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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo, apresentar através de uma abordagem histórica e conceitual
sobre os sistemas de equações lineares e a relação com a teoria das matrizes e dos determinantes. A
razão deste trabalho foi de se tentar evidenciar a indissociabilidade que existe entre esses três assuntos
que muitas das vezes são tratados separadamente no ensino fundamental e médio. Esta pesquisa foi
de maneira bibliográfica, usando-se a internet, livros do ensino médio e do ensino superior. Nesse
sentido está pautada em autores tais como: Boyer (1996), Eves (2004), Lipschutz (1994) e outros.
1 Introdução
Tanto as matrizes quanto os sistemas de equações lineares estão presentes
em todos os ramos do conhecimento. Nesse sentido Paiva (2009) afirma que os
sistemas de equações lineares são muito úteis para a resolução de problemas do dia
a dia, como em um campeonato de futebol, no controle de estoque de um restaurante
e no teste de qualidade de um produto industrializado. Em relação as matrizes por se
tratarem de tabelas de números, afirma que elas são muito úteis, pois permitem
trabalhar de forma simplificada no cruzamento de diversas informações sobre um ou
mais objetos de estudo, isso justifica a sua utilização em circuitos elétricos, nas linhas
de transmissão, na expectativa de vida da população de um país, assim como nas
áreas da estatística e da computação gráfica.
O presente trabalho tem como principal objetivo evidenciar os ângulos
concernentes a historicidade do estudo dos sistemas de equações lineares, passando
pelos primórdios do uso dos sistemas lineares, determinantes e das matrizes, e
também alguns métodos de resolução de sistemas. O trabalho é composto por:
A Origem dos Sistemas de Equações Lineares das Tabletas aos
Papiros;
1
Mestre em Engenharia Elétrica. Email: fabiufpa@gmail.com.
2
Mestre em Matemática. Professora Faculdade de Matemática da Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará – Campus Marabá – Pará. Email: regosabino@unifesspa.edu.br.
3
Licenciada em Matemática. Email: zeteiuiqui@gmail.com
Abordagem Histórica sobre os Sistemas de Equações Lineares
2
A história dos sistemas de equações lineares diz que os mesmos passaram por
diversas contribuições de vários matemáticos até chegar ao que se conhece hoje, as
notações, os conceitos e os teoremas foram modificados e aperfeiçoados ao longo do
tempo. O estudo de sistemas de equações lineares deu origem inicialmente ao estudo
dos determinantes e posteriormente ao das matrizes. As provas mais antigas desta
utilização são as inscrições em tabletas babilônicas feitas de argila datadas de cerca
de 300 a.C. e as representações dos coeficientes de sistemas lineares em barras de
bambu que constam no livro Nove Capítulos sobre a Arte Matemática, publicado entre
200 a.C. e 100 a.C. na China. Consta nesta obra uma das mais antigas menções
sobre a ideia de matrizes.
A teoria dos determinantes surgiu simultaneamente através dos estudos de
dois grandes matemáticos: Seki Shinsuke Kowa no Japão, e Gottfried Wilhelm Leibniz
na Alemanha, ambos resolviam sistemas de equações lineares de maneiras
diferentes, porém com o mesmo propósito: encontrar as soluções através de
eliminações. O termo matriz veio com James Joseph Sylvester, em 1850, e com seu
amigo Arthur Cayley, em 1858.
Há inscrições matemáticas que também são encontradas em papiros, como por
exemplo, o papiro de Rhind ou Ahmes, que hoje está no British Museum, em Londres
e resiste ao desgaste do tempo por mais de três milênios. Ressalta Boyer (1996), que
este papiro com 85 problemas tem cerca 30 cm de altura e 5m de comprimento, o
qual traz em seu extenso tamanho uma composição do que seria a comprovação de
que os egípcios também utilizavam a matemática como sua aliada nas tarefas diárias
desde os tempos mais remotos. Eves (2004, p. 73), afirma que não só o papiro de
Ahmes como também o papiro de Moscou não fazem referências a objetos concretos,
específicos, que envolvem, por exemplo, cerveja ou pães, mas traz soluções de
frações unitárias, operações aritméticas e geométricas, razões trigonométricas e
também equações lineares. Os problemas de cunho algébrico diferem-se dos demais,
pois trabalham com números desconhecidos e também apontam soluções de
equações lineares, das quais hoje teriam a seguinte representação:
x ax b ou x ax bx c , (2.1)
x (2.2)
x 24 .
7
Número Resultado
Falso
Verdadeiro
x
ou “[...] assume-se um valor conveniente para x , digamos x 7 . Então x 8 , em
7
vez de 24 . Como 8 deve ser multiplicado por 3 para se obter 24 , o valor correto de
x deve ser 3 (7 ) ou 21 ”. (EVES, 2004, p. 73).
1 2 3 0 0 3
2 3 2 0 5 2
Reduzindo-a teremos
3 1 1 36 1 1
26 34 39 99 34 39
Note que a única diferença entre o método atual para o chinês (antigo) é que
escrevemos as equações lineares como as linhas da matriz em vez de colunas. Além
disso, as equações nas colunas são escritas da direita para a esquerda. Dessa
11 17 37
maneira a solução do sistema linear é: z ; y e x .
4 4 4
Portanto foi possível determinar as unidades do terceiro tipo de milho z
existente em cada pacote. As unidades do primeiro x e do segundo tipo y são obtidas
por substituição.
A tabela utilizada no método chinês é atualmente denominada matriz e a
redução é um processo análogo à eliminação Gaussiana, isso nos remete a dizer que
o estudo das matrizes foi motivado historicamente pela necessidade de se resolver
sistemas de equações lineares.
De certa forma o uso de sistemas de equações lineares na China traz em sua
essência uma lenda, que afirma o gosto dos chineses por diagramas. Foi devido ao
primeiro que apareceu por lá, que segundo uma lenda foi trazido por uma tartaruga
no Rio Lo, este suposto diagrama que veio impresso no casco dessa tartaruga,
chamado “quadrado mágico” consistia em uma matriz quadrada, cuja soma na
horizontal, na vertical e na diagonal dos números é sempre igual a 15.
Isto mostra que o uso de tabelas numéricas, já era frequente entre os antigos
chineses dessa época, mesmo que de maneira lendária. Assim com o estudo desse
“quadrado mágico” o autor dos Noves Capítulos foi instigado a criar e resolver
problemas relacionados aos sistemas de equações lineares por meio de matrizes.
Quem também contribuiu para a teoria dos determinantes foi o escocês Colin
Maclaurin (1698 - 1746), que em 1730 escreveu “Um Tratado sobre Álgebra”. Esse
livro foi publicado postumamente em 1748, nele encontra-se o “teorema geral” para
eliminação de incógnitas de sistemas lineares, onde traz demonstrações para
matrizes de ordem 2, 3 e 4. Porém, não há comentários para os casos de matrizes de
ordem > 4. Este teorema é o que conhecemos hoje por regra de Cramer, pois o
matemático suíço Gabriel Cramer (1704 - 1752) publicou o livro “Introdução à Análise
de Curvas Algébricas”, em 1750, que apresentava resultados para matrizes de ordem
𝑛. Porém, a demonstração da regra não se encontra no livro, somente o valor das
incógnitas em forma de frações, com o numerador e denominador sendo combinações
dos coeficientes do sistema linear. Isto é, o que conhecemos, atualmente, por
determinantes, porém com notação diferente.
O matemático francês Cauchy (1789 - 1857), atribui o termo determinante no
sentido atual, em 1812 provou o teorema da multiplicação de determinantes, através
da utilização de permutações e também melhorou a notação de determinantes.
Porém, a notação de duas barras verticais ladeando um quadrado de números para
indicar determinante, só foi apresentada em 1841 pelo matemático inglês Cayley
(1821 - 1895).
O nome matriz foi instituído pelo matemático inglês James Joseph Sylvester
(1814 - 1897) em 1850, e que mais tarde recebeu grandes contribuições do seu amigo
Cayley, o qual, deu o primeiro significado da palavra Matriz, como sendo o lugar onde
algo se gera ou cria, denominou em um artigo de como sendo:
[...]um bloco retangular de termos [...] que não representa um determinante,
mas é como se fosse uma MATRIZ a partir da qual podemos formar vários
sistemas de determinantes, ao fixar um número “p” e escolher a vontade “p”
linhas e “p” colunas[...] (CAYLEY Apud KRAIESKI, 1999, p. 03).
𝑥 ′ = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 𝑎 𝑏 (4.1)
{ escrevia (𝑥 ′ , 𝑦′) = [ ] ∗ (𝑥, 𝑦)
𝑦 ′ = 𝑐𝑥 + 𝑑𝑦 𝑐 𝑑
5. Equação Linear
𝑎1 𝛼1 + 𝑎2 𝛼2 + 𝑎3 𝛼3 + … , +𝑎𝑛 𝛼𝑛 = 𝑏. (5.1)
Em que:
𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , … , 𝑥𝑛 , são as incógnitas;
𝑎𝑖𝑗 ∊ ℝ, são os coeficientes das incógnitas, com 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚 e 1 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛;
𝑏𝑖 ∊ ℝ, são os coeficientes das incógnitas, com 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚.
O sistema linear acima é conhecido por sistema linear 𝑚 por 𝑛 e se indica por
𝑚 ∗ 𝑛.
6.1 Representação de um Sistema Linear por meio de Matrizes
Sejam:
𝐴𝑚∗𝑛 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑚∗𝑛 , 𝑋𝑛∗1 = (𝑥𝑗 )𝑛∗1 e 𝐵𝑚∗1 = (𝑏𝑖 )𝑚∗1 . (6.2)
Onde 𝑋 = 𝐴−1 ∗ 𝐵.
Denomina-se matriz associada ou matriz completa ao sistema (𝑺) que pode ser
denotada por [𝐴|𝐵].
Diz-se que dois sistemas lineares são equivalentes quando possuem o mesmo
conjunto solução. Indica-se por 𝑆~𝑆′ ou 𝑆′~𝑆 .
1) Se 𝑀~𝑀 (Reflexiva);
2) Se 𝑀~𝑀′ , então 𝑀′~𝑀 (Simétrica);
3) Se 𝑀~𝑀′ e 𝑀′~𝑀′′, então 𝑀~𝑀′′ (Transitiva).
e,
𝑎11 𝑎12 𝑎13 … 𝑎1𝑛 𝑏1
𝑎21 𝑎22 𝑎23 … 𝑎2𝑛 𝑏2
𝑎31 𝑎32 𝑎33 … 𝑎3𝑛 𝑏3
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
𝑀′ = 𝑎 𝑖1 𝑎 𝑖2 𝑎𝑖3 … 𝑎𝑖𝑛 𝑏𝑖 ,
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
𝜆𝑎𝑗1 𝜆𝑎𝑗2 𝜆𝑎𝑗3 … 𝜆𝑎𝑗𝑛 𝜆𝑏𝑗
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
[ 𝑎𝑚1 𝑎𝑚2 𝑎𝑚3 … 𝑎𝑚𝑛 𝑏𝑚 ]
Porém, qualquer outra solução com pelo menos um dos valores 𝑥1 ≠ 0 chama-
se não trivial. Nesse caso, o sistema considerado pode sempre reduzir-se a um
sistema homogêneo equivalente em forma escalonada:
𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 + 𝑎13 𝑥3 + … + 𝑎1𝑛 𝑥𝑛 = 0
𝑎2𝑗2 𝑥𝑗2 + 𝑎2 𝑗2+1𝑥𝑗2+1 + 𝑎23 𝑥3 + … + 𝑎2𝑛 𝑥𝑛 = 0
{ … … …
𝑎𝑟𝑗𝑟 𝑥𝑗𝑟 + 𝑎𝑟 𝑗𝑟+1 𝑥𝑗𝑟+1 + … + 𝑎𝑟𝑛 𝑥𝑛 =0
Um sistema linear homogêneo é sempre compatível, portanto, para encontrar
a solução bastam verificar somente as duas possibilidades:
Corolário:
i) Se o número de equações é igual ao número de incógnitas, uma condição
necessária e suficiente para existir uma solução não-trivial é que seja nulo
o determinante dos coeficientes, isto é |𝐴| = 0.
ii) Se existem menos equações do que incógnitas, o sistema homogêneo
sempre tem solução não trivial. Os sistemas homogêneos como são sempre
possíveis, são os únicos que podem ser classificados apenas a partir do
cálculo do determinante dos coeficientes. Como não há chances de o
sistema homogêneo ser SI, logo se o determinante for nulo o sistema será
SPI.
Seja o sistema (𝑺), cuja matriz dos coeficientes é nula, logo seu determinante
também é nulo.
Teorema 4: Seja um sistema de equações lineares degeneradas, admite as
seguintes condições:
i) Se 𝑏 ≠ 0, o sistema não tem solução.
ii) Se 𝑏 = 0, qualquer e-nupla (𝛼1 , 𝛼2 , 𝛼3 , … , 𝛼𝑛 ) é solução, ou seja, o
sistema tem infinitas soluções.
5 Conclusão
Neste trabalho foi possível constatar que os sistemas de equações lineares se
originaram da necessidade do homem para resolver os problemas do cotidiano, como
em criações de animais e plantações. Vale destacar a importância de se conhecer a
história da Matemática, para que os conteúdos desta disciplina sejam repassados aos
alunos de maneira significativa. Neste caso os sistemas de equações lineares, as
matrizes e os determinantes, que são normalmente explorados separadamente no
ensino fundamental e médio, podem sim ser trabalhados simultaneamente e
conjuntamente. Como já foi exposto neste trabalho, essa indissociabilidade já existia
muito antes da era cristã.
6 Referências
BOYER, Carl B. História da Matemática. Trad. Elza F. Gomide. 2. ed. São Paulo:
Blücher, 1996.
BLOG Matemática na Área. A Origem dos Quadrados Mágicos. Disponível em: <
http://matematicanaarea.blogspot.com.br/2009/12/v-behaviorurldefaultvml-o.html>.
Acesso em: 01/10/2017.
DANTE, Luiz Roberto. Matemática, Volume Único: Livro do Professor. 1. ed. São
Paulo: Ática, 2005.
EVES, Howard. Introdução à História da Matemática. Trad. Hygino H. Domingues.
Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2004.
JÄNICH, Klaus. Álgebra Linear. Trad. José Antonio e Souza. Rio de Janeiro: LTC,
1998.
KRAIESKI, Protasio. ABORDAGEM DE MATRIZES NO ENSINO MÉDIO: Uma
avaliação crítica através dos livros didáticos com sugestões de aplicações.
Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/94914>. Acesso em:
03/02/2014.
LIPSCHUTZ, Seymour. Álgebra Linear: Teoria E Problemas. 3. Ed. Tradução
Alfredo Alves de Farias com colaboração de Eliana Farias e Soares; revisão técnica
Antonio Pertence Júnior. 3ª ed. – São Paulo: Pearson Markron Books, 1994. –
(Coleção Shaum).
SÁ, Lúcia Fernanda. Estudos dos Determinantes. Disponível em:
<http://www.uff.br/dalicenca/images/stories/caderno/volume5/Estudo_dos_Determina
nte s.pdf>. Acesso em: 02/01/ 2014.