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Componente curricular: Teorias Arqueológicas

Docente: Fabiana Comerlato


Discente: Paulo Ricardo Bosque dos Reis

Resenha crítica da obra Capítulo 1 – Tradición arqueológica: arqueologia y modernidade do livro –


Arqueológicas. La razón perdida de Felipe Criado Boado

Segue abaixo uma resenha crítica do Capítulo Primeiro do livro – Arqueológicas. La razón perdida
(2012) do arqueólogo e antropólogo galego Felipe Criado Boado, possui 60 anos e tornou-se famoso
por contribuir na definição e consolidação da arqueologia da paisagem.

O capítulo I, intitulado – Tradición arqueológica: arqueologia y modernidade, vai da página 35 à


127, contabilizando ao todo 92 páginas, divididos internamente em tópicos e sub-tópicos.

No que se refere ao conteúdo, Boado inicia através de apresentação do que se entende por
modernidade, da queda da Bastilha na França até a queda do Muro de Berlin. Tendo os ataques às
Torre Gêmeas em 2011 para cair por terra o otimismo de seu projeto. Entre os 50 e 80 do século XX
foram anos do surgimento de um olhar científico mais crítico e amadurecido sobre a Era Moderna e
desvelar seus grandes sistemas de referência que dela surgiram, tendo a arqueologia somente 20 anos
(anos 70-90) o mesmo percurso que outras ciências sobre esse tema para se compreender como está
havia chegado até aqui, e como desse percurso ganhou novas perspectivas, possibilidades e
epistemes, a exemplo da arqueologia pós-processual.

O autor segue nos apresentando seu objetivo quanto um estudo sobre a história teórica e não a
história da disciplina arqueologia em si. Apresenta-nos cronologicamente dentro de um quadro, as
principais linhas teóricas arqueológicas e antropológicas, seu período e sua conformação, mostrando
como a arqueologia possui íntima relação com esta. A partir desse ponto, Boado organiza essas linhas
teóricas em um grande quadro, as dividindo em três grandes campos (Arqueologia Tradicional, Nova
Arqueologia e Arqueologia Pós-Processual), descrevendo a cada campo seu objetivo, teoria
antropológica, teoria social, epistemologia, metodologia, método e contexto social, podendo assim
tornar mais nítida a diferenciação de cada um destes.
O texto segue nos apresentando o contexto científico que a arqueologia na modernidade foi se
reinventando e abrindo novos caminhos, fruto de um diálogo teórico e prático com outras áreas de
conhecimento, sendo até mesmo entendível como tradição dentro das ciências sociais essa íntima relação
mútua de troca de saberes, tal como um “espírito de época” dentro da produção científica que resulta em
uma gama de similaridades epistêmicas, que encontram dentro de suas áreas do conhecimento suas
singularidades em diálogo com suas particularidades. A segunda parte, denominada “La Constitucion de
una arqueologia moderna” é uma dissecação da arqueologia do período moderno no exercício da
pesquisa, em que o autor apresenta metodologias elementares científicas (a exemplo do método
hipotético-dedutivo) e estas sendo aplicadas na área da arqueologia. Seguindo, são descritos como as
correntes teóricas abrangentes (positivismo e funcionalismo) foram absorvidas dentro da arqueologia,
como eclodiram, suas principais linhas de pensamento, seus pensadores e críticas.

No terceiro tópico do capítulo I, denominado “La emergencia de uma arqueologia postmoderna?”


Boado segue trazendo as principais contribuições para o campo científico da arqueologia, dessa vez no
que se refere a uma aparente ‘superação’ da modernidade. A pós-modernidade surge com novas
perspectivas e teorias a partir do fim dos anos 80. Emergem a Arqueologia dos/com Sentidos, também
denominada de Arqueologia Sensorial, em que busca através da experiência sensorial a materialidade. A
perspectiva sensorial nos traz uma gama de possibilidades experimentais, pela dimensão hermenêutica e
fenomenológica em especial que fundamentam tal modelo teórico arqueológico. Em seguida, o autor
apresenta as principais diferenças entre a modernidade e a pós-modernidade, analisadas pelas categorias:
Sobre o pensamento; sobre a realidade; sobre o conhecimento; sobre o sujeito; sobre a política. Nessas
questões, percebesse como a modernidade apresentada pelo autor busca ser cosmológica, estrutural, geral
e atemporal, enquanto a posmodernidade se coloca na dimensão local, temporal e particular.

No quarto e último tópico “Situación actual de la arqueologia” o autor nos coloca no tempo
presente, as questões e análises da produção teórica dos últimos anos, emergida a partir dos anos 2000.
Boado observa uma grande fragmentação da arqueologia, em que cada tradição arqueológica em si
caminha isoladamente em se consolidar e construir seu reconhecimento científico, mas sem construir
pontes para que reunidas formem um campo sólido. Aqui segue um conjunto de críticas especificas a cada
corrente de pensamento dentro da arqueologia, a exemplo de enxergar um reacionarismo pela falta de
crítica e de construção de novas práticas epistemológicas em meio aos profissionais da área, em especial
em meio ao que ele denomina por neoempiristas, que enfatiza o trabalho laboratorial e se orienta pelo uso
de recursos hightech (alta tecnologia).

Boado conclui que existe uma arqueologia pos-moderna que emerge, mas que não vem ganhando
a devida atenção e consolidação de uma escrita científica, diante da dureza e manutenção de visões de
tradições outras dentro do campo. Também nos apresenta a arqueologia pública, focada na interpretação
do patrimônio cultural, numa hermenêutica avançada pós-construtiva, com um forte senso de
pragmatismo crítico. Sendo assim, em certa medida uma tipologia arqueológica que se lança ao desafio de
amadurecer sobre onde outras haviam estacionado ou se engessado, admitindo interpretações, dando fim a
uma visão em parte positivista e onipotente sobre o trabalho do arqueólogo.

O texto de Felipe Criado Boado é profundamente denso, como se fosse uma síntese de fato da
história da teoria arqueológica, e por isso não há uma facilidade interpretativa para um leitor ‘amador’,
exigindo ao leitor comum constantemente retornar para entender a linha de raciocínio apresentada, não
sendo um texto iniciantes. O autor busca causar o choque de perspectivas das muitas tradições
arqueológicas que apresenta, colocando nos pormenores do que cada uma defende e suas contradições,
diante em especial do seu próprio tempo. Há também um entrelaçamento do campo da arqueologia junto
com a antropologia, já que são de fato ciências irmãs e sua história em vários momentos se cruzam.
Muitos dos pensamentos e argumentações questionáveis dentro da antropologia também se fizeram
presentes na arqueologia, porém, da forma como nos é apresentado, não foi na mesma força e densidade
que a arqueologia tratou certas posições, que podem ser consideradas reacionárias, positivistas,
ultrapassadas diante da vasta literatura hoje presente nas ciências sociais.

A modernidade apresentada por Boado é um período de grande transição teórica para a


Arqueologia, uma época que se coloca como um divisor de águas e que merece um estudo mais acurado
no meio acadêmico. Sua perspicácia está em seu conhecimento consistente e evidente sobre as várias
tradições, como essas dialogam, conflitam e como alguns dos seus pressuposto acabam caindo por terra
diante de reflexões e de experiências.

É um trabalho que nos faz questionar bastante a prática arqueológica por colocar a nos debruçar
não somente que método ou metodologia aplicar, mas as razões e porquês de sua escolha, que motivações
e que subjetividades estão envolvidas para um arqueólogo escolher uma dada tradição? A arqueologia se
mostra ainda viva, e merece exercer tal qual a antropologia já fez, um olhar de auto-estranhamento para
poder caminhar avançando, se recriando, e apresentando à Humanidade a importância de si para a
construção de um futuro outro.

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