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Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7

Cadernos PDE

II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para Identificação de Produção Didático-Pedagógica
Produção Didática-Pedagógica
Turma PDE/2014

Título: Práticas de Círculos Restaurativos: uma estratégia de aprendizagem para o ensino de


História na Educação de Jovens e Adultos.

Autor(a) Vera Lucia Dick

Disciplina/Área História

Escola de Implementação CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica


do Projeto e sua localização para Jovens e Adultos – Prof.ª Joaquina Mattos
Branco.
Avenida Rocha Pombo, nº4000 – Centro – Fone
3224 6455

Município da escola Cascavel – PR

Núcleo Regional de Cascavel – PR


Educação

Professor Orientador Professor Dr. Vilmar Malacarne

Instituição de Ensino Unioeste - Cascavel


Superior
Relação Interdisciplinar Está relacionada com todas as disciplinas da Fase II
e Ensino Médio na EJA.

Resumo A violência não está restrita aos muros da escola,


mas é fruto do contexto social em que se insere: a
comunidade e a família. Por isso, deve ser
enfrentada em todas as suas formas. A escola
reproduz os valores hegemônicos da sociedade e
os transforma, sendo, portanto, o lugar fundamental
para a produção de sujeitos, sejam professores ou
alunos. As múltiplas faces da violência se
direcionam cada vez mais às crianças e aos
adolescentes, principais vítimas desse fenômeno. A
proteção de crianças e adolescentes, enquanto
sujeitos de direitos, é uma garantia assegurada pelo
ECA - Lei 8069/90. Nesse sentido, esta proposta
didático-pedagógica opta pela Mediação de
Conflitos por meio das práticas e fundamentos da
Justiça Restaurativa na Escola e Círculos de Paz,
visando possibilitar aos envolvidos: assumirem,
acolherem, entenderem e superarem os conflitos.

Palavras-chave Justiça restaurativa, Círculos restaurativos, Cultura


de Paz, EJA
Unidade Didática
Formato do Material
Didático

Alunos do Ensino Fundamental – Fase II – e do


Público Alvo Ensino Médio na organização coletiva, posicionados
para matrícula em 25%, 50%, 75% e 100% da carga
horaria total da disciplina de História.

Apresentação

Esta produção didática é parte do Programa de Desenvolvimento


Educacional do Paraná – PDE e se fundamenta nas pesquisas realizadas para
elaboração do Projeto, no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos – Professora Joaquina Mattos Branco, situada na Avenida Rocha
Pomba, nº4000 em Cascavel – PR.
A violência é hoje um tema incorporado ao nosso cotidiano pelas
notícias de crimes aparentemente incompreensíveis cometidos por jovens, de
saques, de sequestros, de exploração do trabalho e da sexualidade infantil e
quase nos acostumamos com ela.
Charlot (2002), afirma que, do ponto de vista histórico, o problema da
violência escolar não é recente, mas o que pode ser considerado novo são as
formas pelas quais essa violência se manifesta. Para o autor, elas podem ser
dividadas em quatro aspectos: o surgimento de formas de violência mais grave,
apesar de bastante raras; a idade cada vez menor dos alunos envolvidos nos
casos de violência, que nesse caso entra em conflito com o ideal de infância
como período de inocência; a ação de agentes externos que ocupam o espaço
da escola com agressões geradas fora dela; e a repetição e o acumulo de
pequenos casos que não são necessariamente violentos, mas que criam a
sensação de ameaça permanente.
Esta produção didática se pauta nas alternativas e na busca de
caminhos que passam pela instituição do diálogo e não da força como meio de
mediação dos conflitos. O diálogo, nesse caso, é aprendido e ensinado e, para
tal, a escola deveria se preocupar em não apenas transmitir conteúdos
curriculares, mas investir na formação do cidadão de forma dialógica, crítica e
reflexiva.
O método de mediação resulta na reunião de diversas pessoas em
posição de contribuir para reduzir a probabilidade de que um conflito e seus
efeitos venham a continuar. O objetivo é reunir as pessoas em conflito, para
que um acordo possa ser firmado e as pessoas envolvidas resolvam seu
problema sem o uso da violência. As reuniões de resolução se focalizam no
futuro, naquilo que pode ser feito daquele momento em diante para resolver
uma situação, sem culpabilização dos envolvidos.
O mediador tem o papel de conduzir as reuniões, ajudar a esclarecer o
problema e permitir que as pessoas em conflito cheguem a um consenso sobre
a melhor resolução possível. A mediação tem um papel fundamental na
resolução de conflitos. O mediador tenta ajudar as pessoas em disputa a
encontrar e concordar sobre um caminho pacífico para resolver seu conflito,
desenvolvendo um trabalho de sensibilização às situações de conflitos
frequentes no ambiente escolar, com o objetivo de evitar conflitos interpessoais
que acabem em agressões físicas.
A violência, seja na comunidade, na família ou na escola, deve ser
enfrentada em todas as suas formas. Um primeiro passo é reconhecer sua
existência, os contextos e situações em que a violência possa estar
“escondida” ou “silenciada” a partir desse primeiro passo que é possivelmente
o mais difícil, a escola pode pensar em estratégias efetivas de intervenção e
prevenção. A superação das violências no ambiente escolar deve se dar por
meio da instauração de políticas públicas e práticas que transformem os
estabelecimentos educacionais em espaços de convivência das diversidades.
O público selecionado para esta implementação serão os alunos do
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio – da modalidade de Educação
de Jovens e Adultos da organização na coletiva, posicionados para matrícula
de 25%, 50%, 75% e 100% da carga horária total da disciplina de História.
O presente projeto tem como diferencial a proposição de uma mudança
de comportamento diante das formas habituais de responder aos maus-tratos e
às agressões, para contribuir significativamente e ajudar a evitar as
reincidências nas práticas ilícitas de jovens que frequentam o EJA.
No entanto, dentro do âmbito educacional, há uma multiplicidade de
relações entre alunos, professores, funcionários, coordenação, direção,
famílias e comunidade, constituindo uma rede relacional muito rica e complexa.
Com isso, tem-se a necessidade de colocar em prática aspectos ligados à
Justiça Restaurativa para promover aspectos ligados à Cultura de Paz.
Nas práticas e fundamentos da Justiça Restaurativa na Escola e Círculos
de Paz, serão atendidos aproximadamente 200 (duzentos) alunos(as) que
participarão de 07 (sete) encontros de reflexão e formação, com carga horária
de 04 (quatro) horas diárias, perfazendo um total de 28 (vinte e oito) horas
aula. No Ensino Fundamental Fase II, perfazem 50% da carga horária para a
conclusão da disciplina de História, enquanto o Ensino Médio perfaz a
conclusão da disciplina.
No CEEBJA Prof.ª Joaquina Mattos Branco, apresenta-se a realidade de
adolescentes em conflito com a lei e, com isso, pretende-se trabalhar com
ferramentas específicas, com dinâmicas sistematizadas, como algo que possa
ser capaz de comprovadamente atuar na redução de danos, baixa reincidência
nos privados de liberdade, porém, acima de tudo, provocar a quebra dos
círculos de violência com os Círculos de Paz.
A produção didático-pedagógica que ora se configura, tem uma
inquietude em saber como minimizar a violência, que é um problema que tem
tomado conta da sociedade, em específico nas escolas, independente de qual
seja a região que o estudo esteja focando. Uma vez estando presente na
sociedade, também acontecem no interior das escolas, mesmo que de forma
implícita, atitudes de violência que são deflagradas nestes ambientes. Portanto,
fazer um estudo acerca da violência nas escolas para saber o índice de
incidências que está ocorrendo se faz mais que necessário para o momento.
Assim, o objetivo do projeto, aliado ao ensino de história, está vinculado
ao processo de integração psíquica e social, tanto da vítima, quanto do
agressor e pode ocorrer a restauração em três pontos: perda de sociabilidade,
perda do sentido de vida e perda da autosegurança.
Estratégias de Ação

Os objetivos propostos neste projeto destacam a promoção de


discussão com os alunos sobre o tema que será implantando no CEEBJA
Prof.ª Joaquina Mattos Branco, alunos do Ensino Fundamental e Médio, no
período matutino e vespertino.
Serão atendidos, aproximadamente, 200 (duzentos) alunos (as) que
participarão de 07 (sete) encontros de reflexão e formação, com carga horária
de 04 (quatro) horas diárias, perfazendo um total de 28 (vinte e oito) horas.
Inicialmente, será realizada uma apresentação do projeto aos alunos
para despertar o interesse em participar. Serão elaborados encontros na forma
de Grupos de Estudo com dinâmica que será detalhada na produção
pedagógica, além de filmes e palestras para complementar a carga horária
após o desenvolvimento dos oito módulos descritos.
Em seguida, será trabalhada com os alunos uma perspectiva nos
seguintes enfoques:
 Quanto à violência e à raiva;
 O Perdão enquanto uma decisão pessoal;
 A compaixão; e,
 A importância da construção da Verdade ou Verdades.
Os módulos trabalham temas específicos, com dinâmicas, círculos de
palestras dentro do contexto, círculos de paz e trocas de experiências com o
objetivo de trabalhar o sofrimento e as angústias provenientes dos diversos
conflitos dentro do processo de trabalho, baseados nas premissas da Prof a.
Kay Pranis 1(2005), com a metodologia dos círculos da Paz.

1 <https://pt.scribd.com/doc/46291460/Cultura-de-paz-da-reflexao-a-acao-UNESCO> acesso
dia 21 de Jun. de 2014.
Primeiro encontro: 4 horas/aula

A cultura da paz

Apresentação aos alunos do projeto e das atividades que serão


elaboradas no decorrer dos oito encontros de quatro horas/aula.
No primeiro momento, faremos uma explanação aos educandos a
respeito da Unidade Didática para despertar o interesse dos mesmos na
participação. Iniciaremos do título: Justiça Restaurativa: Práticas de Círculos
Restaurativos em Cultura da Paz nas Escolas de Educação de Jovens e
Adultos – EJA; bem como do Tema de Estudo: Círculos Restaurativos na
Escola com enfoque na violência.
Na sequência, a Projeção do documentário: “A Invenção da Infância” ou
“Crianças Invisíveis” com reflexão sobre o documentário2.

Sinopse do Documentário: “A Invenção da Infância” ou “Crianças Invisíveis”

Crianças Invisíveis é uma produção encomendada pelo Unicef e que traz


a realidade das crianças dos países dos transpostos nos curtas. Foi lançado
em 2005 durante o Festival de Veneza, e reúne sete curtas metragens
realizados no Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia e Montenegro, Burkina Faso,
China e Estados Unidos, curtas estes dirigidos por cineastas consagrados
como o chinês John Woo, o inglês Ridley Scott, o americano Spike Lee, o
iugoslavo Emir Kusturica e a brasileira Kátia Lund.
Mas, atentemos nosso olhar à produção estadunidense, que vem pelas
mãos de Spike Lee, sempre fixa sua atenção a questões raciais, porém em seu

2< https://www.youtube.com/watch?v=--wpQYvTJDo&list=PLIgQB7iTRhM8nY0_qeSJVzPn3_r4AglPn>
curta Jesus Children of America, o diretor busca um outro norte. O curta conta
a história de Blanca (Hannah Hodson) de 13 anos que é portadora do vírus
HIV. Por conta disso, a garota é alvo de piadinhas de mau gosto de suas
colegas de escola e comumente é apelidada por elas de "AIDS Baby". Além
disso, o pai de Blanca é um veterano da Guerra do Golfo e é viciado em
heroína, assim como sua mãe.
Spike Lee, mais uma vez com seu espírito polêmico, utilizou todas suas
artimanhas para realizar um curta provocador. A questão abordada do
preconceito contra a menina aidética é o mote principal de uma história
completamente dramática.
O personagem que retrata o pai da menina é um veterano de guerra que
além de viciado em heroína, é um homem que criou um asco por seu país, e
acredita que não tem mais nada a oferecer à nação, pois já lutou em guerra. A
mãe de Blanca, também tem problemas com drogas e com o marido e, como
dito inicialmente, ainda tem a menina, que além de sofrer preconceito por ser
pobre, ainda é alvo das colegas de escola por ter HIV. A questão racial sempre
muito abordada por Spike não é o principal tema da produção, mas também
acompanha o curta de uma maneira dolorosa. A história chega a doer de tão
bem produzida, e ultrapassa as fronteiras norte-americanas e torna-se um filme
universal por abordar um tema de tanta significância.

Atividade: Após o documentário, propor como atividade: Círculos de


Cultura de Paz como momento de Reflexão com duração de 30 minutos,
propor o diálogo a respeito do que acreditamos ser a infância e como as
crianças devem experienciar esta fase do desenvolvimento, a partir do foco do
documentário. Estabelecer relações entre o documentário e a realidade da
Escola, da sua vida, da sociedade em que vivemos.
Em seguida, faremos um questionário sobre violência para os alunos com a
reflexão do documentário.

1- Idade: ____________________

2- Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

3- Com você mora?


a) ( ) pai e mãe
b) ( ) só com o pai
c) ( ) só com a mãe
d) ( ) mãe e padrasto
e) ( ) pai e madrasta
f) ( ) avós
g) ( ) outros, quais? _________________________________________

4- O que é violência para você?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5- Dos tipos de violência a seguir quais você já presenciou?


a) ( ) física
b) ( ) verbal
c) ( ) doméstica
d) ( ) discriminação, qual ___________________________________
e) ( ) sexual
f) ( ) outros, quais? ________________________________________

6- Você já sofreu algum tipo de violência?


a) ( ) sim b) ( ) não. Qual_______________________________

7- Qual a sua reação diante de atos de violência?


a) ( ) indiferença
b) ( ) pede ajuda
c) ( ) reage da mesma forma
d) ( ) outros

8- E você, já praticou alguma ação violenta? Você acha que você é violento?
a) ( ) sim b) ( ) não
Qual?_______________________ Como?____________________________

9- Quem foi afetado por suas atitudes violentas?


a) ( ) a família b) ( ) amigos c) ( ) comunidade escolar
d) Outros _________________

10- Que impacto a violência causou em você e nos outros (amigos, familiares,
na rua, na escola, etc....)
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

11- Onde você sofre mais violência?


a) ( ) a família ( ) na rua ( ) na escola ( ) outros.
Onde______________

12- Como você avalia sua relação familiar?


a) ( ) ótima b) boa c) ( ) regular d) ( ) ruim e) ( ) outros,
quais___________

13- O que a Escola representa para você:


a) ( ) espaço para o conhecimento;
b) ( ) espaço de diversão, fuga;
c) ( ) nada

14- Revendo os tipos de violência (questão 04), qual deles você observa com
mais frequência na Escola?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
15- Por que a Escola não desperta seu entusiasmo, interesse em aprender e
permanecer em sala de aula ou na Escola?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
16- Você gostaria de ser ouvido para resolver seus conflitos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
17- Os familiares, a sociedade e a comunidade escolar devem ser os principais
colaboradores na redução da violência escolar?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
18- Por que a Escola se torna violenta?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
19- Em sua opinião, o que poderia ser feito na Escola para diminuir a violência?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
20- Que propostas ajudariam na diminuição da violência escolar?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Escolher uma necessidade e, a partir dela, planejar ações possíveis de


serem realizadas na escola, na sociedade, em grupo com os presentes no
círculo.
Segundo Encontro: 4 horas/aula.

Basta de discriminações!

Leitura do Texto: “Os desafios para o enfrentamento à Violência na


escola3” das técnicas pedagógicas SEED/DPPE/CDEC Fátima Viúdes Claro e
Ana Paula Palmeiro.

Resumo: As discriminações vivenciadas pelos jovens no seu cotidiano


aparecem em várias instituições sociais, nas escolas não é diferente. Essa
violência é perpetrada através do preconceito e da discriminação que impedem
o acesso a princípios defendidos pelos direitos humanos: acesso à educação,
cultura, lazer, políticas públicas para a criança e o adolescente.
O texto faz a divisão conceitual entre o ato de indisciplina e o ato
infracional apontando para que não se incorra no erro de considerar atos de
indisciplina como um ato infracional. As infrações devem ser tratadas no âmbito
da Justiça da Infância e da Juventude e o sistema educacional encaminhar
estes casos para instâncias responsáveis, como por exemplo, o conselho
tutelar, ficando a cargo das escolas os comportamentos indisciplinares.
O espaço escolar deve ser libertário e de conhecimento, não cabendo
neste ambiente ação da polícia para os casos de indisciplina, e sim,
intervenções pedagógicas.

Questões para reflexão:

1-Como é tratada a criança que comete um ato infracional à luz da ECA?

2-Escreva sobre as medidas aplicadas à criança (adolescente) infrator:

3 <http://www.nre.seed.pr.gov.br/irati/arquivos/File/texto_oficina.pdf>
Assistir ao vídeo: “Atos Infracionais e de Indisciplina na Escola.”4

O vídeo vai complementar os conceitos e discussões sobre atos


infracionais e indisciplina.

Leitura do texto: “Conversando com os professores sobre Bullying”, de Ana


Beatriz Barbosa Silva. A autora é médica com pós-graduação em Psiquiatria
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e com especialização em
medicina do comportamento pela Universidade de Chicago (EUA). É
professora nas Faculdades Metropolitanas Unidas (UniFMU) É membro da
Academia de Ciências de Nova York. O texto é o que segue:

Bullying: um conflito que cresce e aparece

O bulling é um fenômeno tão antigo quanto à própria instituição denominada escola. No


entanto, o tema só passou a ser objeto de estudo científico no início dos anos 70. Tudo
começou na Suécia, onde grande parte da sociedade demonstrou preocupação com a
violência entre estudantes e suas consequências no âmbito escolar em pouco tempo, a mesma
onda de interesse contagiou todos os demais países escandinavos. (ANA BEATRIZ, p.111
2010).
O bulling ocorre em todas as escolas, independentemente de sua tradição, localização
ou poder aquisitivo dos alunos. Pode-se afirmar que está presente de forma democrática, em
100% das escolas em todo o mundo, públicas ou particulares. O que pode variar são os índices
encontrados em cada realidade escolar. Isso decorre do conhecimento da situação e da
postura que cada instituição de ensino adota, ao se deparar com casos de violências entre
alunos.
Alguns casos citados pela imprensa no Brasil:
- Em janeiro de 2003, a cidade da Taiuva, no interior de São Paulo, foi palco de grande
tragédia. O jovem Edimar de Freitas, de 18 anos, entrou armado na escola em que havia
concluído o ensino médio. Abriu fogo contra cinquenta pessoas que estavam no pátio, feriu oito
e se matou em seguida. Segundo as investigações, a barbárie foi motivada pelos constantes
apelidos e humilhações que Edimar recebia por ser obeso. Ex-colegas do rapaz disseram que
ele prometia vingança, afirmando por um caso semelhante, envolvendo condutas de Bullying.
Após muitas humilhações e depois de receber baldes de lama sobre sua cabeça, um rapaz, de
17 anos, matou duas pessoas e feriu mais três. O jovem tentou suicídio, mas foi impedido e
desarmado.
-Outro caso recente, que culminou com a morte de um adolescente, ocorreu na cidade
de Silva Jardim (RJ). Samuel Teles da Conceição, de 17 anos, um rapaz tímido e quieto, foi

4Trata-se do Programa Conhecendo o Ministério Público, do Canal do Ministério Público do


estado do Rio Grande do Sul, em que a Promotora de Justiça de Viamão, Daniela Lucca da
Silva, e a psiquiatra Ana Margareth Bassols, chefe do Serviço de Psiquiatria da Infância e do
Adolescente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, falam sobre atos infracionais e de
indisciplina na escola. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JMjZAyKiVQo>
alvo de constantes ofensas e brincadeiras maldosas. Em setembro de 2008, ele foi espancado
com socos na cabeça, dentro da sala de aula e no pátio da escola, por vários colegas de
classe. O motivo desse ataque covarde pode ter sido o mais banal possível: os agressores não
gostaram do seu novo corte de cabelo. Dias depois, o adolescente veio a falecer, vítima de
menino encefalite purulenta e contusão cerebral.
No Brasil existe um projeto de lei (nº 350, de 2007) do deputado estadual Paulo
Alexandre Barbosa (PSDB-SP), no qual o poder executivo fica autorizado a instituir o programa
de combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária nas escolas
públicas e privadas do estado de São Paulo. O projeto aguarda aprovação.
Já está mais do que na hora de políticos de todos os estados brasileiros tomarem
consciência da importância do combate ao Bulling. Leis que tratem do problema não se
destinarão a mudar a realidade escolar do país: elas terão a missão de transformar a
mentalidade de nossas crianças e adolescentes diante da violência que consome os melhores
anos de sua vida.
A imprensa e os grandes veículos de comunicação têm como tarefa divulgar o assunto,
contribuindo para a conscientização de toda a sociedade. Somente desta forma poderemos
despertar as autoridades e exigir delas a criação de políticas capazes de prevenir o Bullying
e/ou minimizarem os efeitos individuais e coletivos desse fenômeno.
*FONTE: WWW.G1.COM.BR, DE 28 DE JANEIRO DE 2003 A 22 DE ABRIL DE 2007, E
JORNAL O GLOBO DE 1º DE SETEMBRO DE 2008.

Os protagonistas do Bullyng Escolar.


As vítimas:
*Vítima típica
As vítimas típicas são os alunos que apresentam pouca habilidade de socialização. Em
geral são tímidas ou reservadas, e não conseguem reagir aos comportamentos provocadores e
agressivos dirigidos contra elas. Normalmente são mais frágeis fisicamente ou apresentam
alguma “marca” que as destaca da maioria dos alunos: são gordinhas ou magras demais, altas
ou baixas demais: usam óculos são “Caxias”, deficientes físicos: apresentam sardas ou
manchas na pele, orelhas ou nariz um pouco mais destacados: usam roupas fora de moda: são
de raça credo, condição socioeconômica ou orientação sexual diferente.
Enfim tudo que fuja de um padrão imposto por um grupo pode deflagrar o processo de
escolha da vítima. Os motivos sempre são os mais banais possíveis.

*Vítima provocadora.
As vítimas denominadas provocadoras são aquelas capazes de insuflar em seus
colegas reações agressivas contra si mesmas. No entanto, não conseguem responder aos
revides de forma satisfatória. Elas em geral, discutem ou brigam quando são atacadas ou
insultadas.
Nesse grupo geralmente encontramos as crianças ou adolescentes hiperativos e
impulsivos e/ou imaturos, que criam, sem intenção explícita, um ambiente tenso na escola.
Sem perceberem, as vítimas provocadoras acabam “dando tiro nos próprios pés”, chamando a
atenção dos agressores genuínos. Estes, por sua vez, aproveitam dessas situações para
desviarem toda a atenção para a vítima provocadora. Assim os verdadeiros agressores
continuam Incógnitos em suas táticas de perseguição.
*Vítima agressora
A vítima agressora faz valer os velhos ditos populares “bateu, levou” ou “tudo que vem
tem volta”. Ela reproduz os maus tratos sofridos como forma de compensação, ou seja, ela
procura outra vítima, ainda mais frágil e vulnerável, e comete contra esta todas as agressões
sofridas. Isso aciona o efeito “cascata” ou de círculo vicioso, que transforma o Bullying em um
problema de difícil controle e que ganha proporções infelizes de epidemia mundial de ameaça
à saúde pública.
As vítimas no ambiente escolar
*No recreio, encontram-se frequentemente isoladas do grupo ou perto de algum adulto
que possa protegê-las: professor, inspetor, cantineiro etc.
*Na sala de aula, apresentam postura retraída. Têm extrema dificuldade em perguntar
algo ao professor ou emitir sua opinião para os demais alunos. Deixam explícitas suas
inseguranças e ansiedades.
*Apresentam faltas freqüentes às aulas, com o intuito de fugir das situações de
exposição, humilhações e/ou agressões psicológicas e físicas.
*Mostram-se comumente tristes; deprimidas ou aflitas.
*Nos jogos ou atividades em grupo, sempre são as últimas a serem escolhidas.
*Aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares (isso também
inclui perdas constantes de seus pertences, especialmente materiais didáticos).
*Ocasionalmente, nos casos mais dramáticos, apresentam hematomas (contusões),
arranhões, cortes, ferimentos, roupas danificadas ou rasgadas.

Os Agressores
Eles podem ser de ambos os sexos. Possuem em sua personalidade traços de
desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão associadas a um
perigoso poder de liderança que, em geral, é obtido ou legitimado através da força física ou de
intenso assédio psicológico.
O agressor pode agir sozinho ou em grupo. Quando ele está acompanhado de seus
“seguidores”, seu poder de destruição ganha reforço exponencial, o que amplia seu território de
ação e sua capacidade de produzir mais e novas vítimas.
Os agressores apresentam, desde muito cedo, aversão às normas, não aceitam serem
contrariados ou frustrados, geralmente estão envolvidos em atos de pequenos delitos, como
furtos, roubos ou vandalismos, com destruição do patrimônio público ou privado.
O desempenho escolar desses jovens costuma ser regular ou deficitário: no entanto,
em hipótese alguma, isso configura uma deficiência intelectual ou de aprendizagem por parte
deles. Muitos apresentam, nos estágios iniciais, rendimentos normais ou acima da média. O
que lhes falta, de forma explícita, é afeto pelos outros.
Essa afetividade deficitária (parcial ou total) pode ter origem em lares desestruturados
ou no próprio temperamento do jovem. Nesse caso, as manifestações de desrespeito, ausência
de culpa e remorso pelos atos cometidos contra os outros podem ser observados desde muito
cedo (por volta dos 5 a 6 anos). Essas ações envolvem maus tratos a irmãos, coleguinhas,
animais de estimação, empregados domésticos ou funcionários da escola.
Os agressores no ambiente escolar
*começam com brincadeiras de mau gosto, que rapidamente evoluem para gozações,
risos provocativos, hostis e desdenhosos.
*colocam apelidos pejorativos e ridicularizantes, com explícito propósito maldoso.
*insultam, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos.
*fazem ameaças diretas ou indiretas, dão ordens, dominam e subjugam seus pares.
*perturbam e intimidam, utilizando-se de empurrões, socos, pontapés, tapas, beliscões,
puxada de cabelos ou de roupas.
*estão sempre se envolvendo, de forma direta ou velada, em desentendimentos e
discussões entre alunos, ou entre alunos e professores.
*pegam materiais escolares, dinheiro, lanches e quaisquer pertences de outros
estudantes, sem consentimento ou até mesmo sob coação.
Os espectadores
Alunos que testemunham as ações dos agressores contra as vítimas, mas não tomam
qualquer atitude em relação a isso: não saem em defesa do agredido, tampouco se juntam aos
agressores.
*Espectadores passivos
Em geral, os espectadores passivos assumem essa postura por medo absoluto de se
tornarem a próxima vítima. Recebem ameaças explícitas ou veladas do tipo; “fique na sua,
caso contrário a gente vai atrás de você.” Eles não concordam e até repelem as atitudes dos
bullies: no entanto, ficam de mãos atadas para tomar qualquer atitude em defesa das vítimas.
sendo eles mesmo vulneráveis pela fragilidade psicológica.
Espectadores ativos
Esse grupo apesar de não participar ativamente dos ataques contra as vítimas
manifestam “apoio moral” aos agressores, com risadas e palavras de incentivo. Não se
envolvem diretamente, mas isso não significa, em absoluto, que deixam de se divertir com o
que vêem. É importante ressaltar que misturados aos espectadores podemos encontrar os
verdadeiros articuladores dos ataques, perfeitamente” camuflados” de bons moços. Eles
tramaram tudo e, agora, estão observando e se divertindo ao verem o circo pegar fogo.
Espectadores neutros
Dentre eles, podemos perceber os alunos que, por uma questão sociocultural
(advindos de lares desestruturados ou de comunidades em que a violência faz parte do
cotidiano), não demonstram sensibilidade pelas situações de Bullying que presenciam. Eles
são acometidos por uma “anestesia emocional”, em função do próprio contexto social no qual
estão inseridos.
Cibercrime
O cibercrime são práticas criminosas que utilizam a internet ou outros meios eletrônicos
para ações como roubo, chantagem, difamação, calúnia, violações de direitos humanos.
Ciberbullying
E o bullying virtual- mais fácil de ser praticado, pois o agressor na maioria das vezes se
mantém no anonimato ou age através de falsos perfis. É uma violência grave e não pode ser
tratada como brincadeira.
Alguns meios usados para praticar o ciberbullying:
*Criar comunidades para humilhar alguém:
*Criar sites pessoais ou perfis falsos, para atacar a imagem de outra pessoa com
fotomontagens.
*Filmar ou fotografar agressões/situações constrangedoras e postar na internet:
*Ameaçar/intimidar por e-mail, MSN e afins.

FONTE: SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas. Rio de Janeiro: Objetiva,
2010.

Atividade: Depois da discussão do texto com os colegas, responda às


seguintes questões:

1-Escreva sobre o que se entende por “Bullying”, segundo o texto

2-Segundo o texto, como se pode identificar o agressor?

3-Como as tecnologias contribuem para a disseminação da violência?

Sugestões:
Os vídeos complementam a explicação da atividade, contendo entrevistas com
jovens e apontamentos sobre o Bullying.
Vídeos5: Bullying. Programa Sem Censura.
Bullying. Programa Altas Horas
Debate sobre Bullying e Cyberbullying –Programa de bem com a vida

5Vídeos postados no Youtube pela psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, nos endereços:

<https://www.youtube.com/watch?v=Oaw2GnQrEIU>
<https://www.youtube.com/watch?v=iL9HgmTTFpI>
<https://www.youtube.com/watch?v=3C9sZHGX-gY>
Terceiro encontro: 4 horas/aula

A violência escolar

Propõe-se, nesta Produção Didática, uma reflexão sobre a realidade da


Violência Escolar, para isso, é necessário que as pessoas sejam ponderadas e
aprendam a lidar com a raiva, a dor, o luto e com a sensação de impotência
para não reproduzir o ciclo da violência.
A Dra. Petronella6, apresenta os fundamentos culturais, Sete passos para a
reconciliação é
sociais e ideológicos da Justiça Restaurativa conceituada uma ferramenta de
transformação de
como processo colaborativo que envolve aqueles afetados conflitos desenvolvido por
Olga Botscharova destinada à
mais diretamente por um crime, para determinar qual a melhor facilitar o processo de cura
forma de reparar o dano causado pela transgressão. A Justiça dos indivíduos e das
comunidades afetadas pelo
Restaurativa consiste em um paradigma não punitivo, conflito violento e, portanto, a
resolução de conflitos
baseado em valores, que tem como principal objetivo a sustentável adotivo.
Botschatova com a
reparação dos danos oriundos do delito causado às partes presunção fundamental em
que assenta esta ferramenta
envolvidas – vítima, ofensor e comunidade, ou seja, traz um de transformação de conflitos
novo paradigma para a justiça, buscando distanciar-se é ", quando uma massa crítica
de nível médio e entusiastas
daquela meramente punitiva, aproximando-se do conceito de de base conseguem curar
seus traumas, processar seu
restauração, e oportunizando a recuperação dos infratores. sentido de vítima, e vir para o
perdão, haverá esperança de
Neste encontro, propõe-se rapidamente uma que a mentalidade da guerra
na sociedade será
abordagem sobre o Círculo de Botscharova em todos os gradualmente mudado ". A
encontros será retomando o Círculo de Botscharova, por ser fim de fazer isso, é preciso
libertar-se do ciclo de
uma ferramenta de transformação de conflitos quebrando o vingança.

círculo de violência.
Esta ferramenta foi desenvolvida por Olga Botcharova para facilitar o
perdão, por ajudar vítimas de conflitos violentos e começar um processo

6 Link <http://www.mpse.mp.br/NoticiaExibir.aspx?id=7051> acessado dia 10/09/2014.


de cura pessoal. Ela complementa os esforços de construção da paz, que
impõem uma "paz" imediata para cessar por conflitos violentos, mas não
conseguem resolver traumas pessoais e a desconfiança resultante.
Sete passos7 para a reconciliação não é uma ferramenta utilizada para
analisar o conflito, mas uma ferramenta de transformação de conflitos. A
análise do conflito, tanto da situação geral e do trauma a nível individual, deve
ser realizada antes da sua aplicação para garantir que ele tenha o máximo de
eficácia e não causa re-traumatismos.
Os membros (alunos propostos a participar) de grupos opostos no
conflito devem praticar este exercício com a orientação de facilitadores
(professora) treinados e experientes. Antes de implementar este exercício, que
é vital para os facilitadores, serão realizados exercícios de construção de
confiança e estabelecer claramente os canais de comunicação dentro do
grupo, a fim de criar um grupo dinâmico e positivo um ambiente seguro e
neutro. Além disso, em um esforço para criar um grupo dinâmico positivo, os
facilitadores devem orientar o grupo em uma discussão sobre as expectativas
dos participantes individuais, criar regras e treinar as pessoas sobre como usar
as habilidades de comunicação não-violenta durante todo o exercício.
Esta ferramenta deve ser implementada no
WORKSHOP é uma espécie
final de um workshop de vários dias, após os de seminário, grupo de
discussão, ou colóquio, que
participantes terão a oportunidade de concluir uma enfatiza a troca de ideias e a
demonstração e aplicação de
série de atividades em conjunto e construir técnicas, habilidades, etc.
relacionamentos com os outros.
Abaixo, encontra-se resumido o guia passo a passo detalhando como
facilitadores treinados e preparados podem implementar. O facilitador(s) deve
criar uma vida de tamanho "ciclos de vingança e Reconciliação" (também
conhecidas como "Sete Passos para a reconciliação") modelo no chão
workshop.

7 Olga Botcharova: "Implementação de Pista Dois Diplomacia." In: Tutu, D .: "Perdão e


Reconciliação" Região, Política Pública e Transformação de Conflitos, Philadelphia: Templeton
Foundation Press, 2002, p 283.
Estes deverão passar materiais visuais que apresentam os "ciclos de
vingança e Reconciliação" e devem explicar o objetivo do modelo como um
meio de lidar com o trauma a nível individual e quebrar ciclos de violência.
O facilitador(s) deverá, então, apresentar uma narrativa (se possível,
uma narrativa pessoal de sua própria vida) que demonstra o movimento
através dos estágios do trauma, vingança e reconciliação, resultando em cura e
transformação pessoal. Se os participantes escolhem, eles podem agora
compartilhar suas esperanças para transformar seus traumas ou conflitos no
futuro.
Após o exercício, o facilitador(s) deve avaliar o estado emocional do
grupo e fazer perguntas “Debrief” apropriadas.
Exemplos de algumas perguntas Debrief são:
a) Como foi esse exercício para você?
b) Como você se sente depois de compartilhar o seu trauma?
c) Como você pode usar este exercício como uma ferramenta de construção da
paz?
d) Como você pode usar este exercício em sua vida pessoal?

O facilitador (professor) deve concluir o exercício por agradecer a todos


os participantes e incentivá-los a cuidar de si mesmos e de suas emoções
depois de sair da sala de workshop.
O próximo passo do Círculo de Botscharova:
 Ciclo de vingança:
 Se traumas psicológicos causados por conflitos passados não são
devidamente tratados e curados, as respostas naturais de dor, choque,
negação e pânico podem se transformar em violência renovada e as
vítimas anteriores tornar-se agressores. Devido a incapacidade de
lidar com a realidade do trauma e da supressão da dor das vítimas,
teme-se apenas intensificar os sentimentos de raiva e ódio direcionado
para os autores e para qualquer coisa associada com ele ou ela, que
vão desde membros da família e vizinhos para membros do perpetrador
do gênero e grupo étnico, religioso e político. O autor é
desumanizado privado de quaisquer possíveis características boas
como em um mundo preto e branco reforçada pelos mitos construídos e
histórias coletivas.
 Se um trauma não é deixado cicatrizado, a raiva e o ódio resultantes
podem levar à crença de que o alívio da dor só pode ocorrer se a sua
fonte ou causa é punido ou destruído. Se o sistema de justiça não
consegue fazer isso, ou a punição recebida pelo autor é considerada
inadequada, vítimas podem se tornar propensas a realizar o ato de
"agressão justificada", completando assim o ciclo de vingança 8.

Fonte:Olga Botcharova: "Implementação de Pista Dois Diplomacia." In: Tutu, D .:


“Perdão e reconciliação" Região, políticas públicas e transformação de conflitos,
Philadelphia: Templeton Foundation Press, 2002, p. 291.

 Ciclo da Reconciliação:
1 - A fim de quebrar o ciclo de vingança, primeiro é necessário restaurar a
auto-identidade da vítima. Em vez de negar e reprimir seu trauma, vítimas
precisam identificar e enfrentar o medo e a dor resultante de expressar suas
emoções. Ao reconhecer e aceitar seus sentimentos, as vítimas podem ser

8 Olga Botcharova: "Implementação de Pista Dois Diplomacia." In: Tutu, D .: ". Perdão e
Reconciliação" Região, Política Pública e Transformação de Conflitos, Philadelphia: Templeton
Foundation Press, 2002, p 291.
capazes de restaurar a sua capacidade de pensar racionalmente e evitar a
transformação emocional em raiva e ódio. As vítimas podem compartilhar suas
histórias com outras vítimas, que irão ajudá-los a processar seus traumas
pessoais e entender que eles não estão sozinhos. Embora isso possa ajudar as
vítimas a recuperar sua autoconfiança perdida e libertá-las da condição de
vítima, elas ainda vão perceber o seu agressor como um não-humano, sendo
irracional indigno de seu perdão.
2 - O processo de re-humanização do agressor é doloroso, complicado e
evoca muita resistência por parte das vítimas. Às vezes, é necessário re-
estabelecer uma conexão emocional e uma relação entre as partes do
conflito. Com base em anos de experiência, acredita-se que o diálogo serve
como base para re-estabelecer relações, pois "promove a confirmação mútua
e, portanto, serve uma necessidade fundamental de partes de um conflito a ser
reconhecido como indivíduos com valores e unique (e valorizado)
identidades9". A partilha de experiências e histórias pessoais ajuda a criar um
elo emocional entre os lados opostos de um conflito, permitindo que as vítimas
para descobrir crenças e preocupações comuns e partilhados com os seus
autores. Reconhecendo a dor sentida por aqueles no lado oposto de um
conflito pode permitir que a vítima se desenvolver gradualmente compaixão
para com o "outro" e, assim, iniciar o processo de re-humanizar o autor(s).
3 – Passo a passo: permitir que as vítimas reconheçam o
trauma, trabalhar através da experiência e entender como sintomas de trauma
manifestam dentro de si e externamente, por meio de relações com os
outros. Isto implica a transformação pessoal profunda, que permite ajudá-los a
assumir o risco de perdoar seus agressores. Perdão, considerado o "culminar
de cura" e "a necessidade mais vital de uma vítima," é essencial para a
reconciliação10. Ele não só abre um caminho para a liberdade de vitimização,

9 Montville, função de cura em Political Resolução de Conflito, pág. 115

10 Williams: "A negociação como um processo de cura," Jornal de Solução de Controvérsias,


no.1, 1996, p. 50; Olga Botcharova: "Implementação de Pista Dois Diplomacia." Pp. 300.
http://www.irenees.net/article561_en.html
http://www.irenees.net/article562_en.html
http://www.irenees.net/article563_en.html
mas também fornece um ambiente seguro para o autor a responder, interagir e,
eventualmente, admitir a culpa.

Fonte: Olga Botcharova: "Implementação de Pista Dois Diplomacia." In: Tutu,


D .: ". Perdão e reconciliação" Região, políticas públicas e transformação de
conflitos, Philadelphia: Templeton Foundation Press, 2002, p 298.

Fonte: Olga Botcharova: "Implementação de Pista Dois Diplomacia." In: Tutu,


D .: ". Perdão e reconciliação" Região, políticas públicas e transformação de
conflitos, Philadelphia: Templeton Foundation Press, 2002, p 298.
Atividades: Com o entendimento do Círculo de Botscharova proponha o
seguinte questionamento aos participantes do círculo:

Exercício para lidar com as raivas:

1. Quando eu era criança ou jovem que fiquei bravo por:


2. Quando eu estava furioso minha mãe normalmente
_______________ Nunca percebia
________________Percebia, mas fazia ce conta que não percebia
_______________ Fazia-me sentir vergonha
________________Ajudava-se a me sentir melhor
________________Proibia-sme de ficar com raiva
________________Outras possibilidades. Quais....
3. Agora fico com raiva quando…………………….

Quarto Encontro: 4 horas aulas

Vou da escuridão à luz.

Até no quarto encontro, já foi trabalhado o que é violência, os tipos de


violência, o Bullying, o Círculo de Botscharova, porém, serão usadas novas
dinâmicas de trabalho com os materiais necessários para desenvolver os
objetivos propostos neste encontro que são:

Objetivo geral: Revivenciar um conflito em que os participantes foram vítimas


e formar os grupos de confiança. (Sempre como vítima)

Objetivo especifico: Integrar o grupo, permitir o contato com características


pessoais, às vezes não conscientes e criar ambiente seguro.
Materiais necessários: músicas, argila, cartelas para apoiar argilas, pregos,
pedras, galhos e folhas secas, serragem, arames, colchonetes. Lousa, giz e
aparelho de som, imagem em ppt, etc.

Como fazer:

1ª atividade: Dinâmica dos bichos

Apresentar em folha de papel sulfite ou lousa os animais do horóscopo chinês:

Rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e
porco. Pedir para cada participante pensar com qual dos animais se identifica
mais (somente pensar); em seguida pedir que pense em três características
suas que correspondam às do animal escolhido. Pedir que desenhe o animal e
escreva as características. Compartilhar com o grupo, em quartetos. (Começar
a dialogar com aquilo que eu sou). (Se sou rato, o que ele ou eu tenho a ver
com ele).

2ª atividade: preparar o ambiente escolhendo imagens ou objetos, como por


exemplo: flor, copo com água, vela, molho de chaves e o que mais sua
criatividade mandar! (Número suficiente para que o grupo maior seja dividido
em grupos menores formados por no máximo 04 pessoas). Orientar para que
as pessoas se aproximem do objeto ou imagem que mais se identifica.

Pode-se observar a possibilidade da formação do Grupo de Confiança - CG


(explicar sua finalidade e funcionamento) e orientar para que partilhem uma
vivência em que, diante de um problema/dificuldade tenham se sentido
acolhido por alguém ou por um grupo. Estimular para que partilhem uns
com os outros esta experiência e como se sentiram. Terceira partilha,
importante. Já aqui é feito a circulação na sala e provoca-se a escolha do GC.

Nos links abaixo você pode encontrar as dinâmicas mencionadas:

<http://apostolinas.blogspot.com.br/2012/03/dinamica-floresta-dos-sons.html>
acesso no dia 20/05/2014.
<https://www.catequisar.com.br/texto/dinamica/volume03/105.htm>, acesso no
dia 20/05/2014.
<http://dilmaalves.blogspot.com.br/2013/04/dinamica-dos-bichos.html>, acesso
no dia 20/05/2014.
3ª Atividade: Leitura do Conto: “Lius, o raivoso invisível”.

Objetivo: tomar consciência das consequências da agressão e da possibilidade


da cura através das relações positivas.

Resumo do texto:
O que as crianças não sabiam era que nessa fonte podiam-se ver os
sentimentos, as alegrias e as tristezas. Quando as crianças olharam na água,
descobriram as alegrias e tristezas de cada uma delas, mas também
descobriram que na água se enxergava a sombra de uma criança que não
estava, era como se todos os que estavam presentes se olharam num grande
espelho, mas um deles, que não estava lá, aparecia refletido na água,
chorando e de mau humor.

Lius o raivoso invisível11


Jairo Díaz Ferrer. Fundación para la Reconciliación

Há muito, muito tempo, reuniram-se crianças de todas as cores e raças para


jogar, cantar e aprender a se gostar. Umas crianças trouxeram rondas e contos,
outras trouxeram jogos de bola, sorvetes, tortas e doces: em fim, a festa começou.
Risos, sorrisos, gritos alegres e convites para comer tantas delicias escutavam-se por
toda parte.
De pronto, num dos grupos, escutou-se chorar uma menina. Era uma menina
ruiva sardenta, vestida com um avental pintado com flores e coelhos. Todos correram
a perguntar-lhe o que estava acontecendo, a menina contou, que enquanto corria
atrás de um globo de cores, sentiu que a puxavam das tranças e a derrubaram no
chão. O raro era que ela não tinha visto ninguém, só sentiu que a derrubavam no
chão.
Em poucos segundos, outras crianças começaram a rodas, empurrados por
uma força que ninguém via, era como se um ser invisível estivera jogando-os de cá
para lá. Diante de tanta confusão, as crianças decidiram reunir-se ao redor e uma
fonte para tratar de compreender o que estava acontecendo.
O que as crianças não sabiam era que nessa fonte podiam-se ver os
sentimentos, as alegrias e as tristezas. Quando as crianças olharam na água,
descobriram as alegrias e tristezas de cada uma delas, mas também descobriram que

11 <http://www.fundacionparalareconciliacion.org>
na água se enxergava a sombra de uma criança que não estava, era como se todos os
que estavam presentes se olharam num grande espelho, mas um deles, que não
estava lá, aparecia refletido na água, chorando e de mau humor.
Uma das crianças perguntou à sombra:
- Escuta, porque você chora e tem tanta raiva?
- a criança respondeu:
- Meu nome é Lius o raivoso, e tenho tanta raiva com todos, porque meus
pais nunca jogam comigo e algumas vezes jogam os sapatos na minha cabeça quando
não lhes obedeço, por isso, eu fico atrapalhado vendo rir os outros, me incomoda a
alegria. E, queiro que saibam, que de tanta raiva que eu já passei na vida, pouco a
pouco fui ficando só até que resolvi ficar invisível, agora só quero puxar as tranças
das meninas e beliscar todo aquele que pareça feliz.
Naquele momento, Juanito Sonrisas falou à imagem da criança e lhe disse:
- Como já sabemos que você é invisível, convidamos você a correr conosco, a
saltar e cantar, venha amigo Lius vamos jogar.
As crianças jogaram toda a tarde com Lius, e para surpresa de todos Lius
esqueceu suas raivas e começou a se ver. Quando terminaram de jogar, Lius era
uma criança de carne e osso como todas as outras crianças e tinha no rosto um
grande sorriso que partilhou com seus novos amigos.
Foi tanta a alegria das crianças de ver Lius assim que decidiram celebrar a
partir desse momento o dia da alegria, para não esquecer jamais que às crianças que
sofrem maus tratos, a raiva e o mau humor os vão tornando pouco a pouco sós e em
alguns casos invisíveis.

4 ª Atividade – Exercícios de como lidamos com a raiva.


Objetivo: reconhecer como a raiva e a dor estão presentes em nossas vidas,
dificultando às relações.
A. Responder por escrito. Trabalho individual.
B. Responder as perguntas nos grupos, possibilitando a reflexão e
dialogando com estas questões. Voltar à plenária para refletir sobre esta
experiência. Retirar
C. Obs: Vá para o grupo, peça para todos olharem as três perguntas e
depois coloque as vendas, uma pessoa sem a venda faz a pergunta
para aquela e assim sucessivamente. Ou seja, uma sem venda faz as
perguntas àquela com venda e assim sucessivamente.

5ª Atividade: expressão corporal da raiva.


Objetivo: Descontração corporal e tomar consciência de como a raiva se instala
em meu corpo.
1ª atividade: preparar o grupo avisando que esta dinâmica pode ser muito forte
para algumas pessoas. Pedir que tomem o pulso, percebam o ritmo, as batidas
do coração... Então, parados, abram e fechem as mãos, depois olhos,
balancem um pé e outro, pernas... Façam caretas, mostrem a língua e por fim
dancem ao som de uma música agitada. Novamente tomem o pulso, percebam
a diferença da pulsação.
Lentamente circular pela sala - sentir novamente o pulso (o tomar o pulso, é
elemento de tomada de consciência quanto ao processamento interno) Agora,
pense sobre uma coisa na sua vida que te dá raiva? Pensar, quando estou com
raiva como reajo? Andem pela sala mostrando como seu corpo fica quando
você sente raiva? Onde tem tensão? Onde a raiva se instala em meu corpo?
Quais consequências têm em minha saúde? Colocar a mão nesta parte do
corpo em que a raiva se acumula. Parar para tomar consciência. Observar
onde a raiva me afeta e onde afeta as demais pessoas. Ainda com esta
percepção acomodem-se nos colchonetes ou nas cadeiras.

Quinto encontro: 4 horas aula


Vou da escuridão à luz
Continuação

Atividade: visualização e vivência da raiva


Objetivo: favorecer a ativação dos sentidos e reviver um conflito dando suporte
para a elaboração de imagens que virão a seguir.
Como fazer:
1° Tudo muito lento para dar tempo para a assimilação.
Sugere-se olhos baixos, mas não fechados, respirar – inspirando e soltando o
ar em três tempos; maxilar e boca soltos, 3x inspirar e enviar ar para a região
da cabeça buscando deixar os pensamentos soltos, leves. Inspirar e enviar ar
para a região do pescoço – distencionando a região – para ombros – coluna –
braços – enviando o ar para aquela região em que se instala a raiva em mim –
tomar consciência do corpo – como reage – e ir descendo – até os pés...
2º: Visualização – as consignas são dadas gradativamente, para que haja
tempo para o processamento. Agora imaginar caminhando por um corredor que
termina em uma escada pela qual você vai descer lentamente, contando 10, 9,
8, 7... até 1 – Você chega a uma sala que tem uma poltrona confortável, de
frente para uma tela - Você vai sentar e ver nesta tela a imagem de um dia em
sua vida em que você foi vítima ou agente de um conflito violento, que lhe
deixou com muita raiva e lhe foi marcante – pausa. Por favor, congele a tela
com a imagem que lhe é mais forte. Pensar – o que esta imagem está
dizendo? Era dia ou noite? Estava quente ou frio? Como saiu de casa neste
dia? Qual a história do conflito? Como se sentiu? Como acha que se sentiu a
(as) outra(s) pessoa (as)? Foi um ato isolado, ou que se repete? Tive parcela
de responsabilidade no ato? Houve alteração na dinâmica da equipe com a
qual trabalho ou com minha família ou com meu grupo de amigos/as? Isto se
repercute ainda hoje? Esta imagem tem um gesto, uma cor, uma expressão,
sentimento, palavra? Pausa... dar comandos para que o grupo vá tomando
consciência do espaço e tempo atual: novamente 3 respirações – lentas, ir
percebendo o corpo, abrindo os olhos e lentamente sentarem-se...

Atividade prática: elaboração da imagem do conflito


Objetivo: criar uma expressão plástica do conflito. Uso da argila e demais
materiais (pregos, pedras, etc.)
Como fazer:
É pedido que individualmente elaborem uma imagem a partir da experiência da
visualização do conflito que vivenciaram. A base para esta criação é a imagem
congelada que fixou o conflito acima e nas questões colocadas acima: gesto,
cor, palavra etc. Esta criação materializa aquele conflito.

Atividade: contemplação da imagem criada


Objetivo: perceber a imagem construída (significado), já com os GC formados
anteriormente.
Como fazer:
Após todos terminarem a produção da argila, retornar ao círculo (cada um com
a sua imagem à sua frente). O educador fará as seguintes questões: como foi
fazê-la? Olhar de vários ângulos. O que significa para você? O que vê,
percebe, sente? Em seguida cada um deve colocar a argila no centro da sala.
Formação do grupo de confiança:
1ª possibilidade: pedir que os participantes andem em volta das imagens e as
observem com calma. Depois da observação peça que as agrupem por
proximidade (grupos de três ou quatro). Deixe que eles organizarem e
reorganizarem. Depois de agrupadas, afaste os “grupos” de argila uns dos
outros e peça para que as pessoas encontrem as suas argilas formando os
grupos de confiança. Neste momento peça para os participantes fecharem os
olhos e sentirem a energia de seu grupo. Peça para quem não estiver se
sentindo bem levantar o braço e efetue as trocas se for preciso.

Atividade: partilhar com o grupo de confiança o conflito/imagem


Objetivo: criar um processo reflexivo contínuo e o estabelecimento de vínculo
no Grupo de Confiança.
Como fazer: Partilha nos GC sobre a vivência do conflito e sua elaboração
numa imagem.
Cada membro do grupo fará a sua partilha.
Possibilidade: No final, o grupo receberá uma cartela e pincel para que cada
membro escreva o sentimento que é mais relevante nesta experiência. Esse
material será utilizado no momento celebrativo como forma de acolher a
experiência individual e coletiva.
OBS. Deste encontro em diante, os Grupos de Confiança (GC) estabelecidos
se mantém até o último encontro.

Atividade: plenária sobre reações às experiências Escola de Perdão e


vividas no dia (trabalho corporal, visualização, Reconciliação – ESPERE
expressão na argila e partilha no Grupo de
Núcleo CDHEP – Centro de
Confiança).
Direitos Humanos e
Objetivo: Compreender os impactos causados pela Educação Popular de Campo
vivência. Limpo. Rua Dr. Luis da
Fonseca Galvão, 180, CEP
05855-300, Capão Redondo,
São Paulo, SP. – Brasil
Atividade: celebração final
Telefone: 0055–11-5511-
Formação do círculo com orientação para a
9762 <www.cdhep.org.br>
colocação de um sentimento como consequência da
reflexão da experiência vivida.
Para encerrar as atividades convidar os participantes a formar um círculo ao
redor das argilas e cartelas com os sentimentos mobilizados. Pedir um
momento de contemplação e acolhida da expressão de dor e sofrimento
expostos para cada participante e por último pedir que cada um manifeste um
sentimento em relação ao dia e as vivências propostas. Um sentimento que
expresse como está indo embora ao fim do dia.
Consequências da raiva em nossa vida.
Perdão como um caminho de transformação.12

Materiais necessários: apostila, textos, imagens em ppt, vídeos, música e


aparelho de som. Cartelas com os tipos de expressão da raiva. Cartelas das
cores/sentimentos, giz de cera, máscaras e espelhos.
Objetivo: entrar em contato com as emoções e rever a imagem elaborada no
encontro anterior, entrando novamente em contato com o conflito.
Como fazer:
1ª Atividade: Dança das emoções: com música, convidar os participantes a
dançar pela sala e expressar com seu corpo as seguintes emoções: felicidade,
tristeza, paz, amizade, medo, tranquilidade, agressão, ciúmes, desanimo,
alegria, raiva; etc.
2ª Atividade: Com um papel em branco escreva a palavra que define seu
desejo, coloque no balão. Dobre e coloque no seu balão, expire para inflar seu
balão colocando todas as energias negativas de seu dia. Dança os balões um
para ao outro sem deixar cair no chão. Ao terminar a música, estoure e pegue
a palavra que vai ser energia do seu "eu" para o amanhã.
Introdução ao tema: Raiva
Faremos a leitura do texto “A raiva e o rancor”. Robin Casarjian - livro do
Perdão. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
O motivo mais óbvio para perdoar é nos libertarmos dos efeitos
debilitantes da raiva e do rancor crônicos. Ao que parece, essas emoções são
as que mais convertem o perdão em um desafio que pode ser uma grata
possibilidade para quem deseja uma paz maior.
A raiva e o rancor são emoções muito fortes, que desgastam nossa
energia de várias formas. Ao retirar as capas protetoras, provavelmente você
descobrirá que a raiva, na realidade, é um sentimento superficial. Não porque
seja trivial ou falsa, mas porque existem muitos outros sentimentos por
debaixo dela.
Quando nos perdemos na raiva, ficamos surdos aos nossos sentimentos
mais profundos. Aprendemos a escutar somente aqueles que gritam mais
alto.

12 <http://www.youtube.com/watch?v=NpdCSBsnx4k> acesso dia 24/09/2014.


<http://www.youtube.com/watch?v=-V7beoh3LqQ> dinâmica da montanha russa, acesso dia
24/09/2014
Refletir como a raiva se apresenta, leitura do texto: “Estilos habituais de
expressar a raiva”, disponível abaixo.

Resumo: A raiva é uma intensa reação emocional temporal de alguém que se


sente ameaçado de alguma forma. Quando surge, a raiva pode se expressar
aberta e diretamente ou se ocultar dentro da pessoa, de um modo calado e
persistente, em forma de um ressentimento crônico, de uma sensação
constante de ofensa ou de má vontade que continua mesmo depois de
passada a situação que a provocou. O ressentimento foi comparado ao ato de
se agarrar uma brasa acesa com a intenção de passá-la a outro. A palavra
ressentimento vem de ressentir, isto é, voltar a sentir intensamente. Quando
estamos ressentidos, sentimos a dor do passado com intensidade e durante
muito tempo, afetando nosso bem-estar físico e emocional.

Como fazer:

Ler em grupos o texto “Estilos habituais de expressar a raiva”. Em seguida as


pessoas se agrupam de acordo com o estilo que mais se identificam. No grupo
tentam identificar os benefícios e malefícios de seu estilo. O próximo passo é
comunicar aos outros grupos o que há de positivo e negativo na sua forma de
lidar com a raiva. IMPORTANTE: DEIXE QUE OS OUTROS GRUPOS FAÇAM
COMENTÁRIOS (Como é para vocês conviver com este estilo de expressar a
raiva?) Em plenária, pessoas de outros grupos também podem ser estimuladas
a se expressar sobre o tipo que está expondo e criar um diálogo; parece que
favorece o autoconhecimento e a sensibilidade de como afetamos os outros
com nossos jeitos de expressar a raiva.
ESTILOS HABITUAIS DE EXPRESSAR A RAIVA

Cada um tem uma maneira diferente para manifestar a zanga.


Aqui mencionaremos oito estilos diferentes.
Observe os seguintes exemplos e veja qual de todos é o que você utiliza
com maior freqüência:
• BOMBA ATÔMICA
Estas pessoas parecem estar o tempo todo com raiva. Qualquer coisa as
incomoda. Ainda que seja sem querer se sentem insultadas. e são pessoas
que se mostram muito iradas
 ESTÁTUA
Estas pessoas negam a raiva. Não demonstram o que sentem e por isso
parecem estatuas. Preferem ir embora e deixam as coisas como estão, sem
solucioná-las. Normalmente, não querem mais falar com as pessoas que as
ofenderam
• PANELA DE PRESSÃO
• Estas pessoas guardam a raiva
• por muito tempo sem demonstrá-la.
• De repente, por qualquer motivo, explodem sem se importar
• nem com as pessoas
• nem com o lugar onde estão.
• Estas pessoas podem adoecer por guardar seus sentimentos.
• MARTIR
Os mártires não demonstram a raiva claramente.
Se queixam de tudo o que acontece,
para que os outros tenham atenção especial com eles,
para que tenham pena deles
e para que façam tudo o que eles querem.
• PISTOLEIRO
Os pistoleiros rapidamente mostram sua raiva e rapidamente se esquecem
dela.
Eles não percebem que com esse tipo de comportamento podem ferir
muitíssimo as pessoas.
Surpreendem-se quando alguém se sente ferido e insultado
• CAMINHÃO DE LIXO
Estes recolhem a raiva que têm de pessoas poderosas (chefe, pai, etc...),
para descarregar nas pessoas menos poderosas, que, normalmente, não
tem nada a ver com o fato
• BOMBEIRO
Essas pessoas controlam a raiva que sentem assim como os bombeiros que
gostam de apagar o fogo logo logo. Eles não aguentam que o conflito
continue, e tentam acabar com o problema, muitas vezes, sem resolver as
raízes do conflito. Também eles gostam de resolver os conflitos dos outros.

<www.nre.seed.pr.gov.br/cascavel/arquivos/File/APOSTILA.pdf>

Objetivo: acolher as sensações e percepções da experiência e auxiliar na


percepção de como reajo num conflito.
Atividade – introdução da classificação das emoções
Objetivo: Entrar em contato com as minhas emoções, exercício de empatia.
Como fazer:
Cada emoção se expressa em uma cor. Fixar folhas coloridas com as
seguintes informações:

Vingança, Esperança, Conciliação, Pensamento Raiva,


Justiça Punitiva, Perdão, Equilíbrio, Racional, Rancor, Ira,
“Olho por Olho” Diálogo, Harmonia Justiça Fria, Violência,
Generosidade Distância Descontrole
Abertura .

Fonte: <www.nre.seed.pr.gov.br/cascavel/arquivos/File/APOSTILA.pdf >

Trabalho individual: cada um pinta uma máscara com as diversas cores


que expressam seus sentimentos em relação ao conflito que estamos lidando.
Colocar o nome na máscara e guardá-la.
Tempo de confronto individual com o espelho: cada pessoa procura um
canto na sala, coloca as máscaras (pode-se também fazer a atividade sentado
em círculo). Observar como me pintei? Que tons prevalecem? Como eu me
sinto? Como as outras pessoas me percebem? Como me pintaram? Que tons
prevalecem? Como me sinto com esta percepção dos outros?
Com todas as máscaras dispostas no círculo, cada um escolhe uma
máscara por livre identificação e veste-a. Olhando-se no espelho, contemple-
se no lugar do outro, com a cara do outro. Como me sinto no lugar do outro,
com a cara do outro? Dar tempo para esta sensação.
Devolver a máscara e de alguma forma expressar o respeito que você tem
perante esta pessoa expressa naquela máscara. Vamos lembrar que neste
exercício devemos colocar “a cara” do outro, sentimento do outro, tentar entrar
na vida dele. Dar um abraço ou outro gesto espontâneo.
Plenária: acolher os comentários sobre sentimentos em relação à dinâmica.
1) Obs.: esta dinâmica poderá ser mais curta, de acordo com a possibilidade
de tempo.

2) Obs.: Outra forma de trabalhar com a máscara é cada um pintar sua


máscara com cores livres, de acordo com seus sentimentos. A máscara
volta a ser usada no próximo encontro: “Vejo com novos olhos”; nesse
momento, pede-se que peguem de novo a máscara e revejam como
percebem seus sentimentos depois de feita um processo.

Atividade – a dinâmica dos 3S e sua relação com a ofensa13


Objetivo: apresentar os três S: Auto segurança, Significado de Vida,
Sociabilidade.
Como fazer:
Apresentação escrita (lousa) dialogada. Como a agressão me afetou nos três
Ss: Segurança em si; Sociabilidade e Significado de vida.

Atividade – como o meu conflito me afetou?


Objetivo: Identificar qual a dimensão mais afetada pelo conflito e partilhar no
grupo de confiança
Como fazer:
Trabalho Individual: Retomar o seu caso (argila) e relacionar com os Três S –
Auto segurança, Significado de Vida, Sociabilidade. Em que dimensões este
caso afetou você? Como você percebe isso?

Atividade: leitura do texto – “Perdão. Porta para a paz mental” 14 . ou


apresentação em PPT.

Atividade – Nos sentimos apoiados. Ritual de encerramento.


Objetivo: sentir-se apoiado por um ambiente seguro e introduzir o grupo na
discussão de alternativas de compreensão da agressão.
Como fazer:
Plenária: Colocar no centro três faixas com os 3S: Segurança em si;
Significado da vida; Sociabilidade. Pedir aos participantes que se coloquem ao
redor da dimensão mais afetada pelo conflito e cada um partilha como foi
afetado nesta dimensão (não precisa contar o caso expresso na argila).

13 < www.comitepaz.org.br/download/88%20fórum.ppt>

14 <www.palasathena.org.br/.../Perdão_porta_para_Paz_Mental.pdf>
<http://escolaperdao.blogspot.com.br>
Todos ao redor da dimensão afetada pelo conflito, peça que construam uma
imagem (com seus corpos) que expresse sua sensação diante daquela
situação. Dar 5 minutos para que cada grupo construa sua imagem.
Em seguida, um grupo apresenta sua imagem e congela para que os demais a
contemplem por uns 30 segundos.
Pergunta:
O que estou vendo? Deixar que as pessoas respondam e por último dizer uma
palavra de inspiração e força para as pessoas daquele grupo, afetadas naquela
dimensão.

Sexto Encontro: 4 horas aula


Vejo com olhos novos -
Compreendo meu ofensor. Limpo a
dor.

Acolhida: atividade de retomar a semana e possivelmente uma dinâmica ou


aquecimento.
Texto: Compaixão15 em ppt com explicação e reflexão para entendimento da
atividade: Destaque o que chama mais sua atenção; Como a compaixão se
relaciona com o seu processo de perdão? Tempo pessoal, “cochicho” e
plenária. Outra possibilidade é fazer a leitura no Grupo de Confiança.

Atividade: conforme foi explicado no ppt, os três tipos de pactos: Pacto de


coexistência; Pacto de convivência e Pacto de comunhão 16.

Atividade: relaxamento que gere um estado emocional para um possível


encontro imaginário com o seu ofensor.

Atividade: Cadeira vazia e carta17

15 <http://www.boqnews.com/colunas/o-que-e-compaixao/>

16 <www.palasathena.org.br/.../Perdão_porta_para_Paz_Mental.pdf>
Assistir aos vídeos:
VÍDEO 1, CADEIRA VAZIA: <http://www.youtube.com/watch?v=njGEpFfhHFA>
VÍDEO 2: <http://www.youtube.com/watch?v=Qv3fxbU8Xf8>
Os formadores orientam a dinâmica da cadeira vazia, encenando como cada
participante deve proceder: senta-se numa cadeira, em frente de outra vazia e
expressa para o seu ofensor como se sente frente ao conflito, expressar sua
dor e seus sentimentos e depois senta-se na outra cadeira, no lugar do seu
ofensor e escuta como ele se sente. Este procedimento pode ser repetido
quantas vezes forem necessárias.
Para finalizar, são convidados a escreverem uma carta para o seu ofensor, cujo
conteúdo é íntimo e pessoal (ressaltar que esta carta não será exposta e não
precisa ser endereçada ao mesmo). Nesta carta você pode escrever o que
quiser, inclusive narrar o processo de perdão que está vivendo. Você pode
contar a experiência desta possibilidade.
OBS.: orientar para que façam uma marca no seu envelope para que depois o
reconheça.
No grupo de confiança, partilham como foi fazer este exercício.

Atividade: faremos a leitura do texto: “Limpar a dor para uma breve


reflexão”.
Resumo: Antônio, necessitado de dinheiro para dar de comer a seus filhos,
decidiu uma manhã sair a atracar, portando uma arma. Foi à tenda de José e
se gerou uma peleja. Antônio disparou ferindo José na coluna vertebral. O
disparo lesionou a coluna vertebral e José ficou paraplégico.

José ficou com uma grande raiva pelo sucedido. A esposa ficou cansada de
suas agressões frequentes e o abandonou, os filhos ficaram com os avós.
Jaime, seu amigo, o ajudou a reagir positivamente. Depois de muito esforço
conseguiu que José se encontrasse com a mãe de Antônio que estava preso,
foi uma visita tensa, que pouco a pouco fez a José conhecer o rosto
enfraquecido e sofrido de Antônio. Por fim, José aceitou escrever uma carta a
quem o feriu. Limpar a dor.

17<http://conhecimentoerelacao.wordpress.com/2010/11/19/tecnicas-da-analise-
psicodramatica/>
<http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/dinamicas-para-relacoes-interpessoais-e-
autoconhecimento-colocando-me-no-seu-lugar.php>
Limpar a dor para uma breve reflexão
Antônio, necessitado de dinheiro para dar de comer a seus filhos, decidiu uma manhã
sair a atracar, portando uma arma. Foi à tenda de José e se gerou uma peleja. Antônio
disparou ferindo José na coluna vertebral. O disparo lesionou a coluna vertebral e José ficou
paraplégico.
José ficou com uma grande raiva pelo sucedido. A esposa ficou cansada de suas
agressões frequentes e o abandonou, os filhos ficaram com os avós. Jaime, seu amigo, o
ajudou a reagir positivamente. Depois de muito esforço conseguiu que José se encontrasse
com a mãe de Antônio que estava preso, foi uma visita tensa, que pouco a pouco fez a José
conhecer o rosto enfraquecido e sofrido de Antônio. Por fim, José aceitou escrever uma carta a
quem o feriu.
Limpar a dor
Fiquei surpreendido da paz que senti quando soltei a carta no correio.
Jaime o percebeu e me disse:
- Sei que estás mais tranquilo, mas vou te pedir um esforço a mais neste caminho de
perdão que estas fazendo.
- O que será¿- pensei enquanto olhava para o teto do meu carro.
- Quero que pratiques o exercício de limpara a dor pelo que Antônio lhe fez – me disse.
- Não entendo o que quer dizer – lhe disse – O que quer disser limpara a dor¿, o que
significa isso?
Com calma Jaime me explicou
- Pensa-o da seguinte maneira. Imagina uma esponja que limpa o chão. Nossa dor
emocional é como o lixo jogado no chão. Esse lixo põe em perigo nossos filhos, nossa esposa,
amigos e até a pessoa que nos fez o mal. Se decide ser a esponja para limpar a dor que lhe
causou Antônio, então vai impedir que o lixo faça mal a você e aos outros.
Vi como minha dor tinha-se espalhado de tal maneira que afetou minha esposa, meus
filhos e meus amigos. Tinha-me convertido numa pessoa intolerável.
- Sim, Jaime. Minha esposa me deixou... Disse isso sem acreditar no que estava
dizendo.
Jaime não me respondeu.
- Meus filhos sofreram simplesmente porque não soube lidar com minha dor.
Jaime continuava em silencio.
- Como ser essa esponja que limpa o lixo¿ - perguntei.
- Quando decides limpar a dor, podes prevenir que a dor afete outras pessoas. É até
um presente para Antônio, pois não buscarás formas de vingar-te dele.
Sabia que Jaime estava certo. Não entendia bem a proposta de limpar a dor, mas
quanto mais a praticava, mais sentia que, dentro de mim, a raiva se ia diluindo.
Passados os dias e os anos, lembro com gratidão o caminho que Jaime me fez recorrer.
Lembro que o comecei com muito ceticismo e raiva. Terminei minha viagem entendendo que
foi minha salvação. Antes de começar esse caminho podia ter caído no perigo de sofrer o
dobro: primeiro por minha paralise e segundo pela raiva e o ódio.
Ainda hoje não funcionam meus braços nem minhas pernas. Não estou convencido de
que Antônio tenha recebido meu presente do perdão. Não conhecendo o amor possivelmente
não o consiga ver como tal. Mas não importa. Gostaria que as circunstancias fossem
diferentes, mas ao menos tenho paz, uma paz no coração que nunca pensei alcançar. Continuo
praticando o perdão em muitas circunstancias injustas da vida. Já estou acostumado.
Para os que não fizeram o esforço de perdoar, minha historia soará muito esquisita.
Para os que têm feito este caminho, não precisam de explicações.

Fonte: <www.nre.seed.pr.gov.br/cascavel/arquivos/File/APOSTILA.pdf >


Atividade – ritual de encerramento.
Cada participante colocará sua carta ao centro do círculo falando um bom
desejo ou um sentimento para a pessoa/seu ofensor.
Ao final podemos dar um abraço coletivo, em torno do centro do círculo onde
está o trabalho expresso na argila; os sentimentos mobilizados pelo conflito e
as cartas. Contemplar por um breve tempo, orientar que neste momento
finalizamos o trabalho pessoal proposto pelo curso e que cada participante
pode recolher os seus trabalhos e dar a eles o destino que quiser.

Sétimo Encontro: 4 horas aula


Os círculos de reconstrução de Paz

Faremos a leitura e discussão do texto: “Os círculos de reconstrução de


paz” de PRANIS(2010).
Resumo: Os círculos de construção de Paz descendem diretamente dos
tradicionais Círculos de Diálogo, comuns aos povos indígenas da América do
Norte. Reunir-se numa roda para discutir questões comunitárias importantes é
algo que faz parte das raízes tribais da maioria dos povos. (PRANIS, 2010).
Essas práticas ainda são cultivadas entre povos indígenas do mundo
todo e temos em relação a eles uma imensa dívida de gratidão, pois
mantiveram vivas práticas que vieram a ser fonte de sabedoria e inspiração as
nossas culturas ocidentais modernas. Por mais de 30 anos, na sociedade
contemporânea em geral, longe dos olhares da maioria, os Círculos vem sendo
praticados em pequenos grupos de pessoas não indígenas. Em especial, grupo
de mulheres vem utilizando amplamente os processos circulares formais,
principalmente no contexto de partilha de experiências pessoais dentro de uma
comunidade de apoio (PRANIS, 2010).
Visão Geral dos Círculos
Um círculo de Construção de Paz é uma forma de reunir as pessoas de modo que:
*Todos sejam respeitados:
*Todos tenham igual oportunidade de falar sem serem interrompidos:
*Os participantes se expliquem contando sua história:
*Todos são iguais. Ninguém é mais importante que o outro:
*Aspectos emocionais e espirituais da experiência individual são acolhidos.
Os Círculos de Construção de Paz são úteis quando duas ou mais pessoas:
*Precisam tomar decisões conjuntas:
*Discordam:
*Precisam tratar de uma experiência que resultou em danos para alguém:
*Querem trabalhar em conjunto como uma equipe:
*Desejam celebrar:
*Querem partilhar dificuldades:
*Desejam aprender uns com os outros:
O Círculo de Construção de Paz é forte o suficiente para conter:
*Raiva
*Frustração
*Alegria
*Dor
*Verdade
*Conflito
*Visões de mundo diferentes
*Sentimentos fortes
*Silêncio
*Paradoxos
Num círculo, chega-se à sabedoria através das histórias pessoais. Ali experiência
vivida é mais valiosa que conselhos. Seus integrantes partilham experiências pessoais de
alegria e dor, luta e conquista vulnerabilidade e força, a fim de compreender a questão que
se apresenta. Quando alguém conta uma história, mobiliza as pessoas à sua volta em
muitos níveis: emocional, espiritual, físico e mental. E os ouvintes absorvem as histórias de
modo muito diferente do que se estivessem ouvindo conselhos. Pranis(2010)
Tipos de Círculo de Construção de Paz
À medida que os círculos foram sendo aplicados para enfrentar diferentes
problemas, emergiu uma terminologia para diferenciá-los segundo suas funções. Esta
linguagem ainda está evoluindo e os títulos ainda não são empregados universalmente, no
entanto, podem-se mostrar bastante úteis. Pranis(2010)
Círculo de Diálogo- Num círculo ou roda de diálogo os participantes exploram
determinada questão ou assunto a partir de vários pontos de vista. não procuram consenso
sobre o assunto. Ao contrário, permitem que todas as vozes sejam ouvidas respeitosamente
e oferecem aos participantes perspectivas diferentes que estimulam suas reflexões.
Círculo de Compreensão- Esta é uma roda de diálogo que se empenha em
compreender algum aspecto de um conflito ou situação difícil. Em geral ele não é um
Círculo de tomada de decisão e, portanto, não precisa buscar um consenso. Seu propósito
é desenvolver um quadro mais completo do contexto ou das causas de um determinado
acontecimento ou comportamento.
Círculo de Restabelecimento- O objetivo deste Círculo é partilhar a dor de uma
pessoa ou grupo de pessoas que vivenciaram um trauma ou uma perda. Poderá surgir um
plano de ajuda, mas este não é um requisito necessário.
Círculo de Sentenciamento-Este é um processo dirigido à comunidade, em
parceria com o sistema de justiça criminal. Oferece aos que foram afetados por um crime ou
ofensa a oportunidade de elaborar um plano de sentenciamento adequado, que contemple
as preocupações e necessidades de todos os envolvidos
Este Círculo reúne as pessoas que sofreram os danos, a pessoa que causou o
dano, as famílias e amigos, outros membros da comunidade, representantes do poder
judiciário (juiz, promotor, advogado de defesa, polícia, oficial de condicional) e outros
profissionais. Os participantes discutem: 1) o que aconteceu: 2) por que aconteceu: 3) qual
o dano resultante: 4) o que é necessário para reparar o dano e evitar que aconteça de novo.
O Círculo desenvolve uma sentença consensual para a pessoa que cometeu o
crime ou ofensa e poderá também, como parte do acordo, estipular responsabilidades para
os Sentenciamento poderá realizar-se um círculo de restabelecimento para a pessoa que foi
membros da comunidade e funcionários do judiciário. como preparação para um Círculo de
lesada, e um círculo de compreensão para a que cometeu a ofensa, antes que os dois se
encontrem.
Círculo de Apoio- Este reúne pessoas-chave capazes de oferecer apoio a alguém que
passa por uma dificuldade ou dolorosa transição na vida. Este tipo de círculo em geral se
reúne regularmente ao longo de dado período de tempo. Por consenso, podem desenvolver
acordos e planos, mas não são necessariamente Círculos de tomada de decisão.
Círculo de Construção do Senso Comunitário-Seu propósito é criar vínculos e
construir relacionamentos dentro de um grupo que têm interesses em comum. os Círculos
de Construção Senso Comunitário oferecem apoio a ações coletivas e promovem
responsabilidade mútua.
Círculo de Resolução de Conflitos- Este reúne as partes de uma disputa a fim de
resolver suas diferenças. A resolução acontece através da formação de um acordo
consensual.
Círculo de Reintegração- Reúne um indivíduo com o grupo ou comunidade do qual
foi separado ou afastado, a fim de se promover reconciliação e aceitação, culminando na
reintegração do indivíduo. Em geral o processo se desenvolve em torno de um acordo
consensual. são utilizados para adolescentes e adultos que retornam a suas comunidades,
vindos de prisões ou instituições correcionais.
Círculos de Celebração ou Reconhecimento- Nesse caso se reúne um grupo de
pessoas a fim de prestar reconhecimento a um indivíduo ou grupo e partilhar alegria e
senso de realização.
Estágios do Processo no Círculo
Primeiro Estágio: Determinação de sua aplicabilidade. esta é uma avaliação que visa
estabelecer se o Círculo é um processo adequado para a situação, o que se faz através das
seguintes perguntas:Pranis (2010).
*As partes principais estão dispostas a participar?
*Há disponibilidade de facilitadores treinados?
*A situação permite o tempo necessário para aplicação do Processo em
Círculo.
*A segurança física e emocional dos envolvidos pode ser garantida.
Segundo Estágio: Preparação
*Identificação das partes que devem participar: Quem sofreu os impactos da
situação?Quem tem os recursos, habilidades, conhecimentos necessários?Quem tem
experiência de vida similar que possa representar uma contribuição?
*Familiarizar as partes principais com o processo:
*Começar a estudar o contexto do problema.
Terceiro Estágio: Encontro de todas as partes
*Identificar os valores partilhados e desenvolver os princípios orientadores.
*Iniciar o contação de histórias a fim de criar relacionamentos e conexões:
*Partilhar preocupações e esperanças:
*Expressar sentimentos:
*Examinar as causas subjacentes do conflito ou danos:
*Gerar idéias para sanar os danos e resolver conflitos;
*Determinar as áreas de consenso para agir:
*Desenvolver acordos e explicitar responsabilidades:
Quarto Estágio: Acompanhamento
*Avaliar o progresso dos acordos. Todas as partes estão cumprindo suas
obrigações?
*Examinar as causas de qualquer descumprimento de obrigações, esclarecerem as
responsabilidades e identificar os próximos passos, caso o descumprimento persista:
*Adaptar os acordos conforme a necessidade, com base em novas informações e
acontecimentos:
*Celebrar o sucesso.
De acordo com Pranis (2010), a experiência com círculos têm demonstrado que os
jovens respondem muito bem a esse método, aprendendo a agir de acordo com os valores
vivenciados. os resultados desta metodologia em escolas vêm sendo positivos, como forma
de resolução de conflitos, de comportamentos, de reflexões e trocas de experiências.
Elementos estruturais dos círculos.
Vídeos: Justiça Restaurativa como um método de resolução de conflitos 18

Justiça Restaurativa19

Os vídeos irão complementar o texto esclarecendo do que se trata e como está


sendo aplicada a justiça restaurativa, levantando questões para o debate.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O episódio da Violência Escolar acontece a partir de uma perspectiva


histórica, social e política. Sabe-se que a violência na escola, contra a escola,
da escola e dentro da escola, é um processo que se constitui historicamente no
espaço e no tempo escolar.
A demanda de Enfrentamento à Violência na Escola visa ampliar a
compreensão e formar uma consciência crítica sobre a Violência e, assim,
transformar a escola num espaço onde o conhecimento toma o lugar da força.
A violência na escola torna-se preocupante pelo fato de que enquanto espaço
institucionalizado de desenvolvimento do indivíduo pela educação. Sendo está
um processo de sociabilização, de desenvolvimento intelectual, científico e
filosófico do indivíduo.
A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das
escolas, contra a Escola, da Escola, na Escola e se manifestam de diversas
formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Pode ter causas
diversas, externas e internas, pois a escola é lugar de formação da ética e da
moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais
funcionários. Além disso, a violência estampada nas ruas das cidades, a
violência doméstica, os latrocínios, os contrabandos, os crimes de colarinho
branco, etc. têm levado jovens a perder a credibilidade quanto a uma
sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento social em
iguais condições para todos, tornando-os, em muitos casos, por consequência,
violentos, conforme esses modelos sociais.

18 <https://www.youtube.com/watch?v=KhB5dcdI9J8>
19 <https://www.youtube.com/watch?v=4CwB0L_9weo>
Há muitas contribuições de vários teóricos no âmbito da violência. Pierre
Bourdieu (2003), salienta duas teses centrais que são: a) os alunos não são
indivíduos abstratos que competem em condições igualitárias, mas atores
socialmente construídos que trazem uma bagagem social e cultural
diferenciada e mais ou menos rentável no mercado escolar; b) a escola não é
uma instituição neutra e representa os gostos, crenças, posturas e valores de
grupos.
A inquietação dos profissionais da Educação da Rede Estadual de
Ensino do Paraná é a prevenção da Violência Escolar, tendo em vista a
dimensão desta e as situações diárias vivenciadas na escola por diretores,
pedagogos, professores, funcionários, alunos e pais/mães/responsáveis. Esta
situação demostra a urgência de uma discussão mais crítica e politizada.
Podemos falar de nossa experiência com a Justiça Restaurativa como
política de prevenção, utilizada como estratégia para dirimir conflitos em
escolas com alto índice de violência, embasada em programas sociais
dedicados a cuidar das vítimas e ofensores, nas comunidades em que habitam,
com uma orientação para restaurar as relações entre os envolvidos, para que
estes possam desenvolver uma melhor convivência entre si. Nesse
entendimento, como política de prevenção, merece destaque os programas
que procuram solucionar questões internas entre professores, alunos, evitando
assim, o fenômeno do bullying, bem como, por outro lado, visa preservar as
relações familiares entre jovens e adultos.
Há experiência no Ministério Público Federal, na Vara de Infância e
Juventude, onde se trabalha com Círculos de Paz, especialmente Vítima
versus Ofensor. Neste sentido o que se considera são as reações de
compaixão, empatia e consequentemente o perdão, levando os envolvidos a
uma reconciliação. O objetivo é trabalhar os “R”, como Responsabilização,
Reparação de Danos e a Restauração das Relações. Os resultados têm sido
altamente eficazes na redução da violência. Isso tem a ver com políticas que
estão ligadas ao exercício do perdão e consequentemente ligadas a cultura da
paz. A experiência tem sido benéfica, por estás razões é viável trabalharmos
nas Escolas a questão da Violência Escolar.
Howard Zehr (2002), um dos fundadores do movimento da Justiça
Restaurativa, caracteriza o processo de restauração como uma caminhada
conjunta rumo ao pertencimento, tanto para a “vítima” quanto para o “ofensor”,
criando oportunidades para a reconstrução de suas identidades, para o
recontar de suas histórias e para que deem um novo significado às suas vidas.
Esta visão ressoa com a visão de Pranis (2001), que fala sobre a importância
do contar e ouvir histórias, para sentir-se conectado e respeitado.
Criar espaços seguros, onde as histórias de danos e esperanças
possam ser narradas e ouvidas, é uma agenda social importante, tanto para
escolas como para a sociedade civil. Após os mortíferos tiroteios em escolas
nos anos de l990, o National Research Council (2003) concluiu:

Uma mensagem clara e contundente deixada pelos casos (de


tiroteios mortíferos) é que os adolescentes são extremamente
preocupados com sua posição social dentro da escola e entre
seus pares. Para alguns, a preocupação é tão grande que
uma ameaça a seu status é considerada como uma ameaça
a sua própria vida, sendo que o status é algo a ser defendido
a qualquer custo. (p. 336)

Eles prosseguem com a recomendação:

Jovens necessitam de ambientes onde se sintam valorizados,


empoderados e necessários. Isto faz parte da trajetória da infância
para a vida adulta (...). Garantir que eles encontrem espaços abertos
e alternativas pode ser uma maneira importante de prevenir a
violência. (p.336)

Embora esses episódios de violência sejam raros, são, contudo,


sintomáticos de um problema mais grave. Em outras palavras, são apenas a
ponta do iceberg.
Todos os estudantes merecem sentir-se valorizados, necessários e
empoderados. Muitos são vítimas de bullying todos os dias na escola, mas não
revidam com violência. Em vez disso, carregam cicatrizes emocionais por toda
a vida. Estes estudantes, e outros, também merecem nossa atenção. Com a
melhor compreensão da dinâmica social e emocional da vergonha, do orgulho
e do respeito, a esperança é de que possamos encontrar caminhos mais
eficazes que nos auxiliem a refrear os efeitos debilitantes do bullying, da
violência e da alienação que afetam muitos membros de nossas comunidades
escolares. O fracasso no tratamento desta dinâmica social e emocional pode
ser danoso para o desenvolvimento positivo da juventude e da sociedade civil
como um todo.

REFERÊNCIAS:

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