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RESUMO
Os objetivos do estudo foram: (a) verificar estratégias locomotoras utilizadas quando crescentes
restrições ambientais são aplicadas a crianças; e (b) relacionar comportamento motor nestas condições com
características intrínsecas dos participantes. Dois experimentos foram delineados variando a altura (solo e
39 cm no experimento 1 e 39 e 120 cm no experimento 2) onde crianças (3 a 10 anos no experimento 1 e
3 a 7 anos no experimento 2) andaram. Em ambos os experimentos, as crianças apresentaram preferência
no posicionamento do pé (pé plano), aumento na quantidade de passadas e diminuição no comprimento das
passadas com aumento da altura. Variáveis intrínsecas aos participantes e posicionamento do pé explicaram a
variabilidade no comportamento locomotor. Pode-se inferir que o equilíbrio dinâmico é uma importante variável
no controle motor durante tarefa locomotora em ambiente complexo.
The aims of this study were: (a) to verify the locomotor strategies used when increased environmental
constraints are applied to children; and (b) to relate the locomotor behavior within these conditions with the
participants’ intrinsic characteristics. Two experiments were designed varying the height (ground and 39 cm in
Experiment 1 and 39 cm and 120 cm in Experiment 2) where children (3 to 10 years old in Experiment 1 and 3
to 7 years old in Experiment 2) were walking. In both studies, children presented foot position preference (flat
foot), increased number of steps and decreased step length related as height increased. Participants’ intrinsic
variables and foot position explained the variability in locomotor behavior. It can be inferred that dynamic
equilibrium is an important variable in motor control during locomotor tasks in complex environments.
1
Graduada do curso de Bacharelado em Educação Física/DEF/IB/UNESP/Rio Claro
2
Graduada do curso de Licenciatura em Educação Física/DEF/IB/UNESP/Rio Claro
3
Pós-Graduanda - Mestrado em Ciências da Motricidade - IB/UNESP/Rio Claro
4
Profa. Dra. - DEF/IB/UNESP/Rio Claro
84 Lima et al.
sub-sistemas necessários para a aquisição do da ambiental para verificar como ocorre o con-
andar independente (Barela, 1997). O equilíbrio é trole do equilíbrio e quais suas implicações no
a noção e distribuição do peso em relação a um desenvolvimento motor, analisando as mudanças
espaço, tempo e eixo de gravidade, constituindo comportamentais ocorridas. No experimento 2 foi
a base de toda a coordenação dinâmica global aumentada a exigência do controle do equilíbrio
(Bueno, 1998). Esta capacidade motora é influ- através do aumento no grau de complexidade da
enciada pela maturação nervosa que vai progres- tarefa e analisou-se as manifestações
sivamente determinando, de acordo com as ca- comportamentais empregadas para a manuten-
racterísticas individuais, a capacidade de exer- ção constante deste equilíbrio.
Equilíbrio Dinâmico: Influência das Restrições Ambientais 85
7,5 cm
39
0
3m S o lo 39 cm
S uperfícies
7,5cm
3 3 3
2 2 2
1 1 1
0 0 0
15 20 25 30 35 40 45 15 20 25 30 35 40 14 16 18 20 22 24
C o m prim ento da co xa (cm ) C o m prim ento de perna (cm ) C o m prim ento do pé (cm )
3 3 3
Volume 3 – Número 1 – p. 83-94 – 2001
2 2 2
1 1 1
0 0 0
3 4 5 6 7 8 0 1 2 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A ltura do to rno zelo (cm ) S exo Idade (ano s)
Figura 4: Representação gráfica das relações entre comprimento da perna, comprimento do pé, altura do tornozelo, idade,
sexo (1=masculino; 2=feminino) e comprimento da coxa no posicionamento do pé a 39 cm de altura.
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24 24 24
20 20 20
16 16 16
12 12 12
8 8 8
4 4 4
15 20 25 30 35 40 45 15 20 25 30 35 40 14 16 18 20 22 24
C o m prim ento da co xa (cm ) C o m prim ento da perna (cm ) C o m prim ento do pé (cm )
24 24 24
20 20 20
16 16 16
12 12 12
4 4 4
5 6 7 8 9 10 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3
Largura do pé (cm ) A ltura do to rno zelo (cm ) P o sicio nam ento do pé
24 24
20 20
16 16
12 12
8 8
4 4
2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2
Idade (ano s) S exo
Figura 6: Representação gráfica das relações entre quantidade de passadas no solo e a posição do pé no contato com a
superfície, idade, altura do tornozelo, sexo, largura do pé e comprimentos da coxa, da perna e do pé.
88 Lima et al.
8
centro de gravidade.
8
4 4
O comprimento da passada em cada
15 20 25 30 35 40 45 5 6 7 8 9 10 condição foi analisado através de Regressão
C o m prim ento da co xa (cm ) Largura do pé (cm )
Múltipla (backward elimination). No solo, o com-
24 24
primento da passada pode ser explicado pela
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20 20
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combinação de variáveis antropométricas (altu-
12 12
ra do tornozelo, comprimento da perna, largura
8 8
do pé), comportamental (posicionamento do pé)
4 4 e idade (R² = 0,697; p< 0,0001; Figura 9). O com-
3 4 5 6 7 8
A ltura do to rno zelo (cm )
0 1 2
P o sicio nam ento do pé
3
primento da passada a 39 cm pode ser predito
pela combinação das variáveis antropométricas
Figura 7: Representação gráfica das relações entre a (comprimento da coxa e da perna, largura do pé)
quantidade de passadas e a largura do pé,
comprimento da coxa, altura do tornozelo e
e comportamental (posicionamento do pé), e ida-
posicionamento do pé a 39 cm. de (R² = 0,689; p < 0,0001; Figura 10).
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40 40 40
30 30 30
20 20 20
10 10 10
15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 5 6 7 8 9 10
C o m prim ento da perna (cm ) A ltura do to rno zelo (cm ) Largura do pé (cm )
40 40
35
30 30
25
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15
10 10
0 1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9 10
P o sicio nam ento do pé Idade (ano s)
Figura 9: Representação gráfica das relações entre o comprimento da passada e posicionamento do pé no momento do
contato, altura do tornozelo, comprimento da perna, largura do pé e idade no solo.
Através da Figura 9, pode-se afirmar que posicionamento do pé no contato com o solo in-
quanto maior o comprimento da perna, a largura dica que o toque pelo calcanhar favorece o au-
do pé e a altura do tornozelo, maior é o compri- mento no comprimento da passada. Observa-
mento da passada no solo. Crianças mais ve- ções similares podem ser feitas na Figura 10
lhas também apresentam tendência a ter o com- quanto ao comprimento da passada a 39 cm de
primento da passada aumentado. O altura.
40 40 40
30 30 30
10 10 10
15 20 25 30 35 40 45 15 20 25 30 35 40 5 6 7 8 9 10
C o m prim e nto da co xa (cm ) C o m prim e nto da perna (cm ) Largura do pé (cm )
40 40
30 30
20 20
10 10
0 1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9 10
P o sicio na m ento do pé Idade (ano s)
Figura 10: Representação gráfica das relações entre comprimento da coxa e da perna, idade, largura do pé e posicionamento
do pé no momento do contato, a 39 cm.
90 Lima et al.
Considerando-se a relação inversa en- andar sobre duas superfícies: uma de 7,5 cm de
tre quantidade e comprimento da passada, os re- largura e 39 cm de altura e outra com 10 cm de
sultados são agora discutidos em conjunto. largura e 120 cm de altura (trave de equilíbrio);
Andando a 39 cm de altura, as crianças ambas superfícies possuíam 4 m de comprimen-
aumentam a quantidade de passadas diminuin- to, sendo considerados os 3 m centrais de per-
do o comprimento da mesma. Aproximando os curso para análise (Figura 11). Os dados foram
membros inferiores durante a passada e diminu- coletados e analisados como no experimento 1,
indo a base, facilita a manutenção do equilíbrio, bem como as mesmas variáveis dependentes
criando um sistema econômico do ponto de vis- foram estabelecidas e tratadas estatisticamen-
ta energético e acomodando esse sistema à ta- te.
refa (Barela, 1997).
A quantidade e o comprimento das pas-
sadas, em ambas as condições, foram explica- 10 cm
dos também pela estratégia adaptativa. O aumen- 120 cm
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
10 15 20 25 30 35 10 15 20 25 30 35 2 3 4 5 6 7 8
C o m prim ento da co xa (cm ) C o m prim ento da perna (cm ) A ltura do to rno zelo (cm )
15 15
10 10
5 5
90 100 110 120 130 140 3 4 5 6 7 8
E statura (cm ) Idade (ano s)
Figura 13: Representação gráfica das relações entre quantidade de passadas e comprimento da coxa e perna, altura do
tornozelo, estatura e idade a 39 cm de altura.
50 50 50
40 40 40
30 30 30
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10 10 10
10 15 20 25 30 35 10 15 20 25 30 35 2 3 4 5 6 7 8
C o m prim ento da co xa (cm ) C o m prim ento da perna (cm ) A ltura T o rno zelo (cm )
50 50
40 40
30 30
20 20
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10 10
90 100 110 120 130 140 3 4 5 6 7 8
E statura (cm ) Idade (m eses)
Figura 16: Representação gráfica das relações entre comprimento da passada e comprimento da coxa e perna, altura do
tornozelo, estatura e idade a 39 cm de altura.
Observa-se, na Figura 16, um relaciona- maior da passada que crianças mais jovens. Pa-
mento positivo entre as variáveis preditoras do ralelamente, quanto maior a estatura, a altura do
comprimento da passada a 39 cm. Crianças mais tornozelo e o comprimento da perna e da coxa,
velhas tendem a demonstrar um comprimento maior o comprimento da passada a 39 cm.
Equilíbrio Dinâmico: Influência das Restrições Ambientais 93
Endereço do Autor:
Volume 3 – Número 1 – p. 83-94 – 2001