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MUNDO
Governo polonês confirma vitória nas eleições
parlamentares do país
Esta é a primeira vez desde a queda do comunismo na Polônia, em 1989, que um governo consegue se reeleger em eleições
parlamentares. Resultado é considerado voto de confiança dos poloneses à União Europeia.
A previsão das pesquisas de opinião sobre as eleições na Polônia foi confirmada pelas urnas neste
domingo (9/10). O partido Plataforma Cívica, do primeiroministro Donald Tusk, conquistou uma
clara vitória para a composição da nova legislatura do parlamento polonês, com 39% dos votos.
O grande adversário da legenda atualmente no poder, o nacionalconservador Lei e Justiça, ficou em
segundo lugar com 30% dos votos. O partido é liderado pelo exprimeiroministro Jaroslav Kaczynski,
conhecido pelas posições antieuropeias e nacionalistas. Durante a campanha, Kaczynski tentou
suscitar nos poloneses sentimentos antigermânicos.
Partido de Tusk obteve 39% dos votos
dos poloneses Apenas metade dos eleitores poloneses compareceram às urnas, o que, segundo previam analistas,
favoreceria o Plataforma Cívica.
Sim à UE
O resultado das eleições polonesas foi considerado pelas autoridades europeias e por especialistas um claro recado de que os poloneses
querem manter um governo aliado à União Europeia (UE) e que trabalhe para se aproximar ainda mais de Berlim e Moscou, adversários
históricos de Varsóvia.
Sob o comando de Tusk, a Polônia passou praticamente incólume à crise financeira
mundial e foi um dos poucos países da UE a conseguir evitar uma recessão. Do ponto
de vista do mercado, isto é uma notícia muito boa", opinou Ernest Pytlarczyk, do banco
polonês BRE.
"Podese dizer que a Polônia optou pela Europa, e esta é uma boa notícia, inclusive
para nós, vizinhos alemães", declarou o ministro alemão do Exterior, Guido
Westerwelle, nesta segundafeira (10/10).
Durante toda a campanha eleitoral, Jaroslav Kaczynski lançou ideias antieuropeias e Kaczynski obteve 30% dos votos
provocações diretas à Alemanha, acusando o país de querer "restabelecer o poder
imperial" sobre a Europa e fez ataques pessoais à chanceler federal alemã, Angela Merkel, de que ela teria chegado ao poder com o apoio
da extinta polícia secreta da antiga Alemanha Oriental, a Stasi.
O PiS também questionou a investigação conduzida por Moscou sobre o acidente aéreo que matou o então presidente polonês Lech
Kaczynski, irmão gêmeo de Jaroslav, e outras 95 pessoas no ano passado, durante a tentativa de pouso sob intenso nevoeiro em Smolensk,
na Rússia.
Resultado inédito
Esta é a primeira vez desde a queda do comunismo, em 1989, que um governo consegue chegar na frente nas eleições parlamentares para
um segundo mandato consecutivo. A expectativa é que Tusk tente compor uma base de governo com o partido campesino PSL, que ficou
em terceiro lugar com 8,4%.
A previsão é que a Plataforma Cívica ocupe 206 assentos no Parlamento e seu aliado, o PSL, 28 – chegando, assim, a 234 cadeiras,
confirmando a maioria na câmara baixa, que tem 460 parlamentares.
Algumas preocupações
Se por um lado os 30% de aprovação ao conservadorismo representado pelo partido de Kaczynski chamaram a atenção dos observadores
da política na Polônia, por outro também surpreendeu a confirmação do terceiro lugar, com 10% dos votos, do Movimento Palikot.
O partido recémcriado pelo milionário excêntrico Janusz Palikot tem, entre outras bandeiras liberais, a legalização da maconha e a união
civil de homossexuais, em um país de maioria católica.
Tradicionalmente terceiro colocado na corrida parlamentar, a Aliança Democrática
de Esquerda este ano chegou em quinto, com 8,3%.
Novos desafios
O resultado das eleições na Polônia reflete ainda as diferenças internas de
crescimento econômico do país. Nas grandes cidades e no oeste, que receberam
grandes investimentos nos últimos anos e onde a aprovação para a entrada na UE
sempre foi grande, além de apresentarem baixas taxas de desemprego, o partido do
Menos da metade dos eleitores compareceu às urnas primeiroministro foi bem votado.
Já nas regiões do leste e sudeste, onde a pobreza e a influência da Igreja Católica
são grandes, a oposição teve mais espaço.
O desafio desta segunda legislatura não será apenas levar prosperidade e modernização a todo o país, mas também recuperar a confiança
da parcela da população que, apesar de não concordar com as ideias da oposição, está insatisfeita com o governo – o que ficou
evidenciado nos votos a Palikot.
MS/dpa/rts
Revisão: Roselaine Wandscheer
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Data 10.10.2011
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Palavraschave Polônia, eleições, Tusk, Kaczynski, Plataforma Cívica
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