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Mo rfo lo gia da

L í ngua
P o rtuguesa

Professora:
Célia Barbosa
CONCEITO DE GRAMÁTICA
MARTELLOTA, M. (org.) Manual de Linguística. São Paulo: Contexto. 2008.

→ Os enunciados linguísticos resultam da combinação de


unidades menores. Na construção desses enunciados, os
falantes unem morfemas para formar vocábulos, vocábulos
para formar frases e frases para formar unidades ainda
maiores, que compõem o discurso. Essas unidades podem
ser caracterizadas como universais, já que todas as
línguas são articuladas – possuem fonemas, morfemas,
palavras, frases – e não apresentam diferenças
significativas quanto à natureza dessas unidades.
→ Alguns questionamentos são:
■ Como se dá essa combinação?
■ Os falantes combinam os elementos na frase do modo
como bem entendem ou existem restrições impostas
pelas línguas no que diz respeito a esse processo?
■ Se existem restrições, qual a sua natureza?
■ Elas provêm dos padrões de correção de uso da língua
impostos pela comunidade?
■ São arbitrarias?
■ Refletem o funcionamento natural da mente humana,
sendo, portanto, universais?
→ Devemos levar em conta que os falantes não
combinam os elementos do modo como querem, já que
sua língua apresenta restrições quanto a esse
processo.
→ Restrições de combinação desse tipo existem em
todos os níveis gramaticais e se aplicam a todos os
elementos linguísticos. Vejamos como isso ocorre no
nível da frase:
a) O aluno entregou o trabalho.
b) O trabalho o aluno entregou.
c) ?Entregou o aluno o trabalho.
d) *Aluno o entregou trabalho o.
→ Gramática = conjunto de interpretações
(refletem a natureza e funcionamento das
línguas) e descrições do funcionamento da língua.
→ Existem dois sentidos para o termo “gramática”:
■ o primeiro pode ser usado para designar o
funcionamento da própria língua, que é o objeto a
ser descrito pelo cientista;
■ o segundo é utilizado para designar os estudos
que buscam descrever a natureza desses
elementos e suas restrições de combinação. Nesse
segundo sentido, “gramática” se refere aos
modelos teóricos criados pelos cientistas a fim de
explicar o funcionamento da língua.
GRAMÁTICA TRADICIONAL = gramática normativa ou
gramática escolar, é aquela que estudamos na escola
desde pequenos.
→ Visão preconceituosa do uso da linguagem, a
gramática tradicional não fornece ao estudioso da
linguagem uma teoria adequada para descrever o
funcionamento gramatical das línguas.
→ Tem origem em uma tradição de estudos de base
filosófica que se iniciou na Grécia antiga. Visão,
inaugurada por Aristóteles, de que existe uma forte
relação entre linguagem e lógica.
→ Para Aristóteles, a lógica seria o instrumento que
precede o exercício do pensamento e da linguagem,
oferecendo-lhes meios para realizar o conhecimento e
o discurso. A linguagem seria, portanto, uma mera
representação de um mundo já pronto, um instrumento
para nomear idéias preexistentes. Esses princípios
caracterizam o que alguns autores chamam de
fundacionalismo e outros de realismo. O uso ideal da
língua grega.
→ Ao conceber a existência de formas gramaticais
corretas, os gramáticos tradicionais abandonam
determinadas formas consideradas erradas, mas que
são efetivamente utilizadas pelos falantes na
comunicação diária. Com isso, essa gramática adota
uma visão parcial da língua, sendo incapaz de
explicar a natureza da linguagem em sua totalidade.
GRAMÁTICA HISTÓRICO-COMPARATIVA = pode ser
definida, em linhas gerais, como uma proposta de
comparar elementos gramaticais de línguas de origem
comum a fim de detectar a estrutura da língua original
da qual elas se desenvolveram (no final do século XIX,
toma força na Alemanha).
→ Por que surgiu essa abordagem?
■ Surgiu a partir da constatação da grande semelhança
do sânscrito, língua antiga da Índia, com o latim, com o
grego e com uma grande quantidade de línguas
européias. Essa semelhança pode ser ilustrada com os
termos correspondentes ao sentido da palavra
portuguesa “mãe” (mulher que gera filhos): maatar, em
sânscrito; mâter, em latim; mçtçr, em grego; mother, em
inglês, mutter, em alemão.
LATIM FRANCÊS ITALIANO ESPANHOL PORTUGUÊS
caput chef capo cabo cabeça
cãrus cher caro caro caro
campus champ campo campo campo
cabãllus cheval cavallo cabalo cavalo

→ Considera-se que essa tendência marca o início de


uma nova ciência, a linguística, já que pela primeira vez
um grupo de cientistas se interessa por analisar as
características inerentes às línguas naturais, sem
interesses filosóficos ou normativos, mas observando
critérios estritamente linguísticos.
→ Limitação da gramática histórico-comparativa no
sentido de descrever completamente a estrutura
gramatical das línguas:
■ os comparatistas restringiam sua visão a uma
abordagem histórica do funcionamento gramatical,
vendo-o como resultado de mudanças linguísticas
regulares. Com isso, deixavam de lado a descrição
do funcionamento da língua como um fenômeno
sincrônico, ou seja, como um sistema de
comunicação utilizado, em um momento específico
do tempo, por falantes que não conhecem – e, pelo
menos aparentemente, não precisam conhecer – a
evolução histórica da língua que utilizam, mas que,
ainda assim, se comunicam perfeitamente com seus
interlocutores.
GRAMÁTICA ESTRUTURAL = a tendência de analisar as
línguas, conhecida como gramática estrutural, ou
estruturalismo, se desenvolveu na primeira metade do
século xx, sob a influência das ideias de Ferdinand de
Saussure, divulgadas através da publicação póstuma de
seu livro, o Curso de linguística geral.

→ Pode ser caracterizada, em linhas gerais, como uma


tendência de descrever a estrutura gramatical das línguas,
vendo-as como um sistema autônomo, cujas partes se
organizam em uma rede de relações de acordo com leis
internas, ou seja, inerentes ao próprio sistema.
→ Para compreendermos bem essa definição, é
interessante lembrarmos a distinção entre langue e
parole proposta por Saussure (precursor dessa
tendência nos estudos da linguagem).
→ Saussure propunha que a langue constitui um sistema
linguístico de base social que é utilizado como meio de
comunicação pelos membros de uma determinada
comunidade = um fenômeno coletivo, sendo
compartilhada e produzida socialmente. A língua é
exterior ao indivíduo, sendo interiorizada
coercitivamente por eles. Isso nos leva ao conceito de
parole, que se refere ao uso individual do sistema.
→ Desenvolvendo um pouco mais essa noção tão
importante para a compreensão da concepção estrutural
de gramática, podemos relacionar a concepção
saussuriana de sistema a três aspectos importantes:

a) a existência de um conjunto de elementos;


b) o fato de que cada elemento só tem valor em relação a
outros, organizando­ se solidariamente em um todo, que
deve sempre ter prioridade sobre as partes que contém;
c) a existência de um conjunto de regras que comanda a
combinação dos elementos para formar unidades
maiores.
→ A dicotomia entre langue e parole é a atitude assumida
por Saussure de propor a langue como objeto de estudo
da linguística, retirando a parole do campo de interesse
dessa ciência.
→ Há limitações quanto às possibilidades de união de
sons para formar palavras, e essas restrições são
diferentes de língua para língua. Cada língua processa
esse mecanismo de modo diferente. Assim, se
quisermos criar em nossa língua uma palavra para
designar um novo objeto, essa palavra não poderia ser,
por exemplo, *slamro, já que não são típicos do
português encontros consonantais como sl e mr.
→ O estruturalismo promove a exclusão do sujeito e de
sua criatividade para adaptar sua fala aos diferentes
contextos, retirando do âmbito dos estudos linguísticos
fenômenos sociointerativos, que, pelo menos para
alguns linguistas modernos, se mostraram
fundamentais para a compreensão da natureza da
linguagem.
GRAMÁTICA GERATIVA = surge na década de 1950 ou,
mais precisamente, em 1957 ­ com a publicação do livro
Estruturas sintática pelo linguista norte­americano Noam
Chomsky.
→ Para Chomsky, a natureza da linguagem é, assim,
relacionada à estrutura biológica humana, e a teoria
linguística passa a ter o objetivo de explicar o
funcionamento de um órgão mental particular responsável
pelo funcionamento da linguagem humana.
→ Dois princípios teóricos básicos caracterizam a
concepção gerativa de gramática:
■ o primeiro deles é o chamado princípios do inatismo,
segundo o qual existe uma estrutura inata,
constituída de um conjunto de princípios gerais que
impõem limites na variação entre as línguas e que se
manifestam como dados universais, ou seja, presentes
em todas as línguas do mundo = gramática universal
(GU). O esquema abaixo busca
GU
ilustrar como se dá
esse fenômeno:
DADOS DA EXPERIÊNCIA LINGUÍSTICA

português japonês swahili carajá ...


■ o segundo princípio gerativista é o princípio da
modularidade da mente, que prevê que nossa mente é
modular, ou seja, constituída de módulos ou partes,
caracterizados como sistema cognitivos diferentes
entre si, que trabalham separadamente. Em outras
palavras cada um desses módulos da mente responde
pela estrutura e desenvolvimento de uma atividade
cognitiva.
→ Chomsky assume uma posição semelhante à de
Saussure ao sustentar que o objeto de estudo da
lingüística deve ser a competência, e não o
desempenho. Isso significa que mais uma vez o
sujeito, como usuário real da língua, e suas habilidades
sociointerativas ficam de fora dos estudos linguísticos.
→ A linguagem é vista como um sistema autônomo,
indiferente aos interesses do sujeito que o utiliza às
características do ambiente social em que atua. Essa
noção de linguagem, associada à lógica universal, que
ressalta nossa capacidade de criar um número infinito
de frases, não leva em conta a perspectiva de quem
produz o discurso ou sua criatividade ao adaptar sua
fala aos diferentes contextos comunicativos, não
dando conta adequadamente de traços básicos,
associados às línguas, como variação e mudança.
GRAMÁTICA COGNITIVO-FUNCIONAL = esta-se utilizando o termo
“cognitivo-funcional” para designar um conjunto de propostas teórico-
metodológicas que caracterizam algumas escolas de natureza
relativamente distinta, que, adotando princípios distintos dos que
caracterizam o formalismo gerativista, apresentam alguns pontos em
comum:

a) observam o uso da língua, considerando-o fundamental para a


compreensão da natureza da linguagem;
b) observam não apenas o nível da frase, analisando, sobretudo, o
texto e o diálogo;
c) têm uma visão da dinâmica das línguas, ou seja, focalizam a
criatividade do falante para adaptar as estruturas linguísticas aos
diferentes contextos de comunicação;
d) consideram que a linguagem reflete um conjunto complexo de
atividades comunicativas, sociais e cognitivas, integradas com o
resto da psicologia humana, isto é, sua estrutura é consequente de
processos gerais de pensamento que os indivíduos elaboram ao
criarem significados em situações de interação com outros
indivíduos.
→ Essas características se adaptam a escolas como o
funcionalismo (norte-americano ou europeu), à linguística
sociocognitiva, à linguística textual, à sociolinguística, à
linguística sociointerativa; entre outras.
→ Em linhas gerais, a gramática cognitivo-funcional alarga
o escopo dos estudos linguísticas para além dos fenômenos
estruturais e que, portanto, seu ponto de vista é distinto.
Esse tipo de gramática analisa a estrutura gramatical, assim
como as gramáticas estrutural e gerativa, mas também
analisa a situação de comunicação inteira: o propósito do
evento de fala, seus participantes e seu contexto discursivo.
No uso da língua, determinados aspectos de cunho
comunicativo e cognitivo são atualizados e, se queremos
compreender o funcionamento da linguagem humana,
temos de levar em conta esses aspectos.
→ Há entre discurso e gramática uma espécie de relação
de simbiose: o discurso precisa dos padrões da gramática
para se processar, mas a gramática se alimenta do
discurso, renovando-se para se adaptar às novas
situações de interação. O esquema abaixo ilustra esse
processo:

GRAMÁTICA DISCURSO

Cliente: - Esta televisão não está funcionando.


Vendedor: - Não há problema, senhor. Vamos
providenciar a troca do aparelho.

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