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XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

Geotecnia e Desenvolvimento Urbano


COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Análise de Misturas de Solo – Cal a Curto Prazo


Rosemary Janneth Llanque Ayala
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, jannethllanque@gmail.com

José Camapum de Carvalho


Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, camapumdecarvalho@gmail.com

Ana Laura Martínez Hernández


Instituto Tecnológico de Querétaro, Querétaro, México, almh72@gmail.com

RESUMO: O estudo teve por objetivo avaliar a influência a curto prazo da cal nas propriedades e
comportamento de um solo tropical profundamente intemperizado. A natureza da influência a curto
prazo geralmente tende a ser distinta daquela que ocorre alongo prazo tendo em vista que a curto
prazo ocorrem apenas trocas iônicas e reações de carbonatação. Geralmente se avalia o
comportamento a longo prazo, ou seja, para um período de cura de no mínimo 14 a 28 dias. Foram
usados no estudo dois tipos de cal, uma CH-I e outra CH-III em teores 4%, 6% e 10%. Os ensaios
foram realizados após 24 horas de repouso. Foram realizados os seguintes ensaios: análise
granulométrica, limites de Atterberg, raios X, compactação e mini-CBR. Os resultados obtidos
mostram que tanto as propriedades como o comportamento do solo a curto prazo são afetados pela
adição de cal.

PALAVRAS-CHAVE: Estabilização solo-cal, Indice de Plasticidade, Troca catiônica, Difração de


Raios X, Compactação, Mini-CBR.

1 INTRODUÇÃO 2 MELHORIA DE SOLOS COM CAL

A cal é um aditivo usado na estabilização de Existe mais de um critério para a determinação


solos desde tempos antigos. A melhoria do do teor ótimo de cal a ser usado na estabilização
comportamento do solo depende não só das de um solo. No presente estudo optou-se por
propriedades e características do solo como considerar o método bazeado na variação do pH
também das especificidades da cal. Geralmente com o teor de cal, por ser um método simples e
a cal, a depender do tipo de solo, contribui para de rápida avaliação.
a melhoria do comportamento mecânico dos A eficiência da cal na melhoria do
solos. Essa melhoria pode ocorrer em comportamento mecânico do solo depende
consequencia de trocas iônicas e/ou da formação muito da composição químico-mineralógica do
de ligações cimentícias entre os grãos. A cal solo e das propriedades da cal.
quase sempre contribui ainda para a melhoria da Com relação ao tempo de cura, Amadi &
trabalhabilidade do solo. Okeiyi, (2017) consideraram o aporte da cal na
Ambos, a melhoria da trabalhabilidade e o melhoria de um solo argiloso e avaliaram dois
ganho de resistência potencializa seu uso em tipos de cal, cal virgem e cal hidratada. Eles
construções rodoviárias. identificaram uma mudança de tendência na
O objetivo desse estudo é analisar a influência resistência à compressão simples das misturas
da cal a curto prazo nas propriedades e no solo-cal hidratada quando adicionados 7,5 e 10
comportamento de um solo laterítico fino. % em peso (curva). Esta variação no
comportamento não foi registrada nas misturas
solo-cal virgem que apresentou uma tendência
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linear crescente indicando melhoria. O A Figura 1 apresenta as unidades geológicas


comportamento para ambos os tipos de cal foi da região, identificando-se o predomínio de uma
linearmente ascendente até 2,5% de cal. cobertura detrito laterítico.
Leite et al. (2016) avaliaram a influência da
cal em um solo expansivo e verificaram que ela
reduziu a fração argila e aumentou as frações
silte e areia, reduziu o indice de plasticidade e
gerou uma redução da expansão de 20% para
1,8%, os resultados foram obtidos a partir de um
tempo de cura de 7 dias.
Alrubaye et al. (2016) avaliaram a influência
de uma cal hidratada nos limites de Atterberg de
uma argila caulinita e verificaram que ela gerou
uma redução no indice de plasticidade sendo a
mesma atribuida a reações pozolânicas
ocasionadas pela presença de silicatos e
aluminatos no solo. Os autores verificaram que a
partir de 9% de cal ocorria um aumento no limite
de liquidez.
Önal (2015), avaliando a influência da cal em
solos salinos verificou resultados satisfatórios da
resistência à compressão simples para teores de Figura 1. Localização da área de estudo.
cal de 8% em um tempo de cura de 6 meses
obtendo um aumento de 120 kPa para 772 kPa. Na Figura 2 observa-se a cor avermelhada do
Em termos de classificação o solo mudou na solo indicando presença de óxido de ferro sendo
classificação unificada de CH para MH. que os elementos maiores são apenas torrões que
Thyagaraj & Zodinsanga, (2015) usam uma se desfazem facilmente não constituindo
técnica de precipitação com cal em solos agregados propriamente ditos.
expansivos adicionando CaCl2 e NaOH
reduzindo assim o índice de plasticidade e
melhorando a resistência à compressão simples,
acelerando a atividade pozolânica nos
compostos.
Neste trabalho será feita uma análise da ação
da cal na fase inicial das misturas sobre as
propriedades e comportamento de um solo
laterítico.

3 MATERIAIS UTILIZADOS

3.1. Solo
Figura 2. Solo laterítico puro.
O solo foi coletado entre 2 e 3 metros de
profundidade no Campo Experimental do 3.2 Cales
Programa de Pós-Graduação em Geotecnia da
Universidade de Brasília (UnB). As cales utilizadas foram do tipo hidratada
dolomítica enquadradas nas categorias CH-I
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(Figura 3) e CH-III, sendo a marca da cal CH-I Tabela 1. Variação textural do solo estudado (NBR6502).
MASSICAL e da CH-III SUPERCAL. areia areia areia
silte argilas
% grosa média fina
0,06 -
2-0,6 0,6 - 0,2 0,2 - 0,06
0,002
<0,002
-Solo com
defloculante 1,30 18,07 31,40 24,27 24,96
-Solo sem
defloculante 0,83 46,45 34,48 14,42 3,78

Os ensaios para determinar a consistência do


solo foram realizados segundo as normas NBR
6459/2016 e NBR 7180/2016 para determinar
respectivamente os limites de liquidez (wl) e de
plasticidade (wp). Os resultados obtidos estão
Figura 3. Cal hidratada CH-I apresentados na Tabela 2. O índice de
plasticidade (IP) do solo indica tratar-se um solo
4 RESULTADOS OBTIDOS
medianamente plástico.
A determinação da densidade real dos grãos
Para identificação do tamanho de partículas foi
foi realizada no equipamento pentapicnómetro
realizado o ensaio de granulometria segundo a
de marca Quantachrome 5200e. Obteve-se para
norma NBR 7181/84. Na Figura 4 são
o solo estudado o valor 2,69 para o solo.
apresentadas as curvas granulométricas do solo
A partir dos parâmetros de caracterização
obtidas com e sem o uso de defloculante.
considerando-se a granulometria obtida fazendo-
Com defloculante Sem defloculante
se uso de defloculante o solo estudado foi
100,0
classificado no sistema unificado (SUCS) como
90,0 CL (argila de baixa plasticidade), e segundo a
80,0 TRB como A-6, no entanto, considerando-se a
% que passa

70,0
análise granulométrica realizada sem o uso de
60,0
50,0
defloculante o solo classifica-se como SC
40,0 segundo o SUCS e como A-2-6 segundo o
30,0 sistema de classificassão TRB.
20,0
Segundo a metodologia MCT utilizando a
10,0
0,0 norma DNER-CLA 259/96 o solo estudado se
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000 classifica como uma areia argilosa laterítica
Diâmetro das partículas (mm)
(LA’) o que corresponde a classificação SUCS
Figura 4. Curvas granulométrias do solo puro. sem uso de defloculante na análise
Nota-se que para o solo com uso de granulométrica. Na Tabela 2 é apresentado o
defloculante aproximadamente 50% passa na resumo da caracterização do solo estudado sem
peneira #200. Já sem o uso de defloculante esse o uso de defloculante nas análises
percentual cai para 23% fazendo com que o solo granulométricas.
seja classificado como areno-siltoso devido a sua
Tabela 2. Resumo da caracterização do solo.
formação agregada. Material Solo
Na Tabela 1 são apresentados os teores das Classificação MCT LA'
diferentes frações granulométricas obtidas com e Classificação SUCS (SD) SC
sem o uso de defloculante segundo os limites Classificação TRB (SD) A-2-6
Gs 2,69
estabelecidos na NBR 6502/95. Esses resultados
wl 35
mostram que a granulometria obtida sem o uso wp 23
de defloculante reflete melhor o comportamento IP 12
dos solos lateríticos. SD= sem defloculante
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Realizadas as determinações das densidades A análise de difração de raios X (DRX) foi


reais dos grãos das cales verificou-se (Tabela 3) realizada no laboratório de DRX do Instituto de
que os resultados estão na faixa (2,5 a 2,6) Geociências da Universidade de Brasília. A
enquadrando-se na faixa (2,4 a 2,6) estabelecida preparação das amostras foi realizada com água
pela National Lime Association (2016) para a cal destilada em um centrifugador de marca Thermo
dolomítica di hidratada (Ca(OH)2.Mg(OH)2). Scientific usando-se dois intervalos de tempo: 7
minutos para a fração total e 30 minutos para a
Tabela 3. Densidade real dos grãos das cales usadas. fração argila. Após preparadas as amostras em
Cal Gs lâminas de vidro, as mesmas foram levadas ao
CH-I 2,50 equipamento de análise de DRX de marca
CH-III 2,57
RIGAKU.
Nas análises mineralógicas fazendo-se uso de
Medindo o pH do solo em água, foi obtido o raios X identificou-se no solo puro a presença
valor 5,5 e em KCl, 6,2. Com isso tem-se para o dos seguintes minerais: Quartzo (Q), Caulinita
solo um ponto de carga zero (PCZ) determinado (K), Gibbsita (G), Rutilo (R), Hematita (H),
segundo Keng & Uehara (1974) (PCZ = 2.pHKCl Goethita (Go) e Vermiculita (V) sendo esta
– pHH20) igual a 6,9. pouco frequente nos solos profundamente
Ambas as cales apresentaram pH igual a 13,3. intemperizados como é o caso do solos estudado.
Assim, como a adição de cal eleva o pH do Nas análises de raios X realizadas sobre as
solo, ao passar pelo ponto de carga zero existe o cales dos tipos CH-I e CH-III, foram obtidas nas
risco de sua desagregação. análises realizadas para as cales totais (Tt) e para
A Figura 3 apresenta a estrutura compactada as frações finas (fa) a identificação dos seguintes
do solo puro e na Figura 4 solo-cal CH-I 10% minerais principais: Portlandita (P), Calcita (Ca),
comparándo-se ambas se presume desagregação Aragonita (Ar) e Anhydrito (An).
do solo quando adicionada a cal. A Figura 5 apresenta uma síntese dos ensaios
realizados nas misturas solo-cal. Esses ensaios
foram realizados após um período de repouso de
24 horas das misturas solo-cal objetivando
verificar influências nas propriedades e
comportamento mais ligadas a trocas iônicas.
Inicialmente analisou-se a influência do teor
de cal no pH das misturas solo-cal. Foram
testadas as porcentagens de 2%, 3%, 4%, 5%,
6%, 7%, 8%, 9%, 10%, 11% e 12% das cales tipo
CH-I e CH-III (Figura 66). Observa-se nessa
figura que até 4% de cal o pH da mistura varia
Figura 3. Estrutura do solo puro compactado (x200). consideravelmente para ambos os tipos de cal
passando a apresentar variações irrelevantes a
partir de aproximadamente 8% de cal. Partindo
dessa observação adotou-se no estudo os teores
de 4%, 6% e 10% para avaliação do
comportamento das misturas solo-cal, sendo que
4% corresponde ao ponto de inflexão na curva,
10% a um teor onde o pH já se encontra com
certa estabilidade. 6% é um ponto intermediário.

Figura 4. Estrutura do solo-cal CH-I 10% compactado


(x200).
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1 com defloculante 1 sem defloculante 4%CH-I


Características
Caracterização 6%CH-I 10%CH-I
Mecânicas
100,0
90,0
80,0
Granulo Compac
70,0
metria tação
60,0

% que passa
50,0
40,0
30,0
Gs CBR
20,0
10,0
0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
Diâmetro das partículas (mm)
Wl-Wp Tração
Figura 7. Curvas granulométricas solo-cal CH-I.

Verifica-se que a cal influencia na


granulometria do solo gerando certa
DRX Solo-Cal
desagregação das frações areia e silte e pouco
Figura 5. Fluxograma de ensaios realizados nas misturas aumento na fração argila, provavelmente devido
solo-cal. a desagregação das frações areia e silte.
Embora a diferença seja pequena, observa-se
pH-CH-I pH-CH-III nessas figuras que o solo é estruturalmente um
13,4 pouco mais sensível à cal hidratada CH-III que à
13,2 CHI.
13,0
1 com defloculante 1 sem defloculante 4% CH-III
12,8
pH

6% CH-III 10% CH-III


12,6 100,0
12,4 90,0
80,0
12,2
70,0
12,0 60,0
% que passa

0% 2% 4% 6% 8% 10% 12%
50,0
Teor de Cal (%) 40,0
Figura 6. Influência da cal no pH do solo. 30,0
20,0
Destaca-se, que considerando-se o fato de que 10,0
o PCZ do solo é igual a 6,9, tem-se para ambas 0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
as cales que mesmo o acréscimo de 2% de cal é
Diâmetro das partículas (mm)
susceptível de propiciar a desagregação do solo Figura 8. Curvas granulométricas solo-cal CH-III.
(Figura 6).
As Figura 7 e Figura apresentam as curvas A influência da cal é compatível com a análise
granulométricas do solo puro (1) com e sem o realizada em relação ao ponto de carga zero do
uso de defloculante e das misturas solo-cal para solo, ou seja, como a adição da cal eleva o pH
os três teores de cal analisados usando-se passando pelo ponto de carga zero já era
respectivamente os dois tipos de cal hidratada esperada certa desagregação do solo com a
(CH-I e CH-III). adição da cal.
A Tabela 4 apresenta a classificação dos solos
a partir das misturas solo-cal comparados ao solo
puro, verífica-se a predominância de siltes e
areias finas.
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Tabela 4. Composição dos solos. 40


areia areia
areia fina silte argilas
grosa média
% 30
0,02 -
2-0,6 0,6 - 0,2 0,2 - 0,05 <0,002
0,002 20

(%)
Solo com
def 1,30 18,07 31,40 24,27 24,96
Solo sem 10
def 0,83 46,45 34,48 14,42 3,78
S-4%CH-I 1,36 28,13 41,13 29,38 0,00 0
0 2 4 6 8 10
S-6%CH-I 1,09 30,02 39,31 29,58 0,00 Teor de Cal (%)
S- Wl - CH-I Wp-CH-I IP CH-I
1,37 33,44 39,03 26,17 0,00
10%CH-I Wl - CH-III Wp - CH-III IP CH-III
S-4%CH-
III
1,20 33,63 37,63 27,54 0,00 Figura 10. Influência das cales nos limites de consistência.
S-6%CH-
1,93 34,41 37,36 26,29 0,00
III Verifica-se que o wl praticamente não é
S- afetado pela adição de qualquer das cales, no
10%CH- 0,86 30,53 33,02 35,59 0,00
III entanto, o wp aumenta para o teor de cal 4% e
depois se mantem praticamente constante para os
A Figura 9 apresenta a variação da densidade dois tipo de cal. As variações registradas para o
real dos grãos (Gs) do solo sob influência da cal. IP diminuindo de 12% para 7% na cal CH-I e 5%
Verifica-se que o Gs do solo diminui com o na cal CH-III são condizentes com os
incremento do teor de cal, mas existe um ponto comportamentos verificados quanto ao wl e ao
(6%) em que essa variação muda de sentido wp. Esses resultados mostram que o ponto de
incrementando o valor do Gs (10%) sem que, no inflexão registrado para aproximadamente 4%
entanto, atinja o valor registado para o solo puro. de cal no gráfico que relaciona o pH das misturas
As tendências são semelhantes para os dois tipos solo-cal com os teores de cales é definidor da
de cal. interferência da cal cal na plasticidade do solo
estudado.
Gs Realizadas as análises de DRX para as
2,70
misturas solo-cal verifica-se na Tabela 55 que
2,65 formou-se a gipsita, sulfato de cálcio hidratado,
2,60 cuja cela unitária apresenta a composição:
2,55 Ca(SO4) • 2H2O. Este sulfato de cálcio hidratado
Gs

2,50 geralmente apresenta aspecto lamelar e


2,45 característica aglutinante, o que pode ter
2,40 contribuído para a agregação da fração argila não
2,35 agregada presente no solo em estado puro. Sua
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% densidade, 2,32 g/cm3, é próxima à da gibbsita
% Cal
que varia entre 2,3 e 2,4. Nessa Tabela: Q =
Solo-Cal CH-I Solo-Cal-CH-III
Quartzo, K = Caulinita, G = Gibbsita, H =
Figura 9. Influência da cal no Gs do solo.
Hesmectita, R = Rutilo, A = Anastácio,
O tipo de cal também influência nesta Go=Goethita, V = Vermiculita como
variação, sendo que a cal tipo III apresenta componentes predominantes do solo e Ca =
valores um pouco menores de Gs a partir de 6% Calcita, P = Portlandita, Ar = Aragonita e Ah =
de cal. Anhidrito como minerais principais da cal (I e
Na Figura apresenta-se a influência da cal nos III); e a Gi = Gipsita, mineral novo nas misturas
limites de consistência. solo – cal.
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Tabela 5. Influência da cal na mineralogia da mistura Solo Puro CH - I - 4% CH-I-6%


solo-cal. CH-I-10% CH-III-4% CH-III-6%
CH-III-10%
Compostos Q K G H R A Go V Ca P Ar Ah Gi 16,0

Peso específico aparente seco (kN/m3)


Solo x x x x x x x x 15,5
Cal (I e III) x x x x
15,0
S-4% CH-I x x x x x x x x x x
14,5
S-6% CH-I x x x x x x x x x x
14,0
S-10% CH-I x x x x x x x x x x
13,5
S-4% CH-III x x x x x x x x x x
13,0
S-6% CH-III x x x x x x x x x x 15 17 19 21 23 25 27 29

S-10% CH-III x x x x x x x x x x Umidade (%)


Figura 11. Influência da cal na compactação.
Os minerais Portlandita (Ca(OH)2), Aragonita Em termos de peso específico aparente seco
(Ca(CO)3) e Anhidrito (CaSO4) desaparecem nas máximo os valores obtidos para as duas cales são
misturas solo-cal. O hidróxido da Portlandita semelhantes tendendo a umidade ótima a ser um
reage com os oxigênios do solo e o Cálcio pouco superior para a cal CH-III. Isso significa
substitui os sódios do solo formando cristais que a oclusão da fase ar estaria ocorrendo para a
cimentantes no solo estes cristais de silicatos e mesma porosidade mas com distribuição de
aluminatos de calcio irão cristalizar durante o poros um pouco distinta entre as cales. A maior
processo de cura que ocorre maiores intervalos suavidade dos ramos seco e úmido das curvas
de tempo. O Anhidrito é disolvido na água obtidas para a cal CH-III aponta, para uma maior
transformando-se em Gipsita que acturá como uniformidade nos poros quando do tratamento do
retardador do tempo de cura permitindo a solo com essa cal, sobressaindo aparentemente
trabalhabilidade do composto (proceso certa agregação do solo quando do uso de 10 %
semelhante ao da fabricação de cimento). A de cal. No ramo seco da curva de compactação a
Aragonita se junta à Caulinita. maior suavidade da curva pode se dar em função
A compactação foi realizada para o solo em de um ou mais dos seguintes fatores: menor
estado natural e com a adição de cal (Figura 11). variação da sucção com o aumento do teor de
O ensaio foi realizado conforme a norma DNER- umidade o que aponta para poros mais
ME 256/94. uniformes; menor quebra de agregados ou de
Os resultados apresentados na Figura , grãos; menor efeito lubrificador da água. Já no
mostram que a cal influenciou no resultado da ramo úmido a maior suavidade da curva indica
compactação do solo diminuindo o peso que se está a gerar menor incremento de pressão
específico aparente seco máximo e aumentando neutra no solo quando da compactação ao se
o teor de umidade ótimo com o aumento do teor aumentar o teor de umidade.
de cal. Verifica-se ainda da comparação entre os Quanto ao comportamento do mini-CBR
resultados de compactação que o tipo de cal observa-se que para um mesmo valor de peso
interviu na forma da curva. Para a cal CH-III específico aparente seco ele aumenta com o teor
tanto o ramo seco como o úmido das curvas de de cal sendo possível evidenciar que o aumento
compactação se tornaram mais suaves sendo esta tende a ser mais significativo para a cal CH-I
suavidade menos intensa para o teor 10%. (Figura ).
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Solo Puro CH - I - 4% CH - I - 6%
CH - I -10% CH - III - 4% CH - III - 6%
CH - III - 10%

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
42

37 A partir dos resultados obtidos pode-se afirmar


32 que:
27 - Após a escolha de 3 teores de cal (4%, 6% e
mini - CBR

22
10%) verificou-se que a cal influencia
diretamente no pH do solo mas este não é
17
suficiente para determinar o teor de cal ótimo em
12
misturas solo-cal para solos lateríticos como o
7 estudado como estabelece a norma ASTM
2 D6279 mencionada no manual de dosagem e
13 13,5 14 14,5 15 15,5 16
procedimentos de ensaios para misturas solo-cal
Peso específico aparente seco (kN/m3) da National Lime Association, (2006) que indica
Figura 12. Influência da cal no mini-CBR do solo. um pH 12,4 como valor que determina o teor
ótimo de cal. Cabe destacar que essa análise se
Ao se observar a Figura 13 que relaciona o
fundamenta no comportamento a curto prazo
mini-CBR com o teor de umidade de
sendo necessário que se avalie também o
compactação, verifica-se certa tendência ao
comportamento a longo prazo antes de uma
comportamento das misturas solo-cal
conclusão definitiva;
melhorarem no ramo seco com o aumento do
- Realizadas as análises de granulometria
teor de cal sendo aparentemente melhor para a
verifica-se que a cal gerou no solo estudado certa
cal CH-I. No ramo úmido os resultados tendem
desagregação na fração silte e areia apontando
a se sobreporem. Comparando-se os gráficos
como relevante a consideração do PCZ nas
obtidos para as misturas solo-cal em função do
análises de estabilização dos solos lateríticos
teor de umidade de compactação com os
com cal;
resultados obtidos para o solo puro verifica-se
- Dos resultados obtidos a partir da
que a cal promove um deslocamento das curvas
determinação do Gs das misturas e comparados
para a direita e só atinge o valor máximo de mini-
ao do solo verificou-se uma diminuição que
CBR obtido para o solo puro para misturas com
depende do tipo de cal sendo maior para o tipo
6% (cal CH-I) e 10% (CHI e CH-III) de cal.
III, no entanto essa variação não mostrou-se
Solo Puro CH - I - 4% CH - I - 6% dependente do teor de cal;
CH - I -10% CH - III - 4% CH - III - 6% - Com relação aos limites de Atterberg
CH - III - 10%
verificou-se que para o solo estudado as cales
42 influenciaram apenas o limite de plasticidade
37
intervindo por consequência no índice de
plasticidade;
32
- Dos resultados de DRX evidenciou-se a
27 formação de novos minerais contribuintes tanto
mini - CBR

22 na determinação do tempo de cura (Portlandita)


17 quando no tempo de pega (Gypsita),
12
presupondo-se que a quantidade de cal
influenciará diretamente na quantidade de
7
Gypsita na mistura, o que aponta para a
2
15 17 19 21 23 25 27 29
necessidade de se limitar o teor de cal para se
obter menores tempos de cura;
Umidade (%)
Figura 13. Influência da cal no umidade do CBR do solo.
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- A curto prazo verificou-se que a cal plasticidade. Associação Brasileira de Normas


contribui para a melhoria do mini-CBR em Técnicas. 6p.
NBR 7181/84 (1984) Solo - análise granulométrica.
função do teor de cal requerendo, no entanto, Associação Brasileira de Normas Técnicas. 13p.
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