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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - CCET


DEPARTAMENTO DE DESENHO E TECNOLOGIA - DDET
CURSO DE DESIGN

UBIRAJARA SANTOS DE CARVALHO

COMPATIBILIDADE INDUSTRIAL DE MADEIRAS TROPICAIS DE ACORDO


COM AS SUAS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS

São Luís – MA
2014
UBIRAJARA SANTOS DE CARVALHO

COMPATIBILIDADE INDUSTRIAL DE MADEIRAS TROPICAIS DE ACORDO


COM AS SUAS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS

Monografia apresentada como requisito na


obtenção do grau de Bacharel em Design na
Universidade Federal do Maranhão.

Orientador: Prof. Dr. Sanatiel de Jesus Pereira

São Luís – MA
2014
UBIRAJARA SANTOS DE CARVALHO

COMPATIBILIDADE INDUSTRIAL DE MADEIRAS TROPICAIS DE ACORDO


COM AS SUAS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS

Monografia apresentada como requisito na


obtenção do grau de Bacharel em Design na
Universidade Federal do Maranhão.

Aprovada em: ___/___/_____

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________
Prof. Dr. Sanatiel de Jesus Pereira
(Orientador)

___________________________________
Prof. Dr. Denilson Moreira Santos

___________________________________
Profa. Dra. Patrícia Silva Azevedo
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela força e pelas pessoas maravilhosas que ele colocou na
minha vida.
Ao Prof. Sanatiel de Jesus Pereira, por todos os ensinamentos e por ter me
despertado para a pesquisa.
A todos os professores que ajudaram no desenvolvimento da minha formação no
curso de Design.
A minha família, meu pai, Ubiracy Jardinopolis, a minha mãe, Angela Maria,
minha avó, Justina Aurita, e aos meus tios pelo apoio. Em especial para meu tio Uildenir
Carvalho pela confiança e incentivo.
Aos meus amigos pelo apoio que me deram no decorrer do curso e desse trabalho.
RESUMO

Este trabalho trata do estudo analítico das associações entre as diferentes espécies de madeiras
tropicais brasileiras, com características tecnológicas compatíveis, que permitam seu uso
conjunto em um mesmo produto. Foram catalogadas 232 espécies, distribuídas entre madeiras
Muito Leves (10), Leves (20), Moderadamente Pesadas (69), Pesadas (78) e Muito Pesadas
(46), pertencentes a 50 famílias. O levantamento das espécies, os valores de suas propriedades
e a classificação nas áreas de uso foram retirados das Fichas de Características das Madeiras
Brasileiras, de Mainieri e Chimelo (1989), os demais sistemas de classificação, tais como o
utilizado para a densidade e para o Coeficiente de Retratibilidade Volumétrica, seguiram as
normas do IPT, da SUDAM (1981) e os preceitos apresentados por Rodrigues (1996). As
espécies estudadas foram associadas matricialmente de acordo com as suas propriedades
físicas de densidade e retração, sobretudo em relação à retração tangencial devido a sua maior
influência nas variações volumétricas do material, e também foram correlacionadas às
principais áreas de utilização industrial, categorizadas em Brinquedos, Embalagens,
Esquadrias, Mobiliário e Tacos e tábuas para assoalho. Os resultados dessa análise são
apresentados de forma sistematizada, disponibilizando aos profissionais que atuam nas
indústrias de base florestal, principalmente os ligados ao projeto de produto, as possibilidades
de uso conjunto ou associado das diferentes espécies tropicais.

Palavras-chave: Madeira, Tropical, Associação, Compatível.


ABSTRACT

This work deals with the analytical study of the associations between different species of
Brazilian tropical woods, with technological characteristics compatible, allowing use together
in one product. Were cataloged 232 species distributed among wood Very Lightweight (10),
Lightweight (20), Moderately Heavy (69) Heavy (78) and Very Heavy (46), belonging to 50
families. The survey of the species, the values of its properties and classification in areas of
use were taken from Sheets Characteristics of Brazilian Woods, of Mainieri and Chimelo
(1989), other classification systems such as the one used for the Density and Coefficient of
Volumetric Shrinkage, followed the rules of IPT, SUDAM (1981) and the precepts presented
by Rodrigues (1996). The species studied were associated in matrix form according to their
physical properties of density and shrinkage, particularly in relation to the tangential
shrinkage due to its greater influence on volumetric variations of this material, and were also
correlated to the main areas of industrial use, categorized into Toys, Packaging, Miter,
Furniture & Tacos and planks to the floor. The results of this analysis are presented in a
systematic way, providing the professionals who work in the forest-based industries,
particularly those related to product design, the possibilities of joint use or associated of the
different tropical species.

Keywords: Wood, Tropical, Association, Compatible.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Usos da madeira pelo setor madeireiro (em milhões de m3 de tora)...................... 19


Figura 3 – Representação esquemática do movimento de água durante a dessorção.............. 26
Figura 2 – Água na madeira. ................................................................................................... 29
Figura 4 – Relação do conteúdo máximo de umidade e a densidade da madeira. .................. 32
Figura 5 – Isotérmicas da umidade de sorção para basswood (32ºC) ..................................... 34
Figura 6 – Direção axial (A), tangencial (T) e radial (R), no tronco e na madeira serrada. .... 35
Figura 7 – Relações de inchamento e teor de umidade em madeira de faia (beech). .............. 37
Figura 8 – Estrutura da parede celular. .................................................................................... 40
Figura 9 – Efeito do ângulo microfibrilar na retração da madeira de pinus. ........................... 40
Figura 10 – Escrivaninha criada por Jean Henri Riesener em1790......................................... 46
Figura 11 – Armário Oyster..................................................................................................... 46
Figura 12 – Cômoda criada por André-Charles Boulle ........................................................... 47
Figura 13 – Caixa criada por André-Charles Boulle ............................................................... 47
Figura 14 – Mesa holandesa .................................................................................................... 48
Figura 15 –Tuilpe de l’est (1900) de Émile Gallé, Art Nouveau ............................................ 48
Figura 16 – Armário criado por Emile Jacques Ruhlmann ..................................................... 48
Figura 17 – Baú criado por Raymond Dominique e Eric Sanson ........................................... 48
Figura 19 - Parquet Versailles criado por Sebastiano Serlio e Andrea Palladio ..................... 50
Figura 20 – Boudoir no Winter Palace em São Petersburgo. .................................................. 50
Figura 21 – Layout do parquet utilizado nos quartos em Somerset House ............................. 50
Figura 22 – Cômoda criada em Londres 1772, por Beck e Christopher Fuhrlogh.................. 50
Figura 23 – Porta-canetas e cartões ‘caracol’. ......................................................................... 51
Figura 24 – Porta-papel. .......................................................................................................... 51
Figura 25 – Fruteira desenvolvida por Francisco Lobo a partir de bloco marchetado. ........... 52
Figura 26 – Cinzeiro desenvolvido por Enilton....................................................................... 52
Figura 27 – Mesa “Marajóara” ................................................................................................ 52
Figura 28 – Mesa de centro. .................................................................................................... 52
Figura 29 – Luminária Bola..................................................................................................... 53
Figura 30 – Porta-retrato Pirâmide. ......................................................................................... 53
Figura 31 – Mesa com módulo Baru ....................................................................................... 53
Figura 32 – Mesa com módulo Indígena em marupá, goiabão e muiracatiara-rajada............. 53
LISTA DE SIGLAS

ABIMCI – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente


ATFA – The Australian Timber Flooring Association
DAP – Diâmetro de Peito
FAO – Food and Agriculture Organization
FAPEMA – Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ITTO – International Tropical Timber Organization
MMA – Ministério do Meio Ambiente
PSF – Ponto de Saturação das Fibras
PMVA – Produto de Maior Valor Agregado
POM – Pequeno Objeto de Madeira
RADAM – Radar na Amazônia
REMADE – Revista da Madeira
SBS – Sociedade Brasileira de Silvicultura
SFB – Serviço Florestal Brasileiro
SUDAM – Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
UFMA – Universidade Federal do Maranhão
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Retração. ................................................................................................................ 36


Tabela 2 – Densidade............................................................................................................... 54
Tabela 3 – Requisitos de retratibilidade .................................................................................. 54
Tabela 4 – Classificação do coeficiente de retratibilidade volumétrica .................................. 54
Tabela 5 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para brinquedos:
Madeiras muito leves. ............................................................................................................... 60
Tabela 6 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para brinquedos:
Madeiras leves. ......................................................................................................................... 60
Tabela 7 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para brinquedos:
Madeiras moderadamente pesadas. .......................................................................................... 61
Tabela 8 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para embalagens:
Madeiras muito leves. ............................................................................................................... 61
Tabela 9 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para embalagens:
Madeiras leves. ......................................................................................................................... 62
Tabela 10 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para embalagens:
Madeiras moderadamente pesadas. .......................................................................................... 63
Tabela 11 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para embalagens:
Madeiras pesadas. ..................................................................................................................... 64
Tabela 12 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para esquadrias:
Madeiras moderadamente pesadas. .......................................................................................... 64
Tabela 13 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para esquadrias:
Madeiras pesadas. ..................................................................................................................... 65
Tabela 14 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para esquadrias:
Madeiras muito pesadas............................................................................................................ 66
Tabela 15 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para mobiliário:
Madeiras leves. ......................................................................................................................... 66
Tabela 16 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para mobiliário:
Madeiras moderadamente pesadas. .......................................................................................... 67
Tabela 17 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para mobiliário:
Madeiras pesadas. ..................................................................................................................... 68
Tabela 18 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para mobiliário:
Madeiras muito pesadas............................................................................................................ 69
Tabela 19 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para tacos e tábuas
para assoalho: Madeiras moderadamente pesadas.................................................................... 69
Tabela 20 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para tacos e tábuas
para assoalho: Madeiras pesadas. ............................................................................................. 70
Tabela 21 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para tacos e tábuas
para assoalho: Madeiras muito pesadas. ................................................................................... 71
Tabela 22 – Quantificação geral das espécies nas categorias de uso....................................... 71
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 16
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 17
3.1 Floresta tropical...................................................................................................... 17
3.1.1 Amazônia Legal ....................................................................................................... 18
3.2 Madeiras tropicais .................................................................................................. 19
3.2.1 Classificação............................................................................................................. 20
3.2.2 Principais famílias utilizadas na indústria ................................................................ 21
3.2.3 Principais espécies industriais .................................................................................. 22
3.3 Fatores que intercede m nas propriedades das madeiras.................................... 24
3.3.1 Higroscopicidade...................................................................................................... 24
3.3.1.1 Ponto de saturação das fibras ................................................................................... 24
3.3.1.2 Dessorção e adsorção ............................................................................................... 25
3.3.1.3 Umidade em árvores vivas ....................................................................................... 27
3.3.1.4 Umidade na madeira como um material .................................................................. 27
3.3.1.5 Como a umidade é retida na madeira ....................................................................... 28
3.3.1.6 Movimentação da água na madeira .......................................................................... 30
3.3.1.6.1 Movimentação de água capilar................................................................................. 30
3.3.1.6.2 Movimentação da água higroscópica ....................................................................... 31
3.3.1.7 Conteúdo de umidade máximo................................................................................. 32
3.3.1.8 Conteúdo de umidade sob condições atmosféricas constantes – Umidade de
equilíbrio.... ............................................................................................................................... 32
3.3.1.9 Importância da higroscopicidade ............................................................................. 35
3.3.2 Retração e Inchamento ............................................................................................. 35
3.3.2.1 Fatores que afetam a retração e inchamento ............................................................ 36
3.3.2.1.1 Umidade ................................................................................................................... 36
3.3.2.1.2 Densidade ................................................................................................................. 37
3.3.2.1.3 Estrutura ................................................................................................................... 38
3.3.2.1.4 Extrativos ................................................................................................................. 38
3.3.2.1.5 Composição química ................................................................................................ 38
3.3.2.1.6 Tensões mecânicas ................................................................................................... 39
3.3.2.2 Motivos da anisotropia da retração e inchamento .................................................... 39
3.3.2.3 Importância da retração e do inchamento ................................................................ 42
3.3.2.4 Controle de retração e inchamento ........................................................................... 44
3.4 Uniões entre madeiras............................................................................................ 45
3.4.1 Marchetaria............................................................................................................... 45
3.4.1.1 Histórico da técnica .................................................................................................. 45
3.4.1.2 Evolução da técnica.................................................................................................. 47
3.4.1.3 Estilos de marchetaria .............................................................................................. 48
3.4.2 Parquetaria................................................................................................................ 49
3.4.2.1 Histórico da técnica .................................................................................................. 49
3.4.3 Projetos de design com ligações entre madeiras ...................................................... 51
4 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................. 54
4.1 Materiais ................................................................................................................. 54
4.2 Métodos ................................................................................................................... 55
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 56
5.1 Brinquedos .............................................................................................................. 56
5.2 Embalagens ............................................................................................................. 56
5.3 Esquadrias............................................................................................................... 57
5.4 Mobiliário................................................................................................................ 58
5.5 Tacos e tábuas para assoalho ................................................................................ 59
6 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 73
ANEXO A – Relação das espécies tropicais catalogadas .................................... 80
13

1 INTRODUÇÃO

A madeira foi um dos mais antigos materiais usados pelo homem, inicialmente
sendo utilizada como combustível, na fabricação de ferramentas simples ou na construção de
abrigo. Tornou-se um material industrial com extensa aplicação em diferentes áreas, tais
como no mobiliário, esquadrias, embalagens, construção civil e naval.
Com o desenvolvimento tecnológico o homem não só ampliou as formas de
processamento da madeira, por meio do uso de ferramentas e maquinários modernos, como
também dominou o uso de outros tipos de materiais, como por exemplo, os metais e os
plásticos.
Apesar do surgimento de novas matérias-primas a madeira permanece sendo
bastante utilizada na indústria, por ser um material renovável e com formas de processamento
mais simples e modestas em relação aos demais materiais, que necessitam de maior
investimento tanto na obtenção quando no processamento.
Somente em 2010, o Brasil foi o quarto maior produtor de madeira em tora no
mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, da Índia e da China. Permanecendo em segundo
lugar, no mesmo período, em relação à produção de madeira em tora proveniente de árvores
frondosas (FAO, 2012).
Grande parte da madeira produzida no país é destinada ao consumo interno,
distribuído entre os Estados da Região Sul que consomem 22%, seguidos dos demais Estados
do Sudeste com 18% do consumo, do Nordeste com 13%, da Amazônia Legal com 7% e da
Região Centro-Oeste, excluindo Mato Grosso com 6% (LENTINI et al, 2003).
A madeira produzida no Brasil é oriunda das coníferas e das espécies tropicais. As
coníferas tem origem nas florestas plantadas, formadas principalmente pelo cultivo de Pinus e
do Eucalipto no sul do país. As madeiras tropicais são provenientes das florestas naturais,
compostas pelas árvores folhosas, provindas da região Amazônica (PONCE, R. H & WATAI,
L. T, 1985).
As madeiras de reflorestamento, produzidas a partir das florestas plantadas, são
destinadas para a produção de celulose, carvão vegetal e painéis, e ainda não possuem a
madeira ideal para outros usos, como na indústria moveleira e construção civil (TEIXEIRA,
2008). Os usos das madeiras tropicais são bem mais extensos, apresentando espécies próprias
para utilização em praticamente todas as demais áreas.
14

Quanto ao processamento, em 2007, a indústria atingiu a produção de madeira


serrada com aproximadamente 27,2 milhões m³, prevalecendo à produção de madeira tropical
com 17,9 milhões m³ seguida da madeira de Pinus com 9,3 milhões m³ (ABIMCI, 2009).
Devido à importância da madeira para a indústria, metodologias que impliquem
no consumo eficiente desse material, devem ocorrer necessariamente na obtenção, no
processamento, e no projeto do produto.
Em consequência da exploração elevada das florestas naturais criaram-se vários
mecanismos, como o manejo florestal e o cultivo de florestas plantadas, a fim de reduzir os
impactos ambientais na obtenção da madeira. Esses métodos influenciam diretamente no
início do ciclo de produção da madeira.
Outro fator evidenciado durante o processamento da madeira é a alta produção de
resíduos, em 2009, cerca de 60% do volume da madeira em tora processada foi considerado
resíduo (SFB & IMAZON, 2010). Esse dado é referente ao processamento inicial da indústria
madeireira, sendo que em todos os demais processos de beneficiamento da madeira há
produção de resíduos.
Quanto aos resíduos há muitos meios de aproveitamento, que visam sugerir outras
finalidades além do uso para fins energéticos. Como é o caso da fabricação de Produtos de
Maior Valor Agregado (PMVA) em geral e na reutilização destes resíduos na fabricação de
painéis de madeira aglomerada.
Sabe-se que o uso correto da madeira garante seu melhor aproveitamento como
matéria-prima na indústria, este fator sofrerá influencia direta do projetista. A espécie
adequada para cada projeto deve ter propriedades físicas e mecânicas, de trabalhabilidade, cor
e textura que preencham os requisitos estruturais, de fabricação, de durabilidade e estético do
produto (RODRIGUES, 1996).
A utilização de uniões entre madeiras diferentes, já ocorre em produtos que
empregam técnicas de marchetaria, comumente utilizadas por artesões na confecção de
quadros, caixas e tabuleiros, ou em trabalhos de designers na produção de Pequenos Objetos
de Madeira (POM), com o aproveitamento de resíduos de madeira.
Nas publicações sobre marchetaria, exemplificam-se as técnicas de confecção das
peças, os instrumentos utilizados e os acabamentos. Quanto às espécies citam exemplos e
informam sobre os padrões estéticos proporcionados por elas, assim como possíveis
dificuldades de trabalhabilidade ou defeitos.
Nos trabalhos com POM, onde ocorre à união de espécies diferentes, também não
há uma análise sobre as suas propriedades, as madeiras são escolhidas principalmente pelas
15

suas características estéticas e reunidas conforme o tamanho dos resíduos, analisando-se ao


final a qualidade das uniões formadas e o acabamento.
Os estudos atuais publicados na área de madeira, referentes à utilização, analisam
as propriedades das espécies individualmente e propõem o uso na área correta. Nenhum deles
analisa o comportamento de uma espécie de madeira em relação à outra, a fim de utiliza-las
unidas no mesmo produto.
Este estudo está limitado à união entre madeiras tropicais provindas de espécies
nativas da Amazônia brasileira. Seus resultados servirão de base para projetistas na fabricação
de produtos de base florestal que necessitem da associação desse material, ou seja, sua
aplicação ocorrerá durante o processo de projeto do produto.
As espécies foram estudadas conforme as áreas de “Brinquedos”, “Embalagens”,
“Esquadrias”, “Mobiliário” e “Tacos e tábuas para assoalhos”. Os resultados apresentados ao
final serão dispostos nestas categorias.
A estruturação dessa análise será distribuída em capítulos, iniciando com a
Introdução com uma breve apresentação do contexto geral, descrição da problemática e dos
estudos publicados. Em segundo os Objetivos a serem alcançados, logo após a Revisão de
Literatura. Em quarto os Materiais e Métodos, seguido dos Resultados e Discussões onde
serão expostos os resultados em forma de tabelas. Em penúltimo a Conclusão e finalizando
com as Referências com a bibliografia consultada para fundamentação do trabalho.
16

2 OBJETIVOS

Gerais:
Esse trabalho visa orientar o uso combinado dos diferentes tipos de madeiras
tropicais de acordo com as suas características tecnológicas, indicando aos industriais e aos
projetistas, quais espécies podem ser associadas em um mesmo produto, sem que os efeitos
das variações de umidade na madeira, possam prejudicar as características físicas e funcionais
do produto.

Específicos:
- Gerar um banco de dados das madeiras compatíveis;
- Sistematizar a escolha das madeiras compatíveis, correlacionada às áreas de uso;
- Ampliar as possibilidades de aproveitamento das madeiras como matéria-prima
nos projetos.
17

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Floresta tropical.

A Zona Tropical, região de ocorrência das florestas tropicais, fundamentalmente


situa-se entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, é caracterizada pelo clima quente, e
suas estações estão relacionadas às variações pluviométricas, alternando entre um período
seco e um úmido (BORTOLOTO, 2011).
As florestas tropicais ocorrem em uma faixa entre 30 graus de latitude Norte e Sul
em todos os continentes (RIBEIRO, J. E. L. S. et al., 1999). Possuem árvores altas, clima
quente e recebem muita chuva durante o ano e estima-se que abrigam mais do que 50% das
plantas e animais de todo o planeta Terra. Os países com maiores quantidades de florestas
tropicais são: Brasil, República Democrática do Congo, Peru, Indonésia, Colômbia, Papua
Nova Guiné, Venezuela, Bolívia, México, Suriname (REMADE, 2008).
Também são possuidoras da maior diversidade florística do planeta, em cada
hectare de floresta existem cerca de 300 espécies de árvores com mais de 10 cm de Diâmetro
de Peito (DAP). De modo geral pesquisas revelam que a variedade de espécies é maior na
Amazônia e Ásia e relativamente menor na África. Poucas espécies se encontram em mais de
um continente e a maioria dos gêneros é restrito a cada região (RIBEIRO, J. E. L. S. et al.,
1999).
A respeito da diversidade das florestas tropicais no Brasil, em inventário
produzido no Distrito Agropecuário da Suframa, reserva localizada ao norte de Manaus,
houve o registro de aproximadamente 698 espécies de árvores, com DAP igual ou superior a
10 cm. Segundo este estudo estima-se que haja mais de 124 espécies por hectare somente na
área amostrada (RANKIN-DE-MERONA et al., 1992). Em outro estudo, realizado também
na região de Manaus, foram encontradas 1077 espécies arbóreas numa área de 500 hectares de
floresta de terra firme (RIBEIRO, J. E. L. S. et al., 1999).
Geograficamente, a Amazônia Brasileira compõe a grande Região Amazônica
Continental com uma área de 7.855 milhões de quilômetros quadrados, localizada próxima ao
centro do continente americano, seguindo ao longo da Linha do Equador, com maior
predominância no hemisfério sul, abrangendo a bacia hidrográfica do rio Amazonas e seus
afluentes de ambas as margens. O Brasil possui a maior área florestal Amazônica, integrando
pouco mais de 3.500 km², incluindo os estados do Pará, Amazonas, Acre, Amapá, Roraima e
18

Rondônia. A região Amazônica também se estende através da Bolívia, do Equador, Peru,


Colômbia, Venezuela e das Guianas (PANDOLFO, 1979 apud MONTEIRO, 1996, p.25).
Uma segunda fonte mapeou o território brasileiro, e obteve valores da área
absoluta por volta de 851,4 milhões de hectares (IBGE; MMA, 2004). Dos quais, 477,7
milhões de hectares são constituídos de florestas naturais e 5,95 milhões ha de florestas
plantadas, divididos entre Eucalipto (3,75 milhões ha), Pinus (1,80 milhão ha) e outras
espécies (425,2 mil ha) (SBS, 2008).

3.1.1 Amazônia Legal

O conceito de Amazônia Legal iniciou-se em 1953, através da lei 1.806 de


06.01.1953, e criação da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia,
sendo incorporada a Amazônia brasileira parte do Maranhão (oeste do meridiano 44º), o
estado de Goiás (norte paralelo 13º de latitude sul) e Mato Grosso (norte do paralelo 16º
latitude sul). Atualmente a área de abrangência da Amazônia Legal corresponde aos Estados
do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e,
parcialmente o Maranhão (oeste meridional de 44º Wgr.), totalizando uma superfície de
5.217.423 Km², ou cerca de 61% do território brasileiro (SUDAM, 2001).
A floresta da Amazônia Legal representa 260 milhões de hectares (6,5 milhões de
ha de floresta várzea e 253,5 milhões de ha de floresta de terra-firme), com 45 bilhões de m³
de madeira em pé. Pelos inventários efetuados anteriormente estimou-se que 90 m³/ha são de
várzea e 178 m³/ha são de terra-firme, enquanto pelo Projeto Radam considerou-se 100 m³/ha
para várzea e 200 m³/ha para terra-firme (PANDOLFO, 1979 apud MONTEIRO, 1996).
A exploração da Amazônia ocorre geralmente de forma seletiva, ou seja, apenas
as espécies “comercialmente reconhecidas” são exploradas. O número de espécies
comercializáveis fica em torno de 30 m³/ha para várzea e 60 m³/ha para terra-firme
(PANDOLFO, 1992 apud MONTEIRO, 1996). Este número muda de região para região, mas
basicamente variam no intervalo entre 38 e 60 espécies, isso ocorre devido ao valor
madeireiro agregado a certas espécies (HIGUCHI et al., 1985).
A Amazônia possui 2.570 empresas envolvidas no processamento de madeira,
com renda bruta anual equivalente a US$ 2,5 bilhões. Seu consumo alcançou cerca de 28,3
milhões de metros cúbicos de madeira em tora em 1998, ou seja, 78% da exploração de
madeira nativa por ano no Brasil, excluindo a lenha e o carvão (LENTINI et al., 2003).
19

Em 2009, o setor madeireiro processou 14,2 milhões de metros cúbicos de


madeira nativa da Amazônia, resultando em 5,8 milhões de metros cúbicos de madeira
processada. Das quais, 72% foi destinado para produção de madeira cerrada (ripas, caibros,
tábuas e similares), 15% transformados em madeira beneficiada (pisos, esquadrias, madeira
aparelhada etc.) e os outros 13% em compensados e laminados. O restante dos 8,4 milhões de
madeira em tora caracterizou-se como resíduos, sendo utilizados para produção de carvão,
geração de energia e outros fins (Figura 1) (SFB & IMAZON, 2010).

Figura 1 – Usos da madeira pelo setor madeireiro (em milhões de m3 de tora).

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro e Instituto do Homem e do Meio Ambiente (2010).

Ainda sobre o processamento, o Brasil é responsável por mais de 85% da


produção de madeira tropical serrada na região da América Latina e do Caribe, e é visto como
o maior produtor de madeira tropical serrada entre os países membros do International
Tropical Timber Organization (ITTO). A produção brasileira apresentou-se estável durante os
últimos cinco anos, refletindo a dimensão do mercado interno, que absorveu mais de 95% da
produção em 2011 (ITTO, 2012).

3.2 Madeiras tropicais

As madeiras tropicais utilizadas pela indústria são aquelas nativas de países cujas
florestas estão situadas entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio (ITTO, 2006).
São provenientes de espécies definidas como latifoliadas e duras, oriundas de “não-
coníferas”, ou seja, árvores 1 classificadas como Angiospermas (FAO, 2012).

1
A árvore é uma planta lenhosa, de tronco simples e elevado, vivaz de mais de 5 metros de altura, com fuste
despido de ramos na parte inferior (REMADE, 2013).
20

3.2.1 Classificação

Conforme a classificação botânica 2 as árvores pertencem à divisão das


Fanerógamas ou Espermatófitas, ditos vegetais completos, isto é, apresentam raiz, caule,
folha, flor e semente (RAVEN, 2001). Essa categoria se divide em duas classes:
Gimnospermas e Angiospermas.
Gimnosperma é a classificação dada às árvores Fanerógamas cujas sementes não
estão contidas no interior do fruto (BUCKUP, 1973). Possuem folhas caules, raízes, flores e
sementes. São consideradas conforme o tipo de crescimento do caule 3 como exógenas. E
dividem-se nas ordens das Cicadáceas, Ginkgoáceas, Gnetáceas e Coníferas (GILG, 1959;
RAVEN, 2001).
Dentre as Gimnospermas destaca-se a ordem das Coníferas pela sua importância
industrial na produção de madeira. Elas são caracterizadas como plantas lenhosas, de tronco
ramificado, e óvulos formando um conjunto de pinhas. Possuem 50 gêneros e cerca de 550
espécies. Geralmente são encontradas em florestas distribuídas em regiões com clima
temperado (GILG, 1959; RAVEN, 2001).
Angiospermas são árvores de grandes ramagens conhecidas como folhosas ou
frondosas. Apresentam caule, raiz, folhas, flores, fruto e sementes. E diferenciam-se das
Gimnospermas por apresentarem sementes protegidas por frutos (BUCKUP, 1973; GILG,
1959). A grande maioria dos vegetais pertence a esta classe, onde se estima possuir cerca de
235.000 indivíduos (RAVEN, 2001). É composta pelas Monocotiledôneas e as
Dicotiledôneas 4 .
As monocotiledôneas são árvores angiospermas com sementes constituídas por
um cotilédone 5 . Apresentam caule com crescimento endógeno, frequentemente reto com
pouca variação de diâmetro e sem ramificações (BUCKUP, 1973; GILG, 1959). Contêm em
torno de 65.000 espécies, formadas pelas palmeiras, gramíneas e bambus (RAVEN, 2001).

2
A classificação dos vegetais dispõe das seguintes categorias, conforme a importância: Reino, Divisão, Classe,
Ordem, Família, Gênero, Espécies (LANGENHEIM, 1982; GILG, 1959).
3
Quanto ao tipo de crescimento do caule as plantas podem ser: exógenas, o caule desenvolve-se de fora para
dentro, através da adição de camadas concêntricas externas. Ou endógenas, cujo crescimento ocorre de dentro
para fora, com há a adição células novas na parte interna do vegetal.
4
Monocotiledôneas e dicotiledôneas são classificadas dessa forma devido ao número de cotilédones presentes
em suas sementes, porém esses vegetais apresentam outras diferenças físicas, como nas flores, na raiz e no caule.
As monocotiledôneas possuem flores com número de sépalas em múltiplos de três, apresentam raiz fasciculada,
e crescimento do caule endógeno. Enquanto as dicotiledôneas possuem flores com número de sépalas em
múltiplos de quatro ou cinco, o tipo de raiz é axial ou pivotante, e o crescimento do caule é exogeno.
5
Cotilédone é a folha embrionária da semente, com ou sem reservas nutritivas (IBGE, 2004). Em geral armazena
alimento nas dicotiledôneas e é absorvido pelas monocotiledôneas (RAVEN, 2001).
21

As dicotiledôneas dispõem de sementes com dois cotilédones. O caule sofre


crescimento exógeno, e apresenta os vasos condutores dispostos regularmente em círculos. É
formado por espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas (BUCKUP, 1973; GILG, 1959).
Compreendem 85% das espécies conhecidas, dentre elas as árvores tropicais.
De forma geral, conclui-se que as espécies tropicais são provenientes de árvores
Fanerógamas, consideradas botânicamente como Angiospermas Dicotiledôneas, cujo
crescimento do caule é exógeno.

3.2.2 Principais famílias utilizadas na indústria

Rankin-de-Merona et al. (1992), em seu inventário botânico sobre as espécies


presentes na região de Manaus, demonstra que as famílias mais abundantes e com maior
variedade de espécies são as Lecythidaceae, Leguminosae, Sapotaceae e Burseraceae.
Ferraz et al. (2004) reuniu informações sobre espécies madeireiras de terra firme
nas proximidades de Manaus. Onde estudou um grupo de 60 espécies botânicas, pertencentes
a 42 gêneros e 18 famílias. As famílias que formaram os maiores grupos de indivíduos foram
Fabaceae (8 espécies), Caesalpiniaceae (5), Lauraceae (8), Lecythidaceae (6), Mimosaceae (8)
e Myristicaceae (7).
Segundo os trabalhos de Rodrigues (1996) e Zanotelli (1996), as famílias que
mais se destacam dentre as madeiras utilizadas na região maranhense, são: as Fabaceaes com
16 espécies, e em seguida, as Mimosaceaes e as Caesalpiniaceaes com 9 espécies.
De acordo com Monteiro (1992), a família que mais se destaca, na microrregião
de São Luís - MA, é a Leguminosae, pertencente ao grupo das madeiras de lei.
Monteiro (1996), na sua pesquisa demonstra que das 31 madeiras analisadas, a
família mais recorrente é a Leguminosae com 6 espécies, em seguida a Lecythidaceae e a
Vochysiaceae com 3 espécies em cada uma.
Dentre as 30 espécies de madeira estudadas, por Lavôr (1998), em Imperatriz –
MA, as famílias de destaque foram a da Caesalpiniaceae composta por 4 indivíduos, logo
após a Fabaceae, a Lecythidaceae e a Mimosaceae, cada uma delas com 3.
Conforme Soares (2010), a família mais predominante nas indústrias do setor
madeireiro da região de Imperatriz – MA, é a da Fabaceae composta por 3 espécies
encontradas em 13 indústrias e a Caesalpiniaceae com 3 espécies presentes em 11 indústrias,
posteriormente, a Lecythidaceae e a Sapotaceae, com 3 espécies em cada, presentes em 8 das
16 indústrias.
22

3.2.3 Principais espécies industriais

Monteiro (1996) estudou 31 das principais espécies de madeiras comercializadas


no Estado do Maranhão, Brasil considerando seus aspectos organolépticos, anatômicos macro
e microscópicos e usos principais. Demonstra em seus resultados que, madeiras de densidade
alta (35,48% das espécies catalogadas) são próprias para construção civil, enquanto que
madeiras de densidade média (35,48%) e baixa (29,04%) são próprias para fabricação de
compensado e para a indústria do mobiliário. Considerou como espécies importantes devido
ao seu valor econômico e destaque internacional, as seguintes madeiras: Cedro (Cedrela
odorata); Freijó (Cordia goeldiana); Ipê (Tabebuia serratifolia); Jatobá (Hymenaea corbaril);
Maçaramduba (Manilkara huberi); Mogno (Swietenia macrophylla); Pau-amarelo
(Euxylophora paraenses); Pau-roxo (Peltogyne maranhensis Huber & Ducke) e Tatajuba
(Bagassa guianensis).
Rodrigues (1996) apresentou a análise sistemática das características tecnológicas
de sessenta e oito espécies de madeiras tropicais utilizadas na região maranhense, formulando
uma representação gráfica das principais propriedades físicas e mecânicas. As propriedades
foram relacionadas à densidade, classificando-as em leve com 10 espécies, moderadamente
pesada com 29, pesada com 24 e muito pesada com 7.
Zanotelli (1996) apresenta de forma sistemática as principais características
tecnológicas de sessenta e cinco espécies de madeiras tropicais que, pelo largo emprego nas
indústrias de beneficiamento e transformação, possuem grande importância econômica na
região maranhense. Das espécies apresentadas, quanto a densidade 8 espécies são
consideradas leves, 29 são moderadamente pesadas, 23 pesadas e 6 muito pesadas. Com base
neste estudo foram apurados os principais usos das madeiras, inicialmente com os Móveis
possuindo 51 espécies recorrentes, Folhas faqueadas com 45 e Acabamento interno com 44,
seguidas de Chapas compensadas, Esquadrias, Tacos e tábuas para assoalho e Vigamentos,
cada um com 33 espécies.
O polo madeireiro maranhense (Açailândia, Buriticupu e Itinga do Maranhão),
possui 54 empresas, o consumo de tora é equivalente a 254 milhares de m3 , resultando na
produção processada de 90 milhares de m3 (SFB & IMAZON, 2010).
Monteiro (1992) identificou e classificou, na sua monografia, a madeira enquanto
matéria-prima das indústrias de transformação da microrregião de São Luís (MA). Das 21
espécies estudadas, em relação a densidade, temos: 2 leves, 5 moderadamente pesadas, 6
23

pesadas e 6 muito pesadas (2 sem classificação). As principais áreas de uso são a de Móveis
com 19 espécies e a de Construção naval com 14, seguida de Tacos e assoalhos, Transporte e
Vigamentos, cada uma com 13 espécies. A madeira mais encontrada é o Pau d’arco (Tabebuia
serratifolia (G. Don) Nichols), aparecendo em vinte e três das 28 madeireiras pesquisadas,
vindo a seguir, o Angelim (Himenolobium petraeum Ducke) e o Jatobá (Hymenaea courbaril
L.), aparecendo em treze madeireiras. Ainda conclui que, temos neste mercado, cerca de treze
famílias, que incluem vinte e quatro gêneros e vinte e nove espécies.
Couto (1999) apresentou uma pesquisa sobre as principais espécies utilizadas no
mobiliário no município de São Luís - MA, indicando as mais adequadas para essa finalidade.
Analisou o total de 37 espécies de maior ocorrência na região. Com base neste estudo
apontam-se as principais espécies recomendadas para indústria moveleira, encontradas em
São Luís – MA, são elas: Cumaru (Dipterix odorata), Freijó (Cordia goeldiana), Maracatiara
(Astronium lecointei), Pau-roxo (Peltogyne maranhensis Huber & Ducke), Tauari (Couratari
oblongifolia), Tatajuba (Bagassa guianensis).
Salles (1999) catalogou as esquadrias fabricadas e comercializadas em São Luís –
MA, demonstrando as madeiras adequadas para este fim. Das 37 espécies estudadas, as mais
recorrentes nas madeireiras da região foram o Pau-d’arco (Tabebuia serratifolia) e a Tatajuba
(Bagassa guianensis). Em relação as mais recomendadas para uso em esquadrias, presentes na
indústria, são: Angelim-pedra (Hymenolobium Petraeum), Bruteiro (Erisma uncinatum),
Guanandi (Symphonia globulifera) e Louro-canela (Ocotea cymbarum).
Em UFMA/FAPEMA (1993) apud Soares (2010) foram encontradas 36 (trinta e
seis) espécies de madeira empregadas como matéria-prima nas indústrias de base florestal na
cidade de Imperatriz - MA, sendo o Cedro (16), Maracatiara (13) e Jatobá (10) as espécies
mais utilizadas. Na sua totalidade indústrias secundárias que atuavam em 7 (sete) áreas de
produção sendo a de Mobiliário a mais importante com 17 indústrias.
Lavôr (1998) realizou uma pesquisa de campo em Imperatriz em 15 indústrias de
base florestal, onde três eram de processamento primário da madeira e as doze restantes eram
do processamento secundário. Foram coletadas cinquenta e cinco amostras de madeiras
referentes a 19 famílias, 30 gêneros e 30 espécies. As espécies de madeiras mais utilizadas nas
indústrias eram: Cedro, Cumaru, Ipê, Jatobá, Maçaranduba e Tatajuba, existindo também
outras espécies.
Soares (2010) elaborou um diagnóstico do setor madeireiro da cidade de
Imperatriz, Maranhão, abordando 16 indústrias da região, sendo todas de processamento
24

secundário. Quanto a fabricação 4 indústrias produzem ao mesmo tempo esquadrias e


mobiliários, e 6 são somente de mobiliário, compondo o setor mais importante do total de
indústrias pesquisadas. Das remanescentes 4 são de carrocerias e 2 de estofados. Catalogou o
total de 31 espécies de madeiras utilizadas pelas indústrias de Imperatriz - MA, das quais o
Jatobá (6) (Hymeneae courbaril L.) e o Cumarú (5) (Dipteryx odorata) são as mais adotadas
na fabricação de esquadrias e mobiliário.
De acordo com a publicação da REMADE (2002) sobre o levantamento do Porto
de Belém e Santarém, em 2000. No Porto de Belém identificaram 76 espécies, sendo o
Angelim vermelho, Cedro, Curupixá, Ipê, Jatobá, Massaranduba, Pau amarelo, Tatajuba e
Tauari, as mais importantes para o setor de exportação da região. Os principais produtos
processados são a madeira serrada com 75,7% de participação na exportação, seguida da
aplainada com 19,9% e dos produtos de maior valor agregado (pisos, material de construção,
etc.) com 4,4%. No Porto de Santarém identificaram 42 espécies, sendo a Andiroba, Angelim
vermelho, Ipê, Jatobá, Maçaranduba, Tatajuba e Tauari, as mais exportadas. Havendo
somente dois tipos de produtos comercializados no local, a madeira serrada com 79,5% de
participação e a madeira aplainada com 20,5%.

3.3 Fatores que intercedem nas propriedades das madeiras

3.3.1 Higroscopicidade

Higroscopicidade é a propriedade da madeira de atrair umidade do ambiente e a


reter sobre a forma de água líquida ou vapor de água 6 . Esta propriedade origina-se da
composição da madeira: celulose, hemicelulose, pectina, lignina, e certos extrativos são
substâncias higroscópicas. Como um resultado da higroscopicidade, a madeira sempre contém
umidade. Higroscopicidade é uma importante propriedade, devido à umidade retida na
madeira afetar todas as outras propriedades.

3.3.1.1 Ponto de saturação das fibras

O termo ponto de saturação das fibras tem sido previamente definido. Ele
representa a umidade máxima que a madeira pode absorver dos vapores atmosféricos supondo

6
A madeira pode atrair e reter outros tipos de líquidos e gases, mas a água tem uma importância prática muito
grande. Os termos umidade e água são usados sem distinção.
25

que não ocorra condensação. O valor do ponto de saturação pode ser encontrado pela
extrapolação das curvas de adsorção determinada em uma temperatura constante, e umidade
relativas chegando perto de 100%. 7
Diferenças podem ser observadas em uma mesma espécie, dependendo do método
de determinação e outros fatores, tais como conteúdo de extratos, lenho juvenil e lenho tardio,
madeira de tensão e compressão, densidade e temperatura. A presença de extratos reduz o
ponto de saturação das fibras (TSOUMIS, G., 1991). Elevação da temperatura também tem
um efeito de redução, e madeiras de alta densidade mostram um menor ponto de saturação das
fibras, e isso se deve, no mínimo parcialmente, ao efeito crescente de um alto conteúdo de
extrativos na maioria desses tipos de madeira (SKAAR, C., 1972).
O conceito do ponto de saturação das fibras é útil do ponto de vista prático,
devido à maioria das propriedades mudarem quando o conteúdo de umidade da madeira está
abaixo deste ponto. Esta relação permite determinações experimentais do ponto de saturação
das fibras pela medida de certa propriedade (retração, propriedades mecânicas, resistência
elétrica, etc.) (STAMM, 1964) em sucessivamente alto e baixo conteúdo de umidade, até que
essa propriedade pare ou inicie a variar.

3.3.1.2 Dessorção e adsorção

A quantidade do teor de umidade, em algum momento do tempo, na madeira


exposta ao meio ambiente não é constante mais sujeita a contínuas mudanças. Perda de
umidade é chamada dessorção, e o ganho é chamado adsorção.
Dessorção começa pela evaporação proveniente da exposição superficial da
madeira. Se as paredes estão saturadas, a evaporação da água proveniente das cavidades
precisa de um pouco mais de energia do que a requerida para evaporar a água proveniente da
superfície livre (STAMM, 1964). Reduzida pressão relativa de vapor na atmosfera (menor
que a unidade) representa uma força atrativa ligando a água nas paredes e, dependendo da sua
magnitude, causam menos ou mais dessorção. Para repor a água de dessorção, outras águas
movem-se do interior na direção da superfície da madeira. Esse movimento é dirigido pela
expansão de bolhas de ar 8 das cavidades (Figura 3), e pelo aumento da difusão e capilaridade.

7
O controle de umidades relativas muito altas é difícil devido à condensação superficial de vapores, que resulta
na entrada gradual da água liquida dentro das cavidades celulares.
8
Bolhas expandem sob a influência da alta temperatura do ambiente, ou a tensão exercida pelo menisco. Na
madeira de árvores vivas, as cavidades celulares contem ar e somente em certos casos elas podem estar
preenchidas com água. Em madeiras saturadas podem-se formar bolhas de ar quando a taxa de desorção é
26

Figura 3 – Representação esquemática do movimento de água durante a dessorção. (A) Cavidades celulares
estão cheias, mas em f e h há ar nos bulbos (b 1 e b 2 ). A evaporação superficial tem reduzido o nível de água da
linha xy, abaixo da superfície mn (B, C e D). Queda gradual do nível de água (mn) pelo esvaziamento da
cavidades celulares. O menisco formado nas pontuações ajuda a saída de água, que é também empurrada para
fora pelo ar dos bulbos. Se os bulbos não existissem, o colapso poderia ocorrer.

Fonte: Stamm (1964).

A difusão acontece nas paredes a partir de posições de alta para baixa taxa de
umidade, mas a umidade também se move através das cavidades celulares. Se há uma
diferença na pressão de vapor, a água evapora na próxima cavidade. Ela é presa (e trocada
para liquido) na próxima parede e assim por diante. Sob pressão relativa de vapor igual à zero
praticamente toda umidade é perdida. De qualquer forma, a dessorção não é completa, devido
a certas ligações de hidrogênio que são difíceis de quebrar mesmo sob vácuo e alta
temperatura. Através do método padrão utilizado para determinar o conteúdo de umidade
(colocando a madeira em estufa a 103±2°C), é estimado que uma pequena quantidade de
umidade, menor que 0,5%, permanece fixada (STAMM, 1964).
O processo de adsorção é o reverso da dessorção 9 . A madeira seca, exposta a uma
atmosfera contendo vapor de água, adsorve através de sua superfície. No começo, uma
camada monomolecular é formada, depois uma polimolecular e, se a pressão relativa de vapor
na atmosfera é alta (perto da unidade), a condensação capilar pode acontecer. O movimento
da umidade proveniente do exterior para o interior da madeira é realizada por difusão, como
previamente descrito. Sob baixa pressão relativa de vapor, menor que a unidade, a água
líquida não entra nas cavidades das células, devido ao seu diâmetro ser grande e não permitir
a redução de pressão para níveis necessários para a condensação capilar (TSOUMIS, G.,
1991). Entretanto, se a pressão relativa é próxima da unidade, a condensação pode acontecer

pequena; a saída rápida de água, tais como na secagem em estufa que pode ocorrer colapso pela ação de tensões
de menisco (STAMM, 1964).
9
De acordo com Stamm (1964), acredita-se que a água entra livremente nas regiões amorfas da celulose, onde é
adsorvida pelos grupos de hidroxila disponíveis. Na região cristalina a água é adsorvida somente na superfície
devido o sua inabilidade em penetrar no entrelaçamento das moléculas cristalinas de celulose.
27

mesmo com uma pequena variação de temperatura. Desta forma, a água líquida entra nas
cavidades, acumulada gradualmente, e move-se internamente através de paredes e cavidades
contíguas. Quando a madeira seca é imersa em água, há movimento ativo de água através das
cavidades das células. O longo tempo de imersão resulta na quase completa saturação das
cavidades.

3.3.1.3 Umidade em árvores vivas

A umidade da madeira e árvores vivas varia em torno de 30 a 300%


(TOMASELLI, I.; NOCK, H. P. & RICHTER, H. G., 1975). Esta variação é influenciada por
diferentes fatores, tais como a espécie da árvore, a posição da madeira na árvore, e a estação
do ano.
Em resinosas, a madeira do cerne tem um menor teor de umidade que no alburno.
Nas folhosas, a diferença não é tão pronunciada, e algumas vezes a situação pode ser oposta.
Diferenças existem não somente entre espécies (TSOUMIS, G., 1991), mas também entre
árvores de mesma espécie. A variação vertical de umidade é também mais pronunciada em
softwoods, onde um crescimento foi observado a partir da base para o topo das árvores
(MUNIZ, 1993). Nas hardwoods, as diferenças são comparativamente menores, e não há
tendência definitiva (acréscimo ou decréscimo) na seção vertical.

3.3.1.4 Umidade na madeira como um material

Sem levar em consideração a umidade que a madeira pode conter na árvore


10
viva , a exposição à atmosfera resulta em perda de umidade. A quantidade que é finalmente
retida depende das condições atmosféricas existentes. Portanto o teor de umidade varia de
lugar para lugar e com o tempo.
Inversamente, a madeira exposta a um ambiente de alto teor de umidade, ou em
contato com água líquida, absorve umidade. Consequentemente, seu teor de umidade é
elevado. A saturação pode elevar o teor de umidade para valores muito altos, dependendo da
densidade da madeira. Por exemplo, o teor de umidade máximo de uma madeira muito leve
como a balsa pode chegar a 1000%.

10
A árvore ao ser derrubada apresenta uma grande variabilidade do teor de umidade em relação ao seu peso
seco. Nestas condições, algumas espécies possuem 30%, outras, de a 20-200% em relação a seu peso seco,
significando assim que a massa de água em uma peça pode representar até duas vezes a massa da própria
madeira. À medida que a madeira é exposta ao ambiente, essa umidade tende a diminuir com maior ou menor
facilidade, conforme a estrutura anatômica e as condições ambientais.
28

3.3.1.5 Como a umidade é retida na madeira

Na madeira recém-cortada, a água está presente em quatro diferentes formas ou


tipos: (BRANDÃO, AT.O., 1989) água capilar ou livre; (BROTERO, F. A, 1941) água
higroscópica ou adesão; (BROWNING, B. L., 1963) água de constituição, fazendo parte das
moléculas de celulose, hemicelulose e lignina; (DURAND, P. Y., 1985) vapor d'água,
localizado nas aberturas naturais da madeira e movimentando-se por difusão (KOLLMANN,
F. F. P. & COTÊ JR, W, 1968).
No processo de secagem interessa apenas a movimentação da água no sentido da
dessorção ou perda, que pode ser estudado sob dois aspectos principais: movimentação da
água capilar e da água higroscópica (abaixo dos 100°C de temperatura, a difusão de vapor
d'água não contribui significativamente para o processo de secagem).
A água capilar ou livre é encontrada nos lumes das células e nos espaços
intercelulares e aberturas das pontuações, retidas no interior da madeira pela ação de forças
capilares. Na realidade, esta água não é completamente livre, pois existem forças capilares
atuando do local mais úmido para o menos úmido, deslocando-se através das aberturas
naturais das células (KOLLMANN, F. F. P. & COTÊ JR, W, 1968; SIAU, 1971; SKAAR, C.,
1972; STAMM, 1964).
A água higroscópica ou de adesão, também conhecida como água de
impregnação ou presa, ocorre nos espaços submicroscópicos da parede celular, ligada por
forças elétricas polares, sendo que entre 0-6% de umidade, encontra-se adsorvida nas cadeias
de celulose e hemicelulose, por forças de valência primária monomolecular (van der Wall e
pontes de hidrogênio) e, entre 6% até o ponto de saturação das fibras, impregnando os espaços
submicroscópicos, adsorvida em camadas polimoleculares, ligadas por forças elétricas
polares.
Estas fases (monomolecular, polimolecular, condensação capilar 11 ) não estão
claramente separadas, mas uma distinção é feita entre água retida nas paredes das células e
nas cavidades da célula: água retida nas paredes da célula é chamada água presa e a que é
retida nas cavidades água livre. Esta condição teórica em que as paredes estão saturadas, mas
as cavidades estão vazias é chamada de ponto de saturação das fibras (TSOUMIS, G., 1991).

11
Condensação em capilares ocorre em uma baixa pressão relativa de vapor (umidade relativa) em semelhança a
condensação de grandes volumes de vapor de água. Em adição há uma elevação de água nos capilares devido ao
fenômeno de coesão (entre moléculas de água) e adesão (entre moléculas de água e a substância da madeira), e
pela tensão superficial exercida no menisco; quanto menor diâmetro de capilar, maior elevação de água e a maior
curvatura (e tensão) do menisco.
29

Este é um termo útil na utilização da madeira, como previamente explicado. A umidade retida
na madeira no ponto de saturação das fibras varia entre espécies, mas em média ela é em
torno de 30%.
Em condição saturada, há somente água líquida. A razão básica para a umidade
entrar na massa da madeira é a atração das moléculas de água pelas hidroxilas com fortes
ligações de hidrogênio. A formação destas camadas resulta na separação das cadeias de
moléculas na região amorfa e entre os cristalitos das microfibrilas, de modo que a madeira
começa a inchar. Sob o efeito de forças atrativas secundárias, mais moléculas de água entram
e formam uma camada polimolecular (Fig. 2). Uma parte adicional pode ser introduzida por
condensação capilar nos vazios da parede da célula 12 e pontuações. Depois da saturação das
paredes, a água no estado líquido pode ser também introduzida pelas cavidades celulares
(STAMM, 1964).

Figura 2 – Água na madeira. (A) Camada monomolecular de água ligada a hidroxilas livres de ligações de
moléculas de celulose. (B) Formação gradual de camada monomolecular pela quebra de ligações entre hidroxilas
adjacentes. (C) Camada polimolecular. (D) Representação esquemática de camadas monomolecular e
polimolecular.

Fonte: Tsoumis, G. (1991).

12
Espaços vazios, invisíveis muitos das vezes com um microscópio eletrônico, existem nas paredes das células,
mas sua proporção é pequena, em torno de 1 a 5%.
30

3.3.1.6 Movimentação da água na madeira

3.3.1.6.1 Movimentação de água capilar

A água livre tem sido definida como sendo aquela existente na madeira quando o
seu teor de umidade está acima do ponto de saturação das fibras. O movimento capilar pode
ser definido como sendo aquele controlado por forças de tração determinadas pela tensão
superficial do líquido e pelos raios dos capilares 13 .
Uma vez que a movimentação da água capilar se realiza através das aberturas
naturais, o fator limitante à sua retirada é a permeabilidade da madeira, caracterizada pela
maior ou menor facilidade com que a água escoa através da madeira em uma determinada
direção, e que é afetada pela sua estrutura anatômica.
De modo geral, pode-se dizer que no primeiro estágio de secagem ocorre o
movimento de água livre através das cavidades celulares sob a ação de forças capilares. O
ponto de saturação das fibras situa-se entre 25-35% (SKAAR, C., 1972) de umidade em
relação ao peso seco do material, variando com a espécie, teor de extrativos, temperatura, etc.
Em termos práticos, considera-se como sendo de 30% para todas as espécies.
O ponto de saturação das fibras (PSF) é de grande importância devido às
alterações na resistência mecânica e nas propriedades físicas que ocorrem na madeira a partir
desse ponto. Estas alterações são decorrentes da retirada da água presente nos espaços
submicroscópicos da parede celular, fazendo com que as micelas se aproximem umas das
outras, conferindo- lhes maior rigidez.
A maneira pela qual se considera que água capilar se movimenta na madeira é
descrita por Skaar (1972). O termo capilar refere-se à água na forma líquida, existente nas
cavidades e nas aberturas ligando as cavidades celulares na madeira. A água capilar, portanto,
ocorre somente na madeira, cujo conteúdo de umidade está acima da umidade de saturação ao
ar.

13
As forças capilares são governadas pela equação T=2S/R, a qual estabelece que a tensão capilar T é
diretamente proporcional à tensão superficial S da interface ar/água, e inversamente proporcional ao raio da
curvatura R. A Fig. 2 Ab mostra a superfície capilar da qual o líquido está evaporando para o ar. O raio da
curvatura R é grande nesta etapa e, portanto, a tensão capilar é pequena. Esta tensão ocorre em todo o capilar e
exerce uma tração para dentro sobre as paredes do tubo assim como sobre o menisco da interface ar/água.
Continuando a evaporação, o raio da curvatura decresce até atingir o raio do orifício de evaporação (Fig. 2 Ad).
A tensão máxima ocorre quando o raio evaporante torna-se igual àquele de abertura (Fig. 2 Ac) (GALVÃO,
A.P.M. & JANKOWSKY, I.P., 1985; SKAAR, C., 1972). Em certas circunstâncias, as forças de tensão capilar
podem causar colapso nas células cheias de água, se as aberturas da membrana forem suficientemente pequenas
e a parede celular fraca. Este efeito é mais pronunciado em altas temperaturas, quando a parede celular se torna
bastante enfraquecida (GALVÃO, A.P.M. & JANKOWSKY, I.P., 1985; SKAAR, C., 1972).
31

3.3.1.6.2 Movimentação da água higroscópica

O movimento da água higroscópica 14 através das paredes celulares também pode


ser entendido como processo de difusão, que ocorre abaixo do Ponto de Saturação das Fibras
(PSF).
A água higroscópica ou água de impregnação movimenta-se através da parede
celular por um gradiente de umidade que ali se estabelece, evaporando e atravessando as
cavidades celulares por um gradiente de pressão de vapor, tornando a se condensar e
atravessar as paredes celulares, e assim sucessivamente até atingir a superfície da madeira
(KOLLMANN, F. F. P. & COTÊ JR, W, 1968; SIAU, 1971; SKAAR, C., 1972; STAMM,
1964).
As moléculas de água adsorvidas junto aos grupos hidroxila da parede celulósica
requerem menor quantidade de energia para se moverem para locais de menor teor de
umidade do que a requerida para se dirigirem para regiões de maior teor de umidade
(SKAAR, C., 1972).
A difusão da água higroscópica ocorre em combinação com a difusão do vapor
d'água. Durante o seu percurso para a superfície da madeira, a água no estado de vapor é
novamente adsorvida na parede de outra célula, para então ocorrer o mecanismo de difusão da
água higroscópica. Esta combinação de mecanismos será repetida até que a molécula de água
atinja a superfície da madeira.
A água de impregnação está intimamente relacionada com o ponto de saturação
das fibras, pois a saída destas provoca modificações estruturais, aproximando as células
lenhosas e conferindo maior rigidez às mesmas. Por esta razão, a água de impregnação exerce
um papel importante na utilização da madeira e se manifesta normalmente entre o intervalo de
6-28% do teor de umidade (KOLLMANN, F. F. P., 1970).
A energia potencial do vapor d'água é elevada quando comparada com a água
livre ou com a água higroscópica, porém, em condições normais de secagem, a quantidade de
água removida da madeira, na forma de vapor, é desprezível (SKAAR, C., 1972).

14
A água higroscópica move-se pelo fenômeno de difusão em consequência dos gradientes de umidade, que se
estabelecem nas paredes celulares ou na madeira, de uma forma geral. A movimentação das moléculas de água,
adsorvidas junto aos grupos OH, de locais de alta para baixa umidade, requer menor quantidade de energia do
que a necessária para o deslocamento em sentido inverso. O vapor d'água move-se na madeira, pelo interior das
cavidades das células e das aberturas que as ligam, através do fenômeno de difusão que ocorre em consequência
de um gradiente de pressão de vapor.
Os coeficientes de difusão aumentam com a temperatura e a umidade e diminuem com a densidade da madeira.
A elevação da temperatura proporciona energia para as moléculas de água, provocando seu deslocamento de um
local de adsorção para outro (SIAU, 1971).
32

3.3.1.7 Conteúdo de umidade máximo

A umidade máxima que a madeira pode conter, quando tanto as paredes das
células como as cavidades celulares estão saturadas, depende do espaço avaliado da sua
massa. Este espaço, na sua forma de vazios das cavidades celulares, é praticamente expresso
pela densidade seca. Entretanto, o espaço tomado pela água nas paredes da célula deverá ser
adicionado. O conteúdo de umidade apresenta uma larga variação e, com base na densidade,
ele pode ser calculado com aproximação 15 (TSOUMIS, G., 1991).
A relação do conteúdo de umidade máximo e a densidade é mostrada na Figura 4.
O conteúdo de umidade máximo difere não somente entre espécies, mas também na mesma
espécie, especialmente entre cerne e alburno.

Figura 4 – Relação do conteúdo máximo de umidade e a densidade da madeira.

Fonte: 1. Densidade depois de seca (BRANDÃO, AT.O., 1989). 2. Densidade básica (BROTERO, F. A., 1941).

3.3.1.8 Conteúdo de umidade sob condições atmosféricas constantes – Umidade de


equilíbrio.

A madeira exposta a condições constantes de temperatura e umidade relativa 16 ,


por tempo suficiente, sofre dessorção ou adsorção de umidade dependendo das suas condições

15
O conteúdo de umidade pode ser calculado, com aproximação, seguindo as relações (TSOUMIS, G., 1991):
- YMDC = 100 ((rw -R)/ rw R) = 100 (1/R -0,67);

- YMDC = 100 ((rw - r0 / rw r0 ) + f = 100 (1/r0 + 0,67) + 30.


Onde:
YMDC conteúdo máximo de umidade (%) rw densidade absoluto da madeira (1 ,50 g/cm3 )
3
R densidade básica (g/cm ) r0 densidade seco (g/cm3 )
f ponto de saturação das fibras (30%)
16
Umidade relativa é a taxa da massa de vapor de água contida em certo volume de espaço para o máximo
possível em uma dada temperatura. Por exemplo, uma umidade relativa de 25% quer dizer que o ar contém 1/4
33

higrométricas iniciais e finalmente retêm certa quantidade de umidade. Isso é chamado de


conteúdo de umidade de equilíbrio ou simplesmente umidade de equilíbrio 17 . Este equilíbrio
pode não existir em uma atmosfera não controlada, devido tanto a temperatura como a
umidade relativa estarem sujeitas a contínuas mudanças. Para conseguir uma condição de
equilíbrio, a madeira, deverá ser colocada em um ambiente fechado, onde temperatura e
umidade relativa possam ser mantidas constantes. Na prática, isso é aproximado durante a
secagem da madeira em estufa. O equilíbrio do conteúdo de umidade é uma medida de
higroscopicidade, e é expressa como uma percentagem do peso seco da madeira.
A relação entre a umidade de equilíbrio e a umidade relativa, em certa
temperatura constante, é dada pela característica da curva sigmoide. Quando a umidade
relativa aumenta, a umidade de equilíbrio também aumenta. Contudo, quando a temperatura
aumenta a umidade de equilíbrio diminui (KOLLMANN, F. F. P., W, 1970; STAMM, 1964).
Diferenças existem entre espécies distintas, mas elas são mostradas principalmente nas altas
umidades relativas.
Baixos valores de umidade de equilíbrio em altas umidades relativas podem ser
atribuídos, como uma regra, a um alto conteúdo de extrativos. Tem sido observado que a
remoção de extrativos resulta em um aumento da umidade de equilíbrio (TSOUMIS, G.,
1991).
O equilíbrio do conteúdo de umidade também mostra diferenças quando a madeira
perde umidade no início, ou adsorve umidade depois da secagem, ou dessorve umidade que
tenha sido previamente adsorvida. O equilíbrio é maior na dessorção do que na adsorção
(Figura 5). O fenômeno é chamado histerese 18 , e é uma propriedade característica de todos os
materiais celulósicos. Isso poderá ser notado que, depois da dessorção inicial de madeiras
verdes, sua higroscopicidade é permanentemente reduzida em altas umidades relativas.

do máximo possível de vapor, e 100% que o ar está saturado. A umidade absoluta é uma medida da massa de
vapor em uma unidade de volume. Relacionado à umidade relativa é a chamada pressão relativa de vapor. É a
taxa de pressão de vapor contido em certo volume do espaço em certa temperatura, para a pressão de vapor
saturado na mesmo temperatura. A pressão de vapor relativa multiplicada por 100 é igual à umidade relativa.
17
De acordo com Skaar (1972) os seguintes fatores influem na umidade de equilíbrio da madeira: umidade
relativa, temperatura, espécie da madeira e extrativos, a história da exposição, tensões mecânicas e radiação. A
umidade relativa e a temperatura são, entretanto, os fatores que predominam.
18
Embora a celulose seja insolúvel em água, possui grande afinidade com esta. Quando seca, ela adsorve a
umidade do ar até alcançar um equilíbrio com a atmosfera; a quantidade de água é progressivamente aumentada.
Se a adsorção é elevada até o ponto de saturação e a umidade relativa do ar é progressivamente diminuída, a
quantidade de água adsorvida também decresce de forma progressiva, os novos valores de equilíbrio, para uma
dada umidade relativa do ar são ligeiramente mais altos do que os para a curva de adsorção. Este fenômeno é
conhecido como histerese (BROWNING, B. L., 1963; FENGEL, Dietrich & WEGENER, Gerd., 1989; IPT,
1988).
34

Figura 5 – Isotérmicas da umidade de sorção para basswood (32ºC), a, dessorção inicial; b, adsorção; c,
dessorção seguida de secagem e saturação.

Fonte: Tsoumis, G. (1991).

Em relativamente grandes espécies de madeira, onde a realização do equilíbrio é


praticamente difícil, e quando o controle das condições não é acurada, dessorção e adsorção
acontecem simultaneamente. O equilíbrio de madeiras que tenham sido reumedecidas segue
uma curva intermediária, entre dessorção e adsorção, chamada uma curva de sorção oscilante.
A magnitude da histerese pode ser expressa pela razão entre a adsorção e a
dessorção da umidade de equilíbrio na mesma umidade relativa. A razão é praticamente
constante, na média em torno de 0,80 (0,74-0,80) (STAMM, 1964).
Várias teorias têm sido propostas para explicar a histerese. Uma explicação
simples é que o fenômeno é devido às ligações das hidroxilas livres dos constituintes da
madeira quando não há umidade ou muito pouca umidade na madeira, desse modo, durante a
adsorção que segue, o número de hidroxilas disponíveis é o menor possível.
Pode ser concluído que a umidade de equilíbrio é afetada pelas espécies da
madeira, especialmente em altas umidades relativas, e pela histerese. Todavia, esses efeitos
são pequenos e praticamente sem importância. Também, a umidade de equilíbrio é
independente das condições das superfícies da madeira, velocidade do ar, e orientação dos
anéis de crescimento. Esses fatores não afetam o equilíbrio final, embora afetem a taxa de
troca da umidade entre madeira e a atmosfera.
35

3.3.1.9 Importância da higroscopicidade

A higroscopicidade é uma propriedade importante da madeira. Ela afeta todas as


outras propriedades da madeira, como a densidade, retração, propriedades mecânicas, etc. em
adição, a higroscopicidade é importante no processamento industrial desse material, tais como
no desdobramento, na secagem, no tratamento preservativo, na colagem, no acabamento, no
processamento químico, entre outros.
Higroscopicidade é uma desvantagem para a madeira como um material sob o
ponto de vista da estabilidade dimensional. Profundo conhecimento do relacionamento da
umidade com propriedades e processos é necessário para uma utilização racional da madeira,
devido a tais conhecimentos permitirem a aplicação de medidas próprias que ajudem a evitar
consequências adversas na prática.

3.3.2 Retração e Inchamento

Retração é redução e inchamento é um aumento das dimensões da madeira devido


às mudanças do seu conteúdo de umidade. Tais mudanças dimensionais ocorrem quando a
umidade da madeira flutua abaixo do ponto de saturação das fibras. Mudanças da umidade
acima deste ponto, independentemente de sua magnitude, não têm efeito nas dimensões.
A madeira é anisotrópica com respeito à retração e inchamento (i.e. a redução ou
aumento do conteúdo de umidade é diferente nas distintas direções de crescimento da árvore).
Especificamente, a mudança de dimensões é menor na direção longitudinal (ao longo do
tronco da árvore), muito maior na direção radial (da medula para a casca), e ainda maior na
direção tangencial aos anéis de crescimento (Figura 6 e Tabela 1).

Figura 6 – Direção axial (A), tangencial (T) e radial (R), no tronco e na madeira serrada.

Fonte: Tsoumis, G. (1991).


36

Tabela 1 – Retração.
Direção A B C
Axial 0,4 (0,1-0,6) - -
Radial 4,3 (2,3-6,8) 3,7 (2,1-5,1) 4,9 (3,0-7,9)
Tangencial 8,2 (6,0-11,8) 6,8 (4,4-9,1) 8,9 (6,2-12,7)
Volumétrico 12,9 (8,5-18,8) 10,6 (6,8-14,0) 14,2 (10,2-19,2)
Fonte: Tsoumis, G. (1991).
Nota: Valores médios e variação (em parênteses). A - espécies europeias. B e C - espécies norte americanas
(softwood e hardwood, respectivamente).

3.3.2.1 Fatores que afetam a retração e inchamento

A retração e o inchamento da madeira são afetados por muitos fatores, tais como
umidade, densidade, estrutura anatômica, extrativos, composição química e tensões
mecânicas. A densidade, a estrutura, os extrativos e a composição química têm diferente
efeito sobre as espécies de madeira.

3.3.2.1.1 Umidade

A magnitude da retração e do inchamento é afetada pela quantidade de umidade


perdida ou ganha pela madeira, quando sua umidade flutua entre zero e o ponto de saturação
da fibra, e vice-versa (Figura 7). A relação é praticamente linear 19 e aplicada para todas as
direções de crescimento e, por conseguinte, para as mudanças volumétricas. Isso tem
possibilitado a observação de que a relação entre retração ou inchamento e mudanças de
umidade é afetada pelo tamanho da amostra usada para sua medição (STAMM, 1964).
Amostras grandes não dão consistentes resultados devido à falta de uniformidade da
distribuição do conteúdo de umidade. Desse modo, desenvolvem tensões internas que afetam
as mudanças nas dimensões, e isso pode ser a razão do porque, em certos casos, a retração e o
inchamento são observados a partir do ponto de saturação das fibras. Por essa razão, medições
de retração e inchamento são feitas com amostras de tamanho e procedimento de ensaios
padronizados, para que os resultados possam ser comparados.

19
Linearmente, pode ser afetado pela densificação da água presa nas paredes celulares, mas o efeito é
desprezível; a densificação de tais águas foi calculada ser 1,67% ou 1,014 g/cm3 (TSOUMIS, G., 1991). É digno
de nota que durante adsorção de vapor proveniente da atmosfera, em torno da metade ou do total do inchamento
acontece na umidade relativa, variando de 0-80%, e o resto entre 86-100% (TSOUMIS, G., 1991).
37

Figura 7 – Relações de inchamento e teor de umidade em madeira de faia (beech). A área axuriada é a região do
ponto de saturação das fibras.

Fonte: (BRANDÃO, AT.O., 1989) axial, (BROTERO, F. A., 1941) radial, (BROWNING, B. L., 1963)
tangencial, (DURAND. P. Y., 1985) volumétrico.

3.3.2.1.2 Densidade

A magnitude da retração e do inchamento é maior em altas densidades (i.e.


madeiras de alta densidade retraem e incham mais) (SIAU, 1971). Isso ocorre devido a grande
quantidade de substância da madeira (maior espessura das paredes das células) em madeiras
de alta densidade, e as mudanças exteriores das dimensões das células. Observa-se, nesse
sentido, que, quando a umidade é perdida ou ganha, o tamanho da cavidade da célula
permanece praticamente inalterado (SKAAR, C., 1972; STAMM, 1964).
A relação da densidade com a retração e o inchamento é diretamente conectada
com a relação entre a umidade e a retração e o inchamento, porque madeiras de alta densidade
contêm mais umidade nas paredes das suas células.
A densidade afeta o coeficiente de anisotropia da retração ou do inchamento. O
coeficiente (razão da tangencial para radial da retração ou inchamento) torna-se menor com o
aumento da densidade. Isso quer dizer que, em madeiras de alta densidade, a diferença entre
tangencial e radial retração e inchamento é menor (i. e. tais madeiras têm um baixo grau de
anisotropia). O coeficiente de anisotropia da retração aumenta com o aumento do conteúdo de
umidade da madeira (TSOUMIS, G., 1991).
A relação entre retração e densidade mostrou-se ausente em madeiras muito
velhas conservadas no solo, no mar, ou no gelo por milhares de anos. Por exemplo, em
carvalho conservado em torno de mil anos no mar (barcos afundados), a densidade foi
38

reduzida em 0,13g/cm3 e a retração tangencial aumentada em 62,2%. Como é sugerido pela


redução da densidade, tais madeiras mostram deterioração na estrutura e mudanças na
composição química (DURAND. P. Y., 1985).

3.3.2.1.3 Estrutura

A estrutura anatômica da madeira é a razão básica da retração e inchamento


anisotrópico. O papel da estrutura é discutido neste trabalho sob a forma de "Motivos da
anisotropia da retração e inchamento".

3.3.2.1.4 Extrativos

Uma grande quantidade de extrativos contribui para a redução da retração e do


inchamento 20 . A redução é proporcional ao espaço ocupado pelos extrativos nas paredes das
células. Remoção de extrativos aumenta a retração e o inchamento (TSOUMIS, G., 1991). A
extração por meio de solventes orgânicos (éter, acetona, etanol, benzeno e álcool-benzeno)
retira da madeira a resina, os ácidos graxos, seus ésteres, ceras, substâncias insaponificáveis e
os materiais corantes (BROWNING, B. L., 1963). Madeiras com quantidades maiores de
extrativos solúveis em água apresentam maior estabilidade dimensional, menos umidade no
ponto de saturação das fibras e umidade de equilíbrio mais baixa, do que a presente em
espécies que possuem pequenas quantidades de extrativos em sua composição química. Esses
componentes ocupam uma parte do espaço da parede celular que normalmente seria ocupado
pela água. O efeito da presença de extrativos na madeira é mais acentuado na adsorção
polimolecular do que na adsorção monomolecular de umidade, exercendo ainda influência
marcante na histerese.

3.3.2.1.5 Composição química

A influência da composição química das paredes das células é pequena e em razão


disso não há grandes diferenças entre espécies distintas de madeira, especialmente com
relação à quantidade de celulose. A lignina exerce um efeito restringente na retração e
inchamento da madeira e pode contribuir para a maior retração de madeiras de alta densidade,

20
Esta influência dos extrativos é evidente na temperatura ambiente. Em altas temperaturas, como aplicadas em
secagem em estufa, madeiras com um alto teor de extrativos mostram alta retração e estão sujeitas a colapso
(SIAU, 1971).
39

além disso, seu conteúdo é reduzido com o aumento da densidade (TSOUMIS, G., 1991).
Hardwoods retraem mais do que as softwoods, em madeiras de similar densidade, e isso é
atribuído ao baixo conteúdo de lignina das hardwoods (TSOUMIS, G., 1991) (na média, em
torno de menos de 20%). A relativamente baixa retração de certas madeiras, tais como teak, é
devida a extrativos, mas tem sido também atribuída ao baixo conteúdo de hemicelulose
hidrolizada.

3.3.2.1.6 Tensões mecânicas

Tensões mecânicas originadas de cargas externas aplicadas, ou desenvolvidas


quando a madeira perde ou adsorve umidade 21 , se suficientemente grandes (em torno do
limite de proporcionalidade), pode causar uma deformação permanente das paredes das
células da madeira 22 . Tais deformações resultam em uma retração maior do que o normal,
quando as dimensões da seção transversal da célula são permanentemente reduzidas.
Inversamente, sob a influência de altas tensões mecânicas, as retrações tornam-se menores do
que o normal.

3.3.2.2 Motivos da anisotropia da retração e inchamento

As diferenças de retração e inchamento em diferentes direções de crescimento são


atribuídas principalmente à estrutura das paredes celulares, constituídas de uma parede
primária e uma secundária. A parede primária é muito fina, e a parede secundária é composta
de três camadas (s1 , s2 , s3 ) com diferentes orientações de microfibrilas. Na mais externa (s1 ) e
na interna (s3 ), as microfibrilas são arranjadas quase transversalmente ao comprimento da
célula, enquanto que na camada do meio (a mais grossa – s2 ), elas são quase paralelas ao
comprimento da célula (Figura 8).
Quando umidade é absorvida, a camada do meio (s2 ) tende a inchar na proporção
do número de microfibrilas (i.e. na proporção da sua espessura), mas as outras duas camadas
(s1 e s3 ) exercem um efeito restritivo devido às diferentes orientações das microfibrilas. A
pequena retração axial (longitudinal) é devida à orientação das microfibrilas na camada s2 . Se
estas microfibrilas fossem precisamente paralelas, as retrações longitudinais seriam nulas.

21
Inchamento cria pressões fortes, que aumentam com o aumento da densidade (SKAAR, C., 1972). A pressão
da madeira de compressão de Pinus foi encontrada 460% maior na direção longitudinal e 40% maior na direção
transversal em comparação com a madeira de pinus de estrutura normal.
22
Se a madeira adsorve umidade durante baixa compressão, o inchamento externo é reprimido, e o inchamento,
ao invés, ocorre internamente, reduzindo o volume das cavidades das células.
40

Esta pequena magnitude é devido ao pequeno desvio ao paralelismo. Grandes desvios (e.g.
em compressão ou madeira juvenil) contribuem para aumentar a retração e o inchamento
(Figura 9) (TSOUMIS, G., 1991).

Figura 8 – Estrutura da parede celular.

Fonte: Tsoumis, G. (1991).

Figura 9 – Efeito do ângulo microfibrilar na retração da madeira de pinus.

Fonte: (BRANDÃO, AT.O., 1989) axial e (BROTERO, F. A., 1941) tangencial.

Os motivos da diferença entre a retração e o inchamento radial e tangencial não


são bem conhecidos. Em parte, isso é atribuído à presença dos raios, que, devido a sua
orientação radial, exercem uma influência restritiva para a retração e o inchamento radial
(TSOUMIS, G., 1991). Tem sido observado que em certas espécies (oak, beech) a renovação
de raios aumenta as retrações radiais, e raios em série incham muito pouco ao longo do seu
41

comprimento (raios longos). Por outro lado, em outras espécies, raios e madeira (basswood),
ou madeira com ou sem raios (pinus), mostraram similar retração. O efeito restritivo dos raios
é atribuído à direção das microfibrilas nas paredes de suas células parenquimáticas. Tais
microfibrilas são, em sua grande parte, paralelas ao comprimento das células, como acontece
em outros tipos de células (TSOUMIS, G., 1991). A decisiva influência dos raios é
questionada, de qualquer forma, se tal influência existiu, madeiras com um conteúdo alto de
raios deveriam exibir uma grande diferença de retração radial e tangencial - que não é o caso.
Todavia, uma relação entre retração e o número de raios tem sido observada, especialmente
em hardwoods (TSOUMIS, G., 1991).
Outro fator que é considerado para produzir uma baixa retração radial,
principalmente em softwoods, é o desvio das microfibrilas causado pela presença de um
grande número de pontuações na parede radial dos traqueídeos axiais. Todavia, a magnitude
de tais desvios não explica as diferenças existentes entre a retração radial e tangencial
(TSOUMIS, G., 1991). A diferença na densidade entre lenho juvenil e tardio é também
considerada uma causa da anisotropia (TSOUMIS, G., 1991). O lenho tardio retrai e incha
mais devido sua alta densidade - acima de 3,5 vezes. Portanto, isso tem um efeito
predominante, causando a ligação do lenho juvenil para seguir a mesma tendência. Devido
aos anéis de crescimento terem um arranjo tangencial, retrações tangenciais tornam-se
grandes. Esta explicação é aplicável especialmente para madeiras com pronunciadas
diferenças de densidade entre lenho juvenil e lenho tardio. Todavia, muitas espécies (com
poros difusos) exibem uma retração tangencial maior que a radial, embora elas não tenham
tais diferenças.
De acordo com outro ponto de vista, retração e inchamento são influenciados pela
lamela média, que é feita de lignina e substâncias pectinas. Tem sido observado que a
remoção parcial de lignina causa um aumento de retração. Isso é fácil de explicar, devido aos
espaços ocupados pela lignina estarem ocos, e seu lugar é ocupado pela água. O efeito é
similar aos dos extrativos, mas deverá ser notado que as substâncias pectinas remanescentes
podem inchar menos. O aumento da retração causada pela remoção da lignina mostrou-se
maior na direção radial, e isso foi experimentalmente verificado (TSOUMIS, G., 1991). O
efeito da lignina é maior nas madeiras de baixa densidade. Por outro lado, em madeiras de alta
densidade, a retração é também influenciada pela espessura das paredes das células.
42

Em conclusão, pode ser dito que a diferença entre a retração e o inchamento,


radial e tangencial, é devida à combinação de fatores e que - em diferentes espécies, amostras,
ou condições - a influência de um ou mais destes fatores é expressa em diferentes graus.

3.3.2.3 Importância da retração e do inchamento

As mudanças dimensionais associadas com a retração e o inchamento podem


causar degradações aos produtos. Essa degradação pode resultar de uma simples redução ou
aumento de dimensões, anisotropia, ou retração e inchamento diferenciado na massa da
madeira sob a influência de diferenças na distribuição da umidade ou densidade.
Como resultado, vários defeitos podem desenvolver-se, tais como abertura ou
apertamento de juntas, mudanças de forma da seção transversal, arqueamento, encruamento,
trincas em favo, colapso, e grã afrouxada ou levantada. Todos estes defeitos podem aparecer
na madeira de estrutura normal, mas suas magnitudes podem ser seriamente influenciadas
pela presença de anormalidades, tais como em madeira de reação (tensão e compressão), nós,
e outros.
Abertura e apertamento de juntas podem ser causados pela respectiva redução ou
aumento das dimensões. Aumento das dimensões pode resultar em dificuldade de abrir ou
fechar portas, janelas ou gavetas, por outro lado um decréscimo pode causar aberturas em
forros, em juntas de móveis, etc.
Mudanças na forma da seção transversal de objetos de madeira podem resultar
de diferenças das retrações e dos inchamentos na radial e tangencial.
Empenamentos podem também resultar de diferenças de retração e do
inchamento radial e tangencial. Por exemplo, tábuas muito longas na direção tangencial,
possuem uma tendência natural ao empenamento. O empenamento também pode ser causado
por diferenças na distribuição do conteúdo de umidade. Vários tipos de empenamentos podem
ser verificados devido a estes fatores.
Rachamento é um resultado da mudança desigual das dimensões devido ao
gradiente de umidade entre a superfície e o interior de uma peça de madeira.
Rachaduras aparecem depois do final da secagem por causa da perda rápida de
umidade, ou em outras posições da madeira serrada e outros objetos de madeira; elas são
superficiais ou profundas, e usualmente seguindo a direção dos raios, que constituem os
planos de debilidade.
43

Encruamento, rachaduras em favo e o colapso ocorrem principalmente na


secagem em estufa da madeira serrada. Encruamento é o termo aplicado para a presença de
tensões na madeira serrada, embora nenhuma anormalidade seja vista. O defeito é detectado
durante o processamento, principalmente reserragem; as tábuas cortadas tem uma tendência
para encurvar uma sobre as outras. O defeito é chamado encruamento reverso quando a
tendência encurva as tábuas para fora. Rachaduras em favos é a racha interna que pode ser
desenvolvida em madeiras de raios largos, tais como carvalho e outras espécies. Colapso é a
distorção severa de células, causando uma aparência corrugada da superfície da madeira
serrada. Todos estes defeitos resultam largamente de procedimentos impróprios de secagem, e
especialmente de secagem de madeira úmida e grossa em uma alta temperatura e baixa
umidade relativa.
Considerando uma tábua de madeira serrada, por exemplo, com um conteúdo de
umidade total acima do ponto de saturação das fibras. A evaporação rápida seca uma camada
adjacente à superfície e a casca externa tende a retrair quando seu conteúdo de umidade desce
abaixo do ponto de saturação das fibras. Sua retração é impedida pelo núcleo ainda úmido, e
como um resultado das tensões de tração desenvolvida na casca. Quando tais tensões excedem
a resistência da madeira, a casca rompe; isso é o rachamento superficial.
Se a tensão desenvolvida não é alta suficiente para causar a ruptura, mas tem,
contudo excedido o chamado limite de proporcionalidade, o resultado é uma deformação
permanente da casca, ou tension set. Isso quer dizer a permanente distensão do diâmetro das
células; como um resultado, a casca irá retrair de forma anormal. Quando a secagem
prossegue, o conteúdo de umidade do núcleo gradualmente cai abaixo do ponto de saturação
das fibras. O núcleo também começa a retrair, mas não pode retrair normalmente devido aos
efeitos restritivos da casca que, estando ela mesma sob tensão, exerce compressão sobre o
núcleo. A compressão excessiva pode causar colapso em alguns casos, mas o colapso pode
também resultar de uma saída rápida de umidade, que esvazia células de uma maneira similar
ao colapso de um tubo de borracha ou balão quando o ar ou água é rapidamente expelida.
Como o núcleo está restrito pela casca e dessa forma incapaz de retrair
normalmente, cai sob tensão exercendo compressão na casca. A tensão no núcleo pode
resultar o que é chamado de rachaduras em favo.
Se nem o colapso ou as rachaduras em favos acontecem, a condição da casca
estando sob compressão e o centro sob tração é chamada de encruamento.
44

Mudanças no teor de umidade, retração e inchamento diferencial – em


combinação com processamento incorreto – são as causas de dois dos maiores defeitos
encontrados na madeira, chamados de grã levantada e grã afrouxada 23 .
A grã levantada refere-se à superfície áspera das madeiras serradas, causada pelo
lenho tardio sendo levantado acima do lenho juvenil. A grã afrouxada envolve uma separação
parcial de anéis de crescimento; a poção afrouxada projeta-se acima da superfície da madeira
a principal razão para estes defeitos são ferramentas de corte cegas e excessiva retração e
inchamento de lenho tardio.

3.3.2.4 Controle de retração e inchamento

Os efeitos adversos da retração e inchamento têm promovido muitos esforços no


sentido de controlar esta propriedade com a intenção de assegurar a estabilidade dimensional
da madeira e seus produtos 24 . As dificuldades encontradas originam-se do fato que é
praticamente impossível controlar a higroscopicidade da madeira. Esses esforços têm levado a
certos métodos que resultam em consideráveis reduções da magnitude da retração e do
inchamento, mas suas aplicações práticas é muitas das vezes impedida por razões relacionadas
à eficácia, custos, método de aplicação, e efeitos nas propriedades da madeira 25 .
Os métodos mais empregados incluem a modificação mecânica da madeira 26 ,
revestimento repelente de água, tratamento volumétrico, e redução da higroscopicidade
(SKAAR, C., 1972; STAMM, 1964).

23
A inclinação da grã é a medida de desvio dos tecidos componentes da madeira em relação ao eixo longitudinal
da peça. Se uma peça contendo tecidos axiais em um determinado ângulo do eixo longitudinal é sujeita aos
esforços de tração ou compressão, o efeito dos componentes da força acompanha a direção da grã e a madeira se
torna mais fraca nesta direção do que ao longo do eixo longitudinal da peça. A inclinação excessiva da grã torna
a madeira mais frágil e aumenta sua tendência para o empenamento com a variação no teor de umidade
(KOLLMANN, F. F. P. & COTÊ JR, W. A., 1968). A orientação da grã (excluindo-se os nós) e a massa
especifica são responsáveis pela maior parte da variação da resistência da madeira.
24
A dificuldade de controlar a retração e o inchamento é devido à imensa superfície interna da madeira (área de
contato com agentes de inchamento). A superfície interior de inchamento de madeiras limpas tem sido calculada
de aproximadamente 250m2 /g, geralmente, os valores para madeira estão em torno de 1000 vezes a superfície
microscopicamente visível (SKAAR, C., 1972).
25
Quase todas as propriedades mecânicas da madeira têm seus valores aumentados com o decréscimo no teor de
umidade abaixo do ponto de saturação das fibras, sendo que esse efeito se deve à contração da peça, pois, ao se
remover a umidade, as unidades estruturais (microfibrilas) se aproximam, aumentando significativamente a
quantidade de ligações por meio de pontes de hidrogênio (STAMM, 1964). Acima do ponto de saturação das
fibras, as mudanças no conteúdo de umidade não têm efeitos aparentes sobre a resistência da madeira
(KOLLMANN, F. F. P. & COTÊ JR, W. A., 1968). O aumento da resistência da madeira com o decréscimo no
teor de umidade pode ser considerado resultado tanto do fortalecimento e rigidez dos elementos estruturais da
madeira como da sua compactação, devido o encolhimento que acompanha a perda de água.
26
Os tratamentos aplicados para madeira a fim de reduzir a retração anisotrópica modifica outras propriedades
também, neste caso, o produto é algumas vezes chamado de madeira modificada.
45

3.4 Uniões entre madeiras

3.4.1 Marchetaria

A palavra marchetaria vem do francês 27 “marquetarie” ou “marqueter”,


significando inicialmente, detectar ou marcar. Descreve-se essa forma de arte como a criação
de quadros e decorações, através da colagem de motivos feitos a partir de folheados de
madeira 28 . Esses folheados possuem características e cores diferentes, são cortados em formas
especificas, e unidos lado a lado para formar padrões ou imagens (TAYLOR, 2003;
JACKSON, 1903).
A marchetaria também é conhecida como “intarsia” (ou inlay), porém segundo
varias referências no ramo, marchetaria e intarsia são técnicas diferentes. Na marchetaria os
padrões feitos de lâminas de madeira são colados sobrepostos a uma superfície sólida
(móveis, quadros e etc.), de forma que essas lâminas revestem a peça. Já na intarsia, são feitos
entalhes na peça principal de maneira que os ornamentos sejam encaixados e fixados nesses
espaços (KING, 2008; AMERICAN MARQUETRY SOCIETY, 2007; MARQUETRY
SOCIETY OF CANADA, 2013).
A principal vantagem da marchetaria é que o produto pode ser fabricado com
madeiras comuns como o carvalho, faia, ou pinho, e posteriormente, ter sua superfície
totalmente coberta por uma decoração feita a partir de madeiras mais exóticas e raras
(EDWARDS, 1993).

3.4.1.1 Histórico da técnica

Os egipcios já trabalhavam com lâminas de madeiras contrastantes ou outros


materiais semipreciosos, a fim de introduzir padrões decorativos nos seus objetos (KING,
2008; SMITH, 2001). Há outros indicios do uso da marchetaria e da intarsia por civilizações
antigas, um exemplo é o caixão encontrado em UR, na Mesopotâmia, datado de 2600 a.C.,
essa peça possui incrustações em marfim acentuadas com betume (KING, 2008).
Os romanos chamavam de “xilotarsia”, a arte de decoração para móveis que
consistia em uma espécie de mosaico de madeira. Eles dividiram essa técnica em duas classes:

27
Na França tanto as técnicas que envolvem embutir ornamentos como as de sobreposição são definidas
unicamente como “marqueterie”, não há distinção entre intarsia e a marchetaria (AMERICAN MARQUETRY
SOCIETY, 2007).
28
Madeira é o material mais consagrado nas técnicas de decoração, porém os artistas também usavam prata,
madrepérola, casco de tartaruga e até mesmo vidro ou azulejo (THE MARQUETRY SHACK, 2013).
46

o “sectile”, onde se inseria fragmentos de madeira ou outro material em uma superfície de


madeira, e “pictorial”, prática em que o chão era revestido totalmente por pedaços de
madeira, em ambos os casos as fatias de madeira (sectiles laminae) eram fixadas com cola
(JACKSON, 1903).
Com a queda do Império Romano, algumas oficinas mantiveram-se ativas na
Itália, e voltaram a se desenvolver a partir do século 14. A origem das técnicas de intarsia foi
em Siena, mas no decorrer desse período várias escolas foram criadas, onde as mais famosas
estavam localizadas em Florença. Da Itália a marchetaria se difundiu para toda a Europa,
sendo aprimorada em escolas da França, Alemanha e Holanda (MARQUETRY SOCIETY OF
CANADA, 2013; SMITH, 2001; JACKSON, 1903).
A marchetaria alcançou a plenitude, atingindo o status de grande arte, durante o
século 17 e início do 18 na França (Figura 10-11). O primeiro francês a ter praticado esse
oficio foi Jean Mace de Blois, a técnica era denominada como "marqueterie", e ele era
reconhecido como "menuisier et faiseur de Cabinets et tableaux en marqueterie de bois"
(carpinteiro e fabricante de Armários e mesas de madeira marchetada) (JACKSON, 1903;
KING, 2008).

Figura 10 – Escrivaninha criada por Jean Henri Figura 11 – Armário Oyster (1680-1700), o
Riesener em 1790, atualmente está exposta no Frick fabricante é desconhecido, permanece exposto no
Museum em Nova York. (marchetaria em Freixo, Rijks museum em Amsterdam. (marchetaria em
Tulipeiro e Campeche). Carvalho, Cedro e Oliveira).

Fonte: Kopf (2008). Fonte: Kopf (2008).

No entanto foi através de André-Charles Boulle que o oficio tornou-se famoso, ele
utilizava em seus projetos materiais exóticos, tais como latão, estanho, marfim, casco de
tartaruga e madeira (EDWARDS, 1993). Esse procedimento foi desenvolvido inicialmente na
47

Itália Medieval, com a introdução de cobre e casco de tartaruga na decoração de formas


arquitetônicas, e posteriormente desenvolvido por Boulle (Figura 12-13) (VOGT, 2006).

Figura 12 – Cômoda criada por André- Figura 13 – Caixa criada por André-Charles
Charles Boulle, de 1705 - 1715. (marchetaria Boulle, de 1675 - 1680. (marchetaria com
com Carvalho revestido em Campeche e Carvalho revestido em diversas madeiras,
Bronze). Bronze, Chifre e Estanho).

Fonte: The J. Paul Getty Museum (2002) Fonte: The J. Paul Getty Museum (2002)

3.4.1.2 Evolução da técnica

Segundo Pierre Ramond (1989), há cinco métodos históricos desenvolvidos na


pratica da marchetaria, dispostos a seguir:
- Tarsia Certosina é o método mais antigo, praticado desde os tempos egípcios,
consiste em cortar laminas de madeiras, e fixa-las com cola nas cavidades gravadas em uma
superfície;
- Tarsia Geometrica conhecida como “frisage” na França, foi criada no século 14
em Toscana, e consiste em cobrir inteiramente a superfície dos objetos com lâminas de
madeira, sem a necessidade de inseri-los em cavidades pré-cortadas;
- Dammaïanesque foi desenvolvida no século 15 por Benedetto da Maïano, que
aprimorou a tarsia geométrica, incorporando ao método efeitos pictóricos e de perspectiva.
Este estilo consiste basicamente em criar composições geométricas para formar padrões
decorativos;
- Tarsia a toppo criada no século 16 por marcheteiros italianos, também
conhecida como “marqueterie a bloc”, são formados blocos com tiras coladas de madeiras
contrastantes, em seguida esses blocos são cortados em tiras finas, de forma que os padrões
poderiam ser repetidos retirando laminas de madeira da mesma face do bloco;
- Tarsia a incastro foi criada no século 17 e reconhecida posteriormente como
técnica Boulle, essa pratica consistia em empilhar e cortar dois ou três laminados de madeiras
48

diferentes, e em seguida essas peças eram colocadas dentro do vão formado nos folheados das
outras espécies.

3.4.1.3 Estilos de marchetaria

Assim como a técnica evoluiu de acordo com a tecnologia e a necessidade da


demanda para os trabalhos de marchetaria, os temas e padrões retratados nas peças
marchetadas sofreram influencia do período histórico (Figura 14-17).

Figura 14 – Mesa holandesa criada no estilo Figura 15 –Tuilpe de l’est (1900) de Émile Gallé,
francês em 1680, exposto em Victoria and Art Nouveau. (marchetaria em Carvalho e
Albert Museum. (marchetaria em Jacarandá Pearlwood).
asiático e Ébano).

Fonte: Ramond (1989). Fonte: Kopf (2008).

Figura 16 – Armário criado por Emile Figura 17 – Baú criado por Raymond Dominique e Eric
Jacques Ruhlmann, em 1923, Art Déco. Sanson, Período Contemporâneo. (marchetaria em
(marchetaria em Marfim e Ébano). Jacarandá-violeta, Jacarandá de Madagascar e Latão).

Fonte: Ramond (1989).

Fonte: Ramond (1989).


49

3.4.2 Parquetaria

A parquetaria 29 é a arte de criar padrões geométricos com madeiras de cores diferentes, essas
devem possuir corte preciso e idêntico, para garantir a uniformidade da sua repetição na peça
(TAYLOR, 2003; SEDGWICK, 2013). As formas criadas geralmente são construídas a partir
de quadrados, triângulos e diamantes (SEDGWICK, 2013). Exemplos de formatos de
desenhos que podem ser obtidos com as peças de parquetaria aplicadas na pavimentação 30
estão demonstrados na Figura 18.

Figura 18 – Formatos utilizados para pavimentação.

Fonte: Boral Parquetry (2002).

3.4.2.1 Histórico da técnica

A Parquetaria desenvolveu-se no século 17, aplicados na arquitetura francesa


(Figura 19) e aprimorados na russa, com surgimento de projetos bastante elaborados na
construção de São Petersburgo. O arquiteto rococó Bartolomeo Francesco Rastrelli foi um dos
principais artesãos vindos da Europa a São Petersburgo, para projetar palácios para a
aristocracia. Dentre os seus projetos está o Winter Palace (Figura 20), que detêm o maior
exemplo de pavimentação em parquet do mundo. Ainda se encontra em São Petersburgo,
trabalhos de parquetaria e marchetaria que permaneceram praticamente intactos no decorrer
do tempo, como no Menshikov Palace’s Walnut Study, Ekaterninsky Palace Museum’s Grand
Hall e no Chinese Palace Museum (WELDON, 2006).

29
A marchetaria e a parquetaria são formas de revestimentos da superfície com padrões decorativos montados a
partir de peças de madeiras. Parquetaria consiste em arranjos com padrões puramente geométricos, já a
marchetaria é composta por formas mais curvas e naturalistas (EDWARDS, 1993).
30
A técnica de parquetaria que utiliza peças mais pesadas na decoração de pavimentos é descrita como “Parquet”
(TAYLOR, 2003).
50

Figura 19 - Parquet Versailles criado por Figura 20 – Boudoir no Winter Palace em São
Sebastiano Serlio e Andrea Palladio no Petersburgo.
século 16. Esse estilo de parquet tornou-se
padrão nos quartos dos castelos franceses.

Fonte: Weldon (2006).


Fonte: Weldon (2006).

Na mesma época este oficio foi introduzido na Inglaterra pela rainha Henrietta
Maria. Filha do rei Henrique IV da França, fez Somerset House sua residência oficial por
volta de 1620, e casou-se em 1627 com Charles I. Contratou Inigo Jones para supervisionar a
reconstrução e decoração da sua casa (Figura 21-22). Até aquele momento, os pisos nas casas
de campo inglesas e dos palácios reais eram feitos de pedra ou tabua (DEJEAN, 2009;
FAWCETT, 2007).

Figura 21 – Layout do parquet utilizado Figura 22 – Cômoda criada em Londres 1772, por
nos quartos em Somerset House, Beck e Christopher Fuhrlogh. (marchetaria em
Londres, 1661-62. Mogno, Tulipeiro, Nogueira e outras madeiras).

Fonte: Fawcett (2007). Fonte: Lady Lever Art Gallery (2003).

A parquetaria se desenvolveu até o século 18, com a execução de projetos ainda


mais complexos. O hall de escada na casa Claydon, Buckinghamshire, e no “half-landing”31

31
Área no meio do caminho entre os andares onde ocorre a mudança de direção da escada.
51

de 22 Hanover Square (exposto no Victoria and Albert Museum), são ótimos exemplos da
elaboração dos pisos parquet da época. Os trabalhos da marchetaria e parquetaria foram
desestimulados, com a popularização do uso de tapetes a partir de 1725. Já na última parte do
século 18, a intarsia foi utilizada como uma demarcação para os tapetes, incentivando
novamente a produção de trabalhos nesse ramo. Em 1837 essa arte estava de volta à moda e
no final do século era parte dominante da arquitetura. Como demonstrado no Blackpool’s
opulent tower ballroom, projetado pelo arquiteto Frank Matcham, e inaugurado para o público
geral em 1899 (WELDON, 2006).
O chão em parquet inicialmente estava disponível apenas para os ricos, isso
começou a mudar no final do século 19 com a produção de pisos de madeira “macho e
fêmea”, embora fossem muito ineficientes, pois tinham uma camada de desgaste com apenas
3 mm. A ideia de criar um piso em parquet durável a um preço acessível surgiu em 1970, com
Anatoli Efros na União Soviética. Foi em 1975, nos Estados Unidos, que Efros após 25 anos
de pesquisa conseguiu realizar sua meta, e criou um piso parquet com qualidade excelente e
bastante durável, quando utilizado com os acabamentos corretos (ATFA, 2013).

3.4.3 Projetos de design com ligações entre madeiras

Alguns exemplos de projetos de POM para o aproveitamento de resíduos,


apresentados em artigo por Lopes (2009). No projeto utilizaram-se resíduos de diversas
espécies, dentre elas cedro, ipê, cedrinho e caixeta, a análise desse material se deteve a
quantificação dos resíduos e desenvolvimento de produtos (Figura 23-24).

Figura 23 – Porta-canetas e cartões ‘caracol’. Figura 24 – Porta-papel.

Fonte: Lopes (2009). Fonte: Lopes (2009).


52

O estudo apresentado por Pereira et al. (2002a) sobre desenvolvimento de POM


(50 ao todo) a partir de resíduos de madeiras tropicais, provenientes de indústria da região
amazônica, apresentou em alguns dos seus resultados produtos com uniões entre madeiras de
espécies diferentes (Figura 25-26). E em artigo complementar discorreu sobre alguns fatores
que afetam as propriedades das madeiras, como a retratibilidade, a densidade, teor de umidade
e a grã, enfatizando sobre importância da retratibilidade e do teor de umidade, para as uniões
entre madeiras (PEREIRA et al., 2002b).

Figura 25 – Fruteira desenvolvida por Figura 26 – Cinzeiro desenvolvido por Enilton


Francisco Lobo a partir de bloco marchetado. Goiabeira usando Angelin e Pau cetim.

Fonte: Pereira et al. (2002a). Fonte: Pereira et al. (2002a).

Souza (2008) em trabalho de conclusão do curso de Design desenvolveu 3 moveis


a partir do reaproveitamento de resíduos (Figura 27). Durante a metodologia não apresentou
os tipos de parâmetros para a escolha e o uso das madeiras. Um segundo trabalho apresenta
um projeto de mesa feito também com aproveitamento de resíduos. A escolha do material
seguiu o critério de espessura, assumindo o valor mínimo de 2 cm, e a integridade do material
coletado, não houve análise quanto as propriedades das madeiras escolhidas (Figura 28)
(AMIGO, 2007).

Figura 27 – Mesa “Marajóara” confeccionada Figura 28 – Mesa de centro produzida de resíduos


de Marupá e Andiroba. originados de movelarias e marcenarias.

Fonte: Souza (2008). Fonte: Amigo (2007).


53

A Empresa Native Original e o Projeto Muiradesign desenvolvem trabalhos com


madeira marchetada, combinando diversas espécies amazônicas para criar padrões nos
produtos (Figura 29-32).

Figura 29 – Luminária Bola. Figura 30 – Porta-retrato Pirâmide.

Fonte: Native Original. Fonte: Native Original.

Figura 31 – Mesa com módulo Baru em Figura 32 – Mesa com módulo Indígena em marupá,
Muirapiranga, Marupá, Muiracatiara-rajada e goiabão e muiracatiara-rajada.
Linheiro marfim.

Fonte: Muiradesign (2010). Fonte: Muiradesign (2010).


54

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais

Neste trabalho foram catalogadas 232 (Anexo A) espécies tropicais brasileiras,


pertencentes a 50 famílias, compostas por madeiras Leves a Muito Pesadas. As espécies
listadas, assim como os dados empregados nesta pesquisa relacionados às suas propriedades e
as áreas de uso, são provenientes das “Fichas de Características das Madeiras Brasileiras” de
Mainieri e Chimelo (1989).
Para as classificações das madeiras tropicais empregadas neste estudo, foram
utilizados requisitos de avaliação retirados das seguintes fontes: IPT, Rodrigues (1996) e
SUDAM/IPT (1981). Estas especificações são referentes à densidade, requisitos de
retratibilidade para as áreas de uso estudadas e coeficiente de retratibilidade volumétrica 32
(Tabelas 2-4).

Tabela 2 – Densidade
Classificação da Densidade
Muito leve D ≤ 0,40
Leve 0,40 < D ≤ 0,55
Moderadamente Pesada 0,55 < D ≤ 0,75
Pesada 0,75 < D ≤ 0,95
Muito Pesada 0,95 < D
Fonte: IPT

Tabela 3 – Requisitos de retratibilidade


Características Especificações
- Retratibilidade: Média a muito baixa:
- Radial; - Igual ou inferior a 4,5;
- Tangencial; - Igual ou inferior a 9,0;
- Volumétrica. - Igual ou inferior a 13,5.
Fonte: SUDAM/IPT (1981)
Notas: Os brinquedos e as embalagens não possuem especificações de retratibilidade dadas pela SUDAM/IPT.

Tabela 4 – Classificação do coeficiente de retratibilidade volumétrica


Coeficiente de retratibilidade volumétrica
Exagerado ≥0,75 -- 1,00
Alto 0,55≥ x <0,75
Médio 0,35≥ x <0,55
Baixo 0,15≥ x <0,35
Fonte: Rodrigues (1996).

32
O coeficiente de retratibilidade volumétrica é obtido por: δ v = (ΔV)/U, onde:
- ΔV é a retração volumétrica, dada por: (Vu - Vseco ).100;
Vseco
- U é o teor de umidade no instante do ensaio, expresso em %;
- Vu é o volume do corpo de prova com U% de umidade, expresso em cm3 ;
- Vseco é o volume do corpo de prova a 0% de umidade, expresso em cm3 .
55

4.2 Métodos

No processo de análise das espécies foram estudadas as retrações da madeira,


aproximando os indivíduos com valores similares, principalmente em relação à retração
tangencial. Quanto à densidade aparente 33 considerou-se apenas os valores a 15% de
umidade.
As cores utilizadas na classificação da densidade (Tabela 2) e do Coeficiente de
Retratibilidade Volumétrica (Tabela 4) serão mantidas nas tabelas geradas nos
“RESULTADOS E DISCUSSÕES”. E a compatibilidade entre os grupos de madeiras será
demonstrada através das mudanças de tonalidade do azul.
A análise deste estudo ocorreu da seguinte forma:
1. Identificação e catalogação das espécies de madeiras;
2. Tabulação dos valores das propriedades físicas das madeiras catalogadas;
3. Classificação da densidade seguindo a especificação do IPT;
4. Organização das espécies conforme a utilização, reunindo-as nas áreas de:
“Brinquedos”, “Embalagens”, “Esquadrias”, “Mobiliário” e “Tacos e tábuas para
assoalhos”;
5. Ordenação e agrupamento das madeiras de acordo com a similaridade das suas
retrações;
6. Avaliação das espécies compatíveis segundo os valores de retração estipulados
pela SUDAM.
7. Análise da densidade aproximando indivíduos com valores semelhantes, dentro
dos grupos formados no item 5;

33
A densidade aparente é a relação entre a massa e o volume da madeira, determinada nas mesmas condições de
umidade, nesse caso considera-se a porosidade do material (espaços vazios). Ela é calculada pela divisão entre a
massa aparente (madeira + umidade) e o volume aparente (madeira + umidade + ar), dada por: Dap = map /v ap .
56

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados desse estudo encontram-se nas Tabelas 5-21, as discussões dos


resultados estão dispostas a seguir, organizadas nas categorias: Brinquedos, Embalagens,
Esquadrias, Mobiliário e Tacos e tábuas para assoalhos.

5.1 Brinquedos

Este grupo contem 30 espécies de madeiras para Brinquedos, e 19 delas foram


consideradas compatíveis. Elas estão distribuídas entre madeiras muito leves a
moderadamente pesadas.
As principais famílias são as das Euphorbiaceaes com 4 espécies e as
Bignoniaceaes com 3.
O maior grupo é o das madeiras leves contendo 12 indivíduos, sucedido pelas
madeiras moderadamente pesadas e muito leves, com 4 e 3 espécies respectivamente.
As madeiras compatíveis moderadamente pesadas foram mantidas com restrição,
por apresentarem valores de densidade divergentes, chegando à diferença de 19 a 20%.
As espécies muito leves apresentam maior similaridade de suas características,
com os valores do desvio padrão inferiores aos demais. Perdendo para as moderadamente
pesadas somente em relação à retração radial.
As espécies compatíveis para Brinquedos possuem o Coeficiente de
Retratibilidade Volumétrica variando entre Alto e Baixo.
O grupo das madeiras leves é o mais homogêneo, possuindo em sua maioria
espécies com coeficiente “Médio” e apenas 1 das 12 teve o coeficiente considerado “Baixo”.
Além disso, possui a menor média do Coeficiente de Retratibilidade, cujo valor é 0,34.
As madeiras muito leves apresentam 2 espécies com coeficiente “Baixo” e 1 com
coeficiente “Médio”. E as moderadamente pesadas contêm 2 espécies com coeficiente
avaliado como “Alto” e “Médio”.

5.2 Embalagens

A categoria de madeiras para Embalagens apresenta um total de 67 espécies, com


51 compatíveis, variando entre madeiras muito leves e pesadas.
57

A família mais expressiva, dentre as madeiras compatíveis, é a da Euphorbiaceae


contendo 7 indivíduos, seguida da Mimosaceae com 4.
As madeiras consideradas moderadamente pesadas apresentam o maior grupo,
possuindo 22 espécies. Sucedido das classificadas como leves, com 19 indivíduos.
As madeiras leves possuem a maior similaridade das suas características, expondo
os menores valores de desvio padrão. E também apresentam a menor média do Coeficiente de
Retratibilidade Volumétrica, com valor de 0,35.
As espécies dessa categoria estão distribuídas, quanto ao Coeficiente de
Retratibilidade, em “Alto” com 9 indivíduos, “Médio” com 38 e “Baixo” com 3.
Fundamentalmente as madeiras leves apresentam Coeficiente de Retratibilidade
“Médio”, somente 2 exemplares foram avaliados como “Baixo” e “Alto”. Nas
moderadamente pesadas também há o predomínio de indivíduos “Médios”, sendo que do total
de 22 espécies, 5 tem coeficientes “Altos”.
As madeiras muito leves possuem valores Coeficiente de Retratibilidade bastante
diversificados, apresentando indivíduos com coeficientes “Baixos” (2) e “Médios” (3). As
pesadas possuem exemplares “Médios” (2) e “Altos” (3).

5.3 Esquadrias

Foram catalogadas 69 madeiras avaliadas de moderadamente pesadas a muito


pesadas, e com apenas 31 espécies compatíveis.
A principais famílias são representadas pelas Fabaceaes com 9 espécies e as
Caesalpiniaceaes com 5.
Quanto a quantidade, o grupo das madeiras Pesadas possui 15 espécies, em
seguida vem o grupo das moderadamente pesadas com 10 e o das muito pesadas com 6.
As madeiras muito pesadas dispõem o maior grau de proximidade das suas
propriedades, alcançando os menores índices do desvio padrão.
O grupo das madeiras moderadamente pesadas sofre menos variação em relação à
umidade, obtendo níveis médios no Coeficiente de Retratibilidade Volumétrica igual a 0,46.
As espécies para esquadrias possuem valores do Coeficiente de Retratibilidade
considerados “Médios”, com o total de 22 espécies, e “Altos” com 9.
58

Quanto ao Coeficiente de Retratibilidade, as madeiras moderadamente pesadas


(10) e muito pesadas (6) apresentam grupos basicamente classificados como “Médios”.
Apenas 1 individuo em cada um deles é considerado “Alto”.
As espécies pesadas apresentam valores bastante diversificados em relação ao
Coeficiente de Retratibilidade, contendo 8 indivíduos “Médios” e 7 “Altos”.

5.4 Mobiliário

As madeiras para mobiliário obtiveram um total de 39 indivíduos compatíveis,


dos 90 que foram catalogados. Distribuídas entre espécies leves a muito pesadas.
A família mais representativa, entre as madeiras compatíveis para mobiliário, é a
das Fabaceaes com 9 indivíduos, seguida das Caesalpiniaceaes com 6 espécies.
As madeiras consideradas moderadamente pesadas apresentam o maior número de
indivíduos compatíveis, contendo 15 espécies, seguido das madeiras pesadas (14).
As madeiras muito pesadas possuem maior similaridade entre suas características,
apresentando os menores graus no desvio padrão da densidade, retração e coeficiente de
retratibilidade.
Quanto ao Coeficiente de Retratibilidade Volumétrica, os grupos apresentam 29
indivíduos “Médios” e nove “Altos”. Nenhuma das espécies obtiveram valores considerados
Exagerados ou Baixos.
As madeiras leves apresentam menor variação em relação à mudança de umidade,
possuindo o valor médio do Coeficiente de Retratibilidade Volumétrica igual a 0,43. Todas as
espécies leves e compatíveis apresentam o Coeficiente de Retratibilidade “Médio”.
Entre as espécies compatíveis moderadamente pesadas, 14 delas apresentam
Coeficiente de Retratibilidade “Médio” e 1 com coeficiente “Alto”.
O grupo de espécies pesadas e muito pesadas possui maior variação em relação à
mudança de umidade com uma média no Coeficiente de Retratibilidade igual a 0,54.
As madeiras pesadas possuem os grupos mais heterogêneos, com 9 indivíduos
classificados como “Médios” e 7 “Altos”. Já as madeiras muito pesadas possuem a
predominância de espécies com coeficiente “Médio”, apenas 1 individuo do total de 6,
apresenta coeficiente “Alto”.
59

5.5 Tacos e tábuas para assoalho

Esta categoria detêm 80 exemplares de madeiras, dos quais 24 são compatíveis.


Possui espécies moderadamente pesadas a muito pesadas.
As famílias mais relevantes são as das Fabaceaes e das Caesalpiniaceaes,
possuindo 9 e 4 espécies respectivamente.
As madeiras pesadas possuem o maior numero de indivíduos compatíveis,
apresentando 13 exemplares. Logo em seguida vem as muito pesadas com 7 espécies e as
moderadamente pesadas com 4.
As espécies muito pesadas demonstram maior similaridade das suas
características, devido aos seus baixos índices de desvio padrão.
Quanto ao Coeficiente de Retratibilidade Volumétrica, as madeiras compatíveis
para Tacos foram avaliadas em “Altas” (8) e “Médias” (16).
As madeiras moderadamente pesadas possuem a menor média do Coeficiente de
Retratibilidade, e dispõem basicamente de indivíduos com coeficientes classificados como
“Médios”.
O grupo das madeiras pesadas divide-se, quanto à classificação do Coeficiente de
Retratibilidade, entre indivíduos “Médios” (7) e “Altos” (6).
As espécies muito pesadas apresentam a maior parte de seus indivíduos com
coeficiente “Médio”, e apenas 1 dos 7 exemplares é avaliado como “Alto”.
BRINQUEDOS
Tabela 5 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para brinquedos: Madeiras muito leves.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Guapuruvu Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Caesalpiniaceae 0,32 1,80 5,50 8,40 0,32
2 Sumaúma Ceiba pentandra (L.) Gaertn. Bombacaceae 0,37 3,20 5,50 9,10 0,35
3 Caixeta Tabebuia cassinioides (Lam.) Bignoniaceae 0,39 3,30 5,90 10,00 0,34

Tabela 6 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para brinquedos: Madeiras leves.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Macacarecuia Couropita guianensis Aubl. Lecythidaceae 0,42 3,20 6,30 9,80 -
2 Tapiá / Caixeta Alchornea triplinervia (Spreng) Muell. Arg. Euphorbiaceae 0,44 2,30 6,10 9,50 0,33
3 Pinho-bravo Podocarpus lambertii Kl. Podocarpaceae 0,45 2,70 6,70 10,60 0,38
4 Caixeta Simarouba versicolor St. Hill. Simaroubaceae 0,48 3,10 6,70 10,70 0,43
5 Sangue-de-drago Croton echinocarpus Muell. Arg. Euphorbiaceae 0,49 2,50 6,40 9,60 0,40
6 Boleiro Joannesia princeps Vell. Euphorbiaceae 0,49 3,00 6,50 10,90 0,44
7 Jacarandá-mimoso Jacaranda acutifolia (R. Br.) H. B. Bignoniaceae 0,52 3,30 6,00 10,90 0,40
8 Canela-ferrugem Nectandra rigida Nees Lauraceae 0,54 3,90 6,70 11,60 0,47
9 Peroba-d'água-amarela Tetrorchidium rubrivenium & Endl. Euphorbiaceae 0,46 3,20 7,20 11,70 0,41
10 Ucuúba-branca Virola surinamensis (Rol.) Warb. Myristicaceae 0,48 4,70 7,00 11,60 0,41
11 Pau-pombo Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae 0,51 2,90 7,30 11,70 0,42
12 Pinho-do-paraná Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. Araucariaceae 0,55 4,00 7,80 13,20 0,52

60
Tabela 7 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para brinquedos: Madeiras moderadamente pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Baguaçu Talauma ovata St. Hill. Magnoliaceae 0,56 3,90 9,40 14,40 0,50
2 Grubixá Micropholis sp Sapotaceae 0,70 4,40 8,80 15,40 0,62
3 Jacarandá-branco Jacaranda semiserrata Cham. Bignoniaceae 0,57 3,40 11,10 20,80 0,41
Chrysophyllum viride Mart. et Eichl. ex.
4 Coerana Sapotaceae 0,70 4,30 11,20 17,10 0,59
Miq.

EMBALAGENS
Tabela 8 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para embalagens: Madeiras muito leves.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Guapuruvu Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Caesalpiniaceae 0,32 1,80 5,50 8,40 0,32
2 Sumaúma Ceiba pentandra (L.) Gaertn. Bombacaceae 0,37 3,20 5,50 9,10 0,35
3 Caixeta Tabebuia cassinioides (Lam.) Bignoniaceae 0,39 3,30 5,90 10,00 0,34
4 Faveira Parkia sp Mimosaceae 0,34 2,50 6,50 9,40 0,37
Pseudobombax grandiflorum (Cav) A.
5 Imbiruçu Bombacaceae 0,39 3,80 6,90 13,90 0,37
Robyns

61
Tabela 9 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para embalagens: Madeiras leves.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Macacarecuia Couropita guianensis Aubl. Lecythidaceae 0,42 3,20 6,30 9,80 -
2 Tapiá / Caixeta Alchornea triplinervia (Spreng) M uell. Arg. Euphorbiaceae 0,44 2,30 6,10 9,50 0,33
3 Pinho-bravo Podocarpus lambertii Kl. Podocarpaceae 0,45 2,70 6,70 10,60 0,38
4 Caixeta Simarouba versicolor St. Hill. Simaroubaceae 0,48 3,10 6,70 10,70 0,43
5 Sangue-de-drago Croton echinocarpus Muell. Arg. Euphorbiaceae 0,49 2,50 6,40 9,60 0,40
6 Boleiro Joannesia princeps Vell. Euphorbiaceae 0,49 3,00 6,50 10,90 0,44
7 Jacarandá-mimoso Jacaranda acutifolia (R. Br.) H. B. Bignoniaceae 0,52 3,30 6,00 10,90 0,40
8 Caju-açu Anacardium giganteum Hanc. Ex. Engl. Anacardiaceae 0,52 3,40 6,30 10,30 0,43
9 Cedro Cedrela sp Meliaceae 0,53 4,00 6,20 11,60 0,40
10 Canela-ferrugem Nectandra rigida Nees Lauraceae 0,54 3,90 6,70 11,60 0,47
11 Peroba-d'água-amarela Tetrorchidium rubrivenium & Endl. Euphorbiaceae 0,46 3,20 7,20 11,70 0,41
12 Ucuúba-branca Virola surinamensis (Rol.) Warb. Myristicaceae 0,48 4,70 7,00 11,60 0,41
13 Pau-pombo Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae 0,51 2,90 7,30 11,70 0,42
14 Juerana Macrosamanea pedicellaris Kleinh. Mimosaceae 0,53 3,00 7,20 12,20 0,49
15 Pinho-do-paraná Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. Araucariaceae 0,55 4,00 7,80 13,20 0,52
16 Pau-sangue Pterocarpus violaceus Vog. Fabaceae 0,55 3,90 8,20 17,90 0,51
17 Mandioqueira Didymopanax morototoni Decne et. Planch. Araliaceae 0,55 4,20 8,60 17,20 0,50
18 Abobreiro Neea sp Nyctaginaceae 0,52 5,10 9,50 17,30 0,60
19 Mandioqueira Didymopanax calvum Decne & Planch Araliaceae 0,52 5,60 9,60 18,20 0,49

62
Tabela 10 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para embalagens: Madeiras moderadamente pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Faveira-bolota Parkia pendula Benth. Mimosaceae 0,57 2,40 7,10 9,90 0,42
Cedrinho /
2 Erisma uncinatum Warm. Vochysiaceae 0,59 3,30 7,70 12,50 0,45
Quarubarana
3 Ingá-chi-chi Inga alba (Sw.) Willd. Mimosaceae 0,63 3,20 7,00 11,90 0,48
4 Faveira-vermelha Dimorphandra sp Caesalpiniaceae 0,64 3,90 7,00 12,10 0,49
5 Canjerana Cabralea canjerana Sald. Meliaceae 0,67 3,60 7,00 11,60 0,46
6 Canela-branca Cryptocarya moschata (Nees & M art.) M ez. Lauraceae 0,58 3,30 8,80 13,10 0,47
7 Guacá Ecclinusa sp Sapotaceae 0,62 3,40 8,60 12,80 0,49
8 Jacareúba Calophyllum brasiliense Camb. Clusiaceae 0,62 5,60 8,70 16,90 0,56
9 Paçuaré Sclerolobium sp Caesalpiniaceae 0,63 2,50 8,30 12,80 0,48
10 Açoita-cavalo Luehea divaricata Mart. Tiliaceae 0,64 3,50 8,30 12,40 0,46
11 Arariba Sickingia sp Rubiaceae 0,64 3,00 8,90 11,80 0,50
12 Tauari Couratari cf. oblongifolia Ducke Lecythidaceae 0,66 4,60 8,00 13,80 0,55
13 Pau-d'alho Gallesia gorazema (Vell.) Moq. Phytolaccaceae 0,66 3,80 8,70 14,60 0,54
14 Amapá Brosimum parinarioides Ducke Moraceae 0,68 5,00 8,70 14,70 0,58
15 Baguaçu Talauma ovata St. Hill. Magnoliaceae 0,56 3,90 9,40 14,40 0,50
16 Limão-bravo Seguieria langsdorffii Brig. Phytolaccaceae 0,59 5,70 9,50 18,00 0,51
17 Capixingui Croton floribundus Spreng. Euphorbiaceae 0,60 3,20 9,00 14,00 0,53
18 Barriga-d'água Hidrogaster trinerve Kuhlmann Tiliaceae 0,63 3,40 9,10 13,40 0,52
19 Bicuíba-branca Virola sp Myristicaceae 0,56 5,70 10,30 17,80 0,64
20 Guanandi Calophyllum brasiliense Camb. Clusiaceae 0,62 5,20 10,50 17,00 0,48
Sangue-de-boi /
21 Hieronyma alchorneoides Fr. Allem. Euphorbiaceae 0,69 5,20 11,40 18,50 0,50
Urucurana
22 Coerana Chrysophyllum viride M art. et Eichl. ex. M iq. Sapotaceae 0,70 4,30 11,20 17,10 0,59

63
Tabela 11 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para embalagens: Madeiras pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Cupiúba Goupia glabra Aubl. Goupiaceae 0,87 4,80 9,10 16,10 0,62
2 Cega-olho Pachystroma illicifolium Muell. Arg. Euphorbiaceae 0,80 4,50 9,20 14,20 0,53
3 Melancieira Alexa grandiflora Ducke Fabaceae 0,80 5,10 9,70 15,50 0,60
4 Canela-sassafrás Ocotea pretiosa (Nees) Mez. Lauraceae 0,76 4,10 11,00 16,00 0,47
5 Pau-ripa Moriri cf. chamissoana Cogn. Melastomataceae 0,81 6,20 11,20 18,20 0,62

ESQUADRIAS
Tabela 12 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para esquadrias: Madeiras moderadamente pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Guariúba Clarisia racemosa R. & Pav. Moraceae 0,56 2,20 4,40 7,30 0,40
2 Mogno / Aguano Swietenia macrophylla King. Meliaceae 0,63 3,20 4,50 8,60 0,39
3 Freijó Cordia goeldiana Huber Boraginaceae 0,59 3,20 6,70 9,10 0,48
4 Louro-preto Ocotea sp Lauraceae 0,63 2,60 6,60 10,60 0,48
5 Imbuia Ocotea porosa (Nees ex. Mart.) Barroso Lauraceae 0,65 2,70 6,30 9,80 0,40
6 Angelim-araroba Vataireopsis araroba (Aguiar) Ducke Fabaceae 0,68 4,60 6,50 11,00 0,58
7 Copaíba Copaifera cf. lagsdorffii Caesalpiniaceae 0,70 4,10 6,70 11,50 0,49
8 Candeia / Cambará Moquinia polymorpha (Less.) DC. Compositae 0,75 4,00 6,80 12,60 0,45
9 Canjerana Cabralea canjerana Sald. Meliaceae 0,67 3,60 7,00 11,60 0,46
10 Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae 0,72 4,30 7,40 13,40 0,50

64
Tabela 13 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para esquadrias: Madeiras pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Sucupira-açu Diplotropis incexis Rizz. & Matt. Fabaceae 0,80 4,40 5,60 10,20 0,60
2 Taiúva / Amoreira Chlorophora tinctoria (L.) Gaud. Moraceae 0,88 2,30 4,30 7,20 0,44
Jacarandá-pardo /
3 Machaerium villosum Vog. Fabaceae 0,85 2,90 6,90 11,20 0,50
Jacarandá-paulista
4 Canafístula Cassia ferruginea Schrad Caesalpiniaceae 0,87 2,70 6,00 9,70 0,50
5 Caviúna / Pau-ferro Machaerium scleroxylon Tul. Fabaceae 0,88 2,90 6,70 10,60 0,52
6 Faveiro Pterodon pubescens Benth. Fabaceae 0,94 3,50 6,80 12,00 0,63
Cabriúva-vermelha /
7 Myroxylon balsamum (L.) Harms. Fabaceae 0,95 4,00 6,70 11,00 0,52
Bálsamo
8 Louro-pardo Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. Boraginaceae 0,78 4,60 7,50 12,90 0,55
9 Peroba-rosa Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. Apocynaceae 0,79 4,00 7,80 13,10 0,57
10 Guarucaia Peltophorum vogelianum Walp Caesalpiniaceae 0,80 3,70 7,90 12,50 0,50
Sacambu /
11 Platymiscium floribundum Vog. Fabaceae 0,89 3,90 7,20 11,20 0,53
Jacarandá-do-litoral
12 Cabriúva-parda Myrocarpus frondosus Fr. Allem. Fabaceae 0,91 3,60 7,40 12,80 0,55
13 Copaíba Copaifera cf. reticulata Leguminosae 0,78 4,20 8,10 12,50 0,52
14 Guaiuvira Patagonula americana L. Boraginaceae 0,78 4,30 8,20 13,20 0,59
15 Pelada Terminalia januarensis D.C. Combretaceae 0,79 4,00 8,00 12,20 0,58

65
Tabela 14 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para esquadrias: Madeiras muito pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Itaúba-preta Mezilaurus itauba (Meissn.) Taub. Lauraceae 0,96 2,30 6,70 12,10 0,51
2 Muiracatiara Astronium leicointei Ducke Anacardiaceae 0,97 3,33 6,28 11,19 0,49
3 Ipê-roxo / Ipê-una Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl. Bignoniaceae 0,96 4,30 7,20 11,40 0,54
4 Jatoba / Jataí Hymenaea stilbocarpa Ducke Caesalpiniaceae 0,96 3,10 7,20 10,70 0,54
Sucupira-amarela /
5 Ferreirea spectabilis Fr. Allem. Fabaceae 0,99 4,10 7,00 12,80 0,63
Guaiçara
6 Braúna-preta Melanoxylon brauna Schott Caesalpiniaceae 1,05 3,60 7,40 10,50 0,50

MOBILIÁRIO
Tabela 15 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para mobiliário: Madeiras leves.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Jequitibá-rosa Cariniana legalis (Mart.) O. Kuntze. Lecythidaceae 0,53 3,00 5,70 9,80 0,40
2 Louro-amarelo Ocotea sp Lauraceae 0,54 2,60 5,60 8,90 0,39
3 Pau-pombo Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae 0,51 2,90 7,30 11,70 0,42
4 Juerana Macrosamanea pedicellaris Kleinh. Mimosaceae 0,53 3,00 7,20 12,20 0,49

66
Tabela 16 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para mobiliário: Madeiras moderadamente pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
Oiticica-amarela /
1 Clarisia racemosa R. & Pav. Moraceae 0,56 2,20 4,40 7,30 0,40
Guariúba
2 Mogno / Aguano Swietenia macrophylla King. Meliaceae 0,63 3,20 4,50 8,60 0,39
3 Freijó Cordia goeldiana Huber Boraginaceae 0,59 3,20 6,70 9,10 0,48
Amburana /
4 Amburana cearensis Fr. Allem. Fabaceae 0,60 2,90 6,20 9,30 0,45
Cerejeira
5 Louro-preto Ocotea sp Lauraceae 0,63 2,60 6,60 10,60 0,48
6 Imbuia Ocotea porosa (Nees ex. Mart.) Barroso Lauraceae 0,65 2,70 6,30 9,80 0,40
7 Faveira-vermelha Dimorphandra sp Caesalpiniaceae 0,64 3,90 7,00 12,10 0,49
8 Grumixava Micropholis gardnerianum (A.C.) Pierre Sapotaceae 0,65 3,90 7,90 13,00 0,49
9 Canjerana Cabralea canjerana Sald. Meliaceae 0,67 3,60 7,00 11,60 0,46
10 Copaiba Copaifera multijuga Hayne Caesalpiniaceae 0,69 3,80 7,10 13,40 0,50
11 Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae 0,72 4,30 7,40 13,40 0,50
Ipê-peroba / Peroba-
12 Paracetoma peroba (Record.) Kuhl. Bignoniaceae 0,73 4,00 7,00 11,70 0,55
de-campos
13 Guacá Ecclinusa sp Sapotaceae 0,62 3,40 8,60 12,80 0,49
14 Paçuaré Sclerolobium sp Caesalpiniaceae 0,63 2,50 8,30 12,80 0,48
Louro-inamuí/
15 Ocotea cymbarum H. B. K. Lauraceae 0,66 3,90 8,10 13,60 0,52
louro-cravo

67
Tabela 17 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para mobiliário: Madeiras pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Araribá Centrolobium robustum (Vell.) Mart. Fabaceae 0,79 3,10 5,80 9,70 0,49
2 Sucupira-açu Diplotropis incexis Rizz. & Matt. Fabaceae 0,80 4,40 5,60 10,20 0,60
Jacarandá-pardo /
3 Machaerium villosum Vog. Fabaceae 0,85 2,90 6,90 11,20 0,50
Jacarandá-paulista
4 Canafístula Cassia ferruginea Schrad Caesalpiniaceae 0,87 2,70 6,00 9,70 0,50
5 Caviúna / Pau-ferro Machaerium scleroxylon Tul. Fabaceae 0,88 2,90 6,70 10,60 0,52
6 Louro-pardo Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. Boraginaceae 0,78 4,60 7,50 12,90 0,55
7 Peroba-rosa Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. Apocynaceae 0,79 4,00 7,80 13,10 0,57
8 Guarucaia Peltophorum vogelianum Walp Caesalpiniaceae 0,80 3,70 7,90 12,50 0,50
Angelim-rosa / Pau-
9 Platycyamus regnellii Benth. Fabaceae 0,81 4,10 7,30 12,70 0,55
pereira
Sacambu /
10 Platymiscium floribundum Vog. Fabaceae 0,89 3,90 7,20 11,20 0,53
Jacarandá-do-litoral
11 Cabriúva-parda Myrocarpus frondosus Fr. Allem. Fabaceae 0,91 3,60 7,40 12,80 0,55
12 Copaíba Copaifera cf. reticulata Leguminosae 0,78 4,20 8,10 12,50 0,52
13 Guaiuvira Patagonula americana L. Boraginaceae 0,78 4,30 8,20 13,20 0,59
14 Pelada Terminalia januarensis D.C. Combretaceae 0,79 4,00 8,00 12,20 0,58

68
Tabela 18 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para mobiliário: Madeiras muito pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Itaúba-preta Mezilaurus itauba (Meissn.) Taub. Lauraceae 0,96 2,30 6,70 12,10 0,51
2 Muiracatiara Astronium leicointei Ducke Anacardiaceae 0,97 3,33 6,28 11,19 0,49
3 Ipê-roxo / Ipê-una Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl. Bignoniaceae 0,96 4,30 7,20 11,40 0,54
4 Jatoba / Jataí Hymenaea stilbocarpa Ducke Caesalpiniaceae 0,96 3,10 7,20 10,70 0,54
5 Jatobá Hymenaea sp Leguminosae 0,97 3,10 7,20 10,70 -
Sucupira-amarela /
6 Ferreirea spectabilis Fr. Allem. Fabaceae 0,99 4,10 7,00 12,80 0,63
Guaiçara

TACOS E TÁBUAS PARA ASSOALHO


Tabela 19 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para tacos e tábuas para assoalho: Madeiras moderadamente pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Louro-preto Ocotea sp Lauraceae 0,63 2,60 6,60 10,60 0,48
2 Imbuia Ocotea porosa (Nees ex. Mart.) Barroso Lauraceae 0,65 2,70 6,30 9,80 0,40
3 Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae 0,72 4,30 7,40 13,40 0,50
Ipê-peroba / Peroba-
4 Paratecoma peroba (Record.) Kuhl. Bignoniaceae 0,73 4,00 7,00 11,70 0,55
de-campos

69
Tabela 20 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para tacos e tábuas para assoalho: Madeiras pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Araribá Centrolobium robustum (Vell.) Mart. Fabaceae 0,79 3,10 5,80 9,70 0,49
2 Sucupira-açu Diplotropis incexis Rizz. & Matt. Fabaceae 0,80 4,40 5,60 10,20 0,60
Jacarandá-pardo /
3 Machaerium villosum Vog. Fabaceae 0,85 2,90 6,90 11,20 0,50
Jacarandá-paulista
4 Canafístula Cassia ferruginea Schrad Caesalpiniaceae 0,87 2,70 6,00 9,70 0,50
5 Caviúna / Pau-ferro Machaerium scleroxylon Tul. Fabaceae 0,88 2,90 6,70 10,60 0,52
6 Faveiro Pterodon pubescens Benth. Fabaceae 0,94 3,50 6,80 12,00 0,63
Cabriúva-vermelha /
7 Myroxylon balsamum (L.) Harms. Fabaceae 0,95 4,00 6,70 11,00 0,52
Bálsamo
8 Peroba-rosa Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. Apocynaceae 0,79 4,00 7,80 13,10 0,57
9 Guarucaia Peltophorum vogelianum Walp Caesalpiniaceae 0,80 3,70 7,90 12,50 0,50
Sacambu /
10 Platymiscium floribundum Vog. Fabaceae 0,89 3,90 7,20 11,20 0,53
Jacarandá-do-litoral
11 Cabriúva-parda Myrocarpus frondosus Fr. Allem. Fabaceae 0,91 3,60 7,40 12,80 0,55
12 Guaiuvira Patagonula americana L. Boraginaceae 0,78 4,30 8,20 13,20 0,59
13 Pelada Terminalia januarensis D.C. Combretaceae 0,79 4,00 8,00 12,20 0,58

70
Tabela 21 – Características físicas e mecânicas das madeiras brasileiras para tacos e tábuas para assoalho: Madeiras muito pesadas.
PROPRIEDADES FÍSICAS
DENSIDADE CONTRAÇÕES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Coeficiente de
Aparente a Radial Tangencial Volumétrica
Retratibilidade
15% (g/cm³) (%) (%) (%)
Volumétrica (%)
1 Itaúba-preta Mezilaurus itauba (Meissn.) Taub. Lauraceae 0,96 2,30 6,70 12,10 0,51
2 Muiracatiara Astronium leicointei Ducke Anacardiaceae 0,97 3,33 6,28 11,19 0,49
3 Ipê-roxo / Ipê-una Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl. Bignoniaceae 0,96 4,30 7,20 11,40 0,54
4 Jatoba / Jataí Hymenaea stilbocarpa Ducke Caesalpiniaceae 0,96 3,10 7,20 10,70 0,54
Sucupira-amarela /
5 Ferreirea spectabilis Fr. Allem. Fabaceae 0,99 4,10 7,00 12,80 0,63
Guaiçara
6 Braúna-preta Melanoxylon brauna Schott Caesalpiniaceae 1,05 3,60 7,40 10,50 0,50
Aroeira-do-sertão /
7 Astronium urundeuva (Fr. Allem.) Engl. Anacardiaceae 1,19 3,80 7,20 12,60 0,54
Urundeúva

QUADRO GERAL
Tabela 22 – Quantificação geral das espécies nas categorias de uso.
ÁREAS DE USO
Densidade Brinquedos Embalagens Esquadrias Mobiliário Tacos e tábuas para assoalho
Muito Leve 3 5 - - -
Leve 12 19 - 4 -
Moderadamente Pesadas 4 22 10 15 4
Pesadas - 5 15 14 13
Muito Pesadas - - 6 6 7
TOTAL 19 51 31 39 24

71
72

6 CONCLUSÕES

1 - Pela abundância de espécies vegetais originadas da floresta tropical amazônica (232)


torna-se possível à reunião de espécies com características físicas e mecânicas semelhantes,
para o uso racional na indústria de processamento.

2 - A área de embalagem é a que reuni o maior grupo de espécies com semelhanças


tecnológicas (51).

3 - A área de brinquedos é a que apresenta o menor número de espécies que podem trabalhar
juntas de acordo com as suas propriedades tecnológicas (19).

4 - As espécies relacionadas à área de Brinquedos encontram-se distribuídas em muito leves


(3), leves (12) e moderadamente pesadas (4). Nas madeiras leves é onde encontram o maior
grupo sistematizado, que apresenta as maiores possibilidades de arranjos e ligações. O total de
madeiras do grupo de brinquedos é de 19 espécies.

5 - Para as espécies relacionadas à área de Embalagem, a distribuição se dá entre madeiras


muito leves (5), leves (19), moderadamente pesadas (22) e pesadas (5). O maior grupo é o das
moderadamente pesadas, sendo mais propicio para arranjos e ligações. O total do grupo perfaz
31 espécies.

6 - As espécies relacionadas à área de Esquadrias estão distribuídas entre moderadamente


pesadas (10), pesadas (15) e muito pesadas (6). As maiores relações entre as espécies estão
entre as pesadas. O total do grupo para Esquadrias perfaz 31 espécies.

7 - Para as espécies relacionadas à área de Mobiliário encontram-se distribuídas entre


madeiras leves (9), moderadamente pesadas (15), pesadas (19) e muito pesadas (6). O total do
grupo perfaz 39 espécies.

8 - Para as espécies relacionadas à área de Tacos e tábuas para assoalho, encontram-se


distribuídas entre madeiras moderadamente pesadas (4), pesadas (15) e muito pesadas (7),
perfazendo um total de 24 espécies.
73

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79

ANEXOS
80

ANEXO A – Relação das espécies tropicais catalogadas

MADEIRAS MUITO LEVES


ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA
1 Guapuruvu Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Caesalpiniaceae
2 Chicha Sterculia chicha St. Hill. Sterculiaceae
3 Achichá Sterculia specioso K. Sch. Sterculiaceae
4 Faveira Parkia sp Mimosaceae
5 Sumaúma Ceiba pentandra (L.) Gaertn. Bombacaceae
6 Faveira/ fava-arara-tucupi Parkia paraensis Ducke Mimosaceae
7 Açacu Hura crepitans L. Euphorbiaceae
8 Caixeta Tabebuia cassinioides (Lam.) Bignoniaceae
9 Imbiruçu Pseudobombax grandiflorum (Cav) A. Robyns Bombacaceae
10 Para-pará Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don. Bignoniaceae

MADEIRAS LEVES
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA
1 Imbaúba Cecropia sp Moraceae
2 Macacarecuia Couropita guianensis Aubl. Lecythidaceae
3 Paineira Eryotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns Bombacaceae
4 Tapiá / Caixeta Alchornea triplinervia (Spreng) Muell. Arg. Euphorbiaceae
5 Pinho-bravo Podocarpus lambertii Kl. Podocarpaceae
6 Peroba-d'água-amarela Tetrorchidium rubrivenium & Endl. Euphorbiaceae
7 Mandioqueira Didymopanax navarroi A. Samp. Araliaceae
8 Caju Anacardium excelsum Benth Anacardiaceae
9 Ucuúba-branca Virola surinamensis (Rol.) Warb. Myristicaceae
10 Caixeta Simarouba versicolor St. Hill. Simaroubaceae
11 Boleiro Joannesia princeps Vell. Euphorbiaceae
12 Sangue-de-drago Croton echinocarpus Muell. Arg. Euphorbiaceae
13 Vinhático Plathymenia foliolosa Benth. Mimosaceae
14 Marupá Simarouba amara Aubl. Simaroubaceae
15 Guaricica Vochysia laurifolia Warm. Vochysiaceae
16 Pau-pombo Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae
17 Caju-açu Anacardium giganteum Hanc. Ex. Engl. Anacardiaceae
18 Mandioqueira Didymopanax calvum Decne & Planch Araliaceae
19 Jacarandá-mimoso Jacaranda acutifolia (R. Br.) H. B. Bignoniaceae
20 Abobreiro Neea sp Nyctaginaceae
21 Jequitibá-rosa Cariniana legalis (Mart.) O. Kuntze. Lecythidaceae
22 Cedro Cedrela sp Meliaceae
23 Juerana Macrosamanea pedicellaris Kleinh. Mimosaceae
24 Canela-ferrugem Nectandra rigida Nees Lauraceae
25 Louro-amarelo Ocotea sp Lauraceae
26 Tamboril / Timbuva Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. Mimosaceae
27 Caixeta / Mandioqueira Didymopanax morototoni Decne et. Planch. Araliaceae
28 Pinho-do-paraná Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. Araucariaceae
29 Pau-sangue Pterocarpus violaceus Vog. Fabaceae

MADEIRAS MODERADAMENTE PESADAS


ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA
1 Baguaçu Talauma ovata St. Hill. Magnoliaceae
2 Guariúba Clarisia racemosa R. & Pav. Moraceae
81

3 Bicuíba-branca Virola sp Myristicaceae


4 Quaruba Vochysia maxima Ducke Vochysiaceae
5 Caroba / Jacarandá-branco Jacaranda semiserrata Cham. Bignoniaceae
6 Faveira-bolota Parkia pendula Benth. Mimosaceae
7 Caroba Pentapanax sp Araliaceae
8 Canela-branca Cryptocarya moschata (Nees & Mart.) Mez. Lauraceae
9 Freijó Cordia goeldiana Huber Boraginaceae
10 Canela-parda Nectandra sp Lauraceae
11 Limão-bravo Seguieria langsdorffii Brig. Phytolaccaceae
12 Cedrinho / Quarubarana Erisma uncinatum Warm. Vochysiaceae
13 Sorva Couma macrocarpa Barb. et. Rodr. Apocynaceae
14 Capixingui Croton floribundus Spreng. Euphorbiaceae
15 Amburana / Cerejeira Amburana cearensis Fr. Allem. Fabaceae
16 Bucuva Virola oleifera (Schott) A. C.Smith Myristicaceae
17 Cardeiro Scleronema micranthum (Ducke) Ducke. Bombacaceae
18 Guanandi Calophyllum brasiliense Camb. Clusiaceae
19 Jacareúba Calophyllum brasiliense Camb. Clusiaceae
20 Guacá Ecclinusa sp Sapotaceae
21 Paçuaré Sclerolobium sp Caesalpiniaceae
22 Tipuana Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze. Fabaceae
23 Louro-preto Ocotea sp Lauraceae
24 Mogno / Aguano Swietenia macrophylla King. Meliaceae
25 Ingá-chi-chi Inga alba (Sw.) Willd. Mimosaceae
26 Barriga-d'água Hidrogaster trinerve Kuhlmann Tiliaceae
27 Faveira-vermelha Dimorphandra sp Caesalpiniaceae
28 Virola Virola bicuhyba (Schott) Warb. Myristicaceae
29 Arariba Sickingia sp Rubiaceae
30 Açoita-cavalo Luehea divaricata Mart. Tiliaceae
31 Imbuia Ocotea porosa (Nees ex. Mart.) Barroso Lauraceae
32 Grumixava Micropholis gardnerianum (A.C.) Pierre Sapotaceae
33 Mandioqueira Ruizterania albiflora Marcano Bert. Vochysiaceae
34 Louro-inamuí/ louro-cravo Ocotea cymbarum H. B. K. Lauraceae
35 Tauari Couratari cf. oblongifolia Ducke Lecythidaceae
36 Pau-d'alho Gallesia gorazema (Vell.) Moq. Phytolaccaceae
37 Canjerana Cabralea canjerana Sald. Meliaceae
38 Bracatinga Mimosa scabrella Bentham. Mimosaceae
39 Angelim-araroba Vataireopsis araroba (Aguiar) Ducke Fabaceae
40 Canela-rosa Persea racemosa Hoehne Lauraceae
41 Amapá Brosimum parinarioides Ducke Moraceae
42 Bucuvuçu Virola sp Myristicaceae
43 Carvalho-brasileiro Euplassa catareirae Sleumer Proteaceae
44 Copaiba Copaifera multijuga Hayne Caesalpiniaceae
45 Sangue-de-boi / Urucurana Hieronyma alchorneoides Fr. Allem. Euphorbiaceae
46 Jangada-brava Bastardiopsis densiflora (Hook et Arn.) Hassl. Malvaceae
47 Copaíba Copaifera cf. lagsdorffii Caesalpiniaceae
48 Angico-branco Anadenanthera peregrina Speg. Mimosaceae
49 Coerana Chrysophyllum viride Mart. et Eichl. ex. Miq. Sapotaceae
50 Grubixá Micropholis sp Sapotaceae
51 Gombeira Swartzia aptera D.C. Caesalpiniaceae
52 Simbiúva Hirtella sp Chrysobalanaceae
53 Canela-batalha Cryptocarya mandioccana Meissn Lauraceae
54 Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae
82

55 Figueira Ficus sp Moraceae


56 Guapeva Pouteria cf. torta (Mart.) Radkl. Sapotaceae
57 Quinarana Geissospermum sericeum Benth. et. Hook Apocynaceae
Ipê-peroba / Peroba-de-
58 Paratecoma peroba (Record.) Kuhl. Bignoniaceae
campos
59 Roxinho Peltogyne lecointei Ducke Caesalpiniaceae
60 Pitiá-de-lagoa / Anani Symphonia globulifera L. Guttiferae
61 Canela-samambaia Nectandr sp Lauraceae
62 Bicuíba-rosa Virola officinalis (Mart.) Warb. Myristicaceae
63 Almecegueira / Breu Protium heptaphyllum March. Burseraceae
64 Candeia / Cambará Moquinia polymorpha (Less.) DC. Compositae
65 Castanheira Bertholletia excelsa H.B.K. Lecythidaceae
66 Angelim-pedra Hymenolobium excelsum Ducke Leguminosae
67 Murici Byrsonima verbascifolia Juss. Malpighiaceae
68 Caovi Piptadenia sp Mimosaceae
69 Pau-jacaré Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. Mimosaceae

MADEIRAS PESADAS
ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA
1 Paratudo / Caraíba Tabebuia caraiba Mart. Bignoniaceae
2 Canela-sassafrás Ocotea pretiosa (Nees) Mez. Lauraceae
3 Amendoim Pterogyne nitens Tul. Caesalpiniaceae
4 Louro-vermelho Nectandra rubra Mez Lauraceae
5 Guaiuvira Patagonula americana L. Boraginaceae
6 Louro-pardo Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. Boraginaceae
7 Bacuri-de-anta Moronobea coccinea Aubl. Clusiaceae
8 Jequitibá-branco Cariniana estrellensis (Raddi) O. Kuntze. Lecythidaceae
9 Copaíba Copaifera cf. reticulata Leguminosae
10 Murici Byrsonima sp Malpighiaceae
11 Peroba-rosa Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. Apocynaceae
12 Pelada Terminalia januarensis D.C. Combretaceae
13 Cuiarana Buchenavia huberi Ducke Combretaceae
14 Araribá Centrolobium robustum (Vell.) Mart. Fabaceae
15 Fava-de-rosca Enterolobium schomburgkii Benth. Mimosaceae
16 Araracanga Aspidosperma desmanthun Benth. Ex. M uell. Arg. Apocynaceae
17 Guarucaia Peltophorum vogelianum Walp Caesalpiniaceae
18 Cega-olho Pachystroma illicifolium Muell. Arg. Euphorbiaceae
19 Melancieira Alexa grandiflora Ducke Fabaceae
20 Sucupira-açu Diplotropis incexis Rizz. & Matt. Fabaceae
21 Caingá Moldenhawera blanchetiana Tul. Caesalpiniaceae
22 Piquiarana Caryocar glabrum (Aubl.) Pers. Caryocaraceae
23 Milho-cozido-de-folha-miúda Licania rigida Benth. Chrysobalanaceae
24 Angelim-rosa / Pau-pereira Platycyamus regnellii Benth. Fabaceae
25 Angelim-pedra Hymenolobium petraeum Ducke Fabaceae
26 Pau-ripa Moriri cf. chamissoana Cogn. Melastomataceae
27 Guatambu-peroba Aspidosperma populifolium A.D.C. Apocynaceae
28 Tatajuba Bagassa guianensis Aubl. Moraceae
29 Mata-mata Eschweilera corrugata Miers Lecythidaceae
30 Cuvantã Cupania vernalis Camb. Sapindaceae
31 Pequiá / Pitiá Aspidosperma sp Apocynaceae
32 Garapa / Grapiapunha Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Caesalpiniaceae
33 Angelim-amargoso Vatairea sp Fabaceae
83

34 Bacuri Platonia insignis Mart. Guttiferae


35 Muirapiranga Brosimum paraense Hub. Moraceae
36 Leiteiro Chaetocarpus sp Euphorbiaceae
37 Guaçatonga Casearia inaequilatera Camb. Flacourtiaceae
38 Pau-marfim Balfourodendron riedelianum Engl. Rutaceae
39 Piqui-vinagreiro Caryocar barbinerve Miq. Caryocaraceae
Jacarandá-pardo /
40 Machaerium villosum Vog. Fabaceae
Jacarandá-paulista
41 Maçurã Vantanea sp Humiriaceae
42 Angico-vermelho Parapiptadenia rigida (Benth) Brenae Mimosaceae
43 Manteigueira Bumelia sp Sapotaceae
44 Canafístula Cassia ferruginea Schrad Caesalpiniaceae
45 Jacarandá-da-bahia Dalbergia nigra (Vell.) Fr. Allem. Fabaceae
46 Jacaranda-do-pará Dalbergia spruceana Benth Fabaceae
47 Cupiúba Goupia glabra Aubl. Goupiaceae
48 Remelento Rheedia sp Guttiferae
49 Guapeva Pouteria sp Sapotaceae
50 Tanibuca Buchenavia sp Combretaceae
51 Laranjeira / Sapopema Sloanea sp Elaeocarpaceae
52 Caviúna / Pau-ferro Machaerium scleroxylon Tul. Fabaceae
53 Sapucaia-vermelha Lecythis pisonis Camb. Lecythidaceae
54 Leiteira Brosimum sp Moraceae
55 Taiúva / Amoreira Chlorophora tinctoria (L.) Gaud. Moraceae
56 Roxinho Peltogyne confertiflora (Hayne) Benth Caesalpiniaceae
Sacambu / Jacarandá-
57 Platymiscium floribundum Vog. Fabaceae
do-litoral
58 Faveira-armagosa Vatairea guianensis Aubl. Fabaceae
59 Pindabuna Duguetia lanceolata St. Hill. Annonaceae
60 Guarajuba Terminalia sp Combretaceae
61 Acapu Vouocapoua americana Aubl. Caesalpiniaceae
62 Cabriúva-parda Myrocarpus frondosus Fr. Allem. Fabaceae
Sucupira-parda /
63 Bowdichia virgilioides H. B. K. Fabaceae
Sucupira-preta
64 Macacauba Platymiscium ulei Harms Fabaceae
65 Pau-cepilho Vantanea sp Humiriaceae
66 Mandigaú Tatrastylidium engleri Schwacke Olacaceae
67 Casca-doce Pradosia glycyphloea (Casar) Kuhlm. Sapotaceae
68 Pessegueiro-bravo Prunus sellowii Hoehne Rosaceae
69 Bapeba-sapucaia Pouteria sp Sapotaceae
70 Piquiá Caryocar villosum (Aubl.) Pers. Caryocaraceae
71 Angelim Vatairea heteroptera Ducke Fabaceae
72 Faia Emmotum nitens (Benth.) Miers. Icacinaceae
73 Jarana Holopyxidium jarana (Huber) Ducke Lecythidaceae
74 Faveiro Pterodon pubescens Benth. Fabaceae
75 Sucupira Bowdichia nitida (Spr.) Benth. Fabaceae
76 Batinga Eugenia sp Myrtaceae
77 Tambor Rinorea bahiensis (Moric.) O. Kuntze. Violaceae
Cabriúva-vermelha /
78 Myroxylon balsamum (L.) Harms. Fabaceae
Bálsamo
84

MADEIRAS MUITO PESADAS


ITEM NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA
1 Ipê-roxo / Ipê-una Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl. Bignoniaceae
2 Jatoba / Jataí Hymenaea stilbocarpa Ducke Caesalpiniaceae
3 Carne-de-vaca Vantanea sp Humiriaceae
4 Itaúba-preta Mezilaurus itauba (Meissn.) Taub. Lauraceae
5 Araçá-da-mata Psidium riparium Mart. Myrtaceae
6 Guarantã Esenbeckia leiocarpa Engl. Rutaceae
7 Gibatão Astronium graveolens Jacq Anacardiaceae
8 Muiracatiara Astronium leicointei Ducke Anacardiaceae
9 Milho-cozido-de-folha-larga Moquilea cf. tomentosa Benth. Chrysobalanaceae
10 Inhuíba-do-rêgo Holopyxidium sp Lecythidaceae
11 Jatobá Hymenaea sp Leguminosae
12 Pracuuba Mora paraensis Ducke Caesalpiniaceae
13 Oiti Moquilea tomentosa Benth Chrysobalanaceae
14 Amarelinho Helietta longifoliata Britt. Rutaceae
15 Coração-de-negro Poecilanthe parviflora Benth. Fabaceae
Sucupira-amarela /
16 Ferreirea spectabilis Fr. Allem. Fabaceae
Guaiçara
17 Canela-preta Acrodicridium sp Lauraceae
18 Mata-mata-preto Eschweilera odora Miers Lecythidaceae
19 Araçá Psidiumsp Myrtaceae
20 Maçaranduba / Paraju Manilkara longifolia (A. DC.) Dub. Sapotaceae
21 Ipê-pardo Tabebuia ochracea (Cham.) Rizz Bignoniaceae
22 Guaribu-amarelo Goniorrhachis marginata Tul. Caesalpiniaceae
23 Caraipé / Pintadinho Licania sp Chrysobalanaceae
24 Óleo-pardo Myrocarpus sp Fabaceae
25 Acariquara Minquartia guianensis Aubl. Olacaceae
26 Maçaranduba Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. Sapotaceae
27 Braúna-preta Melanoxylon brauna Schott Caesalpiniaceae
28 Angico-preto Anadenanthera macrocarpa (Benth) Brenae Mimosaceae
29 Maçaranduba-de-leite Manilkara elata (Fr. Allem.) Monac. Sapotaceae
30 Pitomba-preta Zollernia falcata Nees Caesalpiniaceae
31 Gonçalo-alves Astronium macrocalyx Engl. Anacardiaceae
32 Achuarana Vantaneae cupularis Aubl. Humiriaceae
33 Cumaru Diptryx odorata (Aubl.) Willd. Fabaceae
34 Angelim-vermelho Dinizia excelsa Ducke Mimosaceae
35 Cobi Acacia sp Mimosaceae
36 Pau-santo Zollernia paraensis Hub. Caesalpiniaceae
37 Cumbaru / Baru Dipteryx alata Vog. Fabaceae
38 Castanha-sapucaia Lecythis usitata Miers. Lecythidaceae
39 Sapucaia Lecythis paraensis Ducke Lecythidaceae
40 Pitomba Talisia esculenta Radkl. Sapindaceae
41 Jataí-peba / Jutai-pororoca Dialium guianense (Aubl.) Sandw. Caesalpiniaceae
42 Pau-roxo Peltogyne recifensis Ducke Caesalpiniaceae
43 Imbiriba Eschweilera blanchetiana (Berg.) Miers Lecythidaceae
44 Matá-matá-sapoeiro Eschweilerasp Lecythidaceae
45 Abiu-pitomba Pouteria sp. Sapotaceae
Aroeira-do-sertão /
46 Astronium urundeuva (Fr. Allem.) Engl. Anacardiaceae
Urundeúva

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