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Diante das diferentes intervenções e dos programas realizados pelo Estado faz-se

necessária a compreensão das orientações daquilo que está por “trás”, oculto, ou seja, os
princípios que norteiam a implantação dos projetos, modelos e estratégias na sociedade.
Portanto, a relação a se destacar, é a que se estabelece entre a concepção de
Estado e as políticas públicas sociais que se caracterizam pelas ações voltadas para a
saúde, educação, saneamento, habitação, etc. E nesta relação, os fatores que
possibilitariam ou não a concretização dos objetivos das políticas são diversos e
complexos de análise.
Para melhor discussão torna-se relevante a diferenciação entre Estado e governo.
O Estado representa uma organização composta por várias instituições que dão suporte
as ações do governo. O governo representa a parte prática – as ações que são
construídas conjuntamente com os diversos órgãos representativos da sociedade e
objetivam melhorias nas diversas áreas – que segue determinada orientação política e
realiza as funções do Estado por um determinado período.
Desta forma, a compreensão ou a definição de políticas públicas desenvolvida
caracteriza as ações do Estado. O Estado é o responsável pelas políticas públicas no que
diz respeito a sua implantação e manutenção, após a sua elaboração, que deve contar
com a participação dos órgãos públicos, organismos e agentes da sociedade.
As políticas de ordem social visam o atendimento a população, para a melhoria
das condições de vida, e são resultados das reivindicações populares a partir dos
conflitos surgidos da relação entre capital e trabalho.
A educação pode ser entendida como uma política pública social porque é de
responsabilidade do Estado, mas construída juntamente com outros organismos afins e
visa atender as necessidades relativas à aprendizagem.
Enquanto política pública social a educação é construída e implementada de
acordo com as concepções de Estado, e por isso, configura-se de maneira diferente em
cada sociedade. A concepção de educação discutida neste trabalho tem como base o
Estado de ordem capitalista.
A discussão elaborada com base no marxismo permite uma visão mais
abrangente do que representa o Estado Capitalista. Ou seja, discute não somente a sua
função na manutenção e reprodução do capital, mas ensaiam a possibilidade de
autonomia do Estado no atendimento as reivindicações da população.
O Estado reconhece a dominação exercida pelo capitalismo nas relações sociais,
porém não cabe a ele unicamente reproduzir os interesses capitalistas, mas sim regular
as relações no seu conjunto, como forma de mediar e manter certo equilíbrio entre os
interesses sociais e os interesses capitalistas. Quando a sociedade de ordem capitalista
sofre uma crise, um desequilíbrio desencadeado pelas relações de acumulação de bens
capitalistas, as relações de trabalho se arruínam e chegam a ser abolidas. Diante dessa
situação, os indivíduos têm dificuldade de manter as relações sociais com eficiência,
então o Estado assume funções, inclusive algumas de ordem particular para conduzir e
manter o funcionamento e a organização social.
Através da política social exercida, o Estado contribui para a manutenção da
estrutura Capitalista no que se refere ao trabalho, porque cuida da qualificação da mão
de obra para a garantia do trabalho assalariado, e também alivia as condições sociais
daqueles que não usufruem de salário.
O Estado na sociedade capitalista atua como uma espécie de mantenedor da
força de trabalho para equilibrar os problemas originados da contradição dos conflitos
surgidos através da acumulação capitalista. E através das políticas sociais e dos
organismos representativos do Estado consegue exercer essa estratégia.
A caracterização de Estado nas teorias liberais configura-se em numa função
mínima, quer dizer interfere minimamente na economia, impulsionando os interesses
individuais, a livre concorrência, o fortalecimento do mercado, o direto à propriedade
privada, etc.
O mercado no neoliberalismo retoma os ideais clássicos do liberalismo – que
originou – e reforça que são os indivíduos, através de seus interesses próprios os únicos
responsáveis por impulsionar o desenvolvimento e fortalecimento do mercado que por
sua vez determina a riqueza e a renda de uma nação.
Para o fortalecimento do mercado, o Estado deve criar condições favoráveis à
criação e implantação de novas e cada vez mais empresas que, por sua vez, geram a
livre concorrência, aumentam a circulação do dinheiro e o fortalecimento do capital.
A política neoliberal não vê com bons olhos, a ação do governo por meio das
políticas públicas sociais, por entender que elas inibem os princípios e ações de
iniciativa individual. A intervenção do Estado através das ações sociais, - ao contrário
do que foi expresso anteriormente que corrige alguns desequilíbrios na própria
organização capitalista – representa, segundo os neoliberais, um descompasso na
organização do livre mercado, por entenderem que os indivíduos por si só são capazes
de se autoregularem para suprir suas necessidades.
Nesta perspectiva, o Estado não deve responsabilizar-se pela oferta e
manutenção da educação, porque os neoliberais pretendem transformar essa área em um
amplo negócio. Sendo a educação oferecida pelo governo, os pais e os filhos não têm
opção de escolha, do contrário, se for oferecida na forma privada, como mercadoria,
pode ser adquirida, de acordo com os interesses próprios de cada um, por meio de
escolha e com a qualidade que desejarem impulsionando a lógica do livre mercado.
Como forma de ampliar as opções de oferta da educação, aliviar as contribuições
dos impostos, daqueles setores que contribuem para a educação pública e não usufruem
dela, as políticas neoliberais orientam a transferência da educação para o setor privado.
Dessa forma, haveria mais possibilidade de escolha, o que aumentaria a concorrência no
serviço ofertado. As contribuições oriundas de impostos poderiam ser abatidas até
determinado valor e a diferença deveria ser paga, de acordo com a opção de serviço
escolhido.
Como forma de fortalecimento do livre mercado e aos interesses individuais, os
neoliberais orientam, que a política educacional adote estratégias descentralizadoras,
busque parcerias junto ao setor privado, possibilitando a livre escolha, a conquista
individual, de acordo com princípios meritocráticos, na busca pela colocação na
estrutura social.
A partir dessas conceituações referentes ao Estado e a educação, a autora,
considera que as políticas públicas sociais, na sua formulação são influenciadas por
concepções, conflitos de interesses e permeadas por intenções que foram e são
construídas historicamente e, portanto, tem característica cultural, princípio que justifica
o sucesso ou o fracasso de diversos programas e políticas.
As ações adotadas pelo Estado e as relações com a sociedade, são orientadas por
aspectos de ordem cultural, bem como das pressões e reivindicações oriundas dos
grupos sociais, refletem-se na abertura e conquistas de direitos e possibilidades para a
população.
O interesse do Estado neoliberal através de suas ações e propostas não é o de
melhorar ou extinguir as condições precárias que vivem a população menos favorecida,
apenas “aliviar” a situação existente, sem possibilidades reais de superação. No âmbito
educacional, não basta o controle que visa a avaliação quantitativa do processo de
ensino e da gestão escolar para suprir as necessidades existentes nesta esfera social. A
possibilidade de melhoria na educação, segundo Höfling (2001), está na abertura para o
planejamento, na descentralização não apenas das responsabilidades, mas também, do
poder para a tomada de decisões e na construção coletiva, que supere a estratégia
política de avaliação na educação.
Höfling (2001), destaca a necessidade de se implantar ações e programas que
possibilitem a participação e a ação de grupos sociais conhecedores das dificuldades
existentes, para que realmente se efetivem na prática. Mais alguns elementos podem ser
considerados importantes nesta conclusão: a necessidade de construir novos direitos
sociais e o compromisso com a democratização e a formação do cidadão por intermédio
da política educacional.

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