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PÓS-GRADUAÇÃO GESTÃO AMBIENTAL DA INDÚSTRIA

ALEXANDRE MOREIRA FARIA FILHO.

SUSTENTABILIDADE E ENERGIA: DE HIDROCARBONETOS AO


CAPITALISMO E A URGÊNCIA DE PRIORIDADES RENOVÁVEIS.

SÃO PAULO – SP

2014
PÓS-GRADUAÇÃO GESTÃO AMBIENTAL DA INDÚSTRIA

ALEXANDRE MOREIRA FARIA FILHO.

SUSTENTABILIDADE E ENERGIA: DE HIDROCARBONETOS AO


CAPITALISMO E A URGÊNCIA DE PRIORIDADES RENOVÁVEIS.

Monografia apresentada como


exigência do Curso de Pós-
Graduação – Gestão Ambiental
na Indústria AVA FACULDADE
INTEGRADA FUNCEFET, como
requisito para obtenção do Título
de Especialista, sob a orientação
do Profa. Denise Maria Raposo

SÃO PAULO – SP

2014
MOREIRA FARIA, Alexandre
SUSTENTABILIDADE E ENERGIA: DE HIDROCARBONETOS AO
CAPITALISMO E A URGÊNCIA DE PRIORIDADES RENOVÁVEIS.

Alexandre Moreira Faria Fo – São Paulo, SP,


2014.

Monografia (Pós Graduação – Gestão na


Indústria) – AVM

1. Sustentabilidade e seus conceitos


2. Fontes de Energia
3. Evolução Social

FOLHA DE APROVAÇÃO

Aprovada em _______/________ / de 2014


BANCA EXAMINADORA

Profº ...................................................................

Profº...................................................................

Profª...................................................................
RESUMO.

A busca da sustentabilidade socioambiental na obtenção energética e


supressão de atividades danosas ao em meio socioambiental se tornou o foco das
atenções nos últimos tempos. Em um novo contexto social, o qual o homem passa a
ser reconhecido como um elemento natural de seu ambiente; o conceito de
sustentabilidade ganha novas matizes, abarcando as mais variadas expressões
humanas, e seus reflexos no meio socioambiental.

Atualmente a matriz energética se baseia em grande parte na queima de produtos


fósseis, ocorrendo de maneira extensiva pelo globo. Atividade segmentada na geração
de eletricidade obtida pela queima de carvão mineral e gás natural ou de seus
derivados. São os insumos básicos de indústrias termoelétricas disseminadas pelo
mundo. De muito sucesso quando aplicados para a movimentação de veículos, a partir
de motores de combustão interna movidos por gasolina. Desse modo o aporte de
gases oriundos das queimas destes compostos é abundante no ar respirável,
principalmente nos grandes centros urbanos. Causando malefícios as estruturas
respiratórias humanas. Causa ainda, elevadas contaminações por substâncias
químicas, oriundas de hidrocarbonetos, que são deletérias a vida e mortificam
ambientes naturais. Outro aspecto é a estruturação capitalista de nossas cidades - o
consumo desenfreado perpetrado por uma população com valores rasos e por uma
indústria cada vez mais voraz, produzindo toda uma sorte de produtos consumíveis,
gerando toneladas de resíduos. Um sistema pautado por competição enraizada na
aquisição de produtos gratificadores de status social e na exclusão das bases sociais
do seio de consumo, gerando desigualdade social e mitigando as ascensões de classe
por mecanismos neoliberais.

As cidades se tornaram laboratórios das mais variadas aplicações tecnológicas em


produtos derivados do petróleo. Difundindo e reafirmando o discurso de progresso em
valores econômicos, de sustento de premissas capitalistas de acumulação de capital e
consumo inconsciente. Propiciando a geração imensa de resíduos que observamos
hoje, alocados em ambiente natural ou não. E acelerando consumo de recursos
naturais de modo compulsório. Entretanto a consequência mais grave é assunto de
grandes conferências e debates ambientais a redor do mundo, a intensificação do
efeito estufa é atrelado diretamente às emissões de CO2, podendo afetar de modo
drástico o clima da Terra, ameaçando a existência da vida humana.

A opção de energia fundamentada em operações nucleares pode parecer viável ao


primeiro olhar, entretanto produzem resíduos nefastos a vida e são quase que
perpétuos. Ao passo que, temos opções relativamente limpas como hidrelétricas,
geotérmica, eólica, solar e de biomassa; que apresentam algumas dificuldades
operacionais devido a algumas tecnologias incipientes e dificuldades operativas de
distribuição. Outras fontes potenciais, como energia a plasma e quântica são
incipientes, mas denotam um futuro de abundância a todos pela renovação de ideias;
as mesmas qualidades que a mente humana necessita ter para sobrevier ao seu
futuro incerto.
SUMÁRIO.

INTRODUÇÃO...................................................................................................02

CAPÍTULO I – SUSTENTABILIDADE E SEUS CONCEITOS..........................04

CAPÍTULO II – O DÉBITO AMBIENTAL DA OBTENÇÃO ENERGÉTICA.......13

CAPÍTULO III – CAPITULO III – EVOLUÇÂO SOCIAL E HUMANA................19

CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................. 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................44
INTRODUÇÃO.

Diversas aptidões da sociedade humana se tornaram peça chave no


desenvolvimento tecnológico em que nos situamos atualmente. O domínio sobre os
recursos naturais se fez necessário, haja vista que o meio selvagem se mostrava
ameaçador a uma vida plena e confortável. Desse modo, esse homem passou a se
apropriar dos recursos que a natureza provinha e modificando os ambientes naturais
para fins determinados. Quando a organização social aflorou, junto veio à ordenação
econômica, incutindo leis de mercado, que mais tarde passaram a deter qualidades
capitalistas. Tudo se tornou objeto de valorização capital, passível de ser explorado.
O senso consumista ascendeu associando à qualidade de vida a busca de sucessos
financeiros. E o sistema econômico - de garantias de plenitude de vida a todos, como
proposição inicial do movimento iluminista, promove consequências dúbias nos dias
atuais.

A explosão tecnológica do século XX foi alimentada em grande parte por combustíveis


fósseis. Essa necessidade energética já era vigente em tempos anteriores, quando da
expansão do homem organizado sobre as terras. Lenhas e carvões. E luz solar para a
agricultura e para fertilizar os pastos cruciais no florescimento do gado. Ao seu inicio, a
partir do advento da Industrialização, o carvão passou a ser a pedra de toque. Mas foi
no petróleo que as mudanças mais profundas ocorreram. O óleo foi o gatilho da
urbanização massificada ao redor do globo. Impelidos pela suposta ilusão de vida
mais amena, as massas foram atraídas pela empregabilidade nas fervilhantes
economias urbanas, pelas facilidades e praticidades da modernidade traduzidas em
transportes eficientes, recursos básicos garantidos e conforto nas habitações. O óleo,
também foi responsável pela revolução na indústria química, que passou a abastecer
a sociedade da mais variada gama de produtos gerados com derivados de
hidrocarbonetos. Porém a soma de resíduos descartáveis assumiu proporções nunca
antes vistas. Outro ponto ressaltante é a contaminação dos ecossistemas naturais e
do elemento humano por substâncias de alto grau de impacto, pernicioso à vida. Que
devido à negligência e acidentes, acabam por aportar em ambientes ordinários,
causando efeitos deletérios. Defensivos agrícolas e pesticidas tem a mesma origem,
de aplicação muito duvidosa e podendo causar mais malefícios a vida.

Mais do que nunca somos dominados por uma mentalidade urbanista, consumista de
recursos e energia. A demanda energética atingiu grandes valores e o fornecimento,
principalmente de óleo, tem desenvolvimento constante, apesar dos alertas por
especialistas que as queimas irrestritas afetam o clima global, depredando a vida e a
saúde humana. Aliado a isso, temos uma geração quase que inconsciente de
resíduos, insuportáveis pela capacidade de reciclagem do meio natural.
Somos tomados por ações altamente compatíveis com sistema como se estrutura:
numa lógica linear de consumo, fundado em necessidades supérfluas.
As cidades se tornaram o reflexo que a mente contemporânea humana assumiu. Ela
conceitualmente representa nosso domínio sobre a energia, materializada nas
estruturas urbanas. A partir dela e associando-a a matérias-primas, erguemos
moradias penetrantes no céu, embutimos transportes de massa nos solos e entre
outras mais; modificações no substrato terreno perpetradas pela perspicácia humana
utilizando a manipulação de energias. Ainda que os avanços que vieram atrelados a
esse poder de criação, veio também à ordem econômica leonina. Tornando-nos
predadores de nosso próprio ecossistema humano.

Em suma somos inconscientemente segregados, com percepção reducionista, sendo


desse modo egoísta; competitiva, por se pautar em ensejos de sucesso material,
sendo assim consumista e por fim inconsciente, pois seu modo de vida ameaça a
sustentação de vida global e ameaça sua própria existência.
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CAPITULO I – SUSTENTABILIDADE E SEUS CONCEITOS.

1 – Sustentabilidade e suas Premissas.

Questionamo-nos o alto débito socioambiental que impomos ao nosso meio


natural e a nossa sociedade, que se insere nesse contexto ante a alta demanda
energética estabelecida pelo nosso modo de vida. Transfiguramos as estruturas
naturais à revelia da importância ambiente e seus sistemas imputados. Em muitos
momentos, as condutas sociais causaram depredações profundas nos ambientes
naturais, que anteriormente eram considerados apenas espaço vago, sendo numa
ótica antropocêntrica, inútil o bastante para acúmulo de material descartável, destino
de uma série de resíduos sólidos e líquidos dispensáveis dos processos produtivos.
Substâncias exógenas ao meio natural, de alta especificidade química, persistentes,
permanecendo no ambiente por anos a fio, podendo associar-se a outras substâncias,
elevando sua capacidade de residência.

“A busca ilimitada pelo abastecimento constante dos recursos


naturais e a amplitude cada vez maior das relações de produção
capitalistas por todo o globo impõem um ritmo frenético de produção e
consumo, incompatível com o ritmo da natureza. As depredações e as
poluições decorrentes deste padrão atingem uma escala de efeito
sobre o meio ambiente superior a qualquer outro modo de produção
anterior (QUINTANA & HACON, 2011, p. 432)”.
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A abordagem generalista do termo sustentabilidade faz menção indireta, e


representa a justiça em relação às gerações futuras. Traduz-se em não as prejudicar
ao limitar suas possibilidades de manterem suas próprias necessidades.
Definido como capital natural, um termo consonante ao próprio capitalismo, abarca
todos os recursos naturais, renováveis ou não, e outros elementos do ambiente:
estrutura do solo e da atmosfera, a biomassa vegetal e animal e mais. Existe uma
parte do capital natural que tem papel importantíssimo e é extremamente necessário
para sustentação da vida na Terra. Ela não pode ser substituída pelos elementos
artificiais, feitos pelo homem, da nenhuma maneira, por exemplo: o clima global, a
camada de ozônio, biocenoses intocados, diversidade biológica. O conceito da forte
sustentabilidade implica manter essa parte do capital natural intacto (CONSTANZA,
1994 apud MIKHAILOVA, 2004).

A sustentabilidade significa que no processo evolucionário e na dinâmica da natureza


vigoram interdependências, redes de relações inclusivas, mutualidades e lógicas de
cooperação que permitem que todos os seres convivam, co-evoluam e se ajudem
mutuamente para manterem-se vivos e garantir a biodiversidade. A sustentabilidade
vive do equilíbrio dinâmico, aberto a novas incorporações, e da capacidade de
transformar o caos gerador de novas ordens (BOFF, 2001).

O período que vivemos, traz a tona o um grande clamor social por ética. Sem esta,
valores morais tendem a cair por terra, virtudes como compaixão, solidariedade,
compreensão, justiça, a distinção do certo e errado. Tempos em que figuras pontuais e
sublimes recorrem à dimensão interior humana em busca de conforto, que em sua
essência é a espiritualidade, denotada pela serenidade paciente intrínseca - visa o
bem próprio, por conseguinte o bem estar de todos. E que recorre novamente a ética.
Termos miscíveis, indistintos em suas intenções: a bem-aventurança de todos os
seres viventes, exigindo um meio natural saudável e pleno.
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Atualmente se torna claro a todos, que a importância ambiental se ascendeu à
outra escala. Assim, o termo sustentabilidade foi cunhado, em seu núcleo, integraliza
três grandes esferas de importância, na busca de soluções multilaterais de questões
socioambientais, sem frear o progresso econômico impelido pela tecnologia
florescente.

O desenvolvimento sustentável procura a melhoria da qualidade de vida de todos os


habitantes do mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade
da Terra. Enquanto o desenvolvimento sustentável pode requerer ações distintas em
cada região do mundo, os esforços para construir um modo de vida verdadeiramente
sustentável requerem a integração de ações em três áreas-chave:

1 - Crescimento e equidade econômica entre os sistemas econômicos globais, hoje


interligados, demandam uma abordagem integrada para promover um crescimento
responsável de longa duração, ao mesmo tempo em que assegurem que nenhuma
nação ou comunidade seja deixada para trás.

2 - A conservação de recursos naturais e do meio ambiente, conservando nossa


herança ambiental e recursos naturais para as gerações futuras, promovendo
soluções economicamente viáveis devem ser desenvolvidas com o objetivo de reduzir
o consumo de recursos, deter a poluição e conservar os habitats naturais.

3 - Desenvolvimento Social, tendo em vista que em todo o mundo, pessoas precisam


de emprego, alimento, educação, energia, serviço de saúde, água e saneamento.
Enquanto discutem-se tais necessidades, a comunidade mundial deve também
assegurar que a rica matriz de diversidade cultural e social e os direitos trabalhistas
sejam respeitados, e que todos os membros da sociedade estejam capacitados a
participar na determinação de seus futuros.

A definição de sustentabilidade tende a apresentar subjetividades inúmeras.


Tanto que suas definições atingiram 160 interpretações, porém de modo essencial,
essa nova corrente preconiza a contemplação das necessidades presentes, sem
malogro das necessidades futuras. Combinando conceitos socioambientais e
econômicos em uníssono. Fora supracitados acima apenas três dimensões da
sustentabilidade, por uma intenção de praticidade, mas uma ultima definição criada
pela reunião da Agenda 21 nas Filipinas, acrescentam mais quatro dimensões as três
já citadas: politica, cultura, humana e espiritual (PAULISTA et al, 2008).
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Nota-se uma complexidade sobre a temática, pela composição de suas
dimensionalidades e tornando difícil a determinação de indicadores que apontem a
qualidade da sustentabilidade vigente e também a operacionalização e implementação
de projetos sociais. A usual maneira de abordagem social contemporâneas tende a
medir os subsistemas de um modo separado, quando a interação entre estes denotam
as causas e efeitos que permeiam o sistema integrado. A viabilidade do sistema total
depende do funcionamento dos subsistemas que o compõe (BOSSEL, 1999 apud
PAULISTA et al, 2008).

A grande maioria das abordagens envolvem modelos sistemas lineares tratantes das
interações entre sistemas sociais e o meio ambiente natural. Porém, pareadas as
teorias do caos e da complexidade informam que os sistemas complexos adaptativos,
não podem ser compreendidos por abordagens lineares de causa e efeito. HOLLAND,
2003; CASTI, 2004 apud PAULISTA et al, 2005).

Ressalve-se assim, a importância da construção de abordagens multidimensionais na


elaboração de indicadores de sustentabilidade. Sendo essencial a integralização dos
comportamentos individuais, das interações sociais e das condicionantes econômicas
e ambientais influentes naquele meio social, para abarcar projetos verdadeiramente
sustentáveis.

E mesmo partindo de um conceito apenas tridimensional da sustentabilidade: social,


ambiental e econômico, há possibilidade de situar pontos comuns a duas ou mais
dimensões simultaneamente. Como o espiritual, abarcando as esferas ambientais e
sociais. E a cultural que pode se postar nas três dimensões de modo participativo.
Enfim o conceito de aplicação de sustentabilidade de modo pleno, explicitando
indicadores, denotando a eficácia sustentável, é sim de ordem sistêmica.
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2 – Necessidade de Aprimoramento Social e Humano.

Fundamentado em padrões racionalistas, o fenômeno do Iluminismo, propositor


de um mundo igualitário a todos, se realizou para poucos, incorrendo-se da
acumulação capitalista, ecoando de expressões reducionistas lineares, apregoando o
individualismo imperativo. Contemporâneo ao inicio do Século das Luzes e não menos
transformador, se deu o advento da Era Industrial que desconfigurou as estruturas
naturais, passando a ter valor no uso dos processos de produção visando à
acumulação. Fertilizando as mentes humanas e embrionando o sistema Capitalista.

O sistema capitalista e seu modo de produção apropriador e explorador está em todos


os locais, valendo-se do domínio total do mercado global, bem como das inúmeras
atividades do ser humano e a facilidade imposta pela globalização. Este modo de
produção se sustenta na exploração da força de trabalho e na utilização dos recursos
naturais. Intitula-se num modo de ordenamento agregador e oligarca, onde o trabalho
proletariado de muitos, propicia a geração de produtos e serviços, se traduzindo em
riquezas, que passam a ser controladas por poucos (NUNES, 2012).

Uma sociedade de consumo, carreadas muito em parte pelo inconsciente coletivo, tem
ações individualistas usuais. Levados por uma suposta necessidade de afirmação
social, através da aquisição incessante de bens materiais, no intuito de traduzir suas
posses em uma hierarquia social destacável. Porém , esse alta taxa de consumo leva
a proveniência de recursos naturais ao seu limite e a baixa capacidade de reciclagem
natural dos constituintes destes produtos, deterioram gradativamente as condições
salutares para a vida se sustentar.

Surgira no século um pensamento de que o “Homem é o próprio lobo do


Homem”, preconizado por Hobbes, que internalizava justificativas para
comportamentos nem sempre éticos ao defender que o fim justifica os meios, o que
vem a legitimar o poder do Estado e o próprio individualismo capitalista, pedra de
toque da ecologia antropocêntrica (CAMPOS, 2008).

Outros expoentes literatos como Nietzsche, consideravam o Bom, como aquilo que é
vencedor, e Mau é aquilo que cede ou falha, enaltecendo a visão linear-reducionista,
fundamentalmente positivista. Mas no século XVIII, o conceito de ético superou a
questão do bem individual, passando a estender à coletividade. Suscitados por
Hutchinson, Beccaria, e Bentham; lapidado por Hume que aflorou o conceito de
utilidade social a moralidade. Assumindo que a boa ação é a que proporciona
felicidade a todos. Sentimento de humanidade, ou seja, a tendência a ter prazer com a
felicidade do próximo é o fundamento da moral, o móvel fundamental da conduta
humana (CAMPOS, 2008).
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Num mundo veementemente individualista, a norma de Kant solveria muitas
problemáticas sociais. De visão mais absolutista do problema. Não se trata de
emoção, mas de razão. A razão não pode ser medida apenas pela adequação dos
meios aos fins, mas depende do julgamento dos fins. Assim, a moral é um fim em si
mesma. Não está a serviço de nenhum outro objetivo (CAMPOS, 2008).

Na sociedade capitalista globalizada, científica e tecnológica, o paradigma não


é o compromisso de servir, mas o de competir, mesmo que para isso se ignorem as
necessidades e os direitos do outro, desaparecendo, portanto, o conteúdo humano de
nossas condutas. O individuo prioriza o “Ter”, subjugando o “Ser”, tornando os valores
muito mais rasos.

Em contrapartida, ao exercermos a ética baseada em valores internos espirituais,


articulamos, como esperança, uma necessária reflexão crítica acerca do nosso padrão
de civilização que se perde na exterioridade, no individualismo, no consumismo no
imediatismo (SOUZA, 2010).

“A ética e a moral são termos de uso corrente no nosso


cotidiano, entretanto não são sinônimos. A moral refere-se a uma
conduta de acordo com valores consolidados em uma determinada
cultura social, não sendo necessária a justificativa desses valores, que
vão além dos interesses imediatos desta sociedade. Refere-se à rotina
de comportamentos que se denominam bons ou maus, certos ou
errados, lícitos ou ilícitos. São valores que vêm de fora para dentro. A
ética refere-se à conduta que os indivíduos de uma determinada
sociedade estabelecem entre si; vem sempre precedida de uma
reflexão elucidativa de fundamentos, justificativas ou valores,
independentemente da aprovação ou não de seus pares. São valores
que vêm de dentro para fora, oriundos de fundamentos elaborados de
forma reflexiva e elucidativa. A ética justifica nossos sentimentos
morais por meio da busca de seus fundamentos“ (SOUZA, 2010).

Não obstante do malogro da conceituação de uma estruturação social duvidosa


operante nos dias de hoje, pondo a moralidade ao lado de discursos
progressistas/tecnocráticos, abusando do desenvolvimento industrial como
subterfúgios de qualificação humana, agregando condições irrestritas de apropriação
de imensas quantidades de recursos naturais, transformando-os em materiais de
valores fúteis, se pautados comparativamente aos prejuízos que causam ao meio
socioambiental e a própria escassa quantia de pessoas que as riquezas produzidas
acabam convergindo. A necessidade de tecnologias sofisticadas, facilitadoras de uma
vivência confortável ou de glamorosas posses, simplesmente se desfaz se não houver
um ambiente em que a vida possa se sustentar.
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Mais tarde, surge um grande pensador pioneiro na ecoteologia. E suas teorias
de igualdade e de liberdade. Conhecido pelas militâncias pró-ambiente e solidária a
parcela mais pobre da sociedade. Leonardo Boff aflorou um novo paradigma
ecológico, sintetizado em parte pela sua teoria de libertação dos menos favorecidos,
desqualificando a lógica que explora as classes e submete os povos aos interesses de
uns poucos países ricos e poderosos, sendo a mesma lógica que depreda a Terra e
espolia suas riquezas, não gerando solidariedade para com o restante da humanidade
e para com as gerações futuras. Afrente analisa criticamente o novo paradigma,
sendo a ruptura de pensar do modelo antropocêntrico.

“Hoje estamos entrando num novo paradigma. Quer dizer,


está emergindo uma nova forma de dialogação com a totalidade dos
seres e suas relações [...]. Está se desenvolvendo uma nova
sensibilização para com o planeta como um todo. Daqui surgem
valores, novos sonhos, novos comportamentos, assumidos por um
número cada vez mais crescente e de comunidades” (BOFF, 1995, p.
29).

Segundo a moderna cosmologia, a Terra pode ser conceituada como um ser


vivo denominado Gaia. Em meio ao qual tudo está inter e retro-relacionado. A questão
de fundo que deve ser colocada diante da destruição sistemática a que as diferentes
sociedades humanas submeteram a terra e o meio ambiente.

“O fato de o ser humano ter se colocado sobre a natureza,


em busca de sua emancipação e autonomia, e ter cortado os vínculos
afetivos e de significado que com ela mantinha. De ser da natureza
passou a ser sobre e contra a natureza. A trajetória humana passou a
ser regida, predominantemente, pela vontade de poder e de
dominação: o ser humano como senhor absoluto da natureza ou
antropocentrismo” (BOCK, 2002, p. 41).

Transpassa pelo seio do modo politico e econômico instituído nos dias de hoje ao
redor do mundo possui uma lógica interna fundada na exploração sistemática e
ilimitada de todos os recursos da terra para atingir três objetivos fundamentais:
aumentar a produção, o consumo e produzir riqueza.
Essa lógica implica numa lenta, mas progressiva extenuação dos recursos naturais,
devastação dos ecossistemas e considerável extinção de espécies, na ordem de três
mil ao ano, quando o normal no processo de evolução seria algo em torno de 300
espécies. Em termos sociais essa mesma lógica cria crescente desigualdade social,
pois ela se rege não pela cooperação e solidariedade, mas pela competição e pela
mais feroz concorrência. (BOFF, 2011).
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No tocante, a esfera econômica infla-se de acordo com o consumo perpetrado,
alimentando o sistema. Tem expansão continua, atualmente ultrapassa os limites da
esfera natural, pressionando-a a produzir mais, porém essa tem seu próprio ciclo de
geração que difere da ordem com que o consumo é feito. Nesse ritmo o colapso
econômico é iminente, seja pela finitude próxima dos insumos industriais, a
degeneração do espaço ambiental natural ou pela depredação intensa do universo
social, oriundas da exploração humana constante.

A ordenação mundial em suas ações prioritárias vem sofrendo profundas


mudanças. Nossa realidade sócio-política toma rumos imprecisos, claudicantes ante
aos paradoxos: progresso X preservação. Mundialmente amadurecem fatores de
transformação nos interiores dos processos econômicos e políticos irregulares. Onde
repletos de incertezas, conflitos e instabilidades, concatenam tensões sociais,
abalando as estruturas bases das organizações econômicas capitalistas reinantes, ao
indagar a viabilidade de antigos sistemas de poder e regulamentação de processos
políticos e econômicos ao longo do globo. A consciência ecológica cresce, junto à
sensibilização da partilha de elementos terrenos, como recursos naturais e antrópicos.
Aumenta a pressão social e de organizações de mesmo fim, apontando a força, uma
nova direção de uma nova cultura em relação à natureza. Cintes de sermos uma
sociedade extratora de recursos naturais vitais a nós, porém, mantenedora da
capacidade de autoreposição destas fontes (DOS SANTOS, 2012).

Deflagra paulatinamente a estruturação de uma nova lógica, mais humana e fraternal,


podendo ser indispensável na criação de um novo pensamento humano, centrado nos
valores internos, como amor e respeito mútuos, sustentando uma vida mais sensata.

E os sintomas veem apontando, já há certo tempo, essa potencial mudança de


pensamento. As ciências modernas derivam para diálogos interdisciplinares, ao
reverem suas bases cientificas, postulações e métodos. O fenômeno da globalização,
em sua vertente cultural, apresenta respeito às diferenças das mais variadas ordens,
fomentando pontes de informação e humanização com culturas antigas e emergentes.
Questiona verdades absolutas e sedimentadas, provocando integração da natureza
em suas diversas dimensões e formas (DOS SANTOS, 2012).
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CAPITULO II – O DÉBITO AMBIENTAL DA OBTENÇÃO ENERGÉTICA.

1 - Substâncias Fósseis.

São notórios os potenciais riscos da atividade da indústria petrolífera,


constituem uma potencial ameaça à saúde humana e as condições de vida de
ambientes naturais, sendo os costeiros e marinhos os mais sensíveis.

“Uma avaliação de quaisquer eventos na indústria petrolífera,


é conveniente manter em primeiro plano o pressuposto de que todas
as suas atividades, em todas as etapas, oferecem ‘riscos intrínsecos e
variados’, resultantes de uma estreita correlação e de uma frequente
potencialização recíproca entre os fatores técnicos e as condições
humanas e a variação do ambiente natural. Seus impactos ambientais
em todo o circuito, desde o poço até os motores e caldeiras que
queimam combustíveis, bem como suas atividades de transporte e de
produção no mar, seus equipamentos especiais de perfuração e de
escoamento vêm sendo objeto de vários estudos, por oferecerem
elevados potenciais de ameaça ao ambiente circundante. Além do
mais, consumir petróleo e seus derivados significa lançar na
atmosfera, sob a forma de gases e poluentes, uma massa enorme de
carbono e outros elementos como enxofre e nitrogênio. Estima- se,
hoje, um consumo diário de aproximadamente 100 milhões de barris
de petróleo. Essa massa de petróleo e gás é quase toda queimada,
transformando- se basicamente em gás carbônico. É uma massa de
carbono, sem precedentes na história, jogado artificialmente na
atmosfera.” (BAYARDINO, 2004, p. 31).

O petróleo substituiu o carvão como principal fornecedor energético,


possibilitando estabelecer um novo nível tecnológico em nossa sociedade. Em um
momento clareava as ruas das cidades, hoje é elemento constituinte das cadeias
produtivas essenciais. A variedade de aplicações impactantes em nossa sociedade,
não suplanta as imprevisibilidades que países detentores da produção podem
apresentar. A ameaça de suspensão de fornecimento, devido a instabilidades
geopolíticas, alteram os preços dos barris e influenciam em outros aspectos.

A própria atividade operacional traz muita incerteza: promovendo que os investimentos


sejam elásticos, suportando devidas imprecisões nos preços, quando da
comercialização do produto e de sua demanda de consumo, de uma possível falta de
realidade nos dados coletados e mensurados, da tecnologia disponível e seu custo de
aplicação. Enfim, compreende de uma grande miríade de fatores que alteram o
fornecimento e seu custo de aquisição. A escassez de poços mais acessíveis, menos
onerosos, afetados por uma grande demanda, eleva os valores, fazendo com que
poços mais remotos sejam buscados, assim agregando mais valor ao seu custo. Essa
volatilidade do preço ameaça o próprio crescimento da indústria, mitigando
investimentos, gerado cortes de verbas, cortes e atrasos de projetos, desequilibrando
toda a indústria de energia (PIVA, 2010).
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A disponibilidade do óleo é desigual, metade das reservas provadas está no oriente
médio, porém este corresponde a uma pequena fração da demanda, associada a
conflitos internos religiosos, propicia cenários para alterações bruscas nos valores. Ao
passo que os E.U.A. detém a terceira maior produção, mas consomem grande parte,
tendo que por vezes recorrer a importações (PIVA, 2010).

O avanço tecnológico e de superação de limites físicos é constante na indústria, se


tornando evidente que nossas reservas nacionais ultra profundas se tonariam alvos de
investimentos, vistos com muito interesse financeiro, em algum momento, quando de
uma elevada valorização do preço do óleo. A aplicabilidade do petróleo na indústria
ultrapassa muito pela versatilidade, se compararmos a outras substancias fósseis.
Porém suas necessidades de altos investimentos de produção e logística precisa
caminham contra sua perpetuação como fonte energética. Seu extenso uso por
diversos segmentos industriais como componentes elásticos são interessantes para o
desenvolvimento social, mas o débito ambiental se destaca quando o petróleo é usado
pela indústria da alimentação (PIVA, 2010).

A maior parte da poluição de nossos ambientes naturais se constitui de substâncias


derivadas de hidrocarbonetos, envenenando os ecossistemas com elementos não
metabolizáveis por estes. De escala micro à macro, a poluição por estes produtos
ameaça a condição de geração de vida.

Uma projeção afirma que as reservas passarão a se esgotar em meados de 2030,


sendo previsível que a demanda não seja tão elevada, se concatenando mais um
obstáculo da permanência do óleo como matriz energética.

O carvão mineral, por outro lado, pode ser armazenado podendo alimentar
possíveis demandas excessivas, mitigando variações nos preços. É um elemento
relativamente seguro, abundante por todo o planeta, de custo acessível e prospecção
barata, são armazenáveis, portanto mensuráveis em números financeiros e pela alta
acessibilidade são pouco onerosos. O processo de queima simples utilizado
antigamente fora substituído por uma operação moderna com a queima subdividida
em duas etapas e uso de precipitadores eletrostáticos. Uma otimização de processo
que diminuí liberação de contaminantes na queima do carvão, mas não limita que seus
gases contribuam para o efeito estufa e a geração de chuvas ácidas com interações
de partículas sulforosas, liberadas na queima, com água vaporizada na atmosfera. Se
aponta um cenário de grande consumo no futuro, com efeitos nocivos à saúde
humana e subsequente prejuízos. A demanda e a produção se mostram elevadas em
países do oriente como China e índia, de projeções magníficas de crescimento. Em
outras localidades latino-americanas, o uso de carvão mineral foi modesto e pouco
agregado na matriz energética. Na América do norte o potencial de produção é
colossal, porem a produção efetiva não acompanha prosseguido por um consumo
interno médio (PIVA, 2010).
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O gás natural pode ser encontrado na parte superior das câmaras onde se
situa os sítios de óleo, porem isso não é uma constante. Tem sua localização
imprecisa, nem sempre vem associado a reservas de petróleo. É composto
majoritariamente de metano e outros gases sulfurosos, oriundo da decomposição de
materiais lenhosos. Comparados a outros compostos fósseis, quando queimado, libera
menos compostos promotores do efeito estufa, também liberando menos enxofre
condicionante de chuvas ácidas. Um imenso potencial de produção se situa no oriente
médio, América do norte e norte da Europa. Mas o consumo norte americano não
suporta seu consumo interno, necessitando de importações, ao passo que nos outros
grandes centros produtores o consumo não ultrapassa a produção, tornando estes
exportadores de gás natural. O oriente médio apesenta um elevado consumo, mas é
na Eurásia que o consumo é mais elevado. A África despontou como um grande
consumidor nos últimos anos (PIVA, 2010).

Substâncias de alto valor energético estocado em suas ligações químicas, que


ao inflamadas liberam grande carga energética. Mas no óleo há um alto índice
calorifico e energético por unidade de volume, tornando-o o mais produtivo a Indústria.
De origem majoritariamente orgânica , são presentes em todo o globo. Usadas como
matriz energética em grandes potencias mundiais, entre as mais relevantes se situam
os EUA, China e Rússia.
15
2 - Energia Nuclear.

No início da indústria nuclear energética, em meados dos anos 70 e 80, o


repudio através de manifestações sociais era constante. Pois é notório que as
substâncias residuais, culminantes do processo, são sabidamente degradantes do
meio natural e seu destino adequado se torna oneroso. São usados elementos de
elevada longevidade, as denominadas meia-vida destes produtos os tornam um
estorvo ambiental, e se por ventura forem inseridos no ambiente por acidentes, tem
capacidade de residência colossal no meio, tornando os processos corretivos lentos e
paulatinos, de consequências terríveis para a vida nas localidades.

Após a década de 90, muitos países estagnaram suas indústrias nucleares de


proposito energético, mas outros as aprimoraram. Japão e França são os mais
produtivos. Entretanto o acidente gravíssimo de Fukushima, expressa a necessidade
de reflexão sobre seu uso como fonte de energia. Porém, mesmo com um segurança
utópica, seu uso tende a cair por terra, por que a geração de resíduos permanece uma
constante, ameaçando a desenvoltura natural dos ambientes (RUSCHEINSKY, 2003).
16
3 - Usinas Hidrelétricas.

Em outra direção com situações aparentemente mais amenas, as usinas


hidrelétricas são extremamente versáteis, podem operar continuamente e são capazes
de armazenar seu insumo principal, a água, quando há abundancia, para utilizá-la nas
épocas de escassez.

“São raros os momentos em que as usinas hidrelétricas


diminuem sua produção de energia. Isso acontece quando ocorrem
longos períodos de estiagem. Outro ponto importante é que os
reservatórios das usinas, além de possibilitar flexibilidade de
operação, acabam também por auxiliar no controle de inundações.
Ademais, as usinas hidrelétricas são capazes de gerar grandes blocos
de energia e viabilizar o uso de outras fontes de energias renováveis,
como a eólica e solar, porque continuam gerando mesmo quando
estas estiverem impossibilitadas. Entretanto, mesmo com todos os
pontos positivos a favor, as usinas hidrelétricas, principalmente as
grandes usinas, estão sendo sistematicamente criticadas. Essas
críticas questionam os aspectos de sustentabilidade desses
empreendimentos. As críticas mais exacerbadas às hidrelétricas vêm
de Organizações Não Governamentais (ONGs) ambientalistas. As
críticas também advêm do meio acadêmico e da imprensa
internacional e tem opositores dentro do próprio governo. Estas são
relativas às pessoas que precisam ser deslocadas de suas
propriedades devido à inundação para formação dos reservatórios,
que fazem parte de um grupo de “atingidos por barragens”. Critica-se
também o fato de que as populações no entorno da geradora de
energia não compartilhem dos benefícios trazidos pela sua instalação.
Adiciona-se a isso, a mudança do ecossistema da região do
aproveitamento, alterando a ictiofauna, a geração de gases de efeito
estufa devido à vegetação que foi inundada, entre outros.” (FARIA,
KNIESS e MACCARI, 2012, p. 227).

A temática das usinas hidrelétricas engloba diversos assuntos a serem abordados de


maneira serena e consciente. Hoje o capital privado impele intensa influência sobre a
quebra de obstáculos que inviabilizam o interesse de geração de recursos financeiros.
Essa política de desregulamentação determina o malogro dos interesses das
populações ribeirinhas, que extraem os recursos do ambiente natural. Resguardando
os recursos naturais, com uso de maneira consciente, perpetrando a partilha e a
harmonia amparada pela memória coletiva de seus pais e avós. Esse modo de vida
confronta-se com interesses financeiros abundantes da indústria elétrica, pela
cooperação do Estado e instituições privadas, que entendem o meio ambiente como
propriedade passível de valoração monetária.

“Nesse campo de lutas, em que as diferentes posições


sustentam forças desiguais, perpetuam-se políticas socialmente
injustas e ambientalmente insustentáveis, enquanto as comunidades
ribeirinhas lutam contra uma lógica reificadora que as transforma em
objeto na paisagem natural. Assim, tornando-as invisíveis enquanto
sujeitos sociais e atores políticos dotados de desejos e direitos.
Portanto o cenário se trona caótico, multiplicam-se casos de violência
em que o aparato policial é utilizado para fazer valer os interesses
econômicos que representam o desenvolvimento desigual e
excludente, situação que denuncia as falácias da noção hoje
dominante de desenvolvimento sustentável.” (ZHOURI e OLIVEIRA,
2007, p. 120).
17
A geração hidráulica energética não é significativa quando analisada no âmbito da
matriz mundial de oferta. Mas no Brasil tem um peso significativo de geração
energética, sendo o terceiro pais no mundo em capacidade instalada e em geração de
hidroeletricidade. As bacias das regiões Sudeste e Sul têm, respectivamente, os
maiores percentuais de produção. A Amazônia apresenta imenso potencial, mas de
restrições claras pelas fragilidades ambientais (MERCEDES et al, 2011).

Em território nacional, nossa política tem sido tendenciosa. A implantação de muitas


hidrelétricas situadas no norte do país tem foco direto na alimentação de grandes
empreendimentos industriais de grande potencial, como companhias multinacionais de
grande poder lucrativo, denotando o interesse somente econômico nestes projetos,
muitas delas operam no segmento eletrointensivo de características importadoras e de
caráter excludente, principalmente dos atores sociais remobilizados pelo projeto.
As chamadas paisagens industriais como: hidrelétricas e extensas monoculturas
geram desigualdade social, alavancado insatisfações populares (FARIA, KNIESS e
MACCARI, 2012, p. 227).

Entre uma gama de fatores que podem pesar contra as hidrelétricas, há também,
diversas constatações que podem ir a favor desse tipo de empreendimento energético.
O fim, que é obtenção de energia de maneira limpa, não pode se embotar pelo meio
como é promovido. A maneira como nosso país lida com questões multivariadas,
tende a ser unilateral. Seja pelo interesse elevado em assentar grandes
empreendimentos por um viés econômico somente, ou mesmo por incapacidade de
planejamento e determinação de hierarquias nos processos decisórios. Onde estudos
ambientais são mal elaborados, não compreendendo adequadamente as comunidades
atingidas, por vezes coagidas a saírem de seus locais de morada por aparatos
jurídicos, propelidos pelas diretrizes de propriedade privada de conceito liberal.
As políticas se configuram na lógica econômica, transferindo ao mercado consumidor
as ações de remediação e compensação pela degradação ambiental. Não sendo
incluídas as necessidades socioambientais que a obra pode perpetrar. De certo, pode
ter uma possibilidade incutida pela modernização ecológica, que visa à geração de
riquezas pelo desenvolvimento de maneira mais amena ao meio natural, que contraria
as emissões de gases, mas mesmo assim minando as exigências mínimas das
pessoas e do meio ambiente.

Ademais, há indícios de que lagos represados, formados artificialmente, apresentam


exudações de metano e outros gases promotores do efeito estufa, todos provenientes
da decomposição de materiais lenhosos submersos nas inundações. Entretanto são
apenas hipóteses, pois lagos naturais também detém estas capacidades, sendo
necessário mais estudos para determinações mais precisas. O que se torna
importantes salientar são as problemáticas sociais que tendem a surgir antes e depois
da instalação de um empreendimento hidrelétrico. Mas se pautado em políticas
saudáveis e integrativas, os desequilíbrios podem ser remediados e sanados. Pois não
se pode descartar tais possibilidades de geração energética de maneira salutar e
limpa.
18
CAPITULO III – EVOLUÇÂO SOCIAL E HUMANA.

1 – Capitalismo e produtos fósseis.

O petróleo e o recurso energético mais utilizado no planeta. O consumo


mundial de energia, fortemente dependente desse recurso, tende a seguir
aumentando - pelo aumento da população, pela diversificação e ampliação de
atividades produtivas, pelo acréscimo de consumo das parcelas da população
mundial, historicamente excluídas do sistema econômico e pelo crescimento do
transporte individual. O Brasil possui, do ponto de vista da sua matriz de energia
primaria, uma condição favorável e diferenciada, sobretudo quando comparada a
matriz global, em um contexto permeado por problemas compartilhados por todo o
planeta, de exaustão dos recursos, especialmente das reservas de petróleo de baixo
custo de exploração; da manutenção da segurança energética, em face da
concentração dos recursos petrolíferos em áreas potencialmente conflituosas e dos
problemas ambientais crescentes – locais, regionais e globais –, especialmente a
mudança climática, de solução não trivial. Todavia, essa matriz, considerada exemplar
em âmbito mundial em termos de uso de fontes renováveis, também e marcada pelo
predomínio dos fosseis (MERCEDES et al, 2011).

Tem papel significativo na manutenção da economia globalizada, sendo a fundação da


conduta socioeconômica capitalista. Suas aplicações são extensas, derivando deste
diversos materiais: plásticos, fibras sintéticas, detergentes, medicamentos,
conservantes, oleados e agroquímicos. Produtos que atualmente sustentam a
civilização petrolífera. Porém essa alto consumo de produtos, tem impactos
socioambientais tremendos. Não obstante a alteração climática global, a dessecação
de fontes de águas potáveis e a crescente contaminação na natureza e do corpo
humano; a exploração petrolífera deixou legados de doenças, guerras e mortes
(WORLD RAINFOREST MOVEMENT, 2013).

Nações menos favorecidos em sua economia, sofreram abusos imperialistas pela


extração intensa de óleo, pareados com politicas de responsabilidade ambiental e
social irrisórias, promovendo comunidades humana de enfrentarem cotidianamente
vazamentos, queimas de gás e outras ameaças oriundas da exploração. Tal indústria
se apropriou de um papel fundamental na civilização tecnocrata, em detrimento de
suas consequências. Junto da mineração, a atividade extratora petrolífera propiciou a
partir do capitalismo a geração da maior a parte das substâncias e formas de energia
perniciosas à saúde, que saturam todos os sistemas terrenos. Politicas exteriores
leoninas, oriundas de muitas nações líderes do Capitalismo produziram guerras
constantes, com intuitos dominadores, erigiram guerras com pretextos escusos, que
ao final do caos propiciavam mais condições de instalações de empresas petrolíferas
estrangeiras nas terras arrasadas (WORLD RAINFOREST MOVEMENT, 2013).
19
E estas embora prometam responsabilidades sociais, medidas de segurança,
controles adequados e melhorias operacionais; atuam quase sempre sobre olhares
distantes de autoridades efetivamente competentes de imposição de punições e
sanções. Operam em locais distantes no globo, remotos numa logística de informação
afetada por conflitos internos, em muitos casos pela ausência de condições
socioambientais razoáveis. Violam direitos humanos, contaminam o ambiente natural e
social em graus inaceitáveis. Detêm poderes superiores, impelidos pela economia
globalizada, aos próprios direitos humanos, derrubando a soberania de nação,
expolindo seus recursos naturais e expondo povos a condições insalubres. Mesmo
quando há resposta judicial, esta costuma ser ineficaz para atender as exigências das
comunidades afetadas, cujos valores, cultura e tradição não são elencadas como
parâmetros nos sistemas judiciais (WORLD RAINFOREST MOVEMENT, 2013).

Num contexto generalista e humano, nota-se que muitos fatores indicam um perigo
iminente que assolam a humanidade. Consequência direta do modelo de civilização
petrolífera, cujas formas de produção depredam a maioria, para beneficio de poucos.
Esse estilo de vida dito “moderno”, veementemente ocidental e urbano, se assenta
sobre um elevado consumo de desperdício de energia, que encerra uma enorme
injustiça social e ambiental (WORLD RAINFOREST MOVEMENT, 2013).

Trata-se de uma frondosa fonte de capaz de derivar em milhões de substâncias


diferente, sendo que os hidrocarbonetos além de assumir influência crucial na matriz
energética global, se converteram na matéria prima estratégica na produção de
materiais. A miríade de aplicações industriais utilizando-se plásticos tornou essa
derivação do petróleo como o material mais promissor do século XXI. Material de alta
agressividade ao meio natural, porém largamente sintetizado, associado ao consumo
por meios de produção da indústria química, de refinada engenheira de materiais com
uma capacidade impar de transformar as mais variadas cadeias de hidrocarbonetos;
encontrados na forma natural de petróleo, gás e carvão, em complexas serie de
substâncias orgânicas, organofluoradas, organofosforadas e organometálicos.
Estabelecendo assim, a inserção e criação de inumeráveis produtos químicos que a
natureza não tem capacidade de metabolizar apropriadamente. Este afã de criação de
um novo mundo material capitalista originou um contexto antiecológico unilateralmente
feito de plásticos (BARREDA, 2013).

Em apenas cinquenta anos o consumo de materiais sintéticos de hidrocarbonetos


passou de 0 a mais de 200 milhões de toneladas. E após o início deste século esses
números tenderam em subir em 40%, podendo levar a produção para mais de 300
milhões de toneladas de plásticos produzidos. Um intuito basal na oferta de plástico é
sua alta capacidade de descarte, algo que recorre nas indústrias atuais, progrediu alo
longo do período e muitos objetos da indústria adquiriram um tempo curto para
atingirem sua obsolescência. Ponto estratégico que aumenta a demanda de plástico e
produtos sintéticos, elevando a produção de modo regular (BARREDA, 2013).
20
Outro ponto chave do nocivo crescimento da atual civilização petrolífera é a
produção mundial de substâncias químicas empregadas nas engenharias da
agropecuária, pesqueira e florestal. Mostra-se no desenvolvimento de pesticidas,
defensivos agrícolas, fertilizantes e substâncias destinadas a nutrição artificial de gado
e pescado, aliado a uma manipulação veterinária. Produtos finais de qualidade
dubitável, que mesmo apesar de constatados diversos acidentes e denuncias no
âmbito de saúde publica ao longo das duas décadas, se consome em taxas cada vez
maiores.

“A ONU reconhece que a cada minuto um habitante do


mundo é envenenado com substâncias agrodefensivas, que invalida
os trabalhadores agrícolas e contamina a maior parte dos alimentos
do hemisfério Sul e Norte.” (ONU apud BARREDA, 2013, p. 6).

Nações ocupantes de grande posição de destaque na economia global lideram a


hospedagem de grandes empresas multinacionais, produtoras de diversos produtos
reconhecidamente teratogênicos, carcinogênicos e mutagênicos. Em muitos casos a
produção é ilícita, como também a exportação. Desenvolvem DBCP, heptacloros,
clordanos, BHC, lindano, DDT’s e etc... Além de outros produtos mais complexos e
intrincados, os quais ainda nem foram devidamente avaliados em seus impactos na
saúde humana e ao meio ambiente natural (SHAPIRO apud BARREDA, 2013).

Mesmo com certos resguardos, o consumo destes componentes químicos apenas


cresceu ao redor do globo, financiado muito em parte pelas recompensas pelo
desenvolvimento pioneiro na alimentação humana e animal transgênica. Ainda que, de
riscos a saúde humana e ao meio natural, ameaçando os processos evolutivos
naturais de caráter biológicos. Incorrentes na alteração e introdução de genes
estranhos nas estruturas genéticas de alimentos ordinários. Milho, soja, algodão,
tomates, mamões e etc. Fator que realimenta a desprestigiada subprodução e o baixo
consumo de defensivos agrícolas, revitalizando artificialmente estes segmentos
(BARREDA, 2013).
21
2 – Energia e Sociedade Moderna.

O início da história humana deflagrou um processo gradual de apropriação dos


recursos naturais, sobretudo a energia. A agricultura e a pecuária se focavam na
extração organizada da energia solar, expressos na fotossíntese, transmitindo energia
aos outros elos da cadeia alimentar. Quando o sistema de coleta foi abandonado, o
sistema de produção de alimentos da agricultura e a própria organização social
resultou em novas modalidades de instâncias organizacionais: divisão do trabalho,
oferta e demanda de produtos, guerras, defesas, em suma o poder (MERCEDES et al,
2011).

“A complexidade dessas formações recrudesceu, sempre


visando à aquisição de territórios mais produtivos e seguros e, logo,
dos resultados da energia controlada: gente, terra, plantações, gado,
que significavam matéria-prima, manufatura, comercio: riqueza.”
(MERCEDES et al, 2011, p. 48).

Inicialmente a energia provinha do Sol, músculos, força das águas e ventos, da


madeira, do carvão e os ganhos de produtividade estavam atrelados à qualidade dos
sítios em que viviam seus homens, seu clima e seus recursos. A partir do advento do
Industrialismo, o calor se tornou a pedra fundamental do modo de vida urbano-
industrial quando o padrão não mais baseado na extração de riquezas exclusivamente
da terra, mas de sua geração nas cidades, na confecção de bens e serviços,
suportados por um crescente número de aparatos mecânicos, automáticos, redutores
de custos e amplificadores na fabricação de mercadorias, potencializando lucros pelo
ganho na produção do trabalho socialmente incorporado. Após um período o carvão
mineral suplantou o vegetal nas atividades cotidianas e a incipiente indústria. Que pela
invenção de Watt, quando associou teares típicos ingleses aos aparatos de
bombeamento hídrico aplicados em mineração, desenvolveu as primeiras máquinas
térmicas: o motor a vapor. À frente, no fim do século XX, outra maquina térmica
utilizando derivados desprezados de hidrocarbonetos, transformou o petróleo em um
produto essencial. Com forte apoio do sistema financeiro – a gasolina incitou a
expansão do uso de motores a combustão interna, aplicados em automóveis para
transporte, gerou uma demanda sustentada de produtos petrolíferos, permanecendo
como produto propulsor de toda a cadeia de produção de transportes do mundo
(MERCEDES et al, 2011).

“Nessa mesma época, surgem as telecomunicações, o


gerador, o motor e a transmissão elétricos. Os derivados do petróleo e
a eletricidade, produzida a partir dos potenciais hidráulicos, do carvão
e também do petróleo, tornaram-se a principal forma de energia do
modo de vida urbano-industrial, que persiste ate o presente. Desde
então, o que se seguiu foram a sofisticação e hegemonização do
modo de produção capitalista, com sua inerente necessidade da
multiplicação ad infinitum, ou enquanto a termodinâmica assim o
permitir, da acumulação do capital e da apropriação dos excedentes,
de forma cada vez mais concentrada e a descentralização da geração
das riquezas, não mais restrita a propriedade de um território
especifico .“(MERCEDES et al, 2011, p. 49).
22

O controle sobre todos os níveis do meio de produção, dos conhecimentos


tecnológicos e da mão-de-obra disponível foram essenciais para consolidação deste
processo. Agora a potencia industrial adquirira uma maior mobilidade, fracionada pela
abordagem globalizada, podendo ir aonde os ganhos mais compensassem, onde as
matérias-primas de maior qualidade se encontravam e também onde dispunha uma
mão-de-obra barata. Uma maior e mais eficaz rede de telecomunicações permitiu o
controle das matrizes sobre suas filiais, em países longínquos e em ultramar, controle
de operações em chão de fábrica e realizações de transações financeiras que
sustentam todo o edifício, entre corporações separadas por continentes (MERCEDES
et al 2011).

“A apropriação da energia também esta atada a apropriação


dos materiais, cujo aperfeiçoamento foi necessário para suportar as
forcas e temperaturas cada vez maiores a que estavam submetidos os
novos aparatos – motores, geradores e outros. A sofisticação da
indústria das telecomunicações também passa a exigir materiais cada
vez mais originais e aprimorados. Novas ligas e substancias naturais
ou sintéticas sao cada vez mais baratas e disseminadas. Aprofunda-
se o processo...” (MERCEDES et al, 2011, p. 52).

Mesmo após o clamor por justiça ambiental mencionado pelo IPCC, as


principais expectativas de crescimento de consumo e produção mundial de energia
baseadas em petróleo, são enormes e agressivamente ascendentes. Uma força
imparável desta civilização petrolífera logra um modo de produção e consumo
integrados a própria produção de petróleo. Quase que toda a totalidade de insumos
urbanos é proveniente de óleo. Todos os objetos firmemente interligados entre si,
associados ao petróleo como uma droga prima, a qual o Capitalismo a viciada
(BARREDA, 2013).

Um primeiro indicador chave do auge econômico ocorrente desde 2003, perpetuador


do sistema predatório é a indústria automotriz mundial que produz anualmente 50
milhões de unidades de veículos de passeio e mais 20 milhões de veículos pesados.
A exploração das classes inferiores concatenam as grandes marcas produtoras à mão
de obra barata da Ásia e América-Latina. Mesmo em tempos de crise ambiental
aguda, a expressão consumista da sociedade promove a renovação da frota
automotriz mundial. O consumo de combustíveis é elevado, ainda que haja esforços
no desenvolvimento de novas abordagens energéticas como movimentação elétrica e
Gás Natural Veicular em certos pontos do globo. Mesmo com a intenção de indústria
europeia de produzir veículos menos emissores de gases de CO2, o consumo de
automóveis e outros veículos de transporte consumirão em 30% de toda a energia
congregada da Terra, integradas por petróleo, gás, carvão, nuclear, hidrelétrica,
eólicas e solares e etc. Representando o consumo de 95% do petróleo produzido
mundialmente. Ao fim o voga deste consumo são os EUA, que produz por volta de um
quarto de todos os veículos mundiais e consome quase a metade de toda gasolina
produzida no mundo (BARREDA, 2013).
23
A manutenção dessa indústria de elevados números depende da geração mundial de
eletricidade que também é voltada a queima de combustíveis fósseis, como carvão e
gás. Seguido nessa linha, um novo parque veicular alterou de modo quase que
irreparável uma majoritária porção da superfície global. A rede mundial de estradas é
proveniente da pavimentação de superfícies adequadas aos pneus de borracha dos
automóveis, aonde todos são feito de petróleo. É a maior rede infraestrutural de
transportes e comunicação do globo, intensamente e extensamente disseminada.
Rivalizando com as redes de transporte de aviões, trens, barcos e afins. Todos
apresentando sistemas propelentes de combustíveis fósseis (BARREDA, 2013).
24
3 – O Malogro do Ambiente Humano e Sua Consciência.

A soberania da consciência humana representante da própria omnisciência do


universo, sendo uma relação sacra de matéria e energia de densíssimo grau de
complexidade e relacionalidade. Possuindo neste sentido, a mesma ancestralidade do
cosmos. Entretanto tem sua soberania suprimida pela escassez de subsídios para o
florescimento da mesma. O próprio sistema como é estruturado, não é condicionado
por suposições místicas ou irredutivelmente invisíveis; é repleto de conceitos
reducionistas impedindo uma ótica mais longínqua, é estabelecida de forma pontual
com desenvolvimento de medidas mecânicas, suportada pelas mais diversas linhas de
engenharia. Embora se utilizando dos recursos de maneira compulsórias, extenuando
a biosfera, propiciando a acúmulo de substâncias nocivas nas outras esferas naturais;
se tornou adequada a quase que todas as comunidades humanas no mundo,
alterando nossos padrões comportamentais e de modo mais invasivo, reconfigurando
nossos valores íntimos que pautaram nossas futuras condutas (DOS SANTOS, 2012).

No mundo atual observa-se um antropocentrismo na solidificação da base da psique


humana em muitas fases de seu desenvolvimento. Trata-se de um aspecto imaturo de
abordagem, excludente do ambiente exterior ou o não pertencente ao meio urbano. E
ao inverso disso a Psicologia Ambiental fundamenta as inter-relações entre o ser
humano e o ambiente, considerando os efeitos das condições do ambiente sobre os
comportamentos individuais, tanto quanto o individuo atuando sobre ele.

A percepção do homem com o ambiente é miscível do contexto da união entre as suas


diversas expressões sociais, culturais, fisiológicas e psicológicas. Inicialmente havia
uma perspectiva associacionista, fundamentada na unidade dos elementos;
atualmente enseja-se uma percepção mais totalitária, articulada com as partes de
constituem a integralidade. À frente, quando a Psicologia Tradicional Contemporânea
se funde a teoria da percepção, surge a Psicologia Ambiental, na tentativa de solver a
questão dicotômica entre a entidade humana e a entidade ambiental natural
(CARVALHO e STEIL, 2013).

“Esta percepção ilusória de separatividade infantil está


dificultando o amadurecimento para a compreensão de que o homem
e a Terra são constituídos da mesma natureza e são regidos pelos
mesmos princípios, fazendo parte integrante de uma totalidade.” (LIRA
e FERRAZ, 2009, p. 2).

Um fator influenciador dessa ótica é o urbanismo. No princípio do século passado


apenas 10% da população mundial vivia nas cidades, atualmente este numero supera
50% de habitantes vivendo em zonas urbanas, consumindo todo o tipo de energia e
produtos oriundos de petróleo. Necessidades deste intrincado sistema mecânico e
tecnológico, por vezes automatizados, de operações incessantes. Gerando
inumeráveis detritos não metabolizados procedentes das indústrias e domicílios.
Desse modo o capitalismo promoveu um êxodo rural como condição econômica a
partir do século XVI, e após a revolução industrial no século XIX que pode incrementar
como nunca antes a exploração laboral e as escalas de acumulações, havendo um
salto nas populações urbanas no século XX, embora ocorrentes de modo penoso,
graças ao meio econômico-político que se assenta num modo de produção e consumo
baseados em petróleo (BARREDA, 2013).
25

Com essa matéria-prima a indústria automotriz adquiriu proporções descomunais. E


com esse segmento em claros avanços, a indústria da aviação ascendeu e com ela: a
petroquímica e a nova indústria farmacêutica. Veículos com motor a combustão
interna e suas flexíveis redes de infraestruturas de transportes, permitiram que as
superfícies urbanas se disseminassem, o que estimulou a indústria da construção e a
indústria da mineração metálica. Com esse novo mundo de petróleo a crescer, aflorou-
se seguidamente os tratores motorizados, os aviões, os agroquímicos e as
motosserras; que abriu uma produção massiva de alimentos, expansão da malha
urbana. Combinados ao desenvolvimento precisos de pecuária, farmacêutico humano
e veterinário, propiciaram um crescimento demográfico vertiginoso em todo o mundo.
Ocupação de territórios selvagens, acentuando o abandono dos campos (BARREDA,
2013).

Aliás, a atual campanha econômica neoliberal, refletidas nas governanças dos


Estados, promove por diversas vias a destruição da vida campestre em todos os
continentes, acrescendo números futuros nos ritmos de crescimento urbano.
Destruição maximizada pela vida urbana massificada, que passou a espoliar os
recursos vitais da vida no campo, como água, terras e árvores. Apropria-se dos
alimentos do campo por valores baixos, sem reconhecer os serviços ambientais e
culturais do campo, que acelera a ruina dos povos rurais. Os quais em muitos
momentos se veem obrigados a obedecer politicas econômicas neoliberais que
desmantelam a soberania alimentar individual, mediante tratados de livre comércio,
adotando monocultivos de alto consumo de agroquímicos, a conviver com mega
plantações agrícolas e florestais, também a mega granjas, fazendas de gado e
aquiculturas. Promovidas por empresas multinacionais adquirindo as terras dos
habitantes rurais falidos. Produzem cultivos transgênicos e agrocombustíveis,
patenteando diversas formas de vida de forma artificial, usurpando conhecimentos
tradicionais (BARREDA, 2013).

As cidades são para o capital mundial os melhores lugares, estratégicos que se


organizam melhor os trabalhadores assalariados, mas também é onde se pode melhor
educar toda a população nas sempre novas e mutáveis formas de consumo, a vida
politica e a cultura capitalista. Amparados por veículos de mídias disseminados por
todo o espaço urbano, efetuando investidas de variadas formas nos consumidores,
imbuindo-os de conceitos de necessidade, nem sempre real. Há projeções ainda
maiores nas taxas de consumo, os moradores excluídos do circuito de consumo,
situados nos bairros de periferia, se apresentarão em 2030 como grandes
contribuintes da economia capitalista. Oriundo de um processo inevitável de
automatização produtiva florescente da produção industrial e rural global (BARREDA,
2013).
26
A grande exclusão interna do sistema capitalista possibilita a formação de uma
urbanização informal, que transforma a Terra em um planeta de favelas, onde a cidade
passa a apresentar dois modos de vida distintos, alimentados pela desigualdade
social. Essa situação produzida e mantida pela ideia de crescimento ocupa o discurso
dominante e o dos dominados, calcificando o abismo social. E para piorar, a
vinculação ao mercado é tão forte que até mesmo os excluídos da economia formal do
mercado capitalista permanecem presos aos seus princípios, ou seja, aos padrões de
raciocínio e às lógicas de ação da equivalência e reciprocidade. (DAVIS, 2004 apud
ALTVATER, 2010).

No tocante as zonas urbanas e a realidade do elemento humano confrontante


as malefícios que espaço urbano tende a desenvolver. O parâmetro mais abordado é
saúde no meio urbano. Trata-se de uma justa proporção entre a harmonia do homem
com ele mesmo e com o que lhe cerca; um acordo do organismo consigo próprio e
com o que lhe é exterior, que lhe proporciona certo domínio da condução da vida.
Saúde é um equilíbrio erigido, já na doença nota-se uma perturbação do equilíbrio da
totalidade do homem com seu meio ou uma má adaptação as solicitações diversas.
Associando este assunto à qualidade de vida, obtemos uma derivação ampla de
Saúde, intencionando abarcar a condição humana contextualizada no complexo
cenário contemporâneo. Uma nova concepção estende o significado e a maneira de
se pensar a Saúde, descolando-o do plano individual e situando-os no âmbito de
conjunto de sociedade (VALENTIN, 2010).

“...o conceito filosófico de saúde humana muito se ampara na


fusão e dualidades corpo/alma; não só na integridade do corpo, mas
também no exercício do equilíbrio e das virtudes. Pode-se considerar
que a saúde, em essência, é o bem viver no mundo, o bem situar-se,
o estar á vontade no mundo. Saúde é, pois, o viver e com felicidade.”
(VALENTIN, 2010, p. 50).

Qualidade de vida em suma: é entendida não somente com o acesso e proveito de


bens materiais e ausência de doenças clinicamente diagnosticadas, mas também a
apreensão do sujeito acerca de si mesmo e de sua posição no mundo, envolto em
múltiplas dimensões; físicas, psicológicas, sociais e ambientais. Porém são muitos os
fatores que conferem incertezas ao bem-viver. A vida social contemporânea a um
mundo moderno se torna espaço de infinitas possibilidades, um campo aberto às
potencialidades humanas e também onde há solo fértil para o enraizamento de medos
e angustias coletivas. A percepção daquilo que potencialmente pode perturbar o
caminha da vida serena deve ser entendida como risco. Porém risco é uma palavra
subjetiva em sua análise, comporta conceitos múltiplos, de caráter polissêmico. Ora
ressalvada pelas incertezas coletivas, ora pelas convicções amparadas pelas ciências
probabilísticas dos destinos individuais. Enfim, risco é um conceito que no campo da
saúde remete à ameaça a vida, embora seja uma condição inata ao ato de viver
(VALENTIN, 2010).
27
É nas cidades que se concentram e se multiplicam as presa fáceis das disfunções
modernas, os despossuídos das aptidões e das condições materiais necessárias para
se fazer valer perante os muitos riscos engendrados nas sociedades contemporâneas.
Parcelas da população urbana mostram-se vulneráveis, tornando mais fácil a
ascensão das desigualdades sociais (VALENTIN, 2010).

Indivíduos expostos impelem esforços, organizando-se em função da continua e


laboriosa busca de proteção e segurança. Frágil e vulnerável a disfunções sociais,
exposto a “modernidade liquida” a uma inadequação a um modo onde a solidariedade
é substituída pela competição (BAUMAN, 2009 apud VALENTIN, 2010).

Sobressai-se o medo do desconhecido, ampliando a sensação do risco de viver na


diversidade e fomentando atitudes voltadas ao isolamento dos que não lhes parecem
semelhantes, determinados pelas mais variadas ordens (VALENTIN, 2010).

Os processos desestabilizadores, impelidos pela globalização, acarretam a perca de


seus modos de vida habituais, deslocando os mais expostos a um estado de grave
incerteza e por isso as tendências urbanas contemporâneas estariam impregnadas de
riscos, cujas esperanças de superação não estão mais sob as asas do progresso
(BAUMAN, 2009 apud VALENTIN, 2010).

As fragilidades, pareadas a insuficiência de conteúdo de parcelas da população, levam


a concretização dos riscos iminentes. A AIDS como epidemia, incorreu de forma mais
agressiva em grupos de riscos, executantes de comportamentos arriscados.
Conceituando-os como vulneráveis (VALENTIN, 2010).

Entretanto a saúde como ponto de partida numa mensura da qualidade de vida social
no espaço urbano ordinário, deve ser elucidada em sua essência. A integralidade do
ser é indissociável de seu espaço que ocupa, como mencionado na Psicologia
Ambiental.

“Entende-se daí que as formas geográficas contêm frações


variadas do social, que a paisagem corporifica e confere significação
aos processos sociais. Por estes termos, o espaço preside
movimentos dialéticos entre a forma e o conteúdo, entre a paisagem e
sociedade. Essas relações harmônicas e conflituosas implicam
transformações incessantes e impõe significados aos lugares.”
(VALENTIN, 2010, p. 76).

A condição de cada localização tem um papel influente ao promover ou negar a saúde


ao individuo. Tem relação direta com o lugar e dele adquire condições de sua
realização, mudam ante a própria transmudação dos ambientes urbanos: novos
lugares propiciam ou subtraem as condições de saúde ou doença. Um exemplo disso
à relação entre uma maior ou menor porção do social no espaço, podendo resultar
numa maior ou menor possibilidade de saúde. Os efeitos maiores da modernidade
ocorrem no espaço urbano. E suas características bem variadas, diferem de lugar para
outro.
28
A influência da mundialização de ideias promove ao fenômeno da globalização
tendências peculiares sobre eventos locais. A localização tende a ser cada vez mais
influenciada por forças de natureza maior, onde os conceitos não podem ser mais
elucidados a partir de circunstâncias preponderantemente locais. E a despeito das
melhorias advindas, estas condições reduzem a governabilidade das coletividades
sobre a qualidade de vida e indiretamente a saúde, tornando-as sujeitas a uma logica
abstrata de acumulação não sustentável do social sobre a natureza. Adiante, esta
imposição de forças maiores da modernidade sobre o local, reduzem-se também as
possibilidades da coletividade compreender e gerenciar os riscos que se lhes
apresentam (VALENTIN, 2010).

Um impacto de ordem ambiental pode reforçar o conceito de local e global. Onde na


maioria dos momentos, a origem do impacto não se apresenta em escala local.
A compreensão dos processos ambientais requer uma visão articulada de micros,
mesos e macroescalas. Escassez de percepção acurada que propiciando que a
coletividade tenha um malogro de suas necessidades imediatas (VALENTIN, 2010).

A coletividade adquiriu um grau de passividade na ânsia de buscar adequações


ao seu quadro de impercepção das condições que se apresentam. Compreende que
os riscos são inerentes da vida social urbana, enraizado na situação socioeconômica
peculiar de cada localização na zona urbana. Saturada de riscos ordinários, não
elucida os riscos intrínsecos a saúde mental e corporal ou a qualidade de vida.

“Com interesses do capital mais do que nunca ampliados, o


espaço se mundializa e a aceleração dos processos de acumulação
tornam toda a natureza passível de exploração e, por conseguinte,
sujeita a toda sorte de impactos. Tendo as logicas maiores do capital a
ditar as configurações locais, a estrutura das cidades é produto cada
vez mais do acumulo intensivo do social em paisagens restritas. Neste
cenário, milhões de pessoas vivem na alternância das oportunidades e
das incertezas; nele, se permite certa ousadia para que as pessoas
fixem seus horizontes, mas nele também que as potencialidades
humanas são de muitas formas brutalizadas e a natureza destruída.”
(VALENTIN, 2010, p. 82).

As formas de agressão a Natureza, movidas pelo advento capitalista de base industrial


nas cidades e da sujeição de toda concepção de saúde, como sendo a premissa do
progresso material baseado na ciência e na tecnológica de feições iluministas.
Contradições entre o sonho iluminista de sociedade equitativa e plena de saúde, da
realidade atual agora mediada por racionalismo exacerbado, cujos modos de produzir
bens e estruturar cidades negam a promoção da saúde. Locais feitos de basicamente
de concreto e asfalto, que promete a prosperidade e paradoxalmente se nega, em
muitos casos, a qualidade de vida.
29
As cidades representam um marco na estruturação no nosso modelo de cidade, os
processos de acumulação capital tornaram as tornarem chamarizes de buscadores de
oportunidades e enriquecimento, fervilhando produção de consumíveis, acabando por
tornar a vida humana muito mais cômoda, ao passo que todas as mazelas da vivência
no ambiente selvagem são suprimidas pela modernidade. Todos nós temos carros,
produtos de higiene pessoal, alimentação acessível; facilidades e praticidades,
tornando a vida minimamente satisfatória. De ruas fétidas de esgoto á céu aberto e
disseminação de doenças epidêmicas do século XVIII; passamos a contar com
saneamento de base, providos por vasos sanitários e saúde quase que irrestrita a toda
a coletividade pelo avanço das ciências médicas suportada pelo advento da
engenharia química. Hoje contamos com benefícios plenos da modernidade; de
elevadores à transplantes de órgãos, mas ao observar que o meio natural se encontra
em definhamento, faz nos indagar se nossa conduta foi a mais acertada.
Anteriormente nosso seio social era claudicante, de organização parca, onerando as
saúde dos habitantes; porém havia quase que uma intocabilidade nos ambientes
naturais, fervilhantes de vida e recursos naturais. Hoje tornamos as cidades como uma
extensão de nossa ótica prática de vida moderna, de aparatos mecânicos facilitadores
da vida; porém o débito ambiental dessa evolução é marcante em toda a Terra.

A Industrialização deflagrou a mudança de comportamentos de toda uma geração que


estaria por vir, tendo como veiculo próprio capitalismo e seus aparatos químicos e
industriais. A disseminação da cultura consumista foi à premissa maior de manutenção
desse modelo social, e a mídia e suas vertentes foram essenciais pra isso.

Uma propriedade marcante de sociedade atual é a vigorosa transformação de


produtos e trabalho assalariado em mercadoria. De cunho urbano-industrial, denotado
da petroquímica como ciência locomotora das bases de produtos sustentadores da
vivência urbana. Hidrocarbonetos, produtores de plásticos e seus derivados; ácidos e
alcalinos, todos afloraram no advento da química industrial, uma ânsia zelosa pela
evolução tecnológica de um mundo mais rico, mais florescente em recursos biológicos,
de estruturas que sustentariam a sociedade contemporânea, hoje é indagada se
realmente foram benéficas num abordagem sistêmica da Natureza.

Nossas ações tem caráter decisivo no atual desequilíbrio sócioecológico que nos
encontramos. Somos uma sociedade de consumo, carreada muito em parte pelo
inconsciente coletivo, de ações individualistas usuais. Levados por uma suposta
necessidade de afirmação social, através da aquisição incessante de bens materiais,
no intuito de traduzir suas posses em uma hierarquia social destacável, cedendo
imaturamente aos apelos midiáticos de asserção ao consumo irrestrito. Porém esse
alta taxa de consumo leva a proveniência de recursos naturais ao seu limite e a baixa
capacidade de reciclagem natural dos constituintes destes produtos, deterioram
gradativamente as condições salutares para a vida se sustentar.
30
Estamos vinculados á uma conduta social permeada de aspectos individualistas.
Adiante, essa expressão se manifesta apenas numa contemplação ao exterior das
estruturas, elevando-a em detrimento dos valores intrínsecos de existência. Num viés
puramente estético, desenvolvemos predileção pelo bonito e aprazível aos olhos, algo
que abrilhante os valores materiais ou “ego”. Imputamos tais tendências em nossas
escolhas, antecessoras as nossas ações e posterioras aos nossos pensamentos.
Concluímos que o “julgamento de valor”, usual nesses dias fúteis, se atém a seu
aspecto exterior e seus desdobramentos culturais e religiosos, sendo suficiente o
bastante para impormos preconceitos, segregação, sectarismo, racismo e mais outros
comportamentos viciosos. E entre todas as nossas necessidades, pedra fundamental
na manutenção da sociedade moderna: é a de consumo energético em modos e
escala diferentes.

As minucias capitalistas, pela ordem econômica liberal, afetam todos os


mercados disponíveis e passiveis de apropriação. Os processos de venda dos setores
elétricos, também das telecomunicações, da siderurgia, de mineradoras e recursos
minerais a agentes privados, ocorreram devido à forte demanda da modernidade.
Corriqueiros em países de caráter econômico liberal. Fundamentados na teoria da
dependência, países de subdesenvolvimento econômico levantaram a necessidade de
associar à burguesia local, capaz de subsidiar as ancoragens das bases capitalistas,
na intenção da romper com a condição de Estado subdesenvolvido. As politicas de
mercado se tornaram fluidas, perpetradas pelo capital estrangeiro, de poupanças
externas instrumentalizadas pelas multinacionais (MERCEDES et al, 2011).

O papel de Estado empreendedor passou a ser abandonado. A gestão dos segmentos


de serviços básicos das cidades passou a ser privada, e o Estado assumiu um papel
regulador ou neutro. Atuando via agências nacionais, administrando os financiamentos
das privatizações, mesmo que para grupos estrangeiros, promovendo a transferência
de gestão do capital público para grupos privados. Os instrumentos reguladores estão
presentes na estrutura econômica mundial (MERCEDES et al, 2011).

Há nessa perspectiva uma espécie de “mecânica” universal que vê as relações do


desenvolvimento de maneira descontextualizada, elegendo como elemento
determinante para a indução do desenvolvimento, para os países que ainda não o
conseguiram alcançar, o incremento na oferta de capital, fator que pode ser
conseguido mediante a presença de aplicações estrangeiras ou também com estímulo
do comércio externo, pois estes se apresentam como espaços de acumulação de
capital (CANDEIAS et al, 2005).
31
A visão de um mundo organizado globalmente foi crucial na manipulação de como se
desenvolveria a economia, ante a oferta e consumo de produtos, como preconizada na
onda intelectual da Neoliberação da economia. Que baseada na oferta/procura foi
reinante no período inicial do Capitalismo como sistema político-econômico.
Denominada de economia neoclássica, se organizava nos níveis médios das
hierarquias sociais. Pautava-se pelas determinações dos consumos, influenciando
como se dariam as ofertas. Não havia intercedência de instituições impondo limites,
por graus de restrições aos agentes econômicos. Porém a partir dos anos 50,
pensadores franceses erigiram a Teoria da Regulação, como intuito de regular as
mediações, por um aparato regulatório. Deu-se pela conclusão que o sistema
Capitalista era deficitário, originando a necessidade de uma intervenção do Estado na
economia. Focando nos conflitos ocorrentes entre agentes econômicos, como a
principal prerrogativa da aplicação Teoria da Regulação, foi proposta uma solução
fundamentada na intervenção de outras esferas do sistema social, onde se fazem
presente o Estado e outras relações de poderes que definem a política econômica.
Essa congregação institucional determina juros, câmbios de moeda, politicas fiscais e
etc... E abrange os subsídios para as politicas sociais, meio ambiente, ciência e
tecnologia, direitos de cidadania e mais. Envolve também, os poderes Judiciário e
Legislativo e as iniciativas de organizações não governamentais (FARIA, 2007).

Ao fim, a institucionalização das mediações na economia, determina os rumos dos


agentes econômicos. Restringe a livre mobilidade de capital financeiro inter-classes
sociais, que invariavelmente apresenta medidas que prioriza a integridade financeira
dos grandes agentes econômicos como bancos e outras instituições influentes na
economia.
32
4 – Fontes Energéticas Limpas e Autorreflexão.

Vem à tona um problema das consequências que enfrentamos em nossos


processos para a produção energética, as consequências ambientais; tanto
culminantes do processo de extração, como no próprio uso do produto, traz
consequências insustentáveis num viés moderno de interpretação socioambiental.
A queima de combustíveis fósseis, com colossais aportes de CO2 na atmosfera, os
riscos ambientais envolvidos na extração de recursos minerais essenciais para
geração energética, a geração de resíduos nucleares inapropriados ou o alagamentos
de grandes áreas de maneira inconsciente, contribuindo com metano e CO2 para o
efeito estufa, são um débito impraticável de se quitar.

Tempos posteriores à segunda revolução industrial até poucos anos atrás, o horizonte
humano se limitava a uma ótica dogmática, essencialmente humanista e positivista,
fundada em subjetividades pelo racionalismo exacerbado e dual: “a divisão do mundo
entre material e espiritual, a separação entre a natureza e a cultura, entre ser
humano e mundo, razão e emoção, feminino e masculino, Deus e mundo e a
atomização dos saberes científicos” (BOFF, 1995 apud DOSSANTOS, 2012).

A abordagem empírica da verificabilidade das teorias passa a ser questionada, quando


sempre haverá novos problemas que não terá resposta no esquema tradicional
(HEISENBERG, 1974 apud DOS SANTOS, 2012).

Paulatinamente a perspectiva de mundo, da matéria, das forças que interagem para a


sustentação do processo da vida, das condições de desenvolvimento dos cosmos;
enfim, o próprio paradigma começa a se alterar, produzindo uma nova concepção da
realidade. Com a mudança da própria racionalidade, propiciando a própria
compreensão de toda realidade. O esquema da objetividade que produziu a razão
instrumental-analítica não dá mais conta da complexidade dos fenômenos e de sua
pretensão de legitimar os critérios de verdade: “A razão instrumental não é a única
forma de uso de nossa capacidade de intelecção. Existe também a razão simbólica e
cordial e o uso de todos os nossos sentidos corporais e espirituais” (DOSSANTOS,
2012).

“A forma analítica e instrumental de pensar e de agir das


ciências modernas entra em crise: passam para o primeiro plano as
relações, que constituem a interdependência de todos os elementos
do universo.” (OLIVEIRA, 1998 apud DOS SANTOS, 2012, p. 58).

“Quebra-se o reducionismo antropocêntrico que qualificava


tudo o que não se referia ao humano como secundário, admitindo
apenas certa dignidade às coisas e seres, na medida em que
poderiam ser utilizados e manipulados pelo ser humano. Como fruto
da percepção e da pesquisa científica, nasce a ideia de que tudo
interage com tudo, todo o tempo.” (DOS SANTOS, 2012, p. 59).
33
Ficando a cada momento mais evidente que o desenvolvimento puramente prostrado
em vieses econômicos, imputa indubitavelmente impactos perniciosos de ordem
socioeconômica. De modo profundo trata-se de uma realidade trágica, talvez não
notadamente perceptível pelos agentes detentores de algum tipo de influencia no meio
social. E se, de fato, notável aos olhos pelos lideres sociais, denota uma conduta
centrada em conceitos individuais, perpetuando um sistema desigualitário em diversas
esferas humanas.

Surgem como alento no horizonte, as opções de energia limpas. Inúmeras são


as fontes de energia disponíveis no nosso planeta, sendo que essas fontes se dividem
em dois tipos, as fontes de energia renováveis e as não renováveis. As fontes de
energia renováveis são aquelas em que a sua utilização e uso é renovável e pode-se
manter e ser aproveitado ao longo do tempo sem possibilidade de esgotamento dessa
mesma fonte, exemplos deste tipo de fonte são as energias eólica e solar. Por outro
lado as fontes de energias não renováveis têm recursos teoricamente limitados, sendo
que esse limite depende dos recursos existentes no nosso planeta, como é o exemplo
dos combustíveis fósseis. Existem vários tipos de energias renováveis, e cada vez
mais, com o constante desenvolvimento das tecnologias e inovações, se descobrem
novas formas de produção de energia elétrica utilizando como fonte os fenômenos e
recursos naturais, como é exemplo da inovação na criação de um hidrogerador cujo
princípio é semelhante ao de um aerogerador, diferindo no fato de o movimento das
pás serem provocado pelas correntes marítimas.

Após o estabelecimento da Agência Internacional de Energias Renováveis, um belo


impulso foi dado, evidenciado que este segmento energético tem probabilidade de se
perpetuar largamente o futuro. Países europeus são as vogas desse modo de
obtenção de energia, Alemanha, Dinamarca e Espanha são excelências em políticas
pró-ambientes, produzindo mais da metade dos insumos globais que hoje são
necessários para o estabelecimento de indústrias de obtenção energética de modo
renovável.

A participação das fontes renováveis de energia na matriz mundial ainda é


bastante reduzida. Todavia, o crescimento anual dessa participação, especialmente no
caso das renováveis modernas: biomassa, solar, eólica, marítima e geotérmica...
São extremamente significativos. Há, entretanto, um grande potencial teórico, técnico
e econômico extremamente subutilizado de fontes renováveis. Exemplo disso é que
em território nacional no caso da baixa exploração de energias fotovoltaica e energias
eólicas. A bioenergia é um dos recursos que mais contribuem para o alto percentual
de fontes renováveis na matriz energética brasileira, que ganha relevância
internacional, sobretudo em função das crescentes restrições ambientais, mas
também das crescentes preocupações com a segurança energética (MERCEDES et
al, 2011).
34
Obtida através da biomassa, se constitui de materiais lenhosos, resíduos agrícolas e
de gado, plantações florestais de curta duração, culturas energéticas herbáceas,
resíduos orgânicos e urbanos, entre outros. São usados como vetores de formas de
energia para fomento de combustíveis sólidos, líquidos e gasosos. Globalmente a
biomassa compreende grande porção do consumo energético mundial. Processos
otimizadores estão sendo desenvolvidos para uma melhor extração energética da
biomassa. Podendo usar lixo e resíduos orgânicos como matéria prima, propiciando
até mesmo segmentos industriais de se beneficiar com seu uso. Colabora
grandemente para o fomento de consumo de biocombustíveis, não contribuindo com
efeitos de mudanças climáticas. Associado também, ao estabelecimento de novas
culturas vegetativas que removem o CO2 da atmosfera, além de propiciarem um
destino definitivo a resíduos com riscos à saúde do meio ambiente (PIVA, 2010).

A energia solar ainda se mostra incipiente em muitas localidades no globo, mas


em muitos locais como a Oceania e locais pontuais da Europa, seu uso e
disseminado. China e Índia detém um mercado interessante e em evolução. A
Alemanha apresenta maior potencial instalado, gerando quase a metade de toda
energia solar do globo. Países intertropicais tem muita capacidade de geração solar,
porem a possibilidade não se limita a pontos geográficos mais favoráveis, condições
políticas contundentes devem existir para uma comercialização pratica da energia para
as redes públicas e suas viabilizações não devem estar confrontantes a interesses
escusos. Uma energia perpétua, que reduz os custos de obtenção energética e
promove ações pró ao meio ambiente. Mas que depende das condições de
nebulosidade do local (PIVA, 2010).

A energia eólica aponta como um excelente meio de obter energia. Usada


desde a antiguidade para algum fim mecânico, associou-se à sustentabilidade
ambiental e se reafirmou. Os grandes centros de produção se limitam a Europa,
América do norte e China. Mas contribui muito pouco com a totalidade de necessidade
energética do mundo. O Brasil como país tropical, apresenta grande potencial eólico e
uma conjunção contemporânea mostra ser muito positivo. Associar-se energia obtida a
partir de fontes hidrelétricas com fontes eólicas pode ser deveras proveitoso. Tendo
em vista que na estação de escassez os ventos são predominantemente intensos
(PIVA, 2010).

A energia geotérmica se situa em locais de intensa atividade tectônica.


Portanto já é restritiva desde o início. Mas seus benefícios são muitos. O custo de uma
implantação é reduzido se compararmos a outras instalações energéticas. Seu legado
de degradação ambiental é praticamente nulo e sua capacidade de produção por
unidade de energia, suplanta qualquer outra forma de obtenção energética. Sendo um
excelente modo renovável de geração, que usa o calor do manto inferior, em muitos
casos em atividade constante, para a injeção de agua, com posterior formação de
vapor sob pressão, usada para mover as pás e gerar energia (PIVA, 2010).
35
5 - Inovações Holísticas Energéticas e a Nova Consciência Humana
Sustentável.

No inicio do milênio, denominado por alguns de pós-modernidade, mostrou um


período de racionalismo reinante. Paradoxalmente, na Idade Média toda a
conceituação de universo gravitava em torno no divino, até chegar ao período atual de
defesa de um humanismo sem Deus, promovendo uma sociedade de recursos
mecânicos. Uma coletividade centrada no consumo em busca do prazer às sensações
e aos olhos. Dirigida por uma cultura voltada para o visível, gerando um vazio interior
das pessoas, do seio da coletividade, de nossas ações rotineiras e se estendendo a
situação que se inserimos hoje: de malogro das condições de vidas nas cidades e nos
campos, perpetrados pelo consumo elevado; refletindo nas disponibilidades de
recursos sustentadores de vida de que qualidade do ambiente natural que se inserem.

Nessa organização social, uma porção das expressões humanas passa por terrenos
conflituosos. A necessidade de enriquecimento é vista como um sucesso pessoal,
mesmo que para isso você degenere seu corpo no esforço e comprometimento em
seu oficio, ou que tenha que usurpar os cargos de outros através de meios vis, ou
ainda tenha que ser corruptor de figuras politicas publicas. E depois de tudo isso
considerar o espaço público e natural como estoques de produtos descartáveis, inúteis
à produção. Urge então, uma visão mais ampla.

“Sem a ética, os valores morais, como compaixão,


solidariedade, compreensão, justiça, desaparecem e perdem-se os
limites de distinguir o que é certo e o que é errado. São esses valores
que inspiram nosso modo de ser e de agir, tornando nossa conduta
profícua e sábia, portanto ética.” (SOUZA, 2010, p.86-87).

Exercer a ética é se fundar em valores internos, quiçá espirituais, conectados


pela condição de existência, sendo muito maiores quando partilhados pela condição
de vida. Este conceito de espiritualidade pode ser confundido com religião, mas trata-
se de outra abordagem.

“A espiritualidade não é uma questão simplesmente religiosa,


é uma questão de educação, de subjetividade, de interioridade. É uma
forma de reeducarmos para a comunhão conosco mesmos, para a
comunhão com a natureza, para a comunhão com o próximo e com
Deus.” (FR. BETTO, 1997 apud SOUZA, 2010).

Um papel denotado a religião é de suprir as massas de justificativas de tantas


dificuldades encontradas no meio social urbano. Oferece ao individuo um significado
da vida, além da realidade terrena, proporcionando explicações para ocorrências
fatídicas e paras as aparentemente sem fundamento. Esta, embora institucionalizada,
contribui para a organização social, orientação moral, segurança, agregando e
enriquecendo a espiritualidade (CARVALHO, 1992 apud SOUZA, 2010).
36
As descobertas fundamentais da nova Física Quântica residem na verificação de que
tudo pode podem ser matéria e energia, que estas são conversíveis. Suscitaram que a
matéria pode ser afinada ou reduzida até chegar a átomos, que por sua vez tornam-se
partículas elementares como quarks e léptons, até chegarmos ao campo energético
entrelaçando de partículas e energias que nos leva ao fim do vácuo quântico, o útero
absoluto gestante de tudo o que vem e para o qual tudo vai (DOS SANTOS, 2012).

Ocorre ai uma amálgama de conceitos humanos: a ciência se engendra pelo caminho


dos mistérios universais, muito recorrentes nas religiões humanas. Ao dispormos a
teologia com as ciências modernas, vários componentes emergem nesse ponto de
contato comum aos dois saberes. Suas especificidades tem o intuito de se
comprometer com a sustentabilidade da vida no planeta, capaz de alicerçar uma
experiência de vida mais profunda e integrada com toda a criação (DOS SANTOS,
2012).

Não é mais viável progredirmos como sociedade na direção imposta pelo


antropocentrismo moderno. Os débitos serão inviáveis para qualquer geração futura.
Uma nova perspectiva já salientada como indispensável, foi exclamada por
pensadores, intelectuais éticos e ecologistas como: Boff e Capra mencionaram uma
abordagem holística no embate sociedade e Natureza:

“A ecologia profunda não separa seres humanos – ou


qualquer outra coisa – do meio ambiente natural. Ela vê o mundo não
como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de
fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são
interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de
todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um
fio particular na teia da vida.” (CAPRA, 2004, p. 25).

“O que nossa civilização precisa é superar a ditadura do


modo-de-ser-trabalho-produção-dominação. Ela nos mantém reféns
de uma lógica que hoje se mostra destrutiva da Terra e de seus
recursos, das relações entre os povos, das interações entre capital e
trabalho, de espiritualidade e de nosso sentido de pertença a um
destino comum. Libertados dos trabalhos estafantes e
desumanizadores, agora feito pelas máquinas automáticas,
recuperaríamos o trabalho no seu sentido antropológico originário,
como plasmação da natureza e com atividade criativa, trabalho capaz
de realizar o ser humano e de construir sentidos cada vez mais
integradores com a dinâmica da natureza”. (BOFF, 1999, Intro.).
37
A espiritualização exercida como fator influente nos comportamentos
individuais, reafirma a singularidade dos elementos constituintes do coletivo, ao passo
que estes estendem suas intenções benéficas a toda a coletividade. Um processo
retroalimentado por ações conscientes à ética humana. A espiritualidade é expressa
nas unidades do sistema, elucidada de diversas formas por cada individuo, a partir de
suas noções intelectuais e emocionais; mas de reflexo comum a todos: de condições
salutares de vida a todos, hoje e amanhã, próximos de nós ou afastados em países
distantes. O intuito é a manutenção de toda a saúde do sistema, impelida pela
sociedade mais organicamente ética e propelida pelo discernimento elementar das
unidades, que conectado ao Todo, terá ações integralizadas ao bem-comum de tudo e
a todos.

Nesse ponto os instrumentos de supressão da consciência podem ser diluídos.


Ao notar que a divina energia da criação não pode ser abrigada por prédios humanos
como preconiza as religiões e ao realizar que em nosso cerne não somos centro do
universo, mas somos integrantes fundamentais numa boa condução deste.

Assim, ao podermos exercer nosso papel de consciência humana como grandes


formas de vida agregadoras de virtudes em nossas ambiências, nos libertamos da
lógica liberalmente econômica, destituinte das prevalências dos elementos sociais,
priorizando os agentes econômicos edificados em instituições financeiras, onde o
Estado regulador enriquece a oligarquia, a partir das demandas sociais e tornando-as
mercadoria.

Urge a necessidade de ação, trazendo nossos pontos de vista para dentro, denotando
muitos mais fraternidade e altruísmo em nossas relações. Tornado o espiritualismo
algo diferenciado em cada individuo, o tornando especialmente pessoal.
Contradizendo as organizações religiosas, de caráter fundamentalmente intercedente,
pela institucionalização privada do modo de espiritualização individual. Fato que não
se restringe a espiritualidade e que também ocorre na economia, na política e nos
trâmites de mercado.

Essa tomada de sua soberania, onde muitos estão exercendo livremente suas
convicções e premissas de “Sagrado”, são frutos de uma busca de uma maior
autonomia de vida. Movimentos sociais levaram esse conceito de liberdade a grandes
avanços. Os mais contemporâneos foram articulados por bandeiras de lutas
especificas, onde em muitos casos extrapolavam a categoria de classe social,
denotando a ânsia coletiva de perpetrar decisões condicionantes de suas próprias
vidas. Nas entrelinhas, eram exigidas melhorias das condições de serviços urbanos,
ordenamento social, preservação ambiental e outros. Punham em discussão questão
sociais cujos vieses, até então hegemônicos, na centralização da exploração no
interior do trabalho. Enseja-se, como uma tradicional estratégia dos movimentos
sociais populares, a tomada de autonomia pela via de revolução, onde as classes mais
baixas são predominantes e protagonistas de transformação social (OLIVEIRA, 2009).
38
O discurso de globalização é algo que não promove a inclusão das pessoas, não
integra soluções e respostam as necessidades gerais. Apenas a acessibilidade aos
consumos foi positivamente padronizada. As condições de sociais ocuparam um
segundo plano.

O mercado e a economia têm uma lógica própria de


funcionamento dominante, no atual momento histórico, uma vez que
estão atrelados a um padrão estritamente mecânico, caracterizado
pela constatação das necessidades humanas em suas várias formas
de expressão: físicas, culturais, espirituais e outras. Para atender a
essas necessidades, produzem bens e realizam serviços,
respondendo às demandas daqueles que estão na linha de consumo.
Há um reduzido grupo de pessoas que utiliza as diferenciadas
maneiras de expressar o capital – dinheiro, ideias, técnicas etc. – que,
interagindo com matérias-primas, promovem a organização do
trabalho por meio do planejamento e gestão. A matéria-prima e a
tecnologia estão dominadas por macroempresas, aumentando a
concentração da riqueza nas mãos de poucos. Além disso, descarta-
se a mão de obra dos processos produtivos, promovendo, ainda mais,
o aumento do desemprego. Isto tudo forma uma característica geral
do capitalismo em que o capital passou a pertencer a poucos
(CANDEIAS et al, 2005, p. 8 (MELO NETO)).

Uma sociedade utópica é um sonho distante, mas desejar mudanças benéficas em


mais realista. Ansiar por uma condução política mais integrativa, propiciando a
participação de todas as classes sociais na agregação da economia. Assim, o
movimento da economia solidária aflora intencionando a equidade de condições de
distribuição de bens de Terra. No Brasil o movimento cooperativista surge como
entidade jurídica de direito privado. As leis de mercado são diferenciadas, o seu capital
é variável, dependendo dos sócios que adentram na sociedade. Não visa o lucro, onde
seus produtos ou os resultados financeiros retornam aos sócios. Havendo uma
expressão democrática, indiferente ao seu capital, com cada um tendo influência
equivalente nos processos decisórios (CANDEIAS et al, 2005).
39
Atualmente tem esforços voltados para o desenvolvimento sustentável para as
comunidades, pautados pela economia solidaria. Orientada por politicas aprovadas por
seus membros, definindo sua própria autogestão, em assembleias. As intenções
egoístas são diluídas pelo modo de estruturação dessa sociedade. Os produtores e
fornecedores não desejam explorar a força de trabalho do outro produtor, partilhando
com estes, as propriedades dos meios de produção e os recursos da produção
(CANDEIAS et al, 2005).

A organização econômica solidária está pautada na gestão


coletiva exercida pelos trabalhadores, atingindo o controle e a
administração do capital. Convém salientar ainda os princípios da
repartição eqüitativa dos resultados e a própria valorização do
trabalho, enfatizando a natureza solidária que pode adquirir o
mercado, alicerçado por um projeto de mudanças. No embate com o
modelo dominante, alerta-se para a compreensão do papel dos
mecanismos públicos existentes que são úteis para o
desenvolvimento, com a consolidação das organizações solidárias.
Reforça-se, além disso, a importância da educação, treinamento e
informação aos sócios, como requisito fundamental para a
permanência desse tipo de luta. Com se vê, são muitos os desafios
presentes na vida dos trabalhadores e na vida da sociedade
autogestionária ((CANDEIAS et al, 2005, p. 8 (MELO NETO)).

Assim, grupos buscam a construção de novo tecido social, promovendo outras formas
de relações econômicas, intenções impelidas causadas pela minoração na oferta de
emprego, a partir das politicas de desregulamentadoras da circulação internacional de
capitais, aliada as desmonte dos serviços públicos basais. Novas formas autônomas
de trabalho, de características de autogestão, podendo culminar na geração de
cooperativas. São organizações que desenvolvem experiências de gestão, buscam
outras soluções na tentativa de mudanças culturais profundas na sociedade. São
ações, em muitos casos, pontuais, porem agregam capacidades e valores essenciais
para a vida e o trabalho (DELRIO, 1999 apud CANDEIAS et al, 2005).
40
Ao fim, após esse longo trajeto permeado por textos, propomos uma
adequação no modo de geração energética, frente aos obstáculos impostos pelo
edifício político-econômico capitalista; veiculo mitigador de abundância social,
apropriador de recursos e usurpador da boa vontade humana. Congregar esforços de
base social, coordenados por exemplares propósitos de sustentabilidade, atrelados
numa ótica espiritualizada, profunda e sistêmica em todos os aspectos de
desenvolvimento social. A partir de um modelo autogestionário, vinculados á uma
economia solidária, excludentes de agentes econômicos de cunho de institucional-
liberal e autossustentáveis financeiramente, independendo dos balanços e fluxos do
aporte de capital. Buscando estar fora do alcance das instituições reguladoras,
conformadoras da boa saúde de uma economia liberada, porém leonina na sucessão
pela partilha das riquezas.

Traduz-se numa esforço comum em prol da geração energética, oriundo de inovações


de alta rentabilidade e nulidade de agressão ao meio natural. Sem caráter privado, de
intuito de geração e distribuição de riqueza como mercadoria. Mas de algum caráter
socialista. Sem intervenção do Estado regulador, pela inexistência de intenção de
apropriação de mercado, a cogeração será restrita as localidades pelo parco
aprimoramento tecnológico em estocagem energética e na intenção dessa sociedade
ter caráter cooperativista, de capacidade de autogestão.

Opções energéticas de desenvolvimento incipiente, mas de potencialidades ímpares


apontam no horizonte como opções consonantes, interativas e mantenedoras, da
fertilidade que alicerça a vida. Ascendendo a uma sutil interpretação de nossa
condição como entidades energéticas, análogas ao espírito; “pir” equivalente a fogo ou
energia, sublimes ao ser consciente da auto existência. E na possibilidade de sua
manipulação residem melhorias invisíveis aos olhos da civilização tecnocrata
capitalistas. Redutoras de suas sabedorias a mecanicidade do mundo.

Geradores de energia a base de plasma são fontes incólumes de energia,


aflorando em organizações sintonizadas a um novo pensamento. Proposto de modo
pioneiro pela Fundação Keshe, um reator de criação de energia elétrica obtido pelo
processo de ionização de hidrogênio. Inicialmente o grupo propôs a criação do
experimento utilizando-se de materiais corriqueiros, como uma garrafa plástica e fios
de cobre. Consiste-se na criação de um circuito aberto quando o vapor de uma
solução especifica propicia uma reação eletrodinâmica entre as estruturas atômicas
presentes formando um vapor de plasma de grande rendimento energético análogo a
um circuito aberto, transmitidos pelo ar. O grupo afirma uma apreensão sobre os
mecanismos de funcionamento dos campos gravitacionais, abarcados forças
gravitacionais e magnéticas. E utilizando-se desses princípios intelectuais, acabaram
por fomentar o reator de energia a plasma. Com implementações futuras de melhorias
em armazenagem e transmissão.
41

Gerador de energia quântica é uma adaptação de uma das diversas patentes


de Nikola Tesla de geradores elétricos, dínamos e desenhos de alternadores. Uma
particular foi intitulada: Máquina dínamo-elétrica datado de 02/10/1888. Tem escala de
produção em 10 -15 kW continuamente. A vida útil do gerador se limita por certo
componentes substituíveis, como capacitores, correias e rolamentos. O maquinário
básico é de livre de manutenção frequente. Não requer conhecimento complexo sobre
o seu funcionamento, feito para agir em harmonia com as leis naturais, ao invés de
gerar energia com subprodutos residuais que atualmente é bastante veemente.
Apreensão sobre esta estrutura é visualizar um oscilador auto ressonante de alta
potência, também denominado multivibrador. Adaptado para transformar pulsos de
alta voltagem em linhas de saída AC, com correntes acima de 120 A. Em termos
generais, seria um tipo de máquina de ressonância. O elemento diferenciador de
outros aparatos de geração elétrica é a ausência de bobinas excitadoras, que é
usualmente pequena, separada do rotor, que provem voltagens de corrente alternada
e a retifica e incita a energização do gerador. No gerador de energia quântica, não há
um excitação externa e a determinação de como a entrada de energia ocorre para
deflagrar a ressonância não é aparente. E esse é ponto crucial. O excitador se
encontra fora do gerador, a origem da excitação é conduzida através com campo
quântico, chamado por muitos de “ponto zero”, ao núcleo do gerador, iniciando a
oscilação. E quando em funcionamento, ao elevar e regularizar sua frequência
oscilatória, pode se auto alimentar indefinidamente, com atuação continua.

Através de processos de eletrólise podemos dissociar e liberar oxigênios e


hidrogênios os quais são unidos na água. Nos processos que envolvem a queima de
hidrogênios, altos rendimentos energéticos podem ser obtidos. Elemento de alta
densidade energética, isento da produção de gases do efeito estufa. De potencial
muito amplo, as denominadas hidroxi-energias tem alto valor energético, com
produções residuais nulas em suas reações exotérmicas. Prático nos processos de
estocagem, podendo ser armazenados em forma de gás, células de combustíveis; a
partir deste elemento usado como combustível, abastecendo habitações, veículos e
baterias.
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CONSIRERAÇÕES FINAIS.

Estamos inseridos num contexto humano permeado por valores rasos. A partir
da modernização social, a importância material passou a orbitar ordens associadas a
sentimentos internos, tornando a própria vivência nesses tempos fútil e sem sentido.
Em momentos, a percepção ilusória da estética acima de tudo, suscita que as relações
humanas e suas interações com as estruturas naturais do globo devam ficar em
segundo plano. De certa maneira renegamos as condicionantes de existência
partilhada dos elementos constituintes de nosso cotidiano, centrando em nós o ponto
de partida das necessidades de nossos valores materiais. Expressões negativas
humanas em meio social são as sementes do egocentrismo perpetrado por essa ótica.

O local agregador de conforto de como as cidades passaram ser sinônimos,


atualmente implementam a desigualdade social e balizados por instrumentos
econômicos-capitalistas, explora essas diferenças. Fator que contribui para um
malogro das condições de vivência nas cidades, principalmente das classes menos
favorecidas. O aporte de substâncias químicas, oriundas dos processos produtivos e
da queima de hidrocarbonetos, se encontra em abundancia nos ares e nas ruas
urbanas, mortificando as poucas paisagens naturais, envenenando o ar e as águas.
Essa poluição pelo manejo elevado de produtos de origem fóssil, que perpetradas pelo
consumismo, leva a capacidade de reciclagem do ambiente ao limite e como
resultados temos milhões de toneladas de resíduos que não passam por processos de
recolha, acabando nas ruas, lagos, mares e etc... O próprio ambiente se encontra na
beira do colapso, quando a extração de recursos passou a ter níveis colossais de
demanda e pela depredação ambiental devido uma escassez de consciência
ecológica. E por conta dessa modalidade de vida predatória, as cidades avançam a
passos largos rumo a um futuro nebuloso.

A energia é substancialmente importante para a manutenção de nosso modo e vida.


Aliás, seria importante em qualquer circunstancia, em qualquer modalidade de
organização social. Porém, mesmo conscientes das consequências de nossos modos
de obtenção energéticos depreciadores de vida, o avanço do consumo de produtos
oriundos de substâncias fósseis permanece e tende a aumentar.

Encontramo-nos numa crise socioambiental de amplitude global. E chegou a esse


estado, pois temos um ponto de vista centrado em nós e não nas ambiências que nos
circundam. Um ponto de vista raso, não impregnado de valores orgânicos e humanos,
sendo contaminado pelas futilidades do materialismo e suas aparências. De um modo
adequado, o ponto de valor verdadeiramente pleno se encontra fora de nossa entidade
humana, mas ainda assim pertinente a ela. De conotação mais intrínseca e sistêmica,
abarcando todos os elementos da natureza e das paisagens urbanas e rurais.
Incutindo a percepção individual, que sua existência é interdependente da alheia; e
numa percepção coletiva, denotando a manutenção das condições salutares de todos
os compartilhantes de existência orgânica ou mineral, ensejando que suas
integridades possam ser acessíveis no futuro.
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Consonante a nossa mentalidade linear, concluímos que nossas opções de
obtenção de energia são restritas, ou talvez até muito onerosas. Somo assertivos a
compreender os esforços das comunidades cientificas que intercedem pelas grandes
empresas e corporações, no desenvolvimento claudicante de novas fontes
energéticas. Mas estas, seguidoras de uma lógica econômica perversa, podem não
compreender em que estado se encontra o equilíbrio do planeta e podem refutar o
desenvolvimento de novas tecnologias. Ou atrasar. Pois seguindo uma ordenação
econômica, a dependência de petróleo pelo mundo é umas das frentes de
estruturação do modelo capitalista e de seu sucesso. Nesse modo, torna-se dubitável
a intensidade de esforços de nossos governantes, submissos à ordenação econômica,
no desenvolvimento de tecnologias de obtenção energética de modo limpo. Mesmo
num cenário de integridade moral de nossos lideres, as tecnologia renováveis não
atingem um ponto favorável na geração e distribuição de energia. É necessário um
planejamento estratégico de hibridização das fontes energéticas, haja a vista a
demanda colossal e crescente. Uma opção que a principio parece ser adequada são
as hidroelétricas. E verificando que mesmo países com malhas hidrográficas e de alto
potencial hidrelétrico, acabam por ceder em conflitos sociais e ambientais de larga
escala, sendo inadequados num modo sustentável.

A congregação de tecnologias limpas num compêndio sustentável aponta com um


caminho eticamente mais sintonizado com a ascendente e nova mentalidade humana.
Que mesmo vacilante quando se trata de confrontar seus próprios defeitos, tende se
prostrar diante de calamidades. O combate aos instrumentos neoliberais e de
regulação econômica, que apropriam os recursos como mercados capitais devem ser
reforçados. Faz-se necessária uma autonomia nos processos de desenvolvimento
social, buscando mitigar as dependências institucionais que a moderna ordem político-
econômica nos impôs. Na criação de cooperativas autogestionárias, intencionando a
produção energética e suprindo as demandas locais sem vieses lucrativos financeiros,
estão opções interessantes. O esforço de comunidades locais, ensejando a agregação
e cooperação em atividades de baixa demanda tecnológica, pode suprir pequenas
cidades de sua necessidade energéticas. Técnicas de geração por biomassa e outras
ainda incipientes como plasma e quântica são elencáveis como alternativas viáveis e
renováveis. De custos efetivamente reduzidos se comparados outras fontes ordinárias,
se mostram grandes apontadores de um futuro mais limpo e justo. Em seu cerne, a
ideia é a descentralização das obtenções energéticas. Alocando os sítios de produção
nas proximidades das demandas que consumirão a energia. Evitando o desperdício de
recursos materiais e impedindo o sistema liberal de se apropriar desse mercado.
Gerida de modo cooperado, os recursos e os esforços serão investidos de modo
equivalente por todas as partes, assim com a partilha das sobras lucrativas, se
existentes. A pedra de toque é a autogestão, incutindo responsabilidade sobre os
processos decisórios de toda essa comunidade, trazendo pra si a administração de
seu abastecimento energético e por consequência aplicando conceitos de
sustentabilidade de modo prático.
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