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Luciano Jaeger
Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (1993) e
mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (1995). É professor
da Universidade Comunitária da Região de Chapecó- Unochapecó e coordenador do
curso de Filosofia da Unochapecó.
Chapecó, 2013
Reitor
Odilon Luiz Poli
Vice-Reitor de Administração
Antonio Zanin
Coordenação: Dirceu Luiz Hermes Coordenadora Geral: Monica Tissiani De Toni Pereira
Secretaria: Leonardo Favero
Equipe Multidisciplinar: Felipe Stanque Machado Junior,
Comercial: Neli Ferrari Marcia Ione Surdi, Monica Tissiani De Toni Pereira
Assistente editorial: Alexsandro Stumpf
Revisão: Juliane Fernanda Kuhn de Castro
Conselho editorial: Rosana Maria Badalotti (presidente), Assistente Administrativo: Luana Helena de Oliveira
Carla Rosane Paz Arruda Teo (vice-presidente),
César da Silva Camargo, Dirceu Luiz Hermes, Elison Antonio Capa: Marcela do Prado, Juliane Fernanda Kuhn de Castro
Paim, Érico Gonçalves de Assis, Maria Aparecida Lucca
Diagramação: Marcela do Prado, Roberta Rodrigues Kunst
Caovilla, Maria Assunta Busato, Murilo Cesar Costelli, Tania
Mara Zancanaro Pieczkowski
_____________________________________________________________________
160 Jaeger, Luciano
J22L Lógica / Luciano Jaeger - Chapecó : Argos, 2013.
80 p. : il. ; 28 cm. - (EaD ; 15)
Inclui bibliografias
ISBN 978-85-7897-109-0
1. Lógica I. Título.
CDD 160
___________________________________________________________________
Catalogação elaborada por Caroline Miotto CRB 14/1178
Biblioteca Central da Unochapecó
Não estão autorizadas nenhuma forma de reprodução, parcial ou integral deste material, sem autorização expressa do autor e da
UnochapecóVirtual
CARTA AO ESTUDANTE
Seja bem-vindo!
Você está recebendo o livro do componente curricular de Lógica.
No atual cenário educacional, em que, cada vez mais, as pessoas buscam por
uma formação complementar e há a inserção massiva das tecnologias de informação
e comunicação, a modalidade de educação a distância é vislumbrada como uma
importante contribuição à expansão do ensino superior no país, que permite formas
alternativas de geração e disseminação do conhecimento.
A educação a distância tem sido importante para atingir um grande contingente
de estudantes de vários locais, com disponibilidade de tempo para o estudo diversa,
além daqueles que não têm a possibilidade de deslocamento até uma instituição de
ensino superior todos os dias. Desta forma, a Unochapecó, comprometida com o
desenvolvimento do ensino superior, vê a educação a distância como um aporte para
a transformação dos métodos de ensino em uma proposta inovadora.
Levando em consideração o pressuposto da necessidade de autodesenvolvimento
do estudante da modalidade de educação a distância, este material foi elaborado de
forma dialógica, baseada em uma linguagem clara e pertinente aos estudos, além de
permitir vários momentos de aprofundamento do conteúdo ao estudante, através da
mobilidade do para outros meios (como filmes, livros, sites).
Temos como princípio a responsabilidade e o desafio de oferecer uma formação
de qualidade, para tanto, a cada novo material, você está convidado a encaminhar
sugestões de melhoria para nossa equipe, sempre que julgar relevante.
Lembre-se: a equipe da UnochapecóVirtual estará à disposição sempre que
necessitar de um auxílio, pois assumimos um compromisso com você e com o
conhecimento.
Lógica
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...............................................................................7
Lógica
APRESENTAÇÃO
Lógica
Acompanhe a seguir o cronograma do componente curricular:
Carga horária Unidade
15 h Unidade 1. Introdução à Lógica, Conceitos e História da Lógica
10 h Unidade 2. Objeto, Divisão e Princípios da Lógica
5h Unidade 3. Analítica Formal do Juízo e do Raciocínio
15 h Unidade 4. Conjunto e Álgebra Booleana
Bom estudo!
Luciano Jaeger
8 Lógica
Unidade 1
Introdução à Lógica, Conceitos e História da Lógica
Objetivo:
• Introduzir o estudante ao estudo propedêutico da lógica a partir de definições
e conceitos, considerando as diferentes fases da história da humanidade;
• Apresentar ao estudante um panorama da linguagem e sua relação com a lógica.
Conteúdo programático:
• Definições de lógica;
• A lógica e a sua relação com os contextos históricos clássico, moderno e
contemporâneo;
• Linguagem sintática, semântica e pragmática.
Faça aqui seu planejamento de estudos
10 Lógica
INTRODUÇÃO
Lógica 11
ela, como veremos a seguir em seus atributos de objeto, definição e divisão, que eleva
as explicações primárias acerca do mundo, bem como do conhecimento causal do
mesmo. Evidentemente, a lógica não consegue almejar tais resultados enquanto um
exercício racional independente, visto que a complexidade da natureza científica ou da
relação linguagem e mundo é demasiadamente presente. Contudo, é possível assegurar
que o estudo da lógica proporciona o raciocínio correto, ou seja, as pessoas que se
exercitam através do uso lógico têm alta probabilidade de raciocinar corretamente.
Desse modo, toda vez que alguém utiliza-se da lógica, o propósito central é
alcançar resultados seguros acerca de algo, em que não pode prevalecer espaço à
contingência, à subjetividade efêmera e ao erro. Assim, a lógica tem a função primária
de distinguir o raciocínio correto do incorreto e, para tal, ela propõe métodos e
princípios que devem auxiliar para que este êxito seja alcançado por todos aqueles
que se propõe elevar a sua condição de sabedoria.
Se a função primária da lógica é distinguir os raciocínios corretos dos incorretos,
vale lembrar que cada período histórico se apresentou, na civilização, enquanto
idealizador. Deste modo, a tradição clássica, por exemplo, postulava um uso de
racionalidade capaz de tornar o conhecimento sistematizado, isto é, a ciência, a filosofia
e a metafísica se efetivam através da lógica. A lógica deverá ser o agente móbil não
tão somente de sistematização do pensamento, mas, também, de promoção dos ideais
da cultura clássica. Esses ideais têm por remetimento, por exemplo, a formação de
um homem educado, político, racional e, sobretudo, reflexivo.
No período clássico, esse embate sobre o modo correto de pensar implicou
no desdobramento de inúmeras controvérsias que podem ser acompanhadas,
facilmente, através da leitura dos diferentes autores daquele contexto. A ruptura, por
exemplo, inaugurada pelos pré-socráticos aos poetas e místicos demarcou apenas
um começo. Um começo de inúmeras variabilidades teóricas que se apresentam, às
vezes, originárias, outras, complementares, percebidas desde a maiêutica socrática,
um método que se propõe elevar o conhecimento através de um conjunto de boas
perguntas ao interlocutor, até à lógica formal aristotélica.
Desse modo, a lógica tem íntima relação com o desenvolvimento do pensamento
e cultura humana. Essa relação se aproxima de tal forma que poderemos diferenciar
os diversos contextos históricos a partir das diversas formas de usos de linguagens
e isto implica, por extensão, em admitir que os tempos históricos obedecessem,
relativamente, às variáveis lógico-linguísticas. Em outras palavras, mudamos o cenário
histórico da civilização na medida em que os limites se apresentam à racionalidade,
à cultura, à ideologia, à religião, à economia e também à linguagem.
Se, por um lado, ao lógico só interessa a correção do processo do pensamento,
de outro, há de se admitir que este processo seja alterado também pela exigência lógica.
Ela se presentifica e é perceptível quando analisamos, por exemplo, as características
de um determinado período histórico. O contexto medieval, por exemplo, teve um
importante momento acerca de uso da linguagem onde o raciocínio depende do apelo
à autoridade e à tradição consagrada. Naquele contexto histórico, inexiste a condição
plena do exercício do raciocínio crítico e o campo da lógica estava vinculado no
conjunto do saber, conhecida como dialética. A dialética era estudada nas Faculdades
12 Lógica
das Artes que tinha enquanto programa o denominado Trivium (gramática, retórica e
arte). A dialética tinha como função preparar o acesso para as faculdades denominadas
superiores, em que se ensinavam as doutrinas medievais. Desta forma, qual é, então,
a função da lógica?
Primeiro, é importante lembrar que este contexto de mais de mil anos
apresentou pelo menos, dois momentos distintos, a saber, a patrística e a escolástica.
Em cada um deles houve um remetimento mais específico da linguagem. Entretanto,
tanto na fase de medievalização dos clássicos quanto na fase doutrinária, a função da
lógica no contexto medieval sempre foi de assegurar a verdade contida nas Sagradas
Escrituras, sendo, deste modo, promovedora de ensino escolástico. Um ensino em que
se procura demonstrar a verdade teológica para efeitos de admoestação e persuasão
aos discípulos.
Nesse sentido, diz Blanché (1996, p.136-37),
Lógica 13
1 CONCEITOS DE LÓGICA
Reflita
Não raras vezes, ouvimos alguém dizer: “tudo é lógico!” “Logicamente que
o nosso time será campeão catarinense”, quando, em verdade, se quis dizer:
“é provável, é possível que...”. Então, um primeiro aspecto: não se pode
confundir e reduzir a lógica com aquilo que é óbvio. O óbvio nem
sempre é lógico!
14 Lógica
Todos os homens são mortais e
José é homem
Saiba mais
Lógica 15
Assim, dizer para alguém “te amo” pode ser algo importante, intenso, subjetivo
e relevante, mas, sob o olhar lógico, com o risco, provável, de sofrer represálias,
diríamos: isso não é argumento, dado que não conduz premissa e conclusão. Afirmar,
desse modo, “eu sou inteligente”, “Maria é uma pessoa honesta”, enquanto uma
mera proposição, não formula argumento. Logo, percebemos por esse conceito que
o ponto nodal se concentra na dimensão formal do argumento, ou seja, é relevante
o processo de se chegar a alguma prova a partir dos enunciados. A isso se denomina
inferência. Inferir algo, na lógica, somente é possível na medida em que se articulam
necessariamente as duas estruturas básicas de um argumento: premissa e conclusão.
Através dessa análise podemos observar que a lógica mantém em seu significado
etimológico o estudo da palavra, proposição, oração. O modo como são utilizadas
essas palavras, a inferência que se realiza entre as proposições e os juízos de valores
atribuídos às proposições são aspectos que caracterizam o plano de consistência da
lógica.
Outra definição de lógica remete ao significado simbólico, ou seja, a lógica
se apresenta agora sob a perspectiva de signos. Essa característica da lógica é
completamente distinta daquela utilizada pela fase inaugural e clássica, na qual o que
interessava eram as inferências proposicionais. A lógica simbólica é utilizada enquanto
ícone matemático e foi criada entre o fim do século XIX e início do século XX por G.
Frege e B. Russel. Nessa perspectiva de cálculo proposicional, ao invés de remeter-se
aos conjuntos de enunciados proposicionais, há origem de uma lógica mais rigorosa
e formalizada através de símbolos que lhe conferem valores de verdade.
Exemplo
16 Lógica
A lógica simbólica tinha como objetivo constituir a matemática como disciplina
fundamental de todas as demais matemáticas e ainda desenvolver métodos de
formação rigorosa e de controle lógico das disciplinas matemáticas propriamente
ditas. Este projeto da lógica simbólica possui desdobramentos que são possíveis de
serem verificados até os dias de hoje em diversas áreas do conhecimento simbólico.
A história da lógica pode ser contada a partir das etapas evolutivas da civilização
que se traduzem na civilização ocidental em aproxidamente 2500 anos. Em nossa
história da civilização ocidental é comum nos referirmos a fases, etapas ou contextos
históricos que demarcam os diferentes modos de se perceber e compreender o mundo,
ou ainda, do homem estabelecer uma forma de compreensão da realidade que se
apresenta enquanto fenomênica.
Certamente as etapas que são tradicionalmente utilizadas enquanto referências
da civilização não são consensuais. É o caso da classificação da história da lógica.
Existem grupos que divergem dessas fases, outros que convergem ao entendimento
comum, há, ainda, aqueles que desconsideram qualquer etapa enquanto singular,
própria, porque são todas, dizem os dialéticos, complementares umas das outras.
No entanto, as fases da história da civilização ocidental se apresentam,
costumeiramente, a partir das seguintes estruturas:
a. Fase Clássica, denominada de período grego: ela contempla aproximadamente o
período de 700 anos a.C. até 300 a.C.
b. Fase Greco-Romana: contempla aproximadamente o período de 300 a.C. até 300 d.C.
c. Fase Medieval: para alguns têm o tempo de 1.500 anos, mas a maioria dos
comentadores declara que o período medieval propriamente existiu entre o período
patrístico (iniciado com Santo Agostinho, século III) e o escolástico (tem como
expoente Tomás de Aquino, século XVIII).
d. Fase Moderna: período que tem o renascimento primário no século XIV com
os primeiros hereges, como Guilherme de Ockham e Tomas Morus, mas que se
configura, especialmente, a partir do século XV e perdura até metade do XIX.
e. Fase Contemporânea e também denominada por vários outros nomes como
era hiper-industrial, era pós-moderna, do cyberespaço e também da revolução
informacional.
Lógica 17
Saiba mais
Neste momento, caro estudante, o que nos importa saber é que a lógica teve a
sua dimensão histórica pautada justamente por essas etapas da civilização. É possível,
assim, dizer que a lógica, em sua dimensão histórica, teve variabilidades enquanto uso
e função. A lógica clássica não é a mesma que a moderna que, por sua vez, não é a
mesma que a contemporânea. Deste modo, nessas diversas fases, sempre se postulou
elaborar conhecimentos científicos, a verdade, a política, a ética, o bem-estar, entre
tantos outros ideais da civilização. E a lógica se apresentou como suporte para essa
condição.
Um ponto importante a salientar: mesmo em suas variabilidades históricas,
algo sempre perdurou à lógica: o estudo das formas, dos modos de linguagens.
Isso quer dizer que, ao estudo lógico, o que é pertinente sempre são os aspectos
modais da linguagem.
Entretanto, como vimos anteriormente, a história da lógica não segue
exatamente essas variáveis apresentadas. Ela é dividida em três fases, a saber, período
clássico, moderno e contemporâneo. A seguir veremos uma esquematização das
etapas históricas da lógica.
18 Lógica
Aristóteles não se conforma, em especial, com as inconclusões dos argumentos e
da imprecisão de seu mestre, bem como não admitia o exercício de proposições
contraditórias. Por isso, como veremos a seguir, na analítica formal do juízo, Aristóteles
elabora os quatro modos para estruturar as proposições e auxiliar na elaboração de
um argumento lógico. Os modos das proposições categóricas são constituídos a partir
das letras e respectivos enunciados:
A- Universal Afirmativo
E- Universal Negativo
I- Particular Afirmativo
O- Particular Negativo
Lógica 19
Pode formular argumento lógico e válido, desde que atenda adequadamente
ao uso de todas as 13 regras do argumento silogístico. Não compete aqui realizar
um exame rigoroso do silogismo, uma vez que veremos isso um pouco mais adiante
na passagem sobre os princípios da lógica. É relevante, contudo, assimilar a ideia,
que este é o modo de linguagem que utilizamos com relativa frequência em nosso
cotidiano e que, por isso, é necessário ter atenção no uso.
Uma explicação que requer um cuidado na análise e que costumeiramente
confundimos no nosso cotidiano é referente ao remetimento ao argumento e a uma
proposição. Muitas pessoas dizem ao ouvir uma fala: “que argumento bonito!” “Nossa
como aquela pessoa elabora um verdadeiro argumento!” Ainda: “nossa, mas que
frase lógica!” Ou “que proposição válida!”
Embora esses usos possam ser compreendidos e ter significado, diríamos
na lógica que esse procedimento está incorreto. Existem algumas falhas que
necessariamente devem ser corrigidas.
Então, no que consiste um argumento? O que é uma proposição?
Um argumento jamais poderá ser chamado de verdadeiro ou falso. Os
valores de verdade e falsidade somente pertencem às proposições declarativas. As
proposições declarativas são aquelas que podemos atribuir um juízo valorativo de
verdade ou falsidade através da racionalidade, ou seja, apenas interessam à lógica
as proposições denominadas de natureza científica. A rigor, as demais proposições
contingentes são analisadas e distintas das declarativas. Assim, exclusivamente as
proposições declarativas interessam ao lógico e não as contingentes. As contingentes
são proposições que dependem de contextos e são distanciadas de uma analítica de
juízo valorativo declarativo, como por exemplo: “Deus é pai!” Essa proposição não
pode ser considerada declarativa, dado que seu significado expresso é impossível de
ser comprovado enquanto reconhecimento da racionalidade.
A rigor, na lógica, não são todas as sentenças que expressam proposições. As
sentenças declarativas, interrogativas e contraditórias são impossibilitadas de serem
reconhecidas enquanto declarativas. A sentença “hoje estou apaixonado!” ou a
pergunta “que horas são?” expressam algo, exceto a condição de serem verdadeiras
ou falsas. No caso, “José é brasileiro e José não é brasileiro”, eis uma proposição
contraditória, também impossível de ser plenamente verdadeira, dado que ela pode
ser considerada verdadeira apenas enquanto circunstancial, ou seja, contingentemente.
Há circunstâncias em que ela será verdadeira e outras falsa.
Um argumento, por sua vez, nunca poderá ser chamado de verdadeiro ou falso.
Ao argumento compete denominá-lo como válido ou inválido, legítimo ou ilegítimo,
lógico ou ilógico. Um argumento, como sabemos, é aquilo que se expressa enquanto
conjunto de proposições declarativas. Esse conjunto de proposições enquanto processo
chamamos de inferência e esta analítica é o que interessa ao lógico. Isso quer dizer
que iremos validar o argumento à medida que estudarmos o conjunto das proposições
em seus significados. E já sabemos que um argumento não se expressa através de
apenas uma proposição e nem por um conjunto qualquer de proposições.
Somente há argumento se, e unicamente se, houver as duas estruturas básicas
que são as premissas e conclusão. Um argumento pode ser simples, uma premissa
20 Lógica
e uma conclusão, ou complexo, com várias premissas e uma ou mais conclusões.
Vejamos, a seguir, alguns exemplos de argumentos simples e complexos. O que
distingue um argumento simples de um complexo é apenas o número de conclusões
que cada um conduz. Vejamos, a seguir, o seguinte exemplo:
(01) Todos os que nascem em Tóquio são japoneses e quem nasce no Japão é japonês.
Xuy nasceu em Tóquio. Logo, Xuy é japonês.
(02) Contudo, Xuy é filho de um diplomata estrangeiro e todos os filhos de diplomatas
têm a nacionalidade do país de origem de seus pais. Logo, Xuy não é japonês.
Todos os que nascem em Tóquio são japoneses e quem nasce no Japão é japonês
Xuy nasceu em Tóquio
Xuy é japonês.
Xuy é filho de um diplomata estrangeiro.
Todos os filhos de diplomatas têm a nacionalidade do país de origem de seus pais.
Logo, Xuy não é japonês.
Lógica 21
tão somente à causa de tudo, mas também, aquilo que é verdadeiro. Ora, o que é
verdadeiro é alcançado através de um conjunto de princípios dedutivos que explica
tudo o que existe. Mesmo percebendo diversas variabilidades do uso dedutivo
entre esses períodos é perceptível notar que compete à lógica definir essas leis do
pensamento para se alcançar a alétheia, ou seja, a verdade e a causa de tudo.
1. X = {x, y, z, x1, x2,..., y1, y2,..., z1, z2,...} é um conjunto enumerável de variáveis;
2. ∑C = {a, b, c, a1, a2,..., b1, b2,..., c1, c2,...} é um conjunto de símbolos chamados de
constantes;
3. ∑F = {F1, F2,...} é um conjunto de símbolos ditos sinais funcionais;
4. ∑R = {R1, R2,...} é um conjunto de símbolos ditos sinais relacionais ou predicativos;
5. ∑L = {¬, ∧, ∨, →, ↔, ∀, ∃ } é o conjunto de símbolos ditos sinais lógicos;
6. ∑P = {(,),,} é o conjunto de símbolos de pontuação.
22 Lógica
Entre os campos vigentes encontramos a lógica combinatória, uma notação
introduzida por Moisés Schönfinkel (1889-1942) e Haskell Curry (1900-1982) para
eliminar a necessidade de variáveis em lógica matemática. Essa lógica vem sendo mais
usada recentemente na Ciência da Computação como um modelo de computação e
como base para o desenvolvimento de linguagens de programação funcionais. Ela é
baseada em combinadores, funções de ordem superior somente usam aplicações de
funções e outros combinadores para definir um resultado a partir de seus parâmetros.
Outro segmento da lógica contemporânea denomina-se modal, a lógica modal
se refere a qualquer sistema de lógica formal que procure lidar com modalidades
(tratar de modos quanto a tempo, possibilidade, probabilidade etc.). Tradicionalmente,
as modalidades mais comuns são possibilidade e necessidade. Lógicas para lidar
com outros termos relacionados, como probabilidade, eventualidade, padronização,
poder, são, por extensão, também chamadas de lógicas modais, já que elas podem
ser tratadas de maneira similar.
Uma lógica modal formal representa modalidades usando operadores modais.
Por exemplo, “Era possível o assassinato de Arnaldo” e “Arnaldo foi possivelmente
assassinado” são exemplos que contêm a noção de possibilidade. Formalmente, essa
noção é tratada como o operador modal Possível, aplicado à sentença “Arnaldo foi
assassinado”. Normalmente os operadores modais básicos unários são escritos como
(ou L) para Necessário e ◊ (ou M) para Possível. Nas lógicas modais clássicas, cada
um pode ser expresso em função do outro e da negação:
◊A ≡ ¬ ¬ A
A≡¬◊¬A
Lógica 23
primeiro momento, o processo da linguagem e a semiótica. Num segundo, a teoria
dos signos e, finalmente, os três campos da semiose.
Saiba mais
24 Lógica
humana. De acordo com isso, usa-se um nome (ou palavra) na medida em que ele se
insere dentro dos princípios da entidade linguística, ou seja, “carro” é uma palavra
que gramaticalmente é um substantivo masculino, possui cinco letras e duas sílabas.
Observa-se, aqui, que, enquanto uso, a palavra “carro” é norteadora para que se possa
referir o objeto (produto, no caso, o “carro”).
Por outro lado, se menciona o objeto referido na medida em que se utiliza um
conjunto de palavras diferentes da restrita denominação gramatical. Neste sentido,
quando algo é mencionado se promove uma alusão, ou seja, uma referência indireta
se comparada ao uso de uma palavra. Deste modo, obtém-se a constatação de que
sempre que uma palavra é mencionada aludindo a algo, considera-se o seu significado
na dimensão não-linguística. A rigor, a menção é um conjunto de predicações (que
envolvem indubitavelmente também o manuseio de nomes, palavras) que são sempre
dadas quando se deseja dizer algo a propósito daquilo a que se está referindo.
Nesse sentido, não podem ocorrer confusões entre o uso (significado da palavra em
sua dimensão gramatical) e a menção (conjunto de nomes que são diferentes, se
comparados ao uso, do objeto que se menciona).
Já no que diz respeito à prática de distinção entre o uso e menção constata-se
que, quando um nome é usado, ele é colocado sempre entre aspas e, ao contrário,
retiramo-las quando ele é mencionado.
A partir dessa constatação, vejamos os seguintes enunciados:
a) O carro tem quatro pneus e é um veículo confortável de locomoção.
b) “Carro” tem cinco letras, duas sílabas e é um substantivo masculino.
Lógica 25
Todavia, o estudo dos signos tornou-se muito relevante a partir de Charles
Sardes Peirce (1839-1924), não ignorando a contribuição de G. Frege (1848-1925)
que desenvolveu a lógica na dimensão da semiótica ou na doutrina dos signos. Peirce
diz que um signo, ou representamen, é algo que, sob certo aspecto, de algum modo
representa alguma coisa para alguém, dirige-se a alguém, isto é, cria-se na mente
dessa pessoa um signo equivalente ou talvez um signo melhor desenvolvido. Não cabe
aqui deliberar sobre a tricotomia dos signos Ícone, Indicador e Símbolo, nem as suas
divisões Quali-signo, Sin-signo e Legi-signo. Basta lembrar, conforme afirma G. Reali
(1991, p.683),
3.3.1 Sintaxe
Pode-se dizer que a sintaxe é um estudo da relação dos signos com os próprios
signos, isto é, consiste num estudo de análise da associação em que ocorre entre os
termos da linguagem. Assim, uma análise de regras sintáticas diz respeito a um estudo
da composição das palavras. Essa composição das palavras é encontrada usualmente
na dimensão gramatical, ou seja, na estrutura gramatical da língua identifica-se o
estudo dos signos e as relações entre os mesmos.
Verifica-se na estrutura gramatical da língua a existência de duas classes que
são chamadas regras de formação e regras de transformação. As regras de formação
têm a função de agrupar os diversos termos da proposição. Essa ordenação dos termos
26 Lógica
que ocorre mediante o exame de sujeito, predicado, verbo, adjetivo, pronome, pontos,
parênteses etc. chama-se frase. Com isso, as regras de formação objetivam constituir
ordenadamente um conjunto de termos a fim de estruturar uma frase. Já as regras
de transformação dizem respeito ao vínculo possível de uma frase com outras, ou
seja, visam estabelecer o relacionamento possível entre as frases. Pode-se dizer que
as duas classes de regras remetem à análise de como os signos são combinados entre
si na língua e ambas podem ser agrupadas numa única, a saber, a classe das regras
sintáticas.
Nesse sentido, admite-se que a abstração sintática prescreve a necessidade
de referir-se à linguagem como se ela fosse um cálculo matemático, visto que os
significados dos termos mantém uma relação efetivamente exata e precisa com os
demais termos. Identifica-se, por exemplo, esta composição sintática dos termos nos
textos de linguagem científica. Nele, os termos são dinamizados numa composição
formal cuidadosa e ganham significados à medida que se fixam no estudo gramatical
ou técnico da linguagem.
Portanto, a sintaxe está interessada exclusivamente na relação dos signos e
esta relação dos signos implica na observação de regras sintáticas. Ou seja, a sintaxe
implica na análise da relação existente entre os próprios signos da língua mediante
normas que garantem a disposição formal da língua. Esta disposição formal depende
das regras sintáticas que estabelecem as relações entre os signos.
3.3.2 Semântica
Lógica 27
As regras semânticas possuem a dependência das regras sintáticas, na medida
em que dependem do estudo formal da linguagem. Por isso, quando se realiza o
estudo da relação entre os signos e seus objetos, pressupõe-se que a sintaxe esteja,
rigorosamente, desenvolvida, uma vez que não haveria como se referir tanto a signos
quanto a objetos se a sintaxe estivesse desprovida de uma articulação eficiente.
Porém, a semântica se diferencia da sintaxe no momento em que, além de realizar
o estudo das relações entre os signos, investiga a projeção e a relação ao mundo
exterior. Se, todavia, formula-se este princípio de vinculação ao mundo exterior como
verdadeiro, então se deve consentir que essas regras informem a respeito de algo
que não as próprias palavras (signos) e, desse modo, a semântica é erigida no plano
extralinguístico, uma vez que ela não é utilizada meramente no plano da estrutura
gramatical da língua.
De acordo com isso, parece oportuno admitir que as regras semânticas sejam
aplicadas no momento em que se procura informar alguma circunstância que
contenha, no enunciado, designação (vinculação) ao mundo exterior. Obviamente,
para elaborar esse enunciado ocupam-se certos termos (signo) linguísticos e esses
informam a respeito de algo extralinguístico. Observe o seguinte exemplo:
“Esta loja só fecha aos domingos.”
Esse enunciado informa algo, a saber, que uma determinada loja fica aberta
todos os dias da semana, exceto aos domingos. Os signos (palavras) utilizados no
enunciado expressam uma informação a respeito de algo, este algo evoca a existência
de uma realidade exterior àquela que incide, unicamente, na linguagem estritamente
sintática.
Por conseguinte, as palavras no uso semântico não se restringem a uma
abordagem sintática, gramatical ou de conotação formal técnica, mas, sim, presta-se
para designar algo que incorpore uma informação acerca do mundo exterior. O termo
“Aristóteles”, por exemplo, designa a existência passada de um sujeito (filósofo que
nasceu em Estagira, em 384 a.C.) inserido na história da filosofia grega. Jamais, no
caso, pode-se denotar o termo “Aristóteles”, visto que o signo realmente não existe,
porém, semanticamente aplica-se esse signo à condição de designata, dado que é
possível explicá-lo através das propriedades (características mediatas) conduzidas
pelos signos. Deste modo, o termo “Aristóteles” semanticamente não se limita, por
exemplo, a confirmá-lo sintaticamente como um termo singular, um nome próprio
masculino.
3.3.3 Pragmática
28 Lógica
enquanto sinônimo de um processo de comportamento. Nesse aspecto, a semântica
assemelha-se à pragmática, visto que, em ambas as regras, o hábito estabelece relações
com os intérpretes. Os intérpretes, ao utilizarem signos, o fazem a partir de certas
circunstâncias, a partir daquilo que, através do hábito, definem ser verdadeiro. Em
síntese, os signos são verdadeiros ao se vincular com os interesses e expectativas de
seus intérpretes que, por sua vez, são regulados pelo hábito.
Com efeito, se a semântica pressupõe a sintaxe, deve-se afirmar que a
pragmática pressupõe tanto a sintaxe quanto a semântica. Seria inconcebível analisar
a relação dos signos com seus intérpretes se antes não houvesse o estudo da relação
dos signos entre si, bem como as condições de aplicabilidade dos signos a um objeto
ou a uma situação. É fundamental, sobretudo, sublinhar que tanto a sintaxe quanto
a semântica, quando utilizam as suas regras, registram um tipo de comportamento e,
de acordo com isso, é inevitável admitir que em todas as regras haja a determinação
pragmática. Vejamos, por exemplo, esta frase:
“Aquele cavalo branco corre lentamente.”
Se o objetivo da frase fosse descobrir qual é o signo dominante e quais são os
signos indicadores e caracterizadores, poderia ser escolhido o termo “corre” como
dominante; “cavalo” como remetimento a casos singulares de “corre lentamente”;
“branco” como a sua qualidade e “aquele” seria o signo indicador para aplicar o signo
dominante. Contudo, vale salientar nesse exemplo que o signo dominante poderia ser
“cavalo”. Essa outra opção seria garantida mediante uma nova relação (determinada
por uma nova acepção comportamentalista) dos signos com o intérprete, isto é, a
relação pragmática poderia modificar a estrutura sintática. A informação contida nesta
frase poderia, por exemplo, ter um vínculo modificado de aplicabilidade aos sujeitos,
já que essas informações podem provocar interesses diferenciados daqueles que irão
agir em conformidade com a informação.
Desse modo, admite-se que a própria estrutura sintática de uma linguagem
é examinada mediante as considerações pragmáticas adjacentes, ou seja, a função
pragmática dos signos evoca alternância na própria estrutura sintática da linguagem.
Constata-se, assim, que os dois conjuntos de regras, a saber, sintático e semântico,
são sempre constituídos posteriormente a uma experimentação com os usuários.
Ou seja, mesmo que ambas as regras se sustentem formalmente, elas derivam, num
primeiro momento, do plano pragmático.
Assim sendo, quando essas regras são agrupadas num primeiro momento, antes
de passar ao exame sintático e semântico, elas passam pelo crivo do experimento de
algum usuário, e isso implica admitir que o primeiro exame das regras pertencesse
ao plano pragmático.
O estudo desse campo é pertinente para que possamos perceber que a
linguagem não pode ser expressa meramente no âmbito da sintaxe, o que muitos
lógicos admitem como correto. A linguagem quando ultrapassa essa dimensão de
signo-signo, ou de uma composição rigorosamente formal e declina para o âmbito
signo-pessoa, signo-contexto e signo-realidades se torna muito mais complexa, rica
e envolvente.
Lógica 29
Síntese
REFERÊNCIAS
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Anotações
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32 Lógica
Unidade 2
Objeto, Divisão e Princípios da Lógica
Objetivo:
• Inserir o estudante no campo da abstração da linguagem, bem como apresentar
os principais princípios lógicos.
Conteúdo programático:
• Noções sobre a lógica formal e material;
• Estudo sobre o argumento;
• Princípios de identidade, não-contradição e terceiro excluído.
Faça aqui seu planejamento de estudos
34 Lógica
1 INTRODUÇÃO
Lógica 35
A mesma dimensão se apresenta na lógica, dado que existem diferentes
concepções que estudam diferentes objetos. O ponto de vista que estuda a lógica
clássica tem a pretensão de alcançar a essência da natureza, da physis, e, nesse
sentido, chama-se objeto formal a lógica aristotélica, ela estuda no mesmo campo
da ciência, da metafísica ou da filosofia, o que equivale dizer que a ciência clássica se
caracteriza enquanto formal, o que é possível de se encontrar naquilo que Platão tenha
como alusão à ciência, ou seja, prevalecia na filosofia de Platão o distanciamento ao
conhecimento falso que os sentidos poderiam conduzir e se postulava o mundo das
ideias.
Podemos observar que o mundo das ideias é erigido através da racionalidade e
se apresenta enquanto forma. A ideia é aquilo que “é” (o estudo do Ser) como forma,
modelo, paradigma. E a ciência, assim como a lógica, terá como objeto de estudo a
pretensão de alcançar o conhecimento do mundo, denominado de cosmos na Grécia,
pelo estudo causal do ser, através de suas formas.
Como já dissemos, caro estudante, os objetos podem ser alterados e, nesse
ponto, a lógica também tem por remetimento o objeto material. Se, por um lado,
ocupamo-nos de um estudo predominantemente simbólico e formal, de outro, há de
se convir que o objeto material também seja exercitado. Na lógica, o objeto material
que se tem por remetimento é o pensamento.
A materialidade do lógico é o “todo” que se expressa, a saber, o pensamento.
Isso pode ocasionar um pequeno ofuscamento no nosso estudo, afinal como pode o
pensamento ser objeto material? Ora, é conveniente lembrar que nem toda a ciência
tem por objeto de estudo aquilo que se demonstra enquanto verdade empiricamente.
A empiria é uma das correntes da ciência que tem por objetivo demonstrar e provar o
conhecimento através daquilo que se passa e é capturado pelas sensações e sentidos
externos. Entretanto, existem outras correntes que não se ocupam apenas da empiria,
mas daquilo que é meramente abstrato. Este campo, por exemplo, é o da filosofia,
que tem por objeto nodal o pensar crítico. E a lógica também é regida pela mesma
dimensão e como se percebe a palavra lógica nos remete a, pelo menos, dois campos
de objeto de estudo: o formal e o material.
Observamos, desta forma, que o formal apresenta pelo menos dois sentidos,
uma vez formal significa aquilo que se apresenta enquanto mera operacionalidade
do pensamento, outra vez significa o ponto de vista abordado.
Em suma, na definição da lógica, o objeto material posto para estudar é o
pensamento. O objeto formal, ou ponto de vista, é o aspecto meramente formal da
operacionalidade, ou seja, ao pensamento, sem julgar o conteúdo pensado. E toda a
vez que tivermos mudança no objeto formal, teremos uma nova concepção de ciência.
Especificamente na ciência a função da lógica é aplicar os objetos coerentemente de
tal modo que resultem em um sistema, órganum ou teoria científica. Acrescenta-
se a esta expectativa que aquilo que se realiza no pensamento denominamos de
conexões lógicas. Percebemos que o pensamento se dá por intermédio de conexões
que os objetos apresentam entre si e chamamos de conexões lógicas e igualmente
de inferência.
36 Lógica
Como descrito anteriormente, o estudo da lógica visa identificar e discernir os
diversos tipos de raciocínios que são realizados na ciência, bem como no arguir do
cotidiano. Essas operações distintas declinam para o reconhecimento de um conceito
científico e de sua forma de variabilidade significativa. Num permanente progresso
esta atividade consegue então determinar como opera um conceito, como se estrutura
um juízo ou ainda um raciocínio.
Efetivamente, a ciência da lógica consegue por isso afirmar que todo o
conhecimento que é erigido enquanto ciência, desde que formal, abstrato e modal,
oferece apenas uma imagem do objeto. A imagem do objeto é, por exemplo, aquilo
que elaboramos através de um conceito a uma determinada palavra. Justiça, no caso,
nos remete a uma imagem de justiça que reconhecemos se, e somente se, houver
uma flexão lógica.
De fato, a forma conduzirá aquilo que significa o objeto que no nosso exemplo
é extremamente complexo e abstrato. À medida que alcançarmos o conceito de justiça
temos que lembrar que este juízo somente foi alcançado através de um conjunto
de outros conceitos e juízos, isto é, unir os conceitos e juízos sobre determinado
significado analisando como ele se compõe entre si, eis também o propósito objetal
da lógica.
Vamos, caro estudante, observar este exemplo de justiça retirado do blog
conceito.justiça,
Lógica 37
Saiba mais
38 Lógica
Todo X é P
Algum P é R
Logo, algum X é R
Lógica 39
tradicionais. A isso denominamos de estudo pré-lógico, no qual procura-se verificar
quais são as deficiências primárias no uso de uma determinada linguagem ou de
que forma o seu significado se distancia do rigor científico, bem como da sabedoria
filosófica.
Exemplo
Um exemplo para você refletir: Uma pessoa, por exemplo, pode afirmar a seguinte
proposição: “A vida é como uma espiral e não como uma linha reta. Passado e futuro
se encontram em um infinito presente”. O que ela afirma com essa proposição em seu
significado? O que significa a palavra espiral e qual é o significado que atribuímos a
esse termo?
40 Lógica
Na segunda,
Lógica 41
Já no quesito de princípios observamos que costumeiramente são utilizados
três, conforme a classificação a seguir. A origem do debate sobre os princípios da
lógica ocorreu na Grécia, conforme pesquisa realizada no blog Lógicanet:
Foi Aristóteles que forneceu os princípios básicos da lógica, que são percebidos
intuitivamente. Esses princípios são formais, pois não se referem aos objetos e
nem aos conteúdos pensados, mas apenas dizem como devemos pensar. São
as formas necessárias e universais do pensamento. Todos os seres humanos
quando pensam seguem esses princípios. Eles são anteriores a qualquer
raciocínio. (LÓGICANET, 2011)
Desta maneira, entre um ser que é uma garrafa e um ser que não é uma garrafa,
não existe terceira possibilidade ou meio termo: não existe “mediogarrafa” → esta 3ª
hipótese está excluída.
Aristóteles, ocupado com o emprego fragilizado do discurso sofístico conforme
já observamos, lembra: “Quem diz de uma coisa que é ou que não é, ou dirá o
verdadeiro ou dirá o falso. Mas se existisse um termo médio entre os dois contraditórios
42 Lógica
nem do ser nem do não ser poder-se-ia dizer que é ou que não é” (METAFÍSICA, ┌7,
1011 b 28-30).
Como descrito anteriormente, poderíamos esgotar a nossa análise nesses
três princípios mais usuais da lógica. Vamos, entretanto, seguir com uma exposição
de outro princípio denominado de proposições categóricas. Em verdade, não é um
princípio propriamente dito, mas são as proposições categóricas que permitem validar
o anteriormente exposto. Então, vamos estudar de que modo elas se apresentam
enquanto função desses três princípios.
As proposições categóricas são aquelas que interessam exclusivamente a um
tipo de argumento, a saber, argumento silogístico. O argumento silogístico sempre
possui apenas três proposições categóricas, sendo duas funcionando como premissas
e uma como conclusão. Toda a proposição categórica é elaborada apenas com dois
termos, denominados maior e menor, e um termo médio que tem a função de unir
as duas premissas. Vejamos,
Todo homem é mortal
Certo mortal é valente
Certo homem é valente
Lógica 43
Os termos quantificadores informam a quantidade a que se refere a proposição,
a saber, se ela será universal ou particular. Costumeiramente encontra-se no início
da proposição, antes do sujeito. Os termos todos, qualquer e nenhum implicam em
universalização, enquanto alguns, certos ou um nome próprio em singularidades,
particularidades.
Os termos qualificadores informam se a proposição categórica é afirmativa ou
negativa e costumeiramente se encontra enquanto cópula, verbo de ligação entre o
sujeito e o predicado da proposição. Assim, quando o termo quantificador afirma
algo sobre o predicado, ela se inscreve enquanto categórica afirmativa (universal ou
particular) e quando nega o predicado, será universal ou particular negativa. Os termos
quantificados e qualificadores são importantes na análise da forma do silogismo,
dado que é através deles que imediatamente estabelecemos a leitura figurativa. E
nem sempre as proposições aparecem explicitamente com os termos quantificadores
e qualificadores, como: “[todos] peixes são animais pecilotérmicos” (Pecilotérmico
significa que a temperatura do seu corpo varia de acordo com o ambiente).
Vamos a alguns exemplos:
Ainda, é bom saber que as proposições em que o sujeito consiste em um nome
próprio, como “Mariana é mortal”, são chamadas de proposições singulares.
Muito importante é saber como devemos usar as frases, as proposições na
elaboração dos argumentos para que tenhamos o raciocínio correto. Nesse sentido,
um ponto a ser investigado é as relações que assumem as proposições categóricas
entre si. São essas relações que poderão auxiliar na identificação das correções ou
incorreções argumentativas. Muitas vezes afirmamos que uma pessoa é contraditória,
mas, afinal, no que consiste a contradição? Quando é possível afirmar que uma pessoa
está em contrariedade a algo? Nesse sentido, o estudo das relações que se apresentam
entre as proposições categóricas nos auxiliam, e muito! Elas se estruturam a partir
das seguintes variáveis: oposições, contradições, contrariedades, subalternidade e
subcontrariedade.
As proposições de oposições se estabelecem entre proposições de modos
distintos, mas com os mesmos termos nas mesmas posições de sujeito e predicado.
Nesse sentido, alteram-se apenas os termos quantificadores de cada proposição e ela é
caracterizada como a afirmação e a negação da identidade do predicado e do sujeito,
também chamada afirmação e negação do mesmo predicado relativamente ao mesmo
sujeito. Exemplo: Dadas as proposições “Todo homem é mortal” (A), “Nenhum homem
é mortal” (E), “Algum(ns) homems(ns) é(são) mortais(s)” (I), “Algum(ns) homem(ns)
44 Lógica
não é(são) mortal(s)” (O), o valor (verdadeiro ou falso) de qualquer uma determina o
valor das demais dentro do mesmo contexto.
Ora, se a oposição nas proposições categóricas define-se como a afirmação
e a negação da identidade do predicado e do sujeito, também chamada afirmação
e negação do mesmo predicado relativamente ao mesmo sujeito, então é possível
identificar várias classes de oposição lógica entre as proposições. Assim, exemplo de
oposição de proposições é a que existe entre a proposição “algum homem é mortal”
e “não é verdade que algum homem seja mortal”.
Porventura, duas proposições são contrárias quando ambas não podem ser
verdadeiras, mas ambas podem ser falsas. No caso, sempre afirmando: temos que
ter o mesmo sujeito e o mesmo predicado nas duas proposições e é bem fácil de
memorizar quais são as relações contrárias:
Universais Afirmativas (A) e Universais Negativas (E) são contrárias.
Exemplos:
“Todos os homens são mortais” e “Nenhum homem é mortal” não podem ser ambas
verdadeiras. Entretanto, “Todos os homens são brancos” e “Nenhum homem é branco”
podem ser ambas falsas.
As proposições subcontrárias são aquelas que não podem ambas ser falsas,
mas podem ser verdadeiras. São as consideradas duas proposições inferiores da forma
silogística, como veremos logo a seguir, pois estão na parte inferior da representação
e significam as proposições particulares (não-universais). Portanto, são proposições
subcontrárias às Particulares Afirmativas (I) e Particulares Negativas (O).
Exemplos:
“Alguns homens são asiáticos” (I) e “alguns homens não são asiáticos” (O) podem ser
ambas verdadeiras, mas não podem ser ambas falsas.
No nosso exemplo padrão “alguns homens são mortais”(I) e “certos homens não são
mortais”(O) ocasiona a mesma declaração valorativa.
As duas proposições são contraditórias quando elas nunca podem ser ambas
verdadeiras ou ambas falsas. Esse é um dos erros mais comuns que verificamos em
diversos argumentos do nosso cotidiano, em especial, quando escutamos o discurso
de um político, de um demagogo ou de um sofista.
Essas proposições quase não são perceptíveis, pois em geral se apresentam
distanciadas uma das outras. Alguém afirma, por exemplo: “Todos os alunos da
escola serão beneficiados com bolsa” e depois de algum hiato retoma: “mas, somente
aqueles que estiverem habilitados em todos os critérios de carência”. Ora, como
Lógica 45
pode ser verdadeira a primeira proposição e a segunda? A resposta é: não pode, pois
são contraditórias! Assim, as proposições denominadas Universais Afirmativas (A) e
Particulares Negativas (O) são contraditórias. Universais Negativas (E) e Particulares
Afirmativas (I) são contraditórias.
Exemplos:
Exemplos:
Se “todos os homens são mortais” (A) é verdadeira, então, “alguns homens são mortais”
(I) é verdadeira. Ou:
Se “nenhum mamífero é invertebrado” (E) é verdadeira, então, “alguns mamíferos não
são invertebrados” é verdadeira.
Se “alguns triângulos são círculos” é falsa, então, “todos os triângulos são círculos” é
falsa.
Se “alguns insetos não são artrópodes” (O) é falsa, então, “nenhum inseto é artrópode”
(E) é falsa.
46 Lógica
Figura 1 - Quadrado lógico (Estas são as principais regras que figuram as relações das
proposições categóricas e foram originadas através da lógica de Aristóteles)
contrárias
A E
subalternas
subalternas
I subcontrárias O
Fonte: LógicaNet (2007).
Síntese
REFERÊNCIAS
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Anotações
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Unidade 3
Analítica Formal do Juízo e do Raciocínio
Objetivo:
• Instruir o aluno ao saber transcedental, levando em consideração os pressupostos
da filosofia kantiana;
• Esclarecer como se elaboram os modos de juízos e quais são as suas
aproximações com os conceitos.
Conteúdo programático:
• Estrutura de um juízo;
• Juízo, ideia e conceito;
• Juízo sintético e analítico em Kant.
Faça aqui seu planejamento de estudos
52 Lógica
1 INTRODUÇÃO
Reflita
Essa “revolução” teve influência de vários autores, como Frege Bertrand Russell e
Wittgenstein, bem como ao idealismo alemão, do positivismo lógico e do denominado
Círculo de Viena, todos ocupados em erigir um método de análise do significado das
proposições da ciência, ou ainda de autores como Peter Frederick Strawson (23 de
novembro de 1919 - 13 de fevereiro de 2006), um filósofo associado com movimento
da filosofia da linguagem, dentro da filosofia analítica se tornou conhecido com
o seu artigo “On Referring” (1950), uma crítica a Bertrand Russell e sua teoria das
descrições definidas. É também conhecido pela reconstrução analítica dos argumentos
de Immanuel Kant na “Crítica da Razão Pura”, e pela defesa de uma reabilitação da
metafísica como disciplina filosófica.
Já partir de meados do século XX, mais uma vez sob a forte influência de
estudos advindos do campo da Lógica, dessa vez especificamente da lógica modal,
houve uma retomada, por parte dos filósofos analíticos, de questões metafísicas e
epistemológicas, tal como tradicionalmente concebidas. Assim, a partir de alguns
escritos seminais de autores como Saul Kripke, Hilary Putnam e Tyler Burge, passou-se
mais uma vez a tematizar assuntos, tais como o da relação entre o sujeito e o mundo
ou, mais especificamente, entre o sujeito e seu ambiente físico e social, condições de
identidade de objetos através de mundos possíveis. Nascia, assim, a chamada filosofia
analítica.
Lógica 53
Essa declinação da lógica para a analítica formal do juízo contemporânea, não
está cindida da lógica geral ou então da lógica formal incitada até este período de
eclipse da razão. Podemos dizer que aquilo que cuidou a lógica geral passa agora a ser
examinado com vistas a um conhecimento mais específico deste operar do raciocício
que dialoga entre objeto, sujeito e predicado.
Isso produz um novo momento do conhecimento e também das faculdades
do juízo humano. Observaremos a seguir, introdutoriamente, duas direções de uma
analítica formal do juízo. Na primeira, reportamos à área meramente formal. Na
segunda, a um gigante da filosofia contemporânea, Immanuel Kant.
2 JUÍZO E FORMA
[…] entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou negação entre duas
ideias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, por exemplo, que ‘este livro é de
filosofia’, acabamos de formular um juízo (2011, p.25).
54 Lógica
desta segunda operação mental, frente à primeira operação mental (o
conceito) e frente à terceira operação mental (o raciocínio). Já os extremos
(sujeito e predicado), ainda que também se estabeleçam como elementos
essenciais do juízo, comparecem apenas como matéria determinada pela
referida afirmação. Por isso não se começa o estudo da natureza da proposição
pelo predicado e pelo sujeito, mas pelo exame da cópula verbal, à qual
pertence fundamentalmente definir o juízo, como a forma que dá a espécie
ao gênero. (ENCICLOPÉDIA SIMPOZIO, 1997).
Julgar é um dote tão próprio do homem, como o latir e o acuar são uma
prerrogativa de todo cão, seu melhor amigo. Assim sendo, importa aprender
a lógica do juízo, para exercer com elegante segurança o que é tão próprio
do ser humano.
Lógica 55
final. Essa acepção ainda pode ser atribuída à dimensão religiosa que implica na
significação de jurar, invocando algo maior enquanto divindade como pessoa superior
ou coisa sagrada, Deus.
Portanto, quando elaboramos um juízo, isso implica em seguir um caminho que
se eleva ao campo da validade dos conteúdos afirmados nas diversas áreas científicas.
Na forma mais direta, os juízos imprimem a força da discussão das diferentes validades
de saberes científicos, visto que ele aprecia o vasto campo epistemológico do saber.
Se a evidência, a verdade e a certeza dos juízos são constituintes dos conceitos, das
ideias e do pensar, então é possível afirmar que as propriedades do juízo, enquanto
elaboração de linguagem, podem atender à sua diversificação e classificação no
conhecimento científico.
Kant achou que o velho racionalismo dogmático havia dado muita ênfase
aos elementos a priori do conhecimento e que, por outro lado, a filosofia
empírica de Hume tinha ido muito longe quando reduziu todo conhecimento
a elementos empíricos ou a posteriori. Portanto, ele se propõe passar o
conhecimento em revista em ordem a determinar quanto dele deve ser
consignado aos fatores a priori ou estritamente racionais, e quanto aos fatores
a posteri resultantes da experiência. Ele mesmo afirmava que o negócio da
filosofia é responder a três questões: O que eu sei? O que devo fazer? O que
devo esperar? No entanto, as respostas para a segunda e terceira perguntas
dependem da resposta para a primeira: nosso dever e nosso destino podem
ser determinados somente depois de um profundo estudo do conhecimento
humano.
56 Lógica
Denomino transcendental todo o conhecimento que em geral se ocupa não
tanto com os objetos, mas com nosso modo de conhecimento de objetos na
medida em que este deve ser possível a priori. Um sistema de tais conceitos
denominar-se-ia filosofia transcendental. (COBRA, S.d).
Nele é possível fazer juízos sintéticos a priori e, para isso, ele introduz um
conceito novo na metafísica: o de intuição sensível.
Afirma, ainda, Rubem Queiroz Cobra (S.d):
Lógica 57
Já os juízos sintéticos são a posteriori, ocorrem depois da experiência sensível
do objeto. Neste tipo de juízo o predicado não está contido no sujeito, mas relaciona-
se a ele por uma síntese. Esta, porém, é sempre particular ou empírica, não sendo
universal e necessária, portanto, não servem para a ciência. Exemplo: “Aquela casa é
verde”.
Por último, existem os juízos sintéticos a priori. Este é o enigma e o ponto de
partida de toda a filosofia transcedental de Kant. Esses são juízos em que também o
predicado não é extraído do sujeito, mas que pela experiência forma-se como algo
novo, construído. No entanto, essa construção deve permitir ou antever a possibilidade
da repetição da experiência, isto é, a aprioridade, entendida como a possibilidade
formal de construção fenomênica, que permite a universalidade e a necessidade dos
juízos.
A experiência aqui não é a mera deposição de fenômenos na mente em razão
da sequência das percepções, mas sim a organização da mente numa unidade sintética
daquilo que é recebido pela intuição. Isso efetiva-se porque as dimensões de espaço
e tempo não são mais aquisições da experiência, eles são quadros a priori do espírito,
da razão, nos quais a experiência se apresenta. É nesse quadro a priori da experiência,
antes da experiência concreta que se efetiva o entendimento universal e necessário.
Assim, o conhecimento, diz Kant, não é o reflexo do objeto exterior, dado que é o
próprio espírito humano que o constrói, com os dados do conhecimento sensível, o
objeto do seu saber.
Naturalmente que estamos apresentando aqui um esboço da filosofia
transcedental de Immanuel Kant. A análise meticulosa sobre os juízos kantianos exige
uma profunda dedicação e o acompanhamento dos diversos embates que ocorreram na
filosofia moderna e contemporânea, realizar isso neste texto não é o nosso propósito.
O que desejamos apresentar é apenas uma das variáveis da analítica formal do juízo,
no momento, os juízos analíticos e sintéticos.
Às vezes, o campo biográfico de um autor é também relevante para a
compreensão da teoria propriamente dita. Nessa situação, o nosso “gigante da filosofia
contemporânea” apresentou novas formas de conhecimento e entendimento (um
pensar sobre o fenômeno) que são estudadas exaustivamente nas teses de doutorado
e dissertações de mestrado. Entretanto, Kant possuía hábitos incomuns e curiosos,
ele nasceu, estudou, lecionou e morreu em Koenigsberg, sua cidade natal, e nunca
deixou essa grande cidade da Prússia Oriental, cidade universitária e também centro
comercial muito ativo para onde afluíam homens de nacionalidade diversa: poloneses,
ingleses, holandeses. Sua vida foi austera e regular como um relógio, pois se levantava
às cinco horas da manhã, fosse inverno ou verão, deitava-se todas as noites às dez
horas e seguia o mesmo itinerário para ir de sua casa à Universidade, parece que
Kant contraria a sua rotina bucólica: ele segue sendo o filósofo mais lido e conhecido
universalmente da atualidade!
Assim, prezado estudante, vamos agora para a última parte da nossa análise
sobre a lógica, que consiste no estudo do conjunto e álgebra booleana. Resumidamente,
convém recapitular os nossos passos já realizados, até então. Primeiramente realizamos
uma apresentação da lógica do ponto de vista conceitual e histórico e vimos que a
58 Lógica
lógica se apresenta enquanto divisão aproximadamente, tal como ocorre com a história
da civilização ocidental. Os objetos e os princípios da lógica em seus remetimentos
formais e materiais, sintático, semântico e pragmático foram apresentados, assim como
a lógica simbólica. Depois, realizamos uma apresentação sobre a composição formal
dos juízos através de duas dimensões, uma formal e a outra na perspectiva kantiana.
O que é relevante disso tudo é reafirmar que a lógica é uma forma de condução do
raciocínio que procura corrigir aquilo que se apresenta equivocadamente, seja no
âmbito formal, seja no material, distinguindo o raciocínio correto do incorreto, válido
do inválido.
Uma última observação: a análise dos termos, das palavras e dos nomes, visando
uma boa formulação de raciocínios, já foi cenário de diversos palcos, inclusive no
período medieval. Na transição da época medieval para a moderna, o fundamento do
discurso e do raciocínio ocorre mediante o uso adequado dos nomes. Os nominalistas,
por exemplo, se ocupam com um novo modo de expressão do conhecimento que
se caracteriza pela lógica, denominada por William de Ockham (1290-1349) de
“proposicionalismo realista”. Nela, o conhecimento se infere pelo princípio de intuição
sensível das coisas, já os termos de conotação universal carecem de uma realidade
particular, constituindo-se como uma intenção da alma.
Reflita
Lógica 59
Síntese
REFERÊNCIAS
GREGÓRIO, S. Biági. Noções de Lógica. São Paulo: Clube dos Autores, 2011.
60 Lógica
Anotações
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Lógica 61
Anotações
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62 Lógica
Unidade 4
Conjunto e Álgebra Booleana
Objetivo:
• Inserir o estudante à linguagem simbólica utilizada especialmente em programas
eletrônicos e virtuais.
Conteúdo programático:
• Álgebra booleana e o contexto histórico;
• Operadores, postulados, propriedades e funções binárias da álgebra.
Faça aqui seu planejamento de estudos
64 Lógica
INTRODUÇÃO
Uma variável booleana representa um dígito binário, ou seja, só pode ter os valores
0 ou 1. No conceito matemático, o domínio dessa variável pode ser definido como o
conjunto:
B = {0, 1}.
Lógica 65
São comuns, para os valores 0 e 1, as designações falso e verdadeiro, respectivamente.
Nos circuitos digitais, o “zero” representa uma correnta aberta, isto é, não energizada
e o “um” representa uma corrente fechada, isto energizada.
Na representação de um caracter, letra, número, operador matemático ou acentos
nas ciências da informação ou computação, as variáveis booleanas são usadas para
manipulação destes sinais. Por exemplo, nos computadores baseados em oito bits,
são usadas combinações de oito variáveis de zeros e uns para esta representação. Para
representarmos o valor “0” são usados oito bits zero. Observe alguns exemplos de
representação de caracteres em código binário.
0 = 00000000 a = 01000001
1 = 00000001 b = 01000010
2 = 00000010 c = 01000011
3 = 00000011 d = 01000100
A representação destes símbolos é feita com base no sistema binário, como já visto
em disciplinas anteriores.
1 OPERAÇÕES BÁSICAS
1) Operação OU
É similar à adição comum, mas a correspondência não é plena. Símbolo usual é o
mesmo da adição. Exemplo (lê-se X igual a A ou B):
X=A+B
66 Lógica
Assim uma busca poderia ser feita como:
ASSUNTO = “ALGORITMOS” OU “PROGRAMAÇÃO”.
Quadro 1 - Operação OU
ALGORITMOS PROGRAMAÇÃO ALGORITMOS
OU
PROGRAMAÇÃO
NÃO ENCONTRADO VERDADEIRO
VERDADEIRO
FALSO
NÃO ENCONTRADO NÃO ENCONTRADO
Lógica 67
• Títulos editados no ano de 2000.
• Títulos editados no ano de 2005.
• Não encontrados títulos para os anos de 2000 ou 2005.
Observe que uma mesma cidade não pode ser igual a Chapecó e Florianópolis
ao mesmo tempo e, desta forma, temos que utilizar a disjunção. Mesmo assim, o
resultado poderá ser verdadeiro quando houver usuários para Chapecó ou usuários
para Florianópolis.
A disjunção exclusiva implica na independência dos termos da sentença. Assim,
substituindo-se Chapecó por P e Florianópolis por Q, teremos a seguinte tabela verdade
para representar a situação anterior.
Tomemos ainda outro exemplo, como a frase: “Maria cozinha ou Maria toma
banho”. Como podemos observar a presença de uma das alternativas exclui a outra.
Podemos também ver que, a partir da tabela a seguir – “tabela de verdade” ou “tabela
verdade” – as subfórmulas que compõem a sentença (fórmula) “Maria cozinha ou Maria
toma banho” são mutuamente excludentes e podem ser chamadas de complementares,
no sentido de que envolvem todas as possibilidades para a situação em questão.
68 Lógica
Sendo assim, a tabela verdade para a sentença em questão, substuindo-se as
alternativas por P e Q e disjunção por OU temos: P = Maria Cozinha Q = Maria toma
banho.
Tabela Verdade:
Sobre este caso em particular, podemos afirmar que o valor adotado para P
exclui Q e vice-versa, de forma que, ao considerarmos a presença de P, podemos por
regra desconsiderar Q. Assim, podemos escrever:
P=¬QeQ=¬P
2) Operação E
É similar à multiplicação comum e há correspondência, como poderá ser visto adiante.
Símbolo usual é o mesmo da multiplicação. Exemplo (lê-se X igual a A e B):
X=A·B
Muitas vezes, também de forma semelhante à álgebra comum, o sinal de ponto é
suprimido:
X = AB
Outros caracteres que se aplicam a conjunção: “&” ou “^”.
X=A&B
X=A^B
Lógica 69
Nesse caso, somente haverá um resultado satisfatório, quando ambos os valores
forem encontrados como resultados de uma busca por títulos com estes conteúdos.
Imagine, ainda, que precisamos encontrar os usuários de uma biblioteca
universitária, que estão matriculados no curso de Matemática e emprestaram livros
com conteúdo de Programação de Computadores. Podemos formar uma fórmula
como:
Para este caso, usuários do curso de Matemática que nunca emprestaram livros
com conteúdo relativo à Programação de Computadores não interessam e, tampouco,
aqueles que tenham emprestado títulos com o assunto em questão, mas que sejam
de outros cursos que não o de Matemática. Substituindo novamente as subfórmulas,
temos assim, a tabela verdade que reflete a situação.
3) Operação NÃO
Também denominada negação ou complemento, pode ser considerada similar ao
negativo da álgebra comum. Entretanto, não há correspondência plena porque a
álgebra de Boole não usa sinal negativo. O símbolo usual é uma barra acima (ou antes)
da variável. Exemplo (lê-se X igual a não A ou negação de A.).
X = ¬A
Dada a fórmula: PAÍS = “BRASIL” a sua negação inclui qualquer outro país que
não seja o Brasil. Outros exemplos:
• IDADE <= 16 ANOS. Pode indicar todas as pessoas de um universo específico que
tenham 16 anos ou mais.
• ¬ (IDADE <= 16) ANOS. Pode indicar todas as pessoas de um universo específico
que tenham menos de 16 anos.
70 Lógica
A tabela verdade da Negação é simplificada, visto que não existe uma fórmula
composta, mas simplesmente a sua forma original ou sua forma negada. Se PAÍS =
“BRASIL” é nossa fórmula original e é igual a P, então temos:
Exemplo
A conjunção, a disjunção – exclusiva ou não, devem fazer sentido, bem como a negação.
Construa as fórmulas e faça a sua tabela verdade. Observe o exemplo: considerando
o contexto de uma biblioteca universitária, qual a possibilidade de encontrarmos um
usuário com Idade < 18 anos E Curso = Biblioteconomia?
Idade < 18 Idade < 18 anos E Curso =
Curso = Biblioteconomia
anos Biblioteconomia
V F F
F V F
V V V
F F F
Lógica 71
4) Operação SE ou condicional
Neste caso, a sentença é estruturada por duas partes, o antecedente e o consequente.
Por exemplo, se considerarmos que “se é inverno, então é frio” ou “é frio porque
é inverno”, temos uma situação de implicação, onde o antecedente determina o
consequente.
Tomando o exemplo citado em Margutti Pinto, podemos compreender melhor a partir
da tabela verdade a operação condicional.
72 Lógica
1) Postulados da operação OU
0+0=0
0+1=1
1+0=1
1+1=1
Saiba mais
2) Postulados da operação E
0·0=0
0·1=0
1·0=0
1·1=1
Lógica 73
3) Postulados da operação NÃO
!0 = 1 (negação de 0)
!1 = 0 (negação de 1)
4) Da operação OU
X+0=X
Onde X pode assumir 0 ou 1. Observamos, assim, a sua substituição.
Se X = 0 então temos 0 + 0 = 0 ou se X = 1 temos 1 + 0 = 1.
X+1=1
Se X = 0 então temos 0 + 1 = 1 ou
Se X = 1, então temos 1 +1 = 1. Assim podemos fazer todas as substituições
para os demais casos.
X+X=X
X+X=1
5) Da operação E
X·0=0
X·1=X
X·X=X
X·X=0
6) Da operação NÃO
¬ X = ~X
A relação acima sugere uma semelhança com o negativo da álgebra usual,
onde
¬ (¬ X) = X
1) Propriedade comutativa
A+B=B+A
A·B=B·A
2) Propriedade associativa
A + (B + C) = A + (B + C) = A + B + C
A · (B · C) = A · (B · C) = A · B · C
3) Propriedade distributiva
A · (B + C) = A·B + A·C
74 Lógica
4) Teoremas de Morgan
A+B=A·B
A·B=A+B
5) Outras igualdades
A + A·B = A
A + A·B = A + B
(A + B) · (A + C) = A + B·C
0 0 0 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 1
0 1 1 1 1
1 0 0 0 0
1 0 1 1 0
1 1 0 0 1
1 1 1 1 1
Fonte: Elaborada pelo autor.
Lógica 75
Na prática, pode-se dizer que é uma função que estabelece uma relação entre
um conjunto de m variáveis de entrada com um conjunto de n variáveis de saída.
Desde que os valores das variáveis são discretos (apenas 0 e 1), o mapeamento da
função pode ser apresentado em forma tabular, denominada tabela de verdade da
função. O quadro Tabela 01 dá um exemplo para três entradas e duas saídas.
Bem, a partir deste esquema todo podemos imaginar, enfim, para que serve
a lógica Booleana? Ou, é possível interpretá-la com um pouco de simplificação?
Naturalmente, a resposta não é assim tão facilmente alcançada, mas tentaremos
esboçar algo neste sentido.
Podemos dizer que ela tem um endereço muito pragmático enquanto
operacionalização dado que o sistema binário é um sistema de numeração em que
todas as quantidades se representam utilizando como base o número dois, com o
que se dispõe das cifras: zero e um (0 e 1). Assim, por exemplo, os computadores
digitais trabalham internamente com dois níveis de tensão, pelo que o seu sistema
de numeração natural é o sistema binário, a saber, aceso, apagado.
Com efeito, num sistema simples como este é possível simplificar o cálculo, com
o auxílio da lógica Booleana. Em computação, chama-se um dígito binário (0 ou 1) de
bit, que vem do inglês Binary Digit. Um agrupamento de 8 bits corresponde a um byte
(Binary Term). Um agrupamento de 4 bits é chamado de nibble. Ora, o sistema binário
é base para a Álgebra Booleana que permite fazer operações lógicas e aritméticas
usando-se apenas dois dígitos ou dois estados (sim e não, falso e verdadeiro, tudo
ou nada, 1 ou 0, ligado e desligado).
Dessa maneira, a álgebra booleana de dois elementos é também utilizada no
projeto de circuitos em engenharia elétrica onde 0 e 1 representam os dois diferentes
estados de um bit em um circuito digital, tipicamente alta e baixa voltagem. Assim, os
circuitos são descritos por expressões contendo variáveis, e as tais duas expressões são
iguais para todos os valores das variáveis se e somente se o circuito correspondente
tiver o mesmo comportamento de entrada-saída, conforme vimos na tabela 1.
Concluindo, percebemos o quanto é amplo o campo da lógica e da linguagem.
É pela linguagem que nos constituímos enquanto humanos e também é através dela
que expressamos o justo oposto, a saber, aquilo que é desumano. Não podemos
nos ater à dimensão de que linguagem é uma associação de signos que serve como
forma de entretenimento, comunicação e expressão do homem. Ora, ela pode ser
percebida pelos diversos órgãos dos sentidos e isto implica em admitir que existem,
então, vários modos, formas de linguagem: visual, auditiva, tátil, ou, ainda, outras mais
complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos. Estes elementos
mais complexos, rigorosos e matemáticos são áreas de interesse da lógica.
O que queremos afirmar neste instante é a tese de que a linguagem desprovida
de um uso lógico pode ser desviada de suas funções centrais enquanto finalidade.
Não que todo o escopo da lógica garanta absolutamente a condição humana ou o
alcance pleno do entendimento, da liberdade e da reflexão. Entretanto, ela auxilia
na estrutura do pensamento, no fundamento do conhecimento e, sobretudo, nos
garante uma noite de sono mais intenso e profundo se soubermos, a guisa da lógica,
discernir verdades de falsidades, aquilo que se apresenta como correto do incorreto.
76 Lógica
Enfim, aquele que possui o raciocínio lógico pode identificar propagandas enganosas,
jornalismo tendencioso, intenções de alguns políticos consideradas nebulosas e ainda:
permite que possamos elaborar argumentos convincentes e válidos para que a nossa
condição profissional e existencial tenha sentido e objetividade.
Saiba mais
Síntese
REFERÊNCIAS
CHALMERS, A. F. O que é a ciência afinal? Trad. de Raul Fiker. São Paulo: Brasiliense,
1993.
KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. São Paulo: EDUSP; Rio de Janeiro:
Zahar, 1980.
MATES, B. Lógica Elementar. São Paulo: Editora Nacional e Editora da USP, 1968.
Lógica 77
Mc INERNY, D.C. Use a lógica: um guia para o pensamento eficaz. Tradução de Fernanda
Pantoja. Rio de Janeiro: BestSeller, 2006.
PINTO, Paulo Roberto Margutti. Introdução lógica simbólica. Belo Horizonte: Herder,
2001.
Anotações
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