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Algumas das decisões mais acertadas deste início de ano de 2013 foram as de não se usar
verbas públicas para alimentar os desfiles das escolas de samba de algumas regiões de nosso
vasto Brasil. Um país com amplas dimensões e diverso social e culturalmente não deveria
pautar sua alegria maior em divertimento para além do necessário. O carnaval aqui é mais
uma fonte de desperdícios, insensatez, problemas de agravo na saúde da população em
virtude de excessos, alcoolismo, e tudo o que esses dias de festa e folia proporcionam aos mais
desarrazoados.
Certa vez, há uns anos, escrevi um artigo sobre carnaval numa coluna para o site
“niteroinegocios” (que deixou de existir com este nome) criticando tudo de ruim que esta
festividade pode trazer. Não sou puritana nem nada parecido, mas penso mesmo que o
carnaval como é visto e vivido poderia deixar de existir. Formas de lazer são necessárias ao
homem moderno, principalmente porque vivemos situações estressantes nos centros urbanos.
Todavia, o carnaval não é a maneira mais inteligente de se queimar as horas de relaxamento e
gastar a vida. Divertir-se é salutar, mas há outros meios mais interessantes e seguros de se
curtir boas horas.
Em algumas cidades de Santa Catarina, ou na Baía, em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em
outros estados também houve uma reformulação da ideia de carnaval, não pelos mesmos
motivos, mas semelhantes, o que incluem basicamente os recursos financeiros. Portanto, já é
hora de perceber que o dinheiro gasto com este tipo de festividade, na garantia do afluxo de
turistas e repercussão do país no exterior sem muita serventia, deveria ser usado exatamente
em disseminar, com programas e projetos sérios, uma boa educação para o povo e combater
doenças, prevenindo-as e gerando efetivamente saúde.
É um absurdo ̶ e todos sabemos ̶ , os gastos desproporcionais que se têm com tantos dias de
“folia” e desregramento. Neste período, há muita turbulência: acidentes de trânsito com
mortes ou feridos, desparecimento de pessoas, violência em brigas por excesso de bebida e
variadas situações de confronto. Todavia, alguns alegarão que situações de contentamento
também acontecem, como nascimentos, encontros, confraternizações. Concordo, mas isso
pode ocorrer em qualquer outro momento da vida.
Há que se concordar que nestes dias o destaque é para essa materialidade desmesurada,
camuflada de entusiasmo e alegria, que não pode gerar sempre “boa coisa”. Usufruir a vida de
maneira prazerosa é algo de gratificante para o ser sim, o que mormente não se conquista em
“quatro” dias de alvoroço, e, às vezes, selvageria aberrante. O carnaval pode até continuar a
existir ̶ os governantes por certo não o abolirão, claro, pois é ópio para o povo, bem como
variados segmentos ̶ , mas há que se rever o que subjaz a essa forma de se divertir, de modo
que não se tenha mais prejuízos do que satisfação, mais dissabor do que prazer.
Fontes:
http://aserra.com.br/noticias/decisao-sobre-carnaval-em-petropolis-e-aprovada-pela-
populacao.html
http://g1.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2013/01/carnaval-do-centro-de-petropolis-
rj-e-cancelado-pela-prefeitura.html
http://www.portalaz.com.br/noticia/geral/259527_diversas_cidades_cancelam_carnaval_em_
2013.html