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Fausto Jaime
O ego se desenvolve na infância. No início, a criança pensa que ela sua mãe são a
mesma coisa. Mais tarde ela começa a desenvolver o senso de separação. Os "nãos" de uma
criança de dois anos, que algumas vezes irritam os adultos, são uma mostra de um ego se
desenvolvendo. O papel fundamental do ego é criar a nossa própria singularidade, uma
identidade através da qual nos expressemos. O ego é uma combinação de impressões. Ele
contém comportamentos que levam a intimidade, a produtividade e a criatividade. Contém
outros comportamentos que se constituem em coleção de paredes erigidas para autoproteção,
para afastar feridas e manter a segurança. Às vezes, criam-se paredes inapropriadas que
levam ao sofrimento. Por exemplo, alguém que, temendo o abandono, se fecha para a
experiência do amor.
O ego expressa suas inseguranças julgando tudo. Por esta razão, Joan Borysenko, em
seu Cuidando do Corpo, Curando a Mente, chama o ego de "o Juiz". O ego tenta assegurar a
felicidade mantendo tudo fortemente sob controle. Ele divide o mundo em categorias rígidas: o
bem e o mal; o positivo e o negativo; a favor e contra; o claro e o escuro; e outras. Às vezes
cegamente, procura o bem e evita o mal. É sede frequente de ilusões. A exacerbação do ego –
aquilo que eu chamo de "hipertrofia do ego inchado" – está na base do comportamento
egoístico, do egocentrismo e da egolatria. Psicólogos orientais afirmam que a tarefa do adulto é
destruir o ego, quebrando velhas defesas contra o medo e a insegurança. Estas defesas
alimentam várias reações e posturas que adotamos para parecermos pessoas aceitáveis.
O ego é frequentemente comparado a uma máscara que usamos para nos mostrarmos ao
mundo. Na maior parte das vezes, nos tornamos inconscientes deste processo e pensamos
que a máscara é o que realmente somos. É fácil reconhecer a máscara do ego com suas
defesas, que mantêm afastada a ilusão da dor. O ego – o Juiz – tem uma motivação primária:
procurar o prazer e evitar a dor. Para o ego, o bem é a segurança e o prazer e o mal é o medo
e o perigo. Em todas as defesas do ego, está presente a preocupação com a sobrevivência.
Muitas vezes, para estabelecer contatos convenientes com o mundo exterior, o ser
humano assume uma aparência que não corresponde a sua essência, o seu modo de ser
autêntico. A pessoa se apresenta mais como gostaria de ser ou como os outros esperam que
ele seja, do como ela é realmente. A esta aparência artificial é que Jung chamou de persona. O
militar, o professor, o médico, o executivo, entre outros profissionais, comumente mantêm uma
fachada de acordo com as convenções sociais, na forma de vestir, de falar e até no gestual. A
psique coletiva oferece recortes para a constituição dos moldes da persona.
Machado de Assis, em seu conto O Espelho, ilustra muito bem o que seja persona.
Machado narra o caso de um jovem que tendo sido nomeado alferes da guarda nacional, tanto
se identificou com a patente que " o alferes eliminou o homem". Quando, por especiais
circunstâncias, ele foi obrigado a ficar sozinho numa casa de campo onde não havia ninguém
para prestar as mesuras, louvações e marcas de respeito devido ao alferes, sentiu-se
completamente vazio. Ele via esfumada, sem contorno nítido, até sua imagem no espelho. Este
estranha fenômeno levou-o ao pânico. Desesperado lembrou-se de vestir a farda de alferes.
Neste conto, Machado apresenta a teoria de que o homem tem duas almas: "uma que olha de
dentro para fora, outra que olha de fora para dentro". Vestido diante do espelho, o alferes
observou: "O vidro reproduziu então a figura integral, nenhuma linha de menos, nenhum
contorno diverso; era eu mesmo, o alferes, que achava, enfim, a alma exterior".
O Inconsciente. Cada uma de nossas experiências, cada uma das vivências ocorridas em
nossa vida, é codificada como uma impressão no sistema nervoso. Graças a isto não
precisamos aprender a dirigir o carro a cada vez que sentamos ao volante para dirigir. A mente
inconsciente é um tesouro integrado de aprendizagem, um manancial inesgotável de
impressões, que pode ser aberto para trazer sabedoria a qualquer situação. Por outro lado, é
também um depósito de medos, frustrações, desapontamentos e velhas gravações, que,
embora não sejam mais relevantes, ainda persistem. Carl Gustav Jung identificou que o
inconsciente compreende dois componentes: o inconsciente pessoal; e o inconsciente coletivo.
A MEDITAÇÃO
Um velho, passeando certo dia pela floresta, encontrou uma velha garrafa azul
empoeirada. Enquanto a limpava, surgiu da garrafa um gênio! O gênio prometeu satisfazer
todos os desejos que o velho pudesse pensar, com uma condição: se ele terminasse todos os
desejos, o gênio poderia devorá-lo. O pobre homem concordou, achando que facilmente
manteria o gênio ocupado. Seu primeiro desejo foi uma refeição.
O homem se lembrou que um sábio morava numa ermida a duas horas de distância. Ele e
a esposa subiram até a ermida na esperança de que o sábio tivesse uma solução para livrá-los
do gênio. E de fato ele tinha. Disse ao casal para construir um poste alto e dizer ao gênio que
se mantivesse ocupado subindo e descendo o poste ininterruptamente. Se precisassem de
alguma coisa, poderiam apenas chamá-lo por um momento.
Comentário:
Fica claro que o gênio é uma metáfora para a nossa própria mente. Cada minuto que a
mente não esteja ativamente engajada, ela ameaça a nos devorar com ansiedades e fantasias
negativas. Subir e descer o poste é uma metáfora para o processo de respiração. Se a mente
for mantida ocupada, observando a inspiração e a expiração, ela não tem chance de nos
dominar. Esta se constitui, inclusive, em uma das técnicas de meditação. Podemos usar a
mente objetiva – o ego – como um criado, em vez de permitir que se transforme em nosso
patrão. Esta é a sabedoria de todas as antigas e modernas psicologias.. Na Baghavad Gita,
encontramos a seguinte afirmação: "O ego é um péssimo senhor, mas, um bom servidor".