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SÃO PAULO – SP
2014
PÓS-GRADUAÇÃO GESTÃO AMBIENTAL DA INDÚSTRIA
SÃO PAULO – SP
2014
MOREIRA FARIA, Alexandre
SUSTENTABILIDADE E ENERGIA: DE HIDROCARBONETOS AO
CAPITALISMO E A URGÊNCIA DE PRIORIDADES RENOVÁVEIS.
FOLHA DE APROVAÇÃO
Profº ...................................................................
Profº...................................................................
Profª...................................................................
RESUMO.
INTRODUÇÃO...................................................................................................02
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................44
INTRODUÇÃO.
Mais do que nunca somos dominados por uma mentalidade urbanista, consumista de
recursos e energia. A demanda energética atingiu grandes valores e o fornecimento,
principalmente de óleo, tem desenvolvimento constante, apesar dos alertas por
especialistas que as queimas irrestritas afetam o clima global, depredando a vida e a
saúde humana. Aliado a isso, temos uma geração quase que inconsciente de
resíduos, insuportáveis pela capacidade de reciclagem do meio natural.
Somos tomados por ações altamente compatíveis com sistema como se estrutura:
numa lógica linear de consumo, fundado em necessidades supérfluas.
As cidades se tornaram o reflexo que a mente contemporânea humana assumiu. Ela
conceitualmente representa nosso domínio sobre a energia, materializada nas
estruturas urbanas. A partir dela e associando-a a matérias-primas, erguemos
moradias penetrantes no céu, embutimos transportes de massa nos solos e entre
outras mais; modificações no substrato terreno perpetradas pela perspicácia humana
utilizando a manipulação de energias. Ainda que os avanços que vieram atrelados a
esse poder de criação, veio também à ordem econômica leonina. Tornando-nos
predadores de nosso próprio ecossistema humano.
O período que vivemos, traz a tona o um grande clamor social por ética. Sem esta,
valores morais tendem a cair por terra, virtudes como compaixão, solidariedade,
compreensão, justiça, a distinção do certo e errado. Tempos em que figuras pontuais e
sublimes recorrem à dimensão interior humana em busca de conforto, que em sua
essência é a espiritualidade, denotada pela serenidade paciente intrínseca - visa o
bem próprio, por conseguinte o bem estar de todos. E que recorre novamente a ética.
Termos miscíveis, indistintos em suas intenções: a bem-aventurança de todos os
seres viventes, exigindo um meio natural saudável e pleno.
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Atualmente se torna claro a todos, que a importância ambiental se ascendeu à
outra escala. Assim, o termo sustentabilidade foi cunhado, em seu núcleo, integraliza
três grandes esferas de importância, na busca de soluções multilaterais de questões
socioambientais, sem frear o progresso econômico impelido pela tecnologia
florescente.
A grande maioria das abordagens envolvem modelos sistemas lineares tratantes das
interações entre sistemas sociais e o meio ambiente natural. Porém, pareadas as
teorias do caos e da complexidade informam que os sistemas complexos adaptativos,
não podem ser compreendidos por abordagens lineares de causa e efeito. HOLLAND,
2003; CASTI, 2004 apud PAULISTA et al, 2005).
Uma sociedade de consumo, carreadas muito em parte pelo inconsciente coletivo, tem
ações individualistas usuais. Levados por uma suposta necessidade de afirmação
social, através da aquisição incessante de bens materiais, no intuito de traduzir suas
posses em uma hierarquia social destacável. Porém , esse alta taxa de consumo leva
a proveniência de recursos naturais ao seu limite e a baixa capacidade de reciclagem
natural dos constituintes destes produtos, deterioram gradativamente as condições
salutares para a vida se sustentar.
Outros expoentes literatos como Nietzsche, consideravam o Bom, como aquilo que é
vencedor, e Mau é aquilo que cede ou falha, enaltecendo a visão linear-reducionista,
fundamentalmente positivista. Mas no século XVIII, o conceito de ético superou a
questão do bem individual, passando a estender à coletividade. Suscitados por
Hutchinson, Beccaria, e Bentham; lapidado por Hume que aflorou o conceito de
utilidade social a moralidade. Assumindo que a boa ação é a que proporciona
felicidade a todos. Sentimento de humanidade, ou seja, a tendência a ter prazer com a
felicidade do próximo é o fundamento da moral, o móvel fundamental da conduta
humana (CAMPOS, 2008).
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Num mundo veementemente individualista, a norma de Kant solveria muitas
problemáticas sociais. De visão mais absolutista do problema. Não se trata de
emoção, mas de razão. A razão não pode ser medida apenas pela adequação dos
meios aos fins, mas depende do julgamento dos fins. Assim, a moral é um fim em si
mesma. Não está a serviço de nenhum outro objetivo (CAMPOS, 2008).
Transpassa pelo seio do modo politico e econômico instituído nos dias de hoje ao
redor do mundo possui uma lógica interna fundada na exploração sistemática e
ilimitada de todos os recursos da terra para atingir três objetivos fundamentais:
aumentar a produção, o consumo e produzir riqueza.
Essa lógica implica numa lenta, mas progressiva extenuação dos recursos naturais,
devastação dos ecossistemas e considerável extinção de espécies, na ordem de três
mil ao ano, quando o normal no processo de evolução seria algo em torno de 300
espécies. Em termos sociais essa mesma lógica cria crescente desigualdade social,
pois ela se rege não pela cooperação e solidariedade, mas pela competição e pela
mais feroz concorrência. (BOFF, 2011).
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No tocante, a esfera econômica infla-se de acordo com o consumo perpetrado,
alimentando o sistema. Tem expansão continua, atualmente ultrapassa os limites da
esfera natural, pressionando-a a produzir mais, porém essa tem seu próprio ciclo de
geração que difere da ordem com que o consumo é feito. Nesse ritmo o colapso
econômico é iminente, seja pela finitude próxima dos insumos industriais, a
degeneração do espaço ambiental natural ou pela depredação intensa do universo
social, oriundas da exploração humana constante.
1 - Substâncias Fósseis.
O carvão mineral, por outro lado, pode ser armazenado podendo alimentar
possíveis demandas excessivas, mitigando variações nos preços. É um elemento
relativamente seguro, abundante por todo o planeta, de custo acessível e prospecção
barata, são armazenáveis, portanto mensuráveis em números financeiros e pela alta
acessibilidade são pouco onerosos. O processo de queima simples utilizado
antigamente fora substituído por uma operação moderna com a queima subdividida
em duas etapas e uso de precipitadores eletrostáticos. Uma otimização de processo
que diminuí liberação de contaminantes na queima do carvão, mas não limita que seus
gases contribuam para o efeito estufa e a geração de chuvas ácidas com interações
de partículas sulforosas, liberadas na queima, com água vaporizada na atmosfera. Se
aponta um cenário de grande consumo no futuro, com efeitos nocivos à saúde
humana e subsequente prejuízos. A demanda e a produção se mostram elevadas em
países do oriente como China e índia, de projeções magníficas de crescimento. Em
outras localidades latino-americanas, o uso de carvão mineral foi modesto e pouco
agregado na matriz energética. Na América do norte o potencial de produção é
colossal, porem a produção efetiva não acompanha prosseguido por um consumo
interno médio (PIVA, 2010).
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O gás natural pode ser encontrado na parte superior das câmaras onde se
situa os sítios de óleo, porem isso não é uma constante. Tem sua localização
imprecisa, nem sempre vem associado a reservas de petróleo. É composto
majoritariamente de metano e outros gases sulfurosos, oriundo da decomposição de
materiais lenhosos. Comparados a outros compostos fósseis, quando queimado, libera
menos compostos promotores do efeito estufa, também liberando menos enxofre
condicionante de chuvas ácidas. Um imenso potencial de produção se situa no oriente
médio, América do norte e norte da Europa. Mas o consumo norte americano não
suporta seu consumo interno, necessitando de importações, ao passo que nos outros
grandes centros produtores o consumo não ultrapassa a produção, tornando estes
exportadores de gás natural. O oriente médio apesenta um elevado consumo, mas é
na Eurásia que o consumo é mais elevado. A África despontou como um grande
consumidor nos últimos anos (PIVA, 2010).
Entre uma gama de fatores que podem pesar contra as hidrelétricas, há também,
diversas constatações que podem ir a favor desse tipo de empreendimento energético.
O fim, que é obtenção de energia de maneira limpa, não pode se embotar pelo meio
como é promovido. A maneira como nosso país lida com questões multivariadas,
tende a ser unilateral. Seja pelo interesse elevado em assentar grandes
empreendimentos por um viés econômico somente, ou mesmo por incapacidade de
planejamento e determinação de hierarquias nos processos decisórios. Onde estudos
ambientais são mal elaborados, não compreendendo adequadamente as comunidades
atingidas, por vezes coagidas a saírem de seus locais de morada por aparatos
jurídicos, propelidos pelas diretrizes de propriedade privada de conceito liberal.
As políticas se configuram na lógica econômica, transferindo ao mercado consumidor
as ações de remediação e compensação pela degradação ambiental. Não sendo
incluídas as necessidades socioambientais que a obra pode perpetrar. De certo, pode
ter uma possibilidade incutida pela modernização ecológica, que visa à geração de
riquezas pelo desenvolvimento de maneira mais amena ao meio natural, que contraria
as emissões de gases, mas mesmo assim minando as exigências mínimas das
pessoas e do meio ambiente.
Num contexto generalista e humano, nota-se que muitos fatores indicam um perigo
iminente que assolam a humanidade. Consequência direta do modelo de civilização
petrolífera, cujas formas de produção depredam a maioria, para beneficio de poucos.
Esse estilo de vida dito “moderno”, veementemente ocidental e urbano, se assenta
sobre um elevado consumo de desperdício de energia, que encerra uma enorme
injustiça social e ambiental (WORLD RAINFOREST MOVEMENT, 2013).
Entretanto a saúde como ponto de partida numa mensura da qualidade de vida social
no espaço urbano ordinário, deve ser elucidada em sua essência. A integralidade do
ser é indissociável de seu espaço que ocupa, como mencionado na Psicologia
Ambiental.
Nossas ações tem caráter decisivo no atual desequilíbrio sócioecológico que nos
encontramos. Somos uma sociedade de consumo, carreada muito em parte pelo
inconsciente coletivo, de ações individualistas usuais. Levados por uma suposta
necessidade de afirmação social, através da aquisição incessante de bens materiais,
no intuito de traduzir suas posses em uma hierarquia social destacável, cedendo
imaturamente aos apelos midiáticos de asserção ao consumo irrestrito. Porém esse
alta taxa de consumo leva a proveniência de recursos naturais ao seu limite e a baixa
capacidade de reciclagem natural dos constituintes destes produtos, deterioram
gradativamente as condições salutares para a vida se sustentar.
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Estamos vinculados á uma conduta social permeada de aspectos individualistas.
Adiante, essa expressão se manifesta apenas numa contemplação ao exterior das
estruturas, elevando-a em detrimento dos valores intrínsecos de existência. Num viés
puramente estético, desenvolvemos predileção pelo bonito e aprazível aos olhos, algo
que abrilhante os valores materiais ou “ego”. Imputamos tais tendências em nossas
escolhas, antecessoras as nossas ações e posterioras aos nossos pensamentos.
Concluímos que o “julgamento de valor”, usual nesses dias fúteis, se atém a seu
aspecto exterior e seus desdobramentos culturais e religiosos, sendo suficiente o
bastante para impormos preconceitos, segregação, sectarismo, racismo e mais outros
comportamentos viciosos. E entre todas as nossas necessidades, pedra fundamental
na manutenção da sociedade moderna: é a de consumo energético em modos e
escala diferentes.
Tempos posteriores à segunda revolução industrial até poucos anos atrás, o horizonte
humano se limitava a uma ótica dogmática, essencialmente humanista e positivista,
fundada em subjetividades pelo racionalismo exacerbado e dual: “a divisão do mundo
entre material e espiritual, a separação entre a natureza e a cultura, entre ser
humano e mundo, razão e emoção, feminino e masculino, Deus e mundo e a
atomização dos saberes científicos” (BOFF, 1995 apud DOSSANTOS, 2012).
Nessa organização social, uma porção das expressões humanas passa por terrenos
conflituosos. A necessidade de enriquecimento é vista como um sucesso pessoal,
mesmo que para isso você degenere seu corpo no esforço e comprometimento em
seu oficio, ou que tenha que usurpar os cargos de outros através de meios vis, ou
ainda tenha que ser corruptor de figuras politicas publicas. E depois de tudo isso
considerar o espaço público e natural como estoques de produtos descartáveis, inúteis
à produção. Urge então, uma visão mais ampla.
Urge a necessidade de ação, trazendo nossos pontos de vista para dentro, denotando
muitos mais fraternidade e altruísmo em nossas relações. Tornado o espiritualismo
algo diferenciado em cada individuo, o tornando especialmente pessoal.
Contradizendo as organizações religiosas, de caráter fundamentalmente intercedente,
pela institucionalização privada do modo de espiritualização individual. Fato que não
se restringe a espiritualidade e que também ocorre na economia, na política e nos
trâmites de mercado.
Essa tomada de sua soberania, onde muitos estão exercendo livremente suas
convicções e premissas de “Sagrado”, são frutos de uma busca de uma maior
autonomia de vida. Movimentos sociais levaram esse conceito de liberdade a grandes
avanços. Os mais contemporâneos foram articulados por bandeiras de lutas
especificas, onde em muitos casos extrapolavam a categoria de classe social,
denotando a ânsia coletiva de perpetrar decisões condicionantes de suas próprias
vidas. Nas entrelinhas, eram exigidas melhorias das condições de serviços urbanos,
ordenamento social, preservação ambiental e outros. Punham em discussão questão
sociais cujos vieses, até então hegemônicos, na centralização da exploração no
interior do trabalho. Enseja-se, como uma tradicional estratégia dos movimentos
sociais populares, a tomada de autonomia pela via de revolução, onde as classes mais
baixas são predominantes e protagonistas de transformação social (OLIVEIRA, 2009).
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O discurso de globalização é algo que não promove a inclusão das pessoas, não
integra soluções e respostam as necessidades gerais. Apenas a acessibilidade aos
consumos foi positivamente padronizada. As condições de sociais ocuparam um
segundo plano.
Assim, grupos buscam a construção de novo tecido social, promovendo outras formas
de relações econômicas, intenções impelidas causadas pela minoração na oferta de
emprego, a partir das politicas de desregulamentadoras da circulação internacional de
capitais, aliada as desmonte dos serviços públicos basais. Novas formas autônomas
de trabalho, de características de autogestão, podendo culminar na geração de
cooperativas. São organizações que desenvolvem experiências de gestão, buscam
outras soluções na tentativa de mudanças culturais profundas na sociedade. São
ações, em muitos casos, pontuais, porem agregam capacidades e valores essenciais
para a vida e o trabalho (DELRIO, 1999 apud CANDEIAS et al, 2005).
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Ao fim, após esse longo trajeto permeado por textos, propomos uma
adequação no modo de geração energética, frente aos obstáculos impostos pelo
edifício político-econômico capitalista; veiculo mitigador de abundância social,
apropriador de recursos e usurpador da boa vontade humana. Congregar esforços de
base social, coordenados por exemplares propósitos de sustentabilidade, atrelados
numa ótica espiritualizada, profunda e sistêmica em todos os aspectos de
desenvolvimento social. A partir de um modelo autogestionário, vinculados á uma
economia solidária, excludentes de agentes econômicos de cunho de institucional-
liberal e autossustentáveis financeiramente, independendo dos balanços e fluxos do
aporte de capital. Buscando estar fora do alcance das instituições reguladoras,
conformadoras da boa saúde de uma economia liberada, porém leonina na sucessão
pela partilha das riquezas.
Estamos inseridos num contexto humano permeado por valores rasos. A partir
da modernização social, a importância material passou a orbitar ordens associadas a
sentimentos internos, tornando a própria vivência nesses tempos fútil e sem sentido.
Em momentos, a percepção ilusória da estética acima de tudo, suscita que as relações
humanas e suas interações com as estruturas naturais do globo devam ficar em
segundo plano. De certa maneira renegamos as condicionantes de existência
partilhada dos elementos constituintes de nosso cotidiano, centrando em nós o ponto
de partida das necessidades de nossos valores materiais. Expressões negativas
humanas em meio social são as sementes do egocentrismo perpetrado por essa ótica.