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ALOCAÇÃO DOS REFERIDOS INSTITUTOS NO ORDENAMENTO

JURÍDICO PÁTRIO E SUAS RAMIFICAÇÕES PRECEITUADAS NA


CONSTITUIÇÃO

Antes de adentrarmos na discussão (mérito) do tema abordado, faz-se


necessário posicionar os institutos da suspensão e interrupção do contrato individual
de trabalho na órbita jurídica brasileira, isto é, explorar sua previsão legal no âmbito
constitucional e infraconstitucional para uma melhor compreensão do assunto ora
tratado.
Assim sendo, os dispositivos específicos que prevêem o objeto de
apreciação deste trabalho, de modo infraconstitucional, estão presentes no Capítulo
IV- Da Suspensão e Interrupção (artigos 471 – 476 A) do Título IV - Do Contrato
Individual de Trabalho do Decreto-Lei nº 5.452 de 1º de maio de 1943, instituidor da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Ademais, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo II – Dos Direitos Sociais,
em seu artigo 6º consagra o trabalho como um dos direitos sociais inerentes à
dignidade da pessoa humana (cerne axiológico da constituição – artigo 1º, inciso III
da dita Carta Magna) e, com o artigo 7º, estabelece direitos mínimos para o
trabalhador, devendo estes nortear os contratos de trabalho e por sua vez incidir em
hipóteses de suspensão e interrupção.

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTRATO DE TRABALHO


– ABORDAGEM GENÉRICA

Como o tema do trabalho delimita-se sobre a suspensão e interrupção do


contrato de trabalho, é necessária uma idéia genérica do que seja contrato de
trabalho para que haja uma maior compreensão.

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Do conceito – Vocabulário Jurídico

Da origem jurídica da expressão “contrato de trabalho”, podemos defini-lo


como “denominação que se dá ao ajuste promovido entre empregado e empregador,
com base no Direito Privado e apoio do poder público, em virtude do qual uma ou
mais pessoas se colocam a disposição de outra ou de outras, para prestar, sob sua
dependência e instruções, qualquer trabalho de ordem material ou física, ou de
ordem intelectual, em troca de uma remuneração, previamente estabelecida” (De
Plácido e Silva – Vocabulário Jurídico).

Do conceito – Doutrinário

Tomando, como fonte, a doutrina, podemos definir contrato de trabalho,


segundo Sérgio Pinto Martins, como “fato gerador da relação de trabalho,
envolvendo obrigação de fazer por parte do empregado, de prestar serviços” e
também como “é aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a
prestar a sua atividade a outra ou outras pessoas, sob a autoridade e direção
destas” (Portugal, artigo 10 do Código do Trabalho).
Já Alice Monteiro de Barros conceitua contrato de trabalho como “ negócio
jurídico bilateral em que os interesses contrapostos se acham presentes com mais
intensidade do que em outros contratos, dependendo da categoria profissional e
econômica a que pertençam os contraentes”.

Do conceito - Legal

A definição legal de contrato de trabalho está presente na Consolidação


das Leis do Trabalho no seu Título IV – Do Contrato Individual do Trabalho, Capítulo
I – Disposições Gerais, artigo 442 que diz que “contrato individual de trabalho é o
acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”.

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CARÁTER JURÍDICO-ETIMOLÓGICO DE AMPLA COGNIÇÃO DOS
INSTITUTOS: DA SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO

Sobre a origem etimológica da suspensão e interrupção, têm-se:


Suspensão, “do latim suspensio, importa numa paralisação ou, na
cessação temporária, ou por tempo limitado, de uma atividade, ou de um
procedimento. Assim o que se está a fazer interrompe-se por algum tempo, findo o
qual de novo se recomeça” (De Plácido e Silva – Vocabulário Jurídico).
Interrupção, “do latim interruptio, entende-se toda parada, interpolação,
descontinuação em alguma coisa, que se vinha fazendo contínua, ou andando, para
que, após este interregno, comece de novo a caminhada” (De Plácido e Silva –
Vocabulário Jurídico).

PREMISSAS (FUNDAMENTO E PRINCÍPIO) QUE NORTEIA A


SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE
TRABALHO

Preliminarmente, “princípios de uma ciência são as proposições básicas


fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas subseqüentes.
Princípios, nesse sentido, são os alicerces da ciência” (José Cretella Jr.).
Consoante ao que foi aludido, podemos destacar como princípio que
fundamenta a suspensão e a interrupção do contrato de trabalho o da continuidade,
o qual decorre o trato sucessivo do contrato de emprego, visando à conservação da
fonte do trabalho, com o objetivo de dar segurança econômica ao trabalhador e
incorporá-lo ao organismo empresarial. Este princípio evidencia que o Direito do
Trabalho dá preferência aos contratos indeterminados, resiste à dispensa arbitrária e
mantém o pacto laboral na chamada interrupção e suspensão contratual.
A inexecução provisória da prestação de serviço produz efeitos no
contrato, como se infere das normas imperativas consubstanciadas nos artigos 471
à 476 da CLT, que traduzem a suspensão e a interrupção contratual ou, mais
precisamente, à suspensão e interrupção da prestação de serviço.

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DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA E LEGAL DE SUSPENÇÃO E
INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

A definição doutrinária de suspensão do contrato de trabalho diz que


suspensão é a paralisação temporária da atividade laboral do empregado sem a
necessidade de o empregador pagar o salário e não há a contagem de tempo de
serviço para fins legais restando somente o não rompimento do vinculo
empregatício.
No que tange a interrupção do contrato de trabalho, podemos defini-lo
como paralisação temporária da atividade laboral do empregado, não prejudicando
seu tempo de serviço na empresa, mantendo a obrigação do empregador de pagar o
salário, havendo ainda a contagem de tempo de serviço para os fins legais.
Estabelecendo uma correlação entre interrupção e suspensão, podemos
observar em ambas as hipóteses: há uma paralisação transitória da prestação de
serviço e não a cessação contratual; são asseguradas ao empregado, afastado do
emprego, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência,
tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa (art. 471, CLT); outro
traço comum entre os dois institutos jurídicos é a impossibilidade de o empregador
dissolver o contrato de trabalho, durante a cessação temporária da obrigação de
trabalhar, mesmo que arque com as reparações devidas, salvo em se tratando de
justa causa cometida pelo obreiro e reconhecida pela Justiça do Trabalho ou de
extinção da empresa, que impossibilite a continuidade da relação jurídico-laboral.
Diante do que foi exposto, pode-se concluir que, durante a interrupção
contratual, não há trabalho, mas há salário, e o tempo de afastamento do trabalhado
é considerado como de serviço para os efeitos legais. Já na suspensão do contrato
não há trabalho nem salário, tampouco o afastamento é considerado como tempo de
serviço, salvo nos casos de ausência do empregado em virtude de acidente de
trabalho e a prestação do serviço militar obrigatório, quando, então, o afastamento
será computado como tempo de serviço para efeito de indenização, estabilidade e
FGTS (art. 4º, parágrafo único, da CLT e art. 28 da Decreto 99.684 de 1990).

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TIPOLOGIA LEGAL

Trata-se, pois, das várias hipóteses constantes em lei, que englobam a


suspensão e a interrupção do contrato individual de trabalho.
Hipóteses de interrupção contratual:

A - Afastamento por motivo de doença ou acidente do trabalho até o


15º dia, inclusive. Até o 15º dia, o ônus do salário é do empregador, e a partir do
16º dia, passa a ser obrigação da Previdência Social, tornando-se desse último
modo, suspensão contratual;

B – Gozo de férias (art. 134 da CLT);

C – Repouso semanal remunerado e nos feriados civis e religiosos;

D -- Licença remunerada. Se, durante o afastamento (licença), houver


remuneração, trata-se de interrupção, mas caso não haja remuneração, tratar-se-á
de suspensão;

E – Período em que não houver serviço na empresa, por culpa ou


responsabilidade desta, caso em que há obrigação de pagamento de
remuneração (art. 133, inciso III da CLT);

F – Afastamento do empregado estável, em razão de suspensão para


ajuizamento de inquérito destinado à apuração de falta grave, cuja decisão
seja a improcedência da ação, com a conseqüente reintegração do trabalhador
no emprego (art. 494 da CLT);

G – Suspensão disciplinar, que seja relevada pelo empregador de


modo espontâneo ou por força de decisão judicial;

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H – Afastamento, até 90 dias, mediante requisição da autoridade
competente, em face da ocorrência de motivo relevante de interesse para
segurança nacional (§ 5º do art. 472 da CLT);

I – Afastamentos alinhados no artigo 473 da CLT, que são:


1) Dois dias consecutivos em caso de falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que viva sob sua dependência.
2) Três dias seguidos em virtude de casamento.
3) Um dia em caso de nascimento de filho.
4) Um dia em cada doze meses, no caso de doação voluntária de sangue,
devidamente comprovada.
5) Dois dias consecutivos ou não, para alistamento eleitoral.
6) No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço
Militar.
7) Nos dias em que comprovadamente estiver realizando provas de
exame de vestibular.
8) Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a
juízo.
9) Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de
representante de entidade sindical estiver participando de reunião oficial de
Organismo Internacional do qual o Brasil seja membro.

J – Intervalos para repouso durante as jornadas de trabalho;

K – Período em que o representante dos empregados se afastar de


suas atividades da empresa, quando convocado para atuar como conciliador
nas Comissões de Conciliação Prévia;

L – Tempo necessário para a empregada gestante realizar consultas


médicas e demais exames complementares;

M – Afastamento do empregado para participar de atividade do


Conselho Curador do FGTS;

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N – Convocação do empregado para guerra ou manutenção da ordem
interna pelas Forças Armadas.

Hipóteses de suspensão contratual:

A – O período de licença da gestante (art. 392 da CLT);

B – Ausência por motivo de doença, a partir do 16º dia;

C – Período de suspensão disciplinar;

D – Período de afastamento para desempenho de encargo público


nos termos do art. 472 da CLT;

E – Ausência por motivo de greve;

F – Ausência por motivo de licença sem remuneração concedida pelo


empregador;

G – Ausência do empregado por motivo de prisão;

H – Período de afastamento de empregado estável suspenso para


ajuizamento de inquérito judicial;

I – Afastamento para prestação de Serviço Militar obrigatório;

J – Afastamento por motivo de acidente de trabalho ou doenças


ocupacionais a partir do 16º dia;

K – Afastamento em virtude de aposentadoria provisória (invalidez);

L – Afastamento do empregado até a decisão da ação visando a


anulação de transferência (art. 469 e 659 da CLT);

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M – Afastamento do cargo efetivo para desempenho de posto de
direção de Sociedade Anônima.

PROBLEMAS DA TIPOLOGIA LEGAL

A tipologia legal, ou seja, as hipóteses utilizadas pela Consolidação das


Leis do Trabalho no que se refere à matéria de suspensão e interrupção do contrato
de trabalho é permeada de problemas, principalmente no que diz respeito à
diferenciação entre os dois institutos supramencionados, pois a legislação atinente
ao assunto (CLT), não separou as hipóteses que se tratam de causas de suspensão
das de causa de interrupção.
Assim, incumbe aos doutrinadores “tentarem” dirimir as dúvidas que
pairam sobre essa classificação, apesar que até os próprios estudiosos do direito
(juristas), divergem quanto à natureza de algumas causas de interrupção e
suspensão.
Atinente ao assunto, versa o emérito doutrinador trabalhista Sérgio Pinto
Martins: “alguns autores entendem que as expressões suspensão e interrupção do
contrato de trabalho não são apropriadas (...) na paralisação parcial do contrato de
trabalho, não haveria como se fazer distinção entre um e o outro tema. Poder-se-ia
dizer que, na verdade, o que se suspende é o trabalho e não o contrato de trabalho,
que permanece íntegro”.

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho acadêmico, abordaremos a suspensão e a interrupção do contrato de


trabalho, objetivando, de forma clara e sucinta, explicitar a área de ocorrência de
cada instituto na visão de vários doutrinadores. Para melhor compreensão, fez-se
uma abordagem genérica sobre o contrato de trabalho, indo para a definição
etimológica, doutrinária e legal dos institutos acima citados.

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BIBLIOGRAFIA

BARROS, Alice Monteiro de- Curso de Direito do Trabalho, 6ª Edição, Ed. LTR, São
Paulo/SP
BRASIL, Constituição da República Federativa do – 1988
LENZA, Pedro – Direito Constitucional Esquematizado, 13ª Edição, Ed. Saraiva, São
Paulo/SP
MARTINS, Sérgio Pinto – Direito do Trabalho, 24ª Edição, Ed. Atlas, São Paulo/SP
NASCIMENTO, Amauri Mascaro – Curso de Direito do Trabalho, 23ª Edição, Ed.
Saraiva, São Paulo/SP
SILVA, De Plácido e – Vocabulário Jurídico, 28ª Edição, 2009, Ed. Forense, Rio de
Janeiro/RJ

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TRABALHO, Consolidação das Leis do – 1943

CONCLUSÃO

No presente trabalho, abordou-se a suspensão e a interrupção do contrato de


trabalho, utilizando-se de suas mais variadas origens, desde a jurídica-etimológica
até a doutrinária-legal, fazendo com que fossem discutidos temas amplos como a
essência do próprio contrato de trabalho e as hipóteses de suspensão e interrupção
do contrato de trabalho previstas não só em sua parte específica (art. 471 – 476 da
CLT) mas, sim, em toda a Consolidação das leis do Trabalho.

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