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Hepatite Ag uda Vi ra I

Adávio de Oliveira e Silva, Verônica Desirée Samudio Cardozo,


Evandro de Oliveira Souza, Leonardo Reuter Motta Gama,
Celso Marques Raposo Júnior, Naísa Oliveira A/vim Mattedi,
Lucas Cagnin, Gerusa Náximo de Almeida, Flávia Costa Cardoso,
Raul Carlos Wahle

A hepatite aguda viral representa a causa mais comum de doen­ por Hollinger, em 1994. Comentaremos, em seguida, certas
ça hepática infecciosa, ictérica ou não, no Brasil. Causada, pelo peculiaridades de alguns desses vírus.
menos, por cinco vírus A, B, C, D e E, traduz-se por sintomas, O vírus A é um vírus RNA, pertencente à família Picorna­
sinais clínicos e laboratoriais superponíveis nas diferentes etio­ viridae, a qual inclui os enterovírus e rinovírus. Tem a forma
logias. Divergem, no entanto, no que diz respeito às caracterís­ icosaédrica, com 28 nm de diâmetro, seu genoma é de fita única,
ticas dos agentes etiológicos, tendência evolutiva, estratégias de composto de 30% de RNA e 70% de proteínas, senso positivo,
manipulação e, inclusive, na incidência das formas fulminantes, e encerra 7,48 kbRNA. Produz uma poliproteína com 22,27
quando muitos pacientes deverão ser conduzidos ao transplante resíduos de aminoácidos, relativamente estável ao calor, e é
de fígado. Outros vírus podem infectar o fígado, mas este ór­ n
i ativado quando exposto a autoclave, radiação ultravioleta,
gão não é nem o local primário de suas replicações, nem o seu formalina e iodo. Existe apenas um serotipo e quatro genótipos.
alvo principal. Nessa condição, n
i cluem-se o citomegalovírus, Seu período de incubação se situa entre 14 e 50 dias. A viremia
o herpes simples, o Epstein-Barr, o vírus da febre amarela e da não ultrapassa 7 dias, daí porque a transmissão parenteral é rara.
dengue, assim como outros flavivírus. Ainda contam-se os ví­ Não evolui para hepatite crônica, embora raríssimos casos com
rus do sarampo, da rubéola, da influenza e do herpes genital, essa evolução tenham sido descritos.
capazes de causar hepatite de gravidade variável, os quais não Revela-se diretamente citopático, transmitido pela rota oral­
merecerão considerações neste capítulo. fecal, replicando no intestino, indo ao fígado, valendo-se do
sistema venoso portal, onde replica, atingindo por essa via o
intestino, sendo então eliminado pelas fezes.
• AGENTES VIRAIS MAIS FREQUENTES O vírus B é um vírus DNA, pertencente à família Hepadna­
virus com vírion completo, a partícula de Dane tendo 42 nm
Os vírus das hepatites humanas representam um grupo de de diâmetro, com genoma circular, composto de dupla fita de
patógenos dotados da capacidade de causar necrose em hepa­ DNA com aproximadamente 3.200 pares de base de exten­
tócitos e inflamação no fígado. Na maioria das vezes, tais casos são. Tem quatro aberturas de leitura, codificando o envelope
são devidos à participação dos vírus A, B, C, D, E, definidos (preS/S) sintetizadora do AgHBs, core (precore/core) respon­
como hepatotrópicos. A taxonomia, os genótipos e serótipos, sável pela formação do AgHBc, a DNA polimerase, catalisado­
as propriedades dos vírions, dos genomas e biológicas estão ra da replicação viral; e uma proteína X, que parece implicada
representados nos Quadros 53.1 a 53.4, segundo foi proposto na replicação de outros vírus, como o vírus da AIDS (HIV).

------- T-------
Quadro 53.1 Taxonomia, genótipos e serótipos dos vírus humanos hepatotrópicos

Vírus das hepatites humanas


Aspectos
A E 8 c o
Família Picornaviridae Caliciviridae ou Togaviridae Hepadnaviridae Flaviviridae Deltaviridae
Gênero Hepatovírus Indefinido Orthohepadnavirus Indefinido Deltavírus
Espécies Vírus da hepatite A Vírus da hepatite E Vírus da hepatite B Vírus da hepatite C Vírus da hepatite D
Genótipos 7 3 5 >6 3
Serótipos 1 1 1 ? ?

592
Capítulo 53 I HepatiteAguda Vira/ 593

------- T --�-----

Quadro 53.2 Propriedades dos vírus humanos hepatotrópicos

Vírus das hepatites humanas


Propriedades
A E 8 c D
Forma Esférica Esférica Esférica Esf
érica Esférica
Tamanho (nm) 28 32 42 38-50 43
Envelope Não Não Sim Sim Sim
Simetria capsídica lcosaédrica lcosaédrica lcosaédrica Desconhecida lcosaédrica
Proteínas capsídicas 3 1 1 1 1
local da montagem Citoplasma Desconhecida Citoplasma Desconhecida Citoplasma
- -- - - - -

------- T-------
Quadro 53.3 Propriedades dos genomas dos vírus hepatotrópicos humanos

Vírus das hepatites humanas


Propriedades
A E 8 c D
Ácido nucleico RNA RNA DNA RNA RNA
linear ou circular linear linear Circular linear Circular
Sentido 1 1 ND 1 2
Tamanho (KB) 7,5 7,8 3,2 9,4 1,7
Segmentado Não Não Não Não Não
locais de replicação Citoplasma Desconhecido Núcleo Desconhecido Núcleo

ND = Não definido.

------- T ------

Quadro 53.4 Propriedades biológicas dos vírus hepatotrópicos humanos

Vírus das hepatites humanas


Propriedades
A E 8 c D
Títulos máximos 1 os·9Jgm ? 109-'0/mf 106•7/ml 1 o•o·"Jmt
Transmissão Oral-fecal Oral-fecal Parenteral!sexual Parenteral Parenteral
Cronicidade Não(?) Não Sim Sim Sim
Oncogenicidade Não Não Sim Sim (?)
Curso fulminante Raro Gestação Raro Raro Incomum
Sorologia
Antígeno Sim• Sim• Não Não Simb
Anticorpo Sim• Sim• Simb Simb Simb
Ácido nucleico Sim•·b Sim•·b Simb Simb Simb
Vacina comercial Sim Não Sim Não Não

a = Nas fezes; b = No sangue.

Apresenta quatro subtipos antigênicos: adw, ayw, adr e ayr, transativador transcripcional. Inicia sua ação deletéria sobre o
que mostram distribuição geográfica peculiar. Variações do fígado ao se ligar às membranas dos hepatócitos replicando via
genoma geram as mutações que podem ocorrer nas regiões transcrição e produção de RNA pregenômico, gerando nucleo­
do core, pré-core, pré-S, ou no gene da polimerase ou no X, capsídio, polimerase e partículas ccc (closed circular) DNA em
as quais podem induzir à hepatite fulminante, reduzir a res­ nível nuclear após envelopamento de proteínas; suas expressões
posta ao n
i terferon, facilitar a perpetuação da doença ou a sua dependem de elementos eis e trans promotores de pré-S 1, pré­
recorrência após transplante hepático. A partir da atuação da S2 e X, reguladas pela metilação de ilhas CpG identificada em
proteína HBX, tem atuação oncogênica se associando à evo­ fígados humanos dos portadores desse agente. Nestes, a lesão
lução para o carcinoma hepatocelular, ao atuar como potente hepatocelular induzida se relaciona com linfócitos T citotóxi-
594 Capítulo 53 I Hepatite Aguda Vira/

cos, ao reconhecer antígenos específicos em associação com A partir daí, foi clonado, e classificado como um RNA vírus
antígenos HLA classe I, causando apoptose de hepatócitos in­ da família Flaviviridae, mantendo 29% de homologia com o
fectados. É transmitido pelo sangue, por via sexual, por agulhas VHC. Sua detecção em soro ou outros fluidos e tecidos depende
contaminadas e verticalmente da mãe para o filho, com período do emprego de reação em cadeia de polimerase (PCR), técni­
de incubação entre 14 e 90 dias. ca sem sensibilidade e especificidade bem definidas. A partir
O vírus C é um vírus RNA pertencente à família Flaviviri­ da proteína E2 do envelope do seu genoma, empregada como
dae, composto de genoma de fita única, com aproximadamen­ antígeno, utiliza-se o método de ELISA para identificação de
te 10.000 nucleotídios em sua composição. Tem apenas uma anticorpos específicos.
abertura de leitura, replicando através de uma RNA polimerase Tudo indica que sua transmissão seja predominantemente
codificada pelo gene NS 5B. Apresenta seis grupos filogenéticos parenteral, existindo dúvidas quanto à importância das rotas
e seis genótipos principais, com inúmeras variantes. Os genóti­ oral e sexual. Período de ncubação,
i porcentagens de formas
pos 1 b e 4 são os mais agressivos, associados à baixa resposta ao sintomáticas e evolução para cronicidade ou existência de por­
tratamento com interferon, e o resultado deste tratamento é tadores assintomáticos são aspectos que não se encontram ain­
melhor com os portadores de genótipos 2a e 2b. Os vírus RNA da bem definidos. Tem sido identificado entre 0,4 e 1,6% dos
mostram misturas heterogêneas de genomas mutantes, decor­ doadores voluntários de sangue, em associação com 15% dos
rência de taxas elevadas de erro na replicação do RNA. Isso portadores crônicos do VHC, em 20% dos doentes com cir­
constitui as quasiespecies, cuja importância reside no fato de rose criptogênica, em 26 a 31% dos dialisados e, finalmente,
que elas respondem heterogeneamente ao interferon-padrão ou em 9 a 24, 43,6 e 31% dos transplantados de coração, fígado
peguilado. Uma menor heterogeneidade favorece a terapêutica e rim, respectivamente. Apesar desses avanços, não se definiu
antiviral, e vice-versa. A quantidade de partículas C no sangue ainda se se trata de um vírus realmente hepatotrófico, sendo
circulante é muito menor do que a observada na infecção pelo recomendável pesquisá-lo naqueles pacientes que apresentam,
vírus B. Atualmente, o vírus C é o maior responsável pelas he­ sobretudo, hepatite pós-transfusional do tipo não A-E. Apesar
patites pós-transfusionais. Assim, o contágio pode ser feito por desse aspecto, sabe-se que está associado a hepatite aguda, e a
sangue transfundido, por agulhas contaminadas e, significativa­ lesão hepatocelular instalada é, na maioria das vezes, de leve
mente menos do que na hepatite B, e quase negligenciável, por intensidade. Este fato tem levado alguns autores a insistirem
contato sexual, ou de forma vertical. Curiosamente, entretanto, em que raramente existem formas mais graves de necrose hepa­
no maior número de casos de hepatite crônica por vírus C o tocelular com esse vírus. Entretanto, a participação do vírus G
contágio não é identificado, constituindo a chamada infecção foi advogada na insuficiência hepática fulminante. Nestes raros
esporádica. O vírus C é considerado um vírus oncogênico, as­ casos, é possível que a presença do vírus G pudesse ser canse­
sociando-se à instalação do carcinoma hepatocelular. quente ao uso de sangue contaminado, empregado durante a
O vírus D é um pequeno vírus RNA, com seu genoma com­ terapêutica de urgência pré-transplante de fígado.
posto de fita única. Pode replicar de maneira autônoma, mas,
em geral, necessita, para tal, da presença do B, de quem usa,
para exercer tal função, o excesso da proteína proveniente do
• Vírus da hepatite TT
AgHBs, levando a que cursem com dupla infecção. Assume À semelhança do vírus GB-C, o vírus da hepatite TT recebe
distribuição característica em indivíduos residentes em países essa denominação em referência às iniciais TT do paciente in­
do Mediterrâneo, Oriente e da região Amazônica, tais como fectado em que esse agente foi idenificado
t pela primeira vez.
Colômbia, Venezuela e Brasil, com a coinfecção sendo respon­ Inicialmente, foi caracterizado como pertencente à família dos
sável pelo advento de hepatite aguda. Parvovirus (não envelopados). Logo em seguida, passa a ser
O vírus E, por sua vez, é um vírus RNA, sem envelope, ente­ definido como sendo um DNA-vírus, com genoma circular,
ricamente transmitido, similar aos pertencentes à família Gali­ de sentido negativo, encerrando 3.739 pares de base, fazendo,
civiridae, tendo seu genoma com 7,5 kb, codificando proteínas então, parte da família dos circivírus humanos. Sua identifica­
estruturais e não estruturais, com oito diferentes genótipos sen­ ção em sangue tem sido realizada através da técnica PCR, a qual
do identificados em diferentes regiões da África, Ásia, Oriente tem limitações, pois subestima a prevalência da infecção, já que
Médio e América Central, assim representados: tipo 1 em Bur­ tem sua atuação baseada na presença de anticorpos, com melhor
na, 2 no México, 3 na América do Norte, 4 na China, 5, 6 e 7 na capacidade de detecção dos genótipos 2 e 3, não do 1.
Europa e 8 na Argentina, com uma outra variante descrita entre No início, acreditava-se que a forma de infecção mais co­
austríacos. Transmissão pessoa-pessoa é a regra; no entanto, mum era após a transfusão de sangue e de derivados. Tem sido
reservatórios animais, como suínos, têm sido identificados (o identificado diversamente: entre 1 e 10% (EUA e Europa), 7 e
que poderia significar que a hepatite por vírus E seria uma zo­ 14% (Ásia), e em 62% dos brasileiros doadores voluntários.
onose). Apresenta um período de incubação de 2 a 9 semanas, Sua positividade também tem sido observada entre 24 e 45%
em média de 40 dias. A infecção por este agente no Brasil não dos portadores crônicos do VHC e em 47% dos portadores
parece ser comum. de insuficiência hepática fulminante não A-G. A sua frequên­
cia varia, conforme se considerem categorias de pacientes, tais
como os toxicômanos intravenosos, os homossexuais e prosti­
• AGENTES VIRAIS MENOS FREQUENTES tutas, e n
i divíduos não incluídos nessa classificação (5 a 13% X
4,5%). Existem evidências de que a contaminação não se pro­
cessa intraútero, mas pode ocorrer pós-parto. Ela também pode
• Vírus da hepatite G se dar através da rota oral-fecal, diferindo, todavia, das hepatites
Esse agente vira! foi identificado em 1955, a partir da n­
i virais A e E, pela possibilidade aparente de evoluir para doença
jeção do sangue de um cirurgião em um sagui. As n i iciais do hepática crônica, o que não acontece com as hepatites A e E.
cirurgião, GB, foram utilizadas para a denominação do agente. Aumenta sua prevalência após transplante hepático de 1O para
Isolaram-se dois tipos GBV-A e GBV-B em animais de experi­ 20%. Casos comunitários têm sido descritos, ampliando-se a
mentação, e o GBV-C, ou simplesmente G, em seres humanos. presença do TTV com o aumento da idade. O vírus apresenta
Capítulo 53 I HepatiteAguda Vira/ 595

tendência ao hepatotropismo, comprovado por: 1. são 1O vezes se celular. Na hepatite crônica, o mecanismo de lesão depende
mais elevados os títulos no tecido hepático do que no sangue; 2. de linfócitos T citotóxicos que atacam o complexo molecular
existe paralelismo entre infecção e necrose hepatocelular, tra­ composto por antígenos virais e HLA (de histocompatibilidade)
duzida pela elevação dos valores séricos de aminotransferases: dispostos na superfície do hepatócito. É possível que outros fa­
3. existe paralelismo entre clareamento viral e normalização tores intervenham, como lesão celular por citocinas. Na hepatite
dos valores enzimáticos. por vírus C, o mecanismo de lesão celular não é bem entendido,
A maioria dos indivíduos com TTV é constituída por por­ mas acredita-se que também seja imunológico. Não se sabe se
tadores assintomáticos, com pequena proporção desenvolven­ o vírus é citopático. É possível, ademais, que uma exagerada
do hepatite aguda. Há dúvidas sobre o papel causal na doen­ variação de proteínas do envelope viral facilite uma evasão à
ça crônica do fígado, não existindo evidências de que o vírus resposta imunológica do hospedeiro, levando à persistência da
possa causar carcinoma hepatocelular. Esses aspectos levam a infecção pelo vírus C.
uma interrogação sobre a real capacidade de esse vírus lesar
o fígado.
Desde a descoberta do TTV, vários vírus com pequeno ge­ • ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS
noma DNA foram descritos no Japão. Esses vírus foram deno­
minados Sanban, Yonban e TTV-similar minivírus. Nenhum A hepatite aguda viral é uma doença difusa necroinflama­
deles provou, até o presente, provocar doença em humanos. tória do fígado, que, em geral, evolui com menos de 6 meses
de duração. Pode ser histologicamente não distinguível da he­
patite crônica, o que toma o tempo de doença um critério di­
• MECANISMOS DE LESÃO CELULAR ferenciador muito importante, além do que as maiores modi­
ficações são lobulares e não de espaços portais. Caracteriza-se
Aceita-se que a magnitude da lesão celular, nas hepatites por comprometimento panlobular, acentuada celularidade e
agudas, dependa da carga viral e da capacidade de multiplicação pleomorfismo de hepatócitos e necroses focais. Degeneração e
do agente viral. Por sua vez, tem importância a resposta des­ eosinofilia ou corpos apoptóticos e balonizados dos hepatócitos
pertada pelo hospedeiro, classificada como: 1. não específica, levam à necrose lítica. A regeneração traduz-se pela presença
dependente da participação de interferon, complemento e lin­ de mitose e/ou multinucleação dos hepatócitos, com variações
fócito NK; 2. de células killer, como neutrófilos e macrófagos, de tamanho, forma e qualidade de coloração dos hepatócitos.
as quais requerem anticorpos para sua atuação; 3. especificidade O infiltrado inflamatório é constituído por células sinusoidais
exercida pelos linfócitos T citotóxicos (CTC). Esses mecanismos ativadas, sobretudo de Kupffer, enquanto nos espaços portais
atuam visando a eliminar o agente viral, precipitando a lise ce­ predominam linfócitos, plasmócitos e eosinófilos, com poucos
lular. Quando essas respostas se revelam eficientes e precoces, neutrófilos. Casos mais graves traduzem-se por necrose multi­
propiciam a cura sorológica e restituição total do parênquima, lobular, em ponte ou submaciça. Colestase citoplasmática ou
não facilitando a instalação de estado de portador ou de hepa­ intracanalicular faz parte do quadro.
tite crônica. Além desses efeitos, o vírus pode lesar a célula do
hospedeiro ao interferir diretamente com o seu maquinismo,
ou exercer toxicidade a partir de seus produtos. • ASPECTOS DIAGNÓSTICOS
Na hepatite por vírus A, a lesão do hepatócito provavelmente
decorre de citotoxicidade mediada por células imunocompe­
tentes. Uma resposta imune exagerada pode gerar a hepatite
• Etiológicos e sorológicos
fulminante. Na hepatite por vírus B, o dano maior é causado Encontram-se sumariados no Quadro 53.5.
pela reação do hospedeiro. A resposta imunológica é mediada Os marcadores virais constituem chave importante para o
por células e dirigida contra o antígeno core, que se expressa na diagnóstico das hepatites, razão pela qual devem ser bem co­
superfície do hepatócito. A reação elimina o antígeno e o hepa­ nhecidos.
tócito. No estado de hospedeiro sadio, a resposta imunológica O anti-VHA IgM é um n i dicador de hepatite aguda por
é inadequada e há tolerância ao vírus. Esse estado de tolerância vírus A. Aparece precocemente e persiste por 3 a 6 meses. O
pode ser ultrapassado a qualquer momento, com a emergência anti-VHA IgG é marcador de infecção passada, prestando-se
de clones de células T reativas levando à inflamação e à necro- mais para inquéritos epidemiológicos.

...
Quadro 53.5 Diagnóstico sorológico das hepatites agudas virais

Marcadores sorológicos

Significados Anti-AgHBC Anti-VHC Anti-VHE Anti-VH


Anti-VHA AgHBs AgHBe
(lgM) (lgG) (lgM) (lgG) RNAVHC lgM lgM
Hepatite A +
Hepatite B + + +
Hepatite C + +
Hepatite E + +
Hepatite D + + + +
596 Capítulo 53 I Hepatite Aguda Vira/

O antígeno de superfície do vírus B (AgHBs) corresponde à ral, náuseas, vômito, anorexia, artralgia e febrícula. Icterícia
proteína do envelope do vírus B. Indica infecção aguda ou crô­ colestática faz parte do quadro, acompanhando-se de colúria,
nica. Quando desaparece do soro, significa clareamento viral. acolia fecal e prurido, mais comum entre idosos. Essa forma de
O anti-HBc, ou AcHBc (anticorpo anticore do vírus B), é apresentação mostra-se mais leve na C e mais florida na A e na
uma proteína que circunda o DNA do vírus B. Por sua vez, é B, sendo as manifestações extra-hepáticas mais comuns nesses
cercada pelo AgHBs na partícula viral completa, ou partícula de dois tipos. Predomina, no entanto, a evolução assintomática,
Dane. Há três formas: a IgG, a IgM e a total. A positividade da expressa algumas vezes apenas por manifestações gastrintesti­
total n
i dica contato presente ou passado com o vírus B. A lgM nais sutis, em geral não valorizadas. A recuperação se processa
indica nfecção
i aguda, ou reativação do vírus na dependência entre 2 e 8 semanas. A evolução para a cronicidade traduz-se
de imunossupressão. Pode positivar-se também no curso de he­ pela ausência de sinais e sintomas típicos, caracterizada apenas
patite crônica, significando uma reagudização. O anti-HBc IgG pela persistente elevação de níveis séricos de arninotransferases
representa infecção passada, ou, quando associada ao AgHBs, e expressão sorológica típica. Nas fases iniciais, além da icterícia,
sinaliza o estado de portador crônico. O antígeno "c", AgHBc, notam-se outros sinais, hepatomegalia dolorosa e, eventualmen­
não é secretado no soro. te, esplenomegalia. Necrose maciça ou submaciça revela-se por
11> AgHBe e o AcHBe (antígeno e anticorpo "e" do vírus colestase acentuada, distúrbios de coagulação e da consciência,
8). O antígeno "e" faz parte do core viral e indica replicação. insuficiência renal, pré-coma e coma hepático, sinais de exaus­
Pode ser detectado na hepatite aguda e na replicação viral no tão funcional do parênquima hepático, definido como hepatite
curso de hepatite crônica. Quando presente em doente crôni­ aguda fulminante (Capítulo 56). A hepatite A costuma invo­
co e associado ao AgHBs, ajuda a indicar tratamento antiviral. luir rapidamente na criança, mas pode demorar a resolver no
Seu anticorpo surge quando há resolução da hepatite aguda, ou adulto (hepatite aguda prolongada), sem que isso tenha uma
quando cessa a fase replicativa em hepatite crônica. significação ominosa. As hepatites por vírus B, C e D podem
O AcHBs, ou anti-HBs, é o anticorpo contra o antígeno de cronificar, mas a por vírus A nunca o faz. O vírus E manifesta­
superfície do vírus B. É um anticorpo neutralizador e indica se, sobretudo, em epidemias, mais comumente em países em
nfecção
i jugulada, ou resulta de vacinação contra hepatite B desenvolvimento. O curso clínico assemelha-se ao da hepatite
bem-sucedida, sobretudo se em título superior a 10 mUI/me. A. É responsável por elevada mortalidade entre grávidas, so­
11> DNA polimerase do vírus B. Indica presença do vírus B. bretudo aquelas que estão no terceiro trimestre de gestação. O
É pouco sensível. diagnóstico é comprovado pela presença de anti-VEH IgM (e
11> Ensaios de hibridização. Utilizam várias técnicas e de­ IgG para fins epidemiológicos) e testes de hibridização para o
terminam partes específicas do DNA do genoma do vírus B. VHE RNA. Não há relato de evolução para a cronicidade.
São bastante sensíveis e detectam o DNA no soro em faixa de
1,5 a 20 pg/ml. Excelentes para distinguir uma fase replicativa
da não replicativa. • ASPECTOS LABORATORIAIS
11> Ensaios bDNA (branched-chain DNA). São testes mui­
to mais sensíveis do que os anteriores e indicam replicação Classicamente, em qualquer dos tipos de hepatite aguda
viral. viral, ocorre elevação de níveis séricos de aminotransferases,
11> Testes por PCR (polymerasechain reaction) do DNA vi­ sempre acima de 500 a 1.000 UI/.e, com valores maiores de
ral. São extremamente sensíveis para detectar o DNA do vírus. alanina-aminotransferase (ALT). Acentuam-se também as con­
Essa elevada sensibilidade acaba por tornar esses testes pouco centrações plasmáticas de gamaglutamiltransferase e, sobretu­
confiáveis em separar estados replicativos e não replicativos, do, de fosfatase alcalina, principalmente nas formas colestáticas.
porque algum DNA será sempre surpreendido. Há uma ele­ Hiperbilirrubinemia, quando presente, ocorre sempre à custa
vada relação entre a positividade desses testes e a presença de da fração direta, em geral não ultrapassando 20 mg!dl. São
AgHBs no soro. normais a atividade e tempo de protrombina, mesmo naque­
O teste ELISA para hepatite C detecta a presença de anti­ les mais acentuadamente ictéricos. Agravamento da icterícia
corpo em duas regiões do genoma do vírus. É muito sensível, e alargamento do tempo de protrombina significam sempre
mas pouco específico, com relativamente grande incidência necrose hepática mais extensa, que pode acompanhar-se de
de falso-positivos. O anticorpo detectado não é um anticorpo hipoglicemia e baixa síntese do fator V. Recomenda-se a repe­
neutralizador, isto é, não significa imunidade, cura da doença. tição de provas bioquímicas a cada 15 dias, até que ocorram
O teste recombinante RIBA é menos sensível do que o anterior, normalização dos parâmetros laboratoriais e a seroconversão
mas é mais específico. Outros testes para diagnosticar o VHC antigênica. O diagnóstico etiológico será sempre confirmado
são o bDNA quantitativo para o RNA do vírus C e o PCR. O pela sorologia, conforme já foi explicitado.
C-RNA pode ser pesquisado no soro e no tecido hepático e
constitui o padrão-ouro no diagnóstico da hepatite C.
A hepatite por vírus D é diagnosticada por teste ELISA, que
• Diagnóstico diferencial
determina anticorpo contra o vírus D tanto no soro quanto no Os vírus não hepatotrópicos primariamente nf
i ectam outros
plasma. Esses anticorpos são das classes IgM (fase aguda) e IgG órgãos e tecidos, antes de envolverem o fígado como parte de
(infecção crônica). Há teste tipo PCR para surpreender o RNA uma infecção disseminada. Essas hepatites são causadas por
do vírus D no soro e no tecido hepático. vírus Epstein-Barr, citomegalovírus, herpes simples, varicela­
A hepatite E é pesquisada por teste ELISA, que detecta o zoster, adenovírus, vírus do sarampo e da rubéola. Menos fre­
anticorpo ao vírus E. quentemente, são responsáveis os vírus da febre amarela, das
febres de Lassa, Marburg, ebola e dengue, além dos reovírus,
rotavírus, hantavírus, injluenza (síndrome de Reye), paramo­
• Sintomas e sinais xivírus (hepatite de células sinciciais gigantes), e, talvez, o ví­
Os vírus A, B, C, D, E costumam apresentar o mesmo cur­ rus da imunodeficiência humana. A febre Q pode simular uma
so clínico, que se traduz pelo aparecimento de mal-estar ge- hepatite viral.
Capítulo 53 I HepatiteAguda Vira/ 597

sobretudo no período em que os doentes evoluem ictéricos.


• TERAPÊUTICA Recomenda-se suspensão de medicações hepatotóxicas e de
ngesta
i alcoólica, além de uma dieta nutritiva, mas respeitan­
• Medidas preventivas do a tolerância do paciente. Internação hospitalar encontra-se
São fundamentais, nas hepatites virais A e E, de transmissão indicada quando ocorrem distúrbios hidreletrolíticos em con­
oral-fecal, a melhora das condições de higiene e saúde, sobretu­ sequência de vômitos incoercíveis, ou hipoprotrombinemia
do de saneamento básico, e de conservação e manipulação de (40 a 50%), e nos casos que evoluem para a forma fulminante,
alimentos, e o monitoramento dos pacientes já infectados. Es­ traduzida pelo aparecimento de encefalopatia dentro de 8 se­
pecificamente nos casos das hepatites B, C e D, é indispensável manas do início da icterícia. Esses deverão ser avaliados para
melhorar a qualidade das hemotransfusões, privilegiar doado­ um eventual transplante de fígado (Capítulo 77).
res voluntários e negativos para aqueles agentes virais. Deve-se
promover orientação aos grupos de risco, combater as ativida­ • Tratamento medicamentoso (interferon a)
des homossexuais promíscuas e alertar a população quanto a
parceiros sexuais contaminados. Os narcoadictos devem ser Cerca de 5% dos pacientes com hepatite aguda viral B evo­
exaustivamente informados sobre a utilização de agulhas e se­ luem por mais de 12 semanas com sinais clínicos, laboratoriais
ringas descartáveis e de uso próprio, individualizado. e sorológicos que traduzem persistência da doença e replicação
Encontram-se bem definidos os candidatos à imunização, viral. Certamente, são os que tendem para a hepatite crônica.
através de vacinas, disponíveis no comércio, contra os vírus Visando a encurtar a evolução daqueles doentes com esse curso
das hepatites A e B (Quadros 53.6 e 53.7). Da mesma forma, protraído da doença, alguns têm sido tratados com interferon
há esquemas vacinais especiais para situações específicas (Qua­ a nas doses de 3 ou 1O MU, 3 vezes/semana, durante 3 meses,
dros 53.8 e 53.9). o que permitiu a recuperação e interrupção do processo em
todos os casos assim manuseados.
A hepatite crônica desenvolve-se em 60% ou mais dos pa­
• Medidas de suporte cientes cursando com hepatite aguda pelo vírus C. Cerca de
São comuns a todos os tipos de hepatites virais. Baseiam-se 50% desses evoluirão com doença estacionária, não progressi­
exclusivamente no repouso nas fases sintomáticas da doença, va, enquanto a outra metade caminhará insidiosamente para

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Quadro 53.6 Candidatos à imunização contra hepatite viral A Quadro 53.7 Candidatos à imunização contra hepatite virai B

Vacina para hepatite A, vírus inativado Vacina para hepatite 8, recombinante

Imunização de rotina Imunização de rotina


Crianças vivendo em comunidade de alto risco Todos os recém-natos
Grupos de risco Crianças não vacinadas até idade de 1 1 anos
Trabalhadores deslocados para regiões endêmicas Grupos de risco
Homossexuais masculinos com múltiplos parceiros Indivíduos com múltiplos parceiros sexuais
Utilizadores de drogas parenterais ilícitas Parceiros sexuais de contatos com indivíduos AgHBs
Transfusões de fator VIII Homossexuais masculinos ativos
Indivíduos expostos a primatas não humanos Utilizadores de drogas parenterais ilícitas
Staffs de unidades intensivas de recém-natos ou excepcionais Trabalhadores deslocados para regiões endêmicas (> 6 meses)
Risco > de hepatite fulminante Expostos a sangue e derivados
> 30 anos com hepatopatia crônica Clientes ou staffs de comunidades fechadas
Pacientes com insuficiência renal crônica
Risco > de transmissão Pacientes recebendo concentrados dos fatores de coagulação
Manipuladores de alimentos
-

-----�--- �· --------�--

Quadro 53.8 Dosagens e esquemas de vacinação anti-hepatite viral A (intramuscular)

Esquema Esquema
Grupo HAVRJX® (2-18 A) VAQTA® (2-27 A)
(meses) (meses)

Crianças 720 ELISA O e 6-12 25 U/mR O e 6-1 8


U/0,5 ml
ou
360 ELISA 0,1 e 6--1 2
U/0,5 ml
(>18A)
Adultos 1 .440 U/1,0 mf O e 6-12 50 U/mR O e 6-1 2

A= Anos; U = Unidades.
598 Capítulo 53 I Hepatite Aguda Vira/

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Quadro 53.9 Dosagens e esquemas de vacinação anti-hepatite viral B (intramuscular}

Vacinas para hepatite B


Grupos Esquemas (meses)
Recombivax HB® Engerix B®
Mães AgHBs (2) o-2,1 � 4 e 6-18 2,S mg/O,S me 1 0 mg/O,S me
Mães AgHBs (1) Nascimento <12 h: HBIG;
1 �2e6
s,o mg/O,S me 1 0 mg/O,S me
Crianças (1-10 anos) O,1 � 2 e 4-6 2,S mg/O,S me 1 0 mg/O,S me
Adolescentes (11-19 anos) 0,1 � 2 e 4-6 s,o mg/1 o,s me 1 o mg/1 o,s me
Adultos (� 20 anos) O,1 � 2 e 4-6 1 0 mg/1,0 me 20 mg/1,0 me
lmunossuprimidos adultos O,1 e 6 40 mg/1,0 me 40 mg/2,0 me

HBIG = gamag lobulina hiperimune; h = horas.

cirrose, dentro de 20 a 25 anos. Visando a impedir essa tendên­ sitivo, antes do aparecimento dos sintomas?; 2. por ocasião do
cia, existem 11 estudos controlados empregando interferona a pico de elevação da ALT?; 3. quando os títulos do RNAVHC
ou �. na condução desses pacientes. Resultados encontram-se estão declinando?; 4. ou, mesmo mais tarde, após esperar o
discriminados no Quadro 53.10. Um estudo por metanálise de­ clareamento espontâneo do RNAVHC, de forma que apenas
monstrou uma resposta completa das transaminases em 69% os pacientes virêmicos sejam tratados?;5. persistem também
dos pacientes que receberam interferon contra apenas 29% dos dúvidas se aqueles com genótipos 2 ou 3 deverão ser tratados
controles. Embora esses resultados pareçam reconfortantes, obedecendo ao mesmo esquema proposto para aqueles com
é preciso que se note que apenas uma pequena proporção de hepatite crônica?; 6. e, sobretudo, indaga-se sobre qual atitude
casos de hepatite aguda por vírus C são sintomáticos, e menos deverá ser tomada naqueles usuários de drogas n i travenosas,
ainda são reconhecidos clinicamente. ou com infecção concomitante pelos HIV ou VHB?
Mais recentemente, procurou-se avaliar a eficácia da inter­
ferona peguilado a 2b (1,5 J.Lg/kg/semana), administrado por
24 semanas a pacientes alemãs. Os resultados obtidos foram
similares àqueles com interferon padrão, com índices de res­
• LEITURA RECOMENDADA
posta virológica ultrapassando 90%. Barreiros, AP, Sprinzl, M, Rosset, S et ai. EGF and HGF leveis are n
i creased
Apesar desses avanços, persistem dúvidas sobre a manipula­ during active HBV infection and enchance survival signaling through ex­
ção desses pacientes, a propósito de qual o momento de iniciar i primary human hepatocytes.Int J Cancer,
tracellular matrix interactions n
a terapêutica: 1. quando o paciente tornou-se RNAVHC-po- 2009; 124:120-9.
Déjean, C, Berthouc, P, Cecillon, S, Berthoux, F. Le point sur le virus de !'he­
patite G. Presse Medica/e, 1999; 29:1483-7.
Dienstag, JL. Hepatitis B vírus infection. N EngJMed, 2008; 359:1486-500.
El-Serag, H, Look, ASF, Thomas, DL. The Dawn of a new era: transform­
T-------
ing our domestie responsive to hepatitis B & C. Gastroenterology, 201O;
-------

Quadro 53.10 Resultados dos estudos controlados na terapêutica 138:1225-30.


com interferon a e p em pacientes com hepatite aguda viral C Esteban, JJ. Treatment of acute vira! hepatitis. Em: Boyer, T & Bs
i sell, DM.
Postgraduate Course. Vira/ Hepatitis A to F: An Update. The American As­
sociation for the Study of Li
Entre 1991 e 1 996, são 1 1 os estudos publicados, sendo 8 randomizados,
ver Diseases, Chicago, p. 266-77, 1994.
Feld, JJ & Heathcote, EJ. Hepatitis caused by other viruses. Em: Feldman, M,
tratados 4S3 pacientes.
Friedman, LS, Brandt, LJ. Gastrointestinal and liver disease, vol. 2, Saundersf
Difícil avaliar a dose ideal e a duração da administração, e nem todos com
resposta sobre erradicação viral.
Elsevier, p. 1343-50, Philadelphia, 2010.
Gerber, MA & Thung, SN. Pathology of acute and chronic vira! hepatitis and
São 3 os estudos com interferon �. administrado por via endovenosa, the new classification. Em: Boyer, T & Bissell, DM. Postgraduate Course.
empregando-se doses entre 3 e 6 MU,3 x/semana, com duração de 2-3 Vira/ Hepatitis A to F: An Update. The American Association for the Study
semanas. em apenas um dos estudos, utilizou-se a via subcutânea para ofLiver Disease, Chicago, p. 29-40, 1994.
aplicação do medicamento na dose de 1O MU/dia/1 8-S8 dias. Halasz, R, Berkholt, L, Lara, C et ai. Relation between GB virus C/hepatitis G
São 7os estudos com interferon a2a ou 2b, exclusivamente aplicado por virus and fulminant hepatic failure may be secondary to treatment with
via subcutânea, com doses de 3 MU, 3 x/semana, 1 2-24 semanas. contaminated blood and or blood products. Gut, 1999; 44: 274-8.
Na maioria dos estudos, comprova-se controle da infecção, com cessação Hollinger, FB. The five viruses: A perspective. Em: Boyer ,T & Bi ssell DM. ,

da replicação viral em 40-60% dos pacientes. Postgraduate Course. Vira/ Hepatitis A to F: An Update. The American As­

Há dúvidas, no entanto, na definição do momento exato a ser iniciada a


sociation for the Study ofLiver Diseases, Chicago, p. 1-20, 1994.

administração de interferon parece que o início mais precoce leva a que


Inoue, K, Yoshiba, M, Yosuyanagi, H, Otsuka, T, Sekiyama, K, Fujta, R. Chronic
hepatitis A with persistent vira! replications. J Med Viro/, 1996; 50:322-4.
sejam geradas menos quasispecies, o que justifica o aceitável índice de
Kwo, PY et a/. Acute hepatitis E by a new isolate acquired in the United States.
cura.
Mayo Clin, Proc, 1997; 72:1133-6.
Existe indefinição sobre a importância de certos fatores preditivos, tais Lampertico, P, Rumi, M, Romeo, R et ai. A multicenter randomized controlled
como genótipo ou carga viraI, ou se influenciariam a evolução desses
pacientes
trial ofrecombinant interferon alfa 2B in patients with acute - transfusion
- associated hepatitis C. Hepatology, 1994; 19:19-22.
MU: Milhões de unidades. Lemon, SM & Thomas, DC. Vaccines to prevent vira! hepatitis. N Engl J Med,
1997; 336:196-204.

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