Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
RESUMO
Introdução
Sabe-se que a Educação Física Especial é um programa diversificado de atividades
desenvolvimentistas e jogos rítmicos adequados aos interesses, capacidades e as limitações, de
estudantes com deficiências que não podem se engajar na participação irrestrita, segura e bem
sucedida, de atividades vigorosas de um programa de educação física geral (AAHPERD apud
PICK; ZUCHETTO, 2000). Esta abrange cinco grandes objetivos que são desenvolvidos nas aulas
para pessoas com necessidades especiais: orgânico, neuromuscular, interpretativo, social e
emocional (ADAMS et al, 1985).
Devido o seu atraso motor, o objetivo neuromuscular, irá proporcionar vivências de habilidades não
aprendidas, além de desenvolver as realizadas com dificuldades. As dificuldades de adaptação
social serão trabalhadas nos objetivos social e emocional, procurando melhorar a auto-imagem, a
linguagem, a comunicação, a expressão, etc. Com o objetivo interpretativo será trabalhado o
desenvolvimento cognitivo, através de regras, estratégias, questionamentos, problemas surgidos ao
longo dos jogos (ZUCHETTO, 1999).
O programa da Educação Física Especial para pessoas com SD propõe uma relação direta entre as
Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
Método
A pesquisa se caracteriza como estudo descritivo que tem como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações
entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma de suas
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados,
tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL, 1991, p.46).
O estudo foi composta por um grupo de 15 pessoas de ambos os sexos, de idade entre 15 e 45 anos,
que apresentam Síndrome de Down (SD), de uma entidade filantrópica de Londrina-PR,
participantes do programa de atividades do karate desenvolvidas nesta instituição.
Dentre o grupo de 15 pessoas com Síndrome de Down praticantes e participantes do programa de
karate, apenas 7 responsáveis por estes participantes responderam o instrumento, ficando 8
responsáveis fora do estudo. Os motivos que causaram a não participação destes responsáveis pelos
participantes do programa de karate foram: não respondeu o questionário, mudou de instituição por
causa da distância da sua residência, doença, cirurgia e desistência do programa. Entre os
responsáveis pelos participantes do programa de karate, tivemos três mães, três irmãs e um pai que
responderam o questionário.
Para coleta de dados utilizou-se um instrumento de avaliação (questionário) com questões fechadas
e abertas, auto-preenchível, elaborado a partir dos benefícios da pratica do karate apontados por
Lasserre (1968) e Sasaki (1995). Juntamente com o instrumento (questionário) foram enviadas duas
cópias do termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Para análise dos dados, adotou-se os seguintes procedimentos: a) criou-se uma escala de 1 a 5 para
as respostas fechadas sendo posteriormente avaliados em termos de porcentagem b) as respostas das
questões abertas foram utilizadas durante a discussão e c) foi efetuada a análise descritiva dos
referidos dados.
Resultado e Discussão
:
Quadro 1: Informações dos participantes
Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
PAR. Idade Sexo Tempo de participação Escola Atividade de Lazer ou Atividades Físicas
no programa de karate Recreativa ou
Esportivas
1 24 M 25 a 36 meses Ensino Especial Sim Sim
2 19 M 25 a 36 meses Ensino Especial Não Não
(Escola de Teatro)
3 43 M 13 a 24 meses Ensino Especial Sim Não
4 42 M 25 a 36 meses Ensino Especial Não Sim
5 21 M 01 a 12 meses Ensino Especial Sim Não
6 15 F 01 a 12 meses Ensino Especial Sim Não
7 45 F 49 a 60 meses Ensino Especial Sim Não
Desenvolvimento afetivo-social
Os benefícios do karate para o desenvolvimento afetivo-social são: disciplina para controlar
instintos violentos, controle de instintos negativos como a vaidade e o ciúme, sensibilidade para
perceber melhor os sentimentos alheios como aspecto de melhoria nos comportamentos sociais e
relacionamentos interpessoais. No quadro 2 estão as respostas fechadas do questionário para o
desenvolvimento afetivo-social:
Abaixo estarão sendo discutidas as respostas deste quadro e também das as respostas das questões
Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
Comportamentos Sociais
Comportamento social é um conjunto de ações, atitudes e pensamentos que o individuo apresenta
em relação à comunidade, aos indivíduos com quem interage e a ele próprio (MATOS apud
FRANÇA; ZUCHETTO, 2004). Para Gallahue e Ozmun (2003) a atividade motora tem um grande
potencial para promover comportamentos sociais positivos e para ensinar virtudes de honestidade,
do trabalho em equipe, da lealdade e do autocontrole.
Os resultados dos comportamentos sociais não foram significativos para os participantes 1, 3, 4, 5 e
6 pois apresentaram estes comportamentos antes e após a participação no programa de karate, os
participantes 2 e 7 tiveram uma piora nas atitudes de comportamento sociais após participação no
programa. Alguns responsáveis justificam estes comportamentos pela dificuldade de comunicação
dos sujeitos.
Para Kirk e Gallagher (1987) os deficientes possuem uma linguagem dispersa e com conteúdo
limitado comparado a uma pessoa normal. As pessoas com SD podem ter algumas perdas auditivas
que ocasionalmente contribuem para a linguagem pobre dessas pessoas (DOWS apud KIRK;
GALLAGHER, 1987). As pessoas com Síndrome de Down mostram-se geralmente deficientes nas
habilidades da linguagem (GALLAHUE; OZMUN, 2003). A literatura ainda destaca que existe
uma tendência ao isolamento social ou mesmo a falta de envolvimento, evitando o contato com
pessoas, demonstrando ás vezes um grau de imaturidade (GIMENEZ, 2005; ALMEIDA, 2005).
Disciplina
A disciplina é o modo de ensinar caráter, autocontrole, e comportamento aceitável para as pessoas,
além disso pode ser uma poderosa ferramenta de socialização (PAPALIA; OLDS; FELDMAN,
2006).
Os resultados para disciplina nas ações diárias das tarefas domésticas não foram significativos para
os participantes 2, 5 e 7, pois sempre apresentaram disciplina nas suas condutas, o participante 4
apenas em algumas situações, o participante 3 não apresentou disciplina antes nem após o programa
de karate, o participante 1 teve uma melhora na disciplina e o participante 6 apresentava antes e
passou a apresentar ás vezes após o programa.
A perspectiva é que a disciplina possa ser enfatizada na proposta de trabalho deste programa com a
participação dos responsáveis. As ações destacadas no questionário fazem parte de uma da rotina do
lar, isto remete para a presença de uma educação dos hábitos cotidianos, sendo a família
responsável por levar também este individuo á incorporar padrões aceitáveis de disciplina.
Vaidade
A vaidade é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa. A imagem de
Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
Ciúme
O ciúme baseia-se no desejo de um relacionamento exclusivo com o objeto primário,
relacionamento que mais tarde na vida, é encaminhado a outros objetos.
Os dados relatados nesta pesquisa estão relacionados com o ciúmes relacionado à família, no caso
de afetividade. Os participantes 1, 2, 4, 5 e 6 apresentavam ciúme antes do programa, os
participantes 3 e 7 não apresentavam antes. Os participantes 3, 5 e 6 não apresentaram após, os
participantes 1 e 2 ainda apresentam após e o participante 7 passou a apresentar após entrar no
programa.
Conclusão
Considerando os objetivos propostos na presente pesquisa, percebemos que o karate pode trazer
benefícios importantes para vida da pessoa que o pratica, sendo estes, revertidos à vida dos
indivíduos no contexto dos seus relacionamentos familiares. Assim sendo a proposta do programa
de karate poderá vir á contribuir com diversos benefícios para as pessoas com Síndrome de Down,
pois assim como outras atividades motoras o karate pode servir como um importante facilitador de
um auto conceito positivo.
O desenvolvimento sócio-afetivo do grupo de pessoas com SD participantes deste estudo, não
apresentaram mudanças significativas. Em relação ao comportamento sócio-afetivo, as respostas do
grupo estiveram quase que igualitárias para a presença ou não de atitudes positivas e negativas nesta
área. Estas atitudes devem ser constantemente estimuladas e influenciadas pelo professor durante as
aulas de karate.
Outros fatores a serem mencionados são a intensidade, o volume e a duração dos estímulos das
aulas de karate. O fato destes participantes do programa terem apenas uma aula por semana de no
máximo uma hora, pode estar comprometendo a efetividade dos benefícios para essas pessoas.
Como o karate é uma pratica corporal que envolve o treinamento de exercícios que tem uma direção
de disciplina constante, a opção, seria implementar uma maior oferta de aulas no programa. Com
isso acreditamos que é importante considerar que no karate o processo de aprendizagem demanda
tempo de pratica ligada à disciplina diária, onde, a incorporação das condutas leva um período
considerável. Desta forma, é necessário e indispensável treinar com intensa seriedade, sendo que a
mesma, deva ser exercitada também numa dimensão psicológica relacionando-a com a vida. Em
ambas situações, luta e vida, a aprendizagem é algo que deve ser estimulado e facilitado, assim a
pratica deve ser uma experiência real para o aperfeiçoamento do caráter e da personalidade do
individuo.
Dentro da perspectiva do programa seria importante considerar que pessoas com Síndrome de
Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
Referências Bibliográficas
ADAMS, R. C. et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. 3. ed., São Paulo:
Manole, 1985.
ALMEIDA, A. C. P. G. Atividade física e deficiência auditiva (p.129-146) In: GORGATTI, M. G.;
COSTA, R. F. (Org). Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades
especiais.1 ed., Barueri: Manole, 2005.
FRANÇA, C.; ZUCHETTO, A. T. Comportamento social de portadores de síndrome de down em
contexto de atividade motora adaptada. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADE
MOTORA ADAPTADA, 6, Anais..., São Carlos: Revista Sobama, v.9, n.1, p.15-24, 2004.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3 ed., São Paulo:Atlas, 1991.
KIRK, S.; GALLAGHER, J. Educação da criança excepcional. 1ed., São Paulo: Martins Fontes,
1987.
LIMA, S. R. C. et al. Educação Física Adaptada: uma proposta de trabalho para portadores de
deficiência mental. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO: ESPORTE, EDUCAÇÃO,
SAÚDE E MOVIMENTO HUMANO, 3., Anais...Paraná: Universitária, 1996.
PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 8 ed., Porto
Alegre: Artmed, 2006.
PICK, R. K.; ZUCHETTO, A.T. Comportamentos sociais de um portador da síndrome de down
evidenciados na prática de atividade física: um estudo de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO
SOBRE SÍNDROME DE DOWN, 3., Anais..., Curitiba, 10 p., 2000
SASAKI, Y. Karatê-do. São Paulo:CEPEUSP, 1995, 87p.