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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PROGRAMA INTERDISCIPLINAR EM PERFORMANCES CULTURAIS


Disciplina: Teorias e Práticas da Performance
Professor: Robson Corrêa de Camargo
Aluna: Dayse de Jesus Rocha

Os Neurônios-Espelho e a Mente-Espelho da Nova Psicanálise

A neurociência tem por finalidade estudar as bases biológicas do


comportamento. Diante disto, vem no decorrer do tempo constituindo uma via
interdisciplinar que possibilita entender a estrutura e a funcionalidade do cérebro
humano. A dinâmica da teoria psicológica da consciência relacionada à eficácia da
técnica psicanalítica pode vir a ser demonstrada empiricamente pela pesquisa em
neurociência. Tais pesquisas têm aberto um campo amplo para a psicanálise. A
interdisciplinaridade entre psicanálise e performance cultural adquire nova conotação
através novas percepções que os estudos e pesquisas trazem acerca do corpo e da
psique. MD Magno inova ao tratar justamente sobre tais aspectos surgidos na nova
psicanálise.

Neurônios espelho é tratado minunciosamente por Aristides Alonso em um


artigo que aborda estudos científicos de uma equipe de neurocientistas, bem como,
as contribuições do Anatomista Paul Broca, do Psicanalista Wallon, e o Etólogo
Lorenz. Os estudos da área da biologia tratam das adequações e das possibilidades
de aperfeiçoamento da linguagem humana se sobressair através da cultura. O ponto
nevrálgico do texto trata-se da teoria do revirão, onde o funcionamento da katoptria
(espelho) entra em cena nos trazendo a possibilidade de pensar que o avesso de
qualquer afirmação também é possível, haja vista, a produção e evolução da
linguagem humana. Interessante notar a crítica de Md Magno feita ao psicanalista
Lacan que trabalhou com a teoria do estádio do espelho (1936) inspirada em estudos
feitos por Wallon e Lorenz. Tal teoria assemelha-se a do neurônios-espelho.
Neurônios-espelho traz uma dinâmica que enfatiza a relação da linguagem e da
empatia existentes em uma área especifica do cérebro conhecida como área de broca.
Através de experiências em animais comprovou-se que a imitação de ações possibilita
uma maior interação no uso da linguagem, seja falada ou sinalizada, ocasionando
assim o aumento das ações. O reconhecimento diante de um espelho traz uma
dimensionalidade da autoconsciência e do reconhecimento do eu, o que vem ao
encontro com as performances, visto que aí está posto a identificação com sua
essência e o convívio com as alteridades e as suas relações na sociedade. O haver
desejo de não haver (A Ã) é enfatizado na teoria do revirão deixando claro a
necessidade do indivíduo de haver-se consigo mesmo.

“na verdade, não há nenhuma diferença substancial entre natureza e artifício,


é apenas uma diferença de disposição. Não há afastamento ou distinção
alguma entre homem e natureza, porque não há natureza, e sim apenas
Haver” (MAGNO, 2004, pag. 96).

O ser não sendo e não ser sendo é trabalhado de uma forma que interage com
performance, pois não visa um conceito fechado e sim uma variedade de
interpretações cujo, o foco final é uma diversidade de culturas trabalhadas em
conjunto visando uma melhoria na linguagem e sobre tudo na cultura.

Em se tratando de cultura, Lorenz traz uma contribuição pertinente com seus


estudos sobre comportamento humano e animal. Estuda e faz comparações dos
referentes comportamentos para além de simplesmente diferenciá-los entre animais
e humanos como seres racionais e irracionais. Ao contrário, nos diz que a diferença
entre ambos é a capacidade que o homem adquiriu de recalcar sua violência
utilizando-se da cultura. Entretanto, no comportamento do animal a violência se dá
por uma questão de sobrevivência, sendo, portanto, positivo, enquanto que no homem
essa agressividade é inata, mas que pode ser mudada ou controlada. Ou seja,
introduzir a sociabilidade em seu cotidiano, desta forma a cultura tem o papel
primordial. O entendimento do processo de como é formada uma Pessoa é objeto de
análise de diversas áreas do conhecimento. Somente o ser humano possui essa
curiosidade a respeito de si e do mundo, sua origem, o seu destino, sua criação e
seus desígnios. O entendimento da construção do “Eu” ajuda o ser na identificação
com a natureza e a cultura que o envolve, portanto, o único que sofre influência da
cultura. Assim, não existe estudo sobre o ser humano sem levar em consideração os
modelos culturais.

Lacan refaz a teoria da organização imaginária do ser humano e transforma a


“prova do espelho”, que fora de Wallon em “estádio do espelho”. Sai da experiência
laboratorial em uma teoria psicanalítica. Para MD o que mais o intrigou foi o fato de o
que quer que seja colocado na nossa mente em todos os tempos, o contrário também
pode ser pensado ou exigível. Magno chama de “haver”, o conjunto aberto de tudo
que há e o que pode vir a “haver”, o que está disponível ou venha a aparecer faz parte
do “haver”.

Quando fazemos um esforço muito grande de aproximar o transcendente que


não há, exasperamos todas as nossas condições. Pedimos por algo que
esteja completamente fora e que possa reorganizar todas as nossas dores,
prazeres, sabores (...) Então, a coisa mais espontânea é que a humanidade,
sem um teorema adequado – como este, por exemplo – imaginasse esse
lugar de exasperação e lá pusesse algo. Por isso, escrevo ali: HÁ-DEUS. Ou,
seja, podem tirar o cavalinho da chuva, pois não há nada aí – Adeus! mas é
onde todos, sempre, colocam o que supõe haver quando pensam que Há
Deus. (MAGNO, 2004, pg. 47).

Um bom exemplo que se pode fazer do Haver desejo de não-Haver é com a


imagem do Ouroboros (ALONSO, 2009), representado por uma serpente ou um
dragão que morde a própria cauda. Este é um símbolo de eternidade que na alquimia
é representado por dois animais mitológicos mordendo um o rabo do outro. Existe aí
a ideia de movimento, de continuidade, autofecundação e um eterno retorno.
Representa o desejo de extinção ao comer o próprio rabo até o ponto em que vira pelo
avesso, algo que revira. Para MD Magno, o haver interfere na cultura, portanto, os
modelos culturais fazem parte do caminho do desenvolvimento.

Freud e Lacan trabalharam com uma concepção de que o eu, o sujeito e o


indivíduo, sofrem as causas e interseções que estão para além dos usos sociais,
culturais e filosóficos. Para Magno, existe uma rearrumação do aparelho teórico clínico
para lidar melhor com o ambiente sócio tecnológico instalado no mundo. O que Freud
chamou de pulsão, Magno nomeia de tesão, ou seja, “movimento que vai para alguma
coisa” (MAGNO, 2004, pg, 25).

SUPOSIÇÕES E INTERROGAÇÕES FINAIS

Partindo do pressuposto que a nova psicanalise e performances culturais vem


trilhando um caminho de transdisciplinaridade, onde o “haver desejo de não haver”
contribui para uma melhor desenvoltura no que se refere a busca do eu enquanto
sujeito? É posto que a descoberta dos neurônios-espelho é um caminho que abre
muitos precedentes para o desenvolvimento da linguagem, e tal desenvolvimento
contribuirá de forma imensurável no deslanchar da cultura. De fato, os neurônios-
espelho trata de uma liberdade de ousar nos atos realizados no cotidiano, pois o
revirão consiste em haver-se consigo mesmo. Se em “Além do princípio do prazer”
(FREUD, 1920, pg. 20) a busca pelo prazer é uma condição inerente ao ser humano
e por consequência “ o primeiro exemplo do princípio de prazer a ser assim inibido é
familiar e ocorre com regularidade. ”, fica explicito aí a ideia de recalque. Freud adverte
sobre o perigo da autopreservação e sua substituição pelo princípio da realidade, o
que provoca o adiamento da satisfação. No revirão fica posto que você pode buscar
o seu prazer desde que você haja com suas neuroses, viabiliza a possibilidade de
colocar em prática a identificação do eu reflexivo. Assim sendo, entendo que as
performances culturais nos dão esse mesmo enfoque na busca de uma liberdade,
utilizando várias culturas como uma escada para atingir o objeto de viver em toda
plenitude “ser, não sendo”, ou “não ser, sendo”.

Por fim, por tanto, como dizia Fernando Pessoa “ navegar é preciso, viver não
é preciso”, desta forma navegar passa a ser um movimento, um estado de passagem
entre um lugar e outro. Finalizo com Freud cuja vida foi uma “tentativa de transmitir a
humanidade os vacilos que a consciência, o saber e o discurso hesitam e falham”
(ABREU, Pablo, 2016).

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Pablo. Pessoa e comunicação na contemporaneidade. 2016


https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1706/1/pabloolimpiovieiraabreu.pdf
ALONSO, Aristides. Os Neurônios-Espelho e a Mente-Espelho da Nova
Psicanálise. Edição 2: dezembro de 2007.
MAGNO, MD. A psicanálise, novamente: um pensamento para o século II da era
freudiana: conferências introdutórias à Nova Psicanálise (1999). Rio de Janeiro:
Novamente, 2004.

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