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ESTÂNCIA VELHA
2019
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ESTÂNCIA VELHA
2019
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Resumo
O presente trabalho tem como foco principal compreender e analisar quais são
as dificuldades de afinação em crianças entre 6 e 8 anos, porque e como elas se
manifestam e quais são as estratégias mais adequadas para promover um processo
de afinação para o canto. No processo de musicalização o canto é uma das principais
ferramentas do professor e ele precisa saber como este é produzido e como trabalhar
de forma correta com crianças, especialmente quando estas possuem dificuldades de
afinação. Para a realização deste estudo, inicialmente, foi realizada uma revisão
bibliográfica relacionando fases do desenvolvimento propostas por Piaget com as
fases do desenvolvimento musical. Em sequência, uma definição do que é cantar e Commented [lj1]: Qual teórico vai ser usado para falar de
como, fisiologicamente, o canto é produzido. Por fim, uma pesquisa sobre o papel do desenvolvimento musical????
professor como educador vocal e estratégias que auxiliem o desenvolvimento do
canto infantil.
Commented [lj2]: Palavra-chave está sobrando aqui.
Palavras-chave: Afinação. Desafinação. Canto. Educação vocal. Estratégias. Commented [lj3]: Estratégias de que????
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SUMÁRIO
Introdução 4
1 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 6 a 8 ANOS 5
1.1 Estágio Pré-operatório (2 a 6 anos) 5
1.2 Estágio Operatório-concreto (7 a 11, 12 anos) 7
1.3 O desenvolvimento e suas implicações na música 8
2 O CANTAR 9
2.1 Afinado ou desafinado? 9
3 O PROFESSOR DE MÚSICA E O SEU PAPEL COMO EDUCADOR VOCAL 12
4 ESTRATÉGIAS PARA AUXILIAR NO DESENVOLVIMENTO DO CANTO 16
CONSIDERAÇÕES FINAIS 19
REFERÊNCIAS 22
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Introdução
O tema deste projeto foi pensado a partir de constatações feitas nos anos em
que ministrei aulas de música em turmas com idades entre 6 e 8 anos. Foram 3 anos Commented [lj4]: Aonde foi isto????
nos quais pude perceber que muitas crianças tem dificuldades para cantar. Essas
dificuldades não são sempre as mesmas e, quando percebi isto, comecei a ficar
curiosa para saber quais são os problemas enfrentados pelas crianças na hora de
cantar e por quais motivos eles ocorrem. Depois de prestar atenção nos alunos com
dificuldades, notei que a maior parte deles não consegue cantar afinado. Com o intuito
principal de compreender as causas da dificuldade de afinação destas crianças e
também de tentar estabelecer estratégias que as auxiliem no processo de afinação,
escolhi este tema para pesquisar. Commented [lj5]: Seria bom colocar alguma definição de
afinação. Citação de algum autor que embasa o trabalho.
Em geral, crianças nesta faixa etária, são capazes de classificar, seriar, pôr
em correspondência, etc. Também é característico nesta idade o aparecimento dos
porquês e de explicações causais aos acontecimentos. Segundo Piaget (1971)
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4ª etapa: adolescência
A capacidade de atenção da criança nesta idade não é muito grande, mas vai
aumentando gradativamente. “As atividades musicais, nesta fase, dadas as
características da criança, devem ocupar períodos curtos e frequentes, se possível
20 minutos diários (MÁRSICO, 1982, p. 38)”. Já a criança na fase Operatório
Concreta consegue manter o foco de sua atenção por bem mais tempo. “A duração
da atenção aumenta bastante nesta fase e a aula de música pode estende-se até 50
min dependendo da natureza das atividades a serem realizadas (MÁRSICO, 1982, p.
93)”.
pronúncia e a dicção difíceis, por isto durante este primeiro período não se deve exigir
a prolação correta das consoantes e não se recomendam exercícios de articulação.”
Outro fator importante é que aquisição das noções de tempo, espaço e velocidade. A
coordenação das mãos e dos pés são aprimoradas o que permite a utilização destes
em atividades mais complexas: jogos cantados, danças ou mesmo tocar um
instrumento.
2 O CANTAR
Estes dois termos que nos parecem tão comuns, na verdade são de difícil
definição. Inicialmente precisa-se saber que a afinação depende muito da cultura na
qual se está inserido. Para Sobreira (2003) a afinação é uma questão cultural. Em
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Perfeito acorde entre todas as notas dum instrumento, duma orquestra, dum
grupo vocal, dum conjunto musical, da voz humana. Correspondência entre
as vibrações sonoras produzidas por um instrumento e as notas musicais
estabelecidas segundo as leis acústicas. (MICHAELIS, 2009, p.????)
Em outras palavras afinar é estar de acordo, estar em sintonia e adequado a
um sistema. Kratochvil (2003) fala que a afinação, além de depender do ambiente
cultural, também depende do psicoemocional e, principalmente de fatores e condições
biológicos da pessoa. Segundo Sobreira,
a desafinação é vista como uma falta de talento, de capacidade para a música, mas
esse conceito não é correto. Ele não explica, por exemplo porque há excelentes
instrumentistas que não conseguem cantar afinado. O que comumente acontece é
que para algumas pessoas algo pode soar desafinado e para outras não, ou seja, “a
desafinação pode ocorrer em situações onde ela não seja percebida por todos
(SOBREIRA, 2003, p. 31)” A mesma autora cita que mesmo convivendo sempre com
a mesma cultura musical, há pessoas que apresentam grandes dificuldades para
reproduzir precisamente as melodias. Para Kratochvil
[...] quanto mais nos aproximamos dos centros urbanos, mais nos afastamos
do tesouro musical dos nossos antepassados e mais nos deixamos
influenciar pelas canções populares divulgadas pelos meios de comunicação
[...] observa-se também, que a aprendizagem de canções feita pelo rádio e
pela TV leva a criança a adquirir os tiques e defeitos dos cantores, bem como
a imitar suas vozes, e dificilmente convida a uma interpretação pessoal.
(MÁRSICO, 1979, p. 39)
Sobreira (2003) afirma que as crianças que se sentem mais seguras e mais
livres para explorar sua voz provém de famílias que as encorajam a cantar. Quando o
contrário acontece, as crianças geralmente são tímidas e não tem coragem para
cantar. A mesma autora coloca que “em geral, os melhores cantores vinham de
famílias com alto ou médio ambiente musical, enquanto as crianças mais desafinadas
vinham de ambientes musicalmente médio ou baixo (SOBREIRA, 2003, p. 66-67)”.
Sendo acostumadas a cantar as crianças estão mais aptas a perceber mudanças de
alturas e também possuem maior e melhor domínio sobre seu aparelho vocal. A
referida autora lista fatores presentes nas casas das crianças consideradas musicais:
● as crianças tinham a oportunidade de cantar com outros membros da
família, especialmente mãe e irmãos;
● as crianças ouviam música em casa com frequência;
● os pais tinham habilidade de cantar e aprender novas melodias;
● as crianças possuíam suas próprias gravações (escolhidas por elas);
● as crianças eram expostas a uma grande variedade de estilos musicais.
(SOBREIRA, 2003, p. 66)
deve cantar desta maneira. Há professores que cantam forte e até com a voz
estridente para que todos o escutem e cobra suavidade de seus alunos. Mas se estes
sempre escutam uma voz áspera e forte, é este o modelo que têm e tentarão imitar.
Uma voz de timbre ou registro muito grave, também apresentará algumas
desvantagens deste ponto de vista, já que, por estar fora do registro infantil,
não poderá chegar a constituir um modelo que a criança seja capaz de imitar
de imediato. (GAINZA, 1964, p. 53)2
Sabendo que todas as crianças são capazes de cantar, a não ser aquelas que
possuem alguma deficiência, pretende-se com este capítulo dar subsídios aos
professores para que possam trabalhar melhor com seus alunos que têm dificuldades
de afinação. Como visto anteriormente, existem várias causas para a desafinação e
também vários tipos dela. Assim, é de extrema importância que o professor tente
Mas quais tipos de técnica, quais tipos de metodologia são adequados para o
trabalho com crianças desafinadas? Um dos métodos que se propõe a auxiliar as
crianças desafinadas é o método Ward. Ele tem a educação vocal como ponto
principal do ensino da música e diz que as crianças desafinadas podem sim, em pouco
tempo, estarem cantando com afinação. O método diz que primeiro deve-se
transformar as vozes “faladas” em vozes cantadas. Para isto são realizadas uma série
de vocalizas cujo ponto principal é a qualidade do som. Estes vocalizes nunca são
cantados coletivamente, mas sim em pequenos grupos ou individualmente. “Este
processo é sobretudo para habituar as crianças a ouvir e estimular o seu sentido
crítico. De acordo com a pedagogia Ward, uma criança aprenderá melhor ouvindo
atentamente os outros cantar do que ouvindo a sua própria voz. (GIGA, 2004, p. 74)”
Esta mesma autora traz uma série de exercícios e recomendações dos quais
alguns são citados abaixo:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
saber o que as crianças podem ou não cantar e como devem fazê-lo; do contrário
poderão estar prejudicando e causando grandes danos à saúde vocal do aluno.
Sabe-se que a maioria das crianças é sim capaz de cantar com afinação e é
papel dos professores ajuda-las para que isto aconteça. Existem métodos que dão
ênfase ao aspecto vocal, como o método Ward e também sistemas como o
manossolfa, proposto por Kodály, que auxiliam imensamente a criança a ter noções
de intervalos e a conseguir emiti-los. Inúmeras atividades são apresentadas no final
da pesquisa, mas deve-se tomar o cuidado para apresentá-las aos alunos de forma Commented [lj17]: Aonde estão as atividades? Não achei.
lúdica e que os faça ter interesse e sobretudo, que os faça gostar de cantar.
Esta pesquisa foi muito valiosa para mim e me fez entender que a criança não
é a responsável por não conseguir cantar e que se tiver a ajuda que necessita poderá
cantar com afinação. No entanto, a maior conclusão a que cheguei foi a que o
professor de música tem uma tarefa difícil e trabalhosa e que deve buscar aprender
cada vez mais sobre música e, principalmente, sobre a voz para que seu trabalho não
seja em vão. Espero com esta pesquisa, ter contribuído para que mais educadores
musicais possam ter a alegria de ver seus alunos felizes conseguindo cantar e com
afinação.
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REFERÊNCIAS
BRITO, Teça Alencar de. Música na Educação Infantil: Propostas para a formação
integral da criança. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2003.
CANTO, CANÇÃO, CANTORIA: como montar um coral infantil. São Paulo: SESC,
1997.
PIAGET, jean. Seis estudos de psicologia. Tradução de: Maria Alice M. D’Amorim e
Paulo Sérgio L. Silva. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
RICHARDSON, Robert Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. rev. ampl.
São Paulo: Atlas, 2010.