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Habitantes da areia

Banhada por ondas sucessivas que logo regressam ao mar para serem substituídas por outras, a
praia, de areia firmemente comprimida, assemelha-se a um passeio acabado de varrer - limpa e
plana, exceto quando perfurada por orifícios ou desnivelada por saliências. Porém, a extensão de
areia está pululante de vida. Onde se ocultam os habitantes da areia. Da próxima vez que observar
uma onda a varrer uma praia procure indícios reveladores da sua presença. À medida que a fina
película de água recua na praia em direção ao mar, surgem na areia protuberâncias minúsculas. Se,
assim que detectar uma destas saliências, apanhar rapidamente uma mão-cheia de areia, poderá
agarrar o animal que a originou, facto que comprovará se sentir cócegas nas mãos enquanto segura a
areia. Não tenha medo trata-se apenas de um animal de pequenas dimensões, talvez um tímido
caranguejo da espécie Corystes cassivelannus, que, tentando escapar ao perigo, escava mais fundo,
ou de uma pulga-do-mar um pequeno antípoda. Os animais da espécie Corystes cassivelannus, que
recebem também o nome de caranguejos-toupeiras, deslocam-se ao longo da praia acompanhando
as marés, que os empurram mais para cima ou mais para baixo, pelo que permanecem sempre junto
à borda-d'água. Alimentam-se escavando imediatamente sob a superfície arenosa; as suas longas
antenas unem-se, formando um tubo de superfície reticulada, e projetam-se para o exterior na
película de água que escorre para o mar, donde filtram plantas e animais marinhos de dimensões
reduzidas.

Com o corpo erguido. Um caranguejo-


porcelana da espécie Ocypode
quadrara vigia o seu mundo arenoso,
pronto a escaparem-se Os seus olhos
bulbosos e pedunculados permitem-
lhe localizar um inimigo que se
aproxime vindo de qualquer direção.
Correndo lateralmente, o caranguejo
move-se a uma velocidade espantosa.
Raramente é apanhado mesmo numa
fotografia. Os caranguejos-porcelana
são mais intrépidos à noite, quando se
alimentam.

Na sua maioria, as praias arenosas apresentam uma linha de maré correspondente ao limite de
espraiamento das ondas; essa fronteira de demarcação entre a água e o mundo terrestre, cuja
posição relativa varia com as oscilações da maré, é formada por pequenos seixos rolados, areão,
conchas, tufos de algas arrancadas, carapaças de crustáceos, etc. Por entre estes detritos pode notar
uma concha que parece desafiar misteriosamente o avanço da água, movendo-se frequentemente
contra a corrente. Examinando-a mais atentamente, poderá verificar que, ao contrário das outras
conchas, esta tem um ocupante, um crustáceo da família Paguridae, conhecido vulgarmente por
eremita, anacoreta ou casa-alugada, que se introduziu na concha abandonada por um primeiro
habitante. Nos climas mais quentes, pode notar mais acima e imediatamente a seguir à linha de
alcance máximo das ondas, orifícios de dimensões aproximadas das dos escavados por um rato. Os
proprietários destas escavações, chamados caranguejos-fantasmas (Ocypode spp.), correm
precipitadamente junto às entradas das covas. Estão camufladas pela sua cor de areia a tal ponto que
parecem desaparecer. A altura mais indicada para observar os caranguejos-fantasmas é à noite,
quando estes emergem em grandes quantidades para se alimentar. Nas praias da costa portuguesa,
em particular naquelas em que para além da areia haja zonas lodosas, podem observar-se, sobretudo
nas poças residuais, aquando da vazante, pequenos camarões-negros, ou mouros (Crangon crangon),
que habitualmente se deslocam junto ao fundo, mas que, quando em repouso, permanecem
enterrados na areia, donde apenas emergem os olhos e antenas.

O eremita (família Paguridae serve-se da carapaça


vazia de outros animais - sobretudo conchas.). À
medida que cresce, tem de procurar um invólucro
maior. Quando encontra a concha apropriada,
verifica-se uma mudança rápida, altura em que o
crustáceo é extremamente vulnerável, porque as
próprias defesas do organismo se encontram
debilitadas. (A membrana abdominal não confere
proteção contra os inimigos,).

Os berbigões da espécie Cardium edule e as amêijoas da espécie Venerupis decussata enterram-se no


fundo, projetando os sifões nas águas da maré cheia. Pequenos montículos nos charcos assinalam a
presença de poliquetas do género Arenicola, que vivem enterrados em galerias com a forma de U,
constituídos por grãos de areia e restos de conchas aglutinados por um muco. Orifícios relativamente
diminutos podem indicar a presença de longueirões ou navalhas (espécies do género Ensis), moluscos
bivalves muito apreciados. A observação paciente e continuada de rastos e outros indícios da
presença ou passagem de animais proporcionar-lhe-á, com o tempo, ensinamentos preciosos e uma
melhor compreensão desse mundo maravilhoso que é uma praia não destruída.
O alto mar

Numa viagem oceânica, quando perde a terra de vista, o viajante é por vezes invadido por uma
sensação repentina de isolamento - a consciência da intensidade do mar. Washington Irving, escritor
americano do século xlx, experimentou uma - sensação deliciosa formada por um misto de segurança
e receio, quando subiu ao cesto da gávea grande do navio durante a sua primeira travessia
transatlântica, em 1804. Embora desde então os navios tenham sofrido profundas alterações, poucos
são os viajantes atuais imunes à experiência descrita por Irving há tanto tempo.

Uma viagem marítima oferece conhecimentos valiosos do mundo marinho. Por exemplo, e
coloração dos oceanos varia consideravelmente. A cor avermelhada que se vê por vezes nas águas
antárticas pode revelar a presença de enormes quantidades de kriff, seres de pequenas dimensões
que lembram camarões e servem de alimento a diversos rorquais e baleias. Um número imenso de
plantas aquáticas de dimensões reduzidas que constituem o fito plâncton empresta um colorido
esverdeado ou azulado a numerosos mares costeiros. Em contraste, a cor típica do alto mar (a região
para além dos mares costeiros) é azul-forte. Encontrando-se demasiado afastado de terra para
receber uma quantidade apreciável de nutrientes, o mar alto tem uma densidade planctônica
relativamente reduzida. Qualquer mar ou lago profundo que não seja colorido por plantas, animais
ou substâncias dissolvidas é azul, cor parcialmente considerada um efeito da reflexão do céu, embora
o fenómeno não esteja devidamente explicado.
Durante a noite, cintilam sob a superfície do mar clarões fantasmagóricos, designados por fogo das
bruxas pelo poeta inglês Samuel Taylor Coleridge no seu poema The Rirne of the Ancient Mariner
(Poema do Velho Marinheiro) e atualmente denominados bioluminescência. Geralmente, esta luz
provém de animais de dimensões microscópicas (zooplanctontes) que ascendem à superfície durante
a noite. Embora alguns animais de maior envergadura determinados peixes, como os romeirinhos, e
mesmo lulas, por exemplo - também seja luminescente, esta luz é frequentemente produzida não
pelos próprios animais, mas por bactérias que vivem sobre eles ou no seu interior.
Um pequeno grupo de golfinhos salta num mar calmo, é geralmente fácil distinguir uns dos outros: os
primeiros têm focinhos em forma de bico, e os segundos, focinhos arredondados.

Durante o dia, podem ver-se do convés de um navio, especialmente na proximidade de ilhas, baixios
ou zonas de algas marítimas (sargaços), outros animais de maiores dimensões: os peixes-voadores
saltam sobre o rasto deixado por um navio; ocasionalmente, tartarugas marinhas, répteis pesados
que tenham de emergir para respirar, passam chapinhando; as pardelas cruzam, sobrevoando, a
esteira do navio; os painhos batem com as patas na água enquanto se alimentam.
Curiosamente, dos milhares de espécies de insetos, apenas o hemíptero Hafobates wufferstorffi tem
uma vida permanentemente marinha. Acidentalmente, aparecem no mar outras espécies arrastadas
de terra pelos ventos; mas, mesmo que se verificasse um - fluxo constante de insetos quando o vento
sopra das regiões costeiras, estes animais, à exceção da espécie acima referida, em nada contribuem
para a constituição das comunidades marinhas.

A superfície do mar reage ao movimento do vento - ventos fortes transformam um mar liso e calmo
num remoinho tumultuoso de ondas coroadas de espuma banca ou com formação de faixas de
espuma impulsionadas na direção do vento.

0 - Mar como um espelho

1 - Ondulação ligeira como escamas; ausência de cristas de espuma

2 - Ondulação curta ainda, mas mais nítida; cristas com aspecto vítreo que não rebentam

3 - Pequenas ondas, mas um pouco maiores; as cristas começam a rebentar; por vezes, alguns,
carneirinhos dispersos

4 - Ondas pequenas, mas mais altas; carneirinhos mais frequentes


5 - Ondulação moderada, mas mais pronunciada; muitos, carneirinhos possibilidade de alguns
salpicos

6 - Começam a formarem-se ondas grandes; carneirinhos por toda a parte; probabilidade de mais
salpicos

7 - 0 mar encapela-se; as ondas rebentam e a espuma forma faixas na direção do vento

8 - Ondas moderadamente elevadas e de maior comprimento; os bordos das cristas desfazem-se; a


espuma em faixas bem nítidas é impulsionada na direção do vento

9 - Ondas altas o mar começa a enrolar, formação de espessas faixas de espuma na direção do vento

10 - Cristas salientes, em geral, a superfície do mar adquire um aspecto esbranquiçado, visibilidade


reduzida

11 - Ondas excepcionalmente altas; mar coberto por bancos de espuma na direção do vento;
visibilidade reduzida

12 - Ar cheio de espuma e gotas de água; mar completamente coberto de espuma branca;


visibilidade muito reduzida
O ritmo das marés

Diariamente as marés avançam e retrocedem alternadamente, segundo um movimento de


fluxo e refluxo, tão bem marcados em determinadas regiões que são previsíveis. Estes ritmos são tão
regulares que em tempos antigos acreditava-se que eram provocados pela respiração de um monstro
que vivia no fundo do mar. Sabemos agora que as marés são de facto reguladas por um corpo de
dimensões gigantescas, mas que não pertence a este planeta. A força de atração da Lua causa
principal das marés, atua sobre os oceanos, provocando uma convexidade na superfície da Terra mais
próxima daquele planeta ao longo do meridiano de culminação e outra análoga, mas do lado oposto
da Terra, sobre o antemeridiano.
Além das marés diárias, duas vezes por mês as marés são extremamente altas, em consequência da
ação conjunta da Lua e do Sol sobre o oceano; a situação oposta, em que a variação das marés é
pouco acentuada, recebe o nome de maré morta e verifica-se também duas vezes por mês, quando a
Lua, a Terra e o Sol formam ângulo reto entre si. O movimento rotativo da Terra contribui igualmente
para a ação das marés. A rotação do Globo, com a sua distribuição irregular de continentes e ilhas,
provoca a acumulação da água quando as massas terrestres colidem com a elevação do oceano
durante a maré alta. A diferença de dimensões e formas das bacias oceânicas influi grandemente nos
movimentos das marés. Quem quer que já tenha atravessado uma sala segurando na mão um copo
de água ou uma chávena de café sabe que, se mantiver o recipiente na posição horizontal, pode
andar relativamente depressa sem o entornar; se, porém, levasse uma panela de água com a mesma
profundidade, mas com um diâmetro maior, teria de caminhar muito mais lentamente, pois o efeito
da oscilação é ampliado. Analogamente, os oceanos reagem diferentemente às elevações das marés.
Por exemplo, as marés na extremidade do Pacífico no canal do Panamá vão dos 3,5 aos 4,5 m,
enquanto na extremidade do Atlântico, apenas a 63 km de distância, a amplitude das marés é apenas
de 30 ou 60 cm. Em alguns oceanos, como o Atlântico, as elevações do nível do mar provocam duas
marés diárias de amplitude aproximadamente igual. No Pacífico, as marés altas e baixas sucessivas
são muitas vezes desiguais. Em algumas áreas, tal como no Sudeste Asiático, uma das marés mal se
nota. As orlas costeiras também afetam as marés. À medida que penetram na embocadura
relativamente estreita do golfo do México, as águas das marés dispersam-se, baixando
consequentemente o nível; acontece exatamente o contrário na baía de Fundy, na costa atlântica do
Canadá, onde, à medida que penetram na baía afunilada, as massas de água sofrem uma compressão
progressivamente maior, em virtude do que sobem. Numa parte da baía a amplitude de maré atinge
mais de 15 m ? o máximo mundial. Este fenómeno de correntes de maré é particularmente evidente
no estreito de Messina. aonde as correntes fortes, que chegam a atingir os oito?nove km/h., mudam
de direção de seis em seis horas. Existe uma relação entre essas correntes e o movimento de fluxo e
refluxo das marés. “Mais complexas ainda são as “marés”“ observadas nas extensões de água de
menores dimensões. O mar Mediterrâneo, por exemplo, não tem marés na vulgar acepção da
palavra. A evaporação baixa o nível na água, e o influxo de água através do estreito de Gibraltar
assemelha-se a uma maré.

Das estrelas, constelações e planetas.

As percepções humanas estão adaptadas às nossas experiências na Terra. Se as dimensões de dois


corpos se assemelham, presume-se naturalmente que estes se encontram à mesma distância. Só com
o aperfeiçoamento dos telescópios e da radio astronomia foi possível aos cientistas determinar a
localização das estrelas relativamente a Terra. Mas embora atualmente se conheçam as verdadeiras
distâncias das estrelas, a mente humana continua a pensar em moldes tradicionais. Por exemplo,
embora pareçam muito próximas umas das outras, as estrelas de uma constelação encontram-se
geralmente muito distanciadas entre si. O que acontece, pura e simplesmente, é que os nossos olhos
não conseguem captar a percepção da profundidade no espaço exterior. No entanto, até os
astrónomos utilizam as constelações como pontos de referencia, por muito artificiais e ultrapassadas
que tais configurações possam ser e estar. As diferenças de intensidade luminosa entre diversas
estrelas dependem também do elemento distância.

Algumas estrelas brilham intensamente no céu devido às suas dimensões e temperatura; outras
parecem brilhantes porque se encontram relativamente próximo da Terra. O brilho da estrela
Betelgeuse, localizada na constelação Orion, consideravelmente mais intenso do que o da Sirius, da
constelação do Cão Maior, parece mais ténue, porque aquela estrela se encontra quase 100 vezes
mais longe da Terra do que esta. As estrelas são fornalhas nucleares que emitem explosivamente
gases e luz em quantidades assombrosas. A formulação de conceitos sobre o comportamento das
estrelas é-nos mais uma vez dificultada pelos nossos parâmetros mentais terrestres. Embora seja
difícil compreender que reações nucleares se possam prolongar por milhares de milhões de anos,
segundo todas as probabilidades este fenómeno verifica-se de facto, pelo menos no respeitante a
determinadas estrelas. As estrelas nascem de poeiras e gases que se acumulam no espaço exterior.
Sob a influência da sua própria gravidade, a massa contrai-se e começa a irradiar calor e luz. Nas
estrelas jovens, este processo deve-se à conversão química do hidrogénio em hélio. Os cientistas
creem que, quando o hidrogénio finalmente se consome, a estrela arrefece e expande-se,
transformando-se numa gigante ou super. gigante vermelha. (Betelgeuse é um exemplo de uma
estrela nesta fase de desenvolvimento relativamente avançada.) Algumas estrelas "“ morrem"" na
fase de gigantes vermelhas. As de maiores dimensões, porém, podem reciclar o hélio nesse processo,
utilizando-o como combustível e transformando-o em oxigénio e carbono, elementos que também
serão reciclados se as dimensões da estrela o permitirem. Embora pareça incrível, a estrela pode
adquirir um núcleo de ferro. Quando a maior parte dos materiais que compõem uma estrela deixa de
poder ser utilizada como combustível, uma estrela de grandes dimensões contrai-se, transformando-
se naquilo a que os cientistas chamam uma anã branca ou estrela de neutrões, estrelas de dimensões
inacreditavelmente reduzidas e densas relativamente a outros corpos celestes, algumas das quais só
é possível detecto com equipamento especial. Se o Sol, por exemplo, viesse a transformar-se numa
estrela de neutrões (tem aproximadamente as dimensões apropriadas para que o fenómeno se
verifique), transformar-se-ia aproximadamente numa esfera com cerca de 11 km de diâmetro.
Felizmente para a espécie humana, apenas decorridos milhares de milhões de anos o Sol atingirá essa
fase. As estrelas produzem a sua luz própria e os planetas brilham graças à luz refletida pelo Sol. Pelo
menos é esta a distinção clássica entre estrelas e planetas. Parece, contudo, que Júpiter é
semiestrela, semi-planeta. Medições minuciosas indicam que Júpiter emite mais radiação do que a
que recebe do Sol e que a sua temperatura interior é cerca de seis vezes mais elevada do que a da
superfície do Sol. Supõe-se que Júpiter é uma estrela falhada, isto é, nunca conseguiu atingir a
temperatura necessária para ativar as suas fornalhas nucleares. Não dispomos de elementos nos
quais nos possamos basear para calcular em que medida estas "estrelas que nunca conseguiram sê-
lo" são raras ou comuns no Universo.
Que é o zodíaco? Embora seja a Terra que gira em torno do Sol, é este que parece mudar de posição
de mês para mês. Poderá verificar pessoalmente este fenómeno se olhar para o céu imediatamente
após o pôr do Sol, ou antes, do seu nascimento. Todos os meses o Sol se põe, ou nasce, perto de uma
constelação diferente de uma das constelações do zodíaco. O zodíaco foi inventado há milhares de
anos pelos astrónomos como estrutura de referência para tais movimentos e para a sucessão das
estações. Os astrónomos modernos já não utilizam o zodíaco.

Zodíaco significa círculo de animais, embora nem todos os signos representem animais. As figuras do
zodíaco, ainda que concebidas para abranger rodas as estrelas de uma constelação, não formam os
seus contornos.

Imagine o céu como um globo imenso com a Terra no centro. Uma extensão do eixo da Terra aponta
para o polo norte celeste. Do mesmo rondo, o equador celeste é o prolongamento do equador
terrestre.

As constelações do zodíaco aparecem ao longo de uma linha chamada eclíptica que traça o percurso
anual do Sol no céu e que a Lua e os planetas também seguem.

Em grego, a palavra "planeta" significa vagabundo. Os Gregos, que há muito tampo notavam que as
posições dos planetas relativamente uns aos outros e ás constelações se alteram mensalmente,
atribuíram a esses corpos celestes errantes um nome que na sua língua significava vagabundo. O
nosso sistema solar tem nove planetas, que descrevem órbitas em torno do Sol durante diferentes
períodos de tempo, razão por que parecem mudar de posição. Para aprender a conhecer os planetas,
localize-os numa carta celeste mensal antes de procurá-los no céu. O número de planetas visíveis,
bem como as horas a que cada um nasce e se põe, varia de mês para mês, qualquer planeta que veja
encontrar-se-á sempre próximo de uma das constelações do zodíaco. Alguns planetas atravessam
fases com as da Lua e a intensidade do seu brilho varia acentuadamente de mês para mês. Apenas
cinco planetas são sempre visíveis a olho nu. Mercúrio, o planeta de pequenas dimensões que se
encontra mais perto do Sol, está todo o ano oculto pela luz deste, exceto durante algumas semanas.
Vénus, o planeta mais próximo da Terra e o corpo celeste mais luminoso durante o norte, excetuando
a Lua, é por vezes uma "estrela da manha", outras uma "estrela da tarde". Marte é fácil de localizar
devido à sua tonalidade avermelhada Júpiter, o maior de todos os planetas, é quase tão ofuscante
como Vénus. Saturno é o planeta dos anéis, Urano, Netuno e Plutão raramente são visíveis, exceto
através da utilização de telescópios.

Os anéis de Saturno são uma característica única deste planeta visível, porém, apenas através de um
telescópio, sem o qual ele não é mais que uma "estrela", brilhante Saturno é p planeta mais distante
visível a olho nu. Razão porque parece mover-se mais lentamente de que os outros planetas contra o
pano de fundo do firmamento.
Júpiter fotografado de uma neve espacial. Perto do seu centro, um dos, doze satélites, ou luas, do
planeta projeta uma sombra circular; a Grade, Mancha Vermelha encontra-se à esquerda. Embora
Júpiter seja visível durante quase todo o ano, para ver qualquer dos seus satélites é necessário um
binóculo ou telescópio.

O nevoeiro

O nevoeiro é uma nuvem baixa

Nevoeiro é a designação de uma nuvem que surge perto do solo ou que desce e toca na terra ou
no mar. As condições ideais para a formação de nevoeiro são a presença de humidade, uma brisa
suave e a conjugação de duas temperaturas diferentes - quente e fria. Por exemplo, as brisas
frescas que passam sobre a água tépida de um pântano, bem como o ar quente existente sobre
uma extensão fria de mar geram nevoeiro. A brisa dispersa o nevoeiro.

O nevoeiro revela-se benéfico em determinadas situações. Uma vinha, cujas plantas são
especialmente vulneráveis aos estragos causados pela geada, pode obter alguma proteção do
nevoeiro. Efetivamente, meteorologistas soviéticos descobriram um meio que lhes permite obter
nevoeiro artificial, o que aumenta a produtividade de determinados tipos de culturas. Em
numerosas zonas onde a precipitação não é suficientemente abundante, o nevoeiro fornece
apreciáveis quantidades de água. Em algumas áreas das ilhas havaianas, por exemplo, a vegetação
pode obter do nevoeiro, num único mês, entre 250 e 500 mm de humidade. Durante a estação
seca, as florestas dos picos altos, próximos dos trópicos, permanentemente envoltos em nuvens,
conservam a sua vegetação verdejante graças à água que obtém do nevoeiro.
Este pode constituir um beneficio, um inconveniente (como quando retarda a chegada de um
avião a um aeroporto) e até um perigo grave (como quando envolve subitamente uma estrada, da
qual se torna arriscado até mesmo sair). As gotículas de água do nevoeiro medem entre 2 a 50
mícrones (um mícron é uma milésima parte do milímetro). O processo mais comum de avaliar a
intensidade de um nevoeiro é em termos de visibilidade. Se o seu campo de visão for obscurecido,
durante o dia, até uma distância de cerca de 380 m, é correto afirmar que o estado do tempo é
nevoento. À noite, os nevoeiros são mais difíceis de definir - mas não de identificar.

O aumento da poluição atmosférica transformou a combinação de nevoeiro e partículas de pó


sujo no smog, que irrita os olhos. Esta combinação é mais prejudicial e incómoda do que qualquer
humidade ou poeira só por si, pois o smog é mais estável do que um simples nevoeiro. O sol, que
pode dissipar o nevoeiro rapidamente, apenas agrava o smog.

Embora pareça estranho que uma formação tão suave e, frequentemente, tão bela como o
nevoeiro se possa tornar perigosa, as estatísticas dos acidentes de viação e da poluição
atmosférica demonstram o facto. A atmosfera poluída deve ter vitimado cerca de 4000 pessoas
quando, em Dezembro de 1952, o smog cobriu Londres.

A poluição do ar assume inúmeras formas. Ocorre, por exemplo, quando a poeira industrial
contém anidrido sulfuroso (comumente produzido em fornos que trabalham a carvão), substância
que se transforma no ar em trióxido de enxofre, o qual se dissolve nas gotículas de água do
nevoeiro e forma ácido sulfúrico.

Estes problemas têm interessado os arquitetos, pelo que atualmente se atende mais
insistentemente aos padrões meteorológicos existentes quando se determina a localização de
aeroportos, estradas e até comunidades inteiras. Com a solução ideal, todas as aglomerações
urbanas deveriam localizar-se a contravento das instalações industriais, o que evitaria que fossem
atingidas pelas partículas poluentes. Os planaltos são locais ideais para a localização de
aeroportos, desde que se encontrem acima da cintura de nevoeiro e abaixo do teto habitual de
nuvens. A completa exposição ao sol é também um fator benéfico. Uma vez estas soluções
aplicadas, poderemos todos voltar a suportar o inconveniente ocasional dos nevoeiros.
Utilização do barómetro para previsão meteorológica local

Os barómetros medem a pressão


atmosférica o peso do ar que cobre a
Terra. As palavras «bom»,
«tempestuoso» e «instável»
impressas no mostrador de um
barómetro correspondem mais a um
habito do que a uma informação
exata. Importante na previsão
meteorológica é qualquer mudança
na leitura, qualquer diferença que se
verifique na densidade do ar de uma
situação meteorológica em
aproximação. De modo geral, uma
baixa de pressão indica à
aproximação de uma tempestade A
estabilidade ou o aumento de
pressão é habitualmente sinal de
bom tempo. Os meteorologistas
profissionais utilizam um barómetro de mercúrio, formado por um tubo de vidro simples, fechado
numa das extremidades, que se enche de mercúrio e se introduz, invertido, num pequeno
reservatório que também contém mercúrio. Forma-se um vácuo parcial na parte de cima do tubo.
Á medida que a pressão atmosférica aumenta, o pesa suplementar exerce-se no mercúrio contido
no reservatório, forçando-o a subir no tubo. Em geral, o peso da atmosfera suporta uma coluna de
mercúrio de cerca de 75 cm de altura. Os barómetros domésticos, como os representados na
gravura, são mais compactos, mas a sua leitura também se processa em «milímetros de
mercúrio». Os seus ponteiros são acionados pela expansão e contração de uma capsula metálica
quando se verificam alterações da pressão atmosférica.

Como as alterações de temperatura afetam a leitura, instale o seu barómetro longe de correntes
de ar e de fontes de calor, como, por exemplo, lareiras. Regule o seu barómetro em conformidade
com e altitude e que se encontra acima do nível do mar. Ajuste o mostrador para a mesma leitura
servindo-se do parafuso regulador. Bata levemente no mostrador sempre que fizer uma leitura
para «desencravar» as peças móveis eventualmente presas.

Os barómetros domésticos encontram-se habitualmente montados num painel, juntamente com


instrumentos de leitura de temperatura e humidade (abaixo) que também auxiliam a previsão
meteorológica.
Aves das praias

Duas vezes por ano, algumas praias do Mundo são invadidas por aves do litoral - migradoras de longo
curso da tundra e das terras altas do extremo norte. Nos finais de Julho e princípios de Agosto,
decorridas apenas seis semanas após terem chocado os ovos e procriado, borrelhos minúsculos,
tarambolas robustas e outras pernaltas iniciam a sua migração em direção ao sul. Algumas se
deslocam para o extremo sul da América ou da África, para a Austrália ou para as ilhas do Pacífico. As
aves possuem urna notável capacidade de orientação. As adultas partem frequentemente mais cedo
para o sul do que os juvenis, que, voando em grupos, encontram o caminho para as zonas de
alimentação ancestrais no hemisfério sul, donde, depois de beneficiarem de um segundo Verão de
dias soalheiros e de abundância de alimentos, numerosas espécies regressam para o norte utilizando
uma rota diferente da seguida durante a viagem de ida, até às regiões remotas onde nasceram.
Durante a migração, quer esta se processe em direção ao norte, querem ao sul, as aves do litoral
pousam frequentemente para se alimentar e descansar. Como chegam a ondas sucessivas, partindo
ou chegando frequentemente durante a noite, parecem habitar permanentemente a região durante
todo o Verão. Para numerosas aves da Europa, uma praia no Adriático, um penhasco corso, um
promontório rochoso na Cote d'Azur nu no golfo da Biscaia, podem ser um ponto de paragem. Mais
para norte, os migradores podem deter-se nas enseadas abrigadas da costa do Sul de Inglaterra. O
local mais indicado para os observadores de aves principiantes identificarem as aves costeiras,
desconcertantemente semelhantes, é um litoral arenoso em que a maré baixa deixe expostos
terrenos lodosos. As aves de pequenas dimensões, como os diversos borrelhos, que comem
precipitadamente em todos os
sentidos ou descansam em grupos
compactos, podem ser confusas.

As diferenças entre uma gaivota e


uma gaivina

Compare a gaivota-prateada, á direita,


com as gaivinas comuns representadas
abaixo. Gaivotas e gaivinas são
espécies afins - aves palmípedes e de
asas compridas, que fazem parte da
família larídae. As aves adultas típicas
desta família são, cinzenta, e brancas,
com zonas pretas. As gaivotas e as
gaivina, que nidificam em vastas
colónias, encontra-se em todo o
Mundo, exceto em alguns desertos;
vivem indiferentemente em águas
interiores e perto do mar. Eis algumas
indicações que lhe permitirão
distinguir ambas as espécies entre si.
Embora as dimensões, tanto de
gaivotas como de gaivinas variem, as gaivotas são
normalmente maiores e mais robustas, enquanto
as gaivinas são menores esguias e têm linhas mais
acentuadamente aerodinâmicas.

As gaivotas têm pernas mais altas e fortes próprias


para caminhar. As gaivinas, de pernas curtas,
raramente caminham. As gaivotas alimentam-se de
restos de carne, e peixe morto que apanham á
superfície. As gaivinas mergulham para obter
presas vivas, submergindo muitas vezes
completamente quando empenhadas nessa tarefa.
As gaivotas nadam ou flutuam. As patas das
gaivinas não estão adaptadas á natação; depois de
capturarem a presa estas, aves, que pousam na
água apenas para se banhar, levantam
imediatamente voo. As gaivotas crocitam
asperamente ou emitem pios e gritos. As gaivinas
emitem orne do tipo - ton-rrik, -ton-rrik, ou um
breve e repetido -kik-kik-kik. As gaivotas constroem
ninhos de ervas ou galhos secos. As gaivinas
escavam simplesmente covas na areia ou
acomodam-se entre seixos e conchas partidas. Os
pintos das gaivotas e das gaivinas apresentam-se
cobertas de penugem. As gaivotas necessitam de
várias anos para adquirirem a plumagem de adulta,
espaço de tempo durante o qual podem ser difíceis
de identificar Pelo contrário as gaivinas novas, uma
vez largada a penugem, assemelham-se às adultas.

As gaivotas-prateadas e as gaivotas-de-manto-
negro, que ameaçam as colónias de gaivinas,
nidificam frequentemente perto das suas vítimas.

Mas um grupo misto pode de facto facilitar a identificação das espécies individuais. Os manuais de
ornitologia indicam frequentemente as aves que têm tendência para se associar entre si. Quando
tiver identificado uma espécie, passa a dispor de um instrumento de comparação e a poder formular
uma determinada ideia sobre as outras aves que se encontram no grupo. O facto de algumas
espécies não se agruparem, mas serem normalmente vistas isoladas ou aos pares, pode também
facilitar a identificação das mesmas - são exemplos deste comportamento a avoceta e o ostraceiro,
como o são muitas outras aves pernaltas de bicos longos. O comportamento também constitui uma
base para a identificação. Por exemplo, os pilritos, que se deslocam em pequenas corridas nas praias
arenosas, nem entram na água nem se aventuram por entre as ervas das dunas que se encontram
numa zona mais alta da praia. Por outro lado, embora descansem frequentemente no areal, os
grupos mistos de borrelhos e tarambolas alimentam-se nas áreas lodosas. Na Primavera, a plumagem
própria da época da reprodução simplifica a identificação das aves do litoral. Nessa época é fácil
localizar a tarambola, de abdómen preto, o pilrito-de-peito-preto, de menores dimensões e com uma
mancha preta no abdómen, e o pequeno e robusto seixueiro, com o peito cor de ferrugem. Nem
todas as aves do litoral se veem apenas durante a migração - algumas espécies são também próprias
do Verão. O maçarico-das-rochas, de peito branco e dorso pardo, é frequente nas nossas costas. As
dunas são áreas de nidificação das gaivotas e das gaivinas.

As gaivotas e as gaivinas merecem ser atentamente observadas, contrariamente a uma ideia


generalizada, segundo a qual todas as gaivotas são iguais, existem de facto diferenças nítidas entre as
várias espécies - dimensões, manchas nas asas, cauda inteira ou bifurcada, dorso escuro ou claro
(plumagem das espáduas e da parte superior das asas) que um exame atento revela. E o mesmo se
aplica às serigaitas e gaivinas, mergulhadoras consumadas.

A anatomia de um furacão

0s antigos habitantes das Caraíbas adoptaram o nome de furacão inspirados num deus perverso,
Hurakán, que consideravam o motivo destas tempestades destruidoras. Os furacões causam
frequentemente prejuízos consideráveis, lançando sobre a terra, num curto período de tempo,
toneladas de água, provocando cheias catastróficas, desenraizando árvores e arrasando edifícios.
Podem ainda originar a formação de ondas gigantescas - cuja altura chega a atingir os 12 m - que
inundam costas baixas e por vezes arrastam consigo e destroem comunidades inteiras. Numerosas
fotografias tiradas por satélites revelam a forma circular que assume esta furiosa tempestade. Anéis
concêntricos de nuvens tufosas nuvens de trovoada que atingem alturas elevadas e chuvadas fortes
rodopiam na direção do olho do furacão. A espiral do movimento pode ter entre 500 e 1000 km de
diâmetro, mesmo que a área fustigada por ventos violentos tenha apenas um décimo dessa
extensão. Nessa zona, os ventos podem atingir uma velocidade de mais de 300 km/h., fazendo cair à
sua passagem cortinas de chuva quase contínuas. O olho do furacão é de dimensões relativamente
reduzidas - apenas cerca de 40 km de diâmetro - e calmo: nessa área, situada embora no centro da
tormenta, vento nuvens e chuva são frequentemente inexistentes. Os furacões nascem sobre mares
tropicais e recebem nomes diferentes nos diversos locais onde se desencadeiam: as tempestades das
Caraíbas e do Atlântico Sul são chamadas furacões; as de algumas partes da Ásia, tufões, e as do
Pacífico Sul, ciclones. Embora o trajeto seguido pelo, furacões possa variar estes mudam
gradualmente de direção no equador, subindo para latitudes mais elevadas. Em geral os furacões
acompanham os ventos dominantes principais, cuja direção na cintura de furacões do hemisfério
norte é para oeste. Os furacões, sazonais no Atlântico, ocorrem na sua maioria no fim do Verão,
embora possam atingir o México, as Caraíbas e a parte sudeste dos Estados Unidos em qualquer
altura entre Junho e Outubro. Atingindo a superfície do mar, aquecida pelo sol, uma temperatura de
27°C ou superior, pode começar a formar-se um furacão. A estas temperaturas evaporam-se
diariamente milhões de toneladas de água. As camadas de ar próximas do oceano também absorvem
calor da água. O ar aquecido e humedecido, que começa a subir numa coluna, são desviados, pelo
movimento de rotação da Terra, para a esquerda no hemisfério norte e para a direita no hemisfério
sul. A coluna ascendente cria no seu centro uma força de sucção ? uma zona de baixa pressão -, do
mesmo modo que as botas que calçamos provocam sucção quando pretendemos libertá-las da lama.
Se a força deste sistema de baixa pressão (o ar morno rodopiando) aumenta, o mesmo pode
transformar-se no olho de um furacão. À medida que se eleva acima do oceano, o ar arrefece. A
humidade condensa-se e forma nuvens em torno do sistema de baixa pressão, libertando calor neste
processo. Um furacão de grandes dimensões pode condensar até 20 000 milhões de toneladas de
água num único dia, processo que produz um calor asfixiante. O calor provocado por um furacão
aumenta a corrente ascendente, que, por sua vez, atrai uma maior quantidade de ar húmido da
superfície do mar. Enquanto se mantém sobre a água morna, o furacão aspira incessantemente ar
húmido. Os ventos espiralados tornam-se progressivamente mais violentos, até atingirem uma
velocidade de cerca de 120 km/h., podendo então a tempestade ser considerada um furacão. Os
furacões têm geralmente a duração aproximada de uma semana. Alguns, porem, têm-se mantido
durante mais de quinze dias. A tremenda força da tempestade diminui quando esta passa sobre terra
ou água fria e perde o seu "combustível" de ar húmido e morno, o que explica o motivo por que as
regiões interiores, como a Europa Central, são poupadas à devastação destas violentas tormentas.
A força tremenda de violentos ventos rodopiantes

O sistema de furacão que a figura ilustra foi consideravelmente comprimido, o que permite
mostrar a direção dos ventos. Os verdadeiros furacões, vistos do espaço, parecem discos delgados -
embora possam atingir uma altura de 18 000 m. O olho calmo da tempestade (1) é o eixo em torno
do qual os ventos (2) circulam. O sistema tem geralmente origem sobre a água e desloca-se
habitualmente para oeste a um ritmo regular de 25 km hora. As costas orientais costumam ser
atingidas com mais dureza que as ocidentais. Estudos recentes realizados através de satélites
proporcionam novas informações sobre a extraordinária força dos ventos de um furacão. Até mesmo
um furacão de dimensões moderadas é capaz de produzir mais energia do que uma explosão nuclear.
Além disso, os furacões geram com frequência tornados, que podem ser mais destruidores
localmente, em virtude da concentração de ventos remoinhantes.

Aves das costas rochosas

As grandes colónias de aves marinhas do Mundo amontoam-se nos penhascos alcantilados das costas
rochosas por duas razões: existência de locais adequados à nidificação e provisão abundante de peixe
nas águas próximas.
Em ambos os lados do Atlântico Norte - do Labrador ao Maine, da Islândia e do Spitsbergen para sul
até às Ilhas Britânicas - existem colónias famosas de aves marinhas, muitas das quais com séculos de
existência. Na sua maioria, as aves marinhas do Atlântico Norte são espécies com um aspecto
entroncado e asas curtas, pertencentes à família dos alcídeos. Pode dizer-se que estas aves
correspondem aos pinguins do hemisfério sul, aos quais se assemelham ainda devido à coloração
branca e preta da sua plumagem e à sua posição ereta, embora não apresentem com eles quaisquer
relações de parentesco.

Existem numerosas espécies nesta família que se reúnem frequentemente em colónias - tordas-
mergulheiras, airos-comuns, airos-de-brünnich e os curiosos papagaios-do-mar. Na costa do Pacífico
da América do Norte existem outras espécies de papagaios-do-mar, como os de penacho e os airos-
anões.
Quer seja ou não um observador de aves experimentado, uma visita à urna das famosas colónias de
aves - tais como a de Smoker, ao largo da costa galesa, a de Noss, nas ilhas Shefand, a da ilha de
Bonaventure, ao lado da península de Gaspé, no Canadá, ou simplesmente a das Berlengas é uma
experiência inolvidável. Quando você as contempla de um barco (a melhor maneira de obter o
impacto total da prolífica colónia), vê, elevando-se acima de si, camadas sobre camadas de aves de
peito branco e reluzente que ocupam todas as saliências, todas as fendas. Na borda-d'água, as
rochas, onde se reúnem as aves adultas momentaneamente libertas das tarefas de chocar os ovos e
vigiar os juvenis, pululam de vida. Macho e fêmea alternam-se na tarefa de alimentar os pintos
esfomeados com grandes quantidades de peixe miúdo. A ondulação que sucessivamente ergue e
afunda o seu barco está coberta de airos que nadam e mergulham; pode segui-los sob a água através
do brilho das suas patas. Entretanto, centenas de airos deslocam-se ruidosamente sobre a sua
cabeça, batendo rapidamente as asas fortes e pequenas.

Eventualmente, um bando de gaivinas, ou mesmo gaivotas, perturbado por um alarme súbito, ergue
voo em massa. O ruído produzido por uma colónia de aves marinhas, para o qual cada espécie
contribui com um grito rouco ou lancinante típicos é indescritível. E por entre o tumulto, os
alcatrazes, de formas aerodinâmicas, as aves de maiores dimensões da colónia; cortam o ar em
prodigiosos mergulhos verticais. Por muito confuso que possa parecer, um penhasco coberto de aves
é de facto uma comunidade ordenada e organizada. Cada espécie de ave prefere uma determinada
localização num penhasco. Por exemplo, os giros desovam em fendas existentes entre as rochas na
base dos penhascos, zona onde os corvos-marinhos, caso existam, constroem os seus ninhos.
Saliências estremas ao longo das escarpas apresentam-se cheias de fiadas sucessivas de espécies, de
tordas-mergulheiras e airos, que põem um único ovo de grandes dimensões diretamente na rocha
nua. As alcatrazes ocupam rebordos largos no cimo dos penhascos. Embora as condições de vida
numa costa rochosa possam parecer duras a um ser humano, as aves, obviamente crescem e
multiplicam-se.

O facto de viver em grupo estimula as atividades sexuais. As aves marinhas, de natureza curiosa,
observam-se entre si e imitam-se mutuamente em qualquer tipo de atividade. Dentro da enorme
colónia, as aves das diversas zonas são assim estimuladas a acasalar e a desovar no espaço de alguns
dias. Quanto mais elevado for o seu número, mais rapidamente as aves tendem a acasalar. Machos e
fêmeas que habitem no exterior da colónia tendem a fazê-lo mais tarde. Este comportamento
sincronizado origina a coordenação de um sistema de defesa contra o roubo inevitável dos ovos e o
rapto dos pintos levado a cabo pelos predadores, tais como as gaivotas-prateadas.

As orlas dos continentes

0s continentes não terminam na costa. Prolongam-se sob a água, onde, em planícies por vezes
suavemente inclinadas, existem montes, vales e outras características geográficas muito semelhantes
às que se encontra em terra. Esta região submersa relativamente pouco profunda, denominada
plataforma continental, é considerada como a verdadeira orla do continente, para além da qual a
terra desce abruptamente até ao fundo escuro do oceano. Embora em média tenha cerca de 72,5 km
de largura, em alguns locais a plataforma continental estende-se por centenas de quilómetros no
mar. A descida desde a costa até ao limite da plataforma é gradual aumentando apenas cerca de 3 m
em cada 1,5 km. A orla exterior da plataforma está geralmente coberta por 135 m de água.

Para além desta região, o fundo do mar desce abruptamente, formando-se a vertente, ou o talude,
continental, que se nivela de novo apenas ao atingir o fundo da bacia oceânica. Muitas das
plataformas continentais formaram-se há milhões de anos, quando forças procedentes das
profundidades da terra ergueram montanhas submersas nas proximidades das costas. Em alguns
locais as montanhas elevaram-se acima do nível do mar, formando ilhas que chegaram até hoje.
Sedimentos trazidos de terra pelos rios e chuvas depositaram-se junto destas barreiras insulares,
formando um rebordo submerso na orla da massa continental. Durante os períodos glaciários, os
oceanos eram menos profundos, porque grande parte da água da Terra se encontrava gelada.

Os glaciares escavavam as partes expostas das plataformas. Como o nível do mar sofreu uma
alteração gradual, a ondulação corroeu as orlas, formando terraços. Algumas partes das plataformas
expostas durante os períodos glaciários estavam cobertas por florestas. Atualmente, as plataformas
continentais estão mais uma vez cobertas de água. Em alguns locais existem desfiladeiros escavados
por rios. Por exemplo, uma extensão submersa do vale do rio Hudson, ao largo de Nova Iorque,
forma um desfiladeiro com cerca de 1200 km de profundidade e mais de 8 km de largura; formações
análogas encontram-se ao largo de Sesimbra e da Nazaré, na costa portuguesa.

Ocasionalmente, avalanchas submarinas deslocam-se a grandes velocidades pelos desfiladeiros


escavando-os; em contrapartida, os sedimentos depositados pelos rios podem preencher
gradualmente outras depressões. As plataformas são regiões ricas do oceano. A luz do Sol penetra
nas águas relativamente pouco profundas e ricas em nutrientes, estimulando nas algas e fito
planctontes a fotossíntese - que é a base energética de todas as formas de vida. Os microscópicos
seres que constituem o fito plâncton, o primeiro elo da teia trófica no mar, são devorados por
animais de dimensões reduzidas (zooplanctontes) e por uma multidão de seres de maior envergadura
(fitófagos). Consequentemente, os mares costeiros, onde vivem quase quatro quintos de todos os
animais e plantas existentes na Terra, constituem de longe o ecossistema mais produtivo.

Aprioristicamente, este facto pode parecer surpreendente a quem, por exemplo, tivesse suposto que
nas florestas tropicais húmidas viviam as populações mais numerosas de seres vivos. Porém, mesmo
nas plataformas relativamente pouco profundas, a espessura da camada de água excede
consideravelmente a altura de uma floresta, criando um mundo propício ao desenvolvimento de
numerosas espécies. Os jazigos de petróleo são riquezas valiosas das plataformas, especialmente na
região norte do golfo do México, no mar do Norte, no golfo Pérsico e no estreito de Bass, entre a
Tasmânia e a Austrália. Este composto é um subproduto da vida abundante que outrora existiu nos
mares costeiros. Então, como agora, plantas e animais planctônicos flutuavam na água. Depois de
morrerem e se afundarem, estes organismos eram cobertos par sedimentos transportados de certa
pelos agentes de erosão. Durante milhões de anos, os restos destes animais e plantas mortos foram
transformados em petróleo e gás natural. Atualmente, as plataformas produzem mais de um quinto
da produção total mundial destes combustíveis.

Os perfis variados das plataformas continentais

As plataformas que orlam os continentes raramente apresentam o mesmo perfil de uma secção de
costa para outro. As cartas da orla costeira registam enormes variações na largura da plataforma e na
profundidade da água. A superfície de algumas plataformas é irregular, com bancos ou depressões
profundos.
No Ártico, uma plataforma sem acidentes desce suavemente ao longo de centenas de quilómetros.
Noutro local, uma plataforma estreita pode terminar abruptamente num profundo talude rochoso.
Um exemplo extremo deste tipo de quebra pronunciada ocorre ao largo de costa da América do Sul,
onde existe uma fossa profunda. O fundo do mar na região abissal, onde reina uma escuridão total,
varia em profundidade em todo o Mundo.

Observando os esplendores do céu

A partir de meados da década de 1880, e durante vários anos, os poentes de partes distantes do
Mundo adquiriram uma tonalidade purpúrea extraordinariamente intensa. Deveu-se este fenómeno
à erupção vulcânica mais violenta dos tempos modernos: a do Krakatoa, na Indonésia, em 1883. A
gigantesca explosão lançou para a atmosfera uma coluna revolta de fumo e resíduos com mais de 50
km de altura, provocando a coloração dos poentes. Como acontece relativamente a outros
fenómenos espetaculares ocorridos na atmosfera, não é o próprio ar que cria o efeito, mas partículas
de dimensões reduzidas, que, no caso do Krakatoa, foram poeiras vulcânicas e noutros casos poderão
ser de humidade.
Por exemplo, a imponência do pôr do Sol acentua-se consideravelmente quando há nuvens, cujas
gotículas de água refletem os últimos raios solares, imprimindo-lhes infinitos matizes de cor, forma e
sombreado. Mas porque são os poentes vermelhos? A coloração deve-se também, em grande parte,
a impurezas contidas na atmosfera. A luz do Sol é composta de diferentes comprimentos de ondas de
luz, o que é possível verificar refletindo-a através de um prisma, que decompõem num espectro as
várias cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta.
Quando o Sol se põe, as impurezas do ar dispersam a maior parte da luz e são principalmente os
comprimentos de ondas da região do vermelho que chegam a Terra. Verifica-se um fenómeno
semelhante ao meio-dia, hora a que o Sol se eleva mais alto no céu, altura em que se encontram
dispersas todas as cores, à exceção do azul, tonalidade que predomina no céu. A diferença entre o
azul e o vermelho do céu, respectivamente correspondentes às horas do dia e do poente ou
nascente, resulta da espessura do "prisma" - a atmosfera - que a luz solar atravessa. Ao meio-dia, o
Sol encontra-se perpendicularmente às camadas atmosféricas que contornam a Terra; de manhã e à
noite, brilha obliquamente através do manto de ar. À dispersão da luz também se deve outro
fenómeno de grande beleza: o crepúsculo. A noite cairia subitamente como o apagar de uma luz se
não existissem a atmosfera e as suas impurezas. As partículas em suspensão dispersam a luz do céu e
refletem-se na sombra da Terra, prolongando até depois do poente a imagem dos raios do Sol
crepusculares. Por vezes, a água forma um prisma natural, como é possível comprovar ao verificar a
série de cores que aparecem quando a luz solar brilha através de um copo de água.

As gotículas existentes na atmosfera produzem o mesmo efeito se a luz do Sol incide nelas de
determinado ângulo, originando um arco-íris. Para poder ver um arco-íris, tem-se de voltar as costas
ao Sol. A água existente numa nuvem sob a forma de partículas de gelo também atua como prisma,
criando como que uma auréola em torno do Sol ou da Lua. Às vezes, a luz do céu é tão viva que
permite apenas distinguir as cores mais visíveis do espectro (em geral o vermelho, a laranja ou o
amarelo). Segundo uma crença generalizada entre os Zuni, índios da América do Norte, e que
corresponde de facto a uma realidade frequente, quando o Sol se encontrava "na sua tepee", isto é,
dentro de uma auréola, seguia-se chuva. zero mais impressionante de todos os esplendores do céu é
talvez a aurora boreal. Cortinas, fitas, rastos, clarões e pontos de luz colorida parecem dançar através
do céu noturno. As auroras devem-se ao Sol.
O vento solar liberta enormes quantidades de partículas carregadas de eletricidade, que, quando
chegam às imediações da Terra, são desviadas pelo campo magnético terrestre. Embora algumas
passem através da alta atmosfera, a maioria é impelida rotativamente na direção dos polos, onde
colide com os gases aí existentes, desprendendo-se então energia sob a forma de luz.

Oceanografia - Biologia Marinha e Pesca

NOÇÕES SUPERFICIAIS

Embora existam diferenças básicas entre a Oceanografia e a biologia marinha, enquanto a primeira
estuda o ambiente marinho como um todo, englobando sua geografia e os aspectos químicos e
físicos, a Biologia Marinha estuda os seres vivos marinhos, sua biologia, hábitos e comportamento, as
duas ciências estão intimamente ligadas e atuam muito em conjunto. Ou seja, um oceanógrafo não
está totalmente formado para trabalhar sem as noções básicas de biologia marinha, e vice-versa. A
pesca, por sua vez, amadora ou profissional, sendo realizada no ambiente marinho, exigirá do
pescador conhecimentos oceanográficos, como a geografia submarina, correntes e marés do local da
pesca, e biológicos, como os hábitos, habitat e comportamento dos animais marinhos que o mesmo
pretende pescar.

OCEANOGRAFIA

A massa de água dos oceanos, na qual todas as criaturas marinhas vivem, pode ser dividida em zonas
distintas, onde as formas de vida mudam quase que radicalmente. O sistema de zoneamento ocorre
tanto no sentido horizontal como no vertical, e se sobrepõem em alguns pontos. No ZONEAMENTO
HORIZONTAL, que vai da costa para o mar aberto, a distribuição da fauna e da flora depende
essencialmente da temperatura da água e da quantidade de alimento disponível. Quanto mais nos
afastamos da costa, que é a verdadeira fonte de nutrientes, menos comida estará disponível para a
manutenção da vida o meio dos oceanos pode ser descrito como um "deserto biológico". No
ZONEAMENTO VERTICAL, que vai da superfície da água até o fundo do oceano, a distribuição
biológica depende fundamentalmente da luz do sol. Sua penetração pode chegar até 100 metros de
profundidade no máximo, dependendo da claridade e transparência da água, que, por sua vez, é
afetada pela quantidade de substâncias minerais e orgânicas dissolvidas, bem como pelo plâncton e
outras partículas suspensas. Assim, os oceanos podem ser subdivididos em três principais zonas:

ZONA NERÍTICA: faixa do oceano situada acima da plataforma continental, entre a linha de maré alta
e a profundidade média de 200 metros. É a região mais próxima da costa, a zona com maior
quantidade e variedade de vida. É habitada pela maioria dos peixes que conhecemos, aqueles mais
importantes para a pesca comercial e esportiva. A zona nerítica, que está totalmente dentro das
águas territoriais brasileiras, pode, ainda, ser subdividida em duas regiões: a Zona Litorânea, entre as
linhas de maré alta e baixa, e a Zona Costeira, da linha de maré baixa para fora.

ZONA PELÁGICA: faixa do oceano situada acima da planície abissal, entre as profundidades de 0 e 200
metros. É a região mais afastada da costa e os peixes que lá vivem, chamados de oceânicos, são
importantes para a pesca comercial e oceânica. A zona pelágica inclui parte das águas territoriais e
todas as águas internacionais.

ZONA ABISSAL: faixa do oceano situada justamente abaixo da zona pelágica e imediatamente acima
da planície abissal, entre as profundidades médias de 200 e 5.000 metros. Os peixes que vivem
nessas grandes profundidades, chamados de peixes abissais, têm pouca ou nenhuma importância
para a pesca.

BIOLOGIA MARINHA

O formato do corpo dos peixes e dos outros seres marinhos é extremamente variável e possui
uma íntima relação com seus habitats (locais onde vivem), hábitos, modo de natação e
comportamento geral. Em função disso, os peixes e os outros seres marinhos podem ser divididos em
três grupos básicos, descritos a seguir:

PELÁGICOS: peixes que nadam continuamente na faixa próximo da superfície da água, não possuindo
um local específico de moradia. São normalmente fusiformes, migratórios e grandes nadadores. A
maioria vive mais afastada da costa, em mar aberto. Muitos não possuem a bexiga natatória. A
coloração do corpo costuma ser brilhante com tons azulados ou esverdeados no dorso e flancos e
branca no ventre. Exemplos: dourados, pampos, marlins, enxadas, algumas raias e a maioria dos
cações.

NECTÔNICOS: peixes que nadam ativamente, porém mantêm uma relação com o substrato marinho,
onde alguns fazem sua moradia (toca). São normalmente comprimidos lateralmente e vivem nas
águas costeiras. A coloração de seu corpo, que varia muito, usualmente apresenta pintas, manchas
ou listras claras ou escuras com um fundo contrastante mais escuro ou mais claro. Alguns possuem
um bom mimetismo com fundo onde vivem. Exemplos: meros, salemas, budiões, ciobas, robalos e
pescadas.

BENTÔNICOS: peixes que habitam e dependem do fundo, em uma estreita relação com o substrato
marinho. Não costumam serem bons nadadores. Alguns são comprimidos dorso-ventralmente. A
coloração de seu corpo tende a ser escura no dorso e clara no ventre. A maioria apresenta excelente
mimetismo com o fundo e alguns são peçonhentos. Exemplo: bagres, linguados, trilhas, mangangás,
alguns cações e a maioria das raias.

PESCA

Na pesca são usadas várias terminologias para designar o local onde se pesca, os objetivos da pesca
ou mesmo qual o tipo de pesca. No entanto, a maioria das pessoas desconhece ou confundem estas
terminologias. Assim, é importante esclarecer e definir algumas das mais importantes. A pesca pode
ser dividida basicamente em duas categorias:

PESCA INTERIOR: realizada em água doce, como os rios, lagos e represas. Neste caso, não há muito
que se definir, já que a denominação do local é obvia e a esmagadora maioria dos pescadores é
amadora e esportiva.
PESCA MARÍTIMA: realizada em água salgada ou salobra. Com relação a sua natureza, a pesca
marítima pode ainda ser subdividida em dois grupos:

1 - RELATIVO AO LOCAL ONDE OCORRE A PESCA:

1.1 - PESCA LITORÂNEA: realizada nos locais junto à costa, ou na zona litorânea, como as praias,
costões, restingas, estuários e lagoas e canais de água salobra:

1.2 - PESCA COSTEIRA: realizada nos locais não muito afastados da costa, ou na zona costeira, dentro
dos limites da zona nerítica. Normalmente é realizada com o uso de embarcação, ao largo das praias
e costões e ilhas costeiras;
1.3 - PESCA OCEÂNICA: realizada nos locais mais afastados da costa, com o uso de embarcação, em
alto-mar, ou seja, nos limites da zona pelágica.

2 - RELATIVO AO OBJECTIVO DA PESCA:

2.1 - PESCA COMERCIAL:

Tem o propósito específico da venda ou industrialização do pescado. Pode ser subdividida em duas
modalidades:

2.1 - PESCA EMPRESARIAL: é a pesca costeira ou de alto-mar realizada por empresas do ramo, com
embarcação própria. Os peixes são capturados principalmente com o uso de rede de cerco, rede de
arrasto, espinhel e linha de fundo.

2.2 - PESCA ARTESANAL: é a pesca litorânea ou costeira realizada por pescadores profissionais
embarcados ou não. Os peixes são capturados principalmente com rede de espera, rede de arrastão
de praia, espinhel, linha de fundo, tarrafas e vários tipos de armadilha. A pesca artesanal pode, ainda,
ser dividida em dois tipos:

2.2.1 - Colonizada: realizada por pescadores organizados em colónias ou cooperativas de pesca.

2.2.2 - Não colonizada: realizada por pescadores autónomos.

2.3 - PESCA AMADORA:

Tem o propósito de LAZER ou DESPORTIVA que se definem da seguinte forma:

2.3.1 - LAZER : é a pratica simples da atividade, por diversão, sem qualquer característica de
organização. O pescado capturado deve ser para consumo próprio ou para presentear os amigos
(jamais para comercializar).
2.3.2 - DESPORTIVA : é a prática da atividade de forma grupal-organizada, o que se caracteriza pela
existência de qualquer forma de competição (regulamento, arbitragem, - em conjunto ou
separadamente), observando-se que: Para que seja praticada a "Pesca Desportiva” é necessário que
o promotor do evento desportivo tenha autorização da Federação competente. Com relação ao
DESPORTO DA PESCA são as LEIS INTERNACIONAIS emanadas das Entidades Internacionais que
determinam os sistemas associativos e participativos dos Pescadores, sendo fator determinante que
não pode haver qualquer ingerência governamental no sistema organizacional do desporto, técnico
ou administrativo.

3 - FORMAS DE PRÁTICA DA PESCA

(Só nos referimos aqui a Pesca Amadora)

PESCA DE LINHA : pode ser praticada embarcada ou de terra firme. Os peixes são capturados com
cana e carreto.

Obs: 1 - PESCA OCEÂNICA: É apenas mais uma forma de PESCA, sob o aspecto organizacional
desportivo não se trata de um desporto distinto como deseja fazer crer uma minoria de praticantes
(situação que jamais se alterará pelo elevadíssimo custo de sua prática). É exclusivamente praticada
em alto-mar, exigindo equipamentos distintos e lanchas de grande porte, equipadas com
instrumentos eletrônicos de elevado custo para fazer o corrico com cana, carreto e isca artificial ou
natural . Quem dirige essa modalidade no mundo com exclusividade é a CIPS (Confederação Mundial
de Pesca , única legitimada pelo reconhecimento do Comité Olímpico Internacional), responsável pela
promoção dos Campeonatos Mundiais e Internacionais oficiais e homologação dos Recordes
Mundiais

Obs: 2 - PESCA COM ISCAS ARTIFICIAIS: É como "Oceânica" , apenas mais uma forma de pesca.

PESCA SUBAQUÁTICA: pode ser litorânea ou costeira. Os peixes são capturados com o uso de arpão
lançado por armas de propulsão elástica (arbaletes) ou de pressão ar comprimido, principalmente ao
largo das praias e costões e nas ilhas costeiras.

Atividades Tradicionais

Pesca Artesanal com Alcatruzes

É uma arte de pesca que utiliza uma espécie de potes (chamados "alcatruzes"), específicos para a
captura do polvo e muito usados no Sota-vento Algarvio (Santa Luzia, Fuzeta e Olhão).
A arte é constituída por uma linha "madre"
onde os alcatruzes são fixados a intervalos
regulares. Cada teia deve ter só 72 alcatruzes e
cada embarcação deve usar só quatro teias,
que são fundeadas paralelas à costa.

Nos extremos da teia são colocadas boias, o


que permite a sua localização.

Os alcatruzes podem ser iscados com berbigão


ou mexilhão, ou podem não ter isco.

Os alcatruzes (potes ou vasilhas) de barro,


podem ter três dimensões: 21 centímetros de
altura por 10 cm de diâmetro, 20 cm por 10cm
e 32 cm por 13 cm.

A deslocação dos litorais arenosos

As praias arenosas movem-se constantemente. Da próxima vez que estiver numa praia, mantenha-se
de pé à borda de água e espere. Em breve verificará que os seus dedos dos pés e depois talvez os
próprios pés se encontrem cobertos de areia. Mantendo as ondas a areia num movimento contínuo,
parte desta escapar-se-á sob os seus pés, a partir das bordas, afundando-se ligeiramente no solo
arenoso. Simultaneamente, formar-se-ão pequenos depósitos no peito dos seus pés. Na maioria das
praias de grande extensão, inúmeras toneladas de areia são diariamente movimentadas desta forma.
A fim de descobrir em que sentido se move a areia, fixe ao solo um objeto de pequenas dimensões
(uma concha ou um pedaço de alga) e repare em que direção este é arrastada quando as ondas
varrem a praia. O movimento não é apenas ascendente, mas também lateral. Provavelmente, notará
também que parte da água contida em cada onda se entranha na areia em vez de refluir para o mar.
Quando desaparece, a água deposita na areia a sua carga flutuante-fragmentos de conchas e algas,
grãos de areia e madeira. Parte da água escorre da areia e corre de novo para o mar, formando
regatos minúsculos e transportando uma reduzida quantidade daquela. Além da areia, as ondas
depositam nas praias seixos e mesmo, se forem suficientemente fortes, rochas de grandes
dimensões. Observe a inclinação de uma praia no seu próximo passeio. Geralmente, quanto mais
abrupta esta se apresenta, maiores e mais violentas foram as ondas que trouxeram a areia nela
depositada. A força das ondas é inacreditável. Uma tempestade que assolou a costa da Escócia
arrastou um paredão de cimento que pesava 2600 t. Na costa leste dos E. U. A., ondas tempestuosas
projetaram uma rocha com 61 kg contra o telhado de um farol com cerca de 30 m de altura. Estas
forças tremendas fustigam constantemente as costas rochosas, reduzindo a rocha a fragmentos e,
finalmente, a areia. A maior parte da areia, produzida pelo desgaste devido à ação do tempo e à
erosão das rochas, tem origem em terras interiores. Seixos e areias transportados por rios podem ser
levados pela corrente para locais distantes no mar, vindo posteriormente a alcançar uma praia, pois
as correntes depositam areia que dragam de profundidades que atingem os 15 m abaixo da
superfície. Em muitas costas onde existem plataformas continentais (as bordas submersas dos
continentes), relativamente pouco profundas, a areia trazida por um rio pode ser depositada para
depois voltar a ser movimentada e tornar-se por vezes parte de uma praia.

Na sua maioria, as praias arenosas existentes nas zonas temperadas são castanho-claros ou
cinzentas, com dégradés até ao branco. Geralmente a areia grossa e de cor clara é granito
pulverizado; a areia cinzenta fina provém do basalto. Nos trópicos, as praias são mais variadas. Por
exemplo. enquanto num dos lados de Taiti as praias são de um branco-brilhante? a areia teve origem
nos bancos de corais adjacentes, no outro, lado da ilha apresentam-se negras como o azeviche a
areia proveio de estratos de lava. Uma praia pode até ser abastecida de areia pelo vento que sopra
de um deserto. Por exemplo, os ventos predominantes no Sara transportam areia para a região
mediterrânica. No entanto, embora rajadas fortes levem areia para o mar são as ondas que
acumulam a maior parte dela nas praias.

Um outro fenómeno digno de ser observado na praia é a forma como as ondas amontoam e separam
as partículas. Os fragmentos de maiores dimensões, como os seixos, não são arrastados até tão longe
do mar como os menores. O mar lançou uma vez milhares de latas numa praia da Califórnia,
ordenadamente distribuídas pelas ondas, que depositaram as mais volumosas à borda de água e
empurraram as de pequenas dimensões até à parte superior da praia. Em litorais onde existe uma
praia arenosa junto às rochas, ondas tempestuosas elevadas podem arrastar em quase toda a sua
totalidade a areia existente para além da rebentação. Porém, durante o tempo calmo, ondas menos
violentas podem tornar a depositar a areia, limpa e fresca, como se esta tivesse sido acabada de
lavar.

O OBSERVADOR DA NATUREZA

Dunas móveis, deltas em miniatura e observação da areia. Umas férias passadas na praia
proporcionam numeras ocasiões para fazer experiências com areia. As dunas são locais ideais para
observar o movimento da areia, porque se deslocam de facto. Uma duna de grandes dimensões pode
avançar até 6m por ano; as dunas pequenas movimentam-se ainda mais rapidamente. (O diagrama
abaixo reproduzido mostra como é possível medir a velocidade de deslocação de uma duna por melo
da utilização de uma simples estaca). Procure uma área de dunas móveis onde a areia comece a
cobrir as bases de arbustos e árvores. Finalmente, a areia acabará por cobrir as plantas. Os troncos
mortos serão mais tarde descobertos pelo vento, que varrerá a areia. Estes locais proporcionam
fotografias interessantes nos locais onde o estorno Ammophila arenaria cresce sobre as dunas,
procure marcas circulares gravadas na areia á medida que o vento agita as folhas rijas das gramíneas.
Também este tema proporciona fotografias de belo efeito. Observe a forma como a água que recua
para o mar escava canais na praia, onde deposita areia e cascalho miúdo, formando deltas em
miniatura. Escavar e construir castelos na areia molhada também é um passatempo divertido,
sobretudo para as crianças. A escultura em areia tem gozado de uma grande popularidade em anos
recentes Seres maravilhosos e formas arquiteturais inovadoras conquistaram prémios em vários
concursos. Quando se escava na parte baixa da praia, atinge-se rapidamente a água, para se
encontrar água na parte superior do areal, torna-se necessário escavar muito mais profundamente. A
profundidade da cova corresponde á altura aproximada da praia acima do nível da água. Fragmentos
de "vidro da praia" que podem ser procurados constituem tesouros da areia artificiais de facto, são
fragmentos polidos de garrafas. O vidro da praia aparece em cores diferentes, a mais apreciada das
quais é o azul. Um estudo minucioso da areia revela numerosas espécies de partículas. Utilize uma
lente de mão ou uma lupa e procure distinguir grãos individuais de quartzo ou de conchas Partículas
vermelho-vivo podem ser fragmentos de granada. Uma ima permitir-lhe-á recolher partículas
providas de ferro

Correntes oceânicas e condições climáticas

As correntes são como rios no mar. Algumas das que circulam nos oceanos têm urna largura superior
a 80 km e transportam cerca de 50 milhões de toneladas de água por segundo. A circulação oceânica
exerce uma profunda influência nas condições climáticas. A energia térmica transportada por uma
corrente pode ser transferida para os ventos que passam sobre ela, produzindo efeito análogo ao de
um gigantesco sistema de aquecimento a água quente para o Mundo inteiro. A energia solar actua
diferentemente sobre as massas de água, tanto em função da profundidade como da latitude? São as
camadas da superfície, e em particular as das regiões equatoriais, as mais fortemente aquecidas e
consequentemente, as menos densas.
A deslocação destas massas em direcção aos pólos por acção conjugada de vários factores, leva ao
seu gradual arrefecimento e subsequente afundamento, situando-se as temperaturas extremas entre
os 25º e os 28º no equador e 2º nas regiões polares. O movimento da Terra agita os mares.
Numerosas correntes integram-se em gigantescos e lentos remoinhos. Por exemplo, parte da
corrente do Golfo entronca na corrente das Canárias, que se bifurca para oeste na corrente
Equatorial do Norte e, numa escala menor, para sul na corrente da Guiné. As correntes movimentam-
se essencialmente para a direita no hemisfério norte e no sentido inverso no hemisfério sul. Este
padrão geral, largamente influenciado pelos ventos, pode ser alterado pela influencia de ilhas e dos
contornos dos continentes, nas proximidades dos quais circulam numerosas correntes. 0 ar quente
contém uma maior quantidade de humidade do que o ar frio. O resultado da colisão de duas massas
de ar a temperatura diferente é frequentemente a precipitação sob a forma de chuva. Noutros casos,
como quando os ventos quentes da corrente elo Golfo colidem com o ar mais frio procedente do
Árctico, nas proximidades das Ilhas Britânicas, forma-se nevoeiro, o que se verifica também quando
os ventos frios da corrente do Labrador atingem a corrente do Golfo ao largo da Terra Nova.

O admirável mundo das conchas marinhas

Embora sejam designadas pelo nome de conchas marinhas, as conchas e os animais que as produzem
encontram-se espalhados por todo o Mundo, na terra e na água. O grande grupo dos moluscos
abrange desde os vulgares caracóis de jardim às gigantescas espécies do género Tridacna da Grande
Barreira de Recifes da Austrália. Ainda que estes animais de enormes dimensões, que podem atingir
90 cm de comprimento e pesar várias centenas de quilos, provavelmente nunca tenham apanhado
um mergulhador, contrariamente à lenda popular, existem moluscos perigosos: uma espécie do
Pacífico do género Conus, com 5 cm de comprimento, produz um veneno que já tem vitimado seres
humanos.

De entre os moluscos podem facilmente distinguir-se entre si diversos subgrupos. A grande maioria
das espécies pertence a duas ramificações importantes, ou classes: os gastrópodes (cerca de 105000
espécies), caracterizados, em regra, por terem uma concha relativamente bem desenvolvida e
espiralada, e os lamelibranquios, ou bivalves (cerca de 20 000 espécies), de concha constituída por
duas valvas.

Nos moluscos poliplacóforos (cerca de 1000 espécies), o dorso é coberto por oito placas calcárias,
imbricadas e móveis; de entre os seus representantes salientam-se espécies dos géneros Chiton e
Acantochiton, frequentes no litoral português e capazes de se enrolar, formando como que uma bola.
Nos escafópodes (cerca de 350 espécies), o animal é protegido por uma concha cuja forma lembra
uma presa de elefante.

Já na classe dos cefalópodes (cerca de 730 espécies), na sua grande maioria, as espécies apresentam
uma «concha» interna, em forma de cálamo ou de placa, facto que o leigo frequentemente ignora: só
os nautilóides (seis espécies) têm concha externa, a qual se apresenta espiralada e dividida em
câmaras (v. gravura).
Os moluscos podem rastejar, saltar ou deslocar-se por mecanismos de retropropulsão. Deve-se aos
caracóis a reputação de lentidão de movimentos de que gozam os moluscos, numerosas espécies dos
quais, no entanto, como as vieiras, são literalmente propulsionadas a jacto. Quando uma estrela-do-
mar se aproxima, a vieira expele uma corrente de água em jacto que lhe permite deslocar-se aos
saltos.

Alguns moluscos atormentaram o homem: os teredos, bivalves perfuradores que atacam a madeira,
afundaram numerosas embarcações com cascos de madeira, e há espécies afins, os taralhôes (Pholas
dacrylus), que conseguem perfurar a rocha e o próprio cimento. Regra geral, porém, as conchas
sempre foram consideradas valiosas, tendo sido frequentemente utilizadas como moeda (por
exemplo, em África) e encontradas em túmulos antigos.
O comportamento dos ventos

0 conhecimento que possuímos dos ventos dominantes foi integrado na sabedoria popular por
marinheiros e agricultores muito antes de existir qualquer teoria que explicasse o seu
comportamento. Actualmente, sabemos que todos os ventos são causados por diferenças de
temperaturas e pressões atmosféricas e pelo movimento de rotação da Terra. Os ventos mais bem
conhecidos eram os alisados, ou alísios, os mais regulares e persistentes do Mundo. Na verdade, o
seu nome em inglês trade-winds provém de uma expressão medieval que significa trilho ou caminho.
No tempo da navegação à vela todos os comandantes conheciam esses caminhos oceânicos, que
percorriam incessantemente, transportando as mais diversas cargas do Velho para o Novo Mundo, da
Europa para o Oriente.
A oscilação violenta das palmeiras indica frequentemente a aproximação de uma tempestade
tropical, que pode transformar-se num tufão, cujas principais características são ar quente e húmido.
Os tufões ocorrem mais frequentemente no fim do verão, nas Caraíbas e no Golfo do México

Os hemisférios norte e sul são separados no equador por zonas de baixa pressão e vento fraco ou
calmaria, que outrora dificultavam consideravelmente a navegação, pois nelas os ventos são em geral
correntes ascendentes resultantes da evaporação, e não o tipo de rajada que enfuna as velas,
impulsionando os navios.

Os tornados, resultantes da colisão rápida entre massas de ar quente e frio, formam-se tão
rapidamente que em geral apenas se tornam notados quando já plenamente desenvolvidos,
apresentando uma forma afunilada. Estes remoinhos deixam habitualmente um rasto de destruição
no continente americano. São mais frequentes nos estados planos da América do Norte, onde há
planícies imensas

Mas são provavelmente os ventos que sopram na zona onde vive que maior atenção lhe despertam.
Em todas as costas sopra uma brisa diurna e nocturna regular, pois terra e mar aquecem e arrefecem
a ritmos diferentes. O ar marítimo, mais frio e mais denso, sopra para terra durante o dia quando a
temperatura é mais elevada, à noite, o fenómeno repete-se, processandose embora inversamente.

O mesmo processo verifica-se por vezes relativamente a ventos de vales e montanhas. A encosta de
uma montanha exposta ao sol aquece mais rapidamente do que o vale, onde, em consequência deste
facto se forma uma brisa que sobe a encosta. À noite, o ar frio desce, arrefecendo de novo o vale.

A importância que estas configurações atmosféricas que ocorrem naturalmente assumem para a
sanidade de cidades e vilas é actualmente reconhecida. No princípio da década de 1950, em
Estugarda, no Sul da Alemanha, as autoridades locais começaram a preocupar-se com a atmosfera
viciada da cidade. Estugarda fica situada num vale onde o ar revelava urna tendência para estagnar,
que o aumento demográfico e industrial agravava. Foram chamados climatólogos, que localizaram
rapidamente as vias através das quais toda a noite penetrava na cidade ar fresco, rico em oxigénio, e
que identificaram quais os locais encostas arborizadas que deveriam ser conservados no seu estado
natural. Foram então tomadas diversas providências que acentuassem o padrão cólico já existente
que abastecia a cidade de ar. 0 êxito deste projecto constitui um bom exemplo para outras cidades
similarmente situadas.

Existem numerosos ventos locais famosos, como as monções, que sopram do oceano Índico; o
mistral, que abastece constantemente a França de ar frio, e as ventanias secas e quentes do Oeste
Norteamericano, designadas pelos nomes de chinooks e sant'anas.

Uma tempestade breve, de ventos violentos, cuja velocidade pode atingir cerca de 500 km/h. é o
mais terrível fenómeno atmosférico.

São gravíssimos os perigos inerentes a um tornado. Dois dos mais aterradores exemplos de tragédias
em consequência de tornados ocorreram durante este século na América, um país onde estes
fenómenos são frequentes. Em 11 de Abril de 1965, um sistema de tornados de, pelo menos, 37
remoinhos atravessou 6 estados, matando 271 pessoas, ferindo 3000 e causando estragos avaliados
em mais de 300 milhões de dólares. Outro que se desencadeou em 18 de Março de 1925 matou 689
pessoas num trajecto de 350 km de comprimento.

Participar no antigo desporto de lançar papagaios

Há vários milhares de anos que as crianças de todo o Mundo brincam com papagaios de papel
aproveitando o vento. A gravura reproduz alguns tipos de papagaios mais populares, muitos dos
quais de preço acessível e outros que é possível confeccionarem facilmente em casa.
A cauda de um papagaio (facultativa nos de estrutura arqueada), que pode ser aumentada.
encurtada ou lastrada, actua como estabilizador, ajudando a comandar o engenho. Para lançar
papagaios, escolha uma área descampada como uma praia, por exemplo, longe de árvores, prédios e
sobretudo, cabos eléctricos e aviões que voem a baixa altitude. Nunca lance um papagaio se se
aperceber da iminência de uma trovoada.

Quando pretender lançar um papagaio, escolha um dia em que sopre uma brisa regular rajadas
violentas revelam-se tão infrutíferas como a ausência de vento no lançamento de papagaios.

Não desista às primeiras tentativas. Assim que conseguir que o seu papagaio ultrapasse a zona de
ventos turbulentos que sopram junto ao solo, os ventos na camada superior ajudá-lo-ão.
Padrões de ventos regionais e causas que os determinam

Em numerosas, regiões do Globo os ventos sopram segundo padrões, tão persistentes e previsíveis,
que têm os seus nomes próprios. Alguns são famosos em todo o Mundo. As diferenças de
temperatura e o movimento de rotação da Terra são as principais causas da formação do vento,
factor que afecta consideravelmente as condições climáticas próprias das regiões por ele atingidas.

As brisas da montanha obedecem todas ao mesmo


principio. À medida que sobe por uma das encostas,
da montanha, o ar quente arrefece e perde a sua
humidade, que cai sob a forma de chuva ou neve. O
ar seco que desce velozmente a encosta oposta
adquire ímpeto que o aquece. O foehn dos Alpes e
chinook das montanhas Rochosas é brisas de
montanha.

Entre os ventos do vale conta-se o mistral, do Sul da


França. Arrastado para um sistema de baixa pressão
situado sobre o Mediterrâneo, este vento frio e seco
desce velozmente os Alpes e atravessa o vale do
Ródano, chegando a atingir velocidades de 95 km/h.
O traçado de numerosas ruas destas regiões
processa-se no sentido leste-oeste, o que lhes
permite servirem de biombo,
Aquecendo e arrefecendo a terra mais rapidamente
do que a água, originam-se diferenças na pressão e
na temperatura atmosférica, em resultado do que
surgem os ventos sazonais, tais como as monções
na Índia. Durante o Verão, ventos quentes e
saturados de humidade sopram do mar, no Inverno,
ventos frios e secos sopram da terra.

Perceber as Nuvens

Olhar o céu e compreender as "mensagens" que estão


escritas em forma de nuvens, pode ser uma actividade
gratificante, além de darem uma informação valiosa em
benefício da nossa segurança.

A cor das nuvens depende da forma como-lhes chega a luz


solar As nuvens de cor branca devem o seu aspecto ao sol
brilhar por cima delas. Quando está atrás apresentam uma
cor mais escura As tonalidades amareladas e avermelhadas
durante o nascimento e o ocaso do sol, devem-se ao facto
de este incidir lateralmente nas nuvens As cores rosadas
durante o pôr do sol, podem anunciar uma mudança de
tempo, especialmente chuva ou vento.
Nuvens Altas
Habitualmente as nuvens altas (altura superior a 6.000 m)
relacionam-se com futuras mudanças de tempo, que não se vão fazer sentir antes de várias horas

Cirros: São nuvens separadas Cirrostratos: Estas nuvens Cirrocúmulos: Quando aparecem, o
com aspecto de filamentos aparecem em forma de véu céu apresenta um aspecto típico de
brancos ou de grupos de finas transparente e branco, de tal "carneiros". São nuvens brancas,
franjas com o branco como forma que há ocasiões em que sem sombras próprias, compostas
tonalidade predominante. O o céu fica com um aspecto por pequenos cirros. A sua
aspecto geral é o de uma leitoso. Outras vezes podem distribuição no céu oferece um
nuvem delgada e fibrosa ser mais fibrosos com aspecto rugoso, mas quando se
através da qual se pode filamentos irregulares, mas a apresentam de uma forma clara
distinguir o sol e as estrelas. sua espessura não chega para uma série de alinhamentos, é fácil
Este tipo de nuvens indicam a distorcer os contornos do sol prever a presença de vento forte
existência de vento nas altas ou da lua, produzindo um halo perpendicular às mesmas.
camadas da atmosfera. à sua volta.
Geralmente aparecem
antecedendo as frentes
quentes das baixas pressões,
pelo que a sua observação nos
põe de aviso para uma possível
viragem do tempo para pior, à
excepção dos cirros fibratus,
que aparecem de forma
isolada, sem terem um
significado concreto.
A formação de uma trovoada

Se já alguma vez foi surpreendido pela chuva durante um piquenique, sabe quão inesperadamente e
com que rapidez se pode formar uma trovoada. Quando se verificam determinadas condições, a
colisão entre massas de ar a temperaturas diferentes pode redundar rapidamente numa trovoada -
precipitação turbulenta de chuva, granizo ou, raramente, neve, acompanhada de trovões e
relâmpagos.

Algumas regiões do Mundo, como os Trópicos, são regularmente atingidas por trovoadas. No
Panamá, por exemplo, podem verificar-se anualmente cerca de 200: em França, menos de 25. As
trovoadas, ocorrem mais comumente a meio da tarde, quando a temperatura do ar junto ao solo é
mais elevada.

A primeira fase de uma trovoada é a formação de uma corrente ascendente, que eleva para a
atmosfera ar morno e húmido O ar arrefece ao subir, provocando a condensação do vapor de água
que contém, o qual forma nuvens. À medida que as correntes ascendentes se prolongam, as nuvens
tornam-se mais elevadas, encontrando temperaturas cada vez mais baixas. As microscópicas
goticulas de água das nuvens tornam-se maiores e mais pesadas e algumas congelam e
transformam-se em granizo e neve, derretendo-se geralmente antes de chegarem ao solo. Quando
se tornam demasiado pesadas para poderem ser mantidas no ar pelas correntes ascendentes, as
gotas caem acompanhadas - e às vezes precedidas - por correntes descendentes, pelo que as rajadas
de vento fresco que sopram junto do solo indicam a aproximação de uma trovoada.
O aparecimento de correntes de ar na massa de nuvens cria electricidade estática. Embora não
esteja ainda inteiramente esclarecido, este processo é em parte causado pela fricção e desintegração
da água. Desenvolvem-se cargas positivas perto do cimo da nuvem, enquanto nas zonas inferiores se
aglomeram cargas negativas, as quais atraem cargas positivas do solo. A atmosfera actua como um
isolador entre as cargas opostas, impedindo, temporariamente, o fluxo de electricidade, que anularia
as cargas.

Os relâmpagos ocorrem quando as cargas adquirem tensão suficiente para vencer o isolamento (em
algumas tempestades, a electricidade chega a atingir milhões de vóltios), ora no interior da nuvem,
ora entre nuvens diferentes, da nuvem para o solo ou do solo para a nuvem. Em média, os
relâmpagos atingem a Terra cerca de 100 vezes por segundo.

Na sua maioria, os relâmpagos têm duas descargas. A primeira é um «condutor», imperceptível de ar


electrificado que chega quase até ao solo. É como um fio que estabelece a ligação necessária à
segunda descarga. Assim que o condutor se aproxima do solo, a descarga de regresso, ressalta em
sentido ascendente ao longo do percurso traçado. É esta segunda descarga que vemos e ouvimos.
Possui como que um núcleo central de energia eléctrica cercado por um tubo de ar extremamente
quente que o faz expandir-se explosivamente, brilhando e produzindo o trovão. O clarão luminoso é
quase imediatamente visível, mas o som do trovão necessita de três segundos para percorrer 1 km.
Contando os segundos que decorrem entre o surgir do clarão e o deflagrar do trovão e dividindo
depois este número por três, poderá ficar a saber aproximadamente a quantos quilómetros se
encontra a trovoada (geralmente a distância não excede 1 km.)

Os relâmpagos compensam o desequilíbrio eléctrico verificado no interior da nuvem de tempestade.


Da mesma forma, as correntes descendentes criadas pela precipitação equilibram as temperaturas
do ar quente e do ar frio pois, arrefecendo a chuva o solo, cessa a subida de ar quente. O bom tempo
pode reaparecer rapidamente, de forma tão inesperada como desaparecera, talvez ainda a termo de
lhe salvar o piquenique.

SEGURANÇA F SOBREVIVÊNCIA

Locais susceptíveis de serem atingidos por faíscas

As faíscas seguem geralmente o trajecto mais curto entre uma nuvem e o solo. Qualquer ponto
elevado na terra que encurte a distância é susceptível de ser atingido por um raio, árvores, chaminés,
edifícios altos, cumes de montes e até seres humanos parados em solo plano. Quanto mais elevado
um objecto se encontra em relação aos que o cercam, mais vulnerável se torna, pelo que é perigoso
ser o elemento mais alto da zona ou encontrar-se junto deste. As faíscas são ainda atraídas por
condutores de electricidade, como tubos metálicos, vedações de arame, tacos de golfe, algerozes e
correntes de água, e podem atingir duas vezes o mesmo local. Num mesmo ano, o Empire State
Building, de Nova Iorque, foi atingido 48 vezes e o cume de um monte suíço 100 vezes.

Medidas de segurança em casa

Durante uma tempestade com descargas eléctricas, é aconselhável manter-se em casa, um dos locais
mais seguros.

Evite objectos metálicos, tais como canalizações de água ou aquecimento, fios eléctricos, lava-louças
e banheiras.

Não utilize aparelhos eléctricos, como secadores de cabelo, televisores, máquinas de barbear
eléctricas, etc. Não se sirva do telefone. As faíscas seguem as correntes de ar. Feche portas e janelas
e afaste-se destas. Lembre-se de que a zona mais segura da casa é o centro de uma divisão grande.
Se viver numa região onde as tempestades são frequentes, encarregue um profissional de instalar um
pára-raios.

Fora de casa

Todas as tempestades são precedidas por um sistema de alarme natural: o trovão. Se se encontrar ao
ar livre, recolha-se e mais rapidamente possível.

Se for surpreendido por uma trovoada em terreno descampado, encolha-se e envolva-se em


qualquer material isolador, como um saco cama ou um monte de roupa. Não se deite.
Evite os cabos eléctricos, as vedações, as árvores altas, as estacas de tendas e as hastes de bandeira.

O perigo das montanhas

Afaste-se da água a de barcos. As faíscas atingem frequentemente as montanhas, em especial acima


do limite da vegetação arbórea. Ouça os boletins meteorológicos e adie quaisquer excursões na
montanha em caso de previsão de trovoadas. Se for surpreendido por uma trovoada, tente abrigar-
se em qualquer edifício. Se se encontrar num descampado quando a tempestade se desencadear,
encolha-se entre duas rochas baixas e planas. Afaste-se pelo menos 15 a 25 m de penhascos, de
fendas rochosas estreitas e de correntes de água locais com sérias probabilidades de atrair as faíscas.

Mares e costas
O oceano é o gigantesco sistema circulatório terrestre. E o movimento das correntes e das marés
empresta vitalidade ás águas

Não existe outra parte do planeta que exerça sobre o homem uma atracção mais intensa do que o
mar. Poetas e pintores, escritores e fotógrafos, captaram por vezes um ou outro aspecto da atracção
mística do mar, que, no entanto, nenhum explicou na sua totalidade. Talvez sintamos o apelo do mar
em consequência de uma relação muito antiga os cientistas crêem que a vida se originou no mar há
biliões de anos.

As próprias águas são uma fonte de admiração longe de ser uma mistura uniforme de água e sais, o
ambiente oceânico apresenta numerosas zonas diferentes e proporciona habitats variados para
plantas e animais. Nas águas que rodeiam um recife tropical existe uma riqueza de formas de vida
locais, que não só se influenciam reciprocamente como exercem influência sobre o próprio meio
aquático. Se se transferir um peixe tropical para outro ambiente - mesmo de temperatura idêntica -
segundo todas as probabilidades ele não viverá. Mais estranho ainda é o facto de o movimento das
águas parecer essencial à vitalidade das mesmas; se levar para casa num jarro uma porção de água do
mar, esta em breve perderá a vida.

Os odores do mar são infinitamente variados. O aroma básico provém do cloreto de sódio, o sal de
mesa vulgar. Em alguns locais, porém, prevalece o cheiro medicinal, devido ao iodo, e noutros acre,
em consequência das algas marinhas. Em resultado das elevadas quantidades de sais dissolvidos, que
emprestam à água do mar um sabor adstringente, esta provoca uma sensação de ardor ao atingir o
rosto. O mar excita todos os nossos sentidos.

O movimento dos oceanos, que cobrem dois terços do Globo, actua como um gigantesco motor
termodinâmico, agitando a atmosfera e afectando as condições climáticas em todo o Mundo. Assim,
a influência dos oceanos, tão nítida nos litorais, estende-se até regiões remotas do interior, onde os
mares são o tema de contos e lendas.
Apenas na orla costeira as ondas quebram (desta forma - chocando contra uma barreira submersa e
elevando-se em seguida). O resultado é um ¡acto de água pulverizada que se assemelha a um leque
de vidro gravado. Quando uma onda rebenta, a luz do Sol, ao incidir nas águas pouco profundas,
transforma os azuis fortes do mar alto ou o verde-amarelado das águas costeiras em tons pálidos e
translúcidos.

Litorais rochosos, arenosos e pantanosos

A praias da orla costeira, margens estreitas no vasto mundo oceânico, são a única parte deste reino
que é possível explorar facilmente. Na praia pode observar-se a competição sem fim entre a terra e o
mar. Em alguns locais o mar é o vencedor barreiras de dunas e mesmo edifícios desabam na água à
medida que a rebentação vai escavando a terra mais profundamente. Noutros locais parece ser a
terra a vencedora. Algumas vezes, apenas numa questão de horas, uma tempestade pode amontoar
toneladas de lama, areia e rocha de encontro à costa, criando nova terra.

Por uma questão de conveniência, pode classificar-se um determinado litoral como um de entre três
tipos - rochoso, arenoso ou pantanoso. As costas rochosas são as mais espectaculares: penhascos
recortados elevam-se muitas vezes bruscamente acima dos mares. A água revolta parece fendida por
dedos afiados de rocha, embora de facto sejam as ondas que desgastam esta lentamente, partindo-a
em fragmentos, esculpindo-a em arcos, saliências e cavernas.
As ondas cortam frequentemente as rochas como se fossem uma enorme serra horizontal, minando
a pouco a pouco um penhasco e causando o seu desmoronamento, após o que despedaçam as
pedras soltas, triturando-as em seixos e estes em areia. Por vezes, ouve-se mesmo um som
semelhante a um rangido quando as ondas banham uma praia rochosa.

Calcula-se que podem decorrer várias centenas, de anos até que o mar reduza a areia urna pedra de
aproximadamente 30 cm de diâmetro. Esta areia pode ser retida e conservada num local próximo,
em depressões escavadas nas rochas, ou arrastada para longe pelas correntes oceânicas. Algumas
vezes, as correntes depositam as partículas retiradas dos penhascos no extremo de uma costa
extensa e rochosa, onde se forma uma praia arenosa.

Embora de dimensões consideravelmente inferiores às dos seixos, as minúsculas partículas de areia


permanecem geralmente no litoral durante muito mais tempo do que aqueles. Pode comprovar-se
experimentalmente a razão deste facto caminhando por urna praia arenosa: enquanto os pés se
afundam na areia seca, a húmida sustenta o peso do corpo e proporciona uma passagem natural
entre as áreas secas pouco firmes e a praia submersa, porque cada um dos seus grãos é envolvido
por uma delgada película de água que actua como cola, mantendo-os unidos e simultaneamente
isolando-os entre si, de latido que não se verifica a fricção, provocada pelas ondas, que os
desgastaria.

Este isolamento da água protege numerosos animais que vivem nas costas arenosas. Estas espécies
são diferentes das que habitam as costas rochosas, que têm tendência para se fixar às rochas. Os
seres que vivem em praias de areia dotados de maior mobilidade - como, por exemplo, alguns
caranguejos e moluscos como os longueirões e as amêijoas - escavam pequenos orifícios ou túneis,
que depois ocupam; outros vivem mesmo entre os grãos de areia.

Por fim provavelmente decorridos milhares de anos, os grãos de areia são quebrados em fragmentos
menores e transformam-se em lodo. O material pulverizado - partículas de areia e argila -,
rapidamente arrastado pelas correntes rio litoral, pode acumular-se numa área protegida, tal como
uma baía ou uma enseada, formando uma praia lodosa. Também se podem formar planícies lodosas
pouco extensas, ou mouchões onde os rios desaguam no mar.

Os terrenos lodosos são rapidamente colonizados por plantas e animais. Monocotiledóneas


aquáticas, como a Zostera marina, desenvolvem-se nas áreas mais abrigadas, em fundos lodosos do
litoral, imediatamente após a zona de rebentação, enquanto determinadas herbáceas se radicam no
litoral. O labirinto de raízes e caules entrelaçados, que retém uma maior quantidade de lodo
proporciona abrigo a espécies marítimas e terrestres. Este mundo relativamente abrigado retêm
detritos, de plantas e preenche-se gradualmente de terra. Os sapais, que como ambiente específico
têm uma duração relativamente curta, constituem. durante a sua existência, refúgios naturais
magníficos de vida selvagem.

O que é a ecologia

ECOLOGIA é o nome actualmente utilizado para designar aquilo a que anteriormente se chamava
história natural. (A palavra «ecologia», que começou a ser utilizada há cerca de um século, apenas
nos anos 60 entrou na linguagem comum.) Homens como Charles Darwin, Alexander von Humboldt,
John James Audubon e Henry David Thoreau, na sua época conhecidos como naturalistas, seriam
hoje provavelmente chamados ecologistas. Estes primeiros ecologistas estudavam as plantas e os
animais integrados no seu meio ambiente, e não como seres vivos isolados.
Poucos biomas se encontram tão bem definidos como estas ilhas de dimensões redondas revestidas
de florestas que pontilham um atol no Pacifico Ocidental. Aqui, através da água quase transparente.
é possível ver outro bioma - o recife de corais que orla a linha da costa e avança pelas zonas arenosas
pouco profundas. Existe uma transição relativamente violenta entre estes biomas; o ecotono, ou
zona de transição, não é extenso nesta região, devido a pouca acentuada variação das marés. Na sua
maioria, os biomas, tais como as pradarias, as florestas e os pântanos, combinam-se quase
imperceptivelmente com as suas zonas limítrofes.

A teoria da evolução das espécies, defendida por Darwin, teve o efeito inesperado de afastar
numerosos cientistas do estudo da história natural. Em resultado das ideias de Darwin sobre a
evolução das espécies, alguns sábios concentraram-se em determinadas espécies, em vez de as
estudarem em relação com o ambiente como um todo. O biologista Charles Elton escreveu que as
descobertas de Darwin havia «recolhido todo o mundo zoológico, como se este se tratasse de um
rebanho».

Atualmente, a ecologia converteu-se numa espécie de lugar-comum. Em quase todos os jornais se


podem ler um artigo sobre a controvérsia entre os ecologistas e os defensores de uma nova
barragem ou central eléctrica. De facto, o uso da palavra nesta acepção não é correcto. A ecologia é o
estudo das relações que se estabelecem entre os seres vivos e o seu meio ambiente físico e biológico
(incluindo neste todos os organismos presentes).

A área residencial destes peixes do género Anthias


é a parede de um recife de corais no mar
Vermelho. Quase todos os armais têm uma área
residencial - zona em que habitualmente se
alimentam e reproduzem.
A expressão «meio ambiente» é um termo extremamente flexível - fala-se quer do meio ambiente
total (a Terra), quer do meio ambiente doméstico (que é na verdade uma noção sociológica). Quando
utilizam a palavra, os ecologistas estão geralmente a descrever uma situação natural, específica, na
qual incluem todos os componentes da área considerada - o ar, a água, o solo e os seres vivos, tanto
plantas como animais. De fato, as partes vivas e inanimadas de um meio ambiente estão de tal modo
interligadas que é praticamente impossível separá-las. E claro que o meio ambiente total - a Terra -
não apresenta as mesmas características em toda a sua extensão. A biosfera, a fina camada exterior
que mantém a vida, é em parte formada pelo mar e em parte pela terra. Além disso, o meio
ambiente terrestre divide-se ainda em pradarias, desertos, florestas, etc., divisões principais, cada
uma das quais se denomina bioma.

Biomas específicos apresentam numerosas características em comum. Por exemplo, os desertos em


África assemelham-se muito aos da Ásia; as florestas tropicais na região do Amazonas são análogas às
florestas existentes ao longo do rio Congo. As zonas limítrofes entre os biomas chamam-se ecotonos -
zonas de transição, tais como o litoral, que albergam espécies existentes nos biomas que as limitam.
É possível encontrar um pequeno caranguejo temporariamente fora da água; numerosas espécies de
aves passam tanto tempo na água como em terra.

Apesar do grande poder de adaptação de que, em grande parte, são dotados, os seres vivos vivem
normalmente em zonas determinadas, ou habitats. No mar, por exemplo, existem numerosos
habitats - a região intercotidal, as zonas de pouca profundidade no mar alto, o fundo do mar e
outros. Os habitats são frequentemente equiparados às moradas das plantas ou dos animais. Ao
contrário dos biomas, os habitats não se restringem aos meios ambientes físicos. Um cão pode ser o
habitat de uma pulga; o aparelho digestivo de uma pulga pode ser o habitat de um micróbio. Estes
habitats de dimensões reduzidas têm muitas vezes o nome de microhabitats. A área sob um tronco
caído, por exemplo, bem como as folhas de determinadas plantas (v. p. da direita) formam
microhabitats dentro de uma floresta.

Na sua maioria, os seres vivos que vivem num habitar específico sofrem condicionalismos de vária
ordem, decorrentes da existência de outras espécies nesse mesmo habitarem. No seu conjunto, estas
plantas e estes animais estreitamente interdependentes tomam uma comunidade. Cada espécie
utiliza o habitar diferentemente, em função, por exemplo, das horas do dia. Um falcão é um caçador
diurno; uma borboleta nocturna é um insecto que se alimenta de néctar durante a noite. Designa-se
por nicho ecológico o local de eleição de determinada espécie, animal ou vegetal, no interior do seu
habitat.
As pequenas reservas de água da chuva que se formam entre a folhas corìácea das bromeliáceas (tipo
de epífita ou planta aérea independente), plantas de caules curtos que muitas vezes retém água
durante longos períodos. Podem abrigar uma comunidade completa. Ao esvaziar um destes
reservatórios em miniatura, um cientista encontrou na água mais de uma dúzia de insectos
diferentes e até caranguejos minúsculos.

Numerosos animais, tais como algumas espécies de rãs e de mosquitos, crescem nestas reservas até
se tornarem adultos, enquanto outras dessas não podem permanecer nelas durante toda a vida Nem
todos os habitats, são tão estáveis como os da bromeliáceas. Aqueles que se podem formar num
monte de neve sob a protecção de uma rocha produzem por vezes uma população reduzida, após o
que desaparecem.

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