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Ano
Geise Brizotti PASQUOTTO
01
DESIGN URBANO: UM
ESTUDO DOS PROJETOS
BRASILEIROS DE PROMOÇÃO
n. URBANA DO IPPUC, DO RIO
01 CIDADE E DO EIXO
TAMANDUATEHY.
PASQUOTTO, Geise Brizotti - Arquiteta e Urbanista formada pela Unesp, mestranda pela Unicamp e
Professora do Curso de Arquitetura-Urbanismo e Decoração-Design do Centro Universitário Nossa
Senhora do Patrocínio-Ceunsp. E-mail: geisebp@gmail.com
Resumo
O presente trabalho propõe uma análise comparativa de três experiências de design
urbano da década de 1990 no Brasil. As intervenções urbanas escolhidas foram o
programa Rio Cidade-RJ, o Eixo Tamanduatehy-SP e os projetos do IPPUC-PR, que
estão inseridas em uma conjuntura do debate urbano internacional. A partir desse
estudo, o trabalho busca uma análise crítica dos atuais processos urbanos e da
utilização de novas ferramentas de promoção das cidades.
1. INTRODUÇÃO
A década de 90, que é o arco temporal desta pesquisa, caracteriza-se pela
consolidação das grandes metrópoles que, como identifica Oliveira (2006), por uma
urbanização desenfreada e uma industrialização sem planejamento, resultam nas
conseqüências tanto negativas, como as positivas, pelas carências e pelas
afluências sociais e econômicas. As cidades acidentais (RANSON, 1984),
transformaram-se e tornaram-se cidades intencionais, onde são construídas para
reduzir as ameaças e potencializar as oportunidades, buscando uma visão futura
com o apoio da sociedade, num esforço mútuo (LOPES, 1998). Assim, os projetos,
dentro de uma “sociedade global urbana plural” (CLARK, 1995), procuraram uma
identidade em cada local de intervenção, buscando uma pesquisa multidisciplinar de
estudo histórico, sociológico e cultural.
Vale ressaltar que para obter uma maior fixação e um maior potencial do
slogan, é interessante que se tenha uma homogeneidade, não apresentando muitas
variações de tema e objetivo, como é o caso de Santo André. Nota-se que Curitiba
também possui diversos slogans, mas o tema permanece semelhante.
Também é importante observar que os slogans normalmente vêm
acompanhados de um logotipo. Ele é desenvolvido para reforçar a mensagem do
slogan ou do programa e fixá-lo nos usuários alvo. Em Curitiba pode-se perceber
uma grande preocupação em desenvolver slogans e logotipo, tanto para as
instituições quanto para os programas.
Em Santo André é possível verificar um esforço para desenvolver essas
ferramentas de divulgação, mas ainda precisam ser trabalhadas para conseguir uma
maior consistência. Já no Rio de Janeiro, não foi desenvolvido um logotipo
específico para o Rio Cidade, o que faz com que o programa torne-se mais difícil de
ser identificado e fixado.
com seu telefone público circular, suas floreiras e bancos de madeira e suas
luminárias tradicionais.
Nas intervenções do Rio Cidade, o mobiliário urbano é uma diretriz muito
forte de projeto. Todos os bairros tiveram seu mobiliário desenhado especificamente
para o local, fazendo com que possuam identidade visual própria.
Um dos bairros que possui muito clara esta intervenção é o Leblon. Por toda
a área de intervenção foram instalados postes de uso múltiplo, totens de
propaganda, abrigos nas paradas de ônibus e iluminação diferenciada para a caixa
de rua e calçadas.
Outros exemplos podem ser observados nos bairros do programa. Os
assentos e mesas também foram desenvolvidos para cada bairro, assim como os
pontos de ônibus, as luminárias, sinalização, telefones públicos, jardineiras, entre
outros.
Essa diferenciação do mobiliário para cada bairro trouxe alguns problemas,
como a difícil manutenção. Assim, observa-se atualmente uma depredação e um
descuido desses equipamentos.
Em vista desses acontecimentos, é prevista atualmente a privatização do
mobiliário urbano do Rio de Janeiro. O poder público, segundo a revista
ProjetoDesign (1999) já realizou a concorrência internacional para a inserção desses
equipamentos na cidade, vencida pela parceria entre a empresa britânica Adshel e o
arquiteto Paulo Case e pela Cemusa, empresa espanhola.
Em Santo André o mobiliário urbano instalado não se destaca pela inovação
ou pela relação com o local, pois não foi desenhado especificamente para a
intervenção.
2.2.3 Símbolos
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
marcos, criando uma identidade própria para cada bairro. Já em Santo André, esses
elementos não possuem um enfoque ou uma característica própria que ressalte-os,
eles apenas são elementos para compor o conjunto, as construções.
As cidades mundiais em uma sociedade globalizada possuem uma
personalidade que se sustenta devido ao “espaço de vida politicamente organizado,
com sua própria história, instituições, cultura e política” (FRIEDMANN, 1995). No
entanto, verifica-se que através da “economia global da sociedade em rede”
(LOPES, 1998), um dos principais objetivos das cidades globais é a competitividade
utilizada para “responder às demandas globais e atrair recursos humanos e
financeiros internacionais” (BORJA & FORN, 1996). Diante disso, as cidades, com a
necessidade de assegurarem um status determinado, exercem conseqüências
marcantes para o planejamento. Desta forma, a venda das cidades passa a fazer
parte do novo planejamento urbano (BENACH, 1997). Para tanto, é de grande valia
a repercussão que uma intervenção ocasiona, tanto no âmbito local como global.
Nesse contexto, torna-se essencial uma ferramenta do planejamento urbano
chamado marketing da cidade. Ela está cada vez mais adquirindo uma centralidade
no conjunto das novas políticas urbanas, tornando-se o principal instrumento para
alavancar diversos processos de promoção urbana (SANCHEZ, 1997).
Assim, a partir das análises comparativas e das chaves de leitura, foi
possível verificar a presença fundamental dessa ferramenta, o marketing urbano,
nas intervenções estudadas. Esse processo ocorre, segundo Sanchez (1999), pela
facilidade com que essa ferramenta incorpora novas tecnologias de comunicação e
informação, e que, através do vínculo com novas políticas e representações sociais,
interfere na renovação das formas espaciais e imprime marcas no espaço urbano.
Observa-se assim, que através do instrumento de marketing das cidades
utilizadas nesses projetos, eles conseguiram um espaço maior no contexto nacional
e na discussão em um âmbito internacional. Nota-se com essa estratégia uma maior
apropriação da população pelo projeto e uma inserção mais fácil na competitividade
mundial.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMO CITAR ESTE ARTIGO:
PASQUOTTO, Geise Brizotti Design Urbano: um estudo dos projetos brasileiros de promoção
urbanha do IPPUC, do Rio Cidade e do Eixo Tamanduatehy. Revista Complexus - Instituto
Superior de Engenharia, Arquitetura e Design - Ceunsp, Salto [BRA], Ano 1, N. 1, p. 23-44, Março
de 2010. Disponível em <www.engenho.info>
ISSN 2177-577X