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Instituto de Psicologia
Diretora | Márcia Maria Peruzzi Elia da Mota
Vice-Diretora | Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo
CATALOGAÇÃO NA FONTE
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Anais do XIII ENCONTRO CLIO-PSYCHÉ Resistências: Ciência e Política na História da Psicologia
contra a fé católica. Desde então, quando as fogueiras da Inquisição ardiam em nome de Deus, eram as
mulheres e sua sexualidade as mais perseguidas por heresias. Quando cessou a caça às bruxas viabilizou-
se uma profunda alteração da condição feminina, com a normatização de sua sexualidade e sua conduta,
pública e privada. A submissão e a castidade, então atreladas à moral cristã, sujeitava à danação eterna
toda aquela que se desviasse destas prerrogativas. Sendo assim, construções sociais tão potentes não se
perderam por completo nos desvãos da trama histórica. Ainda ardem as fogueiras! As premissas da
Inquisição não pertencem a um passado longínquo. O patriarcado permanece presente em quase todas as
culturas modernas e, no caso do Brasil, de forma bastante acentuada, evidenciando uma subjetividade
marcada pelo controle do corpo e da sexualidade feminina, pautados, sobretudo, na moral religiosa,
justificando misoginia e violência contra as mulheres em diversos níveis. Ou seja, é uma questão atual
que nos leva a perguntar ao passado: Por que a persistência da assimetria de gênero, da violência e da
desigualdade em um século povoado por conquistas femininas?
Palavras-Chave: Mulheres, Bruxaria, Inquisição
GT 2 - CIÊNCIA
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Anais do XIII ENCONTRO CLIO-PSYCHÉ Resistências: Ciência e Política na História da Psicologia
várias áreas do saber, diversas versões a respeito da dinâmica da família contemporânea foram
encontradas, levando a uma pluralidade de definições possíveis para este agrupamento ou categoria na
atualidade. Estas versões comportam desde aqueles que defendem a crise e dissolução da família,
passando por aqueles que identificam, na família contemporânea, apenas a intensificação dos valores do
individualismo moderno, até os que não encontram modificação alguma nas suas características, visto que
em outras épocas já eram encontrados arranjos com as mesmas características dos “atuais”, como as
famílias homoafetivas, as recasadas, as chefiadas por mulheres etc. Sendo assim, ao invés de esconder a
dúvida e hesitação, ao invés de recortar o objeto (em classes sociais ou grupos minoritários, por exemplo)
para manter o caminho da precisão e generalidade, escolhemos o (des)caminho de acolher a hesitação,
experimentá-la, expandi-la. Dessa experiência surge a possibilidade de uma pesquisa que vise não as
essências, mas que tome o problema dos modos de ser da família contemporânea pela lógica do
acontecimento. Com efeito, como proposta metodológica elegemos os aportes teóricos dos autores e
autoras dos Estudos em Ciência e Tecnologia (CTS), especificamente a Teoria Ator-rede, de Bruno
Latour, John Law e Annemarie Mol. Para os autores citados, a ciência, a tecnologia e a sociedade são
entrelaçados e coproduzidos através de redes de associações heterogêneas que articulam atores humanos
e não-humanos numa multiplicidade de versões ou performances, sem assimetrias ou determinismos de
um domínio sobre os demais. A ciência, por esta via, do contrário de saber neutro sobre a objetividade do
real, seria prática política que acaba por produzir os mundos que materializam em suas pesquisas. Dessa
forma, produzir conhecimento passa pela construção de uma rede de afetações a partir dos encontros com
os atores no campo, compreendendo a pesquisa como uma prática empírica, situada, local e encarnada
que produz realidade. Para tal, o dispositivo da roda de conversa foi escolhido na intenção de, através da
potência de sua horizontalidade, produzir com os atores narrativas a respeito dos modos de ser família
hoje, compreendendo o tema como uma aposta política e epistemológica rumo a uma ciência interessante
que promova, em seus efeitos, a possibilidade de novos modos de existência.
Fontes de financiamento: o trabalho não conta com fontes de financiamento.
Palavras Chave: Família Contemporânea, Teoria Ator-rede, Cartografia, Epistemologia Política.
De acordo com a Lei nº 4.119, a qual regulamenta a profissão e a graduação de psicólogos no Brasil,
“solução de problemas de ajustamento” é uma das funções do psicólogo. Durante os anos de processo
legal até regulamentação (1950-1962), “solução de problemas de ajustamento” foi usada para substituir
palavras como "psicoterapia" e "tratamento de problemas emocionais", sugerindo embates entre
diferentes profissões, à época. Após a regulamentação da Lei, em 1962, até a publicação da Resolução
CRP nº 03/2007, passou um intervalo de tempo sem existir menção no que diz respeito aos “problemas
de ajustamento”. A referida Resolução, no entanto, explicita o que é a “solução” de tal condição, mas não
esclarece em que que ela consiste. Com o objetivo de investigar o contexto supracitado, esta pesquisa se
propôs a analisar embates em torno de “problemas de ajustamento” e da “saúde mental” em publicações
do periódico Arquivos Brasileiros de Psicotécnica – ABP. O recorte temporal compreende de 1949 a
1968, período em torno da regulamentação da profissão do psicólogo, além de ser o período de circulação
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