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Processo Legislativo

Guia de Estudos – Exclusivo de Processo Legislativo

Referência: aulas da disciplina e obra:


BERNARDI, Jorge. O Processo Legislativo
Brasileiro. Curitiba: InterSaberes, 2012.

Guia de estudos elaborado pela Profa. Tânia Agostinho, revisado pela Profa. Daniele
Assad, organizado pela ordem dos capítulos da obra de referência.

Olá! Neste guia de estudos destacamos a importância de alguns


temas diretamente relacionados ao contexto estudado nesta disciplina.

Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua


disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos,
consequentemente, melhor preparo para as avaliações.

É importante ressaltar que os conteúdos abaixo apresentados foram


abordados pelo professor em suas aulas, por isso a dica é: veja e reveja as
aulas quantas vezes forem necessárias. Esse é apenas um material
complementar! Além do livro, os vídeos e os slides das aulas compõem o
referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor
maneira possível.

Bons estudos!
Sumário

Capítulo I – O Poder Legislativo Brasileiro .................................................... 3

Capítulo II – Competências Legislativas ........................................................ 5

Capítulo III – A norma legal ........................................................................... 6

Capítulo IV – Emendas à Constituição e a outras normas ............................ 7

Capítulo V – A Técnica Legislativa ................................................................ 8

Capítulo VI – Do poder de iniciativa ............................................................... 9

Capítulo VII – As comissões parlamentares ................................................ 10

Capítulo VIII – A tramitação dos projetos..................................................... 11

Capítulo IX – Elementos do processo deliberativo ...................................... 11

Capítulo X – A deliberação nos legislativos brasileiros................................ 12

Capítulo XI – A fase conclusiva do processo legislativo .............................. 13

2
Capítulo I – O Poder Legislativo Brasileiro
Conceitos
O direito nasce do consenso social, o qual não se dá em termos
absolutos. São necessárias regras para a elaboração do direito – no qual o
processo legislativo tem papel fundamental.
De acordo com o artigo “O processo Legislativo – espécies
normativas, conceitos e questões controvertidas” de autoria do prof. Rafael
Diogo Diógenes, lemos: “o processo legislativo, corolário do Estado
Democrático de Direito, é matéria de crucial importância que, infelizmente,
não vem sendo tratada de acordo pelos diversos manuais de Direito
Constitucional de autores pátrios”. Refletindo sobre esta afirmação, salienta-
se que o processo legislativo apresenta dois sentidos: o sociológico e o
jurídico.
O sociológico envolve os legisladores no trabalho de formação das
leis, e o jurídico envolve os procedimentos que devem ser seguidos para que
a lei tenha validade.
A formação das leis é um ato complexo e deve ser entendido como
tal, pois, antes da norma, existe o momento social que levou à elaboração
dela. Em relação ao processo legislativo, deve-se observar que existe
diferença entre o ato legislativo e a norma jurídica.
O processo legislativo “é o conjunto de atos (iniciativa, emenda,
votação, sanção ou veto), realizado pelos órgãos legislativos visando à
formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções
e decretos legislativos”.
Histórico
A origem mais remota do Poder Legislativo encontra-se nos
Conselhos de Anciãos, que vários povos antigos conheceram, como os
egípcios, os sumérios, os babilônicos, os hebreus, os romanos e, também, os
gregos. O conceito da divisão do Poder Legislativo passou a ser conhecido a
partir da experiência da Inglaterra, tornando-o um poder autônomo e
independente do Poder Executivo, ainda que harmonizado com este.
O Poder Legislativo brasileiro tem nas câmaras municipais do período
colonial a sua origem. Eram elas compostas por um presidente, três
vereadores, dois almotacéis (espécie de fiscais de pesos e medidas), um
escrivão e dois juízes, escolhidos de forma indireta pelos eleitores.
Modelos unicameral e bicameral
No mundo todo, o Poder Legislativo é estruturado nas formas
unicameral ou bicameral. UNICAMERAL é o modelo de estruturação do Poder
Legislativo em que o processo de elaboração legislativa ocorre em apenas

3
uma única Casa Legislativa. Já o modelo BICAMERAL no qual, para que uma
norma seja aprovada, ela deve passar pelo processo de votação em duas
casas legislativas distintas.
No Brasil, um país federativo, o Poder Legislativo federal é bicameral,
sendo exercido pelo Congresso Nacional, que é composto pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal (art. 44, CF/1988). Assim, no sistema
legislativo brasileiro há duas casas legislativas de competência federal, o que
significa que, para que um projeto de lei possa ser apresentado ao Presidente
da República para sanção ou veto, deve primeiro ser aprovado pelos dois
órgãos legislativos, com consenso entre os dois, já que um funciona como
revisor do outro.
Inviolabilidade
Os parlamentares, no exercício de seus mandatos, gozam de
prerrogativas que têm por objetivo manter a autonomia e a liberdade deles no
desempenho de suas funções legais.
“Inviolabilidade significa que não há crime quando esses
parlamentares manifestam suas opiniões, palavras e votos, mesmo que
possam com elas incorrer em determinado tipo penal. O preceito
constitucional afugenta o crime, que deixa de existir.”
Portanto, os deputados e senadores gozam de inviolabilidade civil e
penal por suas opiniões, palavras e votos!
Impedimentos e incompatibilidades
Os encargos do exercício da função parlamentar trazem restrições de
outras atividades. Os impedimentos e incompatibilidades se encontram
enumerados na CF/1998, art. 54, e a consequência da violação deles é a
perda do mandato.1
Câmera Municipal
No âmbito municipal, a Câmara Municipal, composta pelos
vereadores, é quem exerce o poder Legislativo. É competência da câmara de
vereadores deliberar sobre matérias administrativas, matérias financeiras,
matérias tributárias de âmbito local e as matérias urbanísticas, tais como:
votar e emendar a lei orgânica, o Plano Diretor, as leis orçamentárias, leis
complementares, leis ordinárias, decretos legislativos, entre outros.
Antes mesmo de o Estado brasileiro existir como nação politicamente
organizada, quando ainda era colônia de Portugal, já existiam agentes
públicos em atividade no Brasil. Esses agentes se constituem em uma
categoria até hoje existente na nossa organização política. Assim, o vereador

1
Consulte esses impedimentos na Constituição e, também, nas p. 55-57 da obra-base.

4
se constitui como o membro do Poder Legislativo municipal mais antigo, pois
sua função ainda se encontra ativa nos dias de hoje.
Regimentos Internos
O Regimento é uma norma que possui caráter administrativo e
disciplina o funcionamento de um determinado órgão. É competência
indelegável das casas legislativas – de âmbito federal, estadual, distrital e
municipal – a elaboração de seus respectivos regimentos internos, os quais
estabelecem o funcionamento e os trâmites adotados em cada órgão.

Capítulo II – Competências Legislativas


O termo federação advém do latim foedus, que significa “aliança,
união, pacto”. Desta forma, a federação representa a união entre os entes
autônomos, ou seja, os Estados.
“O modelo federativo americano, ao longo do tempo, espalhou-se
pelo mundo e chegou ao Brasil com a Proclamação da República, um século
mais tarde, em 15 de novembro de 1889.” “A Federação ou Estado Federal
tem como característica a união de coletividades com personalidades
políticas regionais, territoriais ou locais autônomas, formando um ente político
com soberania, constituindo-se em uma pessoa jurídica internacional.”
Ademais, “No caso brasileiro, a federação corresponde à aliança de Estados,
Municípios e Distrito Federal, formando um ente que a todos agrega,
chamado de União.”
Uma das características dos Estados federados é que cada unidade
federativa pode elaborar leis no seu âmbito de competência. A União
predomina nos assuntos de interesse geral; há predominância dos Estados-
membros no interesse regional; e, nos municípios, há predomínio com
relação ao interesse local. Eventual conflito entre normas federais, estaduais
e municipais é solucionado pela investigação de qual órgão possui
competência sobre o assunto. Descoberta a competência legislativa do ente,
as outras leis são afastadas e declaradas inconstitucionais. Em casos de
haver competência de um ente em detrimento dos demais, não importa o
tempo em que cada lei foi editada, pois a competência é exclusiva. Quando
um ente invade a competência do outro, quebra-se o pacto federativo, e a
norma resultante dessa quebra é inconstitucional.
A competência de legislação e atuação dos Estados é residual ou
remanescente. Isso significa que os Estados podem legislar e atuar
administrativamente em todos os assuntos ou matérias que não lhes sejam
proibidos de forma implícita ou explícita. Além disso, significa que a
competência de legislação e atuação dos Estados é residual ou

5
remanescente, significando dizer que tudo aquilo que não for de competência
reservada da União ou dos municípios é de competência dos Estados.
Na distribuição de competências legislativas, há a espécie de
competência legislativa concorrente. Na competência legislativa concorrente,
mais de um ente federado pode legislar sobre um mesmo assunto. Essas leis
não podem se contrapor, mas há uma hierarquia de leis. Por exemplo, as leis
gerais emanadas da União devem servir de parâmetro para as leis especiais
originárias dos Estados. Estas últimas não podem contrapor-se àquelas pois,
se isso ocorrer, temos a inconstitucionalidade da lei estadual ou distrital.
Há algumas competências que são privativas, ou seja, que apenas
um determinado órgão pode exercer, não havendo permissão para que
nenhum outro órgão legislativo o faça, sob pena de inconstitucionalidade. Por
exemplo, a competência para suspender, no todo ou em parte, lei federal
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, pertence
unicamente ao Senado Federal (art. 52, X, CF/1988).

Capítulo III – A norma legal


A palavra “lei” se confunde, muitas vezes, com o termo “direito” (do
latim directus, “aquilo que é justo”, ou, como afirma a filosofia, “a arte do
justo”, ou “aquilo que é reto”, “que está de acordo com a lei”). A Lei,
filosoficamente, deve refletir o direito, deve ser justa, deve representar o
conceito de bem.
Existem muitos conceitos e definições sobre o que significa Lei, sendo
este bastante aceito: “a Lei é uma regra escrita, abstrata, de caráter geral,
emanada de um órgão competente do Estado, que sujeita a todos que
estejam na situação prevista em seu enunciado.”
A realidade do processo legislativo brasileiro contempla na
Constituição Federal – CF/1988, em seu art. 59, as espécies de normas cuja
elaboração ocorre por meio do Parlamento Nacional; são elas:

 Emendas à Constituição
 Leis complementares
 Leis delegadas
 Medidas provisórias
 Decretos legislativos
 Resoluções
Vamos às definições:
Lei Complementar – é aquela, como o próprio nome já diz, que
complementa a Constituição no âmbito federal ou estadual e, conforme o

6
caso, também complementa a lei orgânica (esta última situada na esfera
distrital e municipal). Esse gênero de lei tem por atribuição regular a matéria
cuja competência é do Poder Legislativo e deve ser sancionada pelo chefe
do Poder Executivo.
Lei Ordinária – é a lei simples, normal, aquela que não requer
maiores formalidades na sua elaboração, a não ser o apoio da maioria
simples dos parlamentares, mesmo que haja apenas maioria absoluta dos
membros do legislativo no ato de sua aprovação. Para efetivamente existir,
ela depende da sanção do chefe do Poder Executivo.
Lei Delegada – é a lei oriunda de uma procuração que o Poder
Legislativo outorga ao Poder Executivo para que este legisle sobre
determinada matéria
Medida Provisória – “As medidas provisórias são atos de governo
provenientes do exercício das funções legislativas do Poder Executivo” e
podem ser definidas como “atos emanados do Poder Executivo com força de
lei destinada a normatizar matérias em situações de relevância e que exijam
urgência.” (Silva, 2005, citado na obra.)
As medidas provisórias caracterizam-se pelo prazo de vida de que
dispõem para serem transformadas em lei – no caso federal, pelo Congresso
Nacional – e pela perda de validade, caso isso não ocorra. Após a emissão
da medida provisória, o Poder Legislativo tem o prazo máximo de 120 dias
para transformá-la em lei, sob pena de perder seus efeitos.
Decreto legislativo – é um ato normativo de competência exclusiva
do poder legislativo com eficácia análoga à de uma lei. É utilizado para os
assuntos tratados no art. 49 e no art. 63, § 3º da CF/1988
Resoluções – são atos legislativos interna corporis2 que objetivam
regulamentar matérias de interesse próprio e de competência exclusiva dos
legislativos, tanto nos aspectos político-legislativos como nas questões de
ordem administrativa.

Capítulo IV – Emendas à Constituição e a outras normas


Emendar a Constituição Federal é a capacidade de que dispõe o
Congresso Nacional, como poder constituinte derivado, de alterar as matérias

2
“’Interna Corporis’ são questões que devem ser resolvidas internamente por cada poder,
sendo questões próprias de regimento interno; ex.: cassação de um deputado ou senador
por falta de decoro parlamentar.” (LFG. O que se entende por questão Interna Corporis?
Ela pode ser objeto de ADI? - Daniel Leão de Almeida. Disponível em:
<https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1994280/o-que-se-entende-por-questao-interna-
corporis-ela-pode-ser-objeto-de-adi-daniel-leao-de-almeida>. Acesso em: 14 maio 2019.

7
da Carta Magna que não sejam cláusulas pétreas,3 desde que cumprido
determinado rito processual.
A Constituição Federal não poderá ser emendada quando houver
intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio (art. 60, § 1º,
CF/1988).
Nos projetos de normas tributárias, devem ser observados os
princípios da anterioridade e da legalidade. Quando se tratar de contribuição
social, precisa estar prevista a cobrança a partir de 90 dias da publicação. E,
na instituição de taxas, o valor estabelecido deve obedecer e ser proporcional
aos serviços públicos prestados.
O processo de deliberação da emenda constitucional pelo Congresso
Nacional, regido pela CF/1988, estabelece que a proposta deve ser discutida
e votada pela Câmara e pelo Senado Federal, separadamente, em dois
turnos, considerando-a aprovada se obtiver o voto favorável de três quintos
dos membros de cada um dos órgãos legislativos (art. 60, CF/1988).
Para conhecer os processos de apresentação, votação e
aprovação de emendas, estude a sua obra, p. 163-180.

Capítulo V – A Técnica Legislativa


A questão de estilo na redação da norma é ponto de fundamental
importância, pois quanto mais apurado for este estilo, mais clara e melhor
será a lei. A lei deve, ao expressar uma ideia, utilizar-se de termos
consagrados pela técnica legislativa e já interpretados de maneira clara pelos
tribunais. O excesso pode trazer prejuízo à compreensão e interpretação da
norma.
“A norma legislativa deve refletir de maneira perfeita a ideia que
almejamos traduzir, ou seja, a palavra usada na norma tem que ser aquela
que mais se aproxima do conceito abstrato que pretendemos expressar.”
De acordo com Campos, citado por Jorge Bernardi, “a lei deve primar
pelo equilíbrio entre a forma e o fundo”, ou seja, a lei deve se valer do
emprego exato das palavras e sua redação deve ter clareza e precisão para
garantir que não haja ambiguidade ou redundância e possibilitar a
interpretação adequada do conteúdo da lei.
A boa redação deve conter as qualidades consideradas como
fundamentais pelos catedráticos no assunto, tais como: simplicidade, clareza,

3São limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em outras


palavras, são dispositivos que não podem ser suprimidos ou restringidos, nem mesmo por
meio de emenda. (Veja-se o art. 60, § 4º da CF/1988.)

8
precisão, concisão, correção, coerência, pureza, eufonia, propriedade, ordem
e unidade. Aliás, esses aspectos técnicos são necessários em qualquer texto
onde se pretenda compreensão do conteúdo.
A lei deve ser elaborada seguindo uma determinada estruturação,
dividida em partes que se denominam “dispositivos”, a saber: artigos,
parágrafos, alíneas, incisos e itens. Além disso, deve haver uma ordenação
do seu conteúdo, divido por temas que são apresentados em subseções,
seções, capítulos, títulos, livros e partes.

Capítulo VI – Do poder de iniciativa


O processo legislativo se instaura no momento em que é apresentada
a proposição ao órgão legiferante (a quem compete criar as leis). A proposta
deve estar de acordo com a técnica legislativa para que possa desencadear
o processo que a transformará em norma jurídica.
Há que se destacar que há uma diferença fundamental entre iniciativa
legislativa e competência legislativa. De acordo com Miranda, citado por
Jorge Bernardi, “são conceitos evidentemente diversos: iniciativa legislativa
significa propor a lei, enquanto competência legislativa é decretar a lei.”
Todas as leis, tenham a natureza que tiverem, dependem de um momento
inicial que desencadeia o processo legislativo. De acordo com essa premissa,
temos o conceito de poder de iniciativa, que é a capacidade que determinado
ente possui para deflagrar o processo legislativo que poderá culminar no
surgimento de uma nova norma jurídica.
De acordo com a Constituição Federal, a capacidade de iniciativa de
desencadear o processo legislativo está sujeita à espécie normativa, como
por exemplo: o presidente da República tem capacidade de iniciativa quanto
às ementas constitucionais, os deputados e senadores têm, individualmente,
capacidade de iniciativa de apresentar projetos de lei complementar e de lei
ordinária.
A iniciativa popular é uma inovação no processo legislativo brasileiro,
incluída na Constituição de 1988, art. 14, inc. III. Pelo instituto da iniciativa
popular, 1% do eleitorado nacional, no mínimo, pode apresentar projeto de lei
à Câmara dos Deputados. Esses eleitores devem pertencer a pelo menos 5
estados e constituir ao menos 0,3% do eleitorado de cada um deles (art. 61,
§ 2º, CF/1988).
Nos municípios, de acordo com a constituição, o percentual
necessário de eleitores do município para apresentar um projeto de lei de
iniciativa popular na Câmara Municipal é de 5% (cinco por cento) dos eleitores
do município (art. 29, XIII, CF/1988).

9
Capítulo VII – As comissões parlamentares
O papel básico das comissões parlamentar é aprofundar o debate,
trazer novos elementos para enriquecimento das discussões e procurar
formar maiorias a favor ou contra projetos. As atribuições de cada uma
dessas comissões estão previstas e definidas no Regimento Comum do
Congresso Nacional (RCCN) ou nos regimentos internos de cada casa
legislativa (Câmara dos Deputados e Senado Federal).
A comissão permanente integra a estrutura institucional do órgão
legislativo ao qual pertence e visa analisar e apreciar as matérias ou
proposições encaminhadas ao seu exame de acordo com a sua
especialização. Ela possui caráter técnico legislativo ou especializado e
compõe as Casas Legislativas em todos os níveis (federal, estadual e
municipal).
A comissão representativa do Congresso Nacional, instituída pelo art.
58, parágrafo 4º da Constituição é considerada uma inovação no processo
legislativo nacional e seus membros são eleitos pelas respectivas casas, na
última sessão ordinária do período legislativo. A comissão representativa é
composta de deputados federais e senadores, e tem como função
representar o Congresso Nacional durante o recesso parlamentar.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) é um órgão colegiado
temporário, criado no interior das casas legislativas por meio de requerimento
de, no mínimo, um terço de seus membros, com poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais. Esse tipo de comissão tem como objetivo
apurar um fato específico em um período pré-determinado. O fato deve
possuir relevância para o interesse público e para a ordem legal,
constitucional, econômica e social. A conclusão da CPI deverá indicar
soluções para as situações administrativas ou, se for o caso, encaminhar o
seu parecer ao Ministério Público (MP) para que promova a responsabilidade
civil ou criminal daqueles que infringiram a lei (art. 58, § 3º, CF/1988).
Em caso de apuração de ato do Presidente da República, este é
julgado pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade e pelo STF nos
crimes comuns. Os crimes de responsabilidade do presidente da República
são aqueles que atentam contra a Constituição. Esses crimes se dão,
segundo o art. 85 da Constituição, quando se age contra: “I - a existência da
União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança
interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII
- o cumprimento das leis e das decisões judiciais.”

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Capítulo VIII – A tramitação dos projetos
Uma proposição, um projeto de lei ou uma emenda constitucional
passa primeiramente por uma análise técnica sobre a sua
constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, feita por uma comissão
própria, denominada de Comissão de Legislação e Justiça (CLJ). A próxima
etapa pode ocorrer em uma comissão de mérito ou uma comissão de
previsões orçamentárias, como também, em comissões especializadas. O
processo deve seguir todas as etapas até chegar ao plenário para discussão
e votação pelo conjunto dos parlamentares.
O regime de tramitação de uma proposição é o rito previsto nos
regimentos internos dos órgãos legislativos, que deve ser cumprido em todas
as etapas para que a proposta se torne uma norma jurídica. Os
procedimentos legislativos podem ser classificados em três categorias:
1. Tramitação Ordinária – é a tramitação normal dos projetos, na qual
todas as fases e prazos devem ser cumpridos até o momento da
deliberação final; normalmente destinada à elaboração de leis
ordinárias e complementares.
2. Regime de Urgência, ou Regime Sumário – estabelece um prazo
para que haja deliberação sobre o projeto. O regime de urgência no
Congresso Nacional dispensa certas exigências, prazos e
formalidades na tramitação, para que possa haver uma deliberação
em até 45 dias em cada casa legislativa. Está previsto
constitucionalmente no art. 64, § 1º e outorga ao Presidente da
República a competência para o requerer na tramitação da matéria.
3. Regime de procedimento legislativo especial – estabelecido para
certas matérias referentes à CF/1988, às constituições estaduais e às
leis orgânicas municipais.

Capítulo IX – Elementos do processo deliberativo


Plenário
O ambiente tradicional no qual as decisões ocorrem é o plenário do
órgão legislativo, onde todos os parlamentares, eleitos para representar os
cidadãos, devem se reunir para participar dos debates das matérias e das
deliberações.
O colegiado que reúne todos os membros de um órgão legislativo
denomina-se plenário. Esse é o principal órgão deliberativo da casa
legislativa, em cujas sessões são tomadas as decisões mais importantes.

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Sessões ordinárias e Sessões extraordinárias
As sessões ordinárias são aquelas realizadas dentro do período
estabelecido pelo regimento. As sessões extraordinárias devem ser
convocadas quando as circunstâncias assim o determinarem ou quando
houver necessidade de deliberação sobre matéria urgente. A convocação das
sessões extraordinárias pode ser feita pelo chefe do Poder Executivo, pelo
presidente do órgão legislativo, pelos líderes partidários ou de blocos
partidários ou, ainda, por um percentual dos parlamentares e por deliberação
do plenário. A realização dessas sessões se dará durante o período de
recesso ou no período legislativo, mas em horário diferente do estabelecido
para as sessões ordinárias.
A regra é que as sessões sejam públicas, sendo exceção as sessões
secretas. As sessões públicas podem ser assistidas por qualquer pessoa,
desde que esta cumpra os requisitos do regimento interno e que haja vaga
nas galerias. Em muitas casas legislativas, são transmitidas pela televisão,
rádio ou internet.
“Quorum”
O termo quorum possui origem latina, cujo significado é “dos quais”.
Este termo começou a ser utilizado na Inglaterra antiga, durante a Idade
Média, para convocar pessoas que deveriam participar de um órgão judicial
para auxiliar o descobrimento da verdade sobre determinados
acontecimentos. Atualmente, o conceito de quorum (também grafado
“quórum”) “é o número necessário de participantes para que as deliberações
de uma assembleia sejam válidas”. No órgão legislativo, o quorum refere-se,
portanto, ao número mínimo de parlamentares que são necessários para que
seja iniciada uma sessão e ela possa ter continuidade até a fase de
deliberações. O quorum é sempre uma proporção mínima relativa a todos os
membros da casa legislativa.

Capítulo X – A deliberação nos legislativos brasileiros


“O momento áureo da atividade legislativa ocorre durante a sessão
plenária deliberativa, pois é nela que a democracia representativa
parlamentar acontece com as deliberações parlamentares.”
Na Câmara dos Deputados há quatro tipos de sessões: preparativas,
ordinárias, extraordinárias e secretas, cada qual com suas características.
No Senado Federal, o Regimento Interno – RISF prevê que as
sessões podem ser: deliberativas (que se classificam em ordinárias ou
extraordinárias e que, por sua vez, se subdividem em públicas ou secretas),
não deliberativas, e especiais (destinadas às comemorações e homenagens).

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Os regimentos internos dos órgãos são documentos públicos,
disponibilizados nas páginas oficiais na internet.

Capítulo XI – A fase conclusiva do processo legislativo


Sanção e veto
O processo de formação da lei no Brasil, um estado federado, é o
mesmo para todos os entes estatais (União, estados-membros, Distrito
Federal e municípios). Na elaboração legislativa de qualquer dos entes
federados, os princípios que devem ser obedecidos são os mesmos.
Assim, cabe ao Executivo sancionar as leis sobre as quais o
Legislativo deliberou. Existem dois tipos de sanções que podem ser utilizadas
pelo executivo:

 A sanção expressa, que ocorre quando o chefe do Executivo assina


o projeto, convertendo-o em lei. É um ato formal de concordância
com a decisão legislativa.
 A sanção tácita, que ocorre quando o chefe do Executivo silencia, ou
seja, não se manifesta no prazo de 15 dias úteis após receber o
projeto aprovado pelo órgão legislativo. O silêncio é interpretado
como sanção tácita.
Pode, ainda, haver veto.
Após a deliberação a respeito do projeto de lei ou proposta de
emenda constitucional, ou ainda, de lei orgânica distrital ou municipal, para
saber se a mesma se tornará ou não uma norma jurídica, chega-se à fase
conclusiva do processo legislativo. “A fase conclusiva do processo legislativo
ocorre após a deliberação plenária do órgão legislativo.” Nesta etapa ocorre
a participação do chefe do Poder Executivo que, no caso do Brasil, é o
Presidente da República, que pode sancionar, vetar ou promulgar as leis.
Essa fase é constituída de elementos essenciais, estabelecidos na CF/ 1988.
O veto é um desses elementos do processo legislativo e define-se como “o
processo de discordância dos projetos de lei aprovados pelo legislativo”.
Nos termos do art. 66, § 1º da Constituição, “Se o Presidente da
República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou
contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de
quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.”
Se o chefe do Poder Executivo não sancionar o projeto, nem o vetar no prazo
estabelecido pela Constituição, significa que houve sanção tácita (art., 66,
parágrafo 3º, CF/1988).

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No âmbito federal, uma vez vetado o projeto pelo Presidente da
República, este deve comunicar o veto ao presidente do Senado Federal, em
48 horas, expondo os motivos do ato. Existem dois tipos de motivos que o
chefe do Executivo pode apresentar para vetar o projeto de lei: a
inconstitucionalidade ou a contrariedade ao interesse público.
Procedimentos pós-deliberativos
Encerrados os trâmites de iniciativa, discussão, votação, e sanção ou
veto de um projeto, surge uma série de atos pós-deliberativos, como a
promulgação e a publicação:
Promulgação – é o ato que complementa o processo legislativo, em
que o chefe do Executivo certifica a existência de nova lei no mundo jurídico.
É ato formal e solene que determina a publicação da lei e a divulgação da
norma, para que esta produza os efeitos aos quais se destina.
Sidney Guerra e Gustavo Merçon, citados na obra-base, esclarecem
que “após a proclamação de uma espécie normativa validamente elaborada,
faz-se necessária a sua ciência, por parte de seus destinatários, para que,
com isso, tal ato normativo possa ser exigido e aplicado às relações sociais.”
Publicação – efetuada em jornal oficial, é o instrumento da
promulgação para tornar a lei executável, além de ser o modo pelo qual a
sociedade tem acesso a ela e passa a conhecê-la.
Revogação
O verbo “revogar” do latim “revocare”, significa “tornar sem efeito,
anular, desfazer”. A revogação dentro do Processo Legislativo ocorre para
que a nova lei sobre a mesma matéria possa produzir seus efeitos sem causar
dúvidas para quem interpretará a legislação, seja o Poder Judiciário, seja
quem tem o poder e o dever de aplicar a norma – em especial, a
Administração Pública. Se não houvesse a revogação de uma lei velha pela
nova, haveria um verdadeiro caos no ordenamento jurídico, principalmente
em função das contrariedades entre as normas.

Esperamos que tenha tido, e ainda venha a ter, bons momentos de


aprendizado e progresso!
Obrigado por este momento conosco!

Antoine Youssef Kamel


Coordenador adjunto de Gestão de Serviços Jurídicos e Notariais

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