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Anais do XIII ENCONTRO CLIO-PSYCHÉ Resistências: Ciência e Política na História da Psicologia

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Reitor | Ruy Garcia Marques


Vice-Reitor | Maria Georgina Muniz Washington
Sub-reitora de Graduação | Tania Maria de Castro Carvalho Netto
Sub-reitora de Pós-graduação e Pesquisa | Egberto Gaspar de Moura
Sub-reitora de Extensão e Cultura | Elaine Ferreira Torres

Centro de Educação e Humanidades | Diretor: Lincoln Tavares Silva

Instituto de Psicologia
Diretora | Márcia Maria Peruzzi Elia da Mota
Vice-Diretora | Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo

Programa de Pós-graduação em Psicologia Social


Coordenadora | Edna Lucia Tinoco Ponciano
Adjunta | Deise Maria Leal Fernandes Mendes

Laboratório de História e Memória da Psicologia – Clio-Psyché


Coordenadora | Ana Maria Jacó-Vilela

CATALOGAÇÃO NA FONTE

UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CEH/E

E56 Encontro Clio-Psyché (13.: 2018: Rio de Janeiro, RJ).


Anais do XIII Encontro Clio-Psyché: Resistências: Ciência e
Política na História da Psicologia. / Clio-Psyché – Laboratório de
História e Memória da Psicologia. – Rio de Janeiro, RJ:
UERJ/Instituto de Psicologia, 2018.
97p.
ISSN: 1982-632X
Encontro realizado nos dias 7 a 9 de novembro de 2018, com
o tema: Resistências: Ciência e Política na História da Psicologia.
1. Psicologia – História - Congressos. 2. Psicologia Social -
Congressos. 3. Psicologia - Ciência e Política. I. Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Psicologia. II. Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Laboratório de História e Memória da
Psicologia. III. Título.
CDU 159.9(81)(091)
CDU 37.015.3

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contra a fé católica. Desde então, quando as fogueiras da Inquisição ardiam em nome de Deus, eram as
mulheres e sua sexualidade as mais perseguidas por heresias. Quando cessou a caça às bruxas viabilizou-
se uma profunda alteração da condição feminina, com a normatização de sua sexualidade e sua conduta,
pública e privada. A submissão e a castidade, então atreladas à moral cristã, sujeitava à danação eterna
toda aquela que se desviasse destas prerrogativas. Sendo assim, construções sociais tão potentes não se
perderam por completo nos desvãos da trama histórica. Ainda ardem as fogueiras! As premissas da
Inquisição não pertencem a um passado longínquo. O patriarcado permanece presente em quase todas as
culturas modernas e, no caso do Brasil, de forma bastante acentuada, evidenciando uma subjetividade
marcada pelo controle do corpo e da sexualidade feminina, pautados, sobretudo, na moral religiosa,
justificando misoginia e violência contra as mulheres em diversos níveis. Ou seja, é uma questão atual
que nos leva a perguntar ao passado: Por que a persistência da assimetria de gênero, da violência e da
desigualdade em um século povoado por conquistas femininas?
Palavras-Chave: Mulheres, Bruxaria, Inquisição

GT 2 - CIÊNCIA

Nos (des)camihos da pesquisa: família, ciência e performatividade

Ulisses Heckmaier de Paula Cataldo; Laura Cristina de Toledo Quadros


ulissescataldo@gmail.com
Universidade do Estado do Rio de Janeiro

O presente trabalho tem a intenção de narrar o processo de desenvolvimento de uma pesquisa em


psicologia social, produzida no curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGPS/UERJ), desde seus impasses iniciais, percorrendo
as hesitações do pesquisador, até a construção de uma estratégia para pesquisar com os próprios atores a
produção de múltiplos modos de ser família hoje. O objetivo com esta narrativa cartográfica é colocar em
questão as práticas científicas de inspiração no realismo euro-americano, como explica John Law,
problematizando o primado da neutralidade e da objetividade ao discutir a relação intrínseca entre
epistemologia e política. Foco de intensas controvérsias, muito se discute sobre as transformações da
família na atualidade. Acontecimentos diversos como o aparecimento de novos arranjos familiares e a
contestação de até então sacralizados valores são apontados como analisadores de mudanças que opõe
especialistas. De forma geral, as controvérsias a respeito da família hoje sugerem que a família, artefato
outrora estabilizado, manifesta grande fragilidade nas fronteiras que a definem. Sendo assim, os modos
de ser família na atualidade se apresentam como horizonte de problematização acerca dos seus limites,
possibilidades e potências. Compreendendo que a implicação do pesquisador é também constitutiva do
processo de pesquisa, não é possível deixar de falar dos afetos que atravessam o processo da construção
da pesquisa em questão. Na intenção de encontrar uma definição clara e precisa para a família
contemporânea, um conceito que resumisse, em sua universalidade, as características da família hoje,
admitindo esta como um dado, como uma categoria social existente por si mesma a espera de um
observador neutro que pudesse ler seu movimento por detrás das enganadoras aparências, recorremos às
teses dos pensadores que pretendem versões objetivas da família contemporânea. Contudo, ao invés de
definições claras e precisas, de um caminho retilíneo em direção à verdade, o campo dos estudos acerca
da família contemporânea revelou-se confusos e contraditórios: dentre os estudiosos pesquisados, em

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várias áreas do saber, diversas versões a respeito da dinâmica da família contemporânea foram
encontradas, levando a uma pluralidade de definições possíveis para este agrupamento ou categoria na
atualidade. Estas versões comportam desde aqueles que defendem a crise e dissolução da família,
passando por aqueles que identificam, na família contemporânea, apenas a intensificação dos valores do
individualismo moderno, até os que não encontram modificação alguma nas suas características, visto que
em outras épocas já eram encontrados arranjos com as mesmas características dos “atuais”, como as
famílias homoafetivas, as recasadas, as chefiadas por mulheres etc. Sendo assim, ao invés de esconder a
dúvida e hesitação, ao invés de recortar o objeto (em classes sociais ou grupos minoritários, por exemplo)
para manter o caminho da precisão e generalidade, escolhemos o (des)caminho de acolher a hesitação,
experimentá-la, expandi-la. Dessa experiência surge a possibilidade de uma pesquisa que vise não as
essências, mas que tome o problema dos modos de ser da família contemporânea pela lógica do
acontecimento. Com efeito, como proposta metodológica elegemos os aportes teóricos dos autores e
autoras dos Estudos em Ciência e Tecnologia (CTS), especificamente a Teoria Ator-rede, de Bruno
Latour, John Law e Annemarie Mol. Para os autores citados, a ciência, a tecnologia e a sociedade são
entrelaçados e coproduzidos através de redes de associações heterogêneas que articulam atores humanos
e não-humanos numa multiplicidade de versões ou performances, sem assimetrias ou determinismos de
um domínio sobre os demais. A ciência, por esta via, do contrário de saber neutro sobre a objetividade do
real, seria prática política que acaba por produzir os mundos que materializam em suas pesquisas. Dessa
forma, produzir conhecimento passa pela construção de uma rede de afetações a partir dos encontros com
os atores no campo, compreendendo a pesquisa como uma prática empírica, situada, local e encarnada
que produz realidade. Para tal, o dispositivo da roda de conversa foi escolhido na intenção de, através da
potência de sua horizontalidade, produzir com os atores narrativas a respeito dos modos de ser família
hoje, compreendendo o tema como uma aposta política e epistemológica rumo a uma ciência interessante
que promova, em seus efeitos, a possibilidade de novos modos de existência.
Fontes de financiamento: o trabalho não conta com fontes de financiamento.
Palavras Chave: Família Contemporânea, Teoria Ator-rede, Cartografia, Epistemologia Política.

Controvérsias em torno de “problemas de ajustamento” e “saúde mental: Arquivos Brasileiros de


Psicotécnica

Ana Maria del Grossi Ferreira Mota, Rodrigo Lopes Miranda


amdelgrossi@gmail.com
Universidade Católica Dom Bosco

De acordo com a Lei nº 4.119, a qual regulamenta a profissão e a graduação de psicólogos no Brasil,
“solução de problemas de ajustamento” é uma das funções do psicólogo. Durante os anos de processo
legal até regulamentação (1950-1962), “solução de problemas de ajustamento” foi usada para substituir
palavras como "psicoterapia" e "tratamento de problemas emocionais", sugerindo embates entre
diferentes profissões, à época. Após a regulamentação da Lei, em 1962, até a publicação da Resolução
CRP nº 03/2007, passou um intervalo de tempo sem existir menção no que diz respeito aos “problemas
de ajustamento”. A referida Resolução, no entanto, explicita o que é a “solução” de tal condição, mas não
esclarece em que que ela consiste. Com o objetivo de investigar o contexto supracitado, esta pesquisa se
propôs a analisar embates em torno de “problemas de ajustamento” e da “saúde mental” em publicações
do periódico Arquivos Brasileiros de Psicotécnica – ABP. O recorte temporal compreende de 1949 a
1968, período em torno da regulamentação da profissão do psicólogo, além de ser o período de circulação

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