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RESUMO: O estudo teve por objetivo avaliar a influência a curto prazo da cal nas propriedades e
comportamento de um solo tropical profundamente intemperizado. A natureza da influência a curto
prazo geralmente tende a ser distinta daquela que ocorre alongo prazo tendo em vista que a curto
prazo ocorrem apenas trocas iônicas e reações de carbonatação. Geralmente se avalia o
comportamento a longo prazo, ou seja, para um período de cura de no mínimo 14 a 28 dias. Foram
usados no estudo dois tipos de cal, uma CH-I e outra CH-III em teores 4%, 6% e 10%. Os ensaios
foram realizados após 24 horas de repouso. Foram realizados os seguintes ensaios: análise
granulométrica, limites de Atterberg, raios X, compactação e mini-CBR. Os resultados obtidos
mostram que tanto as propriedades como o comportamento do solo a curto prazo são afetados pela
adição de cal.
3 MATERIAIS UTILIZADOS
3.1. Solo
Figura 2. Solo laterítico puro.
O solo foi coletado entre 2 e 3 metros de
profundidade no Campo Experimental do 3.2 Cales
Programa de Pós-Graduação em Geotecnia da
Universidade de Brasília (UnB). As cales utilizadas foram do tipo hidratada
dolomítica enquadradas nas categorias CH-I
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
(Figura 3) e CH-III, sendo a marca da cal CH-I Tabela 1. Variação textural do solo estudado (NBR6502).
MASSICAL e da CH-III SUPERCAL. areia areia areia
silte argilas
% grosa média fina
0,06 -
2-0,6 0,6 - 0,2 0,2 - 0,06
0,002
<0,002
-Solo com
defloculante 1,30 18,07 31,40 24,27 24,96
-Solo sem
defloculante 0,83 46,45 34,48 14,42 3,78
70,0
análise granulométrica realizada sem o uso de
60,0
50,0
defloculante o solo classifica-se como SC
40,0 segundo o SUCS e como A-2-6 segundo o
30,0 sistema de classificassão TRB.
20,0
Segundo a metodologia MCT utilizando a
10,0
0,0 norma DNER-CLA 259/96 o solo estudado se
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000 classifica como uma areia argilosa laterítica
Diâmetro das partículas (mm)
(LA’) o que corresponde a classificação SUCS
Figura 4. Curvas granulométrias do solo puro. sem uso de defloculante na análise
Nota-se que para o solo com uso de granulométrica. Na Tabela 2 é apresentado o
defloculante aproximadamente 50% passa na resumo da caracterização do solo estudado sem
peneira #200. Já sem o uso de defloculante esse o uso de defloculante nas análises
percentual cai para 23% fazendo com que o solo granulométricas.
seja classificado como areno-siltoso devido a sua
Tabela 2. Resumo da caracterização do solo.
formação agregada. Material Solo
Na Tabela 1 são apresentados os teores das Classificação MCT LA'
diferentes frações granulométricas obtidas com e Classificação SUCS (SD) SC
sem o uso de defloculante segundo os limites Classificação TRB (SD) A-2-6
Gs 2,69
estabelecidos na NBR 6502/95. Esses resultados
wl 35
mostram que a granulometria obtida sem o uso wp 23
de defloculante reflete melhor o comportamento IP 12
dos solos lateríticos. SD= sem defloculante
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% que passa
50,0
40,0
30,0
Gs CBR
20,0
10,0
0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
Diâmetro das partículas (mm)
Wl-Wp Tração
Figura 7. Curvas granulométricas solo-cal CH-I.
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12%
50,0
Teor de Cal (%) 40,0
Figura 6. Influência da cal no pH do solo. 30,0
20,0
Destaca-se, que considerando-se o fato de que 10,0
o PCZ do solo é igual a 6,9, tem-se para ambas 0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
as cales que mesmo o acréscimo de 2% de cal é
Diâmetro das partículas (mm)
susceptível de propiciar a desagregação do solo Figura 8. Curvas granulométricas solo-cal CH-III.
(Figura 6).
As Figura 7 e Figura apresentam as curvas A influência da cal é compatível com a análise
granulométricas do solo puro (1) com e sem o realizada em relação ao ponto de carga zero do
uso de defloculante e das misturas solo-cal para solo, ou seja, como a adição da cal eleva o pH
os três teores de cal analisados usando-se passando pelo ponto de carga zero já era
respectivamente os dois tipos de cal hidratada esperada certa desagregação do solo com a
(CH-I e CH-III). adição da cal.
A Tabela 4 apresenta a classificação dos solos
a partir das misturas solo-cal comparados ao solo
puro, verífica-se a predominância de siltes e
areias finas.
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(%)
Solo com
def 1,30 18,07 31,40 24,27 24,96
Solo sem 10
def 0,83 46,45 34,48 14,42 3,78
S-4%CH-I 1,36 28,13 41,13 29,38 0,00 0
0 2 4 6 8 10
S-6%CH-I 1,09 30,02 39,31 29,58 0,00 Teor de Cal (%)
S- Wl - CH-I Wp-CH-I IP CH-I
1,37 33,44 39,03 26,17 0,00
10%CH-I Wl - CH-III Wp - CH-III IP CH-III
S-4%CH-
III
1,20 33,63 37,63 27,54 0,00 Figura 10. Influência das cales nos limites de consistência.
S-6%CH-
1,93 34,41 37,36 26,29 0,00
III Verifica-se que o wl praticamente não é
S- afetado pela adição de qualquer das cales, no
10%CH- 0,86 30,53 33,02 35,59 0,00
III entanto, o wp aumenta para o teor de cal 4% e
depois se mantem praticamente constante para os
A Figura 9 apresenta a variação da densidade dois tipo de cal. As variações registradas para o
real dos grãos (Gs) do solo sob influência da cal. IP diminuindo de 12% para 7% na cal CH-I e 5%
Verifica-se que o Gs do solo diminui com o na cal CH-III são condizentes com os
incremento do teor de cal, mas existe um ponto comportamentos verificados quanto ao wl e ao
(6%) em que essa variação muda de sentido wp. Esses resultados mostram que o ponto de
incrementando o valor do Gs (10%) sem que, no inflexão registrado para aproximadamente 4%
entanto, atinja o valor registado para o solo puro. de cal no gráfico que relaciona o pH das misturas
As tendências são semelhantes para os dois tipos solo-cal com os teores de cales é definidor da
de cal. interferência da cal cal na plasticidade do solo
estudado.
Gs Realizadas as análises de DRX para as
2,70
misturas solo-cal verifica-se na Tabela 55 que
2,65 formou-se a gipsita, sulfato de cálcio hidratado,
2,60 cuja cela unitária apresenta a composição:
2,55 Ca(SO4) • 2H2O. Este sulfato de cálcio hidratado
Gs
Solo Puro CH - I - 4% CH - I - 6%
CH - I -10% CH - III - 4% CH - III - 6%
CH - III - 10%
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
42
22
10%) verificou-se que a cal influencia
diretamente no pH do solo mas este não é
17
suficiente para determinar o teor de cal ótimo em
12
misturas solo-cal para solos lateríticos como o
7 estudado como estabelece a norma ASTM
2 D6279 mencionada no manual de dosagem e
13 13,5 14 14,5 15 15,5 16
procedimentos de ensaios para misturas solo-cal
Peso específico aparente seco (kN/m3) da National Lime Association, (2006) que indica
Figura 12. Influência da cal no mini-CBR do solo. um pH 12,4 como valor que determina o teor
ótimo de cal. Cabe destacar que essa análise se
Ao se observar a Figura 13 que relaciona o
fundamenta no comportamento a curto prazo
mini-CBR com o teor de umidade de
sendo necessário que se avalie também o
compactação, verifica-se certa tendência ao
comportamento a longo prazo antes de uma
comportamento das misturas solo-cal
conclusão definitiva;
melhorarem no ramo seco com o aumento do
- Realizadas as análises de granulometria
teor de cal sendo aparentemente melhor para a
verifica-se que a cal gerou no solo estudado certa
cal CH-I. No ramo úmido os resultados tendem
desagregação na fração silte e areia apontando
a se sobreporem. Comparando-se os gráficos
como relevante a consideração do PCZ nas
obtidos para as misturas solo-cal em função do
análises de estabilização dos solos lateríticos
teor de umidade de compactação com os
com cal;
resultados obtidos para o solo puro verifica-se
- Dos resultados obtidos a partir da
que a cal promove um deslocamento das curvas
determinação do Gs das misturas e comparados
para a direita e só atinge o valor máximo de mini-
ao do solo verificou-se uma diminuição que
CBR obtido para o solo puro para misturas com
depende do tipo de cal sendo maior para o tipo
6% (cal CH-I) e 10% (CHI e CH-III) de cal.
III, no entanto essa variação não mostrou-se
Solo Puro CH - I - 4% CH - I - 6% dependente do teor de cal;
CH - I -10% CH - III - 4% CH - III - 6% - Com relação aos limites de Atterberg
CH - III - 10%
verificou-se que para o solo estudado as cales
42 influenciaram apenas o limite de plasticidade
37
intervindo por consequência no índice de
plasticidade;
32
- Dos resultados de DRX evidenciou-se a
27 formação de novos minerais contribuintes tanto
mini - CBR