador a uma parada. O estado intervém,

portanto, para agir em nome dos interesses de longo prazo do capital como um todo.

Tentando expandir a sua vida útil.

Capítulo 3:

O Estado

A função primária do estado em uma sociedade capitalista é manter o sistema e

apoiar a acumulação de capital. Para tanto, o estado cria leis repressivas e usa violência

policial toda vez que a classe trabalhadora tenta manifestar seus interesses contra o

capital, por exemplo, criando leis anti-greve e usando a força policial contra manifestações

e greves.

No capitalismo, existem dois interesses diferentes; o do trabalhador, que quer

menos horas de trabalho, maiores salários, melhores condições de trabalho, e se ele tiver

consciência de classe, a total abolição do sistema capitalista. Por outro lado, tem os
patrões, que querem aumentar seus lucros, diminuindo os custos da produção, querendo

pagar menores salários, fazendo com que seus trabalhadores trabalhem por mais horas

em total e também buscam condições de trabalho mais econômicas, mesmo sendo

perigosas para os trabalhadores.

Os poderosos, ou seja, os que tem dinheiro, tem um único interesse; se manter no

poder, isso significa, continuar ganhando mais dinheiro. Logo, para ganhar vantagem no

meio politico, os patrões financiam partidos e políticos específicos. Todo partido politico é

financiado pelo capital. Por isso eles agem contra o povo, criando medidas que levam a

intensificação da exploração da população. Mesmo os políticos de centro-esquerda, que

tentam estabelecer uma social-democracia, servem o interesse do capital, tentando

perpetuar o atual sistema e a exploração da classe trabalhadora, por meio da mais-valia.

Atualmente, o tipo ideal de estado capitalista é o liberal democrático, apesar de o

capital usar dos mais diversos sistemas de governo para se manter. O capitalismo de

estado na União Soviética e o fascismo na Itália e Alemanha são dois exemplos históricos

de formas de governo necessárias ao capital para cooptar e destruir poderosos

movimentos da classe trabalhadora, movimentos que ameaçavam a própria sobrevivência

do capitalismo.

Quando os abusos dos chefes levam os trabalhadores a revidar, o estado, além de

reprimir, as vezes intervém para tentar fazer com que os trabalhadores voltem aos seus

postos e afetem minimamente o lucro das empresas. É por essa razão que existem leis

nacionais e internacionais protegendo os direitos dos trabalhadores e o meio ambiente. E

essas leis ganham ou perdem força de acordo com a combatividade da classe

trabalhadora em determinado lugar e época. Por exemplo na França, onde os

trabalhadores são bem organizados e militantes, o máximo de horas trabalhadas por

semana é de 35 horas. No Reino Unido, aonde eles são menos militantes, o máximo é de

48 horas. Já nos EUA, onde praticamente não há militância, não existe limite algum.
Capítulo 4:

História

O capitalismo é apresentado como um sistema “natural”, formado, como as

montanhas e os mares, por forças além do controle da humanidade, ou seja, um sistema

econômico natural à qualquer interação humana. Porem essa ideia é completamente

falsa. O capitalismo foi formado por violência e opressão massiva ao redor do planeta.

Primeiro, nos países “desenvolvidos”, a delimitação dos espaços dos campos,

também conhecido como “enclosure”, tiraram as terras comunais de milhares de

camponeses, os obrigando a migrar para as cidades e a trabalhar nas fábricas. E

qualquer resistência era esmagada. Aqueles que resistiam ao trabalho assalariado eram

sujeitos ao encarceramento, tortura, deportação ou até mesmo execução pelas Leis de

Vagabundagem. Na Inglaterra, apenas no reinado de Henrique VIII, 72.000 pessoas foram

executadas por vagabundagem. A partir disso, o capitalismo se difundiu no globo através

de invasão e conquista durante o período do colonialismo. Civilizações inteiras foram

brutalmente destruídas. Comunidades, tornadas sem terras, foram obrigadas a se

submeter ao trabalho assalariado. Os poucos lugares que escaparam dessas invasões –

como o Japão – adotaram uma forma específica de capitalismo para competir com as

outras forças imperialistas e capitalistas no mundo.

Em todo lugar que o capitalismo chegava, os camponeses e os primeiros operários

resistiram, mas, eventualmente, eram submetidos pelo terror e pela violência massiva. O

capitalismo não surgiu de um conjunto de leis originadas da natureza humana: ele foi

difundido com violência metódica por todo mundo, dirigida por uma elite proprietária. Os

próprios conceitos de propriedade privada da terra e dos meios de produção podem

parecer hoje um estado de coisas natural, no entanto, precisamos sempre ter em mente

que eles são criações do próprio ser humano e que eles foram empurrados goela a baixo

através da conquista. Da mesma forma, a classe de pessoas que não possui nada para
vender além de sua própria força de trabalho não é algo que tenha surgido naturalmente:

existiam terras comunais, compartilhadas por todos, que foram tomadas a força,

obrigando os camponeses, que delas dependiam, a se sujeitar ao trabalho assalariado

sob pena de morrer de fome ou até de ser executado por vagabundagem. E, conforme o

capital se expandiu, ele criou uma classe trabalhadora global, que hoje é a maioria da

população e é de quem o capital depende para sobreviver. Como escreveu Karl Marx: “O

que a burguesia produz, sobretudo, são os seus próprios coveiros”.

Capítulo 5:

O Futuro

Capitalismo existe como sistema dominante há apenas 200 anos. Comparado com

meio milhão de anos da existência da humanidade, esse tempo é apenas um piscar de

olhos, e portanto, seria ingênuo da nossa parte assumir que ele duraria para sempre. O

capitalismo está destruindo nosso planeta, a condição de vida de milhares de pessoas e

também é um sistema que não pode se sustentar por muito tempo. Vivemos em um

mundo onde 1% da população possui 85% de toda a riqueza mundial. Precisamos

reconhecer que ele precisa ser abolido, e que ele é inteiramente dependente de nós, a

classe trabalhadora, e só sobreviverá enquanto nós permitirmos. Outras alternativas são

possíveis.

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