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FADIGA, PERDA DE PESO, HEMORRAGIAS E ANEMIAS – 2019/2 sanguínea até o timo, onde termina a sua maturação em linfócito

PROBLEMA 01: “ESTOU FRACA E PÁLIDA”. T maduro. Os linfócitos maduros (tanto B quanto T) irão se
OBJ 01) DESCREVER A HEMATOPOIESE. concentrar nos tecidos linfoides do organismo (linfonodos, baço e
A medula óssea é o órgão produtor das células sanguíneas. Até os MALT – Tecido Linfoide Associado à Mucosa).
cinco anos de idade, a medula de todos os ossos do corpo Os elementos maduros do sangue possuem uma vida limitada,
participa desse processo. À medida que os anos avançam, ocorre devendo ser constantemente repostos. Diariamente, cerca de
uma substituição gordurosa na medula dos ossos longos, até que, meio trilhão de células hematopoiéticas diferenciadas, incluindo
na idade adulta, somente os ossos da pelve, (como o ilíaco), o 200 bilhões de hemácias, participam deste turnover. A vida média
esterno, os ossos do crânio, os arcos costais, vértebras e as de uma hemácia gira em torno de 120 dias. As plaquetas vivem
epífises femorais e umerais são capazes de gerar células cerca de 7-10 dias, e os granulócitos, 6-8 horas. Os linfócitos
sanguíneas. possuem uma vida média prolongada, comumente de muitos
anos.

A medula óssea com atividade hematopoiética é denominada


medula óssea vermelha, devido à presença de grande quantidade
de hemácias e precursores eritroides. O restante dos ossos
contém a denominada medula óssea amarela, preenchida por
tecido adiposo, porém com potencial para voltar a produzir
células sanguíneas sob determinados estímulos.
Todos os elementos do sangue (hemácias, plaquetas e leucócitos)
originam-se de uma única célula progenitora, denominada célula-
tronco (stem cell) ou célula totipotente. Essa célula, existente
apenas em pequena quantidade na medula óssea, tem a
capacidade de se reproduzir quando necessário e dar início a um
processo de diferenciação em múltiplas linhagens celulares
hematológicas.
A produção de cada linhagem celular hematológica (hemácias,
Inicialmente, a célula-tronco se diferencia em dois tipos, cada um
plaquetas, leucócitos) é regulada de forma independente, de
comprometido com a formação de uma grande linhagem
acordo com a necessidade fisiológica do organismo. As
hematológica: a linhagem mieloide – que dará origem às
interleucinas e os fatores de crescimento denominados CSF
hemácias, plaquetas, granulócitos e monócitos – e a linhagem
(Fatores Estimuladores de Colônia) são os principais mediadores
linfoide – que dará origem aos linfócitos.
da hematopoiese, existindo, para cada linhagem celular,
A célula progenitora mieloide se diferencia em mais dois tipos: um
interleucinas ou fatores específicos. Dois exemplos práticos: a
comprometido com a linhagem eritroide-megacariocítica
eritropoietina e o GM-CSF. A eritropoietina é uma substância
(formação de hemácias e plaquetas) e a outra comprometida com
peptídica produzida no parênquima renal, pelas células tubulares
a linhagem granulocítica-monocítica (formação dos granulócitos e
proximais, em reposta à hipóxia tecidual. Funciona como um
monócitos). O precursor eritroide-megacariocítico finalmente se
hormônio regulador da produção de hemácias, estimulando os
diferencia, dando origem aos progenitores eritroides (os
progenitores eritroides a formar mais eritroblastos na medula
eritroblastos) e aos progenitores da linhagem megacariocítica (os
óssea.
megacarioblastos). Cada eritroblasto sofre um processo de
maturação, transformando-se no final em uma hemácia (ou
eritrócito). Cada megacarioblasto origina um megacariócito, célula
grande (a maior da medula óssea), multinucleada, de cujo
citoplasma se desprenderão várias plaquetas. O precursor
granulocítico-monocítico finalmente se diferencia nos
progenitores granulocíticos (os mieloblastos) e monocíticos (os
monoblastos). Existem três tipos de mieloblasto, cada um
originando um dos três tipos de granulócito: neutrófilo, eosinófilo
ou basófilo. O monoblasto dá origem ao monócito. Esta célula
transforma-se em macrófago (histiócito) quando penetra no
tecido conjuntivo dos diversos órgãos.
A célula progenitora linfoide se diferencia em dois tipos celulares:
um comprometido com a formação dos linfócitos B e outro
comprometido com a formação dos linfócitos T. O precursor B, ou
célula pré-B, origina o linfócito B maduro na própria medula O GM-CSF é o fator estimulador de colônia de granulócitos e
óssea, enquanto o precursor T caminha através da corrente monócitos, produzido pelos macrófagos, fibroblastos e células
endoteliais dos diversos tecidos do corpo, em reposta à cada um recebendo a denominação de uma letra do alfabeto
inflamação. Esse fator estimula a formação de mieloblastos e grego (alfa, beta, gama, delta). O heme é uma molécula formada
monoblastos, culminando numa maior produção de neutrófilos e por quatro anéis aromáticos (protoporfirina) com um átomo de
monócitos, as principais células de defesa. ferro no centro, no seu estado de íon ferroso (Fe+2), capaz de ligar
o O2. Portanto, cada molécula de hemoglobina é capaz de ligar
ERITROPOIESE quatro moléculas de O2, pois contém quatro grupamentos heme.
Nas primeiras semanas de vida embrionária, as células vermelhas No adulto normal, em torno de 97% da hemoglobina circulante
nucleadas primitivas são produzidas pelo saco vitelínico. Durante possui duas cadeias alfa e duas beta, a chamada hemoglobina A
o segundo trimestre da gestação, o fígado e, em menor (ou hemoglobina A1). Cerca de 2% da hemoglobina circulante
intensidade, o baço e os linfonodos, se encarregam dessa função. possui duas alfa e duas delta, ou hemoglobina A2; e o 1% restante
Nos estágios finais de vida fetal a medula óssea passa a ser o possui duas alfa e duas gama, denominada hemoglobina F (fetal).
principal terreno da hematopoiese e, após o nascimento, as Esta última (como o nome sugere) é a principal Hb da vida fetal.
células hematológicas são produzidas exclusivamente pela medula As talassemias são doenças genéticas caracterizadas pela redução
óssea. ou perda da produção de uma determinada cadeia de globina. Nas
A primeira célula no interior da betatalassemias, o problema está na produção das cadeias beta,
medula óssea identificada como enquanto nas alfatalassemias, o defeito está na produção das
pertencente à série eritroide é o pró- cadeias alfa.
eritroblasto (ou pró-normoblasto). A primeira etapa na síntese do heme consiste na combinação de
Uma vez formado, ele se divide várias duas moléculas de succinilcolina (proveniente do ciclo de Krebs)
vezes. Durante seu processo de com duas moléculas de glicina, formando um composto pirrólico,
maturação, dois importantes o ALA (Ácido Aminolevulínico). Através de uma série de reações
fenômenos ocorrem de forma enzimáticas, quatro compostos pirrólicos dão origem à
progressiva: (1); condensação da protoporfirina IX (“nove”), que se combina com o Fe+2 para formar
cromatina nuclear (maturação do a estrutura do heme.
núcleo); e (2) hemoglobinização do As anemias sideroblásticas são desordens (hereditárias ou
citoplasma. O citoplasma do pró- adquiridas) caracterizadas por um defeito na síntese do heme.
eritroblasto é azulado (basofílico). À Resultado: sobra ferro no interior do eritroblasto. O ferro livre
medida que aumenta a concentração deposita-se na mitocôndria, promovendo estresse oxidativo e
de hemoglobina neste dano a esta organela. O depósito de ferro mitocondrial dá o
compartimento, a coloração vai se aspecto microscópico dos sideroblastos em anel, isto é,
tornando mais próxima ao avermelhado (eosinofílico). Na ordem eritroblastos com depósito de ferro em volta do núcleo.
de maturação, teremos: (1) pró-eritroblasto; (2) eritroblasto
basofílico; (3) eritroblasto policromatofílico; (4) eritroblasto OBJ 02) INTERPRETAR O HEMOGRAMA.
ortocromático ou “hemácia nucleada”; (5) reticulócito; e (6) HEMOGRAMA
hemácia ou eritrócito. • Hematimetria (contagem de hemácias) – 4 a 6 milhões/mm3.
• Concentração de Hemoglobina - 12 a 17 g/dl.
Até o estágio de “eritroblasto ortocromático” a célula possui • Hematócrito - 36 a 50%.
núcleo. Para que se forme um reticulócito, o conteúdo nuclear • VCM (Volume Corpuscular Médio) – 80 -100 fL.
deve ser expulso. Todavia, sabe-se que os ribossomas, ricos em • HCM (Hemoglobina Corpuscular Média) – 28 -32 pg.
RNA, permanecem no citoplasma do reticulócito, desaparecendo • CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média) – 32 -
apenas cerca de um dia após a célula deixar a medula óssea. São 35 g/dl.
os ribossomas que criam um aspecto de “rede” ou “retículo” • RDW (Red Cell Distribution Width – índice de anisocitose) – 10 -
basofílico (azulado) no interior da célula, daí a nomenclatura 14%.
“reticulócito”. Quando esse retículo basofílico é perdido, a célula • Leucometria (contagem de leucócitos) – 5 -11 x 103/mm3.
passa a se chamar hemácia ou eritrócito. • Plaquetometria (contagem de plaquetas) – 150 - 400 x 103/mm3.
Na condição denominada megaloblastose, o defeito na síntese de
DNA, pela carência de B12 ou folato, faz com que haja uma Índices Hematimétricos: são “peças” fundamentais na avaliação
assincronia de maturação núcleo-citoplasmática: núcleos com inicial do diagnóstico etiológico das anemias e, quando associados
cromatina frouxa em células com o citoplasma hemoglobinizado. ao quadro clínico, podem trazer forte suspeita diagnóstica,
Essas células geralmente são de tamanho maior, daí o nome algumas vezes suficiente para o início da terapia. São eles: (1)
megalo (grande) + blasto (imaturidade celular). VCM ou VGM: Volume Corpuscular (ou Globular) Médio, isto é, o
volume médio das hemácias, medido em fentolitros; (2) HCM ou
FORMAÇÃO DE HEMOGLOBINA HGM: Hemoglobina Corpuscular (ou Globular) Média, isto é, a
A hemoglobina tem a função primordial de carrear oxigênio para massa de hemoglobina média das hemácias, medida em
os diversos tecidos do organismo. Sua síntese ocorre picogramas; e (3) CHCM ou CHGM: Concentração de Hemoglobina
precocemente na mitocôndria das células da linhagem vermelha, Corpuscular (ou Globular) Média, medida em g/dl.
iniciando-se na fase de pró-eritroblasto e perpetuando-se até a Esses índices podem ser calculados através da hematimetria,
formação do reticulócito. hematócrito e hemoglobinemia:
A hemoglobina é uma macromolécula constituída por quatro VCM = Ht x 10/hematimetria
cadeias polipeptídicas denominadas globinas, cada uma HCM = Hb x 10/hematimetria
combinada a uma porção heme. Existem vários tipos de globina, CHCM = HCM/VCM x 100 ou Hb/Ht x 100.
tentativa de corrigir a anemia, intensa proliferação medular da
linhagem vermelha, com consequente aumento de hemácias
jovens (reticulócitos) na corrente sanguínea. Ou seja, a presença
de reticulocitose indica que a medula está hiperproliferativa: um
mielograma mostraria intensa hiperplasia eritroide.
Pela contagem reticulocitária, classificamos as anemias em
HIPOPROLIFERATIVAS (carenciais, distúrbios medulares) – aquelas
sem reticulocitose – e HIPERPROLIFERATIVAS (hemolítica ou
sangramento agudo) – aquelas com reticulocitose.
Por causa do tempo necessário para aumentar a produção de
eritropoetina e a subsequente proliferação medular, nem sempre
será encontrada reticulocitose em um paciente com sangramento
agudo. Quanto mais recente o sangramento, menor a chance de
se encontrar reticulócitos em excesso.

ESFREGAÇO DO SANGUE PERIFÉRICO (HEMATOSCOPIA)


Índice de Anisocitose (RDW): indica a variação de tamanho entre Esse é um dos mais importantes exames para avaliação etiológica
as hemácias, sendo normal até 14%. Vários tipos de anemia da anemia e deve ser feito de forma rotineira pelo hematologista.
podem elevar o RDW, porém uma causa comum de anemia cursa É um exame bastante simples: utilizando-se uma gota de sangue
com este parâmetro caracteristicamente normal: beta-talassemia (obtida após lancetar a ponta do dedo do paciente, ou mesmo do
minor. A anemia ferropriva possui RDW aumentado, portanto, sangue colhido para o hemograma), faz-se um esfregaço ou
este parâmetro pode ser útil (mas nunca definitivo) para distensão sanguínea em uma lâmina com a ajuda de outra lâmina.
diferenciar, diante de uma anemia microcítica, entre ferropriva e Depois é só corar, utilizando-se os corantes do grupo Romanowski
talassemia minor. Na anemia ferropriva, o RDW encontra-se em (Giemsa, Wright).
torno de 16%, enquanto na talassemia minor, está próximo a 13%. Podem-se observar: (1) o tamanho dos eritrócitos, comparando-os
Leucócitos e Plaquetas: a presença de pancitopenia (anemia + ao núcleo de um linfócito normal; (2) a cromia dos eritrócitos –
leucopenia + plaquetopenia) sugere anemia aplásica ou leucemia hemácias hipocrômicas possuem apenas um pequeno halo róseo
aguda. Uma pancitopenia leve a moderada pode ocorrer na envolvendo um grande centro claro; (3) o grau de anisocitose – se
anemia megaloblástica, mielodisplasias, neoplasias hematológicas houver anisocitose acentuada, são vistas hemácias pequenas,
ou não hematológicas metastáticas. A anemia autoimune pode normais e grandes em vários campos da lâmina; (4) poiquilocitose
cursar com plaquetopenia (também autoimune), levando a uma ou pecilocitose: hemácias de várias formas, com formato bizarro –
bicitopenia (síndrome de Evans). O achado de anemia microcítica alguns tipos de pecilócitos são típicos de determinadas etiologias;
hipocrômica com trombocitose (aumento da contagem (5) presença de inclusões hemáticas, sugestivas de algumas
plaquetária) é muito sugestivo de anemia ferropriva. Um aumento patologias; e (6) alterações dos leucócitos ou plaquetas típicas de
extremo dos leucócitos (> 25 mil/mm3) pode estar presente nas certas desordens – ex.: neutrófilo hipersegmentado na anemia
infecções bacterianas graves, na hepatite alcoólica, na hemorragia megaloblástica, megatrombócitos e fragmentos de megacariócitos
aguda, nas síndromes mieloproliferativas e nas leucemias. A na mielofibrose, neutrófilos hipo ou agranulares e com anomalia
associação de anemia com leucocitose e trombocitose está do tipo pseudo-Pelger-Huet na mielodisplasia.
presente no sangramento agudo e nas síndromes
mieloproliferativas. O diferencial de leucócitos pode revelar
achados importantes para o diagnóstico. O exemplo mais
marcante é a presença de formas jovens da linhagem granulocítica
(bastões, metamielócitos e mielócitos) associada a eritroblastos
(hemácias nucleadas) na periferia, um achado denominado
leucoeritroblastose, que tem como significado clínico a ocupação
medular por algum processo patológico (mielofibrose idiopática,
neoplasia metastática ou mesmo uma infecção disseminada).
Contagem de Reticulócitos: os reticulócitos são as células
imediatamente precursoras das hemácias representando
normalmente 0,5 - 2% do total de células vermelhas circulantes.
São reconhecidos pela análise do esfregaço do sangue periférico
(corado pelo azul de metileno novo ou azul brilhante de cresil),
aparecendo com um reticulado azul em seu interior, material
correspondente ao RNA ribossômico.
A presença de reticulocitose indica dois grandes grupos de
anemias: (1) anemias hemolíticas; (2) anemia por hemorragia
aguda. Essas são as duas únicas formas de anemia que se originam
por “perda” periférica de hemácias, sem nenhum
comprometimento da medula óssea (direto ou indireto). Como a
capacidade de produção dessas células está intacta, há, na
LEUCOGRAMA
LEUCÓCITOS
Leucocitose: É uma reação a várias infecções, processos
inflamatórios e, em certas circunstâncias, a processos fisiológicos
(p.ex.: estresse extremo). Esta reação é mediada por várias
moléculas liberadas em resposta a eventos estimuladores, tais
como fator estimulador de colônias de granulócitos, fator
estimulador de colônias de macrófagos; interleucinas 1, 2 e 3; e
Corpúsculos de Pappenheimer: são depósitos de ferro, que
fator de necrose tumoral, entre outros. A leucocitose constitui na
aparecem como inclusões pequenas e periféricas. Surgem
resposta de fase aguda do organismo a muitas doenças, incluindo-
tipicamente na anemia sideroblástica, relacionados à própria
se infecções: bactérias, vírus, fungos protozoários e espiroquetas.
patogenia desta desordem (acúmulo de ferro nas mitocôndrias),
Leucopenia: Está associada a uma ampla variedade de infecções
mas também podem surgir nas condições que cursam com
virais e bacterianas. Quando causada por uma doença viral (p. ex.,
hipoesplenismo, pela mesma razão que os corpúsculos de Howell-
vírus do Epstein-Barr, hepatite A e B, vírus sincicial respiratório e
Jolly.
rubéola), geralmente, as alterações agudas são notadas dentro de
Corpúsculo de Heinz: corresponde à hemoglobina precipitada.
1 a 2 dias de infecção e muitas vezes podem persistir durante
Ocorre nas hemoglobinopatias e na deficiência de G6PD.
várias semanas. Considerar a presença de infecção por salmonela,
Corpúsculo de Howell- Jolly: É um fragmento de núcleo que
estafilococos e micobactérias. Nos portadores de drepanocitose
deveria ter sido expulso do eritrócito, antes deste deixar a medula
(anemia falciforme), o leucograma geralmente encontra-se entre
óssea. Aparecem como inclusões grandes e redondas. Em
12.000 e 15.000 células/mm3. Esta elevação decorre da
condições normais, estes fragmentos nucleares são removidos
mobilização dos granulócitos periféricos para o sistema
quando as hemácias passam pelo baço. Assim, devemos esperá-lo
circulatório. A contagem de neutrófilos segmentados costuma
nas condições que cursam com hipoesplenismo (esplenectomia;
aumentar nas crises vaso-oclusivas e nas infecções bacterianas.
anemia falciforme; doença celíaca - 15%).
Reação leucemóide: são elevações dos números de leucócitos
acima de 50.000/mm3 levando às vezes à confusão com leucemia.
PRINCIPAIS PEQUILÓCITOS (POIQUILÓCITOS)
Existem muitos casos de reações leucemóides que podem ser
mielóide ou linfóide.

NEUTRÓFILOS: Células móveis, fagocíticas, com a função


especializada de destruir microrganismos. São produzidos e
armazenados na medula óssea e liberados para o sangue
periférico através de mediadores químicos produzidos pelo
processo inflamatório. Podem circular ou permanecer marginados
ao endotélio dos vasos sanguíneos. Certos estímulos mobilizam a
população marginal, produzindo neutrofilia, sem necessariamente
envolver liberação pela medula óssea: adrenalina e os
corticosteróides (estresse, medicamento). Outro dado
importante: lactentes com menos de 3 meses de idade possuem
uma reserva muito pequena de neutrófilos e, na presença de
infecções graves, podem apresentar neutropenia ao invés de
neutrofilia. É importante salientar que crianças com síndrome de
Down frequentemente apresentam leucocitose, neutrofilia, desvio
para a esquerda e presença de formas imaturas (blastos) no
sangue periférico. Na maioria dos casos, trata-se de um distúrbio
mieloproliferativo transitório, mas alguns pacientes podem evoluir
para leucemia posteriormente.
Desvio à esquerda: A resposta inicial da medula óssea frente ao
processo infeccioso é a liberação da população de neutrófilos de
reserva. Ocorrerá também aceleração do processo de maturação
e liberação das células levando como resultado o desvio à
esquerda: que é a presença de maior quantidade de bastonetes e
(ou) de células mais jovens da série granulocítica (metamielócitos,
mielócitos, promielócitos e mieloblastos). A presença de mais de
500 bastões/mm3 constitui indicação de infecção. O desvio à
esquerda reacional ao processo infeccioso é caracteristicamente
escalonado, isto é, com proporção de células maduras maiores
que as células jovens. O desvio à esquerda não escalonado traduz,
fisiopatologicamente, a liberação de granulócitos jovens em
processo de produção não hierarquizado associado à disfunção da
medula óssea.
Neutropenia: (neutrófilos < 1.500/mm3) frequentemente como célula apresentadora de antígenos. Na fase aguda apresenta
associada a infecções virais, fenômeno de Shwartzman, pouca alteração, mas observamos a monocitose na fase de
antibióticos (cloranfenicol), antiinflamatórios não hormonais, convalescença e cronificação da doença. Doenças infecciosas de
drogas do tratamento da Aids, quimioterapia oncológica, evolução crônica como a tuberculose, paracoccidioidomicose,
antitérmicos (dipirona), etc. Dados citológicos dos neutrófilos sífilis, endocardite bacteriana subaguda, febre tifóide e por
quase sempre estarão presentes no desvio à esquerda: protozoários a presença de monocitose é comum. A monocitose
granulações tóxicas ou grosseiras, corpos do Döhle e também incluem a leucemia mielomonocítica, leucemia
vacuolizações citoplasmáticas. monocítica, doença de Hodgkin, fases de recuperação de
episódios de neutropenia ou infecções agudas, doenças auto-
EOSINÓFILOS imunes (p.ex.: lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide,
Eosinofilia: frequentemente está associada a fenômenos alérgicos, retocolite ulcerativa, etc.) e sarcoidose.
parasitoses ou distúrbios dermatológicos (exantemas, sibilos, A monocitopenia pode ocorrer secundariamente a endotoxemia
doenças parasitárias - helmintos e Toxocara canis -, ou no uso farmacológico de glicocorticóides.
hipersensibilidade medicamentosa, asma, alergia ao leite de vaca,
febre do feno, urticária, enfizema, sind. de Job e outros distúrbios OBJ 03) COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE ANEMIA E A
cutâneos). Outras causas de eosinofilia incluem doenças ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DO PACIENTE ANÊMICO.
gastrintestinais, doença de Hodgkin e doenças com O termo “anemia” traduz um estado em que a concentração de
imunodeficiências, mas ela também ocorre durante a hemoglobina se encontra abaixo dos limites normais,
convalescença de doenças virais. A síndrome hipereosinofílica frequentemente acompanhado de queda do hematócrito e da
refere-se a um amplo espectro de doenças que variam desde a contagem de hemácias no sangue. A concentração de
síndrome de Löeffler a leucemia eosinofílica crônica. hemoglobina é medida em g/dl, sendo normal entre 12 - 15 g/dl
Eosinopenia: aparece em situação de estresse agudo como nas mulheres e entre 13,5 - 17 g/dl nos homens. Estudos
resultante da estimulação de adrenocoticóides ou da liberação de epidemiológicos mais precisos colocam uma faixa de normalidade
epinefrina ou de ambos e em estados inflamatórios agudos. um pouco diferente: 11,8 - 14,8 g/dl nas mulheres e 13,2 - 16,7
g/dl nos homens. O hematócrito é a fração volumétrica ocupada
pelos eritrócitos no sangue, obtido através do processo de
LINFÓCITOS: são células que respondem de forma específica aos
centrifugação. Os valores normais do hematócrito são: 36 - 44%
antígenos. A atuação do linfócito através da produção de
nas mulheres e 39 - 50% nos homens. De uma forma geral, o
anticorpos (linfócitos B) ou por citotoxidade (linfócitos T) somente
hematócrito está em torno de três vezes o valor da hemoglobina.
ocorre após o reconhecimento de um determinado antígeno por
A contagem de hemácias normal varia entre 3,8 - 5 milhões/mm3
um linfócito, predeterminado a reconhecê-lo como tal.
nas mulheres e 4,3 - 5,6 milhões/mm3 nos homens.
Linfocitose: Muitas infecções virais (mononucleose infecciosa,
Obs.: Nas crianças de um a dois anos, de ambos os sexos, o limite
citomegalovírus, varicela, hepatites, adenovírus, sarampo,
inferior de hemoglobina sérica é de 9,5 g/dl (anemia fisiológica da
parotidite epidêmica) e doenças como a tuberculose,
infância). Os indivíduos residentes em elevadas altitudes, em
toxoplasmose e brucelose podem apresentar linfocitose absoluta
razão dos menores teores de oxigênio do ar ambiente, possuem
(> 5.000/mm3). Os pacientes com mononucleose infecciosa ou
níveis marcadamente superiores.
coqueluche podem apresentar linfocitose extremamente elevada
A dosagem de hemoglobina possui maior acurácia quando
(> 15.000/mm3). A presença de linfócitos atípicos acompanha
comparada ao hematócrito e à contagem de hemácias, devendo,
frequentemente as linfocitoses secundárias a processos
portanto, ser a medida de escolha utilizada para o diagnóstico de
infecciosos (na mononucleose infecciosa pode ser superior a 20%
anemia. As consequências fisiopatológicas do quadro anêmico
do total de linfócitos). A linfocitose com presença concomitante
estão diretamente relacionadas à diminuição dos teores de
de anemia, quadro purpúrico, plaquetopenia e (ou) dores ósseas
hemoglobina.
deve levantar a suspeita clínica de leucemia linfoblástica aguda.
Os pacientes anêmicos geralmente procuram cuidados médicos
Linfocitopenia: Na reação de fase aguda, o hemograma
devido a (1) sinais e sintomas da doença de base, independentes
frequentemente demonstrará linfocitopenia absoluta (<
da anemia; (2) sinais e sintomas decorrentes da anemia; ou (3) as
1.500/mm3) refletindo a mobilização dos linfócitos em nível
duas situações juntas.
tecidual para o reconhecimento antigênico. Na fase de
Mais comumente, entretanto, o paciente é oligossintomático ou
convalescença, a contagem de linfócitos pode se elevar
mesmo assintomático, e o diagnóstico de anemia é feito somente
discretamente, retornando aos níveis normais posteriormente.
após a análise dos exames “de rotina”, como parte de um check
Ocorre linfocitopenia também em situações de estresse ou uso de
up, por exemplo.
corticosteróides.
No geral, os sintomas do quadro anêmico provêm do prejuízo na
capacidade carreadora de O2 do sangue, predispondo à hipóxia
BASÓFILOS: Contém grânulos com grande quantidade de heparina tecidual e estimulando o coração a aumentar o débito cardíaco de
e histamina. Ocorrem aumentos nos pacientes com leucemia forma compensatória. Se o paciente for cardiopata prévio, ou
mielógena crônica, colite ulcerativa, artrite reumatóide juvenil, então em casos de anemia aguda grave, pode surgir um estado de
deficiência de ferro, insuficiência renal crônica e após ICC de alto débito, que pode ser fatal. Se o paciente for um
radioterapia. cerebropata prévio ou tiver mais de 80 anos, uma anemia
moderada a grave pode induzir sonolência, torpor, e, raramente,
MONÓCITOS: Os monócitos têm grande importância no processo coma. Quando a anemia se instala de forma insidiosa, como
inflamatório em nível tecidual devido a sua importância na ocorre na insuficiência renal crônica, na anemia megaloblástica e
fagocitose, eliminação de microorganismos e, principalmente, nas mielodisplasias, o paciente pode permanecer
oligossintomático, mesmo com hematócritos bastante baixos. No
entanto, dificilmente um hematócrito < 24% ou uma hemoglobina
< 8 g/dl cursam assintomáticos. A capacidade física está quase
sempre prejudicada em tais pacientes.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - “A SÍNDROME ANÊMICA”


- Dispneia aos esforços.
- Palpitações, taquicardia.
- Intolerância ao esforço.
- Cansaço evidente, indisposição (astenia).
- Tontura postural.
- Cefaleia.
- Descompensação de doenças cardiovasculares (ICC, Angina).
- Descompensação de doenças cerebrovasculares.
- Descompensação de doenças respiratórias.

ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA À ANEMIA


Dois são os principais mecanismos que amenizam a hipóxia
tecidual decorrente da anemia: (1) aumento do débito cardíaco –
o maior fluxo orgânico mantém a oxigenação tecidual, mesmo
com menos conteúdo de O2 por ml de sangue; (2) aumento do 2,3 TIPOS DE ANEMIA
DPG (glicose difosfato) na hemácia – este metabólito reduz a As anemias podem ser classificadas baseadas em sua
afinidade da hemoglobina pelo O2, facilitando, assim, a extração fisiopatologia, morfologia ou produção eritrocitária, sendo que a
do oxigênio pelos tecidos. combinação destas abordagens é geralmente utilizada para
determinação do diagnóstico diferencial inicial.
INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA A classificação fisiopatológica das anemias é baseada em
A anamnese deve pesquisar algumas pistas importantes – (1) parâmetros como diminuição ou ineficiência de produção,
tempo de instalação dos sintomas: as anemias carenciais destruição (hemólise) ou perda das hemácias.
(ferropriva e megaloblástica), a anemia aplásica, as
mielodisplasias, a anemia de doença crônica e o mieloma múltiplo CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA DAS ANEMIAS
são caracteristicamente de instalação insidiosa, enquanto a
anemia hemorrágica aguda e a anemia hemolítica autoimune
geralmente têm início abrupto; a anemia falciforme, as
talassemias e a esferocitose hereditária são anemias crônicas de
origem familiar, que têm, portanto, o seu início desde a infância; e
(2) sintomas associados: muitas vezes não relacionados ao quadro
anêmico, podem denunciar a existência de uma doença de base
(ex.: crises álgicas na anemia falciforme; comemorativos de
hipotireoidismo; dor óssea no mieloma múltiplo; febre prolongada
nas infecções crônicas, etc.).
O exame físico também ajuda bastante: (1) ao encontrar glossite e
queilite angular, o médico deve pensar nas anemias carenciais; (2)
a icterícia é um achado comum nas anemias megaloblásticas e
hemolíticas; (3) esplenomegalia significativa sugere anemia
hemolítica, hiperesplenismo ou neoplasias hematológicas; (4)
petéquias indicam possível plaquetopenia, presente na anemia
aplásica e nas leucemias agudas; e (5) deformidades ósseas na
face e crânio falam a favor de talassemia.

EXAMES COMPLEMENTARES
A investigação laboratorial complementar é fundamental para a A classificação morfológica é baseada no tamanho das células
confirmação do diagnóstico etiológico das anemias. vermelhas, segundo o volume corpuscular médio (VCM) em
microcíticas, normocíticas e macrocíticas. A anemia pode também
ser caracterizada com base nos valores da hemoglobina
corpuscular média em normocrômica ou hipocrômica.
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ANEMIAS • Nas primeiras horas após a hemorragia, a dosagem de
hemoglobina ou o hematócrito não refletem o volume de sangue
perdido, pois há perda proporcional de plasma e de hemácias. A
avaliação da gravidade da anemia deve ser feita com base em
sinais clínicos, como frequência cardíaca, pressão arterial, palidez
cutaneomucosa, sudorese e temperatura das extremidades,
estado de consciência e fluxo urinário.
• Após a hemorragia, mecanismos hormonais (renina- -
aldosterona, hormônio antidiurético) provocam retenção de água
e de eletrólitos, recompondo o volume circulante. Só então ocorre
diluição das hemácias, e a dosagem de hemoglobina (ou o
hematócrito) diminui progressivamente para estabilizar-se em
novo nível 48 a 72 horas depois do episódio de hemorragia.
• Como consequência da hipóxia renal, há aumento da
eritropoetina, que estimula a medula óssea a aumentar sua
produção nos dias subsequentes, até que a hemoglobina retorne
aos níveis anteriores. No período de produção acelerada, a partir
Na classificação segundo a produção eritrocitária, também são
do 3o ao 5o dia, ocorre elevação do número de reticulócitos.
avaliadas a produção ou destruição/perda dos eritrócitos
• A síntese da hemoglobina para repor o sangue perdido é feita à
utilizando-se como parâmetro a contagem corrigida de
custa de mobilização do ferro dos depósitos; para 100 mL de
reticulócitos.
hemácias produzidas o organismo utiliza cerca de 100 mg de ferro
dos depósitos.
CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS SEGUNDO PRODUÇÃO
Se a hemorragia não for tão intensa que cause choque
ERITROCITÁRIA
hipovolêmico, o organismo recompõe o sangue perdido em duas a
três semanas após a hemorragia. No entanto, em pacientes
previamente anêmicos, ou em portadores de doenças crônicas ou
de deficiências subclínicas de ferro ou folato, a perda hemorrágica
pode não ser pronta ou completamente reposta, marcando o
ETIOPATOGENIA ponto inicial de instalação ou de exteriorização clínica de um
Devemos distinguir: processo de anemia crônica.
a) anemia verdadeira, caracterizada pela redução da massa
eritrocitária, ou seja, do volume total de hemácias no organismo; ANEMIAS POR MENOR PRODUÇÃO DE HEMÁCIAS
b) anemia relativa ou por diluição, quando há aumento do volume A maioria dos casos de anemia resulta da produção insuficiente de
plasmático, sem correspondente aumento das hemácias. eritrócitos pela medula óssea. Nesses casos, a porcentagem de
O exemplo mais comum de anemia relativa é a hemodiluição, que reticulócitos está diminuída ou normal; mesmo quando a
ocorre durante a gravidez. No entanto, como a hemodiluição não porcentagem de reticulócitos está ligeiramente elevada (2 a 5%), o
provoca quedas acentuadas da hemoglobina nem sintomatologia, aumento é desproporcionalmente pequeno em relação à anemia
níveis de hemoglobina inferiores a 11-10,5 g/dL devem ser (ou seja, não há aumento do índice de reticulócitos corrigido), e o
causados por uma das formas de anemia desencadeadas ou número absoluto de reticulócitos está baixo. A menor produção
agravadas pela gravidez, como carências de ferro ou folato, ou - de eritrócitos pode ser resultante de um distúrbio da
talassemia heterozigótica. diferenciação eritroide, da proliferação dos eritroblastos na
Excluídas as raras situações de hemodiluição, a queda da medula óssea ou de sua maturação.
concentração de hemoglobina reflete uma verdadeira redução da
massa de eritrócitos. Os diferentes mecanismos conducentes à Distúrbios da diferenciação
anemia podem ser agrupados em três causas básicas: A infiltração ou substituição da medula óssea por um tecido
• Perdas sanguíneas agudas (hemorragia aguda); anormal também pode comprometer a produção de outras células
• Menor produção de eritrócitos; mieloides. Assim, nas leucemias agudas ocorre acúmulo de células
• Diminuição da sobrevida dos eritrócitos. neoplásicas do tecido hematopoético na medula óssea, com
redução das células mieloides normais. De maneira similar aos
HEMORRAGIA AGUDA casos de aplasia da medula óssea, as principais manifestações
As causas mais frequentes são: acidentes, cirurgias, hemorragias clínicas decorrem do comprometimento das três séries mieloides:
no tubo gastrointestinal, especialmente por úlcera péptica ou anemia, infecções e manifestações hemorrágicas. Além disso,
ruptura de varizes esofagianas, e hemorragia genital. A pode ocorrer infiltração de outros órgãos como baço, fígado,
hemorragia aguda é uma emergência que exige intervenção linfonodos, meninges, pele e testículos. Outras situações em que
imediata para cessá-la e repor, por meio de transfusões, o plasma ocorre infiltração ou substituição da medula óssea são
e as hemácias perdidos, para evitar o choque hipovolêmico. representadas pelas leucemias crônicas, mieloma múltiplo,
Quando o volume de sangue perdido não é muito grande, o mielofibrose e metástases carcinomatosas. As síndromes
organismo dispõe de mecanismos fisiológicos que permitem a mielodisplásicas também se caracterizam por um defeito da
recuperação espontânea. Podem-se reconhecer vários períodos eritropoese, com menor produção de hemácias; além da anemia,
evolutivos da perda sanguínea aguda: podem ocorrer outras citopenias, como leucopenia e
trombocitopenia.
O defeito pode afetar de maneira isolada ou predominantemente em órgãos como o fígado, o baço e a medula óssea. Nas anemias
a série vermelha: a manifestação clínica principal será a anemia, hemolíticas, a hemólise exacerbada pode ser intravascular ou,
como aplasia pura da série vermelha, as insuficiências endócrinas, mais frequentemente, hemólise extravascular.
como o hipotireoidismo e o hipopituitarismo, e a insuficiência • A hemólise intravascular é devida a traumas diretos sobre as
renal, na qual ocorre menor produção de eritropoetina hemácias, fixação de complemento à membrana eritrocitária ou
consequente à lesão do parênquima renal. As infecções, em toxinas exógenas, ocorrendo liberação de hemoglobina no
especial as viroses, são causas frequentes de anemia; anemia é plasma. A hemoglobina pode ser excretada na urina, dando
uma manifestação particularmente comum na infecção por HIV, e origem à hemoglobinúria, que é pois um sinal específico de
as hepatites estão associadas à ocorrência de anemia aplástica. hemólise intravascular.
• Na hemólise extravascular, as células são captadas pelos
Distúrbios da multiplicação celular macrófagos no baço, no fígado e na medula óssea (sistema
A diferenciação de células hematopoéticas primitivas em mononuclear-fagocitário), destruídas intracelularmente e
proeritroblastos é seguida de intensa proliferação celular, que digeridas.
proporciona a formação final de 8 a 32 eritrócitos a partir de cada
proeritroblasto, que exige intensa atividade sintética por parte Nas anemias hemolíticas a produção de hemácias pela medula
dos precursores. Os folatos e a vitamina B12 são essenciais para a óssea está aumentada, mas o aumento não é suficiente para
síntese do DNA, e as deficiências desses nutrientes têm como compensar a acentuada redução de sua sobrevida. As principais
consequência um retardo o u bloqueio da síntese de DNA, levando manifestações clínicas e laboratoriais compreendem:
a um defeito da multiplicação celular e da maturação nuclear, • Consequências do aumento do catabolismo da hemoglobina,
enquanto a síntese de RNA e das proteínas não está como elevação de bilirrubina indireta (não conjugada), icterícia,
comprometida. As anemias resultantes da carência de vitamina hepatomegalia e esplenomegalia, litíase biliar.
B12 ou de folatos são coletivamente conhecidas por anemias • Consequências da hiperplasia mieloide e da produção
megaloblásticas, e caracterizam-se por acentuada hiperplasia aumentada de eritrócitos: número elevado de reticulócitos,
eritroide da medula óssea, baixa liberação de reticulócitos, e presença de células imaturas (eritroblastos) em circulação,
hemácias de volume aumentado (macrocitose e hipercromia). alterações esqueléticas.

Distúrbios da maturação ou da hemoglobinização As anemias hemolíticas podem ser hereditárias ou adquiridas,


Cada eritrócito contém cerca de 30 pg de hemoglobina, que atinge crônicas ou de aparecimento abrupto. Têm expressão clínica
uma concentração de 34 g/dL dentro da hemácia, representando muito variada, que depende da intensidade da hemólise, a rapidez
mais de 95% do peso seco da célula. Por isso, quando a com que se instalou o quadro, eficiência da compensação pela
quantidade de hemoglobina sintetizada por célula é menor, medula óssea, e causa da doença. Por exemplo, a queda brusca de
formam-se hemácias com volume menor do que o normal. São, hemoglobina associada a uma hemólise aguda pode resultar em
portanto, anemias microcíticas e hipocrômicas. Os principais sintomatologia muito intensa, com fraqueza, tontura e
defeitos que podem levar a uma hemoglobinização deficiente são: taquicardia, insuficiência renal aguda, enquanto que uma anemia
a) a carência de ferro; b) as talassemias; c) as anemias hemolítica crônica pode ser oligossintomática.
sideroblásticas.
A maior parte do ferro corporal encontra-se nas hemácias como
parte da hemoglobina. Na carência de ferro os depósitos esgotam-
se, e o ritmo de síntese de hemoglobina é comprometido. Nos
adultos normais, cerca de 97% da hemoglobina é do tipo HbA,
uma proteína composta de dois pares de cadeias polipeptídicas
denominadas  e . A síntese dos dois tipos de globinas é
codificada por genes independentes, e em condições normais é
equilibrada, ou seja, são produzidas quantidades equivalentes de
cadeias  e . As talassemias são doenças hereditárias em que a
síntese de globinas é desequilibrada; a redução do ritmo de
síntese acarreta uma diminuição da quantidade total de moléculas
completas de hemoglobina por hemácia (o que provoca
hipocromia), e também um acúmulo da cadeia cuja síntese não
está afetada, que causa a lesão e destruição das hemácias e
eritroblastos. Por isso, as talassemias são anemias microcíticas
hipocrômicas e, ao mesmo tempo, exibem um componente de
eritropoese ineficaz e um componente hemolítico.

ANEMIAS POR MAIOR DESTRUIÇÃO DAS HEMÁCIAS


As hemácias humanas têm vida média de 120 dias a partir da saída
do reticulócito da medula óssea para o sangue circulante. A
redução da vida das hemácias em circulação produz uma
síndrome hemolítica que pode levar à anemia. Em condições
normais, as hemácias são destruídas no interior de macrófagos,

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