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e Órgãos de Regulação
Intermediação Financeira
De nição
A intermediação nanceira tem a função de aproximar os poupadores (agentes econômicos com excesso de
recursos - superavitários) e os tomadores (agentes econômicos que necessitam de recursos - de citários) para
atender suas necessidades nanceiras de curto, médio e longo prazo. Poupadores, que são agentes
superavitários, necessitam conservar seu dinheiro de forma segura, seja por questões de segurança, seja para
evitar perdas decorrentes da in ação, além de obter retorno nanceiro sobre o capital acumulado. Já agentes
de citários, os tomadores, necessitam de recursos nanceiros para fazer frente às suas despesas ou para
realizar investimentos. Para suprir suas necessidades nanceiras, ambos agentes recorrem ao Mercado
Financeiro.
redução de risco.
Classi cam-se como intermediários bancários as instituições que operam ativos monetários (papel-moeda e
depósitos à vista) e como intermediários não bancários aqueles que operam ativos nanceiros não
monetários (diferentes títulos que sustentam as operações realizadas nos mercados de crédito e de capitais).
Mercado Financeiro
Mercado nanceiro pode ser de nido como o ambiente de negócios onde agentes superavitários
e de citários se encontram para atendimento de suas necessidades nanceiras. Pode ser
segmentado em função dos tipos e nalidades das operações de intermediação praticadas:
Mercado Monetário Mercado de Crédito
Operações de curto e curtíssimo prazos que suprem Transações feitas principalmente por intermediários
as necessidades de caixa dos agentes econômicos e nanceiros bancários para atender às necessidades
dos próprios intermediários nanceiros. A liquidez de crédito de curto e médio prazos ( nanciamento
deste segmento é regulada pelas autoridades para a aquisição de bens de consumo duráveis e de
monetárias, via colocação, recompra e resgate de capital de giro das empresas, por exemplo).
títulos da dívida pública de curto prazo.
Mercado de Capitais
O Mercado de Capitais é caracterizado pela desintermediação bancária. Nesse sentido, diferentemente do que
ocorre no mercado bancário, agentes tomadores e devedores se aproximam diretamente no mercado de
capitais, sem o intermédio de instituições nanceiras. Muitas das transações do mercado de capitais são
realizadas em bolsas de valores. Participam desse mercado, além das bolsas de valores, bolsas de mercadorias e
futuros, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
Mercado Cambial
Ambiente que compreende a realização das operações de câmbio entre os agentes autorizados pelo Banco
Central e entre estes e seus clientes, diretamente ou por meio de seus correspondentes.
Com moeda nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no País e residentes, domiciliados ou
com sede no exterior;
Com ouro-instrumento cambial, realizadas por intermédio das instituições autorizadas a operar no
mercado de câmbio pelo Banco Central, diretamente ou por meio de seus correspondentes;
Algumas das principais funções exercidas pelos intermediários nanceiros são citadas abaixo:
Há a minimização dos riscos com a diversi cação dos títulos em carteira, com diferentes emissores
ligados a setores distintos da economia, além de diversi carem prazos e retornos esperados.
Os agentes mais comuns e acessíveis ao público no Sistema Financeiro são os Bancos que, de acordo com o
Banco Central do Brasil (Bacen) são de nidos assim:
Os bancos comerciais e caixas econômicas são instituições nanceiras privadas ou públicas que têm como objetivo
principal proporcionar suprimento de recursos necessários para nanciar, a curto e a médio prazos, o comércio, a
indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista,
livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve
ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão "Banco"
(Resolução CMN 2.099, de 1994).
Bancos Múltiplos
Os Bancos Múltiplos foram criados para racionalizar a administração das instituições nanceiras,
permitindo que algumas delas se constituam em uma instituição nanceira única (banco múltiplo), reduzindo
seus custos. Na prática, as funções de cada uma são mantidas em separado, mas as operações são
contabilizadas em um único balanço.
de crédito imobiliário;
de nanciamento e investimento.
Todas as carteiras seguem a regulamentação dos bancos de investimento, das sociedades de crédito imobiliário,
das nanceiras, dos bancos de desenvolvimento (o BNDES, por exemplo) e das sociedades de arrendamento
mercantil, respectivamente.
Órgãos de Regulação, Autorregulação e
Fiscalização
O mercado nanceiro é regulado por uma complexa estrutura de instituições governamentais que tem por
princípio estabelecer as normas de funcionamento nas quais todos os agentes irão operar, scalizar o
cumprimento das leis e assegurar o retorno dos capitais investidos pelos poupadores e o tratamento justo aos
devedores.
Órgãos de Regulação
O Sistema Financeiro Nacional brasileiro é constituído por órgãos Normativos, Supervisores e Operadores do
sistema.
Órgãos Normativos
Órgão Supervisores
Operadores
Administradoras de Consórcios
Cooperativas de Crédito;
Corretoras e Distribuidoras;
Instituições de pagamento
Bolsa de Valores
Seguradoras e Resseguradoras
Executor da política monetária: determinação da taxa Selic, controle dos meios de pagamento
(liquidez no mercado), orçamento monetário, instrumentos de política monetária;
Banqueiro do governo: administração da dívida pública interna e externa, gestor e el depositário das
reservas internacionais do país;
Atuar com o objetivo de manter a in ação dentro da Meta estabelecida pelo Comitê de
Política Monetária (COPOM).
Proteção aos titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e outros tipos de
atos ilegais que manipulem preços de valores mobiliários nos mercados primários e
secundários de ações.
A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, é dirigida por uma Diretoria Colegiada,
composta por:
Diretor-Superintendente;
Diretor de Administração;
Diretor de Licenciamento;
Enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da Fazenda e, por seu intermédio,
ao Presidente da República e ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias
ao cumprimento de seus objetivos.
Autorregulação
Processo de autorregulação
Comum nos mercados desenvolvidos, o processo de autorregulação costuma ocorrer em
mercados não regulamentados (como, por exemplo, o publicitário no Brasil) ou naqueles em que a
autoridade reguladora e os agentes privados estabelecem, através de algum tipo de negociação,
níveis de responsabilidade diferentes quanto à de nição das normas e dos procedimentos que
devem ser observados na realização de seus negócios.
E como funciona o processo de autorregulação?
Trata-se de substituir, a partir de certo nível mínimo de regulamentação, a ação do poder
governamental pela iniciativa de autorregulação dos mercados, signi cando a troca da ação
exclusiva do poder estatal pelo fortalecimento do poder público da sociedade. Tendo em vista a
complexidade e a diversidade cada vez maior das sociedades contemporâneas, é necessário que
outros organismos atuem, em auxílio à ação governamental, como instituições reguladoras e
scalizadoras.Com essa nalidade foi criada a:
A ANBIMA assume quatro compromissos com o mercado, com os investidores e com o país:
Embora sejam instituições autônomas administrativa e nanceiramente, são scalizadas pela CVM e
estão sujeitas às normas do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Antigamente, a maioria das bolsas de valores dispunha de um pregão físico, onde eram realizadas as
negociações. Porém, desde o início do século XXI, praticamente todas as bolsas operam com pregão eletrônico e
muitas delas oferecem apenas essa possibilidade aos investidores.
Mercado de Balcão
O Mercado de Balcão (Over the Counter Market) é um mercado de títulos sem local físico determinado
para a realização das transações. Elas são realizadas por telefone, entre as instituições nanceiras, mas fora
do pregão. Neste mercado, normalmente são negociadas ações de empresas registradas nas bolsas de
valores, além de outras espécies de títulos, principalmente de renda xa.
O mercado de balcão é dito organizado quando se estrutura como um sistema de negociação de títulos e
valores mobiliários administrado por entidade autorizada pela CVM. É um segmento de negociação de
ativos organizado pela B3, mas com regras diferentes às da bolsa de valores. Um exemplo disso é que, no
mercado de balcão organizado, atuam como intermediários não somente corretoras (como ocorre na bolsa),
mas também outras instituições nanceiras como bancos e distribuidoras de valores.
Além das ações, outros valores mobiliários são negociados em mercados de balcão organizado, tais como
debêntures, cotas de fundos de investimento imobiliário, fundos fechados, Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios – FIDCs, Certi cados de Recebíveis Imobiliários – CRIs, entre outros.
É uma das principais empresas de infraestrutura de mercado nanceiro mundial, com atuando tanto em
ambiente de bolsa, como de balcão. É constituída através de uma sociedade de capital aberto, com ações
(B3SA3) negociadas no Novo Mercado. Integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX, entre outros.
Ainda opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas em seus
mercados e oferta serviços de central depositária e de central de registro. E, por m, a B3 possui uma unidade
de nanciamento de veículos e imóveis, oferecendo produtos e serviços que suportam o processo de análise e
aprovação de crédito em todo o território nacional.
Uma maneira que vem ganhando popularidade entre os investidores é a negociação de ações e
derivativos através do Home broker de uma corretora. Através deste sistema, a corretora autoriza
seu cliente a registrar ordens no Sistema Eletrônico de Negociação da BM&FBovespa. O investidor
se cadastra em alguma corretora e executa suas próprias ordens de compra ou venda a partir de
um computador que tenha acesso à internet.
Dispõe ainda da obrigatoriedade das instituições liadas à ANBIMA, assim como as instituições que, embora não
associadas, expressamente aderirem a este Código mediante a assinatura do termo de adesão, de exigirem e
scalizarem o cumprimento das disposições deste código por todos os integrantes de seu conglomerado ou
grupo econômico que desempenhem qualquer das atividades disciplinadas por este Código.
Este Código não se sobrepõe à legislação e à regulamentação vigentes que sejam contrárias às disposições ora
trazidas. Caso haja contradição entre regras estabelecidas neste Código e normas legais ou regulamentares, a
disposição deste Código deverá ser desconsiderada, sem prejuízo de suas demais regras.
a. Manter elevados padrões éticos na condução de todas as atividades, bem como em suas relações
com clientes e demais participantes do mercado nanceiro e de capitais, independentemente do
ambiente em que tais atividades sejam desenvolvidas;
b. Conhecer e observar todas as normas, leis e regulamentos, inclusive as normas de regulação e
melhores práticas da ANBIMA, aplicáveis ao exercício de suas atividades pro ssionais, e fazer
com que seus subordinados os observem e respeitem;
c. Assegurar a observância de práticas negociais equitativas em operações no mercado nanceiro e
de capitais;
d. Recusar a intermediação de investimentos ilícitos;
e. Não contribuir para a veiculação ou circulação de notícias ou de informações inverídicas ou
imprecisas sobre o mercado nanceiro e de capitais;
f. Manter conhecimento atualizado das matérias e normas relacionadas à sua atividade no
mercado nanceiro e de capitais;
g. Referir-se à sua certi cação de maneira a demonstrar sua importância e seriedade, explicando,
sempre que possível, seu procedimento e conteúdo;
h. Não participar de qualquer negócio que envolva fraude, simulação, manipulação ou distorção de
preços, declarações falsas ou lesão aos direitos de investidores;
i. Manter sigilo a respeito de informações con denciais a que tenha acesso em razão de sua
atividade pro ssional, excetuadas as hipóteses em que a sua divulgação seja exigida por lei ou
tenha sido expressamente autorizada;
j. Não dar informações imprecisas a respeito dos serviços que é capaz de prestar, bem como com
relação a suas quali cações, seus títulos acadêmicos e experiência pro ssional.
a. Não participar de atividades independentes que compitam direta ou indiretamente com seu
empregador, a não ser que obtenha autorização expressa para tanto;
b. Informar seu empregador sobre a propriedade de quaisquer valores mobiliários ou outros
investimentos que possam in uenciar ou ser in uenciados por sua atividade pro ssional;
c. Informar seu empregador sobre quaisquer valores ou benefícios adicionais que receba em sua
atividade pro ssional, além daqueles recebidos desse mesmo empregador;
d. Observar as restrições impostas por seu empregador na negociação de valores mobiliários em
situações de con ito de interesses;
e. Não manifestar opinião que possa prejudicar a imagem do seu empregador ou de qualquer
outra instituição que atue no mercado nanceiro e de capitais;
f. Evitar pronunciamentos a respeito de investimentos sob a responsabilidade de outras
instituições participantes e/ou de seus Pro ssionais, a menos que esteja obrigado a fazê-lo no
cumprimento de suas responsabilidades pro ssionais;
g. Manter sigilo com relação às informações con denciais, privilegiadas e relevantes para a
atividade do seu empregador a que tenha acesso em razão de sua função na instituição
participante, excetuadas as hipóteses em que a sua divulgação seja exigida por lei ou tenha sido
expressamente autorizada.
a. Utilizar-se de especial diligência na identi cação e respeito aos deveres duciários envolvidos na
atividade de gestão pro ssional de recursos de terceiros, priorizando os interesses dos clientes
em detrimento dos seus;
b. Manter independência e objetividade no aconselhamento de investimentos;
c. Distinguir fatos de opiniões, pessoais ou de mercado, com relação aos investimentos
aconselhados;
d. Informar aos clientes, efetivos e potenciais, os padrões básicos e os princípios gerais do processo
de seleção dos produtos de investimento na atividade de gestão pro ssional de recursos de
terceiros, bem como quaisquer alterações nesses processos;
e. Agir com ética e transparência quando houver situação de con ito de interesse com seus
clientes;
f. Informar ao cliente sobre a possibilidade de recebimento de remuneração ou benefício pela
instituição participante em razão da indicação de investimentos;
g. Conduzir os negócios de seus clientes com o cuidado que toda pessoa diligente e íntegra
costuma empregar na administração de seus próprios negócios;
h. Orientar o cliente sobre o investimento que pretende realizar, evitando práticas capazes de
induzi-lo ao erro.
Investidores Pro ssionais,
Quali cados e Não
Residentes
Investidores Pro ssionais, Quali cados e
Não Residentes
Investidores Pro ssionais
São considerados investidores pro ssionais:
instituições nanceiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
fundos de investimento;
clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de
valores mobiliários autorizado pela CVM;
clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas que sejam
investidores quali cados.
Os regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou por
municípios são considerados investidores pro ssionais ou investidores quali cados apenas se reconhecidos
como tais, conforme regulamentação especí ca do Ministério da Previdência Social.
Os fundos para esses tipos de investidores têm várias regras diferenciadas em razão de serem entendidos como
investidores mais esclarecidos.
Neste sentido, fundos destinados exclusivamente a investidores quali cados podem dispensar a elaboração
da lâmina.
O fundo destinado exclusivamente a investidores quali cados, desde que previsto em seu regulamento, pode
também:
Estabelecer prazos para conversão de cota e para pagamento dos resgates diferentes daqueles
previstos na Instrução CVM nº 555.
Prestar ança, aval, aceite ou coobrigar-se de qualquer outra forma, em nome do fundo, relativamente a
operações direta ou indiretamente relacionadas à carteira do fundo, sendo necessária a concordância
de cotistas representando, no mínimo, dois terços das cotas emitidas pelo fundo.
Os limites por emissor e os de concentração por modalidades de ativo nanceiro de até 20% do patrimônio
líquido do fundo para determinados ativos previstos na Instrução CVM nº 555 (exceto aqueles para os quais não
há limites, tais como títulos emitidos pela União) serão computados em dobro quando se tratar de fundo
destinado exclusivamente a investidores quali cados e Fundos Previdenciários, sem prejuízo, contudo, às
normas aplicáveis a cada classe de fundo.
As movimentações nanceiras com o exterior, decorrentes das aplicações de investidor não residente, somente
poderão ser efetuadas mediante contratação de operação de câmbio.
As informações contidas nesta política devem ser encaminhadas à Secretaria de Previdência Complementar –
SPC, substituída desde 2009 pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc, no prazo de
30 dias contados da data da respectiva aprovação.
a metodologia e os critérios para avaliação dos riscos de crédito, de mercado, de liquidez, operacional,
legal e sistêmico;
Renda Fixa
Os títulos ou valores mobiliários de emissores não relacionados acima somente podem ser adquiridos se
observadas as seguintes condições:
Os títulos e valores mobiliários recebidos como lastro em operações compromissadas são classi cados no
segmento de renda xa e devem ser considerados no cômputo dos limites estabelecidos na Resolução CMN nº
3.792/2009.
Renda Variável
os títulos e valores mobiliários de emissão de Sociedades de Propósito Especí co — SPEs, com ou sem
registro na CVM (nesse caso, a SPE deve ser constituída para nanciamento de novos projetos,
incluindo aqueles decorrentes de concessões e permissões de serviços públicos, ter prazo de duração
determinado e xado na data de sua constituição e ter as atividades restritas àquelas previstas no
objeto social de nido na data de sua constituição);
os Certi cados de Potencial Adicional de Construção – CEPAC, de que trata o art. 34 da Lei nº 10.257,
de 10 de julho de 2001;
os certi cados de Reduções Certi cadas de Emissão – RCEs ou de créditos de carbono do mercado
voluntário, admitidos à negociação em bolsa de valores, de mercadorias e futuros ou mercado de
balcão organizado, ou registrados em sistema de registro, custódia ou liquidação nanceira
devidamente autorizado pelo BC ou pela CVM, nas suas respectivas áreas de competência;
A EFPC deve:
Avaliar a capacidade técnica e potenciais con itos de interesse dos seus prestadores de serviços.
Assegurar-se de que o prestador de serviços tomou os cuidados necessários para lidar com os con itos
existentes sempre que houver alinhamento de interesses entre ele e a contraparte da EFPC.
Adotar regras, procedimentos e controles internos (observados o porte, a complexidade, a modalidade e
a forma de gestão de cada plano por ela administrado), que possibilitem ser permanentemente
observados limites, requisitos, condições e demais disposições estabelecidos na Resolução CMN nº
3.792/2009.
Gerenciar os ativos de cada plano, de forma a garantir o permanente equilíbrio econômico- nanceiro
entre eles e o passivo atuarial e as demais obrigações do plano.
Acompanhar e gerenciar o risco e o retorno esperado dos investimentos diretos e indiretos, com uso de
modelo que limite a probabilidade de perdas máximas toleradas para os investimentos.
Calcular a divergência não planejada entre o resultado dos investimentos e o valor projetado para eles
até a implementação desse modelo de monitoramento.
Vedações
É vedado à EFPC:
Realizar operações de compra e venda ou qualquer outra forma de troca de ativos entre planos de
uma mesma EFPC.
Atuar como instituição nanceira, salvo nos casos expressamente previstos na Resolução CMN nº
3.792/2009.
Aplicar recursos em títulos ou valores mobiliários de companhias sem registro na CVM, ressalvados
os casos expressamente previstos na Resolução CMN nº 3.792/2009.
Aplicar recursos em companhias que não estejam admitidas à negociação nos segmentos Novo
Mercado, Nível 2 ou Bovespa Mais da BM&FBOVESPA, salvo se elas tiverem realizado sua primeira
distribuição pública em data anterior a 29 de maio de 2009.
Realizar operações com ações fora de bolsa de valores ou mercado de balcão organizado por
entidade autorizada a funcionar pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, exceto nas seguintes
hipóteses:
a. a descoberto;
b. que gerem possibilidade de perda superior ao valor do patrimônio da carteira ou do fundo de
investimento.
Realizar operações de compra e venda de um mesmo título, valor mobiliário ou contrato derivativo
em um mesmo dia (operações day-trade), exceto as realizadas em plataforma eletrônica ou em
bolsa de valores ou de mercadorias e futuros, desde que devidamente justi cadas em relatório
atestado pelo Administrador Estatutário Tecnicamente Quali cado – AETQ ou pelo administrador do
fundo de investimento.
Locar, emprestar, tomar emprestado, empenhar ou caucionar títulos e valores mobiliários, exceto
nas seguintes hipóteses:
Atuar como incorporadora de forma direta, indireta ou por meio de fundo de investimento
imobiliário.
Tais vedações aplicam-se à carteira própria, à carteira administrada, aos fundos de investimento e
fundos de investimento em cotas de fundo de investimento, incluindo aqueles que têm as suas
cotas tratadas como ativos nais, exceto:
Como esse sistema envolve a transferência de recursos, necessariamente a instituição que estiver
recebendo um pagamento acusará um aumento de recursos nanceiros em sua conta e, por
consequência, a instituição que estiver efetivando o pagamento deverá ter sua conta sensibilizada
de forma negativa. Ou seja, o aumento de liquidez (recursos nanceiros) em uma instituição
se dará em função da diminuição de liquidez de outra.
Para que essas transações sejam realizadas, cada banco possui uma conta-corrente de movimentação no Banco
Central, conhecida por Conta Reservas Bancárias.
Suponha que o correntista do Banco A queira transferir recursos para o correntista do Banco B. O uxo
esperado do dinheiro seria o recurso sair da conta do correntista do Banco A e ser creditada na conta do
correntista do Banco B (conforme a seta preta). Porém, não é exatamente assim que ocorre.
Quando o correntista do Banco A efetiva a transferência em favor do correntista do Banco B, sua conta-corrente
é debitada do montante referente ao valor da transferência, mas trata-se apenas de um lançamento escritural,
isto é, eletrônico.
Para que a transação seja processada, o Banco A deverá enviar uma mensagem ao Banco Central, solicitando
que sua conta reserva seja debitada no valor referente à transferência que seu correntista acabou de efetivar,
em benefício da conta reserva do Banco B. Sendo aprovada a operação, a conta reserva do Banco A é debitada e
a conta reserva do Banco B, creditada. Cabe então ao Banco B fazer um lançamento eletrônico na conta-
corrente do correntista bene ciário da transferência e, assim, concluir a operação.
No Sistema de Pagamentos Brasileiro, ocorrem inúmeras transações como essa ao longo do dia, pois
correntistas fazem saques, realizam pagamentos, contraem empréstimos e fazem investimentos. Por sua vez,
esse mecanismo também é utilizado por empresas e bancos que efetuam negociação com títulos públicos e
privados das mais variadas categorias.
O grande risco refere-se à possibilidade de, nesse emaranhado de transações, algum banco não honrar
determinado pagamento, o que pode provocar uma sequência de inadimplências dentro do sistema
bancário - é o chamado risco sistêmico. Quando materializado, o risco sistêmico pode implicar desde
pequenas perdas até a quebra do sistema bancário como um todo.
Visando diminuir esse risco, o Sistema de Pagamentos Brasileiro é constituído por Câmaras de Compensação.
As câmaras são instituições que proporcionam, de forma eletrônica, rápida e segura, a compensação e a
liquidação referentes às mais diversas operações que envolvam transferência de fundos.
Liquidação: refere-se à movimentação propriamente dita dos recursos. Via de regra, a liquidação
e a compensação são totalmente interligadas, isto é, a transferência dos fundos (liquidação) só
ocorre após con rmação de todos os dados da operação (compensação).
Assim, câmaras ou clearings privadas de ativos e de pagamentos foram estruturadas com o objetivo de
promover a liquidação de operações nos respectivos segmentos. As clearings têm a responsabilidade de:
Selic – Destina-se à emissão, ao resgate, ao pagamento dos juros e à custódia dos títulos emitidos pelo
Tesouro Nacional tais como: LFT; LTN; NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F.
B3 – Segmento Cetip UTVM - Em 30 de março de 2017, o CADE aprovou a fusão da BM&FBovespa com
a Cetip, surgindo uma nova empresa – B3 – Brasil Bolsa Balcão. A Câmara de Cetip continuou com seu
foco anterior, para liquidação de títulos privados, mas foi incorporada à Câmara de Ativos da B3.
Financeiras.
A entrada em vigor do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB trouxe uma importante alteração em
relação ao desenho original do sistema, uma vez que muitas transações passaram a ser efetuadas pelo valor
bruto em tempo real (LBTR). Com isso, a liquidação nal da ponta nanceira e da ponta do título para operações
de nitivas e compromissadas (realizadas em seu ambiente) ocorre ao longo do dia, de forma simultânea,
operação por operação.
Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da ponta
nanceira de cada operação é realizada por intermédio do STR, ao qual o Selic é interligado. O sistema tem seus
centros operacionais (principal e de contingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro. O horário normal de
funcionamento é das 6h30 às 18h30, em todos os dias úteis.
Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de custódia, além do Tesouro Nacional e do BC: bancos
comerciais, múltiplos e de investimento, caixas econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores
mobiliários, entidades operadoras de serviços de compensação e de liquidação, fundos de investimento e
diversas outras instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
Além do BC, são considerados liquidantes, respondendo diretamente pela liquidação nanceira de operações, os
participantes titulares de conta reservas bancárias. Os não liquidantes liquidam suas operações por intermédio
de participantes liquidantes, conforme acordo entre as partes, e operam dentro de limites xados por eles.
O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil. O
Sistema processa os títulos, além de realizar emissão, resgate, pagamento dos juros e custódia.
Quais são os principais títulos custodiados no Selic?
Letras Financeiras do Tesouro – LFT;
Em 30 de março de 2017, o CADE aprovou a fusão da BM&FBovespa com a Cetip, surgindo uma
nova empresa – B3 – Brasil Bolsa Balcão.
Opera conforme sistema de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR) para as operações registradas
em seu ambiente, admitindo-se, em alguns casos, a compensação bilateral das obrigações entre
participantes.
A Cetip UTVM também emprega estritos princípios de entrega contra pagamento e a liquidação
nanceira ocorre por meio da transferência de fundos, via STR, de/para a conta de liquidação da
B3 junto ao Bacen.
Além disso, a Cetip UTVM é uma depositária central para títulos de renda xa corporativa,
principalmente debêntures, títulos públicos estaduais e municipais e títulos representativos de
dívida bancária.
Assim, além da guarda centralizada de tais ativos, a Cetip UTVM efetua o tratamento dos eventos
sobre eles incidentes tais como pagamento de juros, amortizações e resgates.
Debênture (DEB);
Câmara de Ações
Antiga Companhia Brasileira de Liquidação e Custodia (CBLC), a Câmara de Ações e Renda Fixa Privada foi criada
pela então Bovespa em ao nal de 1997.
As operações à vista com ações são liquidadas em D+3, ao passo que operações com títulos de renda xa
privada possuem um ciclo de liquidação de D+0 ou D+1.
Com a Lei nº 12.683 de 2012, não há mais crimes antecedentes especí cos para a constituição do
crime de Lavagem de Dinheiro. Atualmente a lavagem de dinheiro poderá ocorrer diante de
qualquer "infração penal".
Como acontece?
Ela é realizada por meio de um processo dinâmico, com três etapas independentes que, com
frequência, ocorrem simultaneamente:
colocação;
ocultação;
integração.
Colocação
Objetivando ocultar sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais
permissivas e naqueles que possuem um sistema nanceiro mais liberal. A colocação se efetua por meio de
depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou de bens. Para di cultar a identi cação da procedência do
dinheiro, os criminosos aplicam técnicas so sticadas e cada vez mais dinâmicas, como o fracionamento dos
valores que transitam pelo sistema nanceiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente
trabalham com dinheiro em espécie.
Ocultação
Consiste em di cultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de
evidências diante da possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos
buscam movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas, em países amparados
por lei de sigilo bancário ou realizando depósitos em contas "fantasmas".
Integração
Consiste em incorporar formalmente os ativos ao sistema econômico. As organizações criminosas prestam
serviços entre si ou buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
Processos de Identi cação do Cliente e
Operações Suspeitas
Princípio do "Conheça Seu Cliente"
De acordo com este processo, proveniente do inglês Know Your Customer, a identi cação do cliente deve ser
satisfatoriamente estabelecida antes da concretização de uma operação. Caso o possível cliente se recuse
a fornecer as informações requeridas, a instituição nanceira não deve aceitá-lo como cliente. Além disso, o
conceito recomenda que se utilize um formulário de identi cação, cujo modelo pode ser elaborado pelas
próprias instituições, de acordo com suas necessidades.
Todo o processo de "Conheça Seu Cliente" deve ser elaborado pelo responsável da conta, passando por uma
pré-avaliação e uma aprovação do seu superior imediato, antes do envio para a avaliação e validação do
compliance o cer da instituição.
Para identi cação e registro das operações, as instituições estão obrigadas a manter controles e
registros internos consolidados, que permitam veri car a compatibilidade entre as movimentações de
recursos, atividade econômica e capacidade nanceira.
Essas operações podem envolver moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, metais ou
qualquer outro ativo passível de ser convertido em dinheiro. Caso as informações obtidas não sejam su cientes
para justi car a movimentação nanceira do cliente, deve-se fazer a comunicação de indício de lavagem de
dinheiro.
Estas instituições devem coletar e manter atualizadas as informações cadastrais de seus clientes permanentes,
incluindo, no mínimo:
As informações relativas a cliente pessoa natural devem abranger as pessoas naturais autorizadas a
representá-la.
As informações cadastrais relativas a cliente pessoa jurídica devem abranger as pessoas naturais autorizadas a
representá-la, bem como a cadeia de participação societária, até alcançar a pessoa natural caracterizada como
bene ciário nal.
Exceção
As pessoas jurídicas constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem ns
lucrativos, para as quais as informações cadastrais devem abranger as pessoas naturais
autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, administradores e diretores, se
houver.
As informações cadastrais relativas a cliente fundo de investimento devem incluir a respectiva denominação,
número de inscrição no CNPJ, bem como as informações de que tratam os incisos I a III relativas às pessoas
responsáveis por sua administração.
As instituições nanceiras devem realizar testes de veri cação, com periodicidade máxima de um ano,
que assegurem a adequação dos dados cadastrais de seus clientes.
Pena:
Reclusão, de 3 a 10 anos, e multa.
A quem se aplica:
Art. 9 – Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal:
A Lei nº 9.613/98 - Art. 9 e a Lei nº 12.683/2.012 estipulam todas as pessoas físicas e jurídicas que
tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória,
cumulativamente ou não:
as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou
animal ou intermedeiem a sua comercialização; e
as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de sua
matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.
Todas elas sujeitam-se à identi cação e aos registros de operações previstos nessas leis.
Penalidades
Às pessoas sujeitas à lei, bem como aos administradores das pessoas jurídicas, que deixem de
cumprir as obrigações previstas na lei serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
competentes, as seguintes sanções:
advertência;
inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de
administrador das pessoas jurídicas sujeitas à lei;
Operações Suspeitas
Operações suspeitas podem ser caracterizadas como aquelas que são realizadas com menor frequência e
podem fornecer indícios da possibilidade de ocorrência de lavagem de dinheiro. São alguns exemplos:
aumentos substanciais no volume de depósitos em espécie de qualquer pessoa natural ou jurídica, sem
causa aparente, nos casos em que tais depósitos forem posteriormente transferidos, dentro de curto
período de tempo, a destino não relacionado com o cliente;
Registro Interno – A instituição nanceira deve manter registros de todas as operações ≥ R$ 10 mil e também
de operações com mesma pessoa/conglomerado/grupo (mês) ≥ R$ 10 mil.
Para tornar o processo de adequação de produtos de investimento mais claro e objetivo, pode-se
desenvolver uma Análise do Per l do Investidor. Trata-se de uma metodologia que orienta o investidor a
identi car seu per l e veri car a adequação de produtos de investimento.
A Instrução CVM 539 de 2013 regulamenta o dever de veri cação da adequação dos produtos, serviços e
operações ao per l do cliente. As regras previstas na instrução são aplicáveis às recomendações de produtos ou
serviços, direcionadas a clientes especí cos, realizadas mediante contato pessoal, seja sob forma oral, escrita,
eletrônica ou pela internet.
A API é geralmente desenvolvida a partir de um questionário ao investidor, antes da decisão sobre em quais
produtos ele irá aplicar seus recursos.
as nalidades do investimento.
Após esta análise, deve-se avaliar e classi car o cliente em categorias de per l de risco previamente
estabelecidas.
a natureza, o volume e a frequência das operações já realizadas pelo cliente no mercado de valores
mobiliários, bem como o período em que tais operações foram realizadas;
a existência de garantias;
os prazos de carência.
não sejam obtidas as informações que permitam a identi cação do per l do cliente; ou
Quando o cliente ordenar a realização de operações, antes da primeira operação, o pro ssional deve:
A atualização das informações relativas ao per l de clientes, assim como a análise e a classi cação das
categorias de valores mobiliários que compõem as carteiras de clientes, devem ser feitas em intervalos de, no
mínimo, 24 meses.
O pro ssional ca dispensado do dever de veri car a adequação de produtos e serviços ao per l do cliente
quando ele for de:
fundos de investimento;
pessoas jurídicas que sejam consideradas investidores quali cados, conforme regulamentação
especí ca;
Criptogra a: conjunto de técnicas para codi car a informação de modo que somente
o emissor e o receptor consigam decifrá-la.
Objetivo e Abrangência
Art. 2º – O presente Código tem como objetivo estabelecer princípios e regras para Distribuição de
Produtos de Investimento visando, principalmente:
a concorrência leal;
Art. 3º – Este Código se destina aos bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento,
bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
assim como aos administradores duciários e/ou gestores de recursos de terceiros quando
distribuírem seus próprios Fundos de Investimento.
§3º – As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também
observado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que
estejam autorizados, no Brasil, a distribuírem Produtos de Investimento.
§4º – A obrigação prevista no parágrafo acima não implica o reconhecimento, por parte
das Instituições Participantes, da existência de qualquer modalidade de assunção,
transferência de responsabilidade ou solidariedade entre esses integrantes, embora
todas as referidas entidades estejam sujeitas às regras e aos princípios estabelecidos
pelo presente Código.
evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em con ito com as regras e os
princípios contidos neste Código e na Regulação vigente;
envidar os melhores esforços para que todos os pro ssionais que desempenhem
funções ligadas à Distribuição de Produtos de Investimento atuem com imparcialidade
e conheçam o código de ética da Instituição Participante e as normas aplicáveis à sua
atividade;
identi car, administrar e mitigar eventuais con itos de interesse que possam afetar a
imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à Distribuição de
Produtos de Investimento.
Art. 7º – São considerados descumprimentos às obrigações e aos princípios deste Código não
apenas a inexistência ou a insu ciência das regras e dos procedimentos aqui exigidos, mas
também a sua não implementação ou implementação inadequada para os ns previstos neste
Código.
regras especí cas sobre proteção da base de dados e procedimentos internos para
tratar casos de vazamento de informações con denciais, reservadas ou privilegiadas,
mesmo que oriundos de ações involuntárias; e
regras de restrição ao uso de sistemas, acessos remotos e qualquer outro
meio/veículo que contenham informações con denciais, reservadas ou privilegiadas
no exercício de suas atividades.
Art. 12 – As Instituições Participantes devem exigir que seus pro ssionais assinem, de forma
manual ou eletrônica, documento de con dencialidade sobre as informações con denciais,
reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido con adas em virtude do exercício de suas
atividades pro ssionais, excetuadas as hipóteses permitidas em lei.
Gestão de Riscos
Art. 14 – As Instituições Participantes devem ser capazes de identi car, mensurar, avaliar,
monitorar, reportar, controlar e mitigar os riscos atribuídos à sua atividade (“Gestão de Riscos”).
novos produtos;
Art. 15 – A Gestão de Riscos deve prever regras e procedimentos sobre o Plano de Continuidade
de Negócios observando-se, no mínimo:
Parágrafo único. A validação ou os testes de que trata o inciso III acima têm como
objetivo avaliar se os Planos de Continuidade de Negócios desenvolvidos são capazes de
suportar, de modo satisfatório, os processos operacionais críticos para a continuidade
dos negócios da instituição e manter a integridade, a segurança e a consistência dos
bancos de dados criados pela alternativa adotada, e se tais planos podem ser ativados
tempestivamente.
Art. 16 – O conteúdo dos documentos exigidos neste capítulo pode constar de um único
documento, desde que haja clareza a respeito dos procedimentos e regras exigidos em cada
seção.
Publicidade
Material Publicitário
Art. 31 – A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer meio de
comunicação disponível, deve incluir, em destaque, link ou caminho direcionando investidores ou
potenciais investidores ao Material Técnico sobre o(s) Produto(s) de Investimento mencionado(s),
de modo que haja conhecimento de todas as informações, características e riscos do investimento.
Material Técnico
Art. 32 – O Material Técnico deve possuir, no mínimo, as seguintes informações sobre o Produto
de Investimento:
tributação aplicável;
Avisos Obrigatórios
Art. 38 – As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos Materiais Técnicos, os
seguintes avisos obrigatórios:
Parágrafo único. No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do
texto e a localização dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e
compreensão.
tributação aplicável;
Art. 42 – As Instituições Participantes devem possuir canais de atendimento compatíveis com seu
porte e número de investidores para esclarecimento de dúvidas e recebimento de reclamações.
Código de Distribuição de Produtos de
Investimento - Investidor
Conheça seu Cliente
Art. 43 – As Instituições Participantes devem no seu processo de Conheça seu Cliente buscar
conhecer seus investidores no início do relacionamento e durante o processo cadastral,
identi cando a necessidade de visitas pessoais em suas residências, seus locais de trabalho e em
suas instalações comerciais.
§2º – O documento de que trata o parágrafo acima deve conter regras que sejam
efetivas e consistentes com natureza, porte, complexidade, estrutura, per l de risco dos
Produtos de Investimento distribuídos e modelo de negócio da instituição e deve conter,
no mínimo:
indicação dos casos em que são realizadas visitas aos investidores em sua
residência, seu local de trabalho ou suas instalações comerciais;
Regras Gerais
Art. 45 – As Instituições Participantes, no exercício da atividade de Distribuição de Produtos de
Investimento, não podem recomendar Produtos de Investimento, realizar operações ou prestar
serviços sem que veri quem sua adequação ao per l do investidor.
§2º – A veri cação do per l do investidor de que trata o caput não será aplicada nas
exceções previstas na Regulação vigente.
§4º – A coleta de informações do investidor de que trata o inciso I deste artigo deve
possibilitar a de nição de seu objetivo de investimento, sua situação nanceira e seu
conhecimento em matéria de investimentos, fornecendo informações su cientes para
permitir a de nição do per l de cada investidor.
as nalidades do investimento.
Art. 46 – O disposto neste capítulo não se aplica aos Produtos Automáticos, salvo se tais produtos
tiverem como base um valor mobiliário.
§1º – Será admitido Suitability simpli cado para Produtos Automáticos que tenham como
base Fundos de Investimento com a funcionalidade de aplicação e resgate automáticos,
ou operações compromissadas, com lastro em debêntures, emitidas por empresas do
mesmo conglomerado ou grupo econômico da Instituição Participante na qual o
investidor seja correntista.
§3º – Caso a Instituição Participante opte por aplicar o processo simpli cado para os
Produtos Automáticos, tais produtos não deverão ser considerados na composição do
portfólio de investimento do investidor para ns de Suitability.
§4º – Serão admitidos como Produtos Automáticos apenas aqueles que impliquem baixo
risco de mercado e liquidez e, quando aplicável, risco de crédito privado apenas da
instituição mantenedora da conta corrente do investidor, ou de seu Conglomerado ou
Grupo Econômico.
Art. 48 – Cabe ao Conselho de Distribuição expedir diretrizes que devem ser observadas pelas
Instituições Participantes no que se refere ao Suitability.
Código de Distribuição de Produtos de
Investimento - Classi cação e
Distribuição de Produtos de
Investimentos.
a existência de garantias; e
os prazos de carência.
Art. 51 – O Suitability das Instituições Participantes deve conter regras e procedimentos especí cos
para recomendação e classi cação de Produtos de Investimento complexos, conforme regras e
procedimentos estabelecidos pela Diretriz ANBIMA de Suitability.
Private
Art. 53 – O serviço de Private, para ns deste Código, compreende:
Art. 54 – A Instituição Participante que oferecer para seus investidores o serviço de Private deve
possuir em sua estrutura:
economista.
Parágrafo único. Não é necessária dedicação exclusiva dos pro ssionais mencionados nos incisos
II, III e IV do caput para o serviço de Private, desde que as outras atividades ou funções
desempenhadas não gerem con ito de interesses com o referido serviço.
Art. 55 – As Instituições Participantes que decidirem prestar o serviço de Private para seus
investidores devem, previamente ao início da prestação, informar à ANBIMA que passarão a
prestar esse serviço e demonstrar que cumpriram com as exigências previstas neste capítulo.
Selo ANBIMA
Art. 57 – A veiculação do selo ANBIMA tem por nalidade exclusiva demonstrar o compromisso
das Instituições Participantes em atender às disposições deste Código.
Distribuição
Art. 2º – As Instituições Participantes devem disponibilizar seção exclusiva em seus sites na
internet, observado o artigo 41 do Código, sobre os Fundos de Investimento distribuídos,
contendo, no mínimo, as seguintes informações:
política de investimento;
que não sejam Exclusivos e/ou Reservados, e que não sejam objeto de
oferta pública pela Instituição Participante.
Art. 6º – As Instituições Participantes que estejam atuando por conta e ordem de investidores
assumem todos os ônus e responsabilidades relacionados aos investidores, inclusive quanto a seu
cadastramento, sua identi cação e demais procedimentos que caberiam, originalmente, ao
administrador duciário do Fundo 555 e do FIDC, em especial no que se refere:
Art. 7º – A Instituição Participante que estiver atuando por conta e ordem de investidores deve
diligenciar para que o administrador duciário do Fundo 555 e do FIDC disponibilize, por meio
eletrônico, os seguintes documentos:
Venda casada pode ser genericamente de nida como a vinculação de determinada operação à
contratação de outro produto ou serviço de que o cliente provavelmente não necessita ou que não é o
mais adequado aos seus interesses.
Exemplos
Vincular a liberação de um empréstimo à contratação de um plano de capitalização.
Em termos éticos, a venda casada é bastante questionável, principalmente se o produto ou serviço que está
sendo vendido de forma casada não for do interesse tampouco da necessidade do cliente.
Análise de Investimentos
Análise de Investimentos
O que é?
A análise de um investimento refere-se à apuração do desempenho de um investimento com base
em três principais fatores: rentabilidade, risco e liquidez.
Rentabilidade
Rentabilidade Absoluta X Rentabilidade Relativa (benchmark)
Rentabilidade absoluta refere-se a um valor, geralmente expresso em porcentual, mas que não está
associado a qualquer outra remuneração.
Por sua vez, rentabilidade relativa diz respeito a um valor associado a outra remuneração (benchmark).
Se um fundo DI rendeu 10% em determinado período e, nesse mesmo intervalo de tempo, o CDI
também rendeu 10%, dizemos que a rentabilidade absoluta do fundo DI nesse período foi de 10%
e a rentabilidade relativa foi de 100% do CDI.
Portanto, rentabilidade absoluta compara o valor nal de determinada aplicação com seu valor inicial para
aferição do ganho (ou perda, se for o caso). Já a rentabilidade relativa parte do resultado da rentabilidade
absoluta e o compara com outra taxa e, portanto, é sempre expressa em função de outra taxa.
Liquidez
Liquidez mede a facilidade de negociação do ativo ou o volume de negócios que ocorre com ele.
Em outras palavras, mede o quão rapidamente um ativo pode ser convertido em dinheiro.
A caderneta de poupança possui liquidez diária: o investidor pode resgatar sua aplicação a
qualquer momento; por sua vez, um imóvel tem liquidez mais restrita, pois o proprietário
necessita encontrar um comprador interessado e acordar as condições de venda.
Ativos de maior valor geralmente possuem menor liquidez. Porém, a liquidez também está associada às
características do ativo em si, assim como ao mercado de negociação desse ativo como um todo.
Objetivos do Investidor
O processo de análise do per l do investidor envolve também compreender os objetivos do cliente. Em linhas
gerais, um investimento pode ter como objetivo custear:
educação;
aposentadoria.
É possível também que o investidor tenha como objetivo fazer aplicações para formação de uma poupança
como reserva para despesas inesperadas. É o que se costuma chamar de Colchão de Segurança ou Reserva de
Emergência.
Os objetivos sempre são acompanhados por uma expectativa de prazo para que eles sejam atingidos. Por
exemplo, um investidor pode querer se aposentar em 30 anos, mas gostaria de adquirir um novo imóvel em, no
máximo, cinco anos. Tão importante quanto o objetivo é o horizonte desse investimento.
Recomendação
Recomenda-se que os objetivos sejam separados de acordo com o horizonte de tempo.
Horizonte de Investimento
Horizontes de Tempo da Carteira de Investimentos
Os horizontes de tempo são períodos nos quais uma carteira é dividida e exige-se certa geração de recursos
para atender a importantes objetivos do investidor. Por exemplo:
A de nição destes prazos varia de instituição para instituição, portanto não é preciso decorá-los.
Uma mudança de horizonte de tempo acontece quando as circunstâncias e padrões de gasto ou receitas do
investidor mudam signi cativamente. Por exemplo, um indivíduo que está atualmente empregado terá pelo
menos dois períodos de tempo: os anos restantes de trabalho (com renda) e os anos de aposentadoria.
Aposentadoria: o número de anos em que o investidor viverá depois de aposentado com a renda
gerada pela sua carteira (e também por outras fontes de renda, tais como planos de previdência e
aposentadoria pública).
Os horizontes mais longos de tempo indicam uma maior capacidade de um cliente para assumir riscos,
mesmo quando sua disposição (ou seja, sua vontade) para tal não é evidente. Os prazos longos permitem
menos pressão sobre uma carteira de investimentos para eventuais recuperações. O inverso também é
verdadeiro. Entretanto, cada caso é especí co e exige atenção especial.
Risco
O risco pode ser de nido como o grau de incerteza a respeito de um evento (o investimento, por exemplo).
Diante de eventos que apresentam certo grau de incerteza, podemos estabelecer uma correspondente
probabilidade de ocorrência do evento.
O grau de incerteza ou o risco está intimamente ligado à probabilidade de ocorrência dos eventos em
estudo.
A condição limite será a de incerteza plena, em que não temos condições de usar o conceito de probabilidades
para a avaliação do evento. Assim, devemos utilizar as probabilidades dos eventos em estudo como forma de
atenuar as condições de incerteza. É por meio delas que pretendemos captar a in uência da experiência, do
julgamento e do ambiente, em diferentes condições de projeções de resultados relativos a uma questão que
será o objeto de decisão.
Tolerância a Riscos
Em nanças, qualquer avaliação quanto ao retorno de um investimento deve necessariamente estar associada
ao risco desse investimento.
O risco pode ser de nido como o grau de incerteza a respeito de um evento, como um investimento por
exemplo. Podemos estabelecer uma probabilidade de ocorrência do evento (de perda por exemplo).
Quando se fala de investimentos, a lógica é a mesma: espera-se que os investimentos sempre proporcionem
retornos positivos. O risco, contudo, refere-se à possibilidade de o investimento render menos que o esperado
ou até mesmo registrar variação negativa.
A regra geral é:
Quanto maior o retorno desejado, maior o risco.
Em linhas gerais, a tolerância a riscos pode ser dividida em capacidade e disposição para assumir
riscos.
Veja os seguintes exemplos de situações referentes à tolerância a risco (agregando tanto capacidade como
disposição):
Per l do Investidor
Com base em todas essas análises, a ferramenta de análise do per l do investidor geralmente classi ca os
investidores em três grupos mais genéricos:
Conservador
Investidores com baixa tolerância a riscos e que geralmente objetivam preservar seu capital. Da
mesma forma, clientes que possuem horizontes de tempo muito curtos também podem ser
considerados conservadores. Para esse tipo de investidor, recomenda-se a oferta de produtos com
baixo risco e com alta liquidez.
Moderado
Representa investidores que aceitam correr algum risco em busca de melhores retornos.
Geralmente, possuem baixa necessidade de recursos a curto prazo, o que permite a oferta de produtos
mais arrojados, tais como fundos multimercados. No entanto, esse per l de investidor tende a não
aceitar aplicações com elevados riscos, tais como ações.
Arrojado
Investidores com alta tolerância a riscos e com baixa necessidade de liquidez a curto e médio
prazo. São clientes que possuem elevada capacidade e disposição pra assumir riscos. Portanto, podem
ser oferecidos produtos como ações e fundos multimercados com elevado risco e até mesmo
instrumentos derivativos.
Objetivo
Conservador
Preservação de capital.
Moderado
Obter retornos acima da média de mercado.
Arrojado
Obter retornos signi cativamente acima da média de mercado.
Tolerância a riscos
Conservador
Baixa.
Moderado
Média.
Arrojado
Elevada.
Horizonte de tempo
Conservador
Curto prazo.
Moderado
Médio prazo.
Arrojado
Médio a longo prazo.
Política de Investimentos
Todas as considerações relacionadas às características do investidor, aos seus objetivos, aos horizontes
de investimentos e à tolerância a riscos podem ser sintetizadas em uma política de investimento. Trata-se
de um documento que compreende todas essas informações e que irá fornecer diretrizes ao gestor da carteira
desse investidor.
Se a visão do cliente não é consistente com sua situação nanceira, é importante apresentar essa
discrepância a ele. Exemplos: pessoa jovem que queira investir 100% do capital na caderneta de
poupança ou investidor com baixa capacidade para assumir risco que deseja concentrar grande parte
da carteira em ativos de renda variável.
O horizonte de tempo é um fator importante para determinar a capacidade do indivíduo de tolerar risco
– quanto maior o período de tempo, geralmente, maior tolerância ao risco.
Se um objetivo de retorno não pode ser realizado dado o limite de risco imposto, exponha a
inconsistência e recomende educação nanceira ao cliente e uma reavaliação dos objetivos de carteira.
Exemplo: cliente que queira alto retorno com um nível de risco muito baixo.
Na mesma direção, elevações nas taxas de juros normalmente apresentam um resultado negativo no preço das
ações. As razões para essa pressão negativa incluem o aumento na taxa de juros que vai ser usada para
descontar o uxo de caixa, aumento dos custos dos empréstimos para as empresas (expectativa de resultados
mais fracos) e aumento do retorno esperado em investimentos alternativos (títulos indexados em juros).
Também pode ser considerado o risco de o governo de um país, por questões econômicas ou políticas, mudar
sua política a ponto de interferir nos pagamentos a credores estrangeiros. Esse prêmio de risco geralmente está
embutido na taxa de juros cobrada por empréstimos estrangeiros.
Risco de Crédito
Risco de crédito está relacionado à probabilidade de os títulos adquiridos pelo investidor não serem
honrados na data de seu vencimento ou de que as condições acordadas não sejam honradas, evento que
no mercado recebe o nome de default.
O risco de crédito se aplica não apenas à possibilidade de não pagamento do principal dos títulos, mas também
ao não pagamento dos eventos intermediários a eles relacionados, tais como juros e amortizações.
Investidores e administradores de recursos analisam o risco de crédito através da veri cação da capacidade de
pagamento das empresas privadas emissoras, através das agências de ratings ou de crédito que classi cam o
risco de crédito de emissores. São também muito utilizadas como indicadoras da disposição e da capacidade de
pagamento de dívidas pelos governos. As agências de crédito mais importantes são: Moody’s, Standard & Poor’s
e Fitch.
Risco de Liquidez
Risco de liquidez refere-se a uma variação desfavorável de retorno devido à falta de negociabilidade de
um instrumento nanceiro. Em outras palavras, seria o risco de não se conseguir vender um ativo
rapidamente a um preço justo por falta de demanda (baixa liquidez).
O risco de liquidez pode surgir em função do tamanho de determinada posição em relação aos volumes usuais
de negociação ou da instabilidade das condições de mercado.
tamanho da posição de um determinado ativo em relação ao volume médio diário negociado desse
ativo;
O risco de liquidez é geralmente medido pelo bid/ask spread do título, que nada mais é que a diferença do preço
de oferta e demanda do papel (quanto maior o spread, maior o risco de liquidez e vice-versa).
Risco-país
O risco-país ou risco-Brasil é um conceito que busca traduzir, de forma objetiva, o risco de crédito
a que investidores estrangeiros estão submetidos quando investem no Brasil. Um dos indicadores
mais utilizados no mercado para essa nalidade é o EMBI+Br.
O EMBI+ (Emerging Markets Bond Index Plus), calculado pelo Banco J.P. Morgan Chase, representa
um índice ponderado, que mede o retorno de instrumentos de dívida externa de mercados
emergentes ativamente negociados. Por sua vez, o EMBI+Br é um índice que re ete o
comportamento de títulos da dívida externa brasileira.
A grande vantagem da diversi cação é reduzir o risco total de uma carteira de ativos, simplesmente pelo fato de
alocar os recursos em diferentes ativos.
A gura a seguir ilustra bem essa situação: o risco total (σ) é igual à soma do risco sistemático e do risco não
sistemático, enfatizando o efeito da diversi cação.
Como se observa, a diversi cação reduz o risco não sistemático (diversi cável), mas não o sistemático
(não diversi cável). O risco total não pode ser reduzido abaixo do risco sistemático ou de mercado.
Por sua vez, o risco não diversi cável refere-se ao risco que o sistema como um todo irá impor a todo e qualquer
ativo e, portanto, mesmo em uma carteira bem diversi cada, esse risco estará presente. Por isso, esse risco não
diversi cável foi chamado de risco sistemático.
É importante notar que a adição de novos títulos à carteira reduz o risco total até certo ponto. Quando atingimos
o risco sistemático ou de mercado, a diversi cação atingiu seu ponto máximo (a curva não irá além do risco de
mercado). Essa é a chamada diversi cação e ciente.
Veja um exemplo:
Proporção na Carteira
50%
Retorno Esperado
10%
Risco
2%
Proporção na Carteira
50%
Retorno Esperado
20%
Risco
6%
Para calcularmos o retorno esperado dessa carteira, basta efetuar uma média ponderada dos
retornos dos ativos com os respectivos pesos na carteira.
Porém, o cálculo do risco, se efetuado dessa forma, estaria incompleto. É necessário considerar o
movimento conjunto desses ativos.
Por exemplo: suponha que o ativo A seja uma aplicação de renda xa (CDB) e o ativo B seja uma
ação.
É possível que esses ativos se movam em direções opostas: quando a taxa de juros sobe, o
rendimento da aplicação em CDB tende a subir, ao passo que o desempenho da ação deve ser
afetado negativamente (muitos investidores provavelmente venderão suas ações em busca das
maiores rentabilidades em produtos de renda xa).
Por sua vez, em momentos de queda dos juros, é possível que ocorra o movimento inverso:
investidores migrando da renda xa em busca de melhores rentabilidades em ativos de renda
variável.
Nesse exemplo, dizemos que esses ativos são negativamente correlacionados, pois se
movem em direções opostas. Caso o ativo B fosse um Título Público Pós- xado, chegaríamos
à conclusão de que tais ativos (CDB e Título Público) são positivamente correlacionados,
uma vez que deverão se mover na mesma direção.
A terceira possibilidade, quando analisamos o retorno de ativos, ocorre quando não é possível identi car uma
tendência de movimento conjunto. Nesse caso, dizemos que os ativos em questão têm correlação nula.
Observe que essa medida nos permite dizer se uma carteira está diversi cada ou não. No caso de dois ativos
com correlação negativa, ao incorrer uma perda no ativo i, ganhamos com o ativo j. O contrário também se
veri ca: um ganho do ativo i signi ca uma perda no ativo j.
Então, para ativos que possuem correlação negativa, há formação de um hedge (proteção) entre ambos,
justamente a partir da diversi cação.
Quanto menor for a correlação entre ativos, maior o efeito da diversi cação, isto é, da
redução de risco proveniente do movimento conjunto desses ativos.
Porém, a redução do risco, proveniente da correlação negativa entre os ativos, possui um limite. Empiricamente,
demonstra-se que, a partir de um determinado número de ativos na carteira (cerca de 30 ativos), adicionar
novos ativos a ela, mesmo que negativamente correlacionados com os demais, não irá colaborar para reduzir o
risco da carteira.
Lembre-se de que:
O risco sistemático é o risco não diversi cável.
Muitas pessoas tratam de suas nanças procurando apenas, ainda que intuitivamente, gastar menos do que
ganha, o que representa apenas a base de um bom planejamento. Um outro aspecto importante é estabelecer
objetivos de acordo com a fase produtiva de sua vida.
Nesse sentido, é importante de nir o poder de poupança, que relaciona, em termos percentuais, a capacidade
de poupança, resultante de superávit do orçamento doméstico, com a renda auferida num certo período. Por
exemplo, se João recebe R$ 1.000,00 e poupa R$ 150,00, seu poder de poupança é de 15%.
Reservas para eventos – gastos não esperados como emergências médicas, perdas não cobertas por
seguros, etc. Reservas para cobrir despesas de 3 a 12 meses são recomendadas;
Grandes eventos planejados – liquidez para eventos como reformas na casa, viagens, troca de
automóvel, etc.
A necessidade por liquidez causa a exigência de manutenção de instrumentos de caixa. Todo plano de
investimento deve levar em conta tal necessidade e separar valores para atendê-la. Como veremos adiante, a
necessidade por grande liquidez restringe a capacidade e mesmo a disposição psicológica do investidor em
assumir riscos.
O pro ssional também deve estar atento a mudanças nas necessidades de liquidez, o que pode precipitar
reorganização de ativos na carteira por conta de algum evento especí co.
Um bom orçamento começa com o estabelecimento de objetivos e metas a serem alcançadas, podendo estar
voltadas para curto, médio ou longo prazos. O orçamento envolve planejar, de nir necessidades, eleger
prioridades, dentro da renda disponível, ajudando o cliente a entender seus hábitos de consumo.
Passos do orçamento
Comece com um histórico de extratos bancários e canhotos de cheques de doze meses anteriores.
Crie uma planilha para todas as despesas por categorias mês a mês. Se necessário, recorra a
extratos de cartões de crédito para assistir o cliente na determinação do orçamento para cada
categoria de gastos. Também discrimine as receitas: salário, rendas, etc.
Faça um levantamento de gastos futuros, considerando também as despesas sazonais. Identi que
gastos que podem ser eliminados ou reduzidos.
Uma vez determinados os valores mensais por categoria, calcule-os como percentual da receita
líquida.
Identi que custos sensíveis à in ação e custos xos ( nanciamento da casa, etc).
Determine o total das despesas e em quais meses elas ocorrerão. Seguros e impostos geralmente
são despesas anuais. A falta de planejamento pode gerar problemas de uxo de caixa.
Continue a analisar, selecionando categorias de despesas sobre as quais se tem controle (ex: lazer,
telefone, etc).
Entradas Saídas
a. Salários a. Aplicações mensais (previdência, investimentos)
b. Receitas de juros b. Custos xos obrigatórios
c. Receitas de dividendos Despesas de moradia (aluguel,
d. Receitas de aluguéis nanciamento, água, luz, gás)
e. Reembolso de impostos Despesas de carros (seguro, prestações,
f. Outras receitas estacionamento, lavagem, combustível,
g. Pensão alimentícia manutenção)
h. Renda de aposentadoria Impostos
Seguros
c. Custos xos facultativos
TV a cabo, telefone, internet, etc
Clube/ginástica
d. Custos variáveis obrigatórios
Alimentação
e. Custos variáveis facultativos
Férias
Lazer
Exemplo de Orçamento:
Jonas e Maria Carvalho - Ano de 2016
ENTRADAS - Anuais
SAÍDAS - Anuais
Poupança e Investimentos
Previdência R$ 5.000,00
Aplicações R$ 10.530,00
Juros R$ 1.000,00
SUBTOTAL R$ 16.530,00
Custos Fixos
SAÍDAS - Anuais
IPTU R$ 2.000.00
Telefone R$ 1.200,00
Gasolina/óleo/manutenção R$ 2.600,00
SUBTOTAL R$ 33.112,00
Impostos R$ 26.142,00
Alimentação R$ 6.490,00
Educação R$ 3.000,00
Empregados R$ 2.000,00
Férias/Lazer R$ 3.000,00
SUBTOTAL R$ 49.688,00
Não é fácil mudar hábitos num curto período, mas o aprendizado da austeridade no trato das nanças e o
alcance das metas tenderão a compensar os eventuais sacrifícios e descontentamentos passageiros. Deve-se
fazer o balanceamento das receitas e despesas mensais e reservar uma parcela das receitas para poupança e
investimentos (plano de investimentos).
Em resumo, o orçamento doméstico refere-se a uma previsão de entradas e saídas da família em determinado
período.
O Fluxo de Caixa relaciona as movimentações nanceiras (entradas e saídas) por seu real valor e no momento
(geralmente no dia) em que ocorreram. Se o orçamento assim se concretizar, o uxo de caixa terá exatamente
as mesmas informações, mas agrupadas conforme a data em que as movimentações ocorreram.
Nele são registrados os bens, direitos e obrigações da pessoa física ou da família num determinado momento,
agrupados em contas dispostas em ordem decrescente de liquidez, do lado dos ativos, e por ordem crescente
de vencimento (maturidade), do lado dos passivos.
Segue abaixo um exemplo de um balanço para uma família e algumas considerações para sua construção.
Ativos e Passivos deverão ser listados no valor de mercado (fair market value).
Se o casal tiver separação parcial ou total de bens, os ativos e passivos devem conter a inicial do
proprietário (D para Denise e R para Roberto ou CC para conta conjunta no exemplo abaixo).
Categorias de Ativos:
a. Dinheiro ou equivalentes;
b. Ativos nanceiros investidos (carteira de ativos);
c. Bens de uso (residência, móveis, automóveis);
d. Ativos devem ser listados em ordem decrescente de liquidez (velocidade de conversão para
dinheiro).
ATIVOS1
SUBTOTAL R$ 40.000,00
Ativos Investidos
SUBTOTAL R$ 1.280.801,00
Automóvel 1 R$ 20.000,00
Automóvel 2 R$ 22.000,00
SUBTOTAL R$ 622.000,00
SUBTOTAL R$ 40.000,00
SUBTOTAL R$ 270.000,00
1
Todos os bens foram avaliados no valor atual de mercado.
2
Casal com comunhão universal de bens.
Índice de Endividamento
Antes de enunciar o Índice de Endividamento, é importante fazer a distinção das fontes de capital de uma
empresa e mesmo de uma pessoa física:
Capital Próprio: refere-se ao capital da própria empresa ou pessoa física. Está associado ao Patrimônio
Líquido, pois refere-se à quantidade de ativos que se sobressai ao total de passivos. Em outras palavras,
se a empresa ou a pessoa física transformar em dinheiro todos os ativos e pagar todas as suas dívidas
(passivos), o valor que sobra é o Patrimônio Líquido, ou seja, o Capital Próprio da pessoa física, do sócio
ou acionista de uma empresa.
Capital de Terceiros: está associado ao capital que não pertence à pessoa física, sócio ou acionista da
empresa. Refere-se principalmente a dívidas, sejam elas de curto ou longo prazo.
Passivo Total: do ponto de vista de contabilidade empresarial, refere-se à soma do Capital Próprio com
o Capital de Terceiros.
Participação de Capital de Terceiros (PCT)
O Índice de Participação de Capital de Terceiros mede a proporção de Capital de Terceiros (Exigível Total) frente
ao Capital Próprio na estrutura de capital de uma empresa (Patrimônio Líquido).
Capital de Terceiros
Participação de Capital de Terceiros (PCT) =
Capital Próprio
Um índice PCT muito elevado geralmente implica um menor custo de capital; por sua vez, essa situação
representaria maior risco para a empresa, em função do elevado endividamento.
A interpretação também é análoga à do PCT: um índice muito elevado geralmente implica um menor custo de
capital; por sua vez, essa situação representaria maior risco para a empresa, em função do elevado
endividamento.
Ao identi car o grau de conhecimento do mercado nanceiro de seu cliente, o pro ssional de investimentos
saberá como se comunicar melhor com ele e também quais produtos (mais ou menos arriscados) lhe oferecer.
Finanças comportamentais
Decisões do Investidor na perspectiva de
Finanças Comportamentais
Atualmente, em se tratando de nanças comportamentais, o que se destaca é a incorporação de conceitos de
outras áreas (como Psicologia e Sociologia) à Economia, para explicar as decisões nanceiras dos indivíduos.
Esse novo ramo de estudo parte do princípio de que algumas variáveis econômicas não podem ser descritas
pelas condições de equilíbrio preconizadas pela teoria moderna, uma vez que os agentes nanceiros tomam
decisões que muitas vezes são incompatíveis com atitudes baseadas em expectativas racionais.
Os estudos relacionados às nanças comportamentais foram incorporados ao contexto das nanças nas últimas
décadas, em decorrência principalmente das anomalias irracionais produzidas pelas crises nanceiras que não
conseguiram ser explicadas pelo modelo moderno de nanças.
Qual é a diferença?
Finanças modernas
Estão voltadas para os resultados do mercado, tais como preço, volume e dividendos,
relevando as causas que produzem esses efeitos.
Finanças comportamentais
Muitos experimentos foram feitos para tentar averiguar se os conceitos das nanças modernas poderiam ser
sempre veri cados. Os resultados mostraram que as pessoas aceleravam os processos decisórios,
simpli cando a tomada de decisão. Ao invés de buscar mais informações para tomada de decisões em
condições de incerteza, como preconizado pelas nanças modernas, as pessoas pesquisadas se mostravam
mais aptas a concluir o processo decisório assim que acreditavam ter feito análises su cientes.
Isso ocorre porque as pessoas, para avaliarem probabilidades e prever valores em processos decisórios, se
baseiam num número limitado de princípios heurísticos, ou seja, regras de bolso, capazes de simpli car essa
tarefa de avaliação e previsão. O problema é que, ao se valer dessas heurísticas, ca-se sujeito a incorrer em
erros severos e sistemáticos.
Algumas das Heurísticas e os erros que
podem causar nas decisões dos
investidores
A partir de agora, veremos alguns tipos de heurísticas que in uenciam o processo de tomada de decisão.
Disponibilidade
A disponibilidade diz respeito a decisões in uenciadas por ocorrências e eventos recentes na memória do
investidor. Ela remete à facilidade com que determinadas ideias, lembranças ou situações vêm à mente e
in uenciam, dessa forma, o processo decisório. Pode também estar associada à memória recente do decisor e
in uenciar de alguma forma seu processo decisório.
Pode-se avaliar a probabilidade de uma dada especulação nanceira falhar ou dar certo em função
de acontecimentos recentes com o investidor ou com pessoas de sua relação.
Representatividade
A representatividade refere-se a decisões tomadas a partir de associações com estereótipos formados e
desprezo de informações relevantes para a tomada de decisão. Ela é um processo heurístico no qual os
investidores formam expectativas com base nas experiências passadas, aplicando-se os estereótipos.
Os investidores poderão achar que todas as empresas com gestão focada na conscientização
ambiental são "boas" empresas (ou seja, bons investimentos). Outro exemplo é interpretar todos
os anúncios de altos lucros como previsão de bom desempenho futuro, sem determinar se a
performance continuará para a empresa que fez o anúncio. Note que a representatividade pode
assumir muitas formas. A qualquer momento um investidor (ou qualquer outra pessoa) baseia
suas expectativas futuras em alguma característica ou medida atual ou passada, o indivíduo está
aplicando uma heurística "se... então...". Ou seja, se isso aconteceu, então aquilo ocorrerá.
que dão importância excessiva a novas informações e têm transações excessivas (alta rotatividade na
carteira);
que tomam decisões com base em regras genéricas e análise super cial, atribuindo muito pouca ou
demais importância às novas informações.
Ancoragem
A ancoragem diz respeito a decisões tomadas com base em informações e conhecimentos prévios ou pré-
concebidos. Ela se refere à elevada relevância dada a uma informação inicial, geralmente um valor, que pode ter
sido sugerida pela formulação do problema ou pelo resultado de uma computação parcial. A partir dessa
heurística, os decisores tomam esse valor como ponto de partida para realizar estimações, sendo tais
estimações muito próximas desse valor inicial. Nesse sentido, esse valor funcionaria semelhantemente a uma
âncora, mesmo quando essa informação fornecida não é necessariamente relevante à situação.
Um investidor que venderá suas ações somente se o preço ultrapassar determinado valor ou um
analista ou gestor de ativos que foca a decisão de negociar somente no preço do papel.
Note que, nas duas situações expostas acima, a informação prévia é considerada su ciente para o decisor, que
encerra rapidamente o processo de tomada de decisão com base nessa informação.
Ancoragem x Representatividade
As heurísticas podem, em alguns casos, serem sobrepostas, tornando um pouco difícil avaliar qual
delas está presente ou predomina em cada situação. No exame, serão expostas situações e você
será indagado sobre qual heurística está presente. Para não ter dúvidas no exame, lembre-se do
seguinte:
Um gestor de carteira, por exemplo, pode ter tido perdas recentes. Sabendo que ele deve reportar
seus resultados no nal do trimestre, e relutante em relatar as perdas, ele começa a tomar
posições progressivamente mais arriscadas, na esperança de, pelo menos, empatar.
Se uma ação foi comprada por R$ 15 e no nal do dia está R$ 20, o investidor será mais propenso
a vendê-la, para realizar um ganho. Se a mesma ação custar R$ 10 no nal do dia, o investidor
estará menos propenso a vendê-la (incorrer em perda).
que falham em acessar o risco corretamente e se tornam muito avessos ao risco ou buscam riscos
demasiados (extremos);
que escolhem riscos inadequados para suas carteiras com base em como a apresentação da informação
foi feita;
que se tornam preocupados demais com movimentos de preços no curto prazo e operam com muita
frequência.
A melhor ação para evitar este viés é comparar o preço da ação ao seu valor intrínseco e não ao fato de obter
um ganho ou perda com a operação.
Normas e Padrões Éticos
Compliance Legal
O termo compliance é proveniente do verbo to comply, em inglês, que signi ca estar em conformidade
com regras, normas e procedimentos.
A área de compliance de uma instituição tem por objetivo atender às exigências legais e
minimizar riscos, principalmente os de imagem, legal e operacional.
Assegurar que todas as unidades de negócio estejam operando em conformidade com as normas
emitidas pelos órgãos reguladores.
Oferecer suporte técnico e de pesquisa para as diversas áreas da empresa (operacionais ou não), dentro
de sua área de atuação.
Risco de imagem
É de nido como o risco de perdas em decorrência de alterações da reputação da instituição com os clientes,
concorrentes e órgãos governamentais.
Por exemplo: boatos sobre a saúde de uma instituição, desencadeando corrida para saques; fundos de
investimento alavancados com perdas elevadas durante períodos de crise; envolvimento da instituição em
processos de lavagem de dinheiro, remessas de divisas ilegais, entre outros.
Risco legal
É de nido como uma medida numérica da incerteza dos retornos de uma instituição caso seus contratos não
possam ser legalmente amparados – por falta de representatividade por parte de um negociador, por
documentação insu ciente, insolvência ou ilegalidade.
As principais subáreas do risco legal são:
Risco de legislação
De nido como o risco de perdas decorrentes de sanções por reguladores e de indenizações por danos a
terceiros por violação da legislação vigente. Os riscos podem ser:
Risco tributário
De nido como o risco de perdas devido à criação ou nova interpretação da incidência de tributos, como:
Risco de contrato
De nido como o risco de perdas decorrentes de julgamentos desfavoráveis por contratos omissos, mal
redigidos ou sem o devido amparo legal. Podem-se citar:
O não cumprimento dos princípios e das regras de compliance acarreta sanções administrativas para os
funcionários envolvidos, incluindo a possibilidade de rescisão do contrato de trabalho, além das
responsabilidades civil e penal.
Além disso, com a nova Lei das Sociedades Anônimas – S/A (nº 10.303/01), nalmente houve a de nição de
crimes no mercado de capitais, a saber:
Em 1998, o Comitê divulgou alguns princípios relativos aos controles internos, que são a base das disposições da
Resolução BC nº 2.554, de 24 de setembro de 1998 (e posteriores alterações). Ela determinou às instituições
nanceiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação de
controles internos voltados para as atividades por elas desenvolvidas, seus sistemas de informações nanceiras,
operacionais e gerenciais, bem como o cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis.
Na sua essência, a Resolução CMN nº 2.554 de ne as responsabilidades dos integrantes da instituição, segrega
as atividades atribuídas a eles de forma a evitar con itos de interesses e determina o teste periódico da
segurança dos sistemas e processos.
Os controles internos, independentemente do porte da instituição, devem ser efetivos e consistentes com a
natureza, a complexidade e o risco das operações por ela realizadas.
Os controles internos – cujas disposições devem ser acessíveis a todos os funcionários da instituição, de forma a
assegurar que sejam conhecidas a respectiva função no processo e as responsabilidades atribuídas aos diversos
níveis da organização – devem prever:
A segregação das atividades (Chinese Wall) atribuídas aos integrantes da instituição de forma que
seja evitado o con ito de interesses, bem como meios de minimizar e monitorar adequadamente
áreas identi cadas como de potencial con ito da espécie.
Meios de identi car e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a realização
dos objetivos da instituição.
Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados, de forma que sejam a eles
incorporadas medidas relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordados.
Chinese Wall
O termo Chinese Wall é usado para descrever o conjunto de procedimentos e políticas internas de uma
instituição que visam estabelecer uma barreira à comunicação entre seus diferentes indivíduos ou
setores, de forma a restringir o acesso às informações privadas e evitar situações de con itos de
interesses ou de interesses concorrentes.
Em linha com esta norma, muitos bancos em operação no Brasil já segregaram, até mesmo sicamente, as
operações de asset management (gestão de recursos de terceiros) daquelas da mesa proprietária e de clientes do
banco.
Normas e Padrões Éticos
O Insider Trader
Insider trading é a prática não equitativa de negociação com ações, vedada pela legislação em vigor, para
impedir pessoas que possuam informação privilegiada sobre as companhias de realizarem negócios com
ativos dessas empresas em proveito próprio e/ou prejudiciais aos investidores em geral.
O Front-runner
Front-running é a prática de aproveitar alguma informação privilegiada (de algum banco, cliente etc.)
para concluir uma negociação antes de outros investidores.
Esta prática viola o dever duciário do pro ssional do mercado nanceiro, que não deveria colocar seus
interesses particulares acima dos interesses dos clientes e do empregador.
Con dencialidade
O pro ssional deve proteger a con dencialidade de todas as informações dos clientes. Con dencialidade exige a
guarda e proteção das informações de forma a permitir acesso prudente apenas às pessoas autorizadas. Um
relacionamento de con ança com o cliente só pode ser construído sob o entendimento de que as informações
serão tratadas de forma discreta e segura e não serão reveladas inadequadamente.
O pro ssional deve manter com os clientes uma relação íntegra, revelando e gerenciando possíveis con itos de
interesses. Ele deve compatibilizar os próprios sentimentos, preconceitos e desejos de forma a alcançar um
equilíbrio entre os interesses con itantes.
Conceitos Básicos de
Economia
Conceitos Básicos de Economia
Para analisar o desempenho geral da economia e dar foco nas diferentes políticas de estabilização que o afetam,
é necessário conhecer as de nições das principais variáveis econômicas.
O que é PIB?
PIB signi ca Produto Interno Bruto e engloba a renda devida à produção dentro dos limites
territoriais de um país. Em outras palavras, contempla a mensuração de todas as riquezas
produzidas (bens ou serviços) em seu local de produção. Contudo, deve-se levar em consideração
que as empresas que atuam no Brasil (e produzem essas riquezas) enviam e recebem renda do
exterior.
PIB = CF + GG + IE + EL
Em qualquer ambiente econômico, existe uma quantidade de variáveis econômicas, entre elas índices e
indexadores. Os indicadores demonstram a variação dos preços, o nível de atividade e as contas externas e
scais de um país. A seguir, serão vistos os indicadores e seus conceitos econômicos.
In ação e De ação
O que é in ação?
In ação é o contínuo aumento no nível geral de preços. Ela pode ter distintas causas.
O que é de ação?
É a variação negativa dos preços na economia.
Índices de In ação
A economia pode se balizar por diversos índices de preços. A estabilização dos preços é um indicativo para os
agentes econômicos preverem os retornos em termos reais de seus investimentos em ativos reais ou
nanceiros. Para isso, um nível de in ação baixo não é o fator su ciente. O mercado nanceiro, atualmente,
tende a dar um peso relativamente grande nas expectativas de alguns indicadores para o cálculo de seus
retornos.
Sua composição é a seguinte: 60% IPA – Índice de Preços ao Atacado, 30% IPC – Índice de Preços ao
Consumidor e 10% INCC – Índice Nacional de Custo da Construção.
Taxa de Câmbio
A taxa de câmbio re ete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra, dividindo-se em taxa
de venda e de compra.
A taxa de câmbio faz o intermédio de todas as transações entre residentes e não residentes de um país,
in uenciando as exportações, as importações, as entradas de capitais estrangeiros, a rentabilidade de aplicações
no exterior, o volume de reservas etc.
Portanto, o câmbio é uma das variáveis mais importantes da macroeconomia, sobretudo no que se
refere ao comércio internacional. Quando se deseja negociar ativos de um país para outro, quase
invariavelmente é necessário mudar a unidade de conta do valor desses ativos – da moeda doméstica para a
moeda estrangeira.
O câmbio real mede a paridade em termos de bens dos dois países. Um câmbio real mais valorizado
signi ca que um bem nacional pode adquirir maior quantidade de produtos ou serviços que o similar
estrangeiro. A mudança no câmbio nominal pode compensar a in ação doméstica e, assim, manter a
paridade do câmbio real. O câmbio real pode ser considerado uma medida de competitividade para um
país.
Taxa Selic
A taxa Selic é a taxa básica da economia, sendo usada como referência para a determinação das
demais taxas do mercado, tanto as de empréstimos como as de remuneração das aplicações em
renda xa.
A meta para esta taxa é estabelecida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil
– Copom e serve como meta para a rentabilidade dos títulos públicos pós- xados negociados no
ambiente do Selic.
Taxa DI
É a taxa média dos empréstimos feitos entre os bancos.
Os Certi cados de Depósito Interbancário – CDI são instrumentos nanceiros, escriturais e nominativos
que possibilitam a troca de recursos entre instituições nanceiras. Sua função é fazer com que o sistema
tenha maior liquidez, permitindo o acesso das instituições de citárias. Estas operações ocorrem no mercado
inter nanceiro (fora do âmbito do BC), sendo registradas na Câmara de Custódia e Liquidação – Cetip.
Um banco emite um CDI e vende este papel no mercado, conseguindo assim levantar dinheiro para suas
necessidades. A taxa do CDI (anualizada, exponencial, base 252 dias úteis) é divulgada diariamente para
operações de um dia ou prazos maiores (30, 60 ou mais dias). A Cetip faz a apuração diária das médias destas
taxas, divulgando-a ao mercado como parâmetro das taxas praticadas.
CDI Over
A maioria das transações é negociada por apenas um dia, estabelecendo-se um padrão de taxa média diária, o
CDI Over, que re ete a expectativa de custo das reservas bancárias para a manhã seguinte à do fechamento das
transações.
O CDI Over é o benchmark do mercado para aplicações nanceiras, sendo divulgado pela Cetip em termos
percentuais ao ano no primeiro dia útil posterior ao dia de referência.
Taxa Referencial – TR
A Taxa Referencial serve como uma referência dos juros praticados no mercado nanceiro. Já modi cado
diversas vezes, seu cálculo tem atualmente como base o valor da TBF, sobre o qual é aplicado um redutor (R)
de nido pelo Governo.
A TR é a taxa que de ne o rendimento das cadernetas de poupança (TR + 0,50% ao mês) e de algumas
modalidades de nanciamentos rurais e imobiliários. É também usada como referência de vários contratos,
entre eles os de pagamentos a prazo e de seguros em geral.
Este método de cálculo tem por objetivo reduzir a instabilidade da TR em função da variação do número de dias
úteis em cada mês e tornar transparente seu cálculo, minimizando as utuações na remuneração entre a
caderneta de poupança e os depósitos a prazo (CDB/RDB).
Política Monetária, Copom e a Meta da
Taxa Selic
A política monetária é a atuação das autoridades monetárias por meio de instrumentos de efeito direto ou
induzido, com o intuito de controlar a liquidez global do sistema econômico de forma a manter a quantidade de
moeda em circulação compatível com a estabilidade do nível geral de preços, com o crescimento da produção e
com a estabilidade cambial.
Variando em função do estágio e dos padrões do desenvolvimento econômico, da política predominante e dos
problemas conjunturais presentes, os objetivos perseguidos na execução da política monetária na maioria dos
países geralmente são:
Estabilidade de preços (controle da in ação) – lembrando que este é o principal objetivo da política
monetária;
O Banco Central controla a expansão (ou contração) dos meios de pagamento por meio dos seguintes
instrumentos de política monetária: operações de mercado aberto (open market), alterações nas taxas de
depósitos compulsórios, de redesconto e na taxa de juros (Selic Meta).
Em termos práticos, um banco que recorre à linha de redesconto do Banco Central transmite ao mercado um
sinal bastante negativo e preocupante quanto à sua liquidez e saúde nanceira. O banco geralmente recorre a
essa linha quando não consegue obter recursos no mercado interbancário, provavelmente porque os demais
bancos não estão dispostos a emprestar, eventualmente em função do maior risco de crédito que esse banco
oferece.
Política Monetária Expansionista (ou expansiva): é formada por medidas que tendem a
acelerar a quantidade de moeda e a baratear os empréstimos (baixar as taxas de juros).
Incidirá positivamente sobre a demanda agregada. Instrumentos:
Venda de Títulos públicos: quando o Banco Central vende títulos públicos ele
retira moeda da economia, que é trocada pelos títulos. Desta forma há uma
contração dos meios de pagamento e da liquidez da economia.
O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 1996 e tem por objetivos o estabelecimento das
diretrizes da política monetária e a de nição da taxa de juros.
O Copom estabelece metas periódicas para a taxa Selic, dada a importância na formação dos juros cobrados do
tomador nal, além de questões de ordem macroeconômica relacionadas à meta de in ação e à estrutura e ao
nanciamento da dívida mobiliária da União.
No Brasil, o Banco Central divulga trimestralmente o Relatório de In ação, abordando o desempenho do sistema
de metas, os resultados das decisões tomadas e as medidas a serem adotadas em função da expectativa da
in ação esperada.
A decisão sobre a meta da taxa Selic, portanto, tem sempre como objetivo manter a in ação
sob controle, isto é, dentro da meta de in ação.
O Copom é composto pelos membros da diretoria colegiada do BC: o presidente e os diretores de Política
Monetária, Política Econômica, Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Organização do Sistema
Financeiro e Controle de Operações de Crédito Rural, Fiscalização, Regulação do Sistema Financeiro e
Administração. O presidente tem direito ao voto decisório em caso de empate na decisão da política monetária.
A partir de 2006, as reuniões ordinárias do Copom passaram de mensais para a cada seis semanas. Com isso, as
reuniões, antes em número de 12 por ano, passaram a ser 8. As datas de cada encontro são divulgadas
previamente e cada reunião se divide em dois dias.
Se o comitê avaliar que a in ação está sob controle, isso é, as expectativas apontam que a in ação
estará próxima ou abaixo do centro da meta de in ação, há espaço para redução da meta da taxa
Selic. A implicação prática da redução da meta da taxa Selic é que o custo do dinheiro na economia,
representado principalmente pelas taxas de empréstimo cobradas por instituições nanceiras, irá
recuar e, dessa forma, espera-se maior demanda por crédito. Com mais dinheiro em circulação, há uma
tendência de aquecimento econômico e crescimento do PIB. O risco, por sua vez, é relacionado à
possibilidade de os índices de preço (in ação) voltarem a subir.
Se o comitê avaliar que a in ação está numa trajetória ascendente, isso é, que as expectativas
apontam que a in ação estará acima do centro da meta de in ação, espera-se que o Banco Central
eleve a meta da taxa Selic. A implicação prática da elevação da meta da taxa Selic é que o custo do
dinheiro na economia, representado principalmente pelas taxas de empréstimo cobradas por
instituições nanceiras, irá subir e, dessa forma, espera-se menor demanda por crédito. Com menos
dinheiro em circulação, há uma tendência de queda do crescimento econômico ou mesmo de retração
da economia (variação negativa do PIB entre períodos). Agindo dessa forma, apesar do provável impacto
negativo na economia, o BC espera que a in ação volte a car sob controle, ou seja, que as expectativas
voltem a convergir para o centro da meta de in ação.
É importante notar que o Copom estabelece a meta da Taxa Selic até a próxima reunião. Contudo, isso não
signi ca que a Taxa Selic calculada diariamente terá sempre esse valor estipulado pelo Copom. Como a Taxa
Selic diária é uma média, normalmente seu valor desvia um pouco da meta, mas sempre resulta em algo
próximo desta.
Conceitos Básicos de
Economia 2
Política Fiscal
A política scal, em linhas gerais, está associada a um conjunto de medidas pelas quais o governo arrecada
receitas e incorre em despesas, de modo a cumprir três funções:
Quando falamos sobre política scal, é importante compreender o conceito de Necessidade de Financiamento
do Setor Público – NFSP. Para isso, vamos analisar primeiro o resultado scal do governo.
Resultado scal primário é a diferença entre as receitas e despesas primárias durante um determinado período.
Quando esse resultado é positivo, dizemos que houve um superávit primário. Em linhas gerais, o superávit
primário representa a diferença entre as receitas do governo e todas as despesas incorridas em um
determinado período, exceto o pagamento líquido de juros da dívida pública.
O superávit primário é, então, o resultado contábil usado pelo governo para o pagamento de juros sobre a dívida
pública. No Brasil, o superávit primário como porcentagem do PIB é uma medida importante para a “saúde” das
nanças públicas e um fator para reduzir o endividamento público e o pagamento de juros exigido pelo
mercado.
O resultado scal nominal, por sua vez, é o resultado primário acrescido do pagamento líquido de juros. Assim,
fala-se que o governo obtém superávit scal quando as receitas excedem as despesas em dado período; por
outro lado, há dé cit quando as receitas são menores do que as despesas.
Quando há um dé cit scal, o governo precisa recorrer a empréstimos para equilibrar suas contas. Ele faz isso,
principalmente, através da emissão de títulos públicos.
A chamada Necessidade de Financiamento do Setor Público – NFSP é calculada como resultado nal da soma
do superávit primário (S) com o pagamento dos juros (J). O superávit primário, que mede o saldo das receitas
menos as despesas, entra na NFSP com sinal contrário, ou seja, em um superávit positivo, ele é computado com
sinal negativo.
NFSP = -S + J
De que forma o governo pode in uenciar a demanda
agregada?
Existem três maneiras básicas:
As políticas scal e monetária podem atuar conjuntamente para não causar efeitos negativos na
economia. Uma política monetária contracionista pode ser a contrapartida da política scal
expansionista. Percebemos que, nas economias modernas, as duas políticas são adotadas
conjuntamente para manter crescimento com estabilidade de preços.
Política Cambial
De ne-se política cambial como a atuação da autoridade monetária na administração dos ativos em
moedas estrangeiras, além do ouro, visando dar estabilidade à paridade da moeda e induzir
desempenhos das transações internacionais de acordo com as diretrizes da política econômica.
Cupom Cambial
Seu valor expressa o interesse do investidor estrangeiro em aplicar seus recursos no Brasil,
levando em consideração o risco de crédito soberano que passa a assumir e o retorno que teria
em seu país.
O cupom é considerado:
Sujo (dirty): quando a referência inicial é a taxa de câmbio de venda (PTAX) do dia anterior
à compra do título.
A taxa do cupom cambial varia conforme a oferta e a demanda por dólar ou conforme a proteção
cambial. Se houver uma pressão vendedora de papéis lastreados em dólar, a tendência do cupom é subir, pois
o vendedor dará um prêmio ou juros maiores para atrair o comprador. Mas se houver uma pressão
compradora, a tendência é baixar o prêmio, pois os compradores estarão à procura de papel e de proteção
cambial a ponto de aceitarem até um cupom cambial negativo.
Reservas Internacionais
Assim como as pessoas ou as empresas necessitam de reservas para atender às suas obrigações nanceiras, os
países também têm necessidade de manter reservas monetárias para atendimento de seus compromissos
internacionais. É o que se denomina "liquidez internacional".
As reservas monetárias internacionais, também chamadas "reservas cambiais" ou simplesmente
"reservas internacionais", compreendem moedas livremente conversíveis, bem como o ouro. Além de
permitir aos países nanciar de cits temporários em seus balanços de pagamentos, exercem papel
importante na defesa da estabilidade de suas taxas cambiais.
Reservas de liquidez: são as reservas de caixa, mais os valores representativos de títulos de exportação
e outros haveres de médio e longo prazo.
Como a remuneração no exterior é menor que o custo do carregamento interno da correspondente dívida em
títulos, o Banco Central monitora constantemente a relação entre esta perda quantitativa e os ganhos
qualitativos e de credibilidade no exterior.
Regime com taxa de câmbio xa Por meio de uma política monetária passiva, o Banco Central
compromete-se a ofertar moeda estrangeira para ajustar
automaticamente um nível que assegure que a taxa de
câmbio de equilíbrio se iguale à taxa de câmbio anunciada.
Regime com taxa de câmbio utuante A taxa de câmbio utua livremente em função de mudanças
nas condições econômicas de oferta e de demanda de divisas
estrangeiras. Em períodos de grande entrada de recursos
externos, a tendência da taxa de câmbio é a valorização e
vice-versa.
Regime cambial de utuações sujas O Banco Central, mesmo dentro de um regime de câmbio
utuante, intervém no mercado cambial quando a taxa de
câmbio se afasta em demasia do valor considerado
adequado – o que poderia acarretar sérias instabilidades na
economia. Apesar de o cialmente o governo brasileiro
admitir que adota o regime com taxa de câmbio utuante, é
utilizado, na prática, um regime de utuações sujas, pois o
Banco Central intervém no mercado quando julga necessário.
Veja quais são as prováveis consequências da valorização e da desvalorização do real:
Existe uma série de taxas de câmbio em dólar que regula as operações de diferentes segmentos do mercado de
câmbio, sempre em cotações de compra e de venda oscilantes ao longo do dia. Podemos citar como exemplos:
Taxa de câmbio comercial (dólar comercial): estabelece o parâmetro para as operações o ciais de
compra e de venda de moeda no comércio exterior.
Taxa de câmbio utuante (dólar utuante): estabelece o parâmetro para as operações de compra e de
venda de moeda no segmento de taxa utuante.
Taxa de câmbio de mercado paralelo (dólar paralelo): estabelece o parâmetro de compra e de venda
de moeda adquirida fora dos meios o ciais.
O balanço de pagamentos – BP re ete o resultado entre as remessas de dólares para o exterior e as entradas
de moeda estrangeira no Brasil em determinado período. Como o BP é um uxo variável, se ele for positivo
signi ca que as entradas de dólares no país superaram as saídas e vice-versa. O valor das transações
geralmente é medido em dólares norte-americanos.
Transações Correntes
Esta conta é composta pela:
TC = BC + BS + TU
Balança comercial – BC: é o saldo entre as exportações (X) e as importações (M) de bens, sem os
valores dos fretes e dos seguros. Um saldo superavitário signi ca que o país exporta mais do que
importa bens.
Transferências unilaterais – TU: são a conta das transações sem contrapartida. Exemplo: as doações
realizadas por estrangeiros e as remessas de valores pelos residentes ao exterior.
A conta capital é o saldo da transferência de patrimônio entre nações, tal como aquisição de marcas e
de patentes.
Erros e Omissões – EO
A conta erros e omissões representa a diferença entre o saldo do balanço de pagamentos e a soma das
demais rubricas. Ela é resultante da di culdade de se compatibilizar transações físicas e nanceiras a partir de
várias fontes de informações.
Conceitos Básicos de
Finanças
Conceitos Básicos de Finanças
O que Você Prefere?
Salvo raríssimas exceções, provavelmente você deve ter preferido a primeira opção. Apesar de parecer bastante
intuitivo, à primeira vista, esse raciocínio da preferência pelos R$ 1.000 na data de hoje decorre basicamente de
três razões:
Risco: sempre existirá a possibilidade de você esperar um mês (ou o prazo que for estipulado) e não
receber os R$ 1.000 combinados. Dessa forma, a preferência pela antecipação de valores iguais busca
justamente mitigar esse risco.
Utilidade: deixar de receber R$ 1.000 hoje implica a postergação do uso desse recurso, o que será
atraente somente se existir alguma compensação.
Oportunidade: se você optasse por não receber hoje, provavelmente correria o risco de “deixar passar”
uma oportunidade porque não teria o dinheiro naquele momento (ou no intervalo compreendido nesse
mês).
Por essas razões, ter R$ 1.000 hoje vale mais do que tê-lo daqui a um mês, pois, para que seja interessante
postergar o recebimento, será necessária alguma compensação. Nesse caso, estamos falando dos juros.
A matemática nanceira, por sua vez, é justamente o campo de nanças que estuda o valor do dinheiro
no tempo. Ela compreende basicamente quatro fatores:
Taxa de juros (i): taxa de juros (que pode ser expressa na forma unitária ou porcentual) que incidirá
sobre o capital aplicado.
Montante (M): valor decorrente do capital investido acrescido dos juros (J) apropriados.
M=C+J
Taxas de Juros
A taxa de juros é uma das variáveis macroeconômicas mais importantes para o bom funcionamento da
economia, apresentando papel fundamental na determinação do nível de atividade, do emprego, da taxa
de câmbio e de diversas outras variáveis econômicas.
Os economistas clássicos consideravam a taxa de juros como o fator que equilibrava a demanda de
investimentos com a oferta de poupança, considerando o "preço" dos recursos disponíveis. John Maynard
Keynes, um dos principais economistas do início do século XX, criticou esta visão clássica, introduzindo os
conceitos de incerteza e preferência pela liquidez. Para ele, a taxa de juros seria a recompensa da renúncia à
liquidez por um determinado período, sendo formada com base nas taxas de preferências intertemporais dos
agentes investidores e no retorno esperado pelos tomadores.
Na economia, existem diversas taxas de juros: taxas para títulos a longo prazo, a curto prazo, de alto risco e de
baixo risco. Portanto, usar o termo "taxa de juros" é simpli car a estrutura nanceira da economia.
Já a Taxa de Juros Real – RR é a taxa nominal, descontada a in ação esperada (π) dos níveis de preços¹:
RR = NR – π
É importante lembrar que o Governo tem o controle exclusivo dos meios de pagamento e da emissão de títulos
públicos, considerados ativos de menor risco. Assim, de ne-se a taxa pura ou "Taxa Livre de Risco – TLR"
como aquela que preci ca tais ativos no mercado. Esta taxa só inclui a remuneração pelo sacrifício da
poupança, constituindo-se a taxa básica ou referencial às outras no mercado.
Tipos de risco
A partir desta taxa básica (TLR), insere-se ainda a remuneração pelo risco, que pode ser das mais variadas
formas.
Risco de mercado: risco de uma variação adversa no preço do ativo devido a variações nas condições
de mercado.
Risco do emissor ou de crédito: risco do emissor de um título de crédito não honrar seus pagamentos
de juros ou principal nos prazos acordados.
Risco de liquidez: risco de não se conseguir vender um ativo rapidamente a um preço justo por falta de
demanda no mercado.
Risco cambial: relacionado às variações da moeda nacional frente a uma moeda estrangeira.
Risco de setor ou sistêmico: risco a que o emissor está sujeito por pertencer a um determinado
subsistema dentro da economia.
¹ Na verdade, trata-se de uma aproximação válida se a in ação esperada (π) for pequena. Caso contrário, a relação entre as
Taxas de Juros Real – RR e Nominal – NR é dada por (1+RR) = (1+NR) / (1+π). Vale notar que a lógica de cálculo é a mesma da
Fórmula de Fisher.
C = Capital inicial
i = Taxa de juros
n = Prazo
M = Montante nal
Momento
t=0
Cálculo
-
Montante nal
1.000
Momento
t=1
Cálculo
1000 + 1000 x 10%
Montante nal
1.100
Momento
t=2
Cálculo
(1000+1000x10%) + 1000 x 10% = 1000 + 2 x 1000 x 10%
Montante nal
1.200
Momento
t=3
Cálculo
(1000+2x1000x10%) + 1000 x 10% = 1000 + 3 x 1000 x 10%
Montante nal
1.300
Momento
t=4
Cálculo
(1000+3x1000x10%) + 1000 x 10% = 1000 + 4 x 1000 x 10%
Montante nal
1.400
Momento
t=n
Cálculo
C+Cxnxi
Montante nal
M
Juros compostos
Considere um capital inicial de R$ 1.000, aplicado à taxa de juros de 10% ao ano, capitalizado através de juros
compostos. Sejam:
C = Capital inicial
i = Taxa de juros
n = Prazo
M = Montante nal
Momento
t=0
Cálculo
-
Montante nal
1.000
Momento
t=1
Cálculo
1.000 + 1.000 x 10% = 1.000 x (1 + 10%)
Montante nal
1.100
Momento
t=2
Cálculo
1.000 x (1 + 10%) + 1.000 x (1 + 10%) x 10% = 1.000 x (1 + 10%) x (1 + 10%) = 1.000 x (1 + 10%)²
Montante nal
1.210
Momento
t=3
Cálculo
1.000 x (1 + 10%)2 + 1.000 x (1 + 10%)2 x 10% = 1.000 x (1 + 10%)2 x (1 + 10%) = 1.000 x (1 + 10%)3
Montante nal
1.331
Momento
t=4
Cálculo
1.000 x (1 + 10%)3 + 1.000 x (1 + 10%)3 x 10% = 1.000 x (1 + 10%)3 x (1 + 10%) = 1.000 x (1 + 10%)4
Montante nal
1.464,10
Momento
t=n
Cálculo
C x (1 + i)n
Montante nal
M
Vamos fazer outro exemplo, supondo taxa de juros anual de 80%. É um valor exagerado, mas nos permitirá
visualizar melhor o comportamento grá co de cada regime de capitalização.
Comparando as duas formas de juros, pode-se perceber a variação a longo prazo por meio da representação
grá ca abaixo:
Anos
0
Simples
R$ 1.000
Composto
R$ 1.000
Anos
0,25
Simples
R$ 1.200
Composto
R$ 1.158,29
Anos
0,5
Simples
R$ 1.400
Composto
R$ 1.341,64
Anos
0,75
Simples
R$ 1.600
Composto
R$ 1.554,01
Anos
1
Simples
R$ 1.800
Composto
R$ 1.800,00
Anos
1,25
Simples
R$ 2.000
Composto
R$ 2.084,93
Anos
1,5
Simples
R$ 2.200
Composto
R$ 2.414,95
Anos
1,75
Simples
R$ 2.400
Composto
R$ 2.797,22
Anos
2
Simples
R$ 2.600
Composto
R$ 3.240,00
Note que a curva que representa os juros compostos está sempre acima da curva dos juros simples. A
única exceção é para valores entre 0 e 1. Dentro desse intervalo, a curva de juros simples estará acima da
curva de juros compostos (como no exemplo, utilizando 0,5 ano).
Taxa de Juros Equivalente x Taxa de Juros
Proporcional
Importante: os cálculos usados nesta lição não serão cobrados no exame de CPA-10. Eles
foram introduzidos para exempli car e tornar mais clara a compreensão dos conceitos.
Para tornar mais rápido o cálculo de equivalência de taxas, utilize a regra "Quero/Tenho":
Exemplo: para se calcular a taxa equivalente mensal a 214% ao ano, utilizando a regra do
"Quero/Tenho", deve-se proceder da seguinte forma:
Em resumo: uma aplicação que rende 214% ao ano é equivalente, ou seja, produzirá o mesmo montante
que uma aplicação mensal de 10% proporcionará no período de um ano.
Exemplo: para uma taxa de juros de 18% ao ano, se a capitalização for de nida mensalmente (os
juros ocorrerão 12 vezes no período de um ano), o percentual de juros que incidirá sobre o capital
a cada mês será representado pela operação abaixo:
Mercado Secundário
É a simples movimentação de ações em bolsa de valores ou mercados de balcão (organizados ou não); é
uma mera transferência de propriedade das ações entre investidores. As negociações diárias na
BM&FBOVESPA são exemplos de mercado secundário.
Quando faz um IPO – Initial Public O ering, a empresa está ofertando publicamente suas ações pela primeira
vez (abrindo o seu capital ao público). Para ofertar ações, a empresa precisa necessariamente ser de capital
aberto, cumprir uma série de exigências que visam dar proteção aos novos sócios (acionistas minoritários) e
estar constituída na forma jurídica de uma sociedade anônima. Quando a empresa já tem o capital aberto e já
realizou a sua primeira oferta, as emissões seguintes são conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo
em inglês, follow on.
Quando um ou vários acionistas, com expressiva parcela do capital da empresa, decidem vender sua posição,
eles podem realizar uma oferta secundária em conjunto. O mercado secundário tem a importante função de
prover liquidez para os compradores do mercado primário, assim como informação contínua para preci cação.
No caso de ações, representa a primeira vez em que novas ações são criadas e lançadas
(vendidas) a investidores. Essa operação é também conhecida por uma sigla em inglês – IPO
(Initial Public O ering). Se a empresa lançar novas ações depois do IPO, esses novos lançamentos
recebem o nome de follow-on.
Oferta Secundária
Ela ocorre quando acionistas vendem suas ações (já emitidas pela empresa anteriormente)
no mercado e os valores levantados em ofertas secundárias vão direto para o bolso dos
acionistas vendedores.
Pelo fato de não haver entrada de recursos no caixa da companhia cujas ações estão sendo
negociadas, as ofertas secundárias são negociadas no Mercado Secundário.
Vantagens:
Maior número de investidores potenciais, tanto no Brasil quanto no exterior, destacando-se os fundos
de investimento, fundos de pensão e seguradoras, (chamados de investidores institucionais), que podem
comprar as ações da empresa emissora.
Diluição do risco, tendo em vista que um novo acionista será remunerado apenas se a empresa for bem-
sucedida e apresentar lucro, diferente do que ocorre no nanciamento com recursos de terceiros, em
que a empresa deve pagar a dívida e os juros independentemente de seus resultados e em um prazo de
tempo predeterminado (ações não têm prazo de vencimento).
Transparência necessária às empresas que possuem capital aberto, o que motiva a pro ssionalização de
sua gestão.
Alta liquidez patrimonial, que nada mais é do que a possibilidade de empreendedores e/ou seus sócios
transformarem, a qualquer tempo, parte das ações que possuem na empresa em dinheiro (a partir da
venda dos papéis no mercado secundário).
Maior projeção e reconhecimento de todos os públicos com os quais se relaciona devido à maior
visibilidade, aparição na mídia e acompanhamento pela comunidade nanceira.
Desvantagens:
Diluição do lucro da empresa, que é distribuído a todos os acionistas na proporção de suas ações.
Necessidade legal de divulgar ao público (inclusive à concorrência) informações estratégicas da
empresa, como o balanço patrimonial, demonstrações de origens e aplicações de recursos, fatos
relevantes, entre outros.
Aumento dos custos administrativos com a publicação de demonstrações nanceiras, auditorias e
outros (entre eles, a criação e manutenção de uma área de Relações com Investidores - RI). No entanto,
como eles são xos, tendem a ser pouco signi cativos para a empresa de grande porte.
O que é benchmark?
Exemplo: no caso de fundos de renda xa, o retorno relativo é calculado com a divisão do retorno
do fundo pelo retorno do benchmark, como ilustrado abaixo.
Volatilidade
É a medida da oscilação dos preços de um ativo e, portanto, representa uma incerteza quanto aos
retornos futuros. É uma das medidas mais utilizadas para mensuração de risco no mercado nanceiro.
Em um dado período, um ativo-objeto será considerado mais volátil se seus preços oscilarem entre a mínima de
R$ 20 e a máxima de R$ 100, em vez de permanecer no intervalo entre R$ 50 e R$ 70, por exemplo.
1 0,00 R$ 50
2 0,00 R$ 50
3 0,00 R$ 50
4 R$ 1.200 R$ 1.050
O Título 1 prevê desembolso de R$ 1.000 hoje, para aquisição desse título, e resgate de R$ 1.200
após 4 semestres, contabilizando ganho total de R$ 200 na operação como um todo
(desconsiderando o custo de oportunidade existente). Não há previsão de recebimentos
intermediários.
Já o Título 2 também prevê desembolso de R$ 1.000 hoje, para aquisição desse título, mas embute
três recebimentos intermediários de R$ 50 e um último de R$ 1.050, quando acontecer o resgate
do título.
O cálculo do prazo médio dos recebimentos do Título 1 é intuitivo: 4 semestres, pois todos os
recebimentos são concentrados nesse momento. Já no caso do Título 2, o cálculo deve considerar
os recebimentos intermediários, tanto em termos de volume quanto do momento em que
ocorrem.
Para isso, deve-se multiplicar o valor de cada uxo pelo momento em que ocorre, somá-los e
dividi-los pelo valor total dos uxos:
Como grande parte dos recebimentos está concentrada no último pagamento, é coerente que o
prazo médio seja próximo desse último recebimento, mas um pouco antes, em função dos
recebimentos intermediários.
O fato de o prazo médio do Título 1 (4 semestres) ser superior ao do Título 2 (3,75 semestres) nos leva a uma
conclusão importante:
Os modelos de avaliação de investimentos são baseados no conceito de valor presente de uxos de caixa
futuros. Para títulos de renda xa, os uxos de caixa incluem juros ou pagamentos xos e o retorno do valor
principal no m ou valor de venda.
Atenção: apesar de cálculos não serem cobrados no exame, deixamos a fórmula com o exemplo abaixo para
melhor compreensão do tema.
Exemplo: considere um título que vai pagar R$ 100 por ano, por 10 anos, e fazer um único
pagamento de R$ 1.000 no vencimento (em 10 anos). Se a taxa de desconto apropriada é 8% a.a.
para todos os uxos de caixa, o valor é:
Por sua vez, títulos negociados em mercados secundários estão sujeitos a movimentos de compra e venda. Via
de regra, quanto maior o número de investidores que quiserem comprar determinado ativo, maior será
seu preço; em sentido contrário, quanto maior for a força vendedora, maior a desvalorização desse
título. Com isso, pode ocorrer de o valor do título, a preço de mercado, ser diferente do valor do título calculado
com base no modelo de desconto de uxos de caixa.
Por isso, é recomendável e, às vezes, até obrigatório (como no caso da grande maioria dos fundos de
investimento) contabilizar os ativos pelo preço de mercado. Essa prática é conhecida como Marcação a Mercado
e tem como principal objetivo proteger o investidor, uma vez que o patrimônio dele, representado pelo título
que possui, será corretamente valorizado a cada momento. Isso porque, caso o investidor deseje vender esse
título, ele receberá o valor que está sendo preci cado pelo mercado, que pode ser diferente daquele calculado
pelo modelo de desconto de uxos de caixa.
Quanto maior o prazo do título e as variações nas taxas de desconto, maior o impacto no
preço do título calculado pelo modelo de desconto de uxos de caixa, isso, portanto, reforça
a importância da Marcação a Mercado.
Conceitos Básicos de
Finanças 2
Conceitos Básicos de Finanças 2
Fluxo de Pagamentos
Valor presente, valor futuro e taxa de desconto
O valor do dinheiro no tempo (em inglês, time value of money – TVM) é um dos conceitos mais importantes
utilizados em nanças e no planejamento nanceiro pessoal.
O TVM remete ao fato de o dinheiro recebido hoje valer mais do que o mesmo montante recebido em
algum tempo no futuro. Por exemplo, R$ 1 recebido hoje pode ser investido e valerá mais daqui a um ano.
Assim, R$ 1 a ser recebido daqui a um ano valerá menos do que recebido hoje.
O FV é o valor futuro – quanto o dinheiro de hoje valerá, depois de aplicada uma taxa de juros de nida
em certo período de tempo.
Exemplo:
Maria tem uma aplicação de R$ 100, que remunera esses recursos investidos à taxa de juros de
10%, composta anualmente. No nal de cinco anos, quanto Maria terá?
Resolução:
Assumindo que se trata de capitalização composta, a equação abaixo deve ser usada para achar o valor futuro
da conta de Maria.
FVn = PV (1 + i)n
É importante notar que a taxa de desconto usada deve estar de acordo com a frequência dos uxos, ou seja, se
o prazo (n) usado for medido em meses, a taxa deve ser mensal; caso a taxa de juros esteja expressa em uma
base anual, deve-se assumir que o prazo (n) também é anual.
A calculadora nanceira pode ser usada para achar o PV dos R$ 161,05 calculados no exemplo passado.
Uma forma de resolver o problema de PV é através da equação (2) do PV, que nada mais é do que a
transformação da equação (1) do FV.
Um título com uma taxa de cupom de 9% pagará R$ 90 para cada R$ 1.000 de títulos por ano (9%
de R$1.000).
Esta é a taxa de juros que o emissor se compromete a pagar ao portador do título. Ela pode variar como
pre xada ou pós- xada. Essa medida de retorno só leva em consideração os pagamentos de juros, ignorando
apreciação ou depreciação do valor do título.
Nesses casos, as prestações mensais embutem uma parcela relativa ao pagamento de juros e outra de
amortização do principal.
Zero cupom
Zero cupom é um título que não paga juros (cupons) periodicamente.
Ele é vendido com desconto ou deságio (valor inferior ao de face). O investidor receberá o principal, acrescido de
juros uma única vez, no vencimento ou em algum momento anterior, caso consiga negociar o título no mercado
secundário.
Custo de oportunidade
O custo de oportunidade é o custo de renúncia a alguma opção de investimento.
Todo investidor sempre tem opções para investir, cada uma com sua rentabilidade e com o retorno mínimo
disponível. Diante de uma nova opção de investimento (típico caso das questões referentes à análise de
projetos), um plano qualquer deve render, no mínimo, aquilo que já é disponível a esse investidor. É esse
retorno mínimo de que o investidor já dispõe que baliza a escolha.
Não é correto falar em "custo de oportunidade de projetos", já que esse conceito está vinculado ao investidor, e
não ao projeto ou ao investimento.
Projetos têm uma taxa mínima de atratividade (ou taxa de retorno mínimo exigido). Quando o retorno
proporcionado pelo projeto é igual ao custo de oportunidade do investidor, este torna-se neutro quanto a
investir ou não nesse projeto. Em outras palavras, qualquer projeto deve render, no mínimo, o custo de
oportunidade do investidor.
Um projeto será considerado viável pela análise da taxa interna de retorno se proporcionar rentabilidade
superior a algum outro.
Então, para analisar a viabilidade de um projeto, deve-se comparar o retorno que será obtido com o ganho que
o investidor obteria se tivesse aplicado seus recursos em um projeto alternativo. Este pode, genericamente, ser:
um custo de oportunidade;
Aceitar projetos em que a TIR (o retorno do projeto) é maior do que a Taxa Mínima de Atratividade (taxa
da qual o investidor está abrindo mão para investir no projeto analisado).
Rejeitar projetos em que a TIR (o retorno do projeto) é menor do que a Taxa Mínima de Atratividade
(neste caso, seria melhor investir no projeto alternativo e, portanto, recusar o projeto que está
sendo analisado).
Vantagem
A TIR mede, em percentual, o retorno de cada real (ou qualquer outra moeda) investido.
Por trazer uma informação em percentual de retorno, pode ser facilmente interpretada pelo decisor.
Por exemplo: um investimento com TIR de 15% é melhor do que outro com TIR de 10%. Porém, se a Taxa
Mínima de Atratividade (projeto alternativo) for de 20%, nenhum dos dois projetos analisados é
economicamente viável (é melhor aplicar no projeto alternativo e receber remuneração de 20% a aplicar
em qualquer um dos dois projetos analisados, pois o investidor ganharia menos em qualquer um deles).
Desvantagem
Existe a possibilidade de ocorrerem múltiplos resultados para a TIR de um mesmo projeto, principalmente
se os uxos envolverem valores negativos ao longo do tempo.
A TIR parte do princípio de que uxos de caixas intermediários serão reinvestidos à própria TIR, porém isso
nem sempre acontece.
Por exemplo: um investidor adquiriu um título público que prevê pagamentos periódicos (cupons). Esse
investidor obterá a TIR prevista caso ele consiga, com o dinheiro recebido dos cupons ao longo do tempo,
comprar outros títulos (reinvestir) com características idênticas de rentabilidade ao primeiro, o que nem
sempre acontecerá.
A questão mais complexa é determinar qual o custo de oportunidade de algum investidor ou de um agente
econômico, pois ele depende do nível do risco a que esse agente está apto e disposto a incorrer – o que, por sua
vez, depende de seu per l de risco.
Ele é obtido pelo custo de cada fonte de capital (dívida ou capital próprio) ponderado por sua respectiva
participação na estrutura de nanciamento da empresa.
O custo do capital de terceiros representa a remuneração que a empresa paga para seus
credores nos empréstimos obtidos – ou seja, é o custo da sua dívida.
A contratação de empréstimos pode trazer diversos benefícios. O mais usual decorre do fato de que eles
geralmente permitem a empresa reduzir a parcela do IR, uma vez que a despesa nanceira costuma ser
dedutível da base de cálculo desse imposto.
Vamos calcular o valor do CMPC da empresa, nanciada pelo patrimônio líquido – PL de R$ 600 mil
e dívidas de R$ 400 mil. Portanto, há 60% de capital próprio e 40% de capital de terceiros. A
remuneração requerida pelos acionistas é de 20% e o custo da dívida é de 10%.
Resolução:
CMPC = (20% x 0,6) + (10% x 0,4) = 16%. Projetos com TIR inferior a 16% devem ser rejeitados; por
sua vez, é de se esperar que a empresa aceite projetos com TIR superior a esse patamar.
Uma alavancagem maior levará a uma maior variação nos lucros após impostos e lucro líquido da empresa.
Uma dada variação em vendas causará uma maior mudança nos lucros operacionais quando a empresa estiver
alavancada.
Há uma tendência de aumentos de risco e retorno em função de elevações na alavancagem, e redução de risco
e retorno, quando há uma redução na alavancagem.
A determinação da estrutura de capital ótima, de nida como aquela que minimiza o custo médio
ponderado de capital, é necessária para a determinação do WACC.
Em geral, o custo do capital de terceiros é menor que o de capital próprio até o limite em que o endividamento
excessivo aumenta signi cativamente a probabilidade de inadimplência e as taxas exigidas pelos credores para
emitir nova dívida. Até esse nível, o nanciamento através de emissão de dívidas possibilita uma redução no
WACC devido aos benefícios scais proporcionados geralmente pelo endividamento.
Retorno Esperado e Histórico
De um Ativo
O retorno esperado para um ativo pode ser calculado utilizando dados históricos ou dados esperados
(simulados).
Retorno histórico
Utilizando-se dados históricos, o retorno de um ativo é calculado pela média aritmética de seus retornos
passados (soma dos retornos observados dividida pelo número de períodos observados).
Os exemplos abaixo são para melhor ilustração dos conceitos (cálculos não serão cobrados no
exame):
Considerando que os retornos de uma ação nos últimos seis meses foram: +10%, -15%, +20%,
+25%, -30% e +20%, vamos calcular o retorno histórico.
Resolução:
0,10 – 0,15 + 0,20 + 0,25 – 0,30 + 0,20
Retorno Histórico = E(R) = = 0,05 = 5,0%
6
As primeiras três colunas da tabela abaixo contêm a probabilidade de cada ocorrência (estados da
economia) e os seus respectivos retornos da ação. Com base nesses dados, vamos calcular o
retorno esperado da ação.
De uma Carteira
O retorno esperado de uma carteira é a média ponderada dos retornos de cada um dos ativos que a compõem
pelos seus respectivos pesos.
Ações
Conhecimento Básico
Renda Variável
O mercado de renda variável é aquele em que o retorno dos ativos não está de nido nas condições do título.
Este retorno varia conforme as condições do mercado e do ativo, e é constituído por um ganho de capital
(valorização do preço de uma ação) e um rendimento (dividendo, juros sobre o capital, etc.), ambos incertos.
O mercado de ações é o principal exemplo do mercado de renda variável. Entretanto, também se incluem neste
segmento os mercados de commodities, de derivativos e de opções.
Quem investe em ações torna-se proprietário de uma parte da companhia, isso é, vira um acionista (equivalente
a um sócio de uma sociedade limitada).
As ações nominativas escriturais não são representadas por certi cados, funcionando como
uma conta-corrente, em que os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas.
Não há movimentação física de documentos.
O investimento em ações não oferece uma garantia de retorno e o seu preço pode ser muito volátil. Apesar
disso, a rentabilidade obtida no mercado de ações tende a superar os ganhos do mercado de renda xa a longo
prazo.
Tipos de Ação
Ações Ordinárias – ON
São aquelas que dão direito a voto aos acionistas das companhias nas assembleias (Assembleias Gerais
Ordinárias e Extraordinárias). Cada ação equivale a um voto.
Os acionistas detentores de ações ordinárias e/ou preferenciais são os proprietários da empresa. Porém, caso
ocorra a falência da empresa, havendo recursos ou bens, as ações ordinárias são os últimos débitos a serem
quitados pela empresa.
Direito à tag along – em caso de alienação (venda) do controle de companhia aberta, o acionista com
direito a voto deve receber oferta de, no mínimo, 80% (tag along) do valor pago por ação com direito a
voto ao integrante do bloco de controle.
Os acionistas detentores de ações ordinárias, fazendo uso do seu direito de voto nas assembleias:
Ações Preferenciais – PN
Os detentores deste tipo de ação não têm direito a voto mas têm preferência na distribuição de
dividendos, no reembolso de capital ou no acúmulo de distribuição de resultados com reembolso de
capital em relação às ações ordinárias.
Conforme o artigo 17, da Lei nº 10.303/2001 (Lei das SA), as vantagens das ações
preferenciais podem consistir:
Somente poderão ser negociadas em bolsa as ações preferenciais com pelo menos uma
das vantagens abaixo, independentemente do direito de receber ou não reembolso de
capital:
Por lei, o número de ações preferenciais sem direito a voto não pode ultrapassar 50% do total de ações
emitidas.
Caso a companhia não distribua resultados por três exercícios consecutivos, as ações preferenciais podem
adquirir direito a voto, o qual será mantido até que se faça a distribuição de dividendos. A aquisição do direito
de voto valerá nas companhias abertas ou fechadas em que for estipulado o dividendo xo ou mínimo e nas
companhias abertas em que for estipulado o dividendo mínimo de 3% do patrimônio líquido.
Canais de Distribuição
As sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários estão habilitadas a realizar a
intermediação de operações de compra e venda de ações em bolsas de valores.
Portanto, para negociar ações, o investidor deve abrir conta na corretora ou na distribuidora e iniciar a compra e
venda dos papéis.
Outra forma de comprar e vender ações é através de agências bancárias, uma vez que os principais bancos em
operação no país possuem corretoras ligadas ao conglomerado nanceiro e oferecem essa facilidade aos
correntistas.
Tanto no caso de corretoras como de bancos, muitas instituições oferecem sistemas de negociação on-line
conhecidos por home brokers. A partir desses sistemas, os investidores podem comprar e vender ações através
da internet.
IPO e Rentabilidade
Oferta Pública Inicial de Ações – IPO
Uma IPO (Initial Public O ering) ou Oferta Pública Inicial ocorre quando uma empresa abre seu capital
pela primeira vez e se torna pública.
Uma vez ocorrido o lançamento inicial ao mercado, as ações passam a ser negociadas no mercado secundário.
Esse período geralmente encerra-se um dia antes do IPO, quando são então divulgados o preço inicial do papel
e a quantidade que cada investidor comprará. Encerrado o período de reserva e de nida a quantidade de ações
que o investidor irá adquirir, ele não pode mais desistir do negócio.
Rateio
Dependendo da procura, pode ocorrer de nem todos os investidores conseguirem adquirir o volume nanceiro
de ações que desejariam. Nesses casos, é feito um rateio, isto é, uma divisão da quantidade total de ações a
serem ofertadas entre os investidores que zeram reservas.
Ordem limitada
Na ordem com limite ou limitada, o investidor estabelece o preço máximo ou mínimo pelo qual ele quer
comprar ou vender determinada ação.
Ela somente será executada por um preço igual ou melhor (mais favorável ao investidor) do que o indicado.
Desse modo, se o preço limite for de R$ 30 para um investidor que queira tomar uma posição comprada, a
ordem somente será executada por R$ 30 ou menos. Naturalmente, não há garantia de que a ordem será
executada, já que o preço-limite poderá não ser alcançado.
Ordem a mercado
Por sua vez, na ordem a mercado, o investidor especi ca somente a quantidade e as características dos
valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender.
A ordem é executada prontamente pela corretora, ao melhor preço disponível, desde que se trate de ação com
liquidez. Essa é a ordem mais comum no mercado.
Rentabilidade
A rentabilidade dos investidores é composta de dividendos e benefícios concedidos pela empresa emissora,
além do eventual ganho de capital advindo da venda da ação no mercado secundário.
O retorno do investimento dependerá de uma série de fatores, tais como desempenho da empresa,
comportamento da economia brasileira e internacional, entre outros.
Ganho de Capital
A valorização de mercado ou ganho de capital é o aumento do valor da empresa em bolsa.
Essa valorização é expressa pela variação positiva da cotação da ação em bolsa em determinado período e
depende de uma gama de variáveis, sobretudo dos fundamentos e das expectativas que os investidores têm
com relação ao futuro da companhia. Esses investidores (pessoas físicas, gestores de fundos e clubes de
investimento) procuram se antecipar aos eventos ou acontecimentos que irão in uenciar os resultados futuros
das empresas.
Dividendo
O dividendo representa a mais importante forma de remuneração do acionista, pois é uma quantia,
expressa em moeda corrente, paga pela empresa aos seus acionistas.
Se o estatuto ou assembleia da empresa não estabelecer uma política de dividendos, a legislação brasileira (Lei
das SA) estabelece que o percentual não pode ser inferior a 25% do lucro líquido anual ajustado, que é o lucro
líquido deduzido das reservas de lucros permitidas em lei (5% de reserva legal, reserva para contingência e
reserva de lucros a realizar). Porém o estatuto pode estabelecer percentual inferior a 25%.
Os dividendos não são deduzidos da base de cálculo do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido – CSLL devidos pelas empresas, já que são considerados após a apuração do lucro líquido do exercício.
Os dividendos recebidos pelos acionistas não são tributados pelo imposto de renda.
Após o seu pagamento, o preço de mercado da ação sofre uma redução no mesmo valor do dividendo pago por
ação. Nesse caso, diz-se que a ação passa a ser negociada ex-dividendos.
Para alguns investidores, a perspectiva do recebimento de dividendos, que representam a parcela do lucro que é
distribuída aos acionistas, pode ser importante. Esses investidores consideram os dividendos como a
remuneração do seu capital, portanto quanto maiores forem os dividendos, melhor a remuneração.
Em situações em que a empresa tenha bons projetos, é provável que os investidores pre ram que o lucro da
empresa seja utilizado para nanciar os investimentos em detrimento do pagamento de dividendos maiores,
uma vez que, em função das boas perspectivas dos projetos, podem ganhar mais na valorização das ações do
que no recebimento de dividendos.
Assim foi extinta a correção monetária de contratos e preços. Também foi extinta a correção monetária dos
balanços das empresas e, para substituí-la, foram criados os juros sobre o capital próprio, que remuneram o
capital do acionista investido na empresa até o valor da correção da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP
sobre o patrimônio líquido, desconsiderando-se, deste último, o valor da reserva de reavaliação de bens e
direitos.
O valor desembolsado pode ser considerado como despesa até o limite do maior entre:
50% do lucro líquido do período após a dedução da contribuição social e antes do IR;
Diferentemente dos dividendos, que representam uma parcela do lucro líquido da empresa do
mesmo exercício, os juros sobre o capital próprio representam aqueles que incidem sobre os
lucros não distribuídos pela empresa em exercícios anteriores e mantidos sob a forma de reservas
de lucros.
Embora não seja obrigatória a distribuição de juros sobre o capital próprio, as empresas a realizam por
considerá-la vantajosa. A vantagem para empresa consiste no benefício scal de poder contabilizá-la como
despesa, o que reduz o lucro tributável (a base de cálculo do Imposto de Renda – IR) e, consequentemente, o
imposto de renda a pagar. Os acionistas são tributados à alíquota de 15% de IR recolhidos na fonte. O valor dos
juros pago aos acionistas pode ser imputado pelo seu valor líquido de IR ao total dos dividendos obrigatórios.
O preço da ação, após seu pagamento ao acionista, sofre o mesmo efeito que ocorre no pagamento dos
dividendos, reduzindo seu valor de mercado no montante aproximado dos juros sobre o capital próprio por
ação, passando a ser negociado ex-juros.
Boni cação
Uma boni cação ocorre quando a empresa realiza um aumento de capital via emissão e distribuição de
ações aos atuais acionistas por incorporação de reservas de lucros ou de capital.
Ela não envolve captação de recursos. Eventualmente, a empresa pode optar por distribuir essas reservas de
lucros (ou parte delas) em dinheiro, gerando a chamada boni cação em dinheiro.
A participação dos acionistas nessa emissão de ações é proporcional à posição acionária existente no momento
em que a assembleia de acionistas decide conceder a boni cação.
Como não ocorre qualquer modi cação na estrutura econômico- nanceira da empresa (somente a
reclassi cação contábil), a boni cação não afeta o valor da empresa no ato da boni cação, mas
futuramente pode afetar o preço da ação devido ao maior número de ações no mercado e
consequente diluição de lucros (dividendos mais baixos por ação).
Quando um lote-padrão de negociação – 100 ações – cujo valor em bolsa atinge R$ 10 recebe uma
boni cação de 300%, implica que, para cada ação possuída, o acionista receberá gratuitamente
mais três ações da mesma espécie. Assim, o lote-padrão de 100 ações poderá ser negociado por
R$ 2,50, uma quantia mais acessível, o que amplia o número de investidores interessados em
comprar ou vender.
Direito de Subscrição
A subscrição representa um direito de preferência dado aos acionistas, por um determinado período, não
inferior a 30 dias, na aquisição das novas ações, em uma proporção percentual equivalente às suas
posições acionárias, a um preço preestabelecido, geralmente inferior ao preço da ação vigente no
mercado de bolsa.
Este direito é também chamado de bônus de subscrição e equivale a uma opção de compra (call) para o
investidor. Ele pode surgir como um benefício aos acionistas, caso o preço de subscrição seja inferior ao preço
de mercado, de forma que os acionistas estão recebendo uma espécie de "desconto". Caso o preço seja
equivalente ou superior ao de mercado, esse direito não representará uma vantagem, uma vez que inexiste
condição diferenciada em relação aos não acionistas da empresa.
Quando a empresa lança uma subscrição de ações, ela anuncia uma série de condições, sendo as principais o
número de ações colocadas à venda e o preço de subscrição destes papéis, que resultam no valor total da
operação, além do cronograma da subscrição. Assim, o acionista acaba sendo informado de duas variáveis
importantes: qual a proporção de novas ações que sua posição já existente dará direito e a qual preço elas estão
sendo oferecidas.
Uma empresa possui capital atual de R$ 1 bilhão, composto por 250 milhões de ações, valendo R$
4 cada. A empresa agora decide aumentar seu capital em R$ 500 milhões, com as novas ações
sendo ofertadas a R$ 3,50 cada. Neste caso, cada acionista terá direito a subscrever ações
equivalentes a 50% de sua posição atual a um preço abaixo do valor de mercado, o que
certamente signi ca um benefício.
O direito de preferência de subscrição do acionista tem como principal objetivo permitir que os
atuais acionistas da empresa mantenham a sua participação acionária em caso de aumento de
capital. Caso o acionista opte por não subscrever as novas ações, pode-se dizer que sua
participação acionária foi diluída.
O acionista atual não é obrigado a participar da subscrição. Porém, ele pode vender esse
direito a outro investidor.
No exemplo anterior, o investidor pode comprar as novas ações a R$ 3,50, quando os papéis valem
R$ 4. Ele pode, então, negociar esse ganho de R$ 0,50 por ação e vendê-lo com algum desconto a
outro investidor.
Ele poderia vender esse direito por R$ 0,20/ação. Assim, ele ganharia R$ 0,20 para cada
direito de subscrição vendido e o comprador desse direito poderá adquirir a ação por R$
3,50, quando o preço do papel é de R$ 4.
Para esse comprador, como ele gastou R$ 0,20 por ação, o ganho que terá com a
subscrição será de R$ 0,50 (valor do benefício inicial) – R$ 0,20 (custo para aquisição desse
benefício) = R$ 0,30/ação.
O acionista que não efetuar a subscrição do bônus na data ou dentro do período estipulado perderá seu direito
e não fará jus à restituição do valor pago antecipadamente. Dessa forma, o bônus dá ao acionista, que acredita
no futuro da empresa em que investiu, a garantia de subscrever ações no futuro por um preço predeterminado
(geralmente inferior àquele praticado no momento).
Desdobramento (Split)
Também conhecido como split, o desdobramento representa uma distribuição de novas ações aos atuais
acionistas. Ele desdobra cada ação em uma ou mais ações, aumentando a sua quantidade no mercado e
reduzindo a sua cotação na mesma proporção, sem afetar a estrutura de capital da empresa.
Geralmente ocorre quando a cotação de uma ação ou do lote de ações está sendo negociada a preços muito
elevados, o que di culta sua negociação. Por esse motivo, a empresa opta por realizar o desdobramento das
ações, a m de reduzir sua cotação e aumentar sua liquidez em bolsa.
O split é, às vezes, confundido com boni cação, porque nos dois casos há um aumento do número de ações sem
que tenha ocorrido qualquer acréscimo patrimonial.
A diferença é que na boni cação a empresa incorpora reserva de lucros ou reserva de capital e no split
não há nenhuma alteração no balanço da empresa.
Um split de 2 por 1 signi ca que um investidor que possui 200 ações, a R$ 20 cada, passará a ter
400 ações a R$ 10 cada.
Grupamento (Inplit)
Também conhecido como inplit, o grupamento é o contrário do que ocorre no split ou desdobramento. Há
uma diminuição do número total de ações, mantendo-se a proporção entre as classes de ações, não
implicando necessariamente redução da liquidez.
Uma empresa decide realizar o inplit quando deseja reduzir a quantidade de ações em circulação a m de elevar
sua cotação e reduzir sua volatilidade. Também não produz qualquer efeito sobre a estrutura de capital da
empresa.
Um inplit de 100% signi ca que o investidor que possui 200 ações, a R$ 20 cada, passará a ter 100
ações a R$ 40 cada.
Riscos e Despesas
Riscos Inerentes ao Produto
Risco da Empresa
Como uma ação representa uma fração do capital social de uma empresa, seu desempenho está intimamente
relacionado aos resultados e às perspectivas da empresa. Portanto, empresas com indicadores de desempenhos
ruins, tais como baixo lucro líquido ou prejuízo, geração de caixa baixa ou negativa, faturamento em queda,
perspectivas ruins para a companhia e/ou setor, tendem a possuir ações com desempenho desfavorável.
O risco da empresa está ligado ao risco inerente do negócio, incluindo a estrutura competitiva, a gestão, a
loso a da empresa etc. O risco da empresa pode ser considerado como a incerteza de seu resultado
operacional. Por exemplo: empresas de serviços públicos apresentam um uxo operacional razoavelmente
estável e, portanto, seu nível de risco é mais baixo; empresas com receitas utuantes (empresas cíclicas), como
produtores de automóveis, têm risco de negócio mais alto, pois possuem elevado custo xo e,
consequentemente, grande alavancagem operacional.
Risco de Mercado
Este risco re ete a volatilidade dos preços, uma vez que a cotação de uma ação pode oscilar consideravelmente,
seja durante o tempo do pregão, no mesmo dia, ou em períodos de tempo maiores. Ele consiste no risco que os
sistemas econômico, político e social, vistos de forma ampla, impõem à ação.
A volatilidade existe porque a percepção de risco entre os investidores não é idêntica, ou seja, as expectativas
dos investidores sobre os resultados futuros e sobre o valor da empresa são diferentes.
Risco de Liquidez
Refere-se ao risco de não se conseguir vender um ativo rapidamente a um preço justo por falta de demanda no
mercado.
Usualmente, este valor é um percentual que varia conforme o volume operado. Entretanto, as corretoras podem
estipular o valor e algumas chegam a cobrar apenas um valor xo por operação.
Custódia
Serviço de guarda das ações do cliente que a bolsa e as corretoras prestam aos seus clientes.
No serviço de custódia, a Câmara de Ações (antiga CBLC) é a depositária das ações das companhias abertas, na
qual são mantidas custodiadas e identi cadas por um código. Não existe mais a ação materializada em uma
cautela impressa em papel especial, como foi no passado.
Emolumentos
Tarifa de emolumentos é cobrada pela BM&FBOVESPA e varia conforme a natureza do investidor e da
operação, por exemplo, se é uma ordem de day-trade de um clube de investimento ou de um investidor pessoa
física.
Tributação
Imposto de Renda
O ganho líquido é constituído pela diferença positiva entre o valor de venda do ativo e o seu custo de aquisição,
calculado pela média ponderada dos custos unitários.
Mercado à vista
Fato gerador
Base de cálculo
Resultados positivos entre o valor de alienação do ativo e o seu custo de aquisição, calculado pela
média ponderada dos custos unitários, auferidos nas operações realizadas em cada mês.
Alíquota
Retenção e recolhimento
Retido na fonte: da instituição intermediadora da operação que receber, diretamente, a ordem do cliente.
Mensal: do contribuinte.
Compensação
Perdas incorridas poderão ser compensadas com ganhos líquidos de qualquer outra operação "comum"
(inclusive nos mercados de liquidação futura) no próprio mês ou nos meses subsequentes.
Imposto Fonte: deduzido do imposto apurado no próprio mês ou nos meses subsequentes. Caso não seja
compensado durante o ano scal, pode ser recuperado na declaração de ajuste anual da pessoa física.
Isenção
Ficam isentos do imposto os ganhos com vendas mensais iguais ou inferiores a R$ 20.000 para ações, BDR e
ouro.
Na apuração do resultado da operação day-trade são considerados, pela ordem, o primeiro negócio de compra
com o primeiro de venda ou o primeiro negócio de venda com o primeiro de compra, sucessivamente.
O responsável pela retenção e recolhimento do imposto de renda sobre operações day-trade é a instituição
intermediadora da operação que receber, diretamente, a ordem do cliente.
O valor do imposto retido na fonte sobre operações day-trade pode ser deduzido do imposto incidente sobre
ganhos líquidos apurados no mês ou compensado com o imposto incidente sobre os ganhos líquidos apurados
nos meses subsequentes, até o mês de dezembro do ano-calendário da retenção, se houver saldo de imposto
retido.
Day-trade
Day-trade
Fato gerador
Base de cálculo
Alíquota
Mensal: 20%.
Na fonte: 1%.
Retenção e recolhimento
Mensal: apurado em períodos mensais e pago até o último dia útil do mês subsequente.
Retido na fonte: da instituição intermediadora da operação que receber, diretamente, a ordem do cliente.
Mensal: do contribuinte.
Compensação
Perdas incorridas poderão ser compensadas com ganhos líquidos de qualquer outra operação "day-trade"
(inclusive nos mercados à vista) no próprio mês ou nos meses subsequentes.
Imposto Fonte: deduzido do imposto apurado no próprio mês ou nos meses subsequentes. Caso não seja
compensado durante o ano scal, pode ser recuperado mediante pedido formal de restituição à Receita
Federal.
Isenção
Não há.
Observações
Na apuração do resultado da operação de day-trade serão considerados, pela ordem, o primeiro negócio de
compra com o primeiro de venda ou o primeiro negócio de venda com o primeiro de compra,
sucessivamente.
Clube de Investimento em Ações
Trata-se de um condomínio aberto, constituído por, no mínimo, 3 e, no máximo, 50 pessoas físicas para
aplicação de recursos comuns em títulos e valores mobiliários, dentro de regras especí cas estabelecidas
pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM e pelas bolsas de valores.
No Brasil, é regulamentado pelas Resoluções nº 320/2006 da Bovespa e CVM Instrução nº 494 de 2011.
Para formar um clube de investimento, basta um grupo de pessoas fazer o cadastro em uma corretora ou
distribuidora de títulos ou banco, que servirá como apoio na tomada de decisões com relação à carteira
de ações. Quanto à denominação, deverá constar a expressão "Clube de Investimento".
As cotas do clube correspondem a frações ideais de seu patrimônio e devem ser escriturais e nominativas. Elas
conferem iguais direitos e obrigações aos cotistas, sendo vedada a criação de diferentes classes. Nenhum cotista
pode ser titular de mais de 40% do total das cotas do clube.
O clube deve ser constituído por ato do administrador e seu funcionamento depende de registro em entidade
administradora de mercado organizado, que deve regulamentar a atuação e manter os controles cabíveis sobre
as atividades dos clubes nela registrados.
A distribuição de cotas de clubes independe de registro na CVM, mas deve ser realizada por
intermédio de integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários. É vedada a
busca de cotistas com a utilização de serviços públicos de comunicação, como a imprensa, o
rádio, a televisão e as páginas abertas ao público na internet, bem como por envio de malas
diretas, inclusive por meio eletrônico.
O clube deve possuir estatuto social (com política de investimentos, prazos mínimos de carência, regras para
entrada, taxas de administração etc.) registrado em bolsa de valores. O estatuto social deverá dispor sobre as
seguintes matérias:
regras de aquisição, transferência e resgate de cotas, inclusive quanto à eventual existência de prazo de
carência;
O clube de investimento terá prazo de duração indeterminado, salvo se, em sentido contrário, dispuser seu
estatuto social.
Composição da Carteira
A carteira do clube de investimento deve possuir no mínimo 67% de seu patrimônio líquido investido em ações,
bônus de subscrição, debêntures conversíveis em ações de companhias abertas, recibos de subscrição,
cotas de fundos de índices de ações negociados em mercado organizado e certi cados de depósitos de
ações.
Com menos exigências de controles, os custos dos clubes são reduzidos em comparação aos fundos de
investimento. A manutenção também é barata e simples.
Acessibilidade
Qualquer pessoa pode aplicar, mesmo que não tenha grandes recursos.
Regularidade
Aplicando-se em clubes, cria-se o hábito de investir mensalmente. Os investidores dos clubes de investimento
conseguem fazer com que suas aplicações mantenham-se teoricamente na média, considerando que não é
possível prever o melhor momento de investir.
Diversi cação
Outra vantagem é que com um volume maior, originado pela soma dos recursos de cada integrante do clube,
é possível diversi car a aplicação, investindo em ações de diferentes empresas e setores da economia, com
custos de transação proporcionalmente menores.
Participação direta
Os clubes de investimento permitem que os envolvidos participem diretamente da sua gestão. Embora
demande tempo e exija certa disciplina, constitui excelente forma de aprender como funciona o mercado.
O clube é um bom caminho para se iniciar no mercado de ações – os riscos são divididos e o poder de decisão
está bem mais próximo dos investidores do que em um fundo de ações administrado por um banco.
Em geral, os clubes são coordenados por corretoras de valores, fato que não impede a atuação mais ativa de
seus membros, mas que impõe certa distância entre investidor e mercado.
Para o investidor que deseja aproveitar as vantagens de um clube, mas não tem um grupo formado, as
instituições possuem carteiras abertas a novas aplicações até que o limite de cotistas seja atingido. Nesse caso, o
interessado deve procurar o produto que mais se assemelha ao seu per l. Vale lembrar que o risco do
investimento através de um clube é correspondente ao do mercado acionário e dos mercados nos quais o clube
investe.
Renda Variável
Renda Variável
Certi cados ou Recibos de Depósito de
Valores Mobiliários
Brazilian Depositary Receipts – BDRs
Com a Resolução CMN nº 2.318, de 26 de setembro de 1996, criou-se um mecanismo no Brasil, semelhante ao
Depositary Receipt, destinado às empresas estrangeiras que queiram colocar seus valores mobiliários no
mercado brasileiro. Com isso, investidores brasileiros passaram a ter um novo meio para aplicar seus recursos
em empresas estrangeiras.
Os BDRs são conceituados como certi cados representativos de valores mobiliários de emissão de
companhia aberta ou assemelhada, com sede no exterior, emitidos por instituição depositária no Brasil.
A instituição depositária é aquela autorizada a funcionar pelo Banco Central – Bacen e pela Comissão de Valores
Mobiliários – CVM para emitir no Brasil os correspondentes BDRs, com base nos valores mobiliários custodiados
no exterior.
Assim, a instituição depositária emite BDRs lastreados em valores mobiliários emitidos por companhias abertas
estrangeiras. Estes cam em seu país de origem, sob custódia de uma instituição custodiante. Somente são
aceitos valores mobiliários de emissão de companhias abertas ou assemelhadas com sede em países cujos
órgãos reguladores tenham celebrado com a CVM acordo de cooperação, consulta, assistência técnica e
assistência mútua para troca de informações.
Além disso, nos programas de BDRs que exigem o registro da companhia emissora dos valores mobiliários
(Níveis II e III), é necessário designar o representante legal da companhia no Brasil, com plenos poderes para
tratar quaisquer questões. Assim como nos Estados Unidos, existem níveis diferenciados de BDRs.
Tipos de BDRs
BDRs Nível I
Os BDRs Nível I, como os ADR Nível I, são negociados exclusivamente em mercado de balcão não
organizado, em um mercado secundário. Nessa listagem, há a dispensa de exigência de prestar
informações que são obrigatórias no Brasil e que não são necessárias em seu país de origem.
Como essas empresas não necessitam adequar-se a várias regras brasileiras, seus certi cados são de aquisição
exclusiva por instituições nanceiras, por demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, por
empregados da empresa patrocinadora ou de sua subsidiária, por companhias seguradoras e sociedades de
capitalização, por pessoas jurídicas com patrimônio líquido superior a R$ 5 milhões e por carteiras de valores
mobiliários com valor superior a R$ 500 mil, geridas discricionariamente por administrador autorizado pela CVM
e por empregados de empresa patrocinadora ou de sua subsidiária.
BDRs Nível II
Já no Nível II, os certi cados são negociados em bolsa de valores, em mercado de balcão organizado ou
em sistema eletrônico de negociação. As empresas que fazem a sua emissão devem fazer seu registro na
CVM.
Segundo a BM&FBOVESPA, o pedido de registro de companhia deverá ser instruído com uma série de
documentos e informações, nos termos da Instrução CVM 331/2.000, destacando-se que a companhia deverá
designar representante legal no Brasil e que as demonstrações nanceiras devem ser ajustadas e adaptadas ao
ambiente contábil brasileiro.
Conforme a BM&FBOVESPA, somente será registrado o programa de BDRs Nível III quando for simultânea a
distribuição de valores mobiliários no Brasil e no exterior, e será exigido o cumprimento da Instrução CVM
13/1.980 e das demais normas aplicáveis à distribuição de valores mobiliários. Assim como no Nível II, o pedido
de registro de companhia deverá ser instruído nos termos da Instrução CVM 331/2.000.
As remessas para o exterior têm como limite o valor da alienação dos Certi cados de Depósito de Valores
Mobiliários (Brazilian Depositary Receipts – BDRs) nos mercados supervisionados pela CVM, deduzidas as
despesas correspondentes.
Se houver irregularidade na alienação, a instituição responsável pela venda responde solidária e ilimitadamente
perante o Banco Central pela operação de câmbio ilegítima. Portanto, quanto aos aspectos cambiais, os valores
a serem remetidos ao exterior para a compra dos valores mobiliários não podem ultrapassar o preço de venda
dos BDRs no mercado interno brasileiro.
Caso a instituição depositária decida alienar os referidos valores mobiliários sob custódia no exterior, os BDRs
correspondentes devem ser cancelados e os recursos apurados na alienação devem reingressar no Brasil em, no
máximo, cinco dias úteis a partir do referido cancelamento.
É expressamente vedada a transferência de tais recursos para outras modalidades de investimento no exterior.
A instituição custodiante, a instituição depositária, a sociedade corretora de títulos e valores mobiliários e o
banco operador de câmbio respondem perante o Banco Central do Brasil, a CVM e a Secretaria da Receita
Federal por qualquer irregularidade nas operações de BDRs, inclusive aquelas de natureza tributária.
A BM&FBOVESPA, em seu caderno de estudos sobre BDR, resumiu as principais características deles no seguinte
quadro:
NI NII NIII
X X
NI NII NIII
X
NI NII NIII
X
NI NII NIII
X X
NI NII NIII
X
Há necessidade de adaptação das demonstrações nanceiras ao padrão contábil brasileiro.
NI NII NIII
X X
NI NII NIII
X
NI NII NIII
X X
NI NII NIII
X
Estes certi cados são emitidos por uma instituição nanceira denominada "depositária" dos recibos (nos
Estados Unidos), tendo como lastro valores mobiliários emitidos pelas respectivas empresas em seus países. O
lastro ca depositado em uma instituição de custódia do país emissor.
Os ADRs representam, de forma indireta, o capital social da empresa. A instituição nanceira é responsável pela
segurança da emissão. Os ADRs são negociáveis em bolsa de valores ou em mercado de balcão organizado,
dependendo do tipo de programa. Apesar de serem preci cados em dólares americanos, compradores dos
ADRs estão sujeitos ao risco da moeda.
Há quatro tipos de ADRs que se diferem pelo objetivo da empresa em relação à emissão, quantidade de
exigências feitas pelas autoridades nacionais, como a nossa CVM, e internacionais, como a Security Exchange
Commission – SEC (a CVM norte-americana), a saber:
ADR Nível I
É negociado apenas no mercado de balcão norte-americano, também denominado Over-the-counter – OTC, e
não nas bolsas de valores. É o que possui o menor nível de exigências regulatórias e de divulgação. A criação
de um programa de ADR Nível I é considerada o primeiro passo dado pelos emissores para ingressar no
mercado de ações americano. Seguem, abaixo, suas características principais:
Tem o objetivo simples de colocar ações no mercado norte-americano, preparando o terreno para
futuros lançamentos primários.
É o método mais simples, pois não precisa atender a todas as exigências da SEC.
ADR Nível II
É negociado nas bolsas de valores dos EUA, assim como no mercado de balcão. Também não há lançamento de
ações novas nem registro de oferta pública. As exigências regulatórias e de divulgação são bem maiores que
as de um programa Nível I, já que são exigidos a elaboração e o arquivamento do Formulário F-6 na ocasião do
registro, e, a partir de então, dos Formulários 6-K para todos os fatos relevantes e releases publicados em seu
país de origem, além do Relatório Anual Formulário 20-F, que é elaborado em US GAAP. Seguem, abaixo, suas
características principais:
Atende totalmente às exigências da SEC, por ser obrigatório o registro do ADR em bolsa de valores.
Há negociação em bolsa.
É mais oneroso.
É lançamento privado.
Segue abaixo quadro com resumo comparativo dos quatro diferentes programas de ADRs:
Distribuição privada
Distribuição pública
Embora não se ocupem da gestão cotidiana da empresa, os acionistas podem in uir sobre suas decisões
estratégicas através do voto em assembleia. Os detentores de ações ordinárias têm direito a um voto por ação e,
eventualmente, as preferenciais com cláusulas especiais de direito de voto.
A deliberação sobre as seguintes matérias compete privativamente à assembleia geral, nos termos
do art. 122 da Lei nº 10.303/01, sendo, dessa forma, indelegável e inderrogável a competência
sobre elas:
Deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a formação
do capital social.
Os artigos 131 e 132 da Lei das Sociedades Anônimas – S/A distinguem as AGO das AGE conforme abaixo:
A Assembleia Geral Ordinária deve ocorrer anualmente, nos quatro primeiros meses seguintes ao término do
exercício social.
Assembleia Geral Extraordinária – AGE
A Assembleia Geral Extraordinária pode ser convocada para os demais tópicos não listados acima, como
aprovação para fusões, aquisições etc.
A Assembleia Geral Ordinária e a Assembleia Geral Extraordinária poderão ser, cumulativamente, convocadas e
realizadas nos mesmos local, data e hora, instrumentadas em ata única.
Voto
Em caso de falência, o acionista tem o direito a receber a parcela de capital que lhe pertence.
Fiscalização
O acionista tem o direito de scalizar a gestão dos negócios, podendo ter acesso aos documentos e às
decisões tomadas pelos diretores da empresa.
Preferência de subscrição
Quando a empresa aumentar seu capital, o acionista terá o direito de subscrever um número de ações
proporcional à sua participação.
Preferência de retirada
O acionista tem o direito de se retirar da sociedade e de ter o reembolso do valor de suas ações nos seguintes
casos:
Ser detentor de classes prejudicadas, em caso de criação ou aumento de classes de ações existentes,
sem manter proporção com as demais classes de ações preferenciais.
Mudança do objeto social da empresa.
Cisão.
Direito de representação
Acionista Controlador
É o acionista ou o grupo de acionistas que detêm o maior número de ações com direito a voto (ações
ordinárias) na assembleia geral.
Ele tem o poder de utilizar o voto para decidir a estratégia e a direção das atividades da sociedade e é
responsável por eventuais danos causados por atos praticados em função do abuso de poder.
Acionista minoritário
O acionista minoritário pode ser genericamente descrito como aquele que não tem o controle da
companhia, seja porque possui ações ordinárias em quantidade insu ciente para tal, seja porque possui
ações sem direito a voto.
Tem o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações, nas seguintes hipóteses:
criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes, sem guardar
proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo
estatuto;
alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes
de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida;
cisão da companhia;
incorporação de ações;
transferência de controle acionário para o poder público em razão de desapropriação.
Ele é previsto na legislação brasileira e assegura que a alienação direta ou indireta do controle acionário de uma
companhia somente poderá ocorrer sob a condição de que o acionista adquirente se obrigue a fazer oferta
pública de aquisição das demais ações ordinárias, de modo a assegurar a seus detentores o preço mínimo de
80% do valor pago pelas ações integrantes do bloco de controle.
Algumas companhias, voluntariamente, estendem o direito de tag along também aos detentores de ações
preferenciais e/ou asseguram aos detentores de ações ordinárias um preço superior aos 80% exigidos pela lei.
Fontes de informação
Existem várias fontes de informação no mercado de renda variável, entre elas:
Demonstrações nanceiras ao nal do exercício social e da ata da Assembleia Geral Ordinária – AGO.
Preci cação
A determinação do preço de uma ação pode, em linhas gerais, ser obtida através de duas formas de avaliação
principais:
múltiplos;
Fluxo de Caixa Descontado - FCD.
Múltiplos
É uma relação entre indicadores nanceiros e contábeis de uma empresa, por exemplo: lucro líquido,
receitas, valor da empresa, uxo de caixa etc. Empresas que atuam no mesmo setor tendem a ter
múltiplos semelhantes.
Portanto, podemos realizar análises sobre o preço de uma empresa com base na comparação do resultado do
seu múltiplo com o de companhias semelhantes, o que se constitui na base da chamada "análise
fundamentalista". Entretanto, as empresas comparáveis precisam apresentar fundamentos e características
semelhantes.
P/L;
EV/EBITDA.
P/L (Preço/Lucro)
É a medida ou múltiplo mais utilizada para se avaliar a atratividade do preço de uma ação relativamente
ao preço de outras ações, em curto e médio prazo, sobretudo quando se trata de empresas do mesmo
segmento ou setor econômico. A fórmula do P/L é:
preço da ação
P/L =
lucro por ação projetado (LPA)
Considere que duas empresas, A e B, irão distribuir R$ 1.000.000 em lucros a seus acionistas, em
determinado período. Se cada uma tem 100.000 ações emitidas, e o preço de A é R$ 40 e o de B é
R$ 60, podemos calcular:
Lucro por ação: R$ 1.000.000 / 100.000 = R$ 10 por ação.
É importante entender que, para ter acesso ao mesmo lucro por ação (R$ 10), o investidor pagou
R$ 40, pela ação A e R$ 60, pela ação B. Concluímos, então, que o investidor deve priorizar
múltiplos com menor valor, neste caso, a ação A.
Não é considerado válido o índice P/L cujo lucro por ação – LPA seja negativo.
Vantagens:
Desvantagens:
Para uma mesma empresa que tem ações ordinárias e preferenciais cotadas em bolsa, haverá, portanto, dois
índices P/L correspondentes a cada classe de ação. O índice P/L será mais consistente quanto mais liquidez tiver
a ação em bolsa. Ações com baixa liquidez distorcem a avaliação por múltiplos e, nesse caso, o critério mais
indicado é com base no valor econômico.
Assim, quanto menor o índice ou quociente obtido, maior a atratividade de se investir
naquela empresa ou ação (presume-se que a ação está barata).
Atenção
Uma ação A com P/L = 30 pode estar relativamente mais barata em relação a uma ação B
com P/L = 3, dependendo das variáveis envolvidas de risco, retorno e crescimento de lucros
da empresa.
Atenção também à usual falta de fundamento comparativo de múltiplos: o mercado já
pagou P/L de 10 por esta ação e hoje está apenas 5, logo, o papel pode dobrar de preço no
longo prazo.
Em geral, o momento do ciclo da empresa ou da economia é fundamental na análise de
múltiplos.
Entretanto, nos setores cíclicos, o índice P/L médio das ações das empresas que compõem, principalmente, o
setor de commodities é mais baixo do que o P/L médio do mercado como um todo, devido ao risco de os preços
das commodities sofrerem bruscas alterações, afetando diretamente o resultado das companhias desse setor
(exemplo: companhias petrolíferas internacionais cujo preço de venda de seus produtos está balizado pelo
preço internacional do petróleo).
Nas empresas pouco cíclicas (como cigarros e concessionárias de serviços públicos), os investidores estão
dispostos a pagar um preço relativo (P/L) maior do que a média do mercado porque além dos resultados serem
menos voláteis, essas empresas pagam um elevado payout (maiores dividendos).
Valor da Empresa/EBITDA
Múltiplo que relaciona o valor da empresa (ações e dívidas) com seu resultado operacional. É um
indicador do tempo de retorno (anual) para se reaver o investimento feito na ação e também é a interpretação
do resultado equivalente ao P/L.
VE/EBITDA
Valor de
Valor da Endividamento
= mercado da +
empresa – VE bancário líquido
companhia
Sendo:
Quando o assunto em questão é análise de empresa, a geração de caixa é de extrema importância, pois é
através dela que se mede a capacidade de produzir recursos. Vale lembrar que o lucro é um importante
indicador. Contudo, na maioria das vezes, ele é afetado por valores exógenos à atividade da empresa, tais como:
variações cambiais e resultados não operacionais (ex.: vendas de ativos).
Neste sentido, a geração de caixa, que trata do desempenho da empresa levando em consideração somente os
ganhos gerados em sua atividade principal é de extrema importância, o que nos leva a um estudo mais
aprofundado do balanço. Sendo assim, destacamos a forma mais habitual para o cálculo da geração de caixa, a
chamada Geração de Caixa na Atividade ou EBITDA (Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and
Amortization), cujas iniciais, traduzidas, signi cam: Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização –
LAJIDA.
O EBITDA é também conhecido como a geração bruta de caixa. Sua vantagem sobre o lucro
líquido é a de que ele permite uma melhor comparação entre empresas de diferentes
setores e de diferentes países.
Assim como o múltiplo P/L, espera-se que o múltiplo EV/EBITDA de empresas de mesmo setor
também resulte em números próximos. Além disso, o EV/EBITDA se constitui em mais um múltiplo
utilizado por analistas fundamentalistas.
Em linhas gerais, quanto menor o EV/EBITDA de determinada empresa, mais atrativa estará a ação
dessa empresa.
A Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC passou a ser um relatório obrigatório pela contabilidade para
todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000.
De forma condensada, esta demonstração indica a origem e a aplicação de recursos de uma empresa em
determinado período. Assim como a Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração
dinâmica e também está contida no balanço patrimonial.
A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram as saídas e entradas de dinheiro no caixa durante o
período e o resultado desse uxo.
Basicamente, o relatório de uxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:
Vantagens:
Desvantagens:
Análise Técnica
Através do estudo do comportamento do grá co de uma ação, o analista técnico antecipa os movimentos
ou descobre tendências para os preços desta ação, não estando preocupado com as causas das
mudanças, mas com a mudança em si.
Apesar de muitos investidores seguirem somente esta abordagem por sua suposta facilidade na estimação das
tendências para os preços das ações, esta escola pode ser utilizada conjuntamente com a escola
fundamentalista, visando o market timing, ou seja, a escolha do momento adequado para se comprar ou vender
a ação de uma determinada empresa.
Características:
Vantagens:
É fácil e rápida.
Não requer dados contábeis da empresa e ajustes analíticos para diferenças de métodos contábeis.
Incorpora razões psicológicas e econômicas para mudanças de preços.
Indica quando comprar ou vender uma ação.
Análise Fundamentalista
Baseia-se nos resultados setoriais e especí cos de cada empresa, dentro do contexto da economia
nacional e internacional. É fundamental para a escolha de ações a serem adquiridas (stock picking) e, como
consequência, a determinação de quais ações devem ser vendidas em um determinado intervalo de tempo.
Características:
As duas escolas têm por objetivo determinar o que comprar/vender e quando fazer isso.
Contudo, utilizam abordagens claramente diferentes para atingir esse objetivo.
Idade aproximada
Fundamentalista
30 anos.
Técnica
100 anos.
Origem
Fundamentalista
Acadêmica.
Técnica
Pro ssional.
Usuário
Fundamentalista
Administradores de fundos e investidores a longo prazo.
Técnica
Especulador.
Pergunta
Fundamentalista
Por quê?
Técnica
Quando?
Análises
Fundamentalista
Econômico- nanceira.
Técnica
Grá co.
Hipóteses Básicas
Fundamentalista
Existe um valor real ou intrínseco para cada ação que está diretamente correlacionado com o desempenho
da empresa.
Técnica
Os preços das ações se movimentam em tendências e existe uma dependência signi cativa entre as
oscilações dos preços que se sucedem.
Objetivos
Fundamentalista
Determinar o real valor de uma ação.
Técnica
Determinar a tendência de evolução das cotações em curto prazo, a m de se aproveitar das rápidas
oscilações para auferir ganhos de capital (vender as ações por um preço superior ao da compra).
Outra diferença entre as análises técnica e fundamentalista é a premissa sobre a velocidade que novas
informações são incorporadas ao preço de uma ação. Os técnicos acreditam que a reação é lenta e os
fundamentalistas acreditam que os preços se ajustam rapidamente.
Governança Corporativa
Governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os
relacionamentos entre acionistas ou cotistas, credores, conselho de administração, diretoria, auditoria
independente, conselho scal, empregados e todos aqueles que, de forma direta ou indireta, relacionam-
se com a empresa.
A falta de transparência na gestão e a ausência de instrumentos adequados de supervisão das companhias são
apontadas como as principais causas da falta de interesse dos investidores no mercado de renda variável.
O Novo Mercado foi instituído pela Bovespa com o objetivo de fortalecer o mercado de capitais nacional e de
atender aos anseios dos investidores por maior transparência de informações com relação aos atos praticados
pelos controladores e pelos administradores da companhia.
Ao lado das listadas no Novo Mercado, as companhias podem ser distinguidas como de Nível 1 e de Nível 2,
dependendo do grau de compromisso assumido em relação às práticas de boa governança. São os chamados
Níveis Diferenciados de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA, criados com a nalidade de incentivar e de
preparar gradativamente as companhias para aderirem ao Novo Mercado e de proporcionar maior destaque
aos esforços da empresa na melhoria da relação com investidores, elevando o potencial de valorização dos seus
ativos.
Nível 1 e Nível 2
Novo Mercado
O Novo Mercado é um segmento da BM&FBOVESPA com regras de listagem diferenciadas, destinado à
negociação de ações emitidas por empresas que se comprometem, voluntariamente, a adotar práticas de
governança corporativa e disclosure (divulgação de informações) adicionais e de vanguarda em relação ao
que é exigido pela legislação.
Essas regras, consolidadas no Regulamento de Listagem do Novo Mercado, ampliam os direitos dos acionistas e
melhoram a qualidade das informações prestadas pelas companhias e a dispersão acionária. Ao determinar a
resolução dos con itos societários por meio de uma Câmara de Arbitragem, as regras oferecem aos investidores
a segurança de uma alternativa mais ágil e especializada.
O Novo Mercado é condição necessária, mas não su ciente, para a adoção das melhores práticas de governança
corporativa.
Ele representa mais um ponto de partida do que uma garantia de melhores práticas pelo fato de tal segmento
de listagem não possuir qualquer exigência sobre questões-chaves, entre as quais:
Trata-se, portanto, de uma série de medidas determinantes para avaliação do grau de proteção do investidor e
que, por isso, in uenciam na sua percepção de risco e no custo de capital das empresas.
Seguem abaixo algumas regras do Novo Mercado relacionadas à estrutura de governança e aos direitos dos
acionistas:
O capital deve ser composto exclusivamente por ações ordinárias com direito a voto.
No caso de venda do controle, todos os acionistas têm direito a vender suas ações pelo mesmo preço
(tag along de 100%).
O conselho de administração deve ser composto por no mínimo cinco membros, sendo 20% dos
conselheiros independentes e o mandato máximo de dois anos.
A companhia também se compromete a manter no mínimo 25% das ações em circulação (free oat).
Divulgação de dados nanceiros mais completos, incluindo relatórios trimestrais com demonstração de
uxo de caixa e relatórios consolidados revisados por um auditor independente.
Mas essa divisão não é muito exata e tampouco indica quais instrumentos de renda xa de fato geram a seu
detentor uxos conhecidos antecipadamente. Além disso, nem todo instrumento no mercado pode ser
classi cado dentro de uma ou de outra categoria.
outras instituições (tais como Letra de Crédito, debênture, Certi cados de Recebíveis Imobiliários – CRI,
Cédula de Crédito Bancário, Letra de Crédito do Agronegócio).
Ao negociarem operações com esses instrumentos, as partes envolvidas (o tomador e o investidor) podem ou
não saber antecipadamente qual será a rentabilidade da operação. Tudo dependerá se o título for pre xado ou
pós- xado, se o investidor manterá esse título até o vencimento e se o emissor do título arcará com os
pagamentos.
Estas categorias não são excludentes, podendo um título ser, por exemplo, pós- xado e amortizável, pre xado e
indexado.
Principais Conceitos e Características de
Instrumentos de Renda Fixa
Data de Emissão, Valor Nominal Atualizado e Juros
"Acruados"
A data de emissão de um título é aquela na qual ele foi lançado ou emitido.
O valor nominal é seu valor de face ou valor a ser devolvido ao credor no seu vencimento. É sobre esse valor
que os juros do título são calculados. Nos títulos indexados, o valor nominal é atualizado pelo indexador
de nido. Por exemplo: um título corrigido pela taxa Selic terá seu valor nominal atualizado diariamente pela
taxa do Selic do dia.
Com o passar do tempo, pode-se reconhecer contabilmente os juros do período, de acordo com sua curva – um
processo denominado accrual em inglês. Juros acruados signi cam a apropriação ou o reconhecimento dos
juros de acordo com a curva de juros do título.
(1+ 0,135)
CupomIGPM = – 1 = 0,08095 ou 8,09%
(1 + 0,05)
Para estimar o cupom acima da variação cambial, utiliza-se a mesma fórmula anterior, apenas
substituindo o IGP-M pela variação cambial – VC, conforme abaixo:
Cálculo do CupomVC
(1 + DI)
CupomVC = -1
(1 + VC)
Já as cláusulas de calls e puts são opções de compra ou de venda embutidas nos títulos de renda xa.
Call
O emissor tem a opção de pré-pagamento (resgate antecipado dos títulos) se atendidos os pré-requisitos da
cláusula contratual (após certo prazo, se a taxa de juros estiver abaixo de certo patamar preestabelecido etc.).
Isso ocorre quando as taxas de juros caem e os emissores têm interesse em re nanciar seus empréstimos a
uma taxa mais favorável – recolhendo, portanto, os títulos atualmente em mãos de investidores (através da
opção call) e emitindo novos títulos, a taxas mais baixas. Essa cláusula bene cia o emissor e pode tornar o
título mais barato.
Put
O investidor tem a opção de vender o título ao emissor se o seu preço cair abaixo do de exercício
preestabelecido na cláusula de put. Se as taxas de juros sobem ou o risco do papel aumenta, o seu preço cai.
Essa cláusula protege o investidor e pode tornar o título mais caro.
A principal diferença entre o resgate antecipado e a cláusula de call é que nele o emissor precisa
cancelar os títulos, enquanto na opção de call o emissor pode decidir entre cancelá-los ou mantê-
los em carteira.
Aquisição facultativa
Ocorre quando as taxas de juros caem e emissores têm interesse em re nanciar seus empréstimos a uma taxa
mais favorável – recolhendo, portanto, os títulos atualmente em mãos de investidores (através da opção call) e
emitindo novos títulos, a taxas mais baixas. Essa cláusula bene cia o emissor e pode tornar o título mais barato.
Vencimento antecipado
É uma cláusula no contrato do título de renda xa que permite ao investidor ter seu título resgatado antes do
vencimento, caso o emissor não cumpra as regras estabelecidas na emissão. Essa cláusula protege o
investidor contra uma possível inadimplência do emissor do título.
Cross-default
É a situação em que o emissor de um título está em atraso com outros credores, mas ainda não está em atraso
com o investidor. Ela mostra que o devedor está em má situação nanceira.
Covenants
Os covenants são as cláusulas que estabelecem o que o emissor deve ou não fazer durante a validade do título
emitido. Eles estabelecem algumas condições que, via de regra, visam a aumentar a segurança do investidor de
que o emissor irá arcar com suas obrigações referentes ao título.
Exemplos de covenants:
depósitos de poupança;
depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques destinadas ao registro e controle
do uxo de recursos referentes à prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos,
aposentadorias, pensões e similares;
operações compromissadas que têm como objeto títulos emitidos após 8 de março de 2012 por
empresa ligada.
O total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições
associadas do mesmo conglomerado nanceiro, será garantido até o valor máximo de R$ 250.000,00, limitado
ao saldo existente. No caso de conta conjunta, o valor garantido será dividido pelo número de titulares, sendo o
crédito do valor garantido feito de forma individual, independentemente da relação existente entre os titulares.
Exemplos:
a. Conta conjunta de 4 (quatro) titulares A, B, C e D = saldo de R$ 280.000,00.
Valor garantido = R$ 250.000,00/4 = R$ 62.500,00 por cada titular.
b. Um cliente (A) com 4 (quatro) contas conjuntas (com B, C, D e E) cada uma com saldo de R$ 280.000,00:
Conta AB = R$ 280.000,00
Conta AC = R$ 280.000,00
Conta AD = R$ 280.000,00
Conta AE = R$ 280.000,00
c. Conta conjunta com três titulares, sendo marido/esposa/amigo, com saldo de R$ 280.000,00. O valor
da garantia é, como frisado anteriormente, limitado a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) ou ao
saldo da conta quando inferior a esse limite, dividido pelo número de titulares, sendo o crédito do valor
garantido feito de forma individual:
Amigo
Valor da Garantia
R$ 83.333,33
Racional
R$ 250.000,00 / 3
Marido
Valor da Garantia
R$ 83.333,33
Racional
R$ 250.000,00 / 3
Esposa
Valor da Garantia
R$ 83.333,33
Racional
R$ 250.000,00 / 3
Com a mudança efetuada nas regras do FGC no primeiro semestre de 2013, o cálculo do valor da garantia
no caso de contas conjuntas é o mesmo (explicitado acima), independentemente de os correntistas
possuírem algum tipo de relação (cônjuge ou dependente).
Amigo
Valor da Garantia
R$ 60.000,00
Racional
R$ 180.000,00 / 3
Marido
Valor da Garantia
R$ 60.000,00
Racional
R$ 180.000,00 / 3
Esposa
Valor da Garantia
R$ 60.000,00
Racional
R$ 180.000,00 / 3
e. O mesmo exemplo que o d) mas com saldo de R$ 280.000,00 entre marido, esposa, dependente e
amigo:
Amigo
Valor da Garantia
R$ 62.500,00
Racional
R$ 250.000,00 / 4
Dependente
Valor da Garantia
R$ 62.500,00
Racional
R$ 250.000,00 / 4
Marido
Valor da Garantia
R$ 62.500,00
Racional
R$ 250.000,00 / 4
Esposa
Valor da Garantia
R$ 62.500,00
Racional
R$ 250.000,00 / 4
f. O mesmo exemplo que o e) mas com saldo de R$ 180.000,00 entre dois amigos, esposa e marido:
Amigo 1
Valor da Garantia
R$ 45.000,00
Racional
R$ 180.000,00 / 4
Amigo 2
Valor da Garantia
R$ 45.000,00
Racional
R$ 180.000,00 / 4
Marido
Valor da Garantia
R$ 45.000,00
Racional
R$ 180.000,00 / 4
Esposa
Valor da Garantia
R$ 45.000,00
Racional
R$ 180.000,00 / 4
Se o patrimônio do FGC for insu ciente, em qualquer momento, para a cobertura da garantia prevista, devem
ser utilizados, na seguinte ordem, recursos provenientes de:
Contribuições extraordinárias das participantes de até 50% da alíquota vigente para as contribuições
ordinárias;
Outras fontes de recursos, mediante prévio entendimento entre o Banco Central do Brasil e a
administração do Fundo.
A Resolução CMN 4.469/2016 retirou a garantia ordinária de R$250.000,00 em fundos de pensão e fundos de
investimento, por considerá-los investidores quali cados. A resolução manteve a garantia ordinária para
depósitos à vista, depósitos de poupança, letras de câmbio e CDBs, por exemplo, em instituições como bancos e
sociedades de crédito realizados por pessoas físicas diretamente, mas não há mais a garantia do FGC na
alocação de recursos via fundos de pensão, fundos de investimento, seguradoras e sociedades de capitalização
nesses tipos de produtos, ainda que a cota do indivíduo seja inferior ao mínimo garantido pelo FGC.
Produtos de Renda Fixa
Títulos Públicos
O que são Títulos Públicos?
Os títulos públicos são ativos de renda xa, emitidos pelo Tesouro Nacional, com o objetivo de nanciar o dé cit
público. São considerados os ativos de menor risco da economia de um país e são 100% garantidos pelo
Tesouro Nacional.
Por sua vez, os títulos de mais curto prazo, como por exemplo as LTNs, ou os pós- xados, têm um menor risco
de mercado.
Por outro lado, o preço cai quando negociada com deságio (diminuição da demanda), pagando uma taxa de
juros maior do que meta da taxa Selic.
Como as LFTs são indexadas à meta da taxa Selic, elas representam um investimento recomendável em um
cenário de elevação de taxa de juros, pois sua remuneração cresce com a elevação da taxa. Por sua vez, não
representam um investimento tão rentável em um cenário de baixa de juros, pois o retorno acompanha a queda
das taxas de juros.
Cada título é adquirido com deságio (desconto) e não paga juros intermediários. As LTNs são emitidas pelo
Tesouro Nacional com o objetivo de cobrir o dé cit orçamentário e para realizar operações por antecipação de
receitas.
No mercado brasileiro, a convenção adotada para as taxas é baseada em dias úteis (ano com 252 dias úteis). As
LTNs possuem prazo mínimo de 28 dias. Seus preços unitários são negociados com seis casas decimais e as
taxas são calculadas na forma anual com duas casas decimais, considerando 252 dias úteis.
Nos leilões ou no mercado primário, as LTNs são negociadas em múltiplos de 50 títulos. A quantidade mínima de
leilão é de 50 títulos, não havendo qualquer restrição de quantidade para negociação no mercado secundário.
Na negociação desses títulos, os agentes de mercado consideram o prazo e a taxa de juros, determinando o
valor de compra ou venda do título, denominado de PU – Preço Unitário.
A forma de colocação pode ser direta ou por oferta pública, com a realização de leilões pelo Banco Central –
Bacen.
As Notas do Tesouro Nacional são divididas conforme o indexador que remunera seus detentores. Para
diferenciá-las, são negociadas diferentes séries. A principal delas é a Nota do Tesouro Nacional Série B – NTN-B.
O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral de nida para seis meses, independentemente
da data de emissão do título.
A taxa de juros é de nida quando da emissão do título, em porcentagem ao ano, e é aplicada sobre o
valor nominal atualizado. O prazo de resgate do título é de nido pelo Ministério da Fazenda quando da
emissão do título, por oferta pública ou colocação direta, em favor do interessado. O principal é pago em parcela
única na data de vencimento do título.
Trata-se de um ótimo investimento a longo prazo, pois garante uma rentabilidade real, isso é, acima da in ação,
uma vez que os detentores desse título receberão, além da taxa de juros pre xada, uma remuneração referente
à in ação do período.
O Tesouro Direto possibilita a compra de títulos da dívida pública diretamente pela internet,
com aplicação mínima de R$ 30 (ou 1% do preço unitário de cada título) para compras
normais, ou no segmento Compras Programadas, e máxima de R$ 1.000.000 por mês.
Esse limite não deve ser considerado para cada título separadamente, mas para a carteira de
títulos adquirida pelo investidor durante o mês. Nos meses de vencimento e de pagamento de
juros de títulos adquiridos anteriormente no Tesouro Direto e que ainda estejam na carteira do
investidor, este poderá comprar títulos utilizando seu limite de R$ 1.000.000, mais o valor de
resgate e dos juros dos títulos.
Aplicação Programada
O objetivo da aplicação programada é oferecer mais dinamismo ao programa e comodidade ao investidor,
podendo agendar suas aplicações com antecedência e regularidade.
Para ter acesso a essas funcionalidades, os investidores devem se cadastrar em uma instituição nanceira. Uma
vez cadastrados, poderão fazer seus agendamentos pelo Home Broker da sua instituição nanceira ou por meio
da área segura do próprio site do Tesouro Direto.
A liquidez das aplicações é garantida pelas recompras diárias feitas pelo Tesouro, das 18h às 5h do dia seguinte.
Assim, o investidor pode vender antecipadamente os títulos adquiridos no Tesouro Direto ao Tesouro Nacional,
diariamente.
Sobre os ganhos do capital incide a alíquota de IR dos títulos de renda xa (tabela regressiva), em função do
prazo, e a tabela regressiva de IOF pelos primeiros 30 dias, da mesma forma que nas demais aplicações em
renda xa.
Recentemente o Tesouro Direto alterou os nomes dos títulos públicos negociados em sua plataforma. Os novos
nomes constam na tabela abaixo:
Rentabilidade
Pre xada – de nida pelo deságio sobre o valor nominal
Taxa de juros
Não há
Pagamento de juros
Não há
Rentabilidade
Pós- xada
Taxa de juros
Não há
Pagamento de juros
Não há
Rentabilidade
Indexada à in ação + juros reais
Taxa de juros
De nida quando da emissão
Pagamento de juros
Semestral
NTN-B Principal (Tesouro IPCA+)
Rentabilidade
Indexada à in ação + juros reais
Taxa de juros
De nida quando da emissão
Pagamento de juros
Não há
Rentabilidade
Pre xada – de nida pelo deságio sobre o valor nominal
Taxa de juros
De nida quando da emissão
Pagamento de juros
Semestral
Essa taxa é cobrada proporcionalmente ao período em que o investidor mantiver o título e é calculada até o
saldo de R$ 1.500.000 por conta de custódia.
No semestre, quando a soma do valor da taxa de custódia da BM&FBOVESPA e da taxa do agente de custódia
for inferior a R$ 10, o valor das taxas será acumulado para a cobrança no semestre seguinte, no primeiro dia útil
de janeiro ou de julho, ou na ocorrência de um evento de custódia (pagamento de juros, venda ou vencimento
do título), o que ocorrer primeiro.
Os preços e as rentabilidades dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto podem ser
acompanhados diariamente.
No caso especí co de um título de crédito imobiliário, é o documento para exercício do direito referente a um
uxo de recebimento, proveniente dos pagamentos de nanciamentos imobiliários.
Já os títulos de crédito do agronegócio são vinculados a direitos creditórios originários de negócios realizados
entre produtores rurais, ou suas cooperativas, e terceiros, inclusive nanciamentos ou empréstimos,
relacionados com a produção, comercialização, ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários ou de
máquinas e implementos utilizados na atividade agropecuária.
A LCI é emitida por instituições nanceiras, tais como bancos comerciais, múltiplos e de investimento, além de
sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo e companhias hipotecárias. É
regulamentada pela Lei nº 10.931/2004 e pela Circular do Banco Central nº 3.614/12.
Dessa forma, em caso de inadimplência, a execução da garantia (objeto nanciado) é muito mais
ágil, o que confere maior segurança aos credores e, consequentemente, foi um dos principais
motivos que levou à grande expansão do crédito imobiliário no Brasil.
Os títulos podem ser garantidos por um ou mais créditos imobiliários, mas a soma do valor principal das LCIs
emitidas não pode exceder o valor dos créditos imobiliários em poder da instituição emissora.
Prazos: o prazo das LCIs não pode ser superior ao dos créditos imobiliários que as têm como lastro.
taxa pós- xada, indexada ao DI – Depósito Inter nanceiro (ou Interbancário), principal referência para
avaliação de investimentos de Renda Fixa no mercado brasileiro, à taxa Selic, à taxa ANBIMA, à TJLP
(Taxa de Juros de Longo Prazo – de nida pelo Conselho Monetário Nacional e utilizada como base para
cálculo de taxas de linhas de crédito do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social) ou TBF (Taxa Básica Financeira – utilizada no cálculo da rentabilidade da TR, Taxa Referencial).
indexada à TR; neste caso a LCI poderá prever reajustes com periodicidade mensal somente se for
emitida com prazo superior a 36 meses, podendo haver resgate antecipado, desde que haja
cancelamento do título.
indexada a índice de preços, devendo ser observado:
Se o prazo for inferior a 36 meses, a periodicidade de atualização deve ser igual ou superior a
um ano. O pagamento de juros e a amortização realizados em períodos inferiores a um ano
devem ter como base de cálculo o valor nominal, sem considerar a atualização monetária.
Vantagens e riscos: as LCIs conferem aos seus detentores direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o
caso, atualização monetária. Quando comparadas aos fundos de renda xa e ao CDB, a isenção de imposto de
renda para pessoas físicas torna o investimento em LCIs mais atrativo. Além disso, diferentemente das Letras
Hipotecárias – LH, a LCI conta com o instrumento de alienação duciária, que permite a execução mais rápida de
garantias (imóvel) em caso de inadimplência.
Uma LCI, em um prazo de 180 dias, que promete rendimento de 90% do CDI, garante esses 90%. Para um CDB
com a mesma rentabilidade líquida, seria necessário um rendimento bruto de 116,13% (difícil de encontrar),
uma vez que há cobrança de imposto de renda sobre ganhos auferidos em CDB.
CDI Líquido
90%
IR (alíquota)
22,5%
CDI Líquido
90%
IR (alíquota)
20%
CDI Líquido
90%
IR (alíquota)
17,5%
CDI Líquido
90%
IR (alíquota)
15%
Porém, uma LCI com prazo de vencimento de seis meses possui liquidez reduzida quando comparada ao CDB
que permite ser liquidado de forma antecipada. Portanto, a diferença de rentabilidade remunera a menor
liquidez do título. Além disso, por ser um título privado, há risco de inadimplência pela instituição emissora.
Ambos os produtos possuem garantia do FGC.
A LCA requer um investimento inicial alto (de R$ 30 a R$50 mil dependendo da instituição). Os valores não são
liquidados diariamente, portanto existe um prazo determinado para ter restituição do capital investido. O risco
primário da LCA é da instituição nanceira. Ela conta com a garantia do emissor e com o adicional do lastro de
operação de crédito rural a qual pertence. Passou a ter prazo mínimo de:
Criados pela Lei nº 11.076, esses papéis têm como um de seus atrativos o fato de que os investidores pessoas
físicas têm seus rendimentos isentos de Imposto de Renda. Outro diferencial é o fato de as LCAs emitidas a
partir de maio de 2013 terem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos – FGC até o limite de R$ 250 mil
por investidor.
Risco de Mercado
O risco de mercado está associado a riscos de variações de preços do ativo. Via de regra, as aplicações em LCI
são levadas até o vencimento e, portanto, esse risco é atenuado. No caso do CRI, caso o investidor deseje
resgatar seus recursos, estará sujeito a esse risco.
Risco de Liquidez
O risco de liquidez está associado à facilidade com que ativos são convertidos em dinheiro. A maioria das LCIs
não têm liquidez, isso é, só podem ser resgatadas no vencimento. Já os CRIs podem ser negociados em mercado
secundário, mas a liquidez é relativamente baixa, uma vez que são registrados poucos negócios em ambientes
secundários.
LCI x LCA
Eles são padronizados e registrados na Cetip, sendo negociáveis nas mesas de operação dos bancos.
Certi cado de Depósito Bancário – CDB
O que é Certi cado de Depósito Bancário – CDB
Os Certi cados de Depósito Bancário – CDBs são títulos de renda xa emitidos por bancos comerciais e
de investimento.
Podem ser vistos como um depósito bancário, já que o investidor está emprestando o dinheiro para o banco e
recebendo em troca um título que contempla a devolução, acrescido do pagamento de juros. Ele representa
promessa de pagamento nominativa endossável à ordem, de importância depositada em banco, acrescida do
valor da remuneração ou lucratividade convencionada até o vencimento.
Um CDB pode ser resgatado antes do seu vencimento, mas, para isso, o investidor terá de vendê-lo ao banco.
Além de interrompido o investimento, o banco deverá pedir um prêmio para comprar o papel, o que é sempre
desvantajoso para o investidor.
No caso dos pre xados, cujas taxas são de nidas no momento da aplicação, não há prazo mínimo ou máximo.
Existem no mercado CDBs pré- xados com vencimento de 2 dias a 5 anos.
Os pós- xados podem ser referenciados às taxas do CDI, TR e Selic. Assim como ocorre com os pre xados, não
há prazo mínimo ou máximo para os CDBs remunerados por taxas utuantes. Essa é a modalidade mais comum
de CDBs e também existem opções com vencimento de 2 dias a 5 anos.
Os indexados estão atrelados a uma série de indicadores, os mais comuns IPCA, e também não tem um prazo
mínimo ou máximo de aplicação.
No caso de CDBs pós- xados, o impacto negativo do resgate antecipado é menor ou inexistente.
Risco de Liquidez
Risco associado à di culdade de se converter o investimento em dinheiro. Os CDBs pós- xados, em sua grande
maioria, possuem liquidez diária. Já os CDBs pre xados podem ser emitidos sem liquidez ou com alguma,
implicando, muitas vezes, penalidades ao investidor no caso de resgate antecipado.
Tributação – CDB
Imposto de Renda
O imposto de renda incide sobre o ganho nominal das aplicações em CDB, cujas alíquotas são iguais às dos
títulos de Renda Fixa (Tabela Regressiva com alíquotas de 15% a 22,5% dependendo do prazo da aplicação).
É a aplicação mais procurada pelo pequeno investidor (de renda mais baixa) devido à segurança oferecida e ao
menor limite mínimo de depósito.
Rentabilidade
A caderneta de poupança paga juros de 0,5% a.m. (equivalente a 6,17% ao ano) mais a variação da Taxa
Referencial – TR. A correção é diferenciada para cada dia, de acordo com a quantidade de dias úteis do mês e a
oscilação da TR.
O rendimento da caderneta de poupança costuma ser igual em todos os bancos, embora alguns ofereçam
atrativos para aplicações por tempo maior, facilidades na tomada de crédito, incluindo juros mais baixos e/ou
prêmios para quem obtiver determinado saldo médio mensal.
Para os depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012, quando a meta da taxa Selic for
8,5% ao ano ou menor, a rentabilidade da poupança será 70% da meta da Selic mais TR.
Ou seja:
Meta da taxa Selic maior que 8,5% Meta da taxa Selic igual ou menor que 8,5%
Como os recursos aplicados na caderneta de poupança possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito e
podem ser sacados a qualquer momento, sua remuneração, em contrapartida, geralmente é inferior a de outras
modalidades de investimentos disponíveis no mercado nanceiro e com risco semelhante, tais como alguns
fundos de investimento e CDB.
Os investimentos em poupança têm rentabilidade em aniversários, a cada 30 dias. Assim, se o investidor retirar
parte do dinheiro aplicado antes do prazo, perderá a rentabilidade do período.
Riscos Inerentes ao Produto
Os recursos investidos na caderneta de poupança são garantidos pelo governo federal para valores de
até R$ 5 mil por poupador em cada instituição nanceira, estabelecido pela Resolução nº 2.169/95, do Banco
Central.
Além dessa garantia, a caderneta de poupança conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito –
FGC em até R$ 250 mil por conglomerado nanceiro e por CPF.
Vale dizer que este é o valor total da garantia oferecida ao conjunto de aplicações nanceiras e saldo em conta-
corrente que o investidor tiver em cada banco.
Exemplo:
Se um investidor tem R$ 130 mil em poupança, R$ 140 mil em CDB e R$ 15 mil na conta-corrente
no banco X, o valor coberto pelo FGC será de, no máximo, R$ 250 mil.
Tributação
O investidor pessoa física não paga Imposto de Renda – IR sobre o rendimento da caderneta de
poupança.
Da mesma forma, pessoas jurídicas sem ns lucrativos, condomínios comerciais e residenciais também são
isentos de tributação sobre ganhos da caderneta
Já as pessoas jurídicas estão sujeitas ao Imposto de Renda sobre ganhos obtidos com aplicações, conforme a
tabela abaixo:
Geralmente a alíquota de IR incidente sobre cadernetas de poupança é 22,5% devido aos rendimentos serem
trimestrais (180 dias).
O Que São Operações Compromissadas?
As operações compromissadas são operações que envolvem a compra de títulos com compromisso de
revenda assumido pelo comprador, conjugado com o compromisso de recompra do vendedor para data
futura preestabelecida.
Os principais lastros são títulos públicos. Neste âmbito, possuem garantia do FGC as operações
compromissadas que têm como objeto títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa ligada.
Alguns bancos, contudo, têm oferecido aos clientes operações compromissadas com lastro em debêntures
emitidos pela empresa de leasing do conglomerado nanceiro. Essas operações compromissadas geralmente
têm rentabilidade ligeiramente superior à do CDB, pois não contam com a cobertura do FGC.
Como o próprio nome diz, o investidor recebe o compromisso de ter o papel recomprado e, com isso, a maioria
das operações compromissadas vendidas a pessoas físicas possuem liquidez.
Ao vender essas debêntures aos investidores, o banco utiliza esses títulos como lastro
de uma Operação Compromissada. Dessa forma, o banco tem a obrigação de
recomprar as debêntures do investidor, sempre que esse desejar resgatar seu
investimento.
Por sua vez, um consumidor que se dirige a uma concessionária e opta pela aquisição
do automóvel por intermédio de um leasing nanceiro, será bene ciado com esses
recursos que a empresa de leasing levantou com a emissão de debêntures.
Parte dos recursos que a empresa de leasing recebe será utilizado para pagar os juros
das debêntures ao banco e, consequentemente, aos investidores que contrataram a
Operação Compromissada.
*Na operação compromissada, o banco tem o compromisso de recomprar a operação e pagar o
resgate ao cliente.
Renda Fixa para Pessoa Física
As aplicações nanceiras de renda xa são aquelas que permitem ao investidor conhecer, no ato de sua
realização, os critérios de remuneração sobre o valor investido.
Debêntures.
Rendimentos auferidos pela entrega de recursos a pessoa jurídica, sob qualquer forma e título,
independentemente de a fonte pagadora ser ou não instituição autorizada a funcionar pelo Banco
Central do Brasil – BC.
Rendimentos obtidos nas operações de transferências de dívida realizadas com instituição nanceira e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC.
Rendimentos periódicos produzidos por título ou aplicação, bem como qualquer remuneração adicional
aos rendimentos pre xados.
Rendimentos auferidos nas operações de mútuo de recursos nanceiros entre pessoa física e pessoa
jurídica.
Rendimentos auferidos em operações com debêntures, com depósitos voluntários para garantia de
instância e com depósitos judiciais ou administrativos, quando seu levantamento se der em favor do
depositante.
Ganhos obtidos nas operações de mútuo e de compra vinculada à revenda, no mercado secundário de
ouro como ativo nanceiro.
Alíquota
A alíquota de imposto de renda para aplicações de renda xa é determinada conforme a tabela regressiva:
Prazo Alíquota
Para os rendimentos obtidos até 31/12/2004, a alíquota é de 20%. Para rendimentos obtidos
a partir de 1/1/2005, deve-se utilizar a tabela regressiva.
Base de Cálculo
Como regra geral, em se tratando de aplicações nanceiras, a base de cálculo do imposto é constituída pela
diferença positiva entre o valor da venda, líquido do IOF, quando couber, e o valor da aplicação nanceira.
Exemplo:
Investidor aplicou R$ 100 mil em um CDB por 18 dias e resgatou R$ 101 mil.
Como os recursos caram aplicados por menos de 30 dias, incidirá IOF. Conforme tabela desse
tributo, a alíquota para 18 dias é de 40%, que incidirá sobre o ganho de capital, ou seja, sobre o R$
1 mil de diferença entre o valor resgatado (R$ 101 mil) e o valor aplicado (R$ 100 mil).
O imposto de renda incidirá então sobre o ganho líquido de IOF. Como o investidor ganhou R$ 1
mil e pagou R$ 400 de IOF, a base de cálculo para incidência do imposto de renda será de R$ 1 mil
– R$ 400 = R$ 600. Como os recursos caram aplicados por menos de seis meses, a alíquota do
imposto de renda será de 22,5%.
Valor do imposto de renda: (R$ 1 mil – R$ 400) x 22,50%. Logo: R$ 600 x 22,50% = R$ 135.
Portanto, o valor líquido do resgate será: R$ 100 mil + R$ 1 mil (ganho de capital) – R$ 400 (IOF) –
R$ 135 (imposto de renda) = R$ 100.465.
Títulos imobiliários
Certi cado de Recebíveis Imobiliários – CRI e Letra de Crédito Imobiliário – LCI. O eventual ganho de
capital auferido na alienação ou cessão é tributado.
Títulos do agronegócio
Certi cado do Depósito do Agronegócio – CDA, Certi cado de Direitos Creditórios do Agronegócio –
CDCA, Letra de Crédito do Agronegócio – LCA, Certi cado do Recebíveis do Agronegócio – CRA e Cédula
de Produto Rural – CPR. O eventual ganho de capital auferido na alienação ou na cessão é tributado.
À pessoa jurídica que efetuar o pagamento dos rendimentos, nas demais operações; às
instituições ou entidades que, embora não sejam fonte pagadora original, façam o pagamento ou
crédito dos rendimentos ao bene ciário nal.
Vale lembrar que, como regra geral, o imposto deve ser retido no pagamento ou crédito dos
rendimentos, e o prazo de recolhimento é até o terceiro dia útil da semana subsequente àquela
em que ocorreram os fatos geradores.
Demais Títulos de Renda
Fixa
Títulos Privados Bancários
Letra Financeira - LF
A Letra Financeira – LF é um título de crédito nominativo, transferível e de livre negociação.
Pode ser emitida por bancos múltiplos, comerciais e de investimento; sociedades de crédito, nanciamento e
investimento, caixas econômicas, companhias hipotecárias, sociedades de crédito imobiliário ou pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
A remuneração pode ser estipulada a partir de taxas de juros pre xadas, combinadas ou não com taxas
utuantes ou índices de preço. É vedada a emissão com cláusula de variação cambial.
Possui prazo mínimo de 24 meses, sendo vedado o resgate total ou parcial antes do vencimento.
Pode ser recomprada pela instituição emissora a qualquer tempo (desde que por meio de bolsas ou de
mercado de balcão organizado) para permanência em tesouraria e venda posterior, no montante de até
5% do saldo total de letras nanceiras por ela emitidas sem cláusula de subordinação; e 3% do saldo
total de letras nanceiras por ela emitidas com cláusula de subordinação, utilizadas para ns de
composição do Patrimônio de referência.
Possui valor mínimo unitário de R$ 300 mil, se contiver cláusula de subordinação, e de R$ 150 mil, se
não tiver tal cláusula.
A LF, desde seu lançamento em 2010 vem se tornando um importante instrumento de captação de instituições
nanceiras, principalmente pelo prazo maior, comparativamente a outras formas de captação por bancos (como
o CDB, por exemplo).
Desde janeiro de 2011, a Cetip implementou o registro das LFs negociadas por meio de oferta pública,
possibilitando a ampliação das negociações do ativo e do público investidor. Além disso, seguradoras,
sociedades de capitalização e entidades abertas de previdência complementar passaram a poder vincular as LFs
às reservas técnicas.
Os ganhos de capital com LFs são tributados como renda xa, conforme tabela regressiva com o prazo da
aplicação, chegando ao patamar mínimo de 15% para aplicações com mais de 720 dias.
Ao comprar esse título, o investidor deve atentar para o aspecto da liquidez. O prazo de resgate é
determinado na contratação do investimento, mas não poderá ser inferior a 12 meses.
Os DPGEs podem remunerar a taxas pre xadas ou pós- xadas. Assim como CDBs, LCIs e LCAs, a maioria é
indexada ao CDI, oferecendo retornos que variam de acordo com os prazos de vencimento e a classi cação de
crédito dos bancos.
O IR sobre os rendimentos é retido na fonte no resgate. Dessa forma, quanto mais tempo os recursos
permanecerem aplicados, menor será a alíquota do imposto cobrado.
Títulos Corporativos
Debêntures
As debêntures são títulos de renda xa, emitidos por sociedades anônimas não nanceiras que buscam
obter recursos de médio a longo prazo, para nanciar as suas atividades ou quitar dívidas (forma mais
barata e exível de captação de recursos pela empresa). Ou seja, trata-se de uma dívida que a empresa
levanta com investidores e, em troca, paga juros por isso.
Em alguns casos, as debêntures podem ser conversíveis em ações, ou seja, podem conter uma opção de
conversão na data de exercício, através da qual é possível trocá-las por ações da empresa. Dessa forma, o
investidor deixa de ser um credor para ser um acionista da empresa. Contudo, a conversão não é obrigatória
porque, dependendo de quanto estiverem valendo as ações no mercado, a conversão pode não valer a pena.
Debentures Incentivadas
As debêntures incentivadas são títulos de crédito privado com isenção scal (IR), emitidos por empresas que
desejam nanciar seus projetos a um custo mais acessível. Em contrapartida ao benefício scal, o governo exige
que as companhias usem o dinheiro para projetos de infraestrutura. Geralmente a rentabilidade segue uma
taxa pre xada mais a in ação pelo IPCA. Estes títulos não são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito –
FGC, mas apresentam suas garantias próprias.
Rentabilidade
Os rendimentos das debêntures tradicionais têm sido pagos ao nal de seis meses a um ano
e o resgate do principal corrigido por ocasião de seu vencimento.
Além dos juros, a maior parte das empresas emitentes paga os chamados “prêmios”, que representam um
rendimento adicional pago juntamente com juros. Geralmente, são calculados a partir da utilização de outro
indexador ou podem ser simplesmente de nidos com base em um percentual a ser aplicado sobre o principal,
corrigido no dia de seu pagamento. As condições para seu cálculo são repactuadas semestral ou anualmente
pelas partes.
Escritura
A emissão de debêntures é condicionada à outorga de uma escritura de emissão, lavrada por instrumento
público ou particular, assinada pelos representantes legais da sociedade e com a participação do agente
duciário dos debenturistas.
As condições da escritura de emissão terão por base aquelas aprovadas em assembleia geral.
Os atos preliminares à emissão de debêntures são o arquivamento e a publicação da ata da assembleia geral ou
da reunião do conselho de administração, conforme o caso, que deliberou a emissão de debêntures e a
inscrição da escritura de emissão na Junta Comercial.
Registros
Para que uma empresa solicite registro da emissão pública de debêntures, é necessário que tenha registro de
companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários – CVM (Lei nº 6.385, de 1976). Caso contrário, deverá
encaminhar o pedido do referido registro com a solicitação de registro da emissão de debêntures.
A sistemática de registro estabelece os elementos mínimos de informação com base nas decisões de
investimento que possam ser adequadamente tomadas. Serve, também, como proteção para os investidores,
inclusive através da veri cação da legitimidade da emissão de valores mobiliários e da legalidade dos atos
societários e legais que lhe deram origem, não se constituindo, todavia, em atestado de qualidade do
empreendimento.
O Registro de Emissão e Distribuição de Valores Mobiliários é um procedimento que fornece
aos investidores dados sobre os valores mobiliários a serem oferecidos, entre os quais se
destacam: características, volumes, preço, forma e locais de colocação, comissões de
intermediação, agentes de colocação etc.
Tais informações, com aquelas da operação em si e do emissor dos títulos, são consideradas su cientes para
que o investidor possa tomar uma decisão consciente.
Embora a responsabilidade primária sobre as informações prestadas seja do emissor, cabe ao intermediário
líder da colocação, quando houver, revisá-las a m de veri car se são dedignas e su cientes para uma tomada
de decisão pelos investidores.
A CVM poderá examinar situações de dispensa de registro para colocações públicas em um número pequeno de
subscritores, desde que eles se comprometam a não revender os títulos ao público sem solicitar o registro à
comissão.
De acordo com a Lei nº 6.385/76, nenhuma emissão pública pode ser distribuída sem prévio registro na CVM. A
seguir, a empresa emissora contrata os serviços de uma instituição nanceira para auxiliá-la na colocação dos
títulos, bem como na de nição de prazos e de taxas compatíveis com a situação de mercado.
Com a utilização da repactuação, esse título de dívida, tradicionalmente de longo prazo, transforma-se em um
título de médio prazo, dando ainda, aos debenturistas o direito de terem seus títulos recomprados pela
emissora, caso não concordem com as novas condições de remuneração.
Uma vez prevista na escritura de emissão, a repactuação deverá ser estipulada pela assembleia geral
extraordinária ou pelo conselho de administração, que decidirá sobre a modi cação da taxa de juros e do
prêmio, se houver, e sobre o novo prazo para a vigência dessas características. As datas de repactuação deverão
ser previstas na escritura de emissão.
A recompra obrigatória na repactuação constitui uma “obrigação de fazer” da emissora e tem, portanto,
características jurídicas diferentes do vencimento ou do resgate.
Na eventualidade de o conselho de administração ou de a assembleia geral não deliberar sobre as condições de
remuneração aplicáveis ao período subsequente, o agente duciário pode requerer o vencimento antecipado
das debêntures.
Tipos de Garantias
Existem basicamente quatro tipos de garantias, sendo que a diferença entre elas reside no grau de prioridade
que o investidor tem de receber o dinheiro que emprestou em caso de falência da empresa emissora. As
debêntures podem apresentar as seguintes garantias, em ordem decrescente:
Assembleia de debenturistas
Ao tratar das debêntures e, mais especi camente, dos direitos dos debenturistas (que, na verdade, são
propriamente credores e não acionistas da companhia), a lei alude à assembleia dos titulares desses títulos,
estipulando que os debenturistas da mesma emissão ou série podem, a qualquer tempo, reunir-se em
assembleia a m de deliberar sobre matéria de seus interesses.
A convocação é um ato preparatório da assembleia geral. É o veículo por meio do qual os debenturistas
deliberam acerca de matérias que, por disposição de lei, do estatuto social ou da escritura de emissão,
dependem de seu prévio pronunciamento, por serem de interesse da comunhão de que participam. É nesse
foro que eles defendem, também, os seus direitos, embora não estejam obrigados a comparecer.
Somente são válidas as deliberações tomadas em assembleia geral regularmente convocada. Daí a importância
de se observarem os requisitos desse ato preparatório, preliminar, que é a convocação. A lei concede ao
debenturista prejudicado ação para anular as deliberações tomadas em assembleia irregularmente convocada
ou instalada.
Esse quorum não se confunde com o de deliberação. A assembleia deve, primeiramente, reunir-se
regularmente (quorum de instalação), para depois fazer suas deliberações pelas pessoas então
presentes.
De acordo com a Lei das S/A, a assembleia de debenturistas instala-se, em primeira convocação, com a presença
de debenturistas que representem metade, no mínimo, das debêntures em circulação e, em segunda
convocação, com qualquer número.
Essa lei diz, ainda, que a escritura de emissão estabelecerá a maioria necessária, não inferior à metade das
debêntures em circulação, para aprovar modi cação nas condições destas. Portanto, é imprescindível que, até
mesmo em segunda convocação, a instalação da assembleia conte já com os números mais expressivos exigidos
pela lei e pela escritura de emissão.
Assim, uma assembleia destinada a deliberar, por exemplo, sobre mudança nos parâmetros de remuneração
das debêntures que não reunir, em segunda convocação, debenturistas representando a maioria necessária não
poderá deliberar, sob pena de nulidade absoluta. Dessa forma, haverá necessidade de novas convocações, até
que se perfaça aquele quorum.
Notas Promissórias
Uma nota promissória comercial (ou commercial paper) é uma forma de captação de recursos a curto
prazo que pode ser emitida por sociedades anônimas. É uma forma de nanciamento de empresas
parecida com as debêntures (que se diferem das notas promissórias por serem de longo prazo).
As notas promissórias são títulos de dívida sem qualquer espécie de garantia. Sua remuneração é, geralmente,
pre xada1 mediante um desconto sobre o valor de face do título. Caso o investidor não deseje correr o risco de
oscilação de taxa de juros, pode efetuar uma operação de swap com a própria empresa, trocando a
remuneração do título para pós- xada.
O prazo de vencimento para um commercial paper deve ser de no máximo 360 (trezentos e sessenta) dias a
contar da data de sua emissão. Entretanto, qualquer companhia, de capital fechado ou aberto, pode emiti-los
com prazo de vencimento superior a 360 dias, desde que a oferta cumpra as normas de colocação de esforços
restritos e conte com a presença de agente duciário dos titulares das notas promissórias.
Seu valor pode ser calculado descontando-se os uxos de caixa a uma taxa adequada. As notas
promissórias são utilizadas no mercado brasileiro muito mais como um instrumento de garantia
em operações de crédito do que como uma forma de investimento.
A nota promissória deve conter estes requisitos essenciais, lançados por extenso no contexto:
Na data de vencimento, a nota promissória deve ser liquidada. A emissora pode, havendo anuência expressa do
titular, resgatar antecipadamente as notas promissórias. Independente do caso, esse resgate implica a extinção
do título, vedada sua manutenção em tesouraria.
1
No mercado brasileiro, commercial paper pode ser pre xado ou pós- xado (este último é comum, principalmente indexado a
um percentual do Certi cado de Depósito Interbancário – CDI).
Títulos do Segmento Agrícola e
Imobiliário
Títulos do Segmento Agrícola
Cédula de Produto Rural – CPR
A Cédula do Produto Rural – CPR é um título pelo qual o emitente – produtor rural (pessoa física ou
jurídica) ou cooperativa de produção – vende antecipadamente certa quantidade de mercadoria,
recebendo o valor negociado (ou insumos) no ato da venda e comprometendo-se a entregá-la na
quantidade, no local e na data acordados, conforme as condições estabelecidas na cédula.
A CPR foi regulamentada em 22 de agosto de 1994. O emissor (produtor rural ou cooperativa de produção) deve
procurar uma instituição (banco ou seguradora) que dê garantia à CPR. Essa instituição, após análise do cadastro
e das garantias do emissor, acrescenta seu aval ou agrega um seguro, tornando o título mais atraente para o
comprador porque, caso haja uma quebra na safra agrícola, a instituição avalista garantirá a liquidação da
operação com o comprador da CPR.
Posteriormente, ela cobrará do emissor um acordo para a próxima safra ou, em casos extremos, executará suas
garantias.
A CPR pode ser negociada no mercado primário, quando o emitente deseja adiantar recursos para utilizar na
produção de determinada mercadoria agropecuária, e no mercado secundário, quando o adquirente da CPR
deseja negociá-la por meio de sua venda a outro agente interessado.
A negociação pode ser feita por intermédio do mercado de balcão ou da BM&FBOVESPA. Pode-se utilizar,
também, o leilão eletrônico do Banco do Brasil, que interliga as bolsas de mercadorias regionais.
A BM&FBOVESPA criou o Sistema de Registro de Custódia de Títulos do Agronegócio – SRCA, que proporciona o
registro das negociações e informa todos os dados da CPR.
O registro assegura aos compradores a existência e a veracidade das características do título. Desse modo, os
administradores de fundos de investimento podem negociar CPRs tanto no mercado primário como no
secundário, desde que sua remuneração seja atrativa.
É emitido exclusivamente por cooperativas de produtores rurais e outras pessoas jurídicas que exerçam
atividades de comercialização, bene ciamento ou industrialização de produtos e insumos agropecuários ou de
máquinas e implementos utilizados na produção agropecuária.
Com relação à tributação, a CPR, a LCA, o CDCA e os CRA têm rendimentos isentos de
tributação para pessoas físicas (IR e IOF).
Eles foram criados para a captação de recursos dos investidores institucionais, em prazos compatíveis com as
características do nanciamento imobiliário. São equivalentes aos mortgage-backed securities – MBS ou títulos
imobiliários norte-americanos.
A securitização de créditos imobiliários é a operação pela qual tais créditos são expressamente vinculados à
emissão de uma série de títulos de crédito, mediante Termo de Securitização de Créditos, lavrado por uma
companhia securitizadora.
Eles foram regulamentados pela Lei nº 9.514/1997. Sua remuneração é garantida por taxa pre xada, utuante
ou índice de preços.
As aplicações em CRI foram isentas de imposto de renda sobre ganhos de capital da mesma
forma que as Letras de Crédito Imobiliário pela Lei nº 11.033/04. Também há isenção de
imposto de renda sobre os rendimentos para as pessoas físicas.
Os créditos imobiliários destinados a lastrear a emissão de CRI gozam do regime duciário que permite a
estipulação de um patrimônio em separado, destinado única e exclusivamente ao pagamento dos valores
mobiliários aos quais tais créditos serviram de lastro. Esse regime possibilita que uma mesma securitizadora
possua diferentes carteiras de recebíveis, sem que os riscos de uma delas tenham in uência nos das demais.
Nesse sentido, uma vez segregados do patrimônio comum da securitizadora e integrados aos patrimônios
separados, os créditos imobiliários submetidos ao regime duciário não estarão ao alcance de ações judiciais
movidas por credores da companhia.
A securitizadora emite CRI lastreados nos direitos de crédito imobiliário cedidos e os coloca no
mercado.
A securitizadora utiliza os recursos captados para pagar a empresa credora pela cessão dos direitos
de crédito.
Ao longo da operação, o uxo nanceiro dos direitos de crédito é pago diretamente à
securitizadora, que utiliza os recursos para remunerar os investidores de acordo com o estabelecido
no Termo de Securitização.
Possui remuneração por taxa pré ou pós- xada, inclusive por índices de preços, de acordo com o direito
creditório nela representado.
Certi cado de Operações Estruturadas –
COE
De nição e nalidade
O Certi cado de Operações Estruturadas é um misto de renda xa e renda variável, havendo a possibilidade de
proteção do capital investido, e é estruturado com base em cenários de ganhos e perdas selecionados de acordo
com o per l de cada investidor. É a versão brasileira das Notas Estruturadas.
O COE tem um índice de referência, que pode ser índice de preços, de títulos, de valores mobiliários, como o
Ibovespa, de taxas de juros ou de taxa de câmbio, incluindo índices sobre ativos negociados no exterior. A
rentabilidade do COE segue o retorno desse índice de referência, sujeito a algumas condições. Podem ser
emitidos por bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econômicas tendo como
principal característica a captação de recursos por parte dessas instituições nanceiras.
Este instrumento foi criado pela Lei 12.249/10, a mesma que instituiu as Letras Financeiras, mas foi
regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional no segundo semestre de 2013. A Resolução nº 4.263/13 do
Banco Central estabeleceu as características dos COEs.
O COE constitui certi cado emitido contra investimento inicial, representativo de um conjunto único e indivisível
de direitos e obrigações, com estrutura de rentabilidades que apresente características de instrumentos
nanceiros derivativos, emitido sob forma escritural mediante registro em sistemas de registro e de liquidação
nanceira de ativos reconhecidos pelo Banco Central e CVM.
Modalidades
Podem ser registradas as seguintes modalidades do produto, de acordo com sua estrutura de rentabilidades:
Investimento com Valor Nominal Protegido – VNP: investimento cujo valor total dos pagamentos
mínimos previstos ao investidor seja igual ou superior ao investimento inicial. OU seja, o investidor
recebe na data de vencimento no mínimo a quantia investida;
Investimento com Valor Nominal em Risco – VNR: investimento cujo valor total dos pagamentos
mínimos previstos ao investidor seja igual ou superior a uma parcela previamente de nida do
investimento inicial. Neste caso o investidor pode perder o capital investido.
Em qualquer uma das modalidades acima, um investidor nunca deverá fazer um aporte adicional em caso de
cenário adverso.
Índices de preços;
Índices de títulos;
Taxas de juros;
Taxas de câmbio;
Valores mobiliários.
O COE também pode ser referenciado nos seguintes ativos desde que sejam objeto de oferta pública e
negociados de forma ativa e frequente:
Debêntures;
Os tipos de remuneração calculados na moeda de nida no registro ao qual será remunerado o COE podem ser,
mas não se limitam a:
O COE tem vencimento, valor mínimo de aporte, indexador e cenário de ganhos e perdas de nidos pelos bancos
para diferentes per s de investidores.
Os bancos comerciais, as caixas econômicas e os bancos múltiplos sem carteira de investimento cam
dispensados da exigência da contratação de intermediários integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários na distribuição pública de COE de sua emissão, desde que atendido o disposto nesta Instrução.
manter um termo de adesão e ciência de risco, datado e assinado pelo titular, com a seguinte redação:
"Recebi um exemplar do Documento de Informações Essenciais – DIE previamente à aquisição do COE e
tomei conhecimento do seu funcionamento e riscos".
O disposto nos pontos acima pode ser atendido com a disponibilização do DIE e a manifestação do titular,
ambos por meio eletrônico. Estas obrigações cam dispensadas quando:
o COE for negociado em sistema centralizado e multilateral mantido por entidade administradora de
mercado organizado.
Distribuição Pública
São atos de distribuição pública a venda, promessa de venda, oferta à venda ou subscrição, assim como a
aceitação de pedido de venda ou subscrição de COE, de que conste qualquer um dos seguintes elementos:
Considera-se como público em geral uma classe, categoria ou grupo de pessoas, ainda que individualizadas
nesta qualidade, ressalvados aqueles que tenham prévia relação comercial, creditícia, societária ou trabalhista,
estreita e habitual, com a emissora.
conter informações verdadeiras, completas, consistentes e que não induzam o investidor a erro;
ser escrito em linguagem simples, clara, objetiva, concisa e adequada a sua natureza e complexidade;
Caso seja utilizada dispensa devido ao COE ser negociado em sistema centralizado e multilateral mantido por
entidade administradora de mercado organizado, o emissor deve manter versão eletrônica do DIE em endereço
na rede mundial de computadores, em língua portuguesa, sendo que o acesso ao documento não poderá ser
restrito por senhas ou qualquer empecilho ao acesso do público em geral.
aviso de que o recebimento dos montantes devidos ao investidor está sujeito ao risco de crédito do
emissor do certi cado;
os ativos subjacentes utilizados como referenciais e informações sobre os meios de obtenção dos
valores dos índices, taxas ou cotações destes por parte dos investidores;
dados completos sobre todos os cenários possíveis de desempenho do COE em resposta às alternativas
de comportamento dos ativos subjacentes, incluindo aviso de que tais resultados são válidos no
vencimento;
a especi cação dos direitos e das obrigações do titular e do emissor, respectivamente, que possam
in uenciar as condições de remuneração;
aviso sobre as condições de entrega física de ativo subjacente, quando for o caso;
aviso sobre as condições que impliquem na extinção dos certi cados antes do vencimento pactuado,
quando for o caso;
aviso de que o COE não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito - FGC;
indicação das entidades administradoras de mercado organizado que mantêm sistemas de registro nos
quais o COE será emitido;
advertência em destaque com a seguinte redação: "A presente oferta foi dispensada de registro pela
Comissão de Valores Mobiliários - CVM. A distribuição de Certi cado de Operações Estruturadas - COE
não implica, por parte dos órgãos reguladores, garantia de veracidade das informações prestadas ou de
adequação do certi cado à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do emissor ou da
instituição intermediária";
informação sobre qualquer outro fator que possa afetar de forma signi cativa as condições de
contratação da operação;
orientação sobre como encaminhar uma reclamação ou esclarecer dúvidas a respeito do COE.
A formatação, a estrutura e a disposição das informações do DIE não devem diminuir a relevância de nenhum
dos itens constantes dos incisos do caput.
Material publicitário
A utilização de qualquer texto publicitário para oferta, anúncio ou promoção nas ofertas públicas de distribuição
de COE dispensadas de registro, por qualquer forma ou meio veiculados, inclusive audiovisual, deve:
usar linguagem serena e moderada, advertindo para os riscos do investimento, inclusive que o
recebimento dos montantes devidos ao investidor está sujeito ao risco de crédito do emissor do
certi cado;
alertar para a existência do DIE e os meios para a obtenção de um exemplar, além da advertência em
destaque com a seguinte redação: "LEIA O DOCUMENTO DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS ANTES DE
APLICAR NESTE CERTIFICADO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS";
destacar que o certi cado é da modalidade de "Investimento com Valor Nominal em Risco", quando for
o caso;
incluir advertência em destaque com a seguinte redação "A presente oferta foi dispensada de registro
pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM. A distribuição do Certi cado de Operações Estruturadas -
COE não implica, por parte dos órgãos reguladores, garantia de veracidade das informações prestadas
ou de adequação do certi cado à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do emissor ou da
instituição intermediária".
Caso o material publicitário do COE contenha cenários, não poderá ser dado destaque ao melhor cenário em
detrimento dos outros cenários.
a veiculação, com igual destaque e por meio do veículo usado para divulgar a informação original, de
reti cações e esclarecimentos, devendo constar, de forma expressa, que a informação está sendo
republicada por determinação da CVM.
Divulgação de Rentabilidade
As menções a rentabilidades, inclusive no DIE, devem sempre incluir as correspondentes taxas efetivas
expressas em percentual ao ano, com igual destaque.
Toda informação divulgada por qualquer meio, inclusive o DIE, na qual seja incluída referência à rentabilidade
passada de um COE, deve:
apresentar grá co com a evolução do desempenho auferido no momento do vencimento, apurado
diariamente, de certi cados idênticos ao COE sendo ofertado que tenham vencido em um intervalo no
mínimo idêntico ao da duração do COE e cuja data nal seja, no máximo, 30 dias anterior à data de
emissão;
quando a referência for à evolução de preço dos ativos subjacentes do COE, incluir advertência, em
destaque, com a seguinte redação: "Estes valores são meramente ilustrativos e não representam o
desempenho passado do COE";
incluir advertência em destaque com a seguinte redação: "A menção a rentabilidades passadas não é
garantia de rentabilidade futura";
incluir a identi cação clara do período de referência da rentabilidade passada, nomeadamente as datas
inicial e nal;
Tributação
O investidor paga imposto de renda (IR) sobre o lucro conforme o prazo da aplicação, pela tabela regressiva
(como produtos de Renda Fixa).
Notas Promissórias
Uma nota promissória comercial (ou commercial paper) é uma forma de captação de
recursos a curto prazo que pode ser emitida por sociedades anônimas. É uma forma de
nanciamento de empresas parecida com as debêntures (que se diferem das notas
promissórias por serem de longo prazo).
As notas promissórias são títulos de dívida sem qualquer espécie de garantia. Sua remuneração é, geralmente,
pre xada1 mediante um desconto sobre o valor de face do título. Caso o investidor não deseje correr o risco de
oscilação de taxa de juros, pode efetuar uma operação de swap com a própria empresa, trocando a
remuneração do título para pós- xada.
Seu valor pode ser calculado descontando-se os uxos de caixa a uma taxa de desconto adequada. As notas
promissórias são utilizadas no mercado brasileiro muito mais como um instrumento de garantia em operações
de crédito do que como uma forma de investimento.
A nota promissória deve conter estes requisitos essenciais, lançados por extenso no contexto:
Na data de vencimento, a nota promissória deve ser liquidada. A emissora pode, havendo anuência expressa do
titular, resgatar antecipadamente as notas promissórias. Independente do caso, esse resgate implica a extinção
do título, vedada sua manutenção em tesouraria.
No mercado brasileiro, commercial paper pode ser pré ou pós- xado (o pós é comum, principalmente
indexado a uma porcentagem do Certi cado de Depósito Interbancário – CDI).
Imposto de Renda – IR
O imposto de renda incide sobre o ganho nominal das aplicações em notas promissórias, cujas alíquotas são
iguais às dos títulos de renda xa (tributação segundo a tabela regressiva, com a alíquota variando entre 22,5% e
20% devido ao prazo máximo ser 360 dias) e é recolhido pelo emissor no momento do resgate do título ou dos
pagamentos intermediários, se houver.
Atualmente, uma transação com derivativos cobre vários tipos de ativos objeto: taxa de juros, câmbio, valor de
mercadorias, índices de bolsa, relações entre taxas e índices, entre outros. O universo de ativos com
possibilidade de montar um derivativo é muito extenso e, frequentemente, surgem novos instrumentos vindos
da demanda do mercado nanceiro.
Futuros
Um contrato futuro representa um acordo entre vendedor e comprador para entregar e receber certa
quantidade de um ativo por determinado preço para liquidação em uma data futura.
No caso do futuro de índice, por exemplo, o ativo é uma cesta de ações representada pelo Ibovespa. Para
facilitar as atividades dos participantes, a entrega física é substituída pela liquidação nanceira, que deve ser
realizada mediante a utilização do preço do Ibovespa à vista, relativo, nesse exemplo, ao dia de vencimento do
contrato.
Os contratos futuros são padronizados, o que permite a reversão da posição a qualquer momento por meio de
operação inversa. Se o investidor estiver comprado (vendido) X contratos, basta vender (comprar) a mesma
quantidade no mesmo vencimento para zerar a posição.
Conforme a gura abaixo, há convergência do preço futuro ao preço à vista quando se aproxima o
mês de vencimento de um contrato futuro de forma a se evitarem oportunidades de arbitragem.
Na data de vencimento, o contrato futuro deve ser liquidado com as mesmas características do produto no
mercado à vista. A base evolui porque:
O preço futuro e o preço à vista tendem a convergir na mesma direção, embora não necessariamente
na mesma ordem de grandeza e no mesmo tempo, pois expectativas diferentes podem afetar cada um
desses preços de forma diferente.
A base tende a zero à medida que a data de vencimento do contrato futuro se aproxima.
Mercados a Termo
São semelhantes aos mercados futuros pelo fato de serem acordos de compra e venda de um ativo em
uma data futura por preço previamente estabelecido.
No entanto, não são negociados em bolsa com as mesmas características dos contratos futuros, tratando-se de
acordos particulares (não padronizados).
Os contratos a termo não possuem ajustes diários, visto que as partes liquidarão a operação em suas datas de
vencimento pela entrega física ou pela nanceira. Por outro lado, comparados aos contratos futuros, os
contratos a termo possuem menor liquidez.
Por não possuírem ajustes diários, os contratos a termo podem implicar maior risco, principalmente em casos
de variações bruscas nos valores dos ativos objeto. Em vez de serem pagos ajustes diariamente – diluindo,
assim, a possibilidade de trocas nanceiras de somas mais elevadas – o ajuste feito uma única vez no
vencimento pode implicar a troca de valores elevados, representando um risco de crédito.
Aumentar a receita – tomada a decisão de vender uma ação sem a necessidade de uso imediato de
recursos, pode-se optar por uma venda a termo, maximizando ganhos, pois serão recebidos os juros de
um período, além do preço à vista da ação. Esse período (o prazo do contrato) será escolhido pelo
vendedor a termo de acordo com sua programação de aplicações e o seu conhecimento de alternativas
futuras.
Objetivo
Futuros
Proteção contra variações nos preços e especulação sem que haja, na maioria das vezes, transferência das
mercadorias
A termo
Proteção contra variações nos preços, geralmente com entrega do produto contratado
Vantagem
Futuros
Liquidez
A termo
Flexibilidade
Contrato
Futuros
Padronizado
A termo
Não padronizado
Responsabilidade
Futuros
Câmara de compensação
A termo
Partes contratantes
Qualidade/quantidade
Futuros
Estabelecidas pela bolsa
A termo
Estabelecidas pelas partes
Local de negociação
Futuros
Bolsa de futuros
A termo
Estabelecido pelas partes
Sistema de garantias
Futuros
Sempre haverá garantias
A termo
Nem sempre existirá
Vencimentos
Futuros
Estabelecidos pela bolsa
A termo
Negociados pelas partes
Participantes
Futuros
Qualquer pessoa física ou jurídica
A termo
Produtores ou consumidores
Ajuste
Futuros
Diário
A termo
No vencimento
Variações nos preços
Futuros
Diárias
A termo
Não mudam o valor do contrato
Futuros
Pequenos, médios e grandes
A termo
Grandes
Liquidação
Futuros
Durante todo o contrato (ajuste diário)
A termo
No vencimento (ou antes, se o comprador desejar)
Credibilidade
Futuros
Não é necessário apresentar comprovação de boa situação creditícia
A termo
É geralmente exigido um alto padrão de crédito
Risco de crédito
Futuros
Câmara de compensação
A termo
Das partes envolvidas ou da câmara de compensação (se a operação for registrada em alguma câmara)
Swap
Contrato que estabelece a troca de rentabilidade e de risco entre investidores. O termo swap signi ca
troca, em inglês.
Suponha que você tenha uma dívida atrelada ao dólar, mas todas suas aplicações nanceiras estão
corrigidas por uma taxa de juros de 20% ao ano. Essa é uma situação desconfortável, porque há o
risco de o dólar subir mais de 20% e você não conseguir honrar seus compromissos.
Então, uma possibilidade é encontrar alguém que que com seu rendimento de 20% ao ano e lhe
dê uma aplicação atrelada ao dólar.
Você e esta pessoa estariam trocando de risco. Esta é a característica básica das operações de
swap.
Este recurso também é muito utilizado para trocas entre aplicações pre xadas e pós- xadas.
O swap é um derivativo porque não foram vendidos ou comprados ativos de fato, mas sim o direito de trocar os
rendimentos desses ativos no nal do contrato
Os contratos de swap são bastante exíveis. As partes envolvidas no processo poderão acertar entre si quais os
indicadores, o prazo e as características acordadas. O mercado nanceiro, na prática, acabou por eleger algumas
combinações preferidas.
Outro exemplo comum é o do exportador conservador que não gostaria de correr os riscos de
uma oscilação cambial. Isso ocorre porque suas receitas são em dólares (venderá seu produto ou
serviço para um estrangeiro) e as despesas são em reais – não interessando a ele, portanto, correr
o risco da variação do câmbio. Em virtude dessa situação, ele pode fazer um swap com um
contrato de DI contra dólar. Nesse caso, o banco (ou qualquer outra contraparte) assume o risco
em dólar e, em troca, o exportador conta com os juros do DI – que é um ativo corrigido pela taxa
diária dos juros.
Outra operação muito comum é a de quem tem uma dívida pós- xada e quer evitar o risco de uma
alta nos juros.
É claro que existe um prêmio de risco embutido. No exemplo do devedor acima, o banco cobrará
taxa de juros um pouco mais alta do que a de mercado para neutralizar o risco que está correndo.
Depois de acertados os termos do negócio, o contrato deverá ser registrado na Câmara de Custódia e
Liquidação – Cetip ou na BM&FBOVESPA. No caso da Cetip, os contratos são todos feitos sem garantia. Já a
BM&FBOVESPA oferece a alternativa dos contratos terem garantias, que incluem depósito de garantias na
própria bolsa por parte dos envolvidos na operação.
Tipos de Opções e Representação Grá ca
Opção
É um contrato bilateral que dá a seu comprador (titular) o direito, mas não a obrigação, de negociar uma
determinada quantidade de um ativo objeto por um preço previamente estabelecido (preço de exercício
ou strike) até uma data no futuro (data de vencimento).
Para tanto, o comprador paga um valor (prêmio da opção) ao vendedor (lançador), que tem a obrigação de
aceitar e honrar os termos preestabelecidos caso lhe seja solicitado.
O mercado de opções negocia esses direitos de compra ou de venda, mas não os ativos objeto diretamente.
Esses direitos são negociados por um preço – o prêmio, que é o valor pago pelo titular (comprador da opção) e
recebido pelo lançador (vendedor da opção). O valor do prêmio é o resultado das forças de oferta e da demanda
e varia, dentre outros, de acordo com o preço do ativo objeto no mercado à vista.
A m de propiciar geração de liquidez no mercado, a bolsa de ne séries de opções. Cada uma se caracteriza por
corresponder a um tipo de ação (mesma companhia emissora, espécie, classe e forma), a uma determinada data
de vencimento e a um preço de exercício previamente xado.
Call (opção de compra) – proporciona a seu titular o direito de comprar um ativo por certo preço até
uma determinada data.
Put (opção de venda) – dá a seu titular o direito de vender um ativo por determinado preço até uma
certa data.
Uma opção de compra só deverá ser exercida quando o preço de mercado do ativo objeto for superior ao
do de exercício da opção. Se isso ocorrer, dizemos que a opção possui um valor intrínseco.
O mais comum, entretanto, é a reversão de posição no próprio mercado de opções, quando o prêmio justi ca
essa operação do titular. Nesse caso, o lucro ou prejuízo será a diferença entre o prêmio recebido e o
anteriormente pago. O mesmo vale para o lançador.
Os lançadores são obrigados a depositar garantias de forma que se dê o cumprimento das obrigações
assumidas.
Atenção:
Nas últimas provas, foram cobrados os grá cos de operações com opções. Esteja
familiarizado com os grá cos de long e short put/call, que serão apresentados mais à frente.
Pensando assim e levando em conta seus objetivos, o investidor pode, por exemplo:
A compra de uma opção sobre ações que se deseja adquirir e para as quais se prevê uma alta de preço
permite, ao investidor, reduzir o risco de que a cotação da ação-objeto sofra uma grande alta. Dessa
forma, ele assegura seu ganho em caso de alta e, em caso de baixa, sua perda se resume ao prêmio
pago pela opção ou a apenas parte dele.
Em ambos os casos, o investidor tem vantagens: ganho na elevação do preço da ação-objeto ou, apesar
de perder o prêmio no caso de baixa, aquisição de título por um preço bem menor do que no momento
inicial. Como aplicou em opções apenas parte de seus recursos, pode fazer aplicações alternativas
durante o período, aumentando seus ganhos ou, se for o caso, diminuindo ou talvez anulando suas
perdas.
Utilizar opções de compra para obter maior retorno, ou seja, alavancar seus ganhos.
Isso signi ca buscar maior lucratividade e, consequentemente, maior grau de risco. Como o prêmio de
uma opção tende a ser sensivelmente menor do que o preço da ação-objeto a que se refere, uma
determinada quantia em dinheiro pode comprar certo número de opções correspondentes a uma
quantidade de ações muito maior do que a que seria possível adquirir no mercado à vista.
Utilizar opções de compra para xar o preço de uma futura aquisição de determinada ação.
Se um investidor acredita que o preço de uma ação é atrativo, mas não tem os recursos necessários
para comprá-la naquele momento, pode comprar uma opção e, assim, xar o preço. Quando puder
concluir a compra da ação, exercerá a opção dentro do seu prazo de validade e pagará o preço que
julgou conveniente.
Pensemos em um investidor que adquire uma opção de compra de uma determinada ação por R$
2, com preço de exercício de R$ 100 e vencimento em 30 dias. Isso signi ca que, ao nal de 30 dias
(no caso de opção do tipo europeia), o investidor poderá escolher se exercerá ou não o seu direito
de comprar a ação-objeto da opção.
Se o preço da ação, no vencimento da opção, estiver abaixo de R$ 100, não compensará para o
investidor o exercício do direito de compra pelo preço (de exercício) de R$ 100. Isso é facilmente
compreensível: se o preço da ação é de R$ 98, por exemplo, pode-se comprá-la no mercado à vista
por R$ 98, de maneira que não valerá nada ter o direito de comprar a ação por R$ 100. Nesse caso,
costuma-se dizer que a opção "virou pó", re etindo a noção de que perdeu todo o seu valor.
Alternativamente, pode-se dizer que a opção está out of the money.
Se o preço da ação, no vencimento da opção, estiver em R$ 100, será indiferente para o investidor
comprar a opção no mercado à vista ou por meio do exercício do direito da call. Nessa situação,
costuma-se dizer que a opção está at the money.
Se no vencimento da opção a ação estiver cotada no mercado à vista a R$ 102, valerá a pena
exercer o direito de compra da ação por R$ 100. Nesse caso, o investidor pode adquirir o título por
R$ 100 e vendê-lo no mercado à vista por R$ 102. O ganho com o exercício da opção, aí, será de R$
2, cobrindo o custo inicial do prêmio pago (R$ 2). Lembremos que o prêmio é o preço da opção, ou
seja, o preço do direito de comprar a ação por R$ 100, após decorridos 30 dias.
Quando o preço da ação estiver acima dos R$ 100, a opção está in the money.
Se a ação estiver cotada no mercado à vista, no vencimento da opção, a R$ 103, será compensador
exercer o direito de compra, adquirindo a ação por R$ 100. Nesse caso, haverá ganho na operação,
pois o investidor comprará a ação por R$ 100 e poderá vendê-la no mercado à vista por R$ 103, o
que sinaliza ganho de R$ 3, dado pela diferença entre os dois preços (o de venda e o de compra).
No entanto, para avaliar o resultado nal, é necessário deduzir dos R$ 3 ganhos o valor pago a
título de prêmio no montante de R$ 2. Assim, o ganho líquido nal será de R$ 1 (ganho unitário). O
grá co dessa operação segue abaixo:
Call Comprado
Venda de uma opção de compra (short call)
O lançamento de opções pode oferecer lucros ao investidor que acredita em certa estabilidade em uma
pequena ou grande baixa no nível de preços. O lançamento sujeita o investidor, durante o período da validade
da opção a ser designado pela BM&FBOVESPA, a entregar as ações-objeto da opção contra o pagamento do
valor de exercício.
As obrigações assumidas pelo lançamento de opções somente se extinguem pelo seu exercício, pelo seu
vencimento (se não forem exercidas) ou pelo fechamento da posição lançadora. Designado para o exercício, o
lançador não pode mais fechar sua posição, o que demonstra o risco envolvido nesse tipo de atuação no
mercado de opções.
Vamos imaginar um investidor que vende uma opção de compra de uma determinada ação por R$
2, com preço de exercício de R$ 100 e vencimento em 30 dias. Isso signi ca que, ao nal de 30 dias,
o investidor deverá vender a ação-objeto da opção, caso o seu valor seja superior ao de exercício,
como mostra o grá co abaixo.
Call Vendido
Um investidor que tem uma expectativa baixa em relação à tendência de preços de uma determinada
ação pode assumir uma posição titular de venda. Se suas expectativas se concretizarem, ele poderá, a
qualquer tempo, reverter sua posição em mercado ou, na data de vencimento, exercer seu direito de
vender a ação-objeto da operação ao preço de exercício, auferindo o lucro resultante da diferença entre
os preços de exercício e à vista e o valor do prêmio pago para adquirir a opção.
Por outro lado, se as cotações da ação-objeto se elevarem no mercado à vista, acima do preço de
exercício de sua opção, esse investidor não exercerá seu direito de vender a ação-objeto e incorrerá em
um prejuízo equivalente ao valor do prêmio desembolsado.
Utilizar opções de venda como proteção (hedge) para ações de sua carteira.
Um investidor inseguro quanto à tendência futura do mercado pode, mediante a aquisição de opções,
prevenir-se contra uma possível queda.
Se os preços de alguns de seus títulos declinarem no mercado à vista, o investidor terá xado um preço
de venda (igual ao preço de exercício) que considera adequado, deixando de correr os riscos de uma
possível inversão de tendência. Nesse caso (queda do preço à vista), o investidor pode fechar sua
posição ou, na data de vencimento, exercer a opção, lucrando em ambos os casos o equivalente ao que
teve de prejuízo no mercado à vista.
Se o mercado tivesse continuado seu processo de alta (expectativa principal de quem possui ações), o
investidor continuaria participando das elevações de preço, aumentando seu retorno ainda mais – o que
não aconteceria a quem tivesse vendido as ações à vista no primeiro momento.
Assim, o investidor ca comprando em ambos, no ativo e na sua opção de venda. Essa estratégia é
usada não para maximizar o lucro do investidor, mas para protegê-lo de uma queda forte do ativo. Essa
proteção só vale até a data de exercício da opção.
Um investidor que prevê queda nas cotações de ações que não detém pode adquirir uma opção de
venda sobre elas e lucrar se suas expectativas estiverem corretas (isso possibilita a participação desse
tipo de investidor, o especulador, atraindo-o ao mercado também na baixa).
Se, ao contrário, o preço se elevar, o investidor perderá o prêmio pago pela opção e as taxas existentes
em um mesmo pregão (day trade).
Vamos pensar em um investidor que adquire uma opção de venda de uma determinada ação por
R$ 2, com preço de exercício de R$ 100 e vencimento em 30 dias. Isso signi ca que, ao nal de 30
dias (no caso de opção do tipo europeia), o investidor poderá escolher se irá exercer ou não o seu
direito de vender a ação-objeto da opção.
Se o preço da ação, no vencimento da opção, estiver acima de R$ 100, não compensará para o
investidor o exercício do direito de compra pelo preço (de exercício) de R$ 100. Isso é facilmente
compreensível: se o preço da ação é de R$ 102, por exemplo, pode-se vendê-la no mercado à vista
por R$ 102, de maneira que não valerá nada ter o direito de vendê-la por R$ 100. Já se o preço da
ação for de R$ 96 e o investidor puder vendê-la por R$ 100, ele terá um lucro de R$ 2 (R$ 4 na
diferença do preço de exercício e de mercado da ação, subtraído o custo da opção de R$ 2). O
grá co dessa operação ilustra o seu potencial lucro ou prejuízo:
Put Comprado
O lançamento de opções de venda serve aos investidores que, acreditando em alta, procuram receber rendas
adicionais (prêmios) e/ou aceitam a possibilidade de adquirir a ação por um custo líquido inferior ao valor atual
de mercado.
Assim, se o mercado subir ou se mantiver estável, o lançador terá assegurado o seu lucro (igual ao valor do
prêmio). Por outro lado, se o preço da ação-objeto, na data de vencimento, cair abaixo do de exercício da opção,
o lançador poderá ser designado para atender ao pedido de exercício – tendo, então, de adquirir as ações e
entregar o valor de exercício.
O risco no lançamento de opção de venda é elevado. Porém, ao contrário do risco ilimitado
de lançar opção de compra a descoberto, o prejuízo potencial máximo de um lançador de
opção de venda é limitado, uma vez que o ativo objeto da opção não pode ter preço inferior
a zero (veja o grá co mais à frente).
O lançador de opções de venda deve, como os demais participantes desse mercado, estar sempre
atento à possibilidade de fechar sua posição, o que pode se revelar mais aconselhável, seja em
caso de lucro ou mesmo de prejuízo.
Vamos pensar em um investidor (lançador) que vende uma opção de venda de uma determinada
ação por R$ 2 com preço de exercício de R$ 100 e vencimento em 30 dias. Isso signi ca que, ao
nal de 30 dias (no caso de opção do tipo europeia), o comprador dessa opção de venda irá
exercer seu direito contra o lançador, caso o preço da ação tenha caído.
Se a ação estiver valendo R$ 104 no mercado, o comprador não exercerá seu direito, pois optará
por vender a ação no mercado e receber R$ 104, ao invés de vender a R$ 100 para o lançador.
Agora, se o valor da ação estiver valendo, por exemplo, R$ 96, o comprador da opção irá vender a
ação ao lançador por R$ 100, que tem a obrigação de comprar por um preço maior àquele vigente
no mercado. Veja o grá co abaixo, que traz o resultado do lançador (vendedor) da opção:
Put Vendido
Na pior das hipóteses em que o preço do ativo objeto chegue a zero, o lançador deverá vender o
objeto por R$ 100 e, como recebeu prêmio de R$ 2, registraria um prejuízo máximo de R$ 98. Logo,
apesar de ser uma estratégia arriscada, o prejuízo é limitado.
Comprador (titular)
Vendedor (lançador)
Resumidamente, um aumento em cada um desses fatores tem o seguinte impacto no preço de uma opção
(mantendo-se os demais constantes):
A volatilidade é a medida da incerteza quanto às oscilações futuras do preço do ativo objeto.
Estratégias de Proteção, Alavancagem e
Posicionamento
Hedge
O hedge serve basicamente para proteção contra oscilações.
Enquanto os hedgers não desejam car expostos a movimentos adversos no preço do ativo-objeto, os
especuladores querem abrir posições, apostando na alta ou na queda de preços.
Os hedgers são aqueles participantes que têm um vínculo direto com o ativo objeto e buscam limitar os
riscos de oscilação de preços.
Um produtor necessita garantir um preço mínimo para sua produção e um comerciante, um preço
máximo para obtenção deste produto. Vale ressaltar que ambos poderiam preferir não se
proteger contra riscos, obtendo melhores retornos do que com hedge, mas também poderiam ter
resultado pior. Logo, o preço a ser pago ou recebido pela mercadoria está assegurado quando se
efetua uma operação de hedge, mas não há certeza de que o resultado com ele será melhor do
que sem ele.
O hedge, então, funciona como um seguro: não é sabido de antemão se o valor a ser
desembolsado ou recebido será maior ou menor, mas será um valor certo, de nido no momento
da contratação da operação usada para hedge.
Todos os instrumentos institucionalizados nos mercados doméstico e internacional podem ser usados na
realização do hedge, inclusive swaps de moedas, taxas de juros, de commodities e seus derivativos e operações a
termo, futuro e de opções.
Alavancagem
É um termo utilizado no mercado nanceiro para designar uma operação de ampli car os possíveis
resultados positivos e, consequentemente, os negativos também. Em outras palavras, o investidor
correrá um risco baseado em valor superior àquele efetivamente investido.
Neste sentido, a alavancagem serve para aumentar as possibilidades de lucro de uma posição, podendo conferir
maiores possibilidades de ganhos e, consequentemente, de perdas. Dependendo do grau de alavancagem, é
possível que o investidor registre lucros bastante positivos, mas também pode ocorrer de incorrer em elevadas
perdas, inclusive superiores ao capital investido na operação.
Se no vencimento deste contrato futuro a soja realmente tiver subido de preço e estiver custando
R$ 15 por saca, o fazendeiro ganhará dinheiro com sua produção e mais R$ 5 por saca – pois,
quando comprou o contrato futuro, o preço de mercado era de R$ 10.
Posicionamento
Comprar ou vender um determinado ativo (ou derivativo) com a expectativa de obter ganhos com essa
estratégia.
Contratos Futuros de Balcão sem Entrega
Física (Non-Deliverable Forward – NDF)
Uma operação a termo é uma operação de compra ou venda de um determinado ativo objeto (ou índice)
em quantidade, preço e data futura para liquidação negociada entre as partes.
Na data da liquidação (vencimento) ou antes dela, se o comprador desejar, ele paga o valor combinado no
contrato e o vendedor entrega o ativo objeto. No caso do termo de moedas (ou Non-Deliverable Forward – NDF),
na liquidação não há entrega física, mas ocorre por diferença.
O que troca de mãos é a diferença nanceira entre o preço acordado e a cotação vigente na data de vencimento
futura do contrato a termo. No caso de moedas, pelo fato de não haver entrega física do ativo, o NDF se ajusta
muito bem às moedas não conversíveis.
Uma das características importantes do hedge com NDF na Cetip é a possibilidade de se escolher o prazo, a
moeda e a taxa de câmbio de referência, que será utilizada para a liquidação dos contratos e que, como já
vimos, é feita pela diferença entre a taxa de câmbio a termo contratada e a taxa em vigor no dia do vencimento.
Ofertas Públicas de Valores
Mobiliários
Ofertas Públicas de Valores Mobiliários
Regime de Distribuição – Tipos de Colocação
Oferta pública de valores mobiliários é o processo de colocação de certo número de títulos e de valores
mobiliários para venda ao público.
Este processo envolve desde o levantamento das intenções do mercado em relação aos valores mobiliários
ofertados até a efetiva colocação junto ao público, incluindo a divulgação de informações, o período de
subscrição, entre outras etapas.
Oferta primária
É quando a empresa vende novos títulos e os recursos dessa venda vão para o caixa da empresa.
Oferta secundária
É quando não envolve a emissão de novos títulos, apenas a venda de ações já existentes por sócios que
querem destituir ou reduzir a sua participação no negócio, por exemplo, e os recursos vão para os
vendedores (e não para o caixa da empresa).
Etapas de colocação
A colocação dos títulos costuma ter as seguintes etapas:
Escolha do coordenador (intermediário nanceiro) que, por exigência da legislação, deve ser uma
instituição nanceira (banco de investimento, banco múltiplo, sociedade corretora ou distribuidora
de títulos e de valores mobiliários). Esse intermediário nanceiro será responsável pela colocação
dos títulos no mercado.
Tipos de garantia
a. Garantia rme: é o processo de lançamento no qual a instituição nanceira (ou um consórcio de
instituições) assegura garantia rme de colocação, assumindo o compromisso de adquirir para
carteira própria qualquer quantidade de títulos eventualmente não colocada aos investidores
individuais (público) e institucionais. Nesse tipo de operação, o risco é inteiramente do emissor.
Solicitação do registro de oferta pública de ações à CVM, que irá analisá-la no prazo de 20 dias úteis,
mas que pode, a qualquer momento, ser interrompido para a solicitação de esclarecimentos,
informações e documentos adicionais. Caso não haja nenhuma manifestação, o registro estará
aprovado. Vale ressaltar que, apesar de a CVM analisar a oferta, esta análise não signi ca "qualquer
garantia quanto ao conteúdo da informação, à situação econômica ou nanceira do ofertante ou da
emissora ou à sua administração, à viabilidade da oferta ou à qualidade dos valores mobiliários
ofertados".
Uma vez que a CVM conceda o registro de emissão pública de ações, será publicado em jornais de
grande circulação um aviso ao mercado e disponibilizado o prospecto de oferta pública e um
documento detalhado sobre a empresa e emissão de ações. No caso de não ocorrer o anúncio de
início de distribuição e o prospecto ou o seu suplemento ao prospecto não forem divulgados até 90
dias após a sua obtenção, o registro de distribuição de valores mobiliários caducará.
As principais agências de rating são: Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch Ratings.
pessoas naturais que satisfaçam os requisitos para o exercício de cargo em órgão de administração
de companhia;
instituições nanceiras que, tendo por objeto social a administração ou a custódia de bens de
terceiros, tenham sido previamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil a exercer as funções
de agente duciário.
Nas emissões de debêntures que se destinarem à negociação no mercado de valores mobiliários, o agente
duciário da emissão ou da série de debêntures, será, obrigatoriamente, instituição nanceira, sempre que
ocorra uma das seguintes hipóteses:
a emissão ultrapasse o capital social, desde que não se trate de debênture subordinada.
Sua principal função é representar a voz dos debenturistas perante a companhia em questão, realizando
medidas para que os direitos desses investidores sejam resguardados. Entre seus deveres, os principais são:
Conservar em boa guarda toda escrituração, correspondência e demais papéis relacionados ao exercício
de suas funções.
Veri car, no momento de aceitar a função, a veracidade das informações contidas na escritura de
emissão, diligenciando no sentido de que sejam sanados os defeitos, as omissões ou as falhas de que
tenha conhecimento.
Promover nos competentes órgãos, caso a companhia não o faça, o registro da escritura de emissão e
os respectivos aditamentos, sanando as lacunas e irregularidades neles existentes. Nesse caso, o o cial
do registro noti cará a administração da companhia para que ela forneça as indicações e os
documentos necessários.
Emitir parecer sobre a su ciência das informações constantes nas propostas de modi cações nas
condições das debêntures.
Veri car a regularidade da constituição das garantias reais, utuantes e dejussórias, bem como o valor
dos bens dados em garantia, observando a manutenção de sua su ciência e exequibilidade.
Examinar a proposta de substituição de bens dados em garantia quando esta estiver autorizada pela
escritura de emissão, manifestando a sua expressa e justi cada concordância.
Quando as ações e debêntures são emitidas de maneira escritural, não existe cautela física, apenas o registro
em contas de depósitos em nome dos titulares nos livros de registro do banco escriturador. O registro
caracteriza a titularidade da ação escritural ou debênture escritural.
A função de banco mandatário pode ser desempenhada por banco comercial ou múltiplo que tenha carteira
comercial com conta "reservas bancárias" junto no Banco Central do Brasil. Indicado pela companhia emissora, é
responsável pela con rmação nanceira de todos os pagamentos e movimentações realizados pelo
emissor.
Transferir para o nome dos participantes as debêntures a serem retiradas do Sistema Nacional de
Debêntures – SND;
Para tanto, o Banco Liquidante tem conta "reservas bancárias", em espécie, no Banco Central do Brasil. Essa
conta, habilitada na Cetip e indicada pelos participantes da operação, serve para que o Banco Liquidante possa
liquidar as operações registradas no SDT e no SND.
Banco Depositário
A instituição depositária é a instituição ou entidade que presta os serviços de:
Podem-se habilitar para exercer essas atividades os bancos comerciais e de investimento, as sociedades
corretoras e distribuidoras e as Bolsas de Valores, desde que comprovem possuir condições técnicas,
operacionais e econômico- nanceiras adequadas.
A instituição autorizada a prestar esses serviços deve empenhar-se para que todas as etapas da emissão e
substituição de certi cados, de transferências e averbações nos livros sejam praticadas no menor prazo possível.
A instituição depositária deve ainda fornecer aos debenturistas o extrato da sua conta de depósito ou de
custódia, periodicamente.
Custodiante
O custodiante é uma instituição responsável pela guarda e pela manutenção das informações dos ativos
componentes da carteira do investidor.
É o custodiante que cuida para que o investidor não perca seus direitos, tais como dividendos, direitos de
subscrição, entre outros.
Formador de Mercado (Market-maker) e Mecanismo
de Estabilização de Preços
Nas ofertas públicas, é comum o ofertante contratar uma instituição nanceira (corretora, distribuidora
ou banco de investimento) para atuar no mercado com a intenção de estabilizar os preços dos valores
mobiliários por um prazo determinado. Por isso, essa instituição é conhecida por formador de mercado
(market-maker).
A atividade de formador de mercado deve ser exercida por pessoas jurídicas (devidamente cadastradas nas
bolsas de valores e nas entidades de mercado de balcão organizado) interessadas na realização de operações
destinadas a fomentar a liquidez de valores mobiliários com registro para negociação.
Em suma, o formador de mercado pode ser considerado um agente de liquidez que se propõe a
garantir a liquidez mínima e a referência de preços para ativos. Ele abre um preço de compra e
outro de venda para os participantes do mercado secundário que queiram negociar os valores
mobiliários, garantindo que tenham liquidez. No Brasil, sua função é regulamentada pela Instrução
CVM nº 384/03.
Companhia Securitizadora
As securitizadoras são entidades não nanceiras, constituídas sob a forma de sociedades por ações e que têm
por nalidade a aquisição e securitização desses direitos e a emissão e colocação de títulos no mercado
nanceiro e de capitais.
O que é securitizar?
Securitizar refere-se ao ato de converter determinados créditos, ou seja, ativos a serem recebidos,
em lastro para títulos ou valores mobiliários a serem emitidos posteriormente. Securitização é o
termo utilizado para descrever o processo pelo qual empresas, que normalmente tomam
empréstimos junto ao sistema bancário tradicional, passaram a levantar recursos no mercado de
capitais por meio de emissões de valores mobiliários. Essas empresas "securitizam" suas dívidas,
ou seja, seus passivos passaram a consistir de títulos ("securities") emitidos e oferecidos no
mercado e não mais de empréstimos.
Os títulos de securitização são, portanto, caracterizados por um compromisso de pagamento futuro, de
principal e juros, a partir de um uxo de caixa proveniente de carteira de ativos selecionados.
Aspectos Legais e Normativos
Finalidade da Instrução
A Instrução CVM 400 regula as ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários nos mercados primário ou
secundário.
Objetivo: assegurar a proteção dos interesses do público investidor e do mercado em geral através do
tratamento equitativo aos ofertados e de requisitos de ampla, transparente e adequada divulgação de
informações sobre a oferta, os valores mobiliários ofertados, a companhia emissora, o ofertante e as
demais pessoas envolvidas.
a utilização de publicidade, oral ou escrita, cartas, anúncios, avisos, especialmente através de meios de
comunicação de massa ou eletrônicos (páginas ou documentos na rede mundial ou outras redes
abertas de computadores e correio eletrônico), entendendo-se como tal qualquer forma de
comunicação dirigida ao público em geral com o m de promover, diretamente ou através de terceiros
que atuem por conta do ofertante ou da emissora, a subscrição ou alienação de valores mobiliários.
A distribuição pública de valores mobiliários somente pode ser efetuada com intermediação das instituições
integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, ressalvadas as hipóteses de dispensa especí ca
desse requisito.
Efeitos da Suspensão ou do Cancelamento da Oferta
O ofertante deverá dar conhecimento da suspensão ou do cancelamento aos investidores que já tenham
aceitado a oferta, com a possibilidade de revogar a aceitação até o quinto dia útil posterior ao
recebimento da respectiva comunicação.
Terão direito à restituição integral dos valores, bens ou direitos dados em contrapartida aos valores mobiliários
ofertados, na forma e nas condições do prospecto:
Conteúdo da Oferta
As ofertas públicas de distribuição deverão ser realizadas em condições que assegurem tratamento
equitativo aos destinatários e aceitantes das ofertas.
A oferta deverá ser irrevogável, mas poderá ser sujeita a condições que correspondam a um interesse
legítimo do ofertante, que não afetem o funcionamento normal do mercado e cujo implemento não dependa de
atuação direta ou indireta do ofertante ou de pessoas a ele vinculadas.
Preço da oferta
O preço da oferta é único, mas a Comissão de Valores Mobiliários – CVM poderá autorizar, em operações
especí cas, a possibilidade de preços e condições diversos consoante tipo, espécie, classe e quantidade de
valores mobiliários ou de destinatários, xados em termos objetivos e em função de interesses legítimos do
ofertante, admitido ágio ou deságio em função das condições do mercado.
O ofertante poderá estabelecer que o preço e, tratando-se de valores mobiliários representativos de dívida,
também a taxa de juros sejam determinados no dia da apuração do resultado da coleta de intenções de
investimento, desde que sejam indicados os critérios objetivos que presidem sua xação no prospecto
preliminar e no aviso que precede o Anúncio de Início de Distribuição.
Neste caso, o preço e a taxa de juros de nitivos deverão ser divulgados ao público nos mesmos termos do
anúncio de início de distribuição e do prospecto, e comunicados à CVM e à bolsa de valores ou ao mercado de
balcão onde são negociados os valores mobiliários da emissora no próprio dia em que forem xados.
Lote Suplementar
O ofertante poderá outorgar à instituição intermediária a opção de distribuição de lote suplementar, que preveja
a possibilidade de, caso a procura dos valores mobiliários objetos de oferta pública de distribuição assim
justi que, aumentar a quantidade de valores a distribuir ao público nas mesmas condições e no mesmo preço
dos valores mobiliários inicialmente ofertados, até um montante predeterminado que conste obrigatoriamente
no prospecto e que não pode ultrapassar 15% da quantidade inicialmente ofertada.
A instituição intermediária deverá informar à CVM, até o dia posterior ao do exercício da opção de distribuição
de lote suplementar, a data do respectivo exercício e a quantidade de valores mobiliários envolvidos.
Modi cação
A modi cação deverá ser divulgada imediatamente através de meios iguais aos utilizados para a divulgação da
oferta. As entidades integrantes do consórcio de distribuição deverão se acautelar e se certi car, no momento
do recebimento das aceitações da oferta, de que o manifestante está ciente de que a oferta original foi alterada
e de que tem conhecimento das novas condições.
Os investidores que já tiverem aderido à oferta deverão ser comunicados diretamente a respeito da modi cação
efetuada – por correio eletrônico, correspondência física ou qualquer outra forma de comunicação passível de
comprovação – para que con rmem, no prazo de cinco dias úteis do recebimento da comunicação, o interesse
em manter a declaração de aceitação, presumida a manutenção em caso de silêncio.
Revogação da Aceitação
A aceitação da oferta somente poderá ser revogada pelos investidores se tal hipótese estiver expressamente
prevista no prospecto, na forma e nas condições ali de nidas, ressalvadas as hipóteses previstas na Instrução
CVM 400.
Distribuição Parcial
O ato societário que deliberar sobre a oferta pública deverá dispor sobre o tratamento a ser dado no caso de
não haver a distribuição total dos valores mobiliários previstos para a oferta pública ou a captação do montante
total previsto para ela, tendo como referência a deliberação que xar a quantidade nal de valores mobiliários a
serem ofertados ou o montante nal a ser captado com a oferta pública – especi cando, se for o caso, a
quantidade mínima de valores mobiliários ou o montante mínimo de recursos para os quais será mantida a
oferta pública.
Prospecto
O prospecto deverá conter seção especí ca tratando da destinação dos recursos conforme a quantidade
de valores mobiliários a ser distribuída ou o montante de recursos que se pretende captar, bem como a
eventual fonte alternativa de recursos, caso seja admitida a distribuição ou a captação parcial.
Exceto quando contrariamente dispuserem a lei ou os termos da oferta, em nada será afetada a subscrição ou a
aquisição dos valores mobiliários ocorridos em uma oferta pública com distribuição ou captação parcial, desde
que autorizada pelo órgão competente da companhia e realizada dentro do valor mínimo previsto.
Na hipótese de não terem sido distribuídos integralmente os valores mobiliários objetos da oferta, e não tendo
sido autorizada a distribuição parcial, os valores, bens ou direitos dados em contrapartida aos valores
mobiliários ofertados deverão ser integralmente restituídos aos investidores, na forma e nas condições do
prospecto.
Isso se aplica à devolução dos valores, bens ou direitos dados em contrapartida aos valores mobiliários
ofertados aos investidores que tenham condicionado sua adesão à distribuição total dos valores mobiliários.
Exceções
Não se sujeitam a estas regras as ofertas públicas secundárias de valores mobiliários e as
registradas no âmbito do Programa de Distribuição Contínua, que se sujeitarão às regras de
distribuição parcial previstas nos atos do ofertante e nos documentos próprios da oferta.
Instituições Intermediárias
O relacionamento do ofertante com as instituições intermediárias deverá ser formalizado mediante
contrato de distribuição de valores mobiliários.
Este contrato deverá ter explícitas todas as formas de remuneração devidas pelo ofertante, bem como toda e
qualquer outra remuneração ainda que indireta, devendo nele constar a política de desconto e/ou repasse
concedido aos investidores, se for o caso, suportado pelas instituições intermediárias.
Na hipótese de vinculação societária, direta ou indireta, entre o ofertante (ou seu acionista controlador) e a
instituição líder (ou o acionista controlador dela), tal fato deverá ser informado com destaque no prospecto.
O líder da distribuição, com expressa anuência da ofertante, organizará plano de distribuição que poderá levar
em conta suas relações com clientes e outras considerações de natureza comercial ou estratégica, do líder e do
ofertante, de sorte que as instituições intermediárias deverão assegurar:
Obrigações do Líder
Ao líder da distribuição, cabem as seguintes obrigações:
Informar à CVM, até a obtenção do registro, os participantes do consórcio, discriminando por tipo,
espécie e classe a quantidade de valores mobiliários inicialmente atribuída a cada um.
Divulgar, quando exigido pela Instrução CVM 400, os avisos nela previstos.
Guardar por cinco anos à disposição da CVM, toda a documentação relativa ao processo de registro
de distribuição pública e de elaboração do prospecto.
Prospecto
Prospecto é o documento obrigatório nas ofertas públicas de distribuição, elaborado pelo ofertante com
a instituição líder da distribuição. Ele contém informação completa, precisa, verdadeira, atual, clara,
objetiva e necessária, em linguagem acessível, de modo que os investidores possam formar
criteriosamente as suas decisões de investimento.
O prospecto deverá – de maneira que não omita fatos de relevo nem contenha informações que possam induzir
a erro os investidores – ter os dados e as informações sobre:
A CVM poderá exigir do ofertante e da emissora (inclusive com vistas à inclusão no prospecto) as informações
adicionais que julgar adequadas, além de advertências e considerações que entender cabíveis para a análise e a
compreensão do prospecto pelos investidores.
O prospecto terá como conteúdo mínimo as informações e os documentos exigidos na Instrução CVM 400,
podendo a CVM, em norma própria, de nir diferentes conteúdos conforme as características da operação, em
razão do tipo de valor mobiliário ofertado ou do público investidor alvo.
Caso se veri que, após a data da obtenção do registro, qualquer imprecisão ou mudança signi cativa nas
informações contidas no prospecto (notadamente decorrentes de de ciência informacional ou de qualquer fato
novo ou anterior não considerado nele) de que se tome conhecimento e seja relevante para a decisão de
investimento, deverão o ofertante e a instituição líder suspender imediatamente a distribuição até que se
proceda a devida divulgação ao público da complementação do prospecto e dessa nova informação.
As alterações acima referidas deverão ser previamente submetidas à CVM para exame, aplicando-se os prazos e
procedimentos de análise previstos na Instrução CVM 409.
O prospecto de nitivo deverá estar disponível ao investidor na data do início da distribuição, nas páginas da
rede mundial de computadores: da emissora (se houver); do ofertante; da instituição intermediária responsável
pela oferta ou, se for o caso, das instituições intermediárias integrantes do consórcio de distribuição; das
entidades administradoras de mercado organizado de valores mobiliários onde os valores mobiliários da
emissora sejam admitidos à negociação; e da CVM.
O prospecto preliminar deverá estar disponível nos mesmos locais do prospecto de nitivo para os investidores,
pelo menos, cinco dias úteis antes do prazo inicial para o recebimento de reserva.
O prospecto de nitivo deverá estar disponível para os investidores, pelo menos, cinco dias úteis antes do prazo
inicial para a aceitação da oferta:
Para ns de cumprimento do disposto na Instrução CVM 400, sempre que for utilizado um Programa de
Distribuição para o registro de ofertas públicas na CVM, o ofertante e a instituição líder deverão colocar à
disposição dos investidores o suplemento, os documentos do Programa de Distribuição arquivados pela CVM e
todos os documentos incorporados por referência.
A intenção de realizar coleta de intenções de investimento deverá ser comunicada à CVM com o pedido de
registro de distribuição.
Recebimento de Reservas
É admissível o recebimento de reservas para subscrição ou aquisição de valores mobiliários objetos de oferta
pública, desde que:
As reservas serão efetuadas de acordo com o que for previsto na oferta, facultada a exigência de depósito em
dinheiro do montante reservado.
apurados os montantes das reservas e das sobras disponíveis e efetuado o rateio, se for o caso, o líder
da distribuição autorizará a liberação das importâncias correspondentes às subscrições a serem
efetuadas por intermédio de cada instituição consorciada;
o líder da distribuição autorizará, no prazo de três dias úteis, a liberação do saldo não utilizado dos
depósitos, a favor dos respectivos depositantes.
Se o ofertante estabelecer que o preço (tratando-se de valores mobiliários representativos de dívida) e a taxa de
juros devem ser determinados no dia da apuração do resultado da coleta de intenções de investimento, o
investidor poderá estipular, no pedido de reserva, como condição de sua con rmação, um preço máximo para
subscrição e uma taxa de juros mínima de remuneração.
Mesmo que o prospecto não estipule a possibilidade de desistência do pedido de reservas, ela poderá ocorrer
sem ônus para o subscritor ou adquirente caso haja divergência relevante entre as informações constantes no
prospecto preliminar e no prospecto de nitivo que altere substancialmente o risco assumido pelo investidor ou
a sua decisão de investimento.
Prospecto Preliminar
O prospecto preliminar conterá as mesmas informações mínimas exigidas para o prospecto, sem revisão ou
apreciação pela CVM.
"As informações contidas neste prospecto preliminar estão sob análise da Comissão de Valores
Mobiliários, a qual ainda não se manifestou a seu respeito."
"O prospecto de nitivo estará disponível nas páginas da rede mundial de computadores da emissora, se
houver; do ofertante; da instituição intermediária responsável pela oferta ou, se for o caso, das
instituições intermediárias integrantes do consórcio de distribuição; das entidades administradoras de
mercado organizado de valores mobiliários onde os valores mobiliários da emissora sejam admitidos à
negociação; e da CVM."
Na hipótese de estar previsto o recebimento de reservas para subscrição ou aquisição, deverá ainda ser incluído
no conteúdo do prospecto preliminar o seguinte texto: "É admissível o recebimento de reservas, a partir da data
a ser indicada em aviso ao mercado, para subscrição (ou aquisição, conforme o caso), as quais somente serão
con rmadas pelo subscritor (ou adquirente) após o início do período de distribuição."
Caso a xação da quantidade de valores mobiliários, do preço de emissão ou, no caso de valores mobiliários
representativos de dívida, da taxa de juros tenha sido delegada ao conselho de administração e ele ainda não
tenha deliberado sobre o assunto, tal informação deverá constar no prospecto preliminar, esclarecendo-se,
inclusive, a faixa de preços, o preço máximo ou mínimo ou outros critérios estabelecidos para tal xação.
Normas de Conduta
A emissora, o ofertante, as instituições intermediárias (estas desde a contratação, envolvidas em oferta pública
de distribuição, decidida ou projetada) e as pessoas que nelas estejam trabalhando ou os assessorando de
qualquer forma deverão, sem prejuízo da divulgação pela emissora das informações periódicas e eventuais
exigidas pela CVM:
Tal vedação prevista não se aplica às informações habitualmente divulgadas no curso normal das atividades da
emissora.
Tais instituições intermediárias, suas controladas, controladoras e sociedades, sob o mesmo controle que atuem
no mercado nanceiro, devem elaborar em até 7 (sete) dias úteis contados da divulgação do anúncio de
encerramento de distribuição e manter, pelo prazo de 5 (cinco) anos ou por prazo superior por determinação
expressa da CVM, em caso de processo administrativo, o Relatório de Operações com Valores Mobiliários
especi cado na Instrução CVM n° 400 e atualizações, assim como toda a documentação que o respalda.
O registro não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou julgamento
sobre a qualidade da companhia, sua viabilidade, sua administração, sua situação econômico- nanceira ou dos
valores mobiliários a serem distribuídos. O registro é concedido segundo critérios formais de legalidade.
Já a Instrução CVM n° 480 dispõe sobre o registro de emissores de valores mobiliários
admitidos na negociação em mercados regulamentados de valores mobiliários.
Seção I
Regras Gerais
O emissor deve enviar à CVM as informações periódicas e eventuais, conforme conteúdo, forma e
prazos estabelecidos pela Instrução CVM 480.
Seção II
Informações Periódicas
O emissor deve enviar à CVM, por meio de sistema eletrônico disponível na página dela na
internet, as seguintes informações periódicas:
formulário cadastral;
formulário de referência;
demonstrações nanceiras;
sumário das decisões tomadas na assembleia geral ordinária, no mesmo dia da sua
realização;
ata da assembleia geral ordinária, em até sete dias úteis de sua realização.
O emissor que entregar a ata da assembleia geral ordinária no mesmo dia de sua realização ca dispensado de
entregar o sumário das decisões tomadas na assembleia.
O emissor está dispensado de entregar o edital de convocação da assembleia geral ordinária caso tal assembleia
seja considerada regular.
O emissor estrangeiro e o nacional, constituído sob forma societária diferente de sociedades anônimas – S/A,
devem entregar documentos equivalentes aos exigidos pelos incisos VI a XI acima, se houver, nos prazos ali
estipulados.
A assembleia geral ordinária que reunir a totalidade dos acionistas pode considerar sanada a inobservância do
prazo de que trata o inciso VIII acima, mas é obrigatório o envio dos documentos previstos naquele inciso antes
da realização da assembleia, nos termos do art. 133, § 4º, da Lei nº 6.404, de 1976.
O emissor está dispensado da entrega da comunicação de que trata o inciso VI acima, quando os documentos a
que se refere o artigo 133 da Lei nº 6.404, de 1976, forem publicados em até um mês antes da data marcada
para a realização da assembleia geral ordinária.
Seção III
Informações Eventuais
O emissor registrado na categoria A deve enviar à CVM, por meio de sistema eletrônico disponível
na página dela na rede mundial de computadores, as seguintes informações eventuais:
atas de reuniões do conselho scal, que aprovaram pareceres, em até sete dias úteis
contados da data de divulgação do ato ou fato objeto do parecer;
laudos de avaliação exigidos pela Lei nº 6.404, de 1976, bem como pela
regulamentação emitida pela CVM, nos prazos estabelecidos em normas especí cas a
respeito do assunto;
convenção de grupo de sociedades, em até sete dias úteis contados de sua assinatura;
estatuto social consolidado, em até sete dias úteis contados da data da assembleia
que deliberou a alteração de estatuto;
atos de órgãos reguladores que homologuem atos mencionados nos incisos I, IV, V,
VIII e IX, no mesmo dia de sua publicação;
pedido de falência, desde que fundado em valor relevante, no mesmo dia de sua
ciência pelo emissor;
comunicação sobre transações entre partes relacionadas, em até 7 dias úteis a contar
da ocorrência.
O emissor estrangeiro e o nacional, constituídos sob forma societária diferente de sociedade anônima, devem
entregar documentos equivalentes aos exigidos pelos incisos acima, se houver, nos prazos ali estipulados.
O emissor que entregar a ata da assembleia geral no mesmo dia de sua realização ca dispensado de entregar o
sumário das decisões tomadas na assembleia.
O emissor está dispensado de entregar o edital de convocação da assembleia geral caso esta seja considerada
regular, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
Aspectos Operacionais
A Instrução CVM nº 361 dispõe sobre aspectos operacionais aplicáveis à Oferta Pública de Aquisição – OPA de
ações de companhia aberta.
Âmbito e Finalidade
A Instrução CVM 361 regula o procedimento aplicável a quaisquer ofertas públicas de aquisição de ações de
companhias abertas e, ainda, o processo de registro das ofertas públicas:
para cancelamento de registro para negociação de ações nos mercados regulamentados de valores
mobiliários;
para aquisição de controle de companhia aberta, quando envolver permuta por valores mobiliários.
Modalidades e De nições
A Oferta Pública de Aquisição – OPA de ações de companhia aberta pode ter uma das seguintes modalidades:
Para os efeitos da Instrução CVM 361, entende-se por:
Ações em circulação – todas as ações emitidas pela companhia objeto, excetuadas as detidas pelo
acionista controlador, por pessoas a ele vinculadas, por administradores da companhia objeto e aquelas
em tesouraria.
Seja titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos
nas deliberações da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da
companhia;
Use efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos
órgãos da companhia.
Ofertante – o proponente da aquisição de ações em uma OPA, seja ele pessoa natural ou jurídica,
fundo ou universalidade de direitos.
Pessoa vinculada – pessoa (natural ou jurídica), fundo ou universalidade de direitos que atue
representando o mesmo interesse de outra pessoa (natural ou jurídica), outro fundo ou outra
universalidade de direitos.
Período da OPA – período compreendido entre (a) a data em que a OPA for divulgada ao mercado e (b)
a data de realização do leilão ou da revogação da OPA.
Taxa Selic – taxa média ponderada e ajustada das operações de nanciamento por um dia, lastreadas
em títulos públicos federais, cursadas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic.
OPA parcial – aquela que não tenha por objeto a totalidade das ações em circulação de mesmas classe
e espécie.
Salvo para o efeito de alienação de controle, que considerará caracterizada segundo as regras especí cas
aplicáveis, equipara-se ao acionista controlador, para os efeitos da Instrução CVM 361, o detentor de títulos
conversíveis em ações ou de títulos que con ram o direito à subscrição de ações, desde que tais ações (por si só
ou somadas às já detidas pelo titular e pessoas a ele vinculadas) con ram-lhe o controle acionário.
Presume-se representando o mesmo interesse de outra pessoa (natural ou jurídica), fundo ou universalidade de
direitos quem:
Tenha o controle, direta ou indiretamente, sob qualquer forma, seja por ele controlado ou esteja com
ele submetido a controle comum.
Tenha adquirido, ainda que sob condição suspensiva, o seu controle ou o da companhia objeto, ou seja
promitente comprador ou detentor de opção de compra do controle acionário da companhia objeto ou,
ainda, intermediário em negócio de transferência daquele controle.
A Instrução CVM 361 não presume a companhia objeto como atuando no mesmo interesse do acionista
controlador.
A emissora não obtém o registro de emissão ou de companhia aberta por falta de documentação e por
não conseguir atender às exigências formuladas pela CVM (baixa probabilidade).
A CVM suspende o registro em caso de fraude, quando a venda dos títulos estiver sendo feita em
condições diversas das constantes no registro de emissão ou quando a venda envolver informações
falsas ou imprecisas.
Condições adversas do mercado de capitais podem tornar a colocação dos títulos inadequada para
determinado momento, seja por preço ou por taxa. Esse caso só ocorre quando a operação for
realizada em regime de melhores esforços.
Ofertas Públicas de Valores Mobiliários Distribuídas
com Esforços Restritos
A Instrução CVM 476 Dispõe sobre as ofertas públicas de valores mobiliários distribuídas com esforços restritos
e a negociação desses valores mobiliários nos mercados regulamentados.
As ofertas públicas de valores mobiliários distribuídas com esforços restritos se aplica exclusivamente às ofertas
públicas de:
Notas comerciais;
Cédulas de produto rural - nanceiras que não sejam de responsabilidade de instituição nanceira;
Warrants agropecuários;
Os seguintes valores mobiliários, desde que emitidos por emissor registrado na categoria A:
a. ações;
b. debêntures conversíveis por ações;
c. bônus de subscrição, mesmo que atribuídos como vantagem adicional aos subscritores de
debêntures;
Debêntures permutáveis por ações, desde que tais ações sejam emitidas por emissor registrado na
categoria A;
Certi cados de depósito de valores mobiliários no âmbito de Programa BDR Patrocinado Nível III.
As ofertas públicas distribuídas com esforços restritos deverão ser destinadas exclusivamente a investidores
quali cados e intermediadas por integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários. Não será
permitida a busca de investidores através de lojas, escritórios ou estabelecimentos abertos ao público, ou com a
utilização de serviços públicos de comunicação, como a imprensa, o rádio, a televisão e páginas abertas ao
público na rede mundial de computadores.
Nas ofertas públicas distribuídas com esforços restritos:
Fundos de investimento e carteiras administradas de valores mobiliários cujas decisões de investimento sejam
tomadas pelo mesmo gestor serão considerados como um único investidor para os ns dos limites previstos
acima.
Os investidores que exercerem direito de prioridade ou preferência não serão considerados para os ns dos
limites previstos neste artigo.
As seguintes ofertas públicas não estão sujeitas às disposições do código e estão automaticamente dispensadas
de registro pela CVM "salvo se utilizado o prospecto, caso em que serão aplicáveis as disposições do código":
as ofertas públicas de que trata a Instrução CVM nº 286/98, que dispõe sobre alienação de ações de
propriedade de pessoas jurídicas de direito público e de entidades controladas direta ou
indiretamente pelo poder público, bem como dispensa os registros de que tratam os arts. 19 e 21
da Lei nº 6.385/76, nos casos que especi ca;
outras instituições que, embora não liadas, venham expressamente a aderir a este
Código.
O código não se sobrepõe à legislação e à regulamentação em vigor, ainda que, após o início de sua vigência,
venham a ser editadas normas que sejam contrárias às disposições trazidas por ele. Caso haja contradição entre
regras estabelecidas no código e normas legais ou regulamentares, a respectiva disposição do código deverá ser
desconsiderada, sem prejuízo de suas demais regras.
As instituições participantes devem assegurar que o código seja também observado por todos os integrantes do
seu conglomerado ou grupo nanceiro (ou seja, qualquer sociedade controlada, controladora ou sob controle
comum das instituições participantes) que estejam autorizados no Brasil a desempenhar quaisquer atividades
previstas no código.
Tal obrigação não implica o reconhecimento, por parte das instituições participantes, da existência de qualquer
modalidade de assunção, solidariedade ou transferência de responsabilidade entre esses integrantes.
Entretanto, todas as referidas entidades estarão sujeitas às regras e aos princípios estabelecidos pelo código.
Caso a instituição participante não associada à ANBIMA queira cancelar sua adesão ao código, deverá solicitá-la
por meio de carta dirigida ao presidente do Conselho de Regulação e Melhores Práticas. Tal pedido somente
será deferido no caso de a instituição participante não possuir qualquer obrigação pendente com a ANBIMA,
inclusive oriunda de processos conduzidos no âmbito de suas atividades de regulação e melhores práticas.
Princípios Gerais
As instituições participantes devem observar os seguintes princípios e regras em suas atividades relacionadas às
operações de oferta pública das quais participem:
Nortear a prestação das atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e da livre concorrência.
Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em con ito com as regras e com os princípios
contidos no código, na legislação pertinente e/ou nas demais normas estabelecidas pela ANBIMA.
Evitar a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou de condições não equitativas,
bem como de quaisquer outras práticas que contrariem os princípios contidos no código, respeitando
os princípios de livre negociação.
Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de sua atividade, o cuidado que toda
pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus próprios negócios,
respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas durante o
período em que prestarem as atividades reguladas pelo código.
Buscar desenvolver suas atividades com vistas a incentivar o mercado secundário de valores
mobiliários, respeitadas as características de cada oferta pública.
Documentos da Oferta
Nas ofertas públicas em que atuem na qualidade de coordenadoras, as instituições participantes deverão, na
forma do código, zelar pela elaboração do prospecto e do formulário de referência, a m de que apresentem
informações su cientes claras e precisas, para que o investidor tome a decisão de investimento com as
informações necessárias disponíveis.
Além das informações exigidas pela regulamentação, deverão constar no formulário de referência:
Informações, se houver, acerca da adesão da emissora, por qualquer meio, a padrões internacionais
relativos à proteção ambiental, incluindo referência especí ca ao ato ou documento de adesão;
Informações, se houver das políticas de responsabilidade social, patrocínio e incentivo cultural adotadas
pela emissora, assim como dos principais projetos desenvolvidos nessas áreas ou dos quais participe;
Em seção especí ca, eventual descrição de políticas de gerenciamento de risco adotadas pela emissora,
na forma da regulamentação aplicável.
As informações abaixo especi cadas, no que diz respeito ao relacionamento relevante entre o
coordenador e a emissora e/ou ofertantes, bem como a destinação de recursos, sem prejuízo da
observância das regras e exceções especí cas contidas nos anexos deste Código:
Con itos de interesses: Informações sobre a existência ou não de eventuais con itos de
interesses na participação dos coordenadores nas Ofertas Públicas decorrentes do seu
relacionamento com a emissora e/ou ofertantes, assim como sobre os mecanismos adotados
para eliminá-los ou mitigá-los.
No que diz respeito ao Relacionamento e con itos de interesses, cada coordenador é responsável pela
prestação de suas informações, estando individualmente sujeito às penalidades previstas no presente Código no
caso de descumprimento.
As instituições participantes que atuem na qualidade de coordenadores devem zelar para que, quando a
emissora informar, na seção "Destinação de Recursos" do prospecto, a sua intenção de destinar recursos da
oferta para liquidar ou amortizar dívidas devidamente individualizadas, dentro do curso de pagamentos
ordinário ou extraordinário, com os coordenadores e seus respectivos controladores ou controladas que sejam
instituições nanceiras, sejam explicitadas na seção "Operações Vinculadas à Oferta", de forma clara e
compreensível, as informações abaixo listadas no que diz respeito às operações individualizadas descritas na
seção "Destinação de Recursos" do prospecto e que serão, conforme informações da emissora, liquidadas e/ou
amortizadas com recursos captados na oferta.
O disposto acima não se aplica às Ofertas públicas de ações com esforços restritos.
Nas Ofertas públicas de ações com esforços restritos em que atuem na qualidade de coordenadores, as
instituições participantes deverão, na forma deste Código, zelar pela elaboração do memorando, a m de que
apresentem informações su cientes, claras e precisas, para que o investidor tome a decisão de investimento
com as informações necessárias disponíveis, observadas, ainda, as disposições constantes no artigo 2º do
Capítulo I do Anexo II.
É facultado às instituições participantes elaborar documento contendo resumo das informações acerca da
Oferta Pública, a m de utilizá-lo na divulgação da mesma, desde que tal documento traga aviso, de forma
destacada, recomendando ao investidor que leia o prospecto, o formulário de referência ou o memorando,
conforme aplicável, especialmente a seção relativa aos fatores de risco, antes de tomar a decisão de
investimento (Material de Suporte a Venda - road show).
Já o Fundo de Investimento em Cota – FIC representa um fundo que compra cotas de outros
fundos.
Através dos fundos, os pequenos investidores têm acesso a melhores condições de mercado, a
menores custos e contam com administração pro ssional, colocando-os em igualdade com os
grandes investidores.
Os fundos tornam possível a diversi cação dos investimentos através da aplicação em suas
diferentes classes, com o objetivo de diluir o risco e aumentar o potencial de retorno.
Cabe à Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais – ANBIMA
auxiliar na construção, na modernização e no aperfeiçoamento da legislação de fundos de
investimento, in uenciar e dar suporte à indústria para explorar adequadamente as
oportunidades de crescimento e melhorar constantemente seus pilares.
Condomínio
Os fundos de investimento funcionam em regime de condomínio de investidores.
Do ponto de vista jurídico, um condomínio está relacionado ao fato de uma mesma coisa pertencer a várias
pessoas, cabendo a cada uma delas igual direito sobre o todo e cada uma de suas partes.
Em um fundo de investimento, o gestor do fundo aplica os recursos dos investidores (patrimônio do fundo) para
maximizar o retorno e minimizar o risco da carteira.
Cota
As cotas do fundo correspondem a frações ideais de seu patrimônio e conferem iguais direitos e deveres
aos seus cotistas. Elas são escriturais e nominativas e funcionam como uma conta-corrente, na qual os valores
são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não havendo movimentação física de documentos.
A taxa de administração pode ser calculada de forma linear ou exponencial. Isso não está
de nido em regulamentação e pode variar de instituição para instituição.
Os fundos classi cados como Renda Fixa (exceto Longo Prazo e Dívida Externa), assim como
os Exclusivos ou Previdenciários, poderão ter o valor da cota do dia calculado a partir do
patrimônio líquido do dia anterior, devidamente atualizado por um dia (cota de abertura).
Esses fundos possuem a opção de terem cota de abertura ou de fechamento. Quando se tratar de
fundo que atue em mercados no exterior, o encerramento do dia poderá ser considerado como o
horário de fechamento do mercado indicado no regulamento.
Para as cotas de abertura, os eventuais ajustes decorrentes das movimentações ocorridas durante
o dia deverão ser lançados contra as aplicações ou resgates dos cotistas que efetuaram essas
movimentações ou, ainda, contra o patrimônio do fundo, conforme dispuser o regulamento.
A cota de fundo aberto não pode ser objeto de cessão ou transferência, salvo por:
execução de garantia;
sucessão universal;
dissolução de sociedade conjugal ou união estável por via judicial ou escritura pública que
disponha sobre a partilha de bens;
Já a cota de fundo fechado pode ser transferida, mediante termo de cessão e transferência,
assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou por meio de negociação em mercado
organizado em que as cotas do fundo sejam admitidas à negociação.
Os cotistas responderão por eventual patrimônio líquido negativo do fundo, sem prejuízo da
responsabilidade do administrador e do gestor, se houver, em caso de inobservância da política de
investimento ou dos limites de concentração previstos no regulamento e na Instrução CVM nº 555.
As ordens de compra e venda de títulos e valores mobiliários e outros ativos disponíveis no âmbito do mercado
nanceiro devem sempre ser expedidas com a identi cação precisa do fundo de investimento em nome do qual
elas devem ser executadas.
Segregação entre Gestão de Recursos Próprios e de
Terceiros (Chinese Wall)
Chinese Wall é o conjunto de procedimentos e políticas internas de uma instituição que visa estabelecer
uma barreira à comunicação entre diferentes indivíduos ou setores de uma mesma empresa. O objetivo
é assegurar o cumprimento de legislação vigente sobre segregação da administração de recursos de
terceiros das demais atividades da instituição.
Isso ocorre para minimizar con itos de interesse entre o que é melhor para a rma e para o cliente. Um
exemplo seria um gestor comprar ações para um fundo porque a instituição onde trabalha quer vendê-las de
sua carteira própria (e não porque acredita ser um bom investimento).
A convocação da Assembleia Geral deve ser encaminhada a cada cotista e disponibilizada nas páginas do
administrador e do distribuidor na rede mundial de computadores.
De acordo com os procedimentos de nidos no regulamento, a Assembleia Geral pode ser realizada por meio
eletrônico, devendo estar resguardados os meios para garantir a participação dos cotistas e a autenticidade e
segurança na transmissão de informações, particularmente os votos, que devem ser proferidos por meio de
assinatura eletrônica legalmente reconhecida.
Somente podem votar na Assembleia Geral os cotistas do fundo inscritos no registro de cotistas na data da
convocação da Assembleia, seus representantes legais ou procuradores legalmente constituídos há menos de
um ano.
As deliberações serão tomadas por maioria de votos, cabendo a cada cota um voto. O regulamento poderá
estabelecer também quorum quali cado para as deliberações.
Não podem votar nas Assembleias Gerais, a não ser que sejam os únicos cotistas do fundo:
os únicos cotistas forem, no momento de seu ingresso no fundo, as pessoas mencionadas nos
incisos I a IV;
Qualquer pessoa pode aplicar em fundos de investimentos, mesmo que não tenha grandes recursos. Há
fundos de investimento que aceitam aplicações a partir de R$ 100 ou até menos.
Diversi cação
Dentro dos fundos de investimento, podem existir diversas estratégias para a redução do risco, vis-à-vis
posições em somente um ativo.
Gestão especializada
Os gestores de fundos de investimento são pessoas dedicadas e amplamente capacitadas para a tomada de
decisão de investimento.
Elas têm, geralmente, melhor formação acadêmica do que a média dos investidores, além de mais
informações disponíveis para a tomada de decisão, o que tende a gerar melhores escolhas de investimento.
Liquidez
Grande parte dos fundos no Brasil tem liquidez diária e permite que os investidores possam aplicar em
fundos sem o comprometimento de liquidez por prazos mais longos.
Transparência
Os fundos mútuos disponibilizam uma série de serviços, como demonstrativos mensais, relatórios anuais,
reinvestimento de juros e dividendos, planos de valorização e planos de saques.
Podem usar ativos com difícil operacionalização para um investidor individual (com atividades ou pro ssão
não nanceiras, ou mesmo sem tempo) como derivativos – essenciais na administração de risco.
Para grandes investidores so sticados, as aplicações em ativos individuais em uma carteira administrada por
eles mesmos permitem economia no que se refere às taxas de administração, de performance e de
comercialização.
Para megainvestidores é normal a estruturação de uma equipe para a administração de seu patrimônio (family
o ces). Através dessa estrutura – que em muitos pontos simula um fundo mútuo, o investidor desfruta de várias
vantagens dos fundos mútuos e, geralmente, incorre em taxas inferiores àquelas cobradas pelos fundos.
Informações Relevantes (Disclaimers)
Informações Periódicas
Conforme a Instrução CVM nº 555 e atualizações, com relação a informações periódicas, o administrador do
fundo está obrigado a:
a. diariamente;
b. para fundos que não ofereçam liquidez diária a seus cotistas, em periodicidade
compatível com a liquidez do fundo, desde que expressamente previsto em seu
regulamento.
a. aos 12 meses ndos em 31 de dezembro, até o último dia útil de fevereiro de cada
ano;
b. aos 12 meses ndos em 30 de junho, até o último dia útil de agosto de cada ano.
Caso o fundo realize a cobrança da taxa de performance (método do ajuste), o administrador deve divulgar o
valor da cota antes de descontada a provisão para o pagamento da taxa.
Caso o fundo possua posições ou operações em curso que possam vir a ser prejudicadas pela sua divulgação, o
demonstrativo da composição da carteira poderá omitir a identi cação e a quantidade, registrando somente o
valor e sua percentagem sobre o total da carteira.
As operações omitidas com base no parágrafo anterior deverão ser divulgadas no prazo máximo de:
Trinta dias, improrrogáveis, nos fundos das classes "Renda Fixa Curto Prazo", "Renda
Fixa Referenciado" e "Renda Fixa Simples".
Nos demais casos, 90 dias após o encerramento do mês, podendo esse prazo ser
prorrogado uma única vez, em caráter excepcional, com base em solicitação
fundamentada submetida à aprovação da CVM, até o prazo máximo de 180 dias.
Estão ressalvadas as hipóteses de divulgação de informações pelo administrador aos prestadores de serviços do
fundo, necessárias para a execução de suas atividades, bem como aos órgãos reguladores, autorreguladores e
entidades de classe, e aos seus associados, no atendimento a solicitações legais, regulamentares e estatutárias
por eles formuladas.
Por sua vez, o administrador não está obrigado a remeter mensalmente o extrato ao cotista, nos casos em que o
cotista, através de assinatura em documento especí co, expressamente optar pelo não recebimento. De
qualquer forma, o administrador deverá manter o documento previsto neste artigo à disposição da CVM, pelo
prazo de cinco anos.
Caso o cotista não tenha comunicado ao administrador do fundo a atualização de seu endereço para envio de
correspondência por carta ou através de meio eletrônico, o administrador cará exonerado do dever de prestar-
lhe as informações previstas na Instrução CVM nº 555 e atualizações a partir da última correspondência que
houver sido devolvida por incorreção no endereço declarado. Nesse caso, o administrador deverá manter a
correspondência devolvida, ou o registro eletrônico, à disposição da scalização da CVM, enquanto o cotista não
proceder ao resgate total de suas cotas.
Além disso, o administrador deve remeter, através do Sistema de Envio de Documentos disponível na página da
CVM na internet, os seguintes documentos, conforme modelos disponíveis na referida página:
a. balancete;
b. demonstrativo da composição e diversi cação de carteira;
c. per l mensal;
d. lâmina de informações essenciais, se houver.
O prazo de reti cação das informações é de três dias úteis, contados do m do prazo estabelecido para a
apresentação dos documentos. Quando o fundo adotar a política de exercício de direito de voto em Assembleias
Gerais de companhias nas quais ele detenha participação, o per l mensal deverá necessariamente incluir:
justi cativa sumária do voto proferido ou as razões sumárias para eventual abstenção ou não
exercício do direito de voto.
A divulgação de informação sobre os resultados do fundo pode ser feita por qualquer meio, após
um período de carência de seis meses a partir da data da primeira emissão de cotas.
Toda informação divulgada por qualquer meio que inclua referência à rentabilidade do fundo deve
obrigatoriamente:
Contemplar a rentabilidade mensal e a acumulada nos últimos 12 meses, não sendo obrigatória, neste
caso, a discriminação mês a mês ou no período decorrido desde a sua constituição, se inferior,
observada a carência de seis meses a partir da data da primeira emissão de cotas.
Ser acompanhada do valor do patrimônio líquido médio mensal dos últimos 12 meses ou desde a sua
constituição, se mais recente.
Caso o administrador contrate os serviços de empresa de classi cação de risco, é necessário apresentar, em
todo o material de divulgação, o grau mais recente conferido ao fundo e a indicação de como obter mais
informações sobre a avaliação efetuada.
Caso haja mudança na classi cação de um fundo em sua política de investimento, o administrador poderá
divulgar a rentabilidade relativa ao período posterior a ela, informando as razões dessa dupla divulgação.
A divulgação de rentabilidade deverá ser acompanhada de comparação, no mesmo período, com índice de
mercado compatível com a política de investimento do fundo, se houver.
No caso de divulgação de informações que tenham por base a análise comparativa com outros fundos de
investimento, devem ser informados, simultaneamente, as datas, os períodos, a fonte das informações
utilizadas, os critérios de comparação adotados e tudo que seja relevante para possibilitar uma adequada
avaliação pelo mercado dos dados comparativos divulgados.
Os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador ou por qualquer mecanismo de
seguro ou, ainda, pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC.
São exemplos de fatos relevantes, sem exclusão de outros, quaisquer modi cações relativas ao
regulamento do fundo.
Administração
Atribuições
Os administradores controlam todos os prestadores de serviços responsáveis pelo bom funcionamento
do fundo e garantem que eles estejam operando dentro das normas legais. São também os responsáveis
pela constituição do fundo e pela prestação de informações à CVM.
Diligenciar para que sejam mantidos, às suas expensas, atualizados e em perfeita ordem:
o registro de cotistas;
o livro de atas das Assembleias Gerais;
o livro ou a lista de presença de cotistas;
os pareceres do auditor independente;
os registros contábeis referentes às operações e ao patrimônio do fundo;
a documentação relativa às operações do fundo, pelo prazo de cinco anos.
Solicitar, se for o caso, a admissão à negociação das cotas de fundo fechado em mercado de balcão
organizado.
Pagar a multa cominatória, nos termos da legislação vigente, por cada dia de atraso no cumprimento
dos prazos previstos na Instrução CVM nº 555.
Manter atualizada junto à CVM a lista de prestadores de serviços contratados pelo fundo, bem como as
demais informações cadastrais.
Contratação de serviços
O administrador também pode contratar em nome do fundo, com terceiros devidamente habilitados e
autorizados, os seguintes serviços, além do serviço obrigatório de auditoria independente:
a consultoria de investimentos;
a distribuição de cotas;
formador de mercado.
O gestor é o pro ssional responsável por comprar e vender os ativos que estão na carteira do fundo. São
pro ssionais especializados que acompanham o mercado e têm poder para de nir os melhores
momentos de compra e venda dos ativos nanceiros, de seleção de papéis e alocação, conforme a
política de investimento do fundo.
A gestão pro ssional deve ser desempenhada por pessoa natural ou jurídica credenciada como administradora
de carteira de valores mobiliários pela CVM.
Controles Internos
Exceto no caso de fundos fechados, o administrador ainda deve adotar as políticas, as práticas e os controles
internos necessários para que a liquidez da carteira do fundo seja compatível com:
O administrador deve submeter a carteira do fundo a testes periódicos de estresse, com cenários que levem em
consideração, no mínimo, as movimentações do passivo, a liquidez dos ativos, as obrigações e a cotização do
fundo.
A periodicidade da realização desses testes deve ser adequada às características do fundo, às variações
históricas dos cenários eleitos para o teste e às condições de mercado vigentes.
Os critérios utilizados na elaboração das políticas, das práticas e dos controles internos de liquidez, inclusive em
cenários de estresse, devem ser consistentes e passíveis de veri cação.
Salvo a remuneração que lhes é devida na qualidade de prestadores de serviços do fundo, o administrador e o
gestor devem transferir ao fundo qualquer benefício ou vantagem que possam alcançar em decorrência de sua
condição.
O administrador e o gestor devem transferir ao fundo qualquer benefício ou vantagem que possam alcançar em
decorrência de sua condição – admitindo-se, contudo, que eles sejam remunerados pela função de prestadores
de serviços do fundo.
fundos de investimento exclusivamente destinados a investidores pro ssionais, desde que a totalidade
dos cotistas assine termo de ciência.
investimentos realizados por fundo de investimento em cotas de fundo de investimento que invista
mais de 95% de seu patrimônio em um único fundo de investimento;
fundos de investimento exclusivamente destinados a investidores pro ssionais, desde que a totalidade
dos cotistas assine termo de ciência.
É vedado ao administrador e gestor praticar alguns atos em nome do fundo, tais como:
Prestar ança, aval, aceite ou se coobrigar sob qualquer outra forma, exceto se o fundo for destinado
exclusivamente a investidores quali cados, previsto em seus regulamentos e haja concordância de, no
mínimo, dois terços das cotas emitidas pelo fundo.
Realizar operações com ações fora de bolsa de valores ou de mercado de balcão organizado por
entidade autorizada pela CVM, ressalvadas as hipóteses de distribuições públicas, de exercício de direito
de preferência e de conversão de debêntures em ações, de exercício de bônus de subscrição, e nos
casos em que a CVM tenha concedido prévia e expressa autorização.
Utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas nanceiras de cotistas.
renúncia;
No caso de renúncia, o administrador deverá permanecer no exercício de suas funções até sua efetiva
substituição, que deverá ocorrer no prazo máximo de 30 dias, sob pena de liquidação do fundo pelo
administrador.
Por m, no caso de descredenciamento, a CVM deverá nomear administrador temporário até a eleição de nova
administração.
Fundos de Investimento – FI e Fundos de
Investimento em Cotas – FIC
Exclusivos
O fundo exclusivo é um fundo de investimento destinado a investidores pro ssionais, constituído para
receber aplicações exclusivamente de um único cotista. Na emissão e no resgate de cotas do fundo
exclusivo, poderá ser utilizado o valor de cota de fechamento ou abertura, segundo dispuser o regulamento.
Essa regra não se aplica caso o fundo exclusivo tenha como cotista outro fundo de investimento que não esteja
autorizado a escolher o tipo de cota a ser utilizado. Os limites de concentração por emissor e por modalidade de
ativo não se aplicam a esses fundos.
FIC
Os Fundos de Investimento em Cotas são fundos que compram cotas de outros fundos. Eles deverão ter no
mínimo 95% de seu patrimônio investido em cotas de fundos de investimento de uma mesma classe,
exceto os fundos de investimento em cotas classi cados como Multimercado, que podem investir em cotas de
fundos de classes distintas.
Conforme o artigo 119 da Instrução CVM nº 555, os restantes 5% do patrimônio do fundo poderão ser mantidos
em depósitos à vista ou aplicados em:
operações compromissadas;
cotas de fundos de índice que re itam as variações e a rentabilidade de índices de renda xa;
cotas de fundos de investimento classi cados como "Renda Fixa Curto Prazo", "Renda Fixa
Referenciado" (desde que o benchmark escolhido seja a variação das taxas CDI ou SELIC) e "Renda Fixa
Simples".
Com carência
Carência é o período em que se xam penalidades para o investidor que decidir resgatar seu
investimento antes do prazo preestipulado. Os fundos poderão adotar e inserir em seu regulamento um
prazo de carência para crédito da rentabilidade das cotas. O prazo também é conhecido como data de
aniversário da cota e compreende um período predeterminado que se renova automaticamente a cada nal de
intervalo de dias.
Caso haja resgate no intervalo de vigência do prazo de carência, o valor da cota para resgate será aquele da data
inicial de vigência do período de carência e o investidor perde a rentabilidade do período.
Sem carência
São aqueles que não estipulam prazo de carência para crédito da rentabilidade das cotas.
Dinâmica de Aplicação e Resgate
Movimentações de Recursos
Aplicação
A compra de ativos em um fundo de investimento é função do gestor.
Sempre que houver aplicações em fundos de investimento, o gestor deverá utilizar esses recursos para
aquisição de títulos e valores mobiliários, respeitando as regras do regulamento do fundo e seguindo as
diretrizes da política de investimento. Cabe então a ele, observando essas limitações, decidir que ativo
comprar, em qual quantidade e em que momento.
Resgate
O resgate de recursos e a venda de ativos também são feitos pelos gestores.
Sempre que houver resgates em fundos de investimento, o gestor deverá vender ativos e levantar valor
su ciente para fazer frente ao resgate. Assim como no caso da compra de ativos, cabe a ele decidir quais
ativos vender e em qual quantidade. O momento da venda depende da existência de caixa disponível no
fundo para pagamento do resgate e ainda de restrições relacionadas ao prazo de carência e ao
processamento da venda do ativo.
Cotização
Cota de Fechamento
Cota de fechamento é aquela apurada e conhecida apenas no fechamento do dia, ou seja, após o
encerramento dos mercados.
Com a Instrução CVM nº 555, entrou em vigor a cota de fechamento para os fundos cambiais,
multimercado, renda xa longo prazo e os de dívida externa, como já ocorria com os fundos de ações.
Essa cota re ete o valor da carteira do fundo após o fechamento do mercado nanceiro, procedimento que
é especialmente importante nos fundos de maior risco, nos quais os preços dos ativos que integram suas
carteiras estão sujeitos a oscilações mais signi cativas ao longo do dia.
Com esse procedimento, evita-se que investidores com informações atualizadas sobre a evolução do
mercado realizem movimentações de aplicações ou resgates que eventualmente os bene ciem em relação
aos demais cotistas desses fundos. Em contrapartida, o crédito dos resgates solicitados nesses fundos
ocorre, no mínimo, no dia seguinte ao da solicitação e somente após a liberação e o cadastramento da cota.
Isso ocorre porque, em muitos casos, a nalização da apuração da cota de fechamento e
consequentemente o seu cadastramento acontecem somente no dia seguinte, após o fechamento do
mercado nanceiro.
É devido ao cotista uma multa de 0,5% do valor de resgate, a ser paga pelo
administrador do fundo, por dia de atraso no pagamento do resgate de cotas,
exceto se for em função de casos excepcionais de iliquidez dos ativos na carteira.
Caso haja resgate no intervalo de vigência do prazo de carência, o investidor geralmente perde a
rentabilidade do período ou recebe algum tipo de impacto negativo na rentabilidade da aplicação.
Fechamento dos Fundos para Resgates e
Aplicações
Segundo o art. 39 da Instrução CVM nº 555, o administrador poderá declarar o fechamento
do fundo para a realização de resgates em casos excepcionais de iliquidez dos ativos
componentes da carteira do fundo, inclusive em decorrência de pedidos de resgates
incompatíveis com a liquidez existente ou que possam implicar alteração do tratamento
tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em prejuízo destes últimos.
Caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 dias consecutivos, o administrador
deve obrigatoriamente, além da divulgação de fato relevante por ocasião do fechamento,
convocar Assembleia Geral Extraordinária, no prazo máximo de um dia, para deliberar, no
prazo de 15 dias, sobre as seguintes possibilidades:
cisão do fundo;
liquidação do fundo.
Importante:
O administrador é responsável pela não utilização de tais poderes, caso sua omissão
cause prejuízo aos cotistas remanescentes.
A legislação classi ca os fundos conforme a composição do seu patrimônio – Renda Fixa, Ações,
Multimercado e Cambial – estabelecendo limites e orientação para alocação.
Entretanto, o talento e a habilidade do gestor atribuem o sabor e o atrativo de cada fundo, de nindo sua
personalidade.
O objetivo e a política de investimentos são essenciais para transparência e escolha adequada dos fundos pelo
investidor. Na denominação do fundo, não podem ser acrescidos termos ou expressões que induzam à
interpretação indevida quanto a seus objetivos, sua política de investimento ou seu público-alvo.
Procuram gerar o alfa (diferença entre o retorno obtido pelo fundo e o retorno do índice de referência). Fundos
ativos possuem tendência de se desviarem da performance do índice (maior volatilidade).
Fundos passivos
São fundos que têm suas carteiras atreladas a um benchmark.
O objetivo desse tipo de fundo é acompanhar o comportamento do benchmark. A carteira desses fundos,
portanto, é muito parecida com a composição do índice escolhido.
Carteiras a Curto e Longo Prazo
Curto prazo
Os fundos classi cados como curto prazo pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM deverão aplicar
seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou privados, pre xados ou indexados à taxa
Selic ou a outra taxa de juros, títulos privados que sejam considerados de baixo risco de crédito pelo
gestor, títulos indexados a índices de preços, ou ainda em cotas de fundos de índice que façam aplicações
nos títulos aqui mencionados, com prazo máximo a decorrer de 375 dias e prazo médio da carteira do
fundo inferior a 60 dias.
Nesses fundos é permitida a utilização de derivativos somente para proteção da carteira (hedge) e para a
realização de operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.
Nesse tipo de fundo, é vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destinado a
investidor quali cado.
Longo prazo
O fundo classi cado como Renda Fixa ou Multimercado que dispuser, em seu regulamento, o compromisso de
obter o tratamento scal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação scal vigente estará
obrigado a:
Limitações
Necessidade de renovação dos instrumentos derivativos (opções, futuros) quando os prazos de
vencimentos são mais curtos do que a operação de simulação planejada (um fundo que procura replicar
um índice de ações tem de constantemente renovar esses instrumentos).
Inexistência de derivativos em alguns casos (para replicar índices).
Inexistência de liquidez em alguns derivativos (tipo e prazo de nidos), impedindo o fundo de replicar o
índice.
Custos envolvidos em operações de derivativos
Limitações
Custo e di culdade de manutenção de carteira com a mesma composição do índice.
Necessidade de existência de fundo com base ampla para execução e inclusão de todos os papéis.
Fluxos de caixa devem ser programados para atender aos resgates e às compras e manter aderência ao
índice.
Mudança na ponderação do índice que compõe o benchmark, fazendo com que sejam necessárias
alterações na carteira.
Limitações
Escolha dos papéis a serem comprados ou do método para determinar isso.
Maior tracking error (desvio em relação ao índice, levando o fundo a se afastar de seu objetivo), já que a
carteira não estará replicada em sua totalidade.
Instrumentos de Divulgação das Políticas
de Investimento
Regulamento
O regulamento é o documento em que estão estabelecidas as regras básicas de funcionamento de um
fundo de investimento.
quali cação do administrador do fundo e do custodiante com informação sobre os seus registros
perante a CVM;
quando for o caso, referência à quali cação do gestor da carteira do fundo com informação sobre o seu
registro perante a CVM;
política de investimento, de forma a caracterizar a classe do fundo. Essa política deverá ter informações
sobre:
taxa de administração, xa e expressa em percentual anual do patrimônio líquido (base 252 dias);
condições para a aplicação e o resgate de cotas, inclusive quando se tratar de fundos com cota de
abertura;
distribuição de resultados, compreendendo os prazos e condições de pagamento;
público-alvo;
a forma de comunicação que será utilizada pelo administrador (forma física ou eletrônica).
O administrador pode destinar diretamente aos cotistas as quantias que forem atribuídas ao fundo a título de
dividendos, juros sobre capital próprio, reembolso de proventos decorrentes do empréstimo de valores
mobiliários ou outros rendimentos advindos de ativos nanceiros que integrem sua carteira, desde que
expressamente autorizado pelo regulamento. As alterações no regulamento de um fundo dependem de
autorização da Assembleia Geral de Cotistas.
periodicidade mínima para divulgação da composição da carteira do fundo, nos prazos previstos na
Instrução CVM nº 555;
exposição, em ordem de relevância, dos fatores de riscos inerentes à composição da carteira do fundo:
O fundo que mencionar ou sugerir, em seu regulamento, lâmina ou em qualquer outro material
de divulgação, ou tentar obter o tratamento scal previsto para fundos de longo prazo, mas
sem assumir o compromisso de atingir esse objetivo, ou fazê-lo apenas quando considerar
conveniente para o fundo, deve incluir, dentre os fatores de risco, o risco de não obtenção do
tratamento tributário perseguido e as consequências da perda do tratamento tributário
perseguido, explicitando as alíquotas incorridas pelos cotistas em tais casos;
descrição da política relativa ao exercício de direito do voto decorrente dos ativos nanceiros detidos
pelo fundo;
descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas, contemplando a política a ser adotada pelo
administrador quanto ao tratamento tributário perseguido:
O fundo que realizar a cobrança de taxa de performance pelo método do ajuste deve esclarecer
a eventual incidência de tributos sobre os ajustes individuais na descrição da tributação
aplicável;
descrição da política de administração de risco, em especial dos métodos utilizados pelo administrador
para gerenciar os riscos a que o fundo se encontra sujeito, inclusive risco de liquidez;
quando houver identi cação da agência de classi cação de risco de crédito contratada pelo fundo, bem
como a classi cação obtida e advertência de que a manutenção desse serviço não é obrigatória,
podendo ser descontinuado a critério do administrador do fundo ou da Assembleia Geral de Cotistas;
informação que indique a existência de efetivo ou potencial con ito de interesses no esforço de
venda, bem como explicitar a natureza e eventuais medidas de mitigação de tal con ito;
Objetivos do fundo – descrição resumida dos objetivos do fundo. É importante que o investidor
tenha um entendimento da natureza e dos riscos envolvidos no investimento.
Risco – nota de classi cação dada pelo administrador dos fundos, numa escala de 1 a 5, de acordo
com o risco envolvido na estratégia de investimento de cada um deles.
• Rentabilidade acumulada nos últimos cinco anos – ano, rentabilidade (líquida de despesas,
mas não de impostos), variação percentual do índice de referência (quando houver).
Em fundos que possuem índice de referência de renda variável, incluir a contribuição em relação
ao índice de referência (rentabilidade do fundo – rentabilidade do índice de referência),
quando houver.
Em fundos que possuem índice de referência de renda xa, calcular o desempenho do fundo
como % do índice de referência, quando houver.
• qualquer informação que indique a existência de con ito de interesses no esforço de venda.
• Telefone.
• Página na rede mundial de computadores.
Supervisão e scalização
A instituição administradora deve manter o termo de adesão à disposição da scalização da CVM devidamente
assinado pelo investidor ou sistema eletrônico reconhecido por auditoria de sistemas pelo prazo de cinco anos.
Demonstração de Desempenho
A Intrução CVM 555, em seu anexo 56, traz o modelo de Demonstração de Desempenho a ser divulgado pelos
fundos de investimentos.
Ele traz uma tabela com valores mensais e anuais (últimos 5 anos) para: com a Rentabilidade (líquida de
despesas, mas não de impostos), a Variação percentual do índice de referência (quando houver) e para
fundos de:
Já a divulgação do demonstrativo da composição e diversi cação de carteira no site da CVM deve ser feita a cada
30 dias.
Assim, os fundos abertos com resgates diários devem ter seus ativos valorizados dia a dia, através do conceito
de Marcação a Mercado – MaM, estando proibida a chamada Marcação na Curva.
A Marcação a Mercado tem como objetivo garantir que os ativos integrantes das carteiras dos fundos
sejam valorizados a preços de mercado, na periodicidade adequada e de acordo com as melhores
metodologias e práticas de mercado. Além disso, ela evita a transferência de riqueza entre cotistas.
Podem deixar de marcar a mercado os fundos em que os cotistas tenham intenção em preservar o volume de
aplicações compatíveis com a manutenção dos ativos até o vencimento, desde que sejam observadas,
cumulativamente, as seguintes condições:
haja solicitação formal de todos os cotistas, na qual deve constar declaração de que possuem
capacidade nanceira para levar ao vencimento os ativos classi cados nesta categoria;
todos os cotistas que ingressarem no fundo a partir da classi cação nesta categoria assinem o termo de
adesão ao regulamento, sua capacidade nanceira e anuência à classi cação de títulos e valores
mobiliários integrantes da carteira do fundo na categoria ativos mantidos até o vencimento.
A Marcação a Mercado faz com que, a cada dia, o ativo seja preci cado como se estivesse sendo
vendido/comprado naquele dia, pelo preço justo de mercado. Caso o gestor não venda esse título/posição, esse
efeito será simplesmente contábil, já que no vencimento desses títulos o fundo receberia a taxa acordada no
início da operação.
Quando dois ativos possuem coe ciente de correlação +1, pode-se a rmar que ambos movem-se sempre na
mesma direção e com mesma intensidade. Por exemplo, se um dos ativos registrar valorização de 1%, o outro
também apresentará variação idêntica.
Por sua vez, quando dois ativos possuem coe ciente de correlação –1, pode-se a rmar que ambos movem-se
sempre em direções contrárias, mas com mesma intensidade. Isto é, se um dos ativos subir 1%, o outro
registrará desvalorização de 1%.
Portanto, o sinal indica a direção em que os ativos tendem a se mover conjuntamente. E o resultado em módulo
indica a intensidade: coe cientes de correlações com módulo maior ou igual a 0,7 indicam que as variáveis se
movem com bastante intensidade na mesma direção (sinal positivo) ou em direções contrárias (sinal negativo).
Nesse sentido, um coe ciente de correlação de 0,8 indica que duas variáveis tendem a se mover na mesma
direção e praticamente com a mesma intensidade. Já um coe ciente de –0,3 aponta que duas variáveis tendem a
se mover em sentidos opostos, mas com intensidade baixa.
A Teoria Moderna de Finanças provou que a combinação de ativos que possuem coe ciente de correlação
menor que 1 trouxe diminuição de risco à carteira.
Concluindo, a combinação de dois ou mais ativos na carteira sempre proporcionará redução de risco (exceto se
o coe ciente de correlação entre os ativos for 1) e, do ponto de vista de risco, ativos individuais têm quase
sempre riscos maiores que aqueles que podem ser atingidos em uma carteira.
Os fundos de investimento proporcionam essa vantagem a esses cotistas, uma vez que muitos gestores de
fundos utilizam esse benefício para reduzir o risco total da carteira do fundo.
Alavancagem
A alavancagem consiste na tomada de empréstimo com a nalidade de investir mais do que o próprio
patrimônio do fundo permitiria.
Por exemplo, um gestor de Fundo Multimercado acredita que a taxa de juros a longo prazo irá cair
mais agressivamente. Assim, ele compra 150% do seu patrimônio em títulos do governo pre xados
(LTNs) e vai ao mercado diariamente tomar dinheiro no overnight, no total de 50% do seu
patrimônio. Com isso, ele maximiza a sua aposta, fazendo com que, caso esteja correto, tenha uma
rentabilidade maior do que se tivesse somente aplicado o patrimônio. O inverso também é
verdadeiro, ou seja, no caso de a estratégia dar errado, as perdas também serão maiores do que
se o gestor tivesse aplicado somente 100% do seu patrimônio.
Impacto de Variações nas Taxas de Juros, Câmbio e
In ação sobre os Tipos de Fundos
O risco de cada fundo está associado ao risco de cada ativo da carteira, proporcional ao volume do ativo nela.
Nesse sentido, variações nas taxas de juros tendem a impactar principalmente os Fundos Renda Fixa. Via de
regra, uma elevação nas taxas de juros tende a ser positiva para Fundos Renda Fixa com carteiras pós- xadas,
mas negativa para Fundos Renda Fixa com carteiras pre xadas. Por sua vez, uma queda nos juros tende a
impactar positivamente os Fundos Renda Fixa com carteiras pre xadas, mas negativamente os Fundos Renda
Fixa com carteiras pós- xadas.
Além disso, variações nas taxas de câmbio e de in ação tendem a impactar, de forma diretamente proporcional,
Fundos Cambiais e Fundos Renda Fixa com grande participação em suas carteiras de ativos indexados a índices
de preços.
Taxa de Administração, de Performance,
de Entrada e de Saída
Taxa de Administração
A taxa de administração é a porcentagem cobrada sobre o patrimônio líquido do fundo de investimento,
independentemente do seu desempenho. É a remuneração da instituição administradora pelo serviço de
gestão, operacionalização e custódia dos recursos.
Cabe ao administrador zelar para que as despesas com a contratação de prestadores de serviços terceirizados
não excedam o montante total da taxa de administração xada no regulamento.
Art. 85, § 3º – Nos fundos abertos, as taxas de administração e de performance devem ser
provisionadas por dia útil, sempre como despesa do fundo e apropriadas conforme
estabelecido no regulamento.
No caso de fundos com aplicações em cotas de outros fundos, é permitido que o regulamento estabeleça uma
taxa de administração máxima, compreendendo a taxa de administração dos fundos em que invista, e uma taxa
de administração mínima, que não inclua a taxa de administração dos fundos em que invista.
Os fundos de investimento não destinados a investidores quali cados que adquirirem, nos limites da Instrução
CVM nº 555, cotas de outros fundos de investimento, devem estabelecer em seu regulamento que a taxa de
administração cobrada pelo administrador compreende a taxa de administração dos fundos em que investirem.
Quanto mais conservador o fundo, mais importantes para sua rentabilidade. O fundo conservador costuma
acompanhar índices de referência; porém, se a taxa de administração for muito elevada, esse custo impactará a
rentabilidade do fundo que, provavelmente, cará muito distante do índice de referência, tornando o fundo
menos atrativo.
Já em fundos de gestão ativa, como multimercados, a taxa de administração é menos importante porque a
volatilidade do fundo é muito maior, o que faz com que uma diferença de 0,5% a 1% ao ano seja facilmente
assimilada por uma estratégia acertada do gestor. Em outras palavras, o cotista "paga" mais caro para ter uma
gestão mais ativa e que pretende superar o índice de referência.
Além da taxa de administração, alguns gestores também cobram uma taxa pelo seu desempenho (baseada no
resultado do fundo) – são as chamadas taxas de performance.
Taxa de Performance
As taxas de performance devem obrigatoriamente estar atreladas ao benchmark do fundo. Os fundos de
renda xa normalmente adotam o CDI ou o IGP-M como benchmark; os fundos cambiais usam o dólar; os fundos
de renda variável, o índice Bovespa.
É vedada a cobrança de taxa de performance nos fundos (exceto Longo Prazo e Dívida
Externa classi cados como Renda Fixa), a não ser que sejam destinados a investidores
quali cados e pro ssionais.
A cobrança da taxa de performance para as demais classes de fundos deve obedecer às seguintes regras:
É cobrada sobre a parcela da rentabilidade do fundo que excede a variação de um índice predeterminado
(benchmark) compatível com a política de investimento do fundo.
Linha d’Água
Além dessas regras, a cobrança de taxa de performance não é permitida caso o valor da cota do
fundo seja inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada. Trata-se do conceito
conhecido por linha d’água.
Um fundo cobra taxa de performance de 20% sobre o rendimento que ultrapassar a variação do
Ibovespa.
Situação A:
Rendimento do fundo: 1,7%.
Variação do Ibovespa: 1,8%.
A taxa de performance não pode ser aplicada porque o fundo não superou a meta.
Situação B:
Rendimento do fundo: 2,8%.
Variação do Ibovespa: 1,8%.
Superação da meta: 1%.
Nesse caso, o valor da taxa de performance é de 0,25%, visto que a rentabilidade do fundo foi de
1% acima do benchmark e essa rentabilidade já inclui a cobrança de taxa de performance. Ou seja, o
fundo teria rendido 3,05% se não houvesse performance, mas como ele cobra 20% do que
ultrapassa o benchmark (20% de 1,25% = 0,25%) tira-se 0,25% de performance, fazendo com que a
rentabilidade do fundo que em 2,8%.
Atente-se para o valor da cota da última cobrança da taxa de performance. Pode acontecer, por exemplo, de
um fundo superar o benchmark e cobrar a taxa. Naquele momento, suponha que a cota valha R$ 1,50. No
semestre seguinte, uma forte queda do fundo leva a cota a R$ 0,80. No próximo semestre, o fundo se recupera e
volta a superar o benchmark, mas o valor da cota no último dia útil desse período atingiu R$ 1,20. Nesse caso,
apesar do desempenho positivo, o valor da cota estava abaixo daquele registrado quando da última cobrança
(R$ 1,50) e, por isso, não haverá incidência da taxa de performance.
Alguns fundos preveem a cobrança de taxa de ingresso. Isso signi ca que, caso o investidor queira comprar
cotas desse fundo, pagará um percentual para poder adquirir as cotas desejadas. Esta taxa é normalmente
expressa em termos percentuais.
Esta taxa é também conhecida como taxa de carregamento. Nela, o valor será deduzido da importância a ser
convertida em cotas. A sua utilização pelos administradores tem o objetivo de forçar o cotista a permanecer
durante certo período de tempo no fundo, a m de que as estratégias de investimento do administrador
possam ser desenvolvidas sem a pressão do resgate das cotas. Na taxa de saída, o valor incidirá quando
houver o resgate das cotas.
Diferentemente das demais taxas, a taxa de entrada ou de saída não estão computadas no valor da cota do
fundo, di cultando, portanto, o cálculo da rentabilidade do fundo.
De nições Básicas de
Fundos de Investimento
Principais Estratégias de Gestão
Fundos de Investimento com Gestão Passiva –
De nições
Fundos passivos são os que têm suas carteiras atreladas a um benchmark, cujo comportamento eles objetivam
replicar. A carteira desses fundos, portanto, é muito parecida com a composição do índice escolhido.
Renda Fixa
A principal estratégia passiva de renda xa envolve acompanhar o desempenho de determinado índice de
referência do mercado de renda xa. O principal é o CDI e, portanto, fundos referenciados DI são a principal
categoria de fundos com gestão passiva no mercado de renda xa.
Renda Variável
A principal estratégia passiva de renda variável envolve acompanhar o desempenho de determinado índice de
referência do mercado de renda variável. O principal deles é o Ibovespa.
Os fundos de ações que buscam acompanhar o Ibovespa se valem de estratégias que visam replicá-lo, seja
através da compra direta das ações que compõem a carteira do índice ou através de derivativos que repliquem a
sua carteira. Por conta disso, a carteira desses fundos precisa ser rebalanceada regularmente, visto que o
Ibovespa é um índice reponderado com certa regularidade.
Limitações
custo e di culdade de manutenção de carteira com a mesma composição do índice;
necessidade de existência de fundo com base ampla para execução e inclusão de todos os
papéis;
uxos de caixa devem ser programados para atender resgates e compras e manter
aderência ao índice;
mudança na ponderação do índice que compõe o benchmark, fazendo com que sejam
necessárias alterações na carteira.
Limitações
escolha dos papéis a serem comprados ou do método para determiná-la;
maior tracking error (desvio em relação ao índice, levando o fundo a se afastar de seu
objetivo), já que a carteira não estará replicada em sua totalidade.
Elas procuram gerar o chamado alfa (diferença entre o retorno obtido pelo fundo contra o retorno do índice de
referência). Os fundos ativos possuem tendência a apresentar maior volatilidade das cotas e também a desviar
da performance do índice (maior tracking error).
Renda Fixa
Existem diversas estratégias em relação à gestão de uma carteira de renda xa que tenta superar
seu indicador. Conheça algumas.
Expectativas de taxa de juros: fatores diferentes in uem na exposição de risco de uma carteira em
relação à taxa de juros. Papéis pre xados com prazo mais longo para o vencimento têm um risco
associado à variação de taxa de juros maior.
A relação juros e preço dos títulos é inversa:
Alta de juros – desvalorização do título.
Queda de juros – valorização do título.
Cenário presente dos juros: um ambiente de juros mais altos leva um gerente a tomar precauções em
relação à duration da carteira. Papéis com maior cupom trazem maior proteção (reduzem a duration da
carteira), além de permitirem maior renda de reinvestimento.
Especulação com spreads de créditos: compra de papéis desvalorizados, com expectativa de
valorização (redução do spread de crédito).
Alocação de recursos em diferentes setores de crédito: a compra de títulos de renda xa em
diferentes setores da economia, ou mesmo em diferentes empresas dentro de um mesmo setor, leva à
diversi cação. Além disso, é possível realizar rotações entre setores (venda de papéis em setores já caros,
com spreads estreitos e migração para setores com spreads maiores).
Gestão de caixa: caso haja uma administração efetiva do caixa para atendimento de necessidades de
liquidez dos clientes (alguns fundos possuem carências mais longas em sua política de investimentos), é
possível investir uma porção da carteira em papéis menos líquidos, mas com maiores probabilidades de
retorno. Papéis menos líquidos levam a um maior desconto no seu custo de aquisição.
Renda Variável
Con ra algumas estratégias que procuram permitir ao fundo de ações superar o índice (benchmark).
Renda Variável
Fundos de estilos diferentes: ênfase na seleção de ações de diferentes estilos (ações de empresas em
crescimento acelerado, empresas com altos dividendos e com múltiplos baixos etc.), baseada em seus
fundamentos.
Ações de empresas com capitalização diferenciada (pequenas, médias e grandes empresas) que
possuam potencial de alta, diferentes da composição do benchmark.
Empresas de segunda linha: são mais agressivas e com pouca liquidez, mas com potencial especulativo
maior.
Estratégias semiativas: replicação do benchmark com construções diferentes (por exemplo, o fundo
pode replicar o Ibovespa, mas cada ação com pesos diferentes). O objetivo dessa estratégia é atingir
retornos maiores que os do índice. Exemplos incluem fundos Ibovespa e IBX ativos, com ou sem
alavancagem.
Modelos quantitativos e técnicos: baseados no comportamento de preço e de volume,
independentemente das situações macro (da economia) ou micro (das próprias empresas) econômica e
nanceira. Esses modelos não se preocupam em entender a razão pela qual os preços das ações sobem
ou descem, mas sim com os movimentos em si (gra stas).
Um gestor de fundo multimercado acredita que a taxa de juros a longo prazo irá cair mais
agressivamente. Assim, ele compra 150% do seu patrimônio em títulos do governo pre xados
(Letras do Tesouro Nacional – LTNs) e vai ao mercado diariamente tomar dinheiro no overnight, no
total de 50% do seu patrimônio.
Com isso, ele maximiza a sua aposta, fazendo com que, caso ele esteja correto, tenha uma
rentabilidade maior do que se tivesse somente aplicado o patrimônio. O inverso também é
verdadeiro, ou seja, no caso de a estratégia dar errado, as perdas também serão maiores do que
se o gestor tivesse aplicado somente 100% do seu patrimônio.
Benchmarks e Índices de Referência
Benchmark é um parâmetro de comparação de performance de investimentos. Os fundos de renda xa
normalmente adotam o CDI e o Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M como seu referencial comparativo
(benchmark). Já os fundos de renda variável utilizam como parâmetro de performance o Ibovespa ou outros
índices de ações. Benchmark, em inglês, signi ca ponto de referência ou termo de comparação.
Renda Variável
Os índices de ações são índices que geralmente englobam as ações mais negociadas no mercado a que se
referem. Cria-se uma cesta de ações, com respectivos pesos, representativas do mercado como um todo ou de
um setor econômico especí co. Exemplos: Ibovespa e Índice de Energia Elétrica – IEE.
Ibovespa
Índice que acompanha a evolução média das cotações das ações negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros – BM&FBovespa. É o mais importante indicador do comportamento do mercado acionário brasileiro,
servindo como indicador médio. Foi criado em janeiro de 1968 e sua metodologia foi alterada em setembro de
2013. Agora, as ações são ponderadas pelo valor de mercado do free oat (ativos que se encontram em
circulação) da espécie pertencente à carteira, com limite de participação baseado na liquidez.
A carteira teórica é composta pelas ações que atenderam, cumulativamente, aos seguintes critérios:
Estar entre os ativos elegíveis que, no período de vigência das três carteiras anteriores (avaliação
quadrimestral), em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade – IN, representem em conjunto
85% do somatório total desses indicadores.
Ter presença em pregão de 95% no período de vigência das três carteiras anteriores.
Não ser classi cado como Penny Stock. De acordo com a metodologia do Ibovespa, Penny Stock é um
ativo cujo valor médio ponderado durante a vigência da carteira (anterior ao rebalanceamento) seja
inferior a R$ 1 (um real). Caso a companhia realize um grupamento nesse período, o valor do ativo será
recalculado considerando a proporção do grupamento para todo o período da análise.
Assim como a carteira teórica do Ibovespa, a do IBrX 100 tem vigência de quatro meses, vigorando para
os períodos de janeiro a abril, de maio a agosto e de setembro a dezembro. Ao nal de cada quadrimestre, a
carteira é reavaliada, utilizando-se os procedimentos e critérios integrantes dessa metodologia.
Re etir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento
com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial.
Atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro.
Renda Fixa
Os principais índices nacionais são: Taxa DI, Taxa Selic, Índices de Preços como o IGP-M e IPCA (já vistos
anteriomente) e os Índices do Mercado Anbima.
Com o objetivo de atender às necessidades dos diversos tipos de investidores e das suas respectivas carteiras, o
IMA é subdividido em quatro subíndices, de acordo com os indexadores dos títulos – pre xados, indexados ao
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, indexados ao Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-
M e pós- xados (taxa Selic). Com exceção da carteira teórica de títulos pós- xados (IMA-S), para as demais são
calculados subíndices com base nos prazos dos seus componentes.
IMA-B - composto por títulos públicos federais atrelados ao IPCA (NTN-B) que estejam em poder do
público. Ele é segmentado segundo o prazo de seus componentes: IMA-B 5 (prazo menor que 5 anos) e
IMA-B 5+ (prazo maior ou igual a 5 anos).
IRF-M - indicador utilizado para medir o desempenho dos títulos de renda xa pre xados. É um índice
de rentabilidade calculado para uma carteira teórica composta por títulos públicos federais (LTNs e
NTN-Fs). É um bom parâmetro para acompanhar o desempenho dos fundos de investimento em renda
xa pre xados, que concentram suas carteiras em papéis com este per l.
A composição das carteiras teóricas é revista mensalmente, captando em tais ocasiões as mudanças ocorridas
nos estoques de títulos em mercado, de forma a se preservar a representatividade do indicador.
Classi cação e Tributação
de Fundos de
Investimentos
Classi cação de Fundos de Investimento
Ativos Elegíveis e Composição do
Patrimônio
As quatro principais classes de fundo de investimento são: Renda Fixa, Cambial, Ações e Multimercado.
A tabela abaixo ilustra as possíveis combinações de su xos adotados pelos fundos de investimentos:
Renda Fixa
Fundos classi cados como Renda Fixa deverão possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos
relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe.
Os principais fatores de risco da carteira de um fundo classi cado como Renda Fixa devem ser a variação da
taxa de juros doméstica ou de índice de preços, ou ambos. Assim como ocorre com os fundos a curto prazo e os
referenciados, os fundos Renda Fixa admitem cotas de abertura (exceto os Longo Prazo e Dívida Externa), mas
não permitem cobrança de taxa de performance, exceto se destinados a investidores quali cados.
O prazo máximo para os fundos a curto prazo é de 375 dias e o prazo médio da carteira do fundo é inferior a
60 dias. São permitidas a utilização de derivativos somente para proteção da carteira e a realização de
operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.
Tais títulos privados deverão ser considerados de baixo risco de crédito pelo gestor.
Os fundos a curto prazo admitem cotas de abertura, mas é vedada a cobrança de taxa de performance (exceto se
forem destinados a investidores quali cados).
Referenciado
Os fundos classi cados como Referenciados devem apresentar em sua denominação o seu indicador de
desempenho, em função da estrutura dos ativos nanceiros integrantes das respectivas carteiras, desde
que atendidas, cumulativamente, as seguintes condições:
Tenham no mínimo 80% de seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente, por:
Estipulem que no mínimo 95% da carteira seja composta por ativos nanceiros de forma a
acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do indicador de desempenho (benchmark)
escolhido.
Restrinjam a respectiva atuação nos mercados de derivativos com a realização de operações com o
objetivo de proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.
Simples
Os fundos classi cados como Renda Fixa Simples são constituídos sob a forma de condomínio aberto e
têm no mínimo 95% de seu patrimônio líquido, isolada ou cumulativamente, por:
Prevê, em seu regulamento, que todos os documentos e informações a eles relacionados sejam
disponibilizados aos cotistas preferencialmente por meios eletrônicos.
Deve adotar estratégia de investimento que proteja o fundo de riscos de perdas e volatilidade.
Sua lâmina de informações essenciais deve comparar a performance do fundo com a performance da
taxa Selic.
É vedado:
Os investidores que ingressarem neste fundo cam dispensados da assinatura do termo de adesão e da
veri cação da adequação do investimento no fundo ao per l do cliente (dispensada análise de suitability).
Cambial
Fundos classi cados como Cambial deverão possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados
diretamente, ou sintetizados via derivativos ao fator de risco que dá nome à classe.
Os principais fatores de risco da carteira de um fundo classi cado como Cambial devem ser a variação de preços
de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial.
Ações
Os fundos classi cados como Ações deverão possuir, no mínimo, 67% da carteira investida nos seguintes
ativos admitidos à negociação em mercado organizado:
ações;
O principal fator de risco da carteira de um fundo classi cado como Ações deve ser a variação de preços de
ações admitidas à negociação no mercado de balcão organizado.
Mercado de Acesso
Fundos de ações cuja política de investimento preveja que no mínimo 2/3 do patrimônio líquido seja
investido em ações de companhias listadas em segmento de negociação de valores mobiliários voltado
ao mercado de acesso, instituído por bolsa de valores ou por entidade do mercado de balcão organizado
e que assegure, por meio de vínculo contratual, práticas diferenciadas de governança corporativa.
Quando constituídos sob a forma de condomínios fechados, estes fundos podem investir até 1/3 do patrimônio
líquido em ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis
ou permutáveis em ações de emissão de companhia fechada, desde que o fundo:
Participe do processo decisório da companhia investida, com efetiva in uência na de nição de sua
política estratégica e na sua gestão através de:
Para que o valor das cotas desses fundos não que defasado face ao valor das companhias fechadas, a
Instrução CVM nº 549 estabelece que companhias fechadas investidas por fundos de ações Mercado de Acessos
sejam avaliadas, a cada 12 meses, a valor justo.
Multimercado
Os fundos classi cados como Multimercado devem possuir políticas de investimento que envolvam
vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores
diferentes das demais classes mencionadas anteriormente.
Estes fundos podem adotar os su xos "Longo Prazo", "Dívida Externa", "Investimentos no Exterior" e "Crédito
Privado", como os fundos de renda xa, se obedecerem às regras estabelecidas nessas categorias.
Crédito Privado
Conforme Instrução CVM nº 555, os fundos de investimento classi cados como Renda Fixa, Cambial e
Multimercado, que realizarem aplicações em quaisquer ativos ou modalidades operacionais de
responsabilidade de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, exceto em ações ou assemelhados
(tais como bônus ou recibo de subscrição, cotas de fundos de ações e Brazilian Depositary Receipts – BDRs
Nível II ou Nível III), ou de outros emissores públicos que não a União que, em seu conjunto, excedam o
percentual de 50% de seu patrimônio líquido, deverão observar as seguintes regras, cumulativamente
àquelas previstas para sua classe:
Na denominação do fundo, deverá constar a expressão "Crédito Privado".
Caso a política de investimento do fundo permita a aplicação em cotas de outros fundos, o administrador deverá
assegurar-se de que as regras previstas acima serão observadas na consolidação das aplicações do fundo
investidor com as dos fundos investidos.
Essas regras também se aplicam aos fundos de investimento em cotas de fundos de investimento.
Dívida Externa
Os fundos classi cados como Dívida Externa deverão aplicar, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido
em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, sendo permitida a aplicação
de até 20% do patrimônio líquido em outros títulos de crédito transacionados no mercado internacional.
A aquisição de cotas de outros fundos classi cados como Dívida Externa não está sujeita à incidência de limites
de concentração por emissor.
Atendidos esses requisitos de composição, os recursos porventura remanescentes podem ser direcionados à
realização de operações em mercados organizados de derivativos:
no exterior, exclusivamente para ns de hedge dos títulos integrantes da carteira respectiva, ou ser
mantidos em conta de depósito em nome do fundo, no exterior, observado relativamente a essa
última modalidade o limite de 10% do patrimônio líquido respectivo;
no país, exclusivamente para ns de hedge dos títulos integrantes da carteira respectiva e desde que
referenciadas em títulos representativos de dívida externa de responsabilidade da União, ou ser
mantidos em conta de depósito à vista em nome do fundo no país, observado, no conjunto, o limite
de 10% do patrimônio líquido respectivo.
Investimentos no Exterior
Os limites para investimento no exterior pelos fundos contidos na Instrução CVM nº 555 são:
Ilimitado
Típos de Fundos
Fundos de Renda Fixa Dívida Externa.
Fundos exclusivamente destinados a investidores pro ssionais que incluam em sua denominação o
su xo "Investimento no Exterior".
Fundos exclusivamente destinados a investidores quali cados, desde que sua política de investimento
determine que, no mínimo, 67% de seu patrimônio líquido seja composto por ativos nanceiros no
exterior.
Máximo de 40%
Típos de Fundos
Fundos exclusivamente destinados a investidores quali cados que não se enquadrem no cenário acima.
Máximo de 20%
Típos de Fundos
Fundos destinados ao público em geral.
As aplicações em ativos nanceiros no exterior não são cumulativamente consideradas no cálculo dos
correspondentes limites de concentração por emissor e por modalidade de ativo nanceiro aplicáveis aos ativos
domésticos.
Limites de Concentração
Limites de Concentração por Emissor
O fundo observará os seguintes limites de concentração por emissor sobre o seu patrimônio líquido, sem
prejuízo das normas aplicáveis à sua classe:
Para efeito de cálculo desses limites:
O fundo não poderá deter mais de 20% de seu patrimônio líquido em títulos ou valores mobiliários de emissão
do administrador, do gestor ou de empresas a eles ligadas, observando-se, ainda, cumulativamente, que:
É vedada a aquisição de ações de emissão do administrador, exceto no caso do fundo cuja política
de investimento consista em buscar reproduzir índice de mercado do qual as ações do
administrador ou de companhias a ele ligadas façam parte, caso em que tais ações poderão ser
adquiridas na mesma proporção de sua participação no respectivo índice.
O disposto no inciso I acima não é aplicável aos fundos cuja política de investimento for investir, no mínimo, 95%
de seu patrimônio líquido em ações ou certi cados de depósito de ações do próprio administrador ou gestor do
fundo, ou de empresas ligadas, ocasião em que o administrador deve adotar medidas que garantam o correto
entendimento pelos investidores acerca do risco de concentração.
O valor das posições do fundo em contratos derivativos será considerado no cálculo dos limites estabelecidos
neste artigo, cumulativamente, em relação:
Os contratos derivativos serão considerados, em função do valor de exposição, corrente e potencial, que
acarretem sobre as posições detidas pelo fundo, apurado com base em metodologia consistente e passível de
veri cação.
Nas operações sem garantia de liquidação (por câmaras ou prestadores de serviços de compensação) e nas de
liquidação (autorizados a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM), as posições detidas pelo fundo
em operações com uma mesma contraparte serão consolidadas. Nesse caso, devem ser observadas as posições
líquidas de exposição, caso a compensação bilateral não tenha sido contratualmente afastada.
Atenção
Os limites estabelecidos não se aplicam às cotas de fundos de investimento quando adquiridas por
fundos de investimento em cotas de fundos de investimento. Com relação às aplicações dos
fundos de investimento, que não sejam fundos de investimento em cotas de fundos de
investimento, cam vedadas:
as aplicações em cotas de fundos que não estejam previstos na Instrução CVM nº 555.
Caso a política de investimento do fundo permita a aplicação em cotas de outros fundos, o administrador deverá
assegurar-se de que, na consolidação das aplicações do fundo investidor com os fundos investidos, os limites da
aplicação referidos não serão excedidos.
Contudo, cam dispensadas da obrigação de que trata o caput as aplicações realizadas pelo fundo investidor
em:
fundos geridos por terceiros não ligados ao administrador ou ao gestor do fundo investidor;
até 20% do patrimônio líquido do fundo, para o conjunto dos seguintes ativos:
dentro do limite de que trata o inciso I, até 5% do patrimônio líquido do fundo, para o conjunto dos
seguintes ativos:
Os limites estabelecidos nos incisos I e II acima são computados em dobro nos fundos de
investimento destinados a investidores quali cados e Fundos Previdenciários.
não haverá limite de concentração por modalidade de ativo nanceiro para o investimento em:
a. títulos públicos federais e operações compromissadas lastreadas nesses títulos;
b. ouro, desde que adquirido ou alienado em negociações realizadas em mercados organizados;
c. títulos de emissão ou coobrigação de instituição nanceira autorizada a funcionar pelo Banco
Central do Brasil;
d. valores mobiliários diversos daqueles previstos no item I acima, desde que sejam objeto de
oferta pública registrada na CVM;
e. notas promissórias, debêntures e ações, desde que tenham sido emitidas por companhias
abertas e objeto de oferta pública;
f. contratos derivativos, exceto se referenciados nos ativos listados nos itens I e II acima.
Os fundos de investimento poderão ultrapassar o limite de concentração por modalidades de ativo nanceiro de
até 20% em: cotas de fundos de investimento; cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de
investimento (registrados com base nas determinações previstas na Instrução CVM nº 555); e cotas de fundos de
índice admitidos à negociação em mercado organizado, desde que:
o fundo de investimento em cotas que adquirir cotas de fundos que cobrem taxa de performance atenda
às condições estipuladas na Instrução CVM nº 555 ou seja destinado exclusivamente a investidores
quali cados;
o regulamento do fundo de investimento em cotas especi que o percentual máximo do patrimônio que
pode ser aplicado em um só fundo de investimento;
O administrador e o gestor, se contratado, devem acompanhar o enquadramento aos limites referidos acima,
que devem ser cumpridos diariamente com base no patrimônio líquido do fundo com no máximo um dia útil de
defasagem.
O regulamento pode reduzir, mas não pode aumentar os limites máximos estabelecidos na Instrução CVM nº
555.
Entende-se por principal fator de risco de um fundo: o índice de preços, a taxa de juros, o índice de
ações, ou o preço do ativo cuja variação produza, potencialmente, maiores efeitos sobre o valor de
mercado da carteira do fundo.
Há uma situação em que o administrador e o gestor não estão sujeitos às penalidades aplicáveis pelo
descumprimento dos limites de concentração e diversi cação de carteira e pela concentração de risco, de nida
no regulamento de investimento e na legislação vigente. Trata-se de quando o descumprimento for causado por
desenquadramento passivo, decorrente de fatos exógenos e alheios à sua vontade, que causem alterações
imprevisíveis e signi cativas no patrimônio líquido do fundo ou nas condições gerais do mercado de capitais.
Isso se o desenquadramento não ultrapassar o prazo máximo de 15 (quinze) dias consecutivos e não implicar
alteração do tratamento tributário conferido ao fundo ou aos cotistas do fundo.
Contudo, o administrador deve comunicar à CVM, depois de ultrapassado o prazo de 15 (quinze) dias, a
ocorrência de desenquadramento, com as devidas justi cativas, informando ainda o reenquadramento da
carteira, no momento em que ocorrer.
Caso a CVM constate que o descumprimento dos limites de composição, diversi cação de carteira e
concentração de riscos de nidos nas diferentes classes de fundos de investimento estendeu-se por período
superior aos abaixo citados, poderá determinar ao administrador, sem prejuízo das penalidades cabíveis, a
convocação de Assembleia Geral de Cotistas para decidir sobre uma das seguintes alternativas:
Quando de sua constituição, o fundo terá os seguintes prazos máximos para atingir os limites de concentração
por emissor e por modalidade de ativo, estabelecidos em seu regulamento:
Exceção
Os Fundos de Ações – Mercado de Acesso terão o prazo de 180 dias para atingir os limites de
concentração por emissor e por modalidade de ativo estabelecidos em seus regulamentos, sejam
eles fechados ou abertos.
Tributação de Fundos de Investimentos
O que é Tributação?
Os principais tributos incidentes no mercado nanceiro são o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e
Seguro, e sobre Operações Relativas a Títulos e Valores Mobiliários (também chamado de Imposto sobre
Operações Financeiras – IOF) e o Imposto de Renda – IR.
O IOF incide sobre o ganho relacionado à aplicação em qualquer título ou valor mobiliário. Já a aplicação do
imposto de renda divide-se conforme a modalidade de investimento: renda xa e fundos e clubes de
investimento de renda xa.
aquisição;
cessão;
resgate;
repactuação;
Este imposto incide sobre aplicações em renda xa e em fundos de investimento de renda xa,
independentemente da qualidade ou da forma jurídica de constituição do bene ciário, da operação ou do seu
titular. Abrange os fundos de investimento, carteiras de títulos e valores mobiliários, fundos ou programas
(ainda que sem personalidade jurídica), entidades de direito público, bene centes, de assistência social, de
previdência privada e de educação.
Tem alíquota de 1% ao dia sobre o valor do resgate, cessão ou repactuação, limitado ao rendimento da aplicação
(até 96%) em função do prazo (até 30 dias), de acordo com a tabela regressiva.
Veja a tabela de IOF:
1 96%
2 93%
3 90%
4 86%
5 83%
6 80%
7 76%
8 73%
9 70%
10 66%
11 63%
12 60%
13 56%
14 53%
15 50%
16 46%
17 43%
18 40%
19 36%
20 33%
21 30%
22 26%
23 23%
24 20%
Dias Limite de Rendimento
25 16%
26 13%
27 10%
28 6%
29 3%
30 Isento
Em uma aplicação de R$ 100, com resgate de R$ 110, após 11 dias, calcule o IOF.
Veri cando na tabela a alíquota do IOF para 11 dias, acham-se 63%. Logo, o total de IOF devido é
de R$ 6,30 e o resgate líquido do IOF é de R$ 103,70 (não considerado o imposto de renda).
Na hipótese do item IV, o valor do IOF está limitado à diferença positiva entre 95% do valor inicial da operação e
o correspondente valor de resgate ou cessão.
Serão acrescidos ao valor da cessão ou resgate de títulos e valores mobiliários os rendimentos periódicos
recebidos, a qualquer título, pelo cedente ou aplicador, durante o período da operação.
Por m, o disposto nos itens I e III abrange quaisquer operações consideradas como de renda xa.
Imposto de Renda (IR) – Fundos de Investimento
O fato gerador para cobrança de Imposto de Renda – IR é a aferição de rendimentos produzidos por
aplicações em fundos de investimento nanceiro e de aplicação em cotas de fundos de investimento
nanceiro.
A cobrança (do montante em dinheiro) é feita pela redução de cotas a cada seis meses (come-cotas) na alíquota
de 20%. Caso o resgate ocorra antes de seis meses e o come-cotas já tiver sido cobrado, poderá ocorrer
cobrança de IR complementar.
Fundos Longo Prazo
No caso dos fundos de investimento de renda xa, classi cados como Longo Prazo, aplica-se a seguinte tabela:
No caso dos fundos classi cados como Longo Prazo, a alíquota de imposto de renda é regressiva até 15%.
O imposto de renda do come-cotas é baseado em uma alíquota de 15% para os Fundos Longo Prazo e de 20%
para os Fundos Curto Prazo, sendo que a diferença de alíquota, quando aplicável, será cobrada no resgate dos
recursos, de acordo com a tabela regressiva.
Fundos de Ações
Os rendimentos obtidos no resgate de cotas de fundos e clubes de investimento, cujas carteiras sejam
constituídas, no mínimo, por 67% de ações e assemelhados negociadas no mercado à vista de bolsas ou
entidades assemelhadas, são tributados à alíquota de 15%.
Base de Cálculo
Em linhas gerais, a base de cálculo para apuração de imposto em fundos de investimento será a
diferença positiva entre o valor patrimonial da cota:
Para efeito de apuração da base de cálculo do imposto de renda e da compensação de perdas de que
trata o Art. 6º da IN. SRF nº 25/01, deverá ser considerada a quantidade de cotas existente na data
anterior de incidência do imposto, deduzida a quantidade correspondente ao imposto retido na referida
data.
São isentos do imposto os rendimentos e ganhos líquidos auferidos pelas carteiras dos fundos de
investimento.
Estão dispensados da retenção do imposto os rendimentos auferidos pelas carteiras dos fundos de
investimento, cujos recursos sejam aplicados na aquisição de cotas de outros fundos de investimento.
Os fundos de ações são tributados de forma diferente e não apresentam o come-cotas: eles
são tributados somente no resgate.
Atenção: a rentabilidade do fundo não é afetada, somente o rendimento nal devido à incidência
do imposto compulsório. Essas determinações são legais, ou seja, estabelecidas pela Receita
Federal, e valem para toda a indústria de fundos.
sujeitos à mesma classi cação (ou seja, longo prazo ou curto prazo ou renda variável), devendo a
instituição administradora manter sistema de controle e registro em meio magnético, que permita a
identi cação em relação a cada cotista, dos valores compensáveis.
Segundo o artigo 15 da IN. RFB 1.022/10, considera-se perda a diferença negativa entre o valor de resgate e o
valor da aplicação, acrescida dos rendimentos tributados anteriormente.
Quando houver resgate total de cotas em todos os fundos de investimento administrados pela mesma
instituição, o valor das perdas deverá permanecer nos sistemas de controle e registro da referida instituição até
o nal do ano-calendário seguinte ao do resgate.
Agente Responsável pelo Recolhimento
É responsável pela retenção e pelo recolhimento do imposto:
a instituição que intermediar recursos, com os clientes, para aplicações em fundos de investimento
administrados por outra instituição, na forma prevista em normas baixadas pelo Conselho
Monetário Nacional – CMN.
ser, também, responsável pela retenção e recolhimento dos demais impostos e contribuições
incidentes sobre as aplicações que intermediar;
manter sistema de registro e controle, em meio magnético, que permita a identi cação de cada
cliente e dos elementos necessários à apuração dos impostos e contribuições por ele devidos;
O recolhimento do imposto sobre a renda retido na fonte deverá ser efetuado até o 3º (terceiro) dia útil
subsequente ao decêndio de ocorrência dos fatos geradores.
Cotistas: Prestação de
Contas e Valor da Cota e
Outros Fundos
Prestação de Contas e Valor da Cota
Prestação de Contas aos Cotistas
Periodicidade de Balanços e de Demonstrações Contábeis
O fundo deve ter escrituração contábil própria, sendo que suas demonstrações contábeis e as contas devem ser
segregadas das do administrador. Além disso, o exercício do fundo deve ser encerrado a cada 12 meses, quando
serão levantadas as demonstrações contábeis relativas ao período ndo, sendo que a data do encerramento do
exercício do fundo deve coincidir com o m de um dos meses do calendário civil.
As demonstrações contábeis devem ser colocadas à disposição de qualquer interessado que as solicitar ao
administrador, no prazo de 90 dias após o encerramento do período. A elaboração delas deve observar as
normas especí cas baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
Além disso, as demonstrações contábeis do fundo devem ser auditadas anualmente por auditor independente,
registrado na CVM. Para a auditoria, devem ser observadas as normas que disciplinam o exercício da atividade,
sendo que ela não é obrigatória para fundos em atividade há menos de 90 dias.
Em geral, os fundos de investimento têm em suas carteiras, predominantemente, títulos públicos, mas
também são comuns:
Títulos privados (Certi cados de Depósito Bancário – CDBs, debêntures, notas promissórias,
dentre outros)
Aplicações em outros fundos (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDCs, FI, FIEX,
entre outros)
Ações (obviamente, sempre seguindo as modalidades permitidas para cada tipo de fundo)
O distribuidor inscreva no registro complementar de cotistas a titularidade das cotas em nome dos
investidores, atribuindo a cada cotista um código de cliente e informando tal código ao administrador
do fundo.
São eles:
Trata-se de uma comunhão de recursos que, após 90 dias do início de suas atividades, destina parcela
preponderante de patrimônio líquido – isto é, aquela que excede 50% do patrimônio líquido do fundo – para
aplicação em direitos creditórios.
Direitos creditórios
São considerados direitos creditórios:
demais títulos, valores mobiliários e ativos nanceiros de renda xa, exceto cotas do
Fundo de Desenvolvimento Social – FDS.
Características – FIDC
Serão constituídos na forma de condomínio aberto ou fechado.
Somente poderão receber aplicações e ter cotas negociadas no mercado secundário quando o
subscritor ou o adquirente das cotas for investidor quali cado.
Cada classe ou série de cotas de sua emissão destinada à colocação pública deve ser classi cada por
agência classi cadora de risco em funcionamento no país.
São aquelas que não se subordinam às demais para ns de amortizações e resgates. As cotas seniores terão
uma única classe, admitindo-se classes de cotas subordinadas às cotas seniores, para efeito de amortização e
de resgate. No caso de fundos fechados, as cotas seniores podem ser divididas em séries com valores e prazos
diferenciados para amortização, resgate e remuneração.
Subordinadas
A administração desses fundos pode ser exercida por banco múltiplo, banco comercial, banco de investimento,
pela Caixa Econômica Federal, por sociedade de crédito, nanciamento e investimento, por sociedade corretora
de títulos e valores mobiliários ou por sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários.
Por m, um Fundo de Investimento em Cotas de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – FIC-FIDC pode
ser entendido como uma comunhão de recursos que destina, no mínimo, 95% do respectivo patrimônio líquido
para a aplicação em cotas de FIDC.
Este tipo de fundo é constituído sob a forma de condomínio fechado, no qual o resgate de cotas não é
permitido. O objetivo do fundo é auferir ganhos mediante locação, arrendamento ou alienação das unidades do
empreendimento adquiridas pelo fundo. São comuns as locações de escritórios, shoppings centers e pontos
comerciais em geral.
O investidor adquire cotas do fundo de investimento imobiliário que, por sua vez, investe nos imóveis que
pretende explorar (na maioria das vezes, imóveis comerciais), compondo assim sua carteira de ativos. O cotista
passa, então, a ter direito ao recebimento de uma parte nos rendimentos que o fundo vier a obter, conforme o
número de cotas que detiver.
Conforme a legislação, o fundo deverá distribuir aos seus cotistas, no mínimo, 95% dos lucros auferidos,
apurados segundo o regime de caixa, com base em balanço ou balancete semestral encerrado em 30 de
junho e 31 de dezembro de cada ano.
Qualquer pessoa pode investir em um fundo de investimento imobiliário, desde que possua recursos no
montante mínimo para o investimento. Já a administração deste fundo compete, exclusivamente, a bancos
comerciais, bancos múltiplos com carteira de investimento ou carteira de crédito imobiliário, bancos de
investimento, sociedades corretoras ou sociedades distribuidoras de valores mobiliários, sociedades de crédito
imobiliário e caixas econômicas.
A pessoa física estará isenta da incidência de IR somente sobre as distribuições pagas pelo
fundo, desde que:
No caso de ganho de capital na alienação (venda) das cotas, sempre será devido imposto
de renda, à alíquota de 20% sobre o ganho (quando houver).
O fundo deve manter no mínimo, 95% de seu patrimônio aplicado em ativos nanceiros que integrem o
índice de referência e posição líquida comprada em contratos futuros.
Investimento em ETF
Ao investir em um ETF, aplica-se, ao mesmo tempo, em uma carteira de ações com papéis de diferentes
companhias, que, juntas, reproduzem um determinado índice. Dessa forma, diminui-se a probabilidade e o risco
de perda quando se opta por negociar um título em especial (há diversi cação de risco).
O custo da operação torna-se menor (investir nas ações que compõem o índice exigiria comprar, nas devidas
proporções, os componentes daquele índice, com os custos de negociação de cada operação e, além disso, para
manter a mesma posição do índice, gerir, de forma bastante dinâmica, as proporções de seus componentes).
O investidor pode comprar ou vender o ETF no mercado secundário, da mesma forma que faz com suas ações,
ou solicitar a emissão ou o resgate de ETFs, desde que tais operações sejam realizadas com os papéis que
compõem a carteira teórica daquele índice ao qual o ETF é vinculado e de acordo com o regulamento especí co
de cada produto.
Benefícios do ETF
O grande benefício do ETF é poder investir em um fundo com característica geralmente passiva, isto é, cuja
rentabilidade busca acompanhar a variação de determinado índice, sem precisar comprar todas as ações que
constituem esse índice.
Além disso, as taxas de administração desse tipo de fundo costumam ser signi cativamente inferiores àquelas
cobradas por fundos de investimento, também passivos, mas distribuídos por grandes bancos.
Ishares Ibovespa Fundo de Índice BM&FBOVESPA MidLarge Cap Fundo de Índice: baseado no
Ibovespa, índice composto pelas ações emitidas por companhias que respondem por mais de 80% do
número de negócios e do volume nanceiro da bolsa.
Ishares BM&FBOVESPA Small Cap Fundo de Índice: baseado no índice BM&FBOVESPA Small Cap, que
mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações emitidas pelas
companhias com os menores valores de capitalização listadas na bolsa.
Os FIP são caracterizados, principalmente, pela participação ativa nas empresas ou nos
negócios em que investem. É uma forma bastante utilizada na estruturação de fundos de
private equity no Brasil, sendo uma alternativa de investimento crescente para investidores
quali cados.
Os FIP devem ser constituídos sob a forma de condomínio fechado e destinam-se à aquisição de ações, bônus
de subscrição, debêntures simples, outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de
emissão de companhias, abertas ou fechadas, bem como títulos e valores mobiliários representativos de
participação em sociedades limitadas, que deve participar do processo decisório da sociedade investida, com
efetiva in uência na de nição de sua política estratégica e na sua gestão.
pela celebração de qualquer contrato, acordo, negócio jurídico ou a adoção de outro procedimento que
assegure ao fundo efetiva in uência na de nição de sua política estratégica e na sua gestão, inclusive
por meio da indicação de membros do conselho de administração.
o valor contábil do investimento tenha sido reduzido a zero e haja deliberação dos cotistas reunidos em
assembleia geral mediante aprovação da maioria das cotas subscritas presentes, caso o regulamento
não estipule um quórum mais elevado.
O requisito de efetiva in uência na de nição da política estratégica e na gestão das sociedades investidas não se
aplica ao investimento em companhias investidas listadas em segmento especial de negociação de valores
mobiliários, instituído por bolsa de valores ou por entidade do mercado de balcão organizado, voltado ao
mercado de acesso, que assegure, por meio de vínculo contratual, padrões de governança corporativa mais
estritos que os exigidos por lei, desde que corresponda a até 35% do capital subscrito do fundo. Este limite será
de 100% durante o prazo de aplicação dos recursos, estabelecido em até 6 meses contados de cada um dos
eventos de integralização de cotas previstos no compromisso de investimento.
Caso o fundo ultrapasse o limite estabelecido acima por motivos alheios à vontade do gestor, no encerramento
do respectivo mês e tal desenquadramento perdure quando do encerramento do mês seguinte, o administrador
deve:
comunicar à CVM imediatamente a ocorrência de desenquadramento passivo, com as devidas
justi cativas, bem como previsão para reenquadramento;
Na primeira, suas cotas são destinadas à distribuição pública, através da qual se busca
investidores para um ou mais projetos no mercado de capitais.
O fundo pode realizar adiantamentos para futuro aumento de capital nas companhias abertas ou fechadas que
compõem a sua carteira, desde que:
essa possibilidade esteja expressamente prevista no seu regulamento, incluindo o limite do capital
subscrito que poderá ser utilizado para a realização de adiantamentos;
FIP constituídos a partir de 11/5/2011 (ou que zeram novas chamadas de capital a partir dessa data que não
para pagamento exclusivo de despesas do fundo) passaram então a ter a carteira composta com o mínimo de
90% em ações (e assemelhados) e, portanto, passaram a ser tributados como Renda Variável. A tributação
de FIP constituídos antes dessa data variava conforme a carteira do fundo.
As cotas a serem emitidas pelos FIP devem ter a forma nominativa, sendo que os aportes de capital nos FIP,
pelos cotistas, poderão ser efetivados por meio de um compromisso, através do qual os investidores quem
obrigados a integralizar determinado valor (capital comprometido) no fundo, na medida em que o administrador
dos FIP zer chamadas, de acordo com prazos e procedimentos preestabelecidos no regulamento e em um
instrumento particular entre cada cotista e os FIP.
É vedado ao fundo a realização de operações com derivativos, exceto quando tais operações:
envolverem opções de compra ou venda de ações das companhias que integram a carteira do fundo
com o propósito de:
O FIP que obtenha apoio nanceiro direto de organismos de fomento está autorizado a contrair empréstimos,
diretamente, dos organismos de fomento, limitados ao montante correspondente a 30% dos ativos do fundo.
Per l do Investidor
Os FIP são destinados exclusivamente a investidores quali cados que buscam retorno a longo prazo. São
constituídos como fundos fechados e, geralmente, o prazo de carência para que se possa resgatar a aplicação é
de, no mínimo, cinco anos.
O investimento por meio dos FIP vem se mostrando atrativo aos estrangeiros que buscam
aplicações a longo prazo, devido ao seu tratamento scal diferenciado, dentre outras
razões.
Riscos
Os FIPs apresentam riscos de mercado, de liquidez, operacional e crédito quando contraírem empréstimos.
Classi cação de Fundos de Investimento
ANBIMA
A m de facilitar a categorização e a identi cação dos fundos conforme seus principais fatores de risco e
estratégias, a classi cação está baseada em 3 níveis, que devem ser observados para de nição do tipo ANBIMA:
Renda Fixa
A classi cação dos fundos de renda xa re ete os fatores chave do processo de decisão de investimento nessa
classe de ativo:
a opção por um tipo de gestão, que pode ser ativa ou indexada (passiva);
o risco de mercado que o investidor suporta e que, no caso do investimento em renda xa, está
diretamente ligado à duration das carteiras;
Assim, no segundo nível são explicitadas as opções por um tipo de gestão (indexada ou ativa) e, uma vez eleita a
gestão ativa, o risco de mercado (duração da carteira). No terceiro nível, a classi cação explicita o risco de
crédito.
A classi cação de investimento no exterior já aparece no segundo nível, explicitando, quando for o
caso, que o fundo tem mais de 40% de sua carteira investidos em ativos fora do mercado brasileiro.
Categoria (nível 2)
Neste nível os fundos são classi cados conforme o tipo de gestão (passiva ou ativa). Ainda para a gestão ativa, a
classi cação é desmembrada conforme a sensibilidade à taxa de juros. Incluem também os fundos de Renda
Fixa Simples conforme a ICVM 555.
Indexados
Fundos que têm como objetivo seguir as variações de indicadores de referência do mercado de Renda Fixa. Não
admitem alavancagem.
Ativos
Fundos não classi cados nos itens anteriores. Os fundos nesta categoria devem ser classi cados conforme a
sensibilidade a alterações na taxa de juros (risco de mercado) medida por meio da duration média ponderada da
carteira. As durations utilizadas como referência destas categorias são atualizadas a cada ano, sempre com base
no último dia útil de junho, valendo para os doze meses seguintes, ou quando o Comitê de Renda Fixa &
Multimercados julgar necessário. O parâmetro para estabelecimento das durations é o IMA e seus subíndices,
conforme disposto a seguir. Sempre que necessário, a ANBIMA emitirá circular informando o número de dias
úteis de cada parâmetro. Admitem alavancagem.
Duração Baixa (Short duration): Fundos que objetivam buscar retornos investindo em ativos de renda
xa com duration média ponderada da carteira inferior a 21 (vinte e um) dias úteis. Estes fundos buscam
minimizar a oscilação nos retornos promovida por alterações nas taxas de juros futuros. Estão nesta
categoria também os fundos que buscam retorno investindo em ativos de renda xa remunerados a
taxa utuante em CDI ou Selic. Fundos que possuírem ativos no exterior deverão realizar o hedge
cambial da parcela investida no exterior. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de moeda
estrangeira ou de renda variável (ações, etc).
Duração Média (Mid duration): Fundos que objetivam buscar retornos investindo em ativos de renda
xa com duration média ponderada da carteira inferior ou igual à apurada no IRF-M do último dia útil de
junho. Estes fundos buscam limitar oscilação nos retornos decorrentes das alterações nas taxas de juros
futuros. Fundos que possuírem ativos no exterior deverão realizar o hedge cambial da parcela investida
no exterior. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de moeda estrangeira ou de renda
variável (ações, etc).
Duração Alta (Long duration): Fundos que objetivam buscar retornos investindo em ativos de renda
xa com duration média ponderada da carteira igual ou superior à apurada no IMAGERAL do último dia
útil de junho. Estes fundos estão sujeitos a maior oscilação nos retornos promovida por alterações nas
taxas de juros futuros. Fundos que possuírem ativos no exterior deverão realizar o hedge cambial da
parcela investida no exterior. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de moeda estrangeira ou
de renda variável (ações, etc).
Duração Livre: Fundos que objetivam buscar retorno por meio de investimentos em ativos de renda
xa, sem compromisso de manter limites mínimo ou máximo para a duration média ponderada da
carteira. O hedge cambial da parcela de ativos no exterior é facultativo ao gestor.
Subcategoria (nível 3)
Neste nível os fundos são classi cados conforme a exposição ao risco de crédito.
Grau de Investimento: Fundos que investem no mínimo 80% da carteira em títulos públicos
federais, ativos com baixo risco de crédito do mercado doméstico ou externo, ou sintetizados
via derivativos, com registro das câmaras de compensação.
Crédito Livre: Fundos que objetivam buscar retorno por meio de investimentos em ativos de
renda xa, podendo manter mais de 20% da sua carteira em títulos de médio e alto risco de
crédito do mercado doméstico ou externo.
Investimento no Exterior
Fundos de investimento em renda xa conforme disposto no art. 101 da ICVM 555.
Subcategoria (nível 3)
Neste nível, os fundos da categoria Investimento no exterior são classi cados entre Investimento no
Exterior e Dívida Externa.
Dívida Externa: Fundos que têm como objetivo investir no mínimo 80% de seu patrimônio
líquido em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União. Estes fundos
seguem o disposto no art. 114 da ICVM 555.
Ações
Buscando sempre replicar a mesma lógica, os fundos de ações são classi cados no primeiro nível de acordo com
o estilo de gestão (ativa ou indexada/passiva). As estratégias especí cas de cada tipo de gestão são explicitadas
no terceiro nível. Também aqui, segregam-se os fundos com mais de 40% da carteira investidos no exterior já no
segundo nível.
Ações: Fundos que devem possuir, majoritariamente na carteira, ativos de renda variável tais como:
ações à vista, bônus ou recibos de subscrição, certi cados de depósito de ações, dentre outros.
Tipo de Gestão: o tipo de gestão indica se o fundo tem o objetivo de buscar seguir um índice de
mercado (gestão passiva) ou se busca superar o desempenho do índice de referência.
Estratégia: Fundos nesta categoria se baseiam nas estratégias preponderantes adotadas e suportadas
pelo processo de investimento seguido pelo gestor como forma de atingir os objetivos e executar a
política de investimentos dos fundos. As estratégias se relacionam às características dos ativos, ao
processo de seleção e à forma de negociação, o que resultará na relação de risco, retorno e liquidez do
fundo.
Investimento no Exterior: fundos que têm a possibilidade de adquirir ativos no exterior (crossborder).
Ações (nível 1)
Fundos que devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações à vista, bônus ou recibos de subscrição,
certi cados de depósito de ações, cotas de fundos de ações, cotas dos fundos de índice de ações e Brazilian
Depositary Receipts, classi cados como nível I, II e III. O hedge cambial da parcela de ativos no exterior é
facultativo ao gestor.
Categoria (nível 2)
Neste nível os fundos são classi cados conforme o tipo de gestão (indexada ou ativa) ou especí cos para fundos
com características diferenciadas.
Indexados
Fundos que têm como objetivo replicar as variações de indicadores de referência do mercado de Renda Variável.
Os recursos remanescentes em caixa devem estar investidos em cotas de fundos Renda Fixa – Duração Baixa –
Grau de Investimento ou em ativos permitidos a estes desde que preservadas as regras que determinam a
composição da carteira do tipo ANBIMA. Não admitem alavancagem.
Ativos
Fundos que têm como objetivo superar um índice de referência ou que não fazem referência a nenhum índice. A
seleção dos ativos para compor a carteira deve ser suportada por um processo de investimento que busca
atingir os objetivos e executar a política de investimentos de nidos para o fundo. Os recursos remanescentes
em caixa devem estar investidos em cotas de fundos Renda Fixa – Duração Baixa – Grau de Investimento ou em
ativos permitidos a estes desde que preservadas as regras que determinam a composição da carteira do Tipo
ANBIMA, exceção feita aos fundos classi cados como Livre (nível 3). Admitem alavancagem.
Subcategoria (nível 3)
Neste nível os fundos são classi cados conforme a estratégia.
Valor/Crescimento: Fundos que objetivam buscar retorno por meio da seleção de empresas
cujo valor das ações negociadas esteja abaixo do "preço justo" estimado (estratégia valor) e/ou
aquelas com histórico e/ou perspectiva de continuar com forte crescimento de lucros, receitas e
uxos de caixa em relação ao mercado (estratégia de crescimento).
Dividendos: Fundos cuja carteira investe em ações de empresas com histórico de dividend yield
(renda gerada por dividendos) consistente ou que, na visão do gestor, apresentem essas
perspectivas.
Small Caps: Fundos cuja carteira de ações investe, no mínimo, 85% (oitenta e cinco por cento)
em ações de empresas que não estejam incluídas entre as 25 maiores participações do IBrX -
Índice Brasil, ou seja, ações de empresas com relativamente baixa capitalização de mercado. Os
15% (quinze por cento) remanescentes podem ser investidos em ações de maior liquidez ou
capitalização de mercado, desde que não estejam incluídas entre as dez maiores participações
do IBrX – Índice Brasil.
Sustentabilidade/Governança: Fundos que investem em empresas que apresentam bons
níveis de governança corporativa, ou que se destacam em responsabilidade social e
sustentabilidade empresarial no longo prazo, conforme critérios estabelecidos por entidades
amplamente reconhecidas pelo mercado ou supervisionados por conselho não vinculado à
gestão do fundo. Estes fundos devem explicitar em suas políticas de investimento os critérios
utilizados para de nição das ações elegíveis.
Índice Ativo (Indexed Enhanced): Fundos que têm como objetivo superar o índice de referência
do mercado acionário. Estes fundos se utilizam de deslocamentos táticos em relação à carteira
de referência para atingir seu objetivo.
Subcategoria (nível 3)
Neste nível os fundos são classi cados conforme sua característica.
Fundos Fechados de Ações: Fundos de condomínio fechado regulamentados pela ICVM 555.
Fundos de Mono Ação: Fundos com estratégia de investimento em ações de apenas uma
empresa. Admitem alavancagem.
Investimento no Exterior
Fundos que objetivem investir em ativos nanceiros no exterior em parcela superior ou igual a 40% do
patrimônio líquido. Estes fundos seguem o disposto no art. 101 da ICVM 555. Admitem alavancagem.
Multimercado
No caso dos multimercados, buscou-se uma analogia com os tipos de gestão indexada e ativa, criando, no
primeiro nível, os tipos alocação e estratégias. Investimento no Exterior: fundos que têm a possibilidade de
adquirir ativos no exterior (crossborder).
Multimercados (nível 1)
Fundos que devem possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso
de concentração em nenhum fator em especial. O hedge cambial da parcela de ativos no exterior é facultativo ao
gestor. Categoria (nível 2): Neste nível os fundos são classi cados em dois grupos: Alocação e por Estratégias.
Alocação
Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimento em diversas classes de ativos (renda xa,
ações, câmbio etc), incluindo cotas de fundos de investimento. Estes fundos buscam retorno de longo prazo
prioritariamente da estratégia de asset allocation.
Subcategoria (nível 3)
Neste nível os fundos são classi cados conforme a liberdade da carteira ou necessidade de manter um
benchmark composto.
Balanceados: Buscam retorno no longo prazo através da compra de diversas classes de ativos,
incluindo cotas de fundos. Estes fundos possuem estratégia de alocação pré-determinada
devendo especi car o mix de investimentos nas diversas classes de ativos, incluindo
deslocamentos táticos e/ou políticas de rebalanceamento explícitas. O indicador de
desempenho do fundo deverá acompanhar o mix de investimentos explicitado (asset allocation
benchmark), não podendo, assim, ser comparado a uma única classe de ativos (por ex, 100%
CDI). Os fundos nesta subcategoria não podem possuir exposição nanceira superior a 100% do
PL. Não admitem alavancagem.
Por Estratégia
Fundos nesta categoria se baseiam nas estratégias preponderantes adotadas e suportadas pelo processo de
investimento adotado pelo gestor como forma de atingir os objetivos e executar a política de investimentos dos
fundos. Admitem alavancagem.
Subcategoria (nível 3)
Neste nível os fundos são classi cados conforme a estratégia.
Macro: Fundos que realizam operações em diversas classes de ativos (renda xa, renda
variável, câmbio etc), de nindo as estratégias de investimento baseadas em cenários
macroeconômicos de médio e longo prazos.
Trading: Fundos que realizam operações em diversas classes de ativos (renda xa, renda
variável, câmbio etc), explorando oportunidades de ganhos originados por movimentos de
curto prazo nos preços dos ativos.
Long and Short - Direcional: Fundos que fazem operações de ativos e derivativos ligados ao
mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas. O resultado deve ser
proveniente, preponderantemente, da diferença entre essas posições. Os recursos
remanescentes em caixa devem estar investidos em cotas de fundos Renda Fixa – Duração
Baixa – Grau de Investimento ou em ativos permitidos a estes desde que preservadas as regras
que determinam a composição da carteira do tipo ANBIMA.
Long and Short - Neutro: Fundos que fazem operações de ativos e derivativos ligados ao
mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas, com o objetivo de
manterem a exposição nanceira líquida limitada a 5%. Os recursos remanescentes em caixa
devem estar investidos em cotas de fundos Renda Fixa – Duração Baixa – Grau de Investimento
ou em ativos permitidos a estes desde que preservadas as regras que determinam a
composição da carteira do Tipo ANBIMA.
Juros e Moedas: Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimentos em
ativos de renda xa, admitindo-se estratégias que impliquem risco de juros, risco de índice de
preço e risco de moeda estrangeira. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de renda
variável (ações etc).
Capital Protegido: Fundos que buscam retornos em mercados de risco procurando proteger,
parcial ou totalmente, o principal investido.
Estratégia Especí ca: Fundos que adotam estratégia de investimento que implique riscos
especí cos, tais como commodities, futuro de índice.
Investimento no Exterior
Fundos que objetivem investir em ativos nanceiros no exterior em parcela superior ou igual a 40% do
patrimônio líquido. Estes fundos seguem o disposto no art. 101 da ICVM 555. Admitem alavancagem.
Cambial
Fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos - de qualquer espectro de risco de crédito -
relacionados diretamente ou sintetizados, via derivativos, à moeda estrangeira.
Cambial (nível 1)
Fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos - de qualquer espectro de risco de crédito -
relacionados diretamente ou sintetizados, via derivativos, à moeda norte-americana ou à europeia. O montante
não aplicado em ativos relacionados direta ou indiretamente ao dólar ou ao euro deve ser aplicado somente em
títulos e operações de Renda Fixa (pré ou pós- xadas a CDI/Selic). Não admitem alavancagem.
Imposto de Renda sobre Aplicações
Financeiras em Fundos de Investimento
Imobiliário
O fundo deverá distribuir a seus cotistas, no mínimo, 95% dos lucros auferidos, apurados segundo o regime de
caixa, com base em balanço ou balancete semestral encerrado em 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano.
Fato Gerador
São rendimentos e ganhos de capital:
Bene ciário pessoa física – na forma de ganho de capital quando a alienação for realizada fora da
bolsa de valores ou na forma de renda variável quando a alienação ocorrer na bolsa.
Bene ciário pessoa jurídica – na forma de renda variável quando a alienação for realizada dentro
ou fora da bolsa de valores.
Quando se tratar de distribuição de rendimentos pelo fundo, o responsável pelo recolhimento é o administrador
do fundo, que deverá fazê-lo até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de
apuração.
a cota deve ser negociada exclusivamente em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado;
nenhum cotista pode possuir 10% ou mais das cotas do fundo ou não pode haver cotista cujas cotas lhe
derem rendimento superior a 10% do total do rendimento do fundo.
Contudo, os ganhos de capital, no resgate de cotas dos Fundos de Investimento Imobiliário por qualquer
bene ciário (inclusive pessoa jurídica isenta), sujeitam-se à incidência do imposto de renda à alíquota de 20%.
Código Anbima de
Regulação e Melhores
Práticas para
Administração de Recursos
de Terceiros
Disposições gerais
De nições
Art. 1º – Para os efeitos deste Código, entende-se por:
Ativos Imobiliários: quaisquer ativos pelos quais ocorra a participação dos Fundos de
Investimento Imobiliários nos empreendimentos imobiliários permitidos pela
Regulação aplicável.
Carta de Recomendação: documento expedido pela Supervisão de Mercados e aceito
pela Instituição Participante que contém as medidas a serem adotadas a m de sanar
a(s) infração(ões) de pequeno potencial de dano e de fácil reparabilidade cometida(s)
pelas Instituições Participantes, conforme previsto no Código dos Processos.
Objetivo e Abrangência
Art. 2º – O presente Código tem por objetivo estabelecer princípios e regras para Administração de
Recursos de Terceiros visando, principalmente:
Art. 3º – Este Código se destina às instituições que desempenham o exercício pro ssional de
Administração Fiduciária e Gestão de Recursos de Terceiros de Veículos de Investimento.
§2º – As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também
observado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que
estejam autorizados, no Brasil, a desempenhar o exercício pro ssional de Administração
Fiduciária e Gestão de Recursos de Terceiros.
§3º – A obrigação prevista no parágrafo acima não implica o reconhecimento, por parte
das Instituições Participantes, da existência de qualquer modalidade de assunção,
solidariedade ou transferência de responsabilidade entre estes integrantes, embora
todas as referidas entidades estejam sujeitas às regras e aos princípios estabelecidos
pelo presente Código.
evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em con ito com as regras e os
princípios contidos neste Código e na Regulação em vigor;
envidar os melhores esforços para que todos os pro ssionais que desempenhem
funções ligadas à Administração de Recursos de Terceiros atuem com imparcialidade
e conheçam o código de ética da Instituição Participante e as normas aplicáveis à sua
atividade;
identi car, administrar e mitigar eventuais con itos de interesse, nas respectivas
esferas de atuação, que possam afetar a imparcialidade das pessoas que
desempenhem funções ligadas à Administração de Recursos de Terceiros;
evitar práticas que possam ferir a Relação Fiduciária mantida com os investidores;
Art. 7º – São considerados descumprimento às obrigações e aos princípios deste Código não
apenas a inexistência das regras e dos procedimentos aqui exigidos, mas também a sua não
implementação ou implementação inadequada para os ns previstos neste Código.
Art. 8º – Nos casos dos Fundos de Investimento em cotas de Fundos de Investimento que invistam
mais de noventa e cinco por cento de seu patrimônio em um único Fundo, é vedada a utilização de
qualquer instituto jurídico ou estrutura de produto, cuja implicação econômica, de forma direta ou
indireta, resulte em desconto, abatimento ou redução arti cial de taxa de administração,
performance e/ou qualquer outra taxa que venha a ser cobrada pela indústria de Fundos de
Investimento.
preservar informações con denciais e permitir a identi cação das pessoas que
tenham acesso a elas; e
§2º – A adoção de práticas claras e precisas que assegurem o bom uso das instalações e dos
equipamentos não exclui a obrigatoriedade de manter a segregação física de que trata o inciso III
do caput.
§3º – A segregação física de instalações de que trata o inciso III do caput não é necessária entre a
área responsável pela Administração de Recursos de Terceiros e a área responsável pela
distribuição de cotas de Fundos de que a pessoa jurídica seja Administrador Fiduciário ou Gestor
de Recursos.
Art. 14 – As Instituições Participantes devem exigir que seus pro ssionais assinem, de forma
manual ou eletrônica, documento de con dencialidade sobre as informações con denciais,
reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido con adas em virtude do exercício de suas
atividades pro ssionais, excetuadas as hipóteses permitidas em lei.
supervisão dos limites de investimento das carteiras dos Fundos, nos termos da seção
II deste capítulo;
gestão do risco de liquidez, que deve ser feita em conjunto com o Gestor de Recursos,
nos termos da Regulação vigente e conforme o previsto no contrato de prestação de
serviço.
pelo envio das informações relativas aos negócios realizados pelos Veículos de
Investimento ao Administrador Fiduciário ou ao terceiro contratado para essa
atividade, quando aplicável;
pela negociação, pela alocação e pelo rateio de ordens dos Veículos de Investimento,
quando aplicável;
pelo controle de risco dos Veículos de Investimento, incluindo, mas não se limitando, a
gestão de risco de liquidez, risco de mercado e risco de crédito, bem como o
enquadramento dos Veículos de Investimento aos limites de risco estabelecidos nos
Documentos dos Veículos de Investimento e/ou em suas regras de risco; e
por garantir que as operações realizadas pelos Veículos de Investimento tenham
sempre propósitos econômicos compatíveis com os Documentos dos Veículos de
Investimento, e estejam em consonância com os princípios gerais de conduta
previstos neste Código.
Selo ANBIMA
Art. 56 – A veiculação do selo ANBIMA tem por nalidade exclusiva demonstrar o compromisso
das Instituições Participantes em atender às disposições deste Código.
Art. 8º – Os documentos devem conter as principais características do Fundo 555, dentre as quais
as informações relevantes aos investidores sobre políticas de investimento, taxas e riscos
envolvidos, bem como seus direitos e responsabilidades.
Risco de mercado;
Risco de crédito;
Risco de liquidez;
Risco Operacional;
Risco de Contraparte;
Risco de Concentração.
zelar para que não haja quali cações injusti cadas, superlativos não comprovados,
opiniões ou previsões para as quais não exista uma base técnica, promessas de
rentabilidade, garantia de resultados futuros ou isenção de risco para investidores e
potenciais investidores;
zelar para que haja concorrência leal, de modo que as informações disponibilizadas
ou omitidas não promovam determinados Fundos ou Instituições Participantes em
detrimento de seus concorrentes, sendo permitida comparação somente nos termos
do capítulo VI, seção V deste anexo.
Art. 22 – Para ns deste Código, não são considerados Material Publicitário ou Material Técnico:
cota;
patrimônio líquido; e
Material Publicitário
Art. 24 – A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer meio de
comunicação disponível, deve incluir, em destaque, link ou caminho direcionando os investidores
ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre o Fundo 555 mencionado, de modo que haja
conhecimento de todas as informações, características e riscos do investimento.
Material Técnico
Art. 25 – O Material Técnico deve possuir, no mínimo, as seguintes informações sobre os Fundos
555:
tributação aplicável; e
Parágrafo único. Nas agências e dependências das Instituições Participantes, devem-se manter à
disposição dos interessados, seja por meio impresso ou passível de impressão, as informações
previstas no caput.
Histórico de Rentabilidade
Art. 32 – Ao divulgar a rentabilidade dos Fundos 555, as Instituições Participantes devem:
utilizar, caso aplicável, todos os meses do ano corrente do calendário civil de forma
individual (mês a mês) ou com seu valor acumulado (acumulado no ano);
incluir períodos de doze meses do calendário civil, contados até o mês anterior à
divulgação dos últimos doze meses, utilizando a mesma metodologia caso divulguem
períodos múltiplos de doze meses;
incluir, nas hipóteses em que os Fundos 555 tenham sido constituídos a menos de
doze meses, a data de constituição do Fundo até o mês anterior à divulgação; e
Exclusivos ou Reservados;
§1º – Para os Fundos constituídos há menos de doze meses é obrigatório observar, no mínimo, as
regras de nidas nos incisos I, II e VI, deste artigo.
§2º – A rentabilidade a ser divulgada deve demonstrar, no mínimo, os intervalos de tempo
de nidos nos incisos I, II e IV deste artigo, devendo esses intervalos ser divulgados juntos e com o
mesmo destaque.
§3º – O disposto no parágrafo 2º deste artigo não impede a divulgação de rentabilidade diária,
desde que observados os requisitos previstos nesta seção.
§4º – Na divulgação de outros dados quantitativos, tais como patrimônio sob gestão, deve ser
informada a fonte e a data de referência da informação.
§5º – A divulgação de rentabilidade do Fundo 555 deve ser acompanhada de comparação com
metas ou parâmetros de performance que estejam descritos em seu regulamento.
Art. 33 – Caso haja mudança na classi cação, nos termos estabelecidos pela Comissão de Valores
Mobiliários, mudança do Gestor de Recursos, ou, ainda, mudança signi cativa na política de
investimento do Fundo 555, a Instituição Participante pode divulgar, adicional e separadamente à
sua rentabilidade obrigatória acumulada nos últimos doze meses, a rentabilidade relativa ao
período posterior à mudança, informando o que foi alterado.
§2º – A Instituição Participante que optar por divulgar a rentabilidade relativa ao período
posterior às mudanças de que trata o caput, deverá divulgá-la obrigatoriamente por, no
mínimo, doze meses.
Avisos Obrigatórios
Art. 35 – As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos documentos abaixo
indicados, os seguintes avisos obrigatórios:
Material Técnico:
caso haja cobrança de taxa de entrada, taxa de saída e/ou outras taxas que
afetem a rentabilidade do Fundo 555, e estas taxas não estejam re etidas no
valor da cota, o aviso do inciso I, alínea “a”, “ii” deste artigo, deve ser
substituído pelo seguinte aviso:
caso o Fundo 555 altere sua classi cação, nos termos estabelecidos pela
Comissão de Valores Mobiliários, altere o Gestor de Recursos, ou, ainda, altere
signi cativamente sua política de investimento, conforme parágrafo 1º do
artigo 33 deste anexo, deve ser incluído no Material Técnico aviso com o
seguinte teor:
Parágrafo único. No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do texto e a
localização dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e compreensão.
Apreçamento de Ativos
Apreçamento dos Ativos
Art. 36 – O Administrador Fiduciário deve adotar na preci cação dos ativos nanceiros
metodologia de Apreçamento dos ativos, conforme Regulação vigente.
Art. 37 – Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem ser
observadas pelo Administrador Fiduciário no que se refere ao Apreçamento dos Fundos 555.
Valor Justo: preço que seria recebido para vender um ativo ou pago para transferir
um passivo em uma transação não forçada entre participantes de mercado na data da
mensuração.
Objetivo e Abrangência
Art. 2º – As normas consubstanciadas nesta diretriz têm por objetivo estabelecer normas, critérios
e procedimentos para o Apreçamento dos ativos nanceiros integrantes das carteiras dos Fundos
de Investimento.
Art. 3º – Esta diretriz se aplica, em sua totalidade, aos Fundos de Investimento 555 e aos Fundos
de Investimento em Índice de Mercado, e, para os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
e Fundos de Investimento Imobiliário, apenas aos títulos e valores mobiliários integrantes de suas
carteiras de investimentos (“Fundos”).
Princípios Gerais
Art. 4º – Os princípios gerais de nidos nesta diretriz devem ser usados como direcionadores para
o Apreçamento dos ativos nanceiros, devendo ser aplicados com coerência, de forma que a
aplicação de um não inviabilize a aplicação de outro.
Art. 5º – Os princípios a seguir são considerados norteadores para o Apreçamento dos ativos
nanceiros:
Regras Gerais
Art. 6º – O Administrador Fiduciário é o responsável pelo Apreçamento dos ativos nanceiros
integrantes das carteiras de investimento dos Fundos, podendo contratar, sem prejuízo de sua
responsabilidade, terceiro devidamente quali cado para desempenhar esta atividade.
Parágrafo único. Caso haja contratação de terceiros, nos termos do caput, o nome do
contratado deve ser divulgado no formulário de informações complementares, no
regulamento dos Fundos ou no site do Administrador Fiduciário na internet, conforme
aplicável.
Estrutura Organizacional
Art. 7º – O Administrador Fiduciário deve possuir em sua estrutura área que seja responsável pelo
Apreçamento dos ativos nanceiros dos Fundos.
Art. 8º – O Administrador Fiduciário deve constituir comitê ou organismo que tenha como objetivo
discutir os assuntos referentes ao Apreçamento de ativos nanceiros das carteiras dos Fundos de
Investimento.
Manual de Apreçamento
Art. 9º – O Administrador Fiduciário deve implementar e manter, em documento escrito, regras,
procedimentos e metodologias que serão adotados no Apreçamento dos ativos nanceiros dos
Fundos de Investimento sob sua administração (“Manual de Apreçamento”).
as metodologias utilizadas;
§3º – Caso ocorra uma excepcionalidade e o Administrador Fiduciário tenha que adotar método
alternativo não previsto no Manual de Apreçamento, deverá, previamente à utilização do método,
manter registros e justi cativas que fundamentem esta excepcionalidade, incluindo, mas não se
limitando, a memória dos cálculos que foram utilizados.
§5º – Caso o Administrador Fiduciário identi que que a adoção de uma disposição prevista no
Manual de Apreçamento possa resultar em (i) informações distorcidas, (ii) apuração inadequada
do valor patrimonial da cota ou (iii) distribuição não equitativa dos resultados entre os
investidores, poderá deixar de aplicar tal disposição, desde que justi que essa ação para a área de
compliance da instituição e mantenha essa análise e essa justi cativa à disposição da ANBIMA.
Art. 10 – O Administrador Fiduciário que utilizar como fonte para o Apreçamento de ativos
nanceiros de crédito privado os negócios representativos no mercado secundário deve incluir em
seu Manual de Apreçamento, no mínimo:
o momento em que essa premissa será utilizada como fonte primária para o
Apreçamento;
outros itens que julgue pertinente para a adequada justi cativa de seu uso.
ser registrado na ANBIMA em sua versão completa e mais atualizada, e ser novamente
registrado sempre que houver alterações, conforme critérios a seguir:
§1º – O registro dos Manuais de Apreçamento na ANBIMA deve ser realizado mediante
apresentação de carta de solicitação de registro, acompanhada de 2 (duas) versões eletrônicas
completas do Manual de Apreçamento, 1 (uma) de forma simples e outra que destaque
claramente todas as alterações efetuadas em relação à última versão do documento registrado na
ANBIMA.
§2º – A ANBIMA poderá, a seu critério, de nir outras formas para o registro dos Manuais de
Apreçamento.
§1º – O Valor Justo do ativo nanceiro não deve ser alterado para re etir os Custos de
Transação.
§2º – As práticas de Apreçamento ao Valor Justo devem considerar, com destaque, a
transparência e a liquidez dos ativos nanceiros na formação de preços.
Art. 14 – As operações com derivativos que produzam resultados xos ou predeterminados devem
ser avaliadas, em conjunto, como ativos nanceiros de renda xa e ajustados, diariamente, pelo
Valor Justo.
Parágrafo único. Os parâmetros utilizados no Apreçamento dos ativos nanceiros de que trata o
caput deve ser atualizado, no mínimo, a cada 10 dias.
Art. 16 – O Administrador Fiduciário deve, a qualquer tempo, reavaliar seus ativos nanceiros
sempre que houver indícios de perdas prováveis.
a taxa indicativa da ANBIMA e projeções dos índices de preços também divulgados por
essa Associação; ou
§1º – Recomenda-se, nas hipóteses em que a ANBIMA divulgue taxas e preços de ativos de renda
xa de emissor privado, que o Administrador Fiduciário utilize as taxas e os preços divulgados pela
Associação.
§2º – Caso o Administrador Fiduciário conclua que a adoção das taxas e dos preços divulgados pela
ANBIMA possa resultar em informações distorcidas, apuração inadequada, distribuição não
equitativa dos resultados, ou outras situações que con item com seu dever duciário, poderá,
mediante justi cativa documentada, deixar de aplicar o disposto neste artigo.
Art. 19 – Os ativos de renda xa integrantes da carteira dos Fundos devem ser inicialmente
registrados pelo Administrador Fiduciário ao Valor Justo, e classi cados nas seguintes categorias:
§1º – Na categoria de ativos para negociação, devem ser registrados os ativos nanceiros
adquiridos com a nalidade de serem ativa e frequentemente negociados.
§2º – Na categoria de ativos mantidos até o vencimento, devem ser registrados os ativos
nanceiros adquiridos com a intenção dos investidores de preservar o volume de aplicações
compatível com a manutenção de tais ativos na carteira do Fundo até o vencimento.
§3º – Para que os ativos nanceiros sejam classi cados na categoria de ativos mantidos até o
vencimento, devem ser observadas, cumulativamente, as seguintes condições:
que haja declaração formal de todos os investidores, devendo constar que possuem
capacidade nanceira para levar ao vencimento os ativos classi cados nesta categoria;
e
que todos os investidores que ingressarem no Fundo a partir da classi cação nesta
categoria declarem formalmente, por meio do termo de adesão ao regulamento do
Fundo, sua capacidade nanceira e anuência à classi cação de ativos nanceiros
integrantes da carteira do Fundo na categoria de mantido até o vencimento.
§4º – O Fundo Exclusivo que possuir como cotista outro Fundo de Investimento só poderá
classi car os ativos nanceiros na categoria mantidos até o vencimento se o Fundo investidor
cumprir com o disposto no parágrafo 3º acima.
§5º – Para os ativos classi cados como mantidos até o vencimento, o Valor Justo no
reconhecimento inicial deve ser adicionado aos Custos de Transação.
§6º – O Fundo que decidir investir em cotas de outro Fundo que classi que os ativos de sua
carteira na categoria de ativos mantidos até o vencimento deve cumprir com o disposto no
parágrafo 2º deste artigo.
§9º – Devem ser observados pelo Administrador Fiduciário, a m de se identi car a similaridade
entre os ativos nanceiros – em especial o risco de crédito –, os seguintes parâmetros, no mínimo:
emissor
rating;
setor;
subsetor/segmento de atuação;
duration; e
indexador/tipo de remuneração.
§11º – Sem prejuízo do disposto nos parágrafos 3º e 4º deste artigo, o Administrador Fiduciário
deve detalhar no manual de apreçamento os critérios de utilização dos parâmetros mencionados
no parágrafo acima, bem como observar as seguintes condições:
caso exista ativo do mesmo emissor com referência de divulgação de taxas e preços
no mercado secundário, este deverá ser prioritariamente utilizado; e
Art. 20 – É permitida a utilização de cesta (mais de um ativo) como proxy, desde que sua
composição resulte em maior similaridade com o ativo a ser preci cado do que 1 (um) único ativo
isoladamente.
a B3; ou
§1º – A avaliação dos ativos de renda variável, para os quais exista Mercado Ativo e líquido, deve
ser feita utilizando-se a cotação diária de fechamento do mercado em que o ativo apresentar
maior liquidez.
§2º – Nas situações em que os ativos nanceiros de renda variável reconhecidamente não
apresentarem negociações regulares no mercado, ou que haja di culdade na coleta de preços, o
Administrador Fiduciário deverá de nir um modelo ou processo de apreçamento, para tratar estas
situações, que tenha parâmetros claramente identi cados.
Art. 22 – Os ativos nanceiros de renda variável devem ser classi cados, obrigatoriamente, na
categoria de ativos para negociação.
Derivativos
Art. 23 – O Administrador Fiduciário deve usar como fonte primária de preços para os derivativos
negociados no Brasil:
a B3; ou
Ativos no Exterior
Art. 24 – O Administrador Fiduciário para ativos nanceiros negociados no exterior deve converter
a moeda estrangeira para a moeda nacional utilizando a taxa de câmbio referencial (D2) divulgada
pela B3.
§2º – O valor a ser utilizado deve ser o preço líquido provável de realização,
considerando o impacto de tributos e taxas no exterior.
§4º – Na hipótese de ser utilizada outra taxa, nos termos de nidos pelo parágrafo acima,
o Administrador Fiduciário deverá informar em nota explicativa, incluindo suas
justi cativas.
§5º – O uso de outra taxa pelo Administrador Fiduciário deve ser efetuado de forma
consistente, e sua fonte deve ser de acesso público, con ável e possuir frequente
divulgação.
Art. 26 – O Apreçamento das cotas dos Fundos deve ser feito utilizando-se o último valor
patrimonial da cota disponibilizado pelo Administrador Fiduciário, não se admitindo a utilização de
valores patrimoniais de cotas descasados entre Fundos investidores e Fundos investidos, exceto:
nos casos em que os Fundos com cota de abertura adquiriram cota de Fundos de
fechamento; ou
Prospecto do FIDC
Art. 11 – O prospecto do FIDC deve conter, no mínimo:
denominação do FIDC;
prestadores de serviços:
administrador Fiduciário;
gestor de Recursos;
custodiante;
distribuidor;
escriturador;
auditor; e
prazo de duração;
razão de garantia: incluir (i) razão mínima das cotas subordinadas, considerando a
divisão do valor total das classes subordinadas juniores pelo patrimônio líquido do
FIDC; e (ii) razão total das cotas subordinadas, considerando a divisão do valor total do
somatório das classes subordinadas pelo patrimônio líquido do FIDC;
fatores de risco: indicar, obrigatoriamente, todo e qualquer fato relativo ao FIDC que
possa de alguma forma afetar a decisão do potencial investidor no que diz respeito à
aquisição das cotas do FIDC, devendo constar, dentre os fatores de risco, as seguintes
informações:
risco de mercado;
risco de crédito;
risco de concentração;
con ito de interesses: descrever a quem compete apreciar, discutir e/ou deliberar
matérias sobre as quais haja situação de potencial con ito de interesses;
sumário dos contratos: incluir sumário dos contratos rmados pelo FIDC e de outros
contratos rmados entre as partes envolvidas e que afetem de forma relevante as
operações do FIDC;
metodologia do cálculo do valor das cotas com relação ao benchmark das séries e/ou
classes de cotas no que se refere a possíveis provisões de perdas e reversões:
descrever, de forma clara, como serão realizados os eventos entre as diferentes séries
e/ou classes de cotas considerando o efeito da marca d’água, quando houver;
critérios e metodologias de veri cação do lastro, bem como guarda dos documentos
que comprovem o lastro;
§2º – Os FIDCs constituídos sob a forma de condomínio aberto devem incluir na capa, na
contracapa ou na primeira página de seus prospectos aviso com o seguinte teor: “Este
fundo apresenta risco de liquidez associado às características dos seus ativos e às regras
estabelecidas para a solicitação e a liquidação de resgates.”
§4º – Os FIDCs identi cados com o atributo de recuperação, conforme Diretriz ANBIMA
de Classi cação de FIDC, devem incluir na capa, na contracapa ou na primeira página de
seus prospectos aviso com o seguinte teor: “Este fundo pode adquirir direitos creditórios
em atraso (vencidos e não pagos), e o seu desempenho estará vinculado à capacidade
de recuperação desses créditos ao longo do tempo.”
características gerais:
denominação do FIDC;
CNPJ;
objetivo/política de investimento;
público-alvo;
Administrador Fiduciário;
Custodiante;
Gestor de Recursos;
código ISIN (International Securities Identi cation Number) de cada uma das
séries/classes e cotas, se houver; e
início da classe/série;
número da série;
remuneração-alvo da classe/série;
rating na emissão;
desempenho histórico;
§1º – As informações previstas nos incisos II e IV devem contemplar o histórico dos últimos vinte e quatro meses.
§2º – O Gestor de Recursos deve fornecer ao Administrador Fiduciário as informações necessárias, quando
aplicável, para cumprimento do disposto neste artigo.
§3º – O Administrador Fiduciário pode contratar o Gestor de Recursos para elaborar e divulgar o informativo de
que trata o caput, devendo essa contratação estar formalizada e ser divulgada no regulamento do FIDC.
Parágrafo único. A classi cação do FIDC na ANBIMA tem como objetivo separar e
identi car os FIDCs conforme suas estratégias e seus principais fatores de risco.
Art. 30 – Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem ser
observadas pelas Instituições Participantes no que se refere à classi cação ANBIMA do FIDC.
Fundos de Investimento Imobiliário
Objetivo e Abrangência
Art. 1º – O presente anexo se aplica, em adição às regras do Código, aos Fundos de Investimento
Imobiliários regulados pela Instrução CVM nº 472, de 31 de outubro de 2008, e suas alterações
posteriores (“FII” ou “Fundo”).
Prospecto do FII
Art. 9º – O prospecto é elaborado pelo Administrador Fiduciário e deve conter as principais
características do FII, dentre as quais as informações relevantes aos investidores sobre políticas de
investimento, taxas e riscos envolvidos, bem como seus direitos e responsabilidades.
denominação do FII;
base legal;
prazo de duração;
público-alvo;
risco de mercado;
risco de crédito;
risco regulatório;
risco de governança: descrever a existência de restrições para o
exercício de voto e eventuais quóruns quali cados para deliberação
(que poderão resultar na não deliberação de determinadas
matérias);
risco operacional; e
risco de concentração; e
risco ambiental;
§2º – Os terceiros contratados em nome do FII, nos termos do inciso XXIV acima, são
responsáveis, individualmente, pela prestação de suas informações, estando sujeitos às
penalidades previstas neste Código nos casos de descumprimento.
§3º – Caso a taxa de administração não contemple a taxa de gestão, esta última deverá
ser descrita no prospecto da oferta de cotas do FII.
Parágrafo único. A classi cação do FII na ANBIMA tem como objetivo separar e
identi car os FIIs conforme suas estratégias e seus principais fatores de risco.
Art. 24 – Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem ser
observadas pelas Instituições Participantes no que se refere à classi cação ANBIMA do FII.
Fundos de Investimento em Índice de Mercado
Art. 1º – O presente anexo aplica-se, em adição às regras do Código, aos Fundos de Índice de
Mercado regulados pela Instrução CVM nº 359, de 22 de janeiro de 2002, e suas alterações
posteriores (“Fundos de Índice” ou “Fundos”).
Website
Art. 7º – Sem prejuízo das demais obrigações previstas pela Regulação em vigor, o Administrador
Fiduciário deve disponibilizar em seu site na internet, no mínimo:
risco de mercado;
risco sistêmico;
risco de crédito;
regulação aplicável;
aviso na seção “Taxas e demais despesas do Fundo”, com o seguinte teor: “Esta
modalidade de investimento possui outros custos envolvidos, além das despesas do
próprio fundo. Antes de investir, veri que os custos com corretagem, emolumentos e
custódia.”;
“Este fundo utiliza estratégias que podem resultar em signi cativas perdas
patrimoniais para seus cotistas.”;
selo ANBIMA com texto obrigatório contendo aviso com o seguinte teor: “A presente
instituição aderiu ao Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para
Administração de Recursos de Terceiros.”
Qual a diferença?
A Previdência Social é o seguro social para o contribuinte. É uma instituição pública que tem
como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados.
A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador
contribuinte quando ele perde a capacidade de trabalho, seja por doença, invalidez, idade
avançada, morte, desemprego involuntário ou até mesmo em função de maternidade e reclusão.
Os planos de Previdência Privados individuais são aqueles que o investidor pode adquirir
diretamente nas instituições especializadas em administrar esse tipo de produto ou por meio de
um corretor de seguros.
Os produtos de previdência, sobretudo aqueles cujo objetivo seja uma renda ou benefício de aposentadoria,
devem ser pensados como uma poupança de longo prazo, ou seja, quanto mais cedo se começar, maior será o
valor recebido no momento da aposentadoria.
No entanto, a maioria das pessoas no Brasil começa a pensar no futuro muito tarde, talvez pela falta de cultura
sobre o assunto ou de disponibilidade de recursos.
Normalmente, as pessoas só procuram por planos de previdência a partir dos 40 anos, para se aposentar aos 55
anos, por exemplo.
Assim, ca fácil entender que o esforço contributivo de quem começa a poupar tarde será muito maior,
tornando o produto aparentemente caro. Por outro lado, se aquele mesmo participante optasse por contratar o
seu plano aos 20 anos, teria muito mais tempo para poupar (35 anos), o que certamente tornaria o produto
muito mais atraente.
Logo, o tempo destinado à acumulação de recursos é fundamental para o cálculo do custo do produto.
O benefício máximo previsto pela Previdência Social equivale a R$ 5.189,82.1 Este valor tem sido reajustado
anualmente, sempre no mês de janeiro, pelo governo federal, juntamente com outros benefícios da Previdência
Social e o salário mínimo.
Idade da aposentadoria;
Rentabilidade do dinheiro.
1
Este é o valor vigente até novembro/2016.
Taxas de Administração
A Taxa de Administração Financeira é o percentual que incide sobre o patrimônio líquido do Fundo, de acordo
com os saldos médios diários. Representa a remuneração da Entidade de Previdência e do administrador do
fundo e é descontada da rentabilidade bruta.
A taxa de administração nanceira (TAF) é cobrada diariamente, mas podemos demonstrar sua
cobrança considerando um uxo anual.
Este exemplo é uma mera simpli cação, pois a TAF é cobrada diariamente na variação da cota do
fundo de investimento.
Taxas de Carregamento
Taxa de carregamento é a importância resultante de um percentual aplicado sobre as contribuições brutas,
destinada a atender as despesas administrativas, de corretagem ou de colocação do plano.
Rentabilidade = 10%
Ao contratar um plano de previdência, o investidor deverá cumprir carência inicial de 60 dias no PGBL ou VGBL
até poder transferir recursos para outra Entidade de Previdência.
Ao efetuar uma transferência parcial para outra Entidade de Previdência, o investidor deverá aguardar carência
de 60 dias até poder efetuar a próxima transferência.
Não é possível a portabilidade entre pessoas diferentes. A portabilidade só é permitida entre planos do
mesmo participante.
Resgates
O prazo do investimento na previdência privada determina vantagens relevantes para o investidor.
No longo prazo, características como o diferimento scal oferecido pelo PGBL, a ausência da tributação
semestral do come-cotas no PGBL ou VGBL e ainda a possibilidade de efetuar realocações em per s de
investimento distintos, sem gerar recolhimento de imposto de renda, propiciam ganhos que não são fáceis de
tangibilizar para o investidor, mas que não podem ser desprezados como bons atrativos para aqueles que têm
um horizonte de tempo mais longo, seja para efetuar resgates no futuro ou optar por receber um benefício de
aposentadoria.
Além das características mencionadas, a possibilidade da escolha do Regime Tributário Regressivo ou De nitivo
potencializa os possíveis ganhos. Neste regime, prazos maiores de investimento são contemplados com
alíquotas de imposto de renda cada vez menores, podendo chegar até 10%.
Regimes de Tributação
Regime Tributário Regressivo
No Regime Tributário Regressivo (De nitivo) os valores resgatados ou recebidos em forma de renda serão
tributados exclusivamente na fonte. Desta forma, deverão constar da declaração de ajuste anual do imposto de
renda como Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/ De nitiva. Para estes valores não haverá ajuste, ou
seja, não existirá imposto a pagar ou a restituir.
No PGBL deverá ser considerado o valor integral e no VGBL somente a parte correspondente à rentabilidade. As
alíquotas cobradas neste regime tributário cam menores com o passar do tempo, conforme a tabela a seguir:
Resgates
Nos eventos de resgate utiliza-se a Tabela Regressiva considerando a regra contábil PEPS: primeiro recurso que
entra é o primeiro recurso que sai. Ou seja, nos resgates parciais, primeiro serão resgatados os recursos que
foram depositados há mais tempo e que já estão com alíquotas menores.
Suponhamos que contribuições de R$ 500,00 tenham sido realizadas, ao longo de 15 anos (180
meses), a uma rentabilidade nominal de 0,8% ao mês. Com o auxílio de uma calculadora
nanceira, concluiríamos que o valor acumulado após esse período seria de R$ 199.786,41.
Os recursos acumulados para este exemplo estarão acumulados conforme tabela:
Até 2 anos
Acima de 10 anos
Se este investidor decidir resgatar R$ 80.000,00 utilizará somente recursos que já atingiram a
alíquota de 10%. Será tributado na fonte em R$ 8.000,00 de forma de nitiva e resgatará R$
72.000,00 líquidos de IR.
Se este investidor decidir resgatar R$ 120.000,00, utilizará R$ 99.677,68 com alíquota de 10% e a
diferença de R$ 20.322,32 com alíquota de 15%.
Renda
Quando um investidor decide receber uma renda por meio de seu plano de previdência, a Entidade de
Previdência efetua um cálculo de Prazo Médio Ponderado (PMP) para determinar a alíquota de IR que incidirá
sobre os valores da renda recebida.
Para efetuar este cálculo é considerada cada contribuição e seus respectivos prazos no momento da concessão
do benefício. As eventuais retiradas efetuadas ao longo do tempo também são consideradas.
Se o Prazo Médio Ponderado totalizar 15 anos, por exemplo, signi ca que desde a primeira renda recebida a
tributação será de 10% conforme a tabela regressiva. Em outro exemplo, se o Prazo Médio Ponderado totalizar 9
anos, os primeiros 12 benefícios serão tributados pela alíquota de 15%. Como o prazo continua sendo contado,
depois de um ano ele já será de 10 anos. A partir de então, a alíquota passará a ser de 10%, mantendo-se nesse
patamar.
No PGBL deverá ser considerado o valor integral e no VGBL somente a parte correspondente à rentabilidade.
Resgates
Nos eventos de resgates haverá tributação na fonte de 15%, sem deduções, a título de antecipação ao valor
devido na declaração de ajuste anual.
Rendimento Tributável
Valor Bruto:
120.000,00
22.567,68
Valor Bruto:
20.000,00
3.000,00
TOTAL
Valor Bruto:
140.000,00
25.567,68
Rendimento Tributável
Valor Bruto:
140.000,00
28.067,68
Imposto a pagar
2.500,00
Rendimento Tributável
SALÁRIO
Valor Bruto:
0,00
0,00
Valor Bruto:
20.000,00
3.000,00
TOTAL
Valor Bruto:
20.000,00
3.000,00
Valor Bruto:
20.000,00
0,00
Imposto a restituir
3.000,00
Rendas
Nos eventos de recebimento de renda haverá tributação, na fonte, conforme tabela mensal de imposto de
renda. Posteriormente também deverá haver ajuste na declaração anual.
Rendimento Tributável
Valor Bruto:
120.000,00
22.567,68
Valor Bruto:
20.400,00
0,00
TOTAL
Valor Bruto:
140.400,00
22.567,68
Rendimento Tributável
Valor Bruto:
140.400,00
28.177,68
Imposto a pagar
5.610,00
Rendimento Tributável
SALÁRIO
Valor Bruto:
0,00
0,00
Resgate PGBL (15%)
Valor Bruto:
20.400,00
0,00
TOTAL
Valor Bruto:
20.400,00
0,00
Rendimento Tributável
Valor Bruto:
20.400,00
0,00
Imposto a restituir
0,00
Até 1.903,98
Alíquota:
Alíquota:
7,5%
R$ 142,80
Alíquota:
15%
R$ 354,80
Alíquota:
22,5%
R$ 636,13
Acima de 4.664,68
Alíquota:
27,5%
R$ 869,36
Até 22.499,13
Alíquota:
Alíquota:
7,5%
1.713,58
Alíquota:
15%
4.257,57
Alíquota:
22,5%
7.633,51
Acima de 55.373,55
Alíquota:
27,5%
10.432,32
A decisão pelo melhor Regime de Tributação depende de variáveis que não são fáceis de determinar ou prever
com precisão. No entanto, conhecer as regras de cada regime e que a combinação de PRAZO e VALOR são os
dois eixos de nidores desta análise ajuda a dar clareza ao processo de decisão. A tabela abaixo combina estes
dois eixos de forma sistemática.
Proporciona diferimento scal, ou seja, permite o abatimento das contribuições realizadas na apuração
da base de cálculo do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta tributável;
Não proporciona diferimento scal, ou seja, não permite o abatimento das contribuições realizadas na
apuração da base de cálculo do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta tributável;
Tributação nos resgates ou recebimento de renda ocorre sobre os rendimentos, somente no evento de
resgate ou renda.
Cotização diária com base no FIE onde estão aplicados os respectivos recursos;
Carteira de investimentos estruturada sob as modalidades Soberano, Renda Fixa Ou Composto,
conforme classi cação SUSEP;
Não cobra IOF ou imposto de renda sobre rendimentos conforme regras do come-cotas;
Possibilita contratação de benefício que poderá ser recebido sob a forma de pagamento único ou renda,
respeitando a estrutura técnica do respectivo plano e os dados atualizados da proposta de inscrição;
Prazos:
• Carência inicial para resgate de 60 dias a 24 meses, conforme regra estabelecida na aprovação do
produto junto à SUSEP;
• Intervalo mínimo entre resgates de 60 dias a 6 meses, conforme regra estabelecida na aprovação do
produto junto à SUSEP;
• Carência inicial para portabilidade de 60 dias quando efetuado para outra Entidade de Previdência;
• Carência para portabilidade de até 60 dias quando efetuada dentro da mesma Entidade de
Previdência.
Retirada total dos recursos (para alocação em outro veículo nanceiro) - Neste caso o investidor
precisa avaliar a conveniência desta retirada face à tributação onerosa que provavelmente ocorrerá no
momento da retirada. Dependendo do Regime de Tributação do plano, pode ser adequado aguardar
um momento mais vantajoso nanceiramente para efetuar esta retirada;
Retiradas programadas conforme a necessidade de recursos - Uma das vantagens desta forma de
retirada é poder otimizar a tributação dos recursos conforme o prazo, no caso do Regime Tributário ser
o Regressivo. Outro ponto é não abrir mão da liquidez dos recursos, caso haja alguma necessidade
eventual de recursos.
A desvantagem é que, dependendo do ritmo das retiradas, o recurso pode acabar e o investidor ter uma
sobrevida longa pela frente. Se não existirem outros recursos disponíveis, di culdades nanceiras
podem ocorrer;
Renda vitalícia - A renda vitalícia sem continuidade é indicada para o investidor que aceita entregar a
propriedade dos recursos acumulados para a Entidade de Previdência. Além disso, não abre mão da
perpetuidade da renda e também considera que os outros familiares ou dependentes estão seguros
nanceiramente ou mesmo podem suprir por conta própria o uxo de recursos da renda que será
interrompido com o seu falecimento;
Renda vitalícia com continuidade a um bene ciário - As formas de renda com continuidade são
indicadas para o investidor que aceita entregar a propriedade dos recursos acumulados para a Entidade
de Previdência. Além disso, não abre mão da perpetuidade da renda e, adicionalmente, considera
importante ou necessário que algum bene ciário dê continuidade a esta renda. Esta escolha faz com a
renda do próprio participante assistido seja menor, mas elimina o risco de deixar familiares ou
dependentes desassistidos na sua ausência;
Renda prazo certo - A renda prazo certo é uma renda nanceira, na qual as variáveis de prazo e juros
garantidos são combinadas para gerar uma renda futura pelo prazo contratado. Esta escolha
normalmente se baseia na avaliação de que é vantajoso o patamar dos juros garantidos versus a
incerteza dos resultados a serem obtidos por conta própria.
Outras formas de renda podem ser disponibilizadas nos planos de previdência comercializados atualmente, no
entanto as principais análises a serem realizadas estão expostas acima.
Contribuições
PGBL
As contribuições realizadas podem ser deduzidas da renda bruta tributável, até o limite de 12%, para
apuração da base de cálculo do Imposto de Renda devido na declaração de ajuste anual.
Necessário ser contribuinte do INSS ou aposentado para usufruir desta possibilidade.
VGBL
Não é permitida a dedução das contribuições da renda bruta tributável.
Retirada dos recursos
PGBL
Nos eventos de resgate de recursos ou recebimento de renda, ocorre tributação de imposto de renda
sobre o valor total retirado, de acordo com o Regime Tributário escolhido pelo participante.
VGBL
Nos eventos de resgate de recursos ou recebimento de renda, ocorre tributação de imposto de renda
sobre os rendimentos do valor retirado, de acordo com o Regime Tributário escolhido pelo participante.
Público alvo
PGBL
Quem efetua a declaração de ajuste anual do imposto de renda pelo formulário completo.
VGBL
Quem efetua a declaração de ajuste anual do imposto de renda pelo formulário simpli cado.
Quem é isento.
Quem já efetuou contribuições de até 12% da renda bruta tributável no PGBL e deseja efetuar
contribuições superiores a este patamar em Previdência Privada.
Portabilidade
PGBL
A transferência de recursos é permitida desde que ocorra dentro de uma mesma família de planos (PGBL
para PGBL).
O prazo mínimo a cumprir antes de pedir a transferência é de 60 dias.
VGBL
A transferência de recursos é permitida desde que ocorra dentro de uma mesma família de planos (VGBL
para VGBL).
O prazo mínimo a cumprir antes de pedir a transferência é de 60 dias.
As contribuições efetuadas no PGBL em nome de dependentes econômicos também podem ser utilizadas como
despesa dedutível do imposto de renda pelo responsável declarante. As contribuições irão compor o mesmo
limite de 12% da renda bruta a que o investidor já tem direito. A partir de 16 anos do menor dependente, será
necessário que seja efetuado em seu nome, recolhimento à previdência social para que esta dedução seja
possível.
Na tabela abaixo listamos os principais tipos de rendimentos sujeitos ao imposto de renda. Somente aqueles
classi cados como "tributável" poderão constar como Renda Bruta Tributável da Declaração Anual do Imposto
de Renda e assim compor o montante sobre o qual calcularemos a potencial contribuição a ser realizada no
PGBL.
Férias Tributável
INSS Tributável
Aluguéis Tributável
Pró-labore Tributável
Pensões Tributável
Honorários Tributável
Royalties Tributável
Para apuração da base de cálculo do imposto de renda é Corresponde a 20% do valor da Renda
permitido deduzir da Renda Bruta Tributável os seguintes Bruta Tributável limitado a R$ 15.880,89
valores: em 2014.
Previdência Social
Dependentes (R$ 2.275,08)1
Despesas com instrução (R$ 3.561,50)2
Despesas médicas (sem limite)
Previdência Privada até 12% da Renda Bruta
1
Limite anual por dependente em 2016
2
Limite individual vigente em 2016
Se a soma das Deduções Legais for superior a 20% da Renda Bruta Tributável, será mais vantajosa a opção pela
declaração completa, caso contrário será mais vantajosa a utilização do Desconto Simpli cado.
Caso a renda anual seja superior a R$ 83.771,70 a conclusão acima deverá ser analisada com mais cuidado, pois
a partir deste patamar de renda o desconto máximo permitido de R$ 16.754,34 como Desconto Simpli cado
passa a corresponder a um percentual menor que 20% da renda.
Mais de 60% das pessoas que declaram o Imposto de Renda no Brasil utilizam o Desconto
Simpli cado. Não por acaso, o VGBL tornou-se o carro-chefe do setor de previdência aberta no
país nos últimos dois anos.
Em virtude de suas características, a previdência privada tem sido utilizada com frequência como um meio de
planejamento sucessório.
Quando contrata um plano de previdência, o investidor pode estabelecer bene ciários em sua proposta de
inscrição. A qualquer momento, durante o período de acumulação, estes bene ciários podem ser alterados pelo
próprio participante do plano.
Os recursos depositados no plano de previdência privada, com o falecimento do participante, serão pagos aos
bene ciários ou herdeiros legais sem a necessidade de inventário, evitando a burocracia comum a este
processo.
Outra vantagem no processo de sucessão via plano de previdência é o não recolhimento do Imposto de
Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD. Necessário, no entanto, cuidado com esta característica, porque
como o ITCMD é um imposto estadual, pode ocorrer de alguns Estados determinarem recolhimento sobre
esta verba, como já ocorre com Minas Gerais.
Com relação à tributação dos recursos, quando há sucessão via previdência, será respeitado o Regime Tributário
escolhido pelo próprio participante:
No Regime Tributário Progressivo haverá antecipação de 15% na fonte e ajuste na declaração anual
dos bene ciários.
No Regime Tributário Regressivo será respeitado o prazo de acumulação dos recursos para
determinar a tributação. Excepcionalmente para os casos de falecimento do participante, os recursos
com prazo de acumulação inferior a 6 anos serão tributados pela alíquota de 25%. Importante lembrar
que, neste regime, a tributação é exclusiva na fonte e cobrada de forma de nitiva, sem possibilidade de
ajuste na declaração anual do imposto de renda.
Com relação às modalidades de previdência complementar, seja o PGBL ou VGBL, ou ainda outras modalidades,
as características de tributação serão mantidas mesmo no caso de falecimento do participante. Ou seja, no
PGBL a totalidade dos recursos será tributada e no VGBL somente a parte correspondente aos rendimentos.
Em virtude desta característica, a modalidade mais utilizada para planejamento sucessório é o VGBL.
Estatística, Risco, Retorno
e Diversi cação
Princípios Básicos de Estatística
O que é estatística?
A palavra "estatística" é utilizada para se referir a dados (exemplo: o retorno médio da ação XYZ
foi de 8% nos últimos 10 anos) e aos métodos necessários para analisá-los. Em suma, a
estatística é uma disciplina cujo objetivo fundamental é a junção, a compilação, a análise e a
interpretação de dados.
Parâmetros são números que descrevem a população. Eles normalmente são desconhecidos e podem
ser estimados a partir de uma estatística (ou estimador).
Medidas de Posição
Média
A média aritmética é a medida de localização do centro (ou média) da população ou da amostra. Ela é obtida
somando-se todos os elementos da população (ou da amostra) e dividindo-se o resultado pelo número de
observações. Existem dois tipos de médias: populacional e amostral.
Exemplo: uma carteira composta por 50% de ações, 40% de títulos públicos e 10% de um fundo de investimento
conservador com retornos anuais de 12%, 7% e 3%, respectivamente, terá um retorno anual total de: (12 + 7 +
3)/3 = 7,3%.
A média ponderada reconhece que diferentes observações podem ter in uência desproporcional na média.
Média ponderada
Usando os mesmos dados do exemplo acima, a média ponderada será:
(0,50 x 0,12) + (0,40 x 0,07) + (0,10 x 0,03) = 0,091 ou 9,1%.
Mediana
A mediana é a medida de localização do centro da distribuição dos dados, correspondente ao valor que
divide a amostra ao meio quando organizada em ordem crescente ou decrescente. Isto é: metade dos
elementos do conjunto de dados é menor ou igual à mediana, enquanto os restantes são superiores ou iguais.
Para a sua determinação, organize os dados dos maiores para os menores valores (ou dos menores para os
maiores) e encontre a observação do meio. Utiliza-se a seguinte regra para determiná-la:
Ações de cinco bancos cujos retornos foram de 4%, 6%, 10%, 20% e 80% no último
ano.
Média: 24%
Mediana: 10%
Ações de quatro empresas petrolíferas cujos retornos foram de 5%, 7%, 9% e 15%.
Média: 9%
Mediana: 8% (média aritmética de 7% e 9% – os termos do meio do conjunto de
dados).
Moda
Moda é o valor que surge com mais frequência em um conjunto de dados. Este pode ter mais do que uma
moda (multimodal) ou até mesmo nenhuma.
Vamos a um exemplo: o retorno do Ibovespa nos últimos anos foi 5%, -10%, 20%, 5%, 15%.
Portanto, pode-se dizer que a moda dos retornos do Ibovespa nos últimos anos foi de 5%, pois é o
termo que apareceu com mais frequência, ou seja, que mais se repetiu.
Medidas de dispersão: variância e desvio-padrão
A variância é uma medida de variabilidade ou de dispersão, calculada como a soma dos quadrados dos
desvios em relação à média (as diferenças entre o valor de cada observação xi e a média), dividida pelo
número de observações.
Atenção
O exame não cobrará cálculos, mas sim a interpretação da variância e do desvio-padrão.
O desvio-padrão é uma medida que só pode assumir valores não negativos. Quanto maior
ele for, maior será a dispersão dos dados.
Propriedades do desvio-padrão
Algumas propriedades do desvio-padrão que resultam imediatamente da de nição são:
Ele é sempre não negativo e será tanto maior quanto mais variabilidade houver entre os dados.
Se s = 0, então não existe variabilidade, isso é, os dados são todos iguais.
O risco está associado justamente à probabilidade de se contabilizar rendimento negativo (da ocorrência de um
evento não esperado). Analisando dados históricos, o desvio-padrão fornecerá, em uma unidade numérica, o
quanto os dados passados variaram com relação à média.
Nesse sentido, uma grande dispersão em relação à média (e, consequentemente, um desvio-padrão elevado)
representa uma maior probabilidade (maior risco) da ocorrência de eventos não esperados. Veja alguns
exemplos abaixo:
Por sua vez, ao se investir em um fundo DI ou em títulos pós- xados do Tesouro Nacional e se calcular
o desvio-padrão, será possível notar uma menor dispersão com relação à média, pois os retornos são
bem mais constantes. Em outras palavras, o risco desse investimento é menor, representado por um
desvio-padrão também menor.
Fundo DI Ação
set/13 0,58% 2%
Analisando o grá co, pode-se visualmente perceber como os pontos vermelhos (ação), comparativamente aos
pontos azuis (fundo DI), estão mais dispersos uns dos outros. É justamente essa maior dispersão das ações que
representa maior volatilidade dos retornos, maior variância e maior desvio-padrão e, consequentemente, maior
risco que o fundo DI.
Com o auxílio de uma calculadora nanceira, aferimos que o desvio-padrão amostral dos retornos da ação foi
de 2,54% e o do fundo DI foi de 0,02%, comprovando em números o maior risco do investimento em ações,
neste caso.
Dessa forma, pode-se concluir que quanto maior o desvio-padrão, maior o risco de um ativo.
Covariância
A covariância – COV é a medida do grau com que duas variáveis se movem juntas. Ela captura a relação
linear entre uma variável e outra.
Uma covariância positiva indica que as variáveis tendem a se mover na mesma direção.
Uma covariância negativa, por sua vez, indica que as variáveis tendem a se mover em direções
opostas.
Já taxa de juros e variação do Produto Interno Bruto – PIB, por sua vez, tendem a ter
covariância negativa – aumentando os juros, há uma tendência de desaceleração
econômica e, consequentemente, de queda do PIB.
A covariância apenas indica a direção do relacionamento e não a força da relação. Sendo assim, se você
compara duas medidas de covariância e uma é duas vezes o valor da outra, a relação do segundo grupo não é
necessariamente duas vezes mais fraca que a do primeiro.
Em resumo, o sinal do coe ciente de correlação indica a direção em que duas variáveis se movem. Se
positivo, movem, em média, na mesma direção; se negativo, em direções opostas.
Por sua vez, o valor do coe ciente de correlação indica intensidade. Se ele for abaixo de -0,7, indica que as
variáveis se movem fortemente juntas em direções opostas. Já um coe ciente de correlação acima de 0,7 denota
que as variáveis se movem também fortemente juntas e na mesma direção.
Atenção
O exame não cobrará cálculos, mas sim a interpretação da covariância e do coe ciente de
correlação.
Distribuição Normal
A distribuição normal é a mais familiar das distribuições de probabilidade e também uma das mais
importantes em estatística. A forma exata de distribuição normal (a característica "curva do sino") é de nida por
uma função que tem apenas dois parâmetros: média e desvio-padrão.
Ser simétrica.
68% das observações caem dentro de um intervalo de + ou – 1 desvio-padrão em torno da média: P(x
estará entre a média +/- 1 desvio-padrão) = 68%.
90% das observações caem dentro de um intervalo de + ou – 1,65 desvios-padrão em torno da média:
P(x estará entre a média +/- 1,65 desvios-padrão) = 90%.
95% das observações caem dentro de um intervalo de + ou – 1,96 desvios-padrão em torno da média:
P(x estará entre a média +/- 1,96 desvios-padrão) = 95%.
99% das observações caem dentro de um intervalo de + ou – 2,58 desvios-padrão em torno da média:
P(x estará entre a média +/- 2,58 desvios-padrão) = 99%.
Por exemplo: em um intervalo de 90% de con ança, 10% das médias das amostras coletadas não
abrangem a média da população.
O retorno de uma ação tem distribuição normal, com média 5% e desvio-padrão 20%. Como
interpretar esse desvio-padrão? Checaremos os possíveis retornos, usando os intervalos de
con ança:
Intervalo de con ança
90%
Possíveis resultados
Interpretação
95%
Possíveis resultados
Interpretação
99%
Possíveis resultados
Interpretação
Assim, a taxa de remuneração oferecida pelos títulos de curto prazo do Tesouro Nacional (taxa Selic) é
considerada a de mais baixo risco da economia brasileira (nos Estados Unidos, é o retorno de T-bills). Essa taxa é
chamada de Taxa Livre de Risco.
As taxas de títulos do governo são consideradas livres de risco de crédito e possuem alta liquidez.
O prêmio de risco exigido de um papel dá-se principalmente com relação ao seu risco de crédito. Assim, quanto
maior o risco, maior o prêmio exigido pelos investidores (maior retorno), o que gerará um menor preço do título
(se a taxa de juros a descontar os uxos futuros for alta, seu valor presente será mais baixo).
Por exemplo: se o R2 de determinado modelo é 0,8234, signi ca que 82,34% da variância de uma variável Y é
explicada pela variância de outra variável, X.
Quanto mais próximo de 1 estiver o coe ciente de determinação, melhor será o grau de explicação da variação
de Y em termos da variável X.
Risco de uma Carteira
Desvio-padrão da Carteira e o Benefício da
Diversi cação
O risco total de um bem ou carteira é medido pelo desvio-padrão (σ) e pode ser subdividido em duas partes:
Risco sistêmico, sistemático ou de mercado é o risco não diversi cável. Consiste no risco que os
sistemas econômico, político e social, vistos de forma ampla, impõem ao ativo. A diversi cação, por si
só, não elimina o efeito dessas variáveis. Ele é medido pelo Beta.
Risco não sistêmico ou sistemático consiste no risco intrínseco ao ativo e ao subsistema ao qual
pertence; é gerado por fatos que atingem diretamente o ativo em estudo ou o setor a que está ligado,
não atingindo os demais ativos e seus subsistemas. Por conta disso, é também chamado de risco
diversi cável.
A gura abaixo ilustra o fato de o risco total (σ) ser igual à soma do risco sistêmico e do risco não sistêmico,
enfatizando o efeito da diversi cação. Como se observa, a diversi cação reduz o risco não sistêmico, mas não o
sistêmico. O risco total não pode ser reduzido abaixo do risco sistêmico ou de mercado.
É importante notar que a adição de novos títulos à carteira reduz o risco total até certo ponto. Quando atingimos
o risco sistêmico ou de mercado, a diversi cação atingiu seu ponto máximo (a curva não irá além do risco de
mercado).
A chave para diversi cação está na correlação dos títulos. Vale lembrar que o coe ciente de correlação é um
valor entre -1 e +1 e mede o grau do movimento conjunto entre duas variáveis aleatórias — nesse caso, os
retornos da ação.
A diversi cação e ciente ocorre em uma carteira na qual os retornos dos investimentos estão inversamente
relacionados, ou seja, quando o valor de uma ação sobe, o da outra cai na mesma intensidade (coe ciente de
correlação é -1).
Relação entre Risco e Retorno e o Princípio da
Dominância entre Carteiras
Quando um investidor forma uma carteira de investimento, está alocando o seu capital em um conjunto de
ativos. Portanto, ele possui expectativas a respeito dos retornos dos ativos que constituem a sua carteira e esses
possuem um risco (desvio-padrão) associado, assim como todas as combinações de covariâncias entre eles.
Dessa forma, o investidor pode determinar o retorno esperado dessa carteira e o seu risco. Observe que tanto o
retorno como o risco da carteira são determinados apenas pelo peso de alocação que o investidor faz no
conjunto dos ativos, pois o retorno esperado e o risco são característicos de cada ativo.
O investidor pode obter in nitas carteiras apenas com a alteração dos pesos de alocação nos ativos.
Determinadas carteiras possuem um risco maior que outras ou podem apresentar retorno esperado maior. Se
analisarmos o plano retorno em função do risco, podemos situar essas várias carteiras, determinadas de acordo
com a alocação realizada pelo investidor.
O fato mais importante no plano retorno em função do risco foi provado por Harry M. Markowitz em seu
trabalho seminal, publicado em 1952 e agraciado com o Nobel em Economia de 1990.
Ele provou que existe uma fronteira, denominada fronteira e ciente, formada por in nitas carteiras, na qual
obtemos o máximo retorno com o mesmo nível de risco ou na qual obtemos o mínimo risco com o mesmo nível
de retorno. Ou seja, não importa a combinação de alocação que façamos, dado um nível de risco, não
podemos obter uma carteira com retorno superior ao da situada na fronteira e ciente; ou para um
determinado nível de risco, não podemos obter uma carteira que possua risco menor que a da situada na
fronteira e ciente.
Vale notar que, se dispomos apenas de ativos que possuem risco, a fronteira e ciente não tocará no eixo do
retorno onde o risco seria igual a zero. Isso se deve por não haver ativos livres de risco nas carteiras da fronteira
e ciente. Estes só serão introduzidos mais tarde, na Capital Market Line – CML.
Alternativamente, um investidor poderia facilmente combinar um investimento arriscado (carteira com ativos
com risco situado na fronteira e ciente) com um investimento sem risco, como a aplicação em títulos públicos.
O conjunto de oportunidades é dado por uma reta, conhecida por reta do mercado de capitais. Pode-se montar
uma carteira conservadora, investindo-se parte dos recursos no ativo sem risco e o restante na carteira de risco
ou em uma carteira alavancada, tomando-se recursos emprestados à taxa livre de risco para aplicá-los, com os
recursos originais, na carteira de risco.
Beta da Carteira
O beta mede a extensão na qual os retornos de cada título reagem aos retornos da carteira de mercado.
Em outras palavras, mede a intensidade da reação de cada ativo, em função de variações na carteira de
mercado.
A relação entre retorno esperado e beta é linear, isto é, é dada por uma linha reta. Como o beta é a medida de
risco apropriada, os ativos com betas maiores exigem maiores retornos esperados. Ou seja, quanto maior o
beta, maior o impacto que uma variação na carteira de mercado causará no ativo em questão e, portanto, o
investidor racional exigiria maior retorno para adquirir tal ativo.
Exemplo: um ativo com beta igual a 1,44 deverá ter, a priori, 1,44% de variação de seu valor (para cima ou para
baixo) na mesma direção de variações de um ponto percentual no valor da carteira de mercado. É agressivo
porque aplicar nesse ativo implica assumir a possibilidade de variações mais do que proporcionais à média –
que, por sua vez, é representada pela carteira de mercado.
Assim, se uma ação tiver beta de 0,5, podemos inferir que, dada uma variação de 1% na carteira de mercado, a
ação deve variar apenas 0,5% e na mesma direção.
Não confunda beta com coe ciente de correlação! Beta é uma medida que pode oscilar
livremente, e não somente entre -1 e +1, como o coe ciente de correlação. Nesse sentido,
uma ação pode ter beta de -2. Isso signi ca que, se o mercado subir 1%, a ação deve cair 2%
e vice-versa.
Um exemplo de risco absoluto é dizer que um fundo possui um desvio-padrão de 9%. Um exemplo de risco
relativo seria a diferença de volatilidade entre um fundo ativo e o risco do seu benchmark (tracking error).
Medidas de Performance
Índices de Sharpe
O Índice de Sharpe, criado por William Sharpe, em 1966, é um dos mais utilizados na avaliação de fundos de
investimento.
Ele expressa a relação retorno/risco ao informar se o fundo oferece rentabilidade compatível com o risco
a que expõe o investidor. Nos rankings de carteiras com base neste Índice, quanto maior o Sharpe do
fundo, desde que positivo, melhor a sua classi cação.
É o mais conhecido índice de retorno ajustado no mercado brasileiro, que compara o retorno relativo do fundo
contra o ativo de risco livre com a volatilidade da carteira de fundos de investimento. Quanto maior o retorno e
menor o risco do investimento, melhor será o Índice de Sharpe.
O retorno excedente é a parcela do rendimento oferecido pelo fundo que cou acima ou abaixo da
rentabilidade de um indexador adotado livremente. Desvio-padrão é uma medida do risco da carteira.
A partir da análise da fórmula do índice, pode-se concluir que ativos que apresentam Índice de Sharpe:
O Índice de Sharpe Modi cado utiliza um benchmark (em vez do retorno do ativo livre de
risco), e a volatilidade das diferenças dos retornos do fundo e do benchmark como medida de
risco em sua fórmula. Ou seja, ele considera o retorno acima do benchmark como prêmio
pelo risco.
Índice de Treynor
O Índice de Treynor é uma medida similar ao Índice de Sharpe, com a diferença de que, em vez de usar
como medida de risco o desvio-padrão, usa o coe ciente beta.
Sua fórmula é:
O Índice de Treynor é uma medida de excesso de retorno em relação ao risco sistêmico (representado
pelo beta).
O risco de ativos individuais ou de um pequeno grupo de ativos pode ser melhor descrito pelo seu movimento
conjunto com o mercado (Beta).
Assim, o Índice de Treynor parece ser particularmente útil para esta tarefa, quando a carteira do investidor é
uma de muitas incluídas em um grande fundo.
Administração e
Gerenciamento de Risco
Administração e Gerenciamento de Risco
Duration
A duration é um conceito-chave na administração de carteiras de renda xa por três razões:
Se um título de renda xa estiver no meio do período entre sua emissão e seu vencimento, e as taxas de
mercado sofrerem uma variação de tal maneira que toda a curva de juros aumente de valor, o título desvaloriza.
Como o valor a ser resgatado em seu vencimento é conhecido, o valor atual deve ser menor devido à elevação
das taxas de juros. O oposto também ocorre: se as taxas de juros caírem, os títulos pre xados se valorizam.
A maneira mais usual de medir o risco de títulos de renda xa quanto à variação de taxas de juros é por meio da
duration. Existem dois tipos de duration: Macaulay duration e duration modi cada.
Macaulay Duration
Macaulay duration pode ser de nida como o prazo médio (em anos) de recebimento dos uxos de caixa de
um título de renda xa, ou seja, o prazo médio no qual o detentor do título terá recebido de volta o
investimento original.
Se um título tem a duration de cinco e a taxa de juros aumenta de 7% para 8%, podemos calcular a
variação resultante no preço do título:
∆P% = -5 x 1% = -5%, ou 5% de queda no preço (como a taxa de juros aumentou, o preço caiu).
Propriedades da Duration
A duration de um título zero cupom (isto é, sem pagamentos intermediários de juros, como uma Letra do
Tesouro Nacional – LTN) é igual ao seu prazo de vencimento, pois todos os uxos estão concentrados
neste.
Taxa de Inversamente relacionada com a duration, ou seja, quanto menor for o cupom, maior será
cupom a duration. Essa relação inversa ocorre porque quanto maior o cupom, maior o peso dado
aos pagamentos antes do prazo de vencimento em detrimento ao peso do valor do
principal.
Amortização Inversamente relacionada com a duration, ou seja, quanto menor a amortização, maior a
do principal duration. À medida que aumenta a velocidade de retorno do investimento para o
comprador do título, o prazo médio para retornar o investimento (duration) diminui.
Prazo para o Diretamente relacionado com a duration, ou seja, quanto menor a maturidade (prazo até
vencimento o vencimento), menor a duration. Inversamente, quanto maior o prazo do título, maior o
risco de volatilidade das taxas de juros.
Frequência Considerando dois títulos com mesma taxa anual de cupom de juros, aquele que pagar o
de cupom de juros com maior frequência dentro do ano vai ter menor duration.
pagamentos
do cupom
de juros
Limitações da Duration
A duration possui algumas limitações, dentre elas:
A medida duration pressupõe que as taxas de juros de mercado são at – ou seja, para
qualquer prazo, as taxas de juros são as mesmas (constantes).
A medida duration pressupõe que as taxas de juros de mercado são at (isto é, planas). Ou
seja, partindo dessa premissa, para qualquer prazo, as taxas de juros são as mesmas
(constantes). Sabe-se, através de observações nos mercados futuros de contratos de DI, que
a estrutura temporal da taxa de juros não é plana e que os deslocamentos não são paralelos
na maioria dos casos, podendo haver movimentos de rotação. Portanto, uxos de caixa que
vencem no curto prazo são trazidos a valor presente pela mesma taxa que aqueles com
vencimentos mais distantes.
É uma estimativa linear de alteração de preço. Portanto, não possibilita estimativas
adequadas por não modelar precisamente a curvatura existente entre a variação percentual
do valor de um título pre xado e a variação percentual da taxa de juros de mercado.
Para podermos captar a curvatura da relação preço/yield (erro de preci cação no grá co abaixo), precisamos da
convexidade.
Conforme mostra o grá co acima, a duration é con ável quando a volatilidade das taxas de juros é baixa (Y*).
Além disso, possibilita rápidas estimativas da sensibilidade da carteira de títulos de renda xa, sem ser
necessário trazer todos os uxos de caixa a valor presente.
A convexidade corresponde à segunda derivada do preço do título com respeito ao seu yield. Os preços
dos títulos possuem uma relação não linear com o yield, conforme a gura acima, apresentando uma
convexidade positiva. Assim, a duration captura apenas os efeitos lineares de variações nos yields,
enquanto que a convexidade serve para capturar efeitos não lineares e ajustar a duration, ou seja, ela
mede a curvatura da curva preço-yield (veja grá co acima).
A curva preço-yield possui convexidade positiva, o que signi ca que os preços dos títulos de renda xa
subirão mais rapidamente do que cairão para uma mesma variação na taxa de juros. Note como o erro da
estimativa quando o yield está baixo é bem maior do que quando está alto.
Para pequenas variações no yield, o emprego do conceito da duration resulta em uma boa aproximação
(ponto onde a curva é tangente à reta Y*). Porém, observe que, para grandes variações, a estimativa desvia-se
signi cativamente da realidade. A medida de convexidade para estimar a curvatura complementa a
duration, possibilitando uma estimativa de preço mais correta (efeito duration + efeito de convexidade).
Como existem constantes variações de taxa de juros no mercado, haverá variações no valor presente do título e
na sua duration. Quando ocorre um aumento de taxa de juros, o valor presente diminui, bem como a duration.
Assim, podemos dizer que a duration é um parâmetro que deve ser constantemente recalculado.
Imunização
Embora apresente diversas restrições, o modelo da duration permite o cálculo rápido da exposição ao risco de
taxa de juros de uma instituição nanceira. O gestor do risco pode identi car quanto sua carteira de renda xa
poderá variar, valorizando-se ou desvalorizando-se, de acordo com utuações do nível da taxa de juros do
mercado.
Além disso, seu entendimento permite que sejam tomadas medidas de forma a diminuir o grau de risco de taxa
de juros. A imunização de uma carteira visa à garantia de uma dada rentabilidade futura, quaisquer que sejam
as variações das taxas de juros de mercado que se veri quem no horizonte de investimento.
Na prática, face a uma responsabilidade futura ou a um valor futuro que se quer certo, uma carteira diz-se
imunizada se a duration dos ativos em que se investiu é igual à duration das responsabilidades ou do valor certo
futuro. Trata-se de anular o diferencial de duration inerente a uma carteira.
Se o valor de mercado dos ativos e passivos de renda xa multiplicado por suas respectivas durations Macaulay
forem iguais, a carteira estará imune às utuações na taxa de juros.
Selecionar um título ou uma carteira de títulos de renda xa com duration igual à do passivo.
Ter o valor presente do título ou da carteira de títulos de renda xa igual ao valor presente do passivo.
Suponha que você tenha um passivo de R$ 100 milhões com duration de oito anos e valor presente
de R$ 56.070.223. A estratégia para imunizar esse passivo será selecionar um título ou uma
carteira de títulos de renda xa com duration de oito anos e valor presente de R$ 56.070.223.
Teoricamente, o valor da sua carteira de renda xa em oito anos será de R$ 100 milhões e cobrirá
o passivo em questão.
A imunização de uma carteira corresponde a uma situação em que o risco de preço é completamente
compensado pelo risco de reinvestimento.
Na descida da taxa de juros: perde-se no reinvestimento dos cupons e ganha-se na subida do preço
do instrumento.
Limitação da Imunização
Ela resulta da hipótese de que as taxas de juros movem-se em sentido paralelo.
Isso signi ca que, para cada prazo, cada alteração das taxas de juros se veri ca em idêntico valor absoluto. Esse
pressuposto não é realista, na medida em que os choques resultantes de variações de taxas de juros se
veri cam em diferentes intensidades, de acordo com os vencimentos respectivos.
Desse modo, mantém-se o risco de não serem alcançados os objetivos pretendidos, que se pode designar de
risco de imunização.
Risco de Liquidez
Mercado
Mede a facilidade de negociação do ativo ou com o seu volume de negócios. Uma ação com alta liquidez
traz mais segurança ao investidor.
Caso ele decida vender suas ações de alta liquidez, provavelmente conseguirá em pouco tempo convertê-las em
dinheiro, a um valor justo. Quando a quantidade de ações é muito elevada, o investidor pode vender
gradualmente, para não pressionar o preço para baixo, ou pode fazer uso de block-trade.
Block-trade é uma operação de oferta pública secundária, coordenada por uma corretora,
seguindo as regras da Comissão de Valores Mobiliários – CVM e da BM&FBOVESPA.
Ativo
A liquidez de um ativo pode ser medida através das seguintes formas:
Presença ou Durante o ano, existe um número de dias úteis em que haverá negociações na
participação BM&FBOVESPA. Pode-se determinar um índice de presença, dividindo-se a quantidade de
nos pregões
pregões em que determinada ação foi negociada durante o ano pela quantidade total de
pregões.
Quanto mais perto de 1 for esse índice ou quociente, maior foi a presença daquela ação
no mercado. Esse indicador entra na seleção das ações que irão compor o Ibovespa, por
exemplo.
Volume Mede, em determinado período de tempo, qual foi a quantidade média de ações
médio negociada por pregão.
diário
negociado
Valor médio É o valor total negociado no pregão, dividido pela quantidade total de negócios no mesmo
diário pregão, durante vários pregões.
negociado
Quantidade É a média das transações ou negócios feitos por dia, por semana etc. É uma medida pouco
média de utilizada.
negócios
Um retorno maior para um título de renda xa signi ca um preço menor (na fórmula de PU, a taxa é
inversamente proporcional ao preço).
Não confunda baixa liquidez com baixo risco de liquidez. Eles têm sentidos opostos: quanto maior for o risco de
liquidez, maior será o prêmio de risco do ativo. Ou quanto maior a liquidez, menor será o prêmio de risco do
ativo.
Se permitido que a carteira simplesmente tome seu próprio rumo, os ativos com maior risco tendem a tomar o
comando da carteira. Por exemplo: enquanto as ações de uma carteira aumentam de valor, elas passam a ter
uma maior participação nela e o risco da carteira aumenta proporcionalmente.
Apenas através do processo de rebalancear a carteira (pela venda de ações e compra de títulos), ela volta às
suas características de risco e retorno originais, como especi cado na política de investimento do investidor.
Limites Restrições quanto a títulos com ratings abaixo de certo rating de crédito estabelecido pelo
de cliente.
crédito
Outros fatores de risco a serem monitorados
Certamente, deixar as ações inalteradas também pode levar o investidor a não perceber que estão
superavaliadas antes que elas caiam para os seus valores intrínsecos. Isso pode ser considerado um potencial
custo de não rebalancear a carteira.
Alguns dos custos de rebalanceamento vêm de fatores já estudados: quando títulos viram
grande parte de uma carteira e são vendidos no rebalanceamento, existe uma
responsabilidade scal. O investidor também tem custos de transações.
Por m, como forma de controle de risco de uma carteira de investimentos, recomenda-se um planejamento
minucioso e detalhado das necessidades de caixa do investidor. Isso evita a necessidade de vender ativos
rapidamente, caso o investidor precise de recursos no curto prazo – o que poderia prejudicar o retorno da
carteira.
Tipos de Risco
Risco de Crédito
Solvência e Inadimplência
Solvência é o estado do devedor que possui seu ativo maior do que o passivo ou a sua capacidade de
cumprir os compromissos com os recursos que constituem seu patrimônio ou seu ativo.
Do ponto de vista econômico, uma empresa é solvente quando está em condições de cumprir suas obrigações
correntes e ainda apresentar uma situação patrimonial e uma expectativa de lucros que garantam sua
sobrevivência no futuro.
A inadimplência pode ser de nida como o não pagamento de um compromisso nanceiro (dívida) com um
terceiro, após a data de vencimento acordada.
Dependendo da estrutura jurídica do devedor e dos termos da operação original, o credor pode ser capaz de
recuperar parte ou a totalidade da dívida com a venda de bens do devedor inadimplente.
Os credores podem assegurar e vender os ativos de uma corporação, por exemplo, mas os ativos de acionistas
são protegidos pela sua estrutura legal.
Além disso, as condições de algumas operações podem incluir certos bens como garantia, enquanto outras são
asseguradas apenas pela boa-fé da empresa. Neste último caso, os ativos da empresa podem ou não ser
su cientes para cobrir integralmente a obrigação.
O credor geralmente pode reivindicar um montante igual ao valor presente do risco de crédito caso haja um
pedido de falência do devedor.
Devido a esse risco, o investidor exigirá um prêmio de risco maior para compensá-lo por uma eventual perda no
investimento.
Esta diferença de retorno requerido entre distintos títulos devido à sua diferente qualidade
de crédito é denominada spread de crédito.
Capacidade de Pagamento
Alavancagem
Alavancagem nanceira refere-se aos custos xos nanceiros, como despesas de juros pagos aos credores de
uma empresa.
Empresas que utilizam muito capital de terceiros (emitem muitos títulos de crédito) possuirão altas despesas de
juros, diminunido o seu lucro líquido e aumentando o seu risco.
O índice de endividamento geral ou grau de endividamento mede a proporção dos ativos totais da empresa
nanciada pelos credores. De forma geral, quanto maior for esse índice, maior será o montante de capital de
terceiros que vem sendo utilizado para gerar lucros. O ideal é que ele esteja abaixo de um. Esse índice é
calculado como:
(Passivo circulante
Grau de +
= Exigível a longo prazo)
endividamento
Ativo total
Um índice de endividamento geral de 40%, por exemplo, indica que a empresa nancia 40% dos seus ativos com
capital de terceiros.
Estrutura de capital
A estrutura de capital de uma empresa afetará o retorno sobre as ações, assim como o seu risco. Conforme o
nível de endividamento aumenta (uso de capital de terceiros), ela se torna mais alavancada, aumentando assim
seu risco.
Geração de caixa
A geração de caixa de uma empresa pode ser avaliada a partir da Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC.
Em termos de capacidade de pagamento, do ponto de vista de risco de crédito, quanto maior for
a geração de caixa de uma empresa, maior a sua capacidade de pagamento e, portanto,
menor o seu risco de crédito.
Risco-país
O risco-país mede o quanto o investidor deveria ganhar a mais (prêmio de risco) para compensar o risco
de investir em determinado país. Portanto, a principal função do risco-país é orientar o investidor.
Quanto menor o risco, maior a capacidade do país para atrair investidores. Se um país tiver o risco alto e quiser
atrair investimentos, ele provavelmente terá que aumentar sua taxa de juros para, mesmo com o elevado grau
de incerteza, ainda ser uma opção atraente ao investidor.
Para a economia, quanto mais baixa a taxa de juros, melhores as condições de nanciamento pelas empresas e
pelo Tesouro Nacional frente aos investidores externos.
O chamado spread do EMBI+Br é o valor normalmente utilizado pelos investidores e público em geral como
medida do risco-Brasil. Ele corresponde à média ponderada dos prêmios pagos por esses títulos em relação a
papéis de prazo equivalente do Tesouro dos Estados Unidos, que são considerados livres de risco.
Genericamente falando, o EMBI+Br re ete a capacidade de o país honrar os seus compromissos nanceiros:
quanto maior a pontuação desse índice, maior é o risco de crédito do país a que se refere, pois irá representar
um grande prêmio em relação aos papéis do Tesouro dos Estados Unidos, provavelmente em função de um
risco bastante superior.
Este segundo componente é importante devido à precariedade de mecanismos para obrigar os países a pagar
suas dívidas. Não é possível processar um país e embargar seus ativos, como ocorre no caso de empresas
inadimplentes.
O incentivo ao pagamento é o "preço da inadimplência", que pode se manifestar em elevações do custo dos
nanciamentos externos futuros e em considerável retração dos uxos de investimentos externos por longo
tempo no país inadimplente.
Risco de Contraparte
O risco de contraparte é o risco de que a contraparte de um negócio não cumpra as suas obrigações
contratuais.
Nos mercados, ele é particularmente importante quando se negociam instrumentos derivados não cotados
(balcão), pois em cada um deles o valor do instrumento está sempre dependente de a contraparte cumprir as
suas obrigações. Nos mercados organizados, o risco de contraparte é assumido pelas próprias bolsas.
Risco de Liquidação
O risco de liquidação é o risco de que a contraparte não entregue os títulos (liquidação física) ou o valor
(liquidação nanceira) combinado depois que o outro investidor cumpriu a sua parte do acordo.
Esse risco pode ser mitigado pela existência de centrais de liquidação que não processam uma parte da
liquidação (física/ nanceira) sem que a outra esteja garantida.
Análise qualitativa – preocupa-se com a qualidade da gestão e inclui uma extensa revisão da
competitividade da empresa com sua indústria, assim como com o crescimento esperado desta e sua
vulnerabilidade a mudanças tecnológicas, regulatórias e de relações trabalhistas.
Um processo típico de rating de uma empresa de atividade industrial inclui: questões relativas ao risco soberano
do país e de ordem macroeconômicas; o acompanhamento e a visão geral da indústria ou "outlook"; questões
regulatórias; características especí cas (incluindo a qualidade da gestão e posições de operação e nanceiras); e,
eventualmente, questões especí cas relativas à estruturação da emissão.
Assim, os mais importantes fatores para o rating de um título são chamados de 5Cs:
Grau de investimento – apresenta uma alta probabilidade de pagamento dos juros e devolução do
valor principal no vencimento.
Sem grau de investimento – também chamado de junk bond, é aquele que apresenta um risco
signi cativo de não pagamento dos juros ou do valor principal no vencimento (ou ambos). Tipicamente,
oferece retorno maior do que títulos equivalentes que tenham uma classi cação de crédito superior.
Cada agência de rating possui uma escala própria, a partir da metodologia por ela desenvolvida, que utiliza
notações distintas, mas com classi cações semelhantes, sendo uma combinação de letras, algarismos e sinais.
Grau de investimento
Grau elevado
AAA – AA
Moody’s
Aaa – Aa
Grau intermediário
A – BBB
Moody’s
A – Baa
Especulativo
BB – B
Moody’s
Ba – B
Default
CCC – D
Moody’s
Caa – C
Intervalo total
AAA – D
Moody’s
Aaa – C
Desta forma, quando há um downgrade no rating do papel (downgrade risk), sua taxa de retorno exigida aumenta
para compensar os investidores pelo elevado risco e, consequentemente, seu preço cai.
Neste sentido, papéis com ratings mais baixos precisam remunerar seus detentores a taxas mais altas para
compensar o risco envolvido. Por sua vez, papéis com boa classi cação geralmente pagam remunerações
inferiores a seus detentores justamente por possuírem menor risco.
Gestão de Risco de Carteiras
Value at Risk
O Value at Risk – VaR é usado como uma estimativa da perda mínima esperada (alternativamente, o valor
máximo da perda):
Um VaR de 95% de R$ 1.000 ao longo da próxima semana signi ca que, dados o desvio-padrão e a
distribuição dos retornos do ativo, a administração pode dizer que há 95% de probabilidade de
que o ativo terá uma perda máxima de até R$ 1.000 ao longo da semana que vem. Por sua vez, há
5% de chances de a perda do ativo superar os R$ 1.000 no período analisado.
O VaR é calculado em termos percentuais e depois em moeda, através da multiplicação do seu percentual pelo
valor da posição. Para uma única posição (ativo), o cálculo do VaR exige o retorno esperado, a distribuição de
retornos que coincidem com o intervalo de tempo de interesse (dia, semana ou mês) e o nível de signi cância.
Ao estimar o VaR de uma carteira, também é necessário ter as correlações dos retornos dos ativos individuais
nela. Isto é, o VaR total não é apenas a simples soma dos VaRs individuais.
Método analítico
O método analítico do cálculo do VaR requer a premissa de uma distribuição normal dos retornos.
Isso ocorre porque o método utiliza o retorno esperado e o desvio-padrão dos retornos. Por exemplo: na
aferição de um VaR diário, calcula-se o desvio-padrão dos retornos diários no passado, assumindo que será
aplicável no futuro. Em seguida, usando o retorno e o desvio-padrão diários do ativo, estima-se um VaR diário no
nível de signi cância desejado.
Patrimônio: R$ 500 mil.
Horizonte de retorno: um dia.
Intervalo de con ança: 99%.
VaR: R$ 500.
Quando a distribuição tem caudas grossas, o VaR tenderá a subestimar a perda e sua probabilidade associada.
Lembre-se de que o VaR analítico é calculado com o desvio-padrão histórico, que pode não ser apropriado se a
composição da carteira mudar, se o período de estimativa tiver eventos incomuns ou se as condições
econômicas mudarem.
Stop Loss
Uma ordem de stop (de parada ou stop loss) estabelece um preço e deve ser executada pelo melhor valor
disponível quando houver uma oferta de compra ou de venda por aquele preço ou por outro menos favorável.
Ordem stop de compra – será executada quando, em uma alta de preços, ocorrer um negócio a preço
igual ou maior que o determinado.
Ordem stop de venda – será executada quando, em uma baixa de preços, ocorrer um negócio a um
preço igual ou menor que o determinado.
Suponhamos que uma ordem de stop para vender por R$ 30 seja emitida quando o preço de
mercado for de R$ 35. Ela se transforma em uma ordem de venda quando e se o preço cair a R$
30. Na realidade, uma ordem de stop torna-se uma ordem a mercado tão logo o preço especi cado
seja atingido.
A estratégia de stop loss tem o propósito de encerrar uma posição quando há oscilações
desfavoráveis de preço, pois ela limita o prejuízo a que o investidor possa estar sujeito.
Stress Test
O stress test, que normalmente é utilizado como um complemento ao VaR, mede o impacto de eventos
incomuns que não são re etidos no típico cálculo do VaR.
Por exemplo: o gestor pode usar o desvio-padrão histórico na estimativa do VaR e, se nada de anormal ocorrer
durante o período de medição, o VaR estimado re etirá apenas as circunstâncias "normais".
Assim, o VaR e o stress test são ferramentas complementares para a avaliação de risco de mercado, o primeiro,
re etindo o "risco cotidiano" e, o segundo, o "risco de crise".
O stress test pode tomar duas formas: a análise de cenários e os modelos de stress.
O stress test consiste em recalcular o valor da carteira para alguns cenários representativos (ou combinação
deles) de situações de crises ou choques nos mercados que afetam a carteira.
Backtesting hipotético
É o mais útil dos métodos de backtesting.
Consiste em "congelar" a carteira analisada para um determinado dia e aplicar variações históricas nos
preços de fechamento dos ativos que a compõem, gerando uma série com perdas e ganhos hipotéticos.
Elas medem o risco que uma determinada carteira possui de não seguir a performance de seu benchmark.
Tracking error
É de nido como desvio-padrão da diferença entre os retornos da carteira e do benchmark em função de
uma gestão ativa.
Se o benchmark apropriado foi selecionado, o tracking error será menor do que a diferença entre a carteira e o
índice de mercado. Isso indicaria que o benchmark está capturando elementos importantes do estilo do gestor
de investimento.
Ele mede a distância entre o retorno do fundo e da carteira, ao passo que o tracking error mede a volatilidade da
carteira.
Os fundos ativos costumam ter um maior tracking error ou um maior erro quadrático médio
em relação aos fundos passivos.