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ELETROTÉCNICA

MÓDULO BÁSICO

ESCOLA TÉCNICA TREINASSE


ELETROTÉCNICA

SANTOS/SP, 2009

Trabalho elaborado por Diego Soares dos Santos CREA 5062502180 Reg. No 28.962.123-9.
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Sumário
Página:

1. CIRCUITOS MONOFÁSICOS
1.1 - RLC série 003
1.2 - RLC paralelo 004
1.3 - Potência e Fator de Potência 005

2. TRANSFORMADORES
2.1 - Introdução 006
2.2 - Necessidade da transformação da corrente alternada 007
2.3 - Característica de um transformador ideal 008
2.4 - Razão ou relação de tensão 008
2.5 - Eficiência 008
2.6 - Especificações para o transformador 009
2.7 - Perdas e rendimento de um transformador 009

3. SISTEMAS TRIFÁSICOS
3.1 - Introdução 011
3.2 - Definição 012
3.3 - Estrela e Triângulo 012
3.4 - Circuitos trifásicos 013
3.5 - Circuitos trifásicos equilibrados 013
3.6 - Relação entre a tensão e a corrente de fase e linha 014

4. MEDIDAS ELÉTRICAS
4.1 - Introdução 016
4.2 - Medidas de intensidade de corrente 016
4.3 - Qualidade de medidas 016
4.4 - Características básicas dos instrumentos de medição 019

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5. GERADORES E MOTORES CA E CC
5.1 - Geração de energia elétrica 020
5.2 - Transmissão de energia elétrica 021
5.3 - Distribuição de energia elétrica 022
5.4 - Motores elétricos 026
5.5 - Motores de corrente contínua 026
5.6 - Motores de corrente alternada 027
5.7 - Fechamento de motores 030

6. COMANDOS ELÉTRICOS
6.1 - Introdução de proteção contra curto circuito 038
6.2 - Fusíveis 039
6.3 - Reles térmicos 042
6.4 - Partida direta de um motor trifásico 050
6.5 - Contatores 055
6.6 - Simbologia de componentes elétricos 057
6.7 - Acionamento estrela - triângulo 081

7. APÊNDICES
7.1 - FÓRMULAS ELÉTRICAS. 087

8. SITES PARA CONSULTA 088

9. BIBLIOGRAFIA 089

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1. Circuitos Monofásicos
1.1 - RLC série

Suponha o circuito RLC em série da Figura operando com corrente alternada


de 60 hz, com os seguintes componentes: R = 8, L = 500mH, C = 50µF e V = 220 v.

Pode-se calcular

A impedância do circuito pode ser calculada considerando o diagrama da Figura


abaixo:

A corrente pode ser dada por

A diferença de fase entre a corrente e a tensão será de

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Figura: Diagrama de Impedância RLC série

Como XL > XC, o efeito predominante é o indutivo, com a corrente estando atrasada
em relação à tensão, como pode-se observar no comparativo entre a forma de onda
da tensão e da corrente observada no resistor apresentado na Figura.

Figura: Resposta para o exemplo de circuito RLC em série

1.2 - RLC paralelo

Suponha um circuito com uma ligação paralela entre uma fonte de


alimentação alternada de 220 v e 60 hz, um resistor R = 8, um capacitor C = 132µF e
um indutor L = 26mH.

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Pode-se determinar a corrente nos diversos elementos,

A corrente no capacitor C está avançada em relação à V em 90º e a corrente no


indutor L está adiantada em relação à V também em 90º.

1.3 - Potência e Fator de Potência

Já foi estudado que a potência pode ser dada por P = U.I. Isto é válido para
circuitos em corrente contínua ou para circuitos monofásicos com carga resistiva (por
exemplo, lâmpadas incandescentes, ferro elétrico, chuveiro elétrico).
Em circuitos contendo capacitores e/ou indutores, tensão e corrente não estar
necessariamente em fase. A diferença de fase entre tensão e corrente provoca
efeitos indesejados, em função desta defasagem parte da energia armazenada nos
indutores/capacitores retorna para a fonte e não produz trabalho útil.
Quando for utilizada uma carga indutiva ou capacitiva (por exemplo, com
motores), devem ser definidos três tipos de potência:

Potência Ativa É a potência dissipada em calor, dada por P. É a capacidade do


circuito em produzir trabalho. Sua unidade é o Watt (W).
Potência Reativa É a potência trocada entre gerador e carga sem ser consumida,
dada por Q e medida em var.
Potência Aparente É o produto da tensão pela corrente do circuito, que será igual
ou maior do que a potência ativa. É a soma vetorial das potências Ativa e Reativa,
dada por N. É medida em volt-ampéres (VA).

Suponha um circuito alimentado com uma tensão alternada onde a corrente


apresenta uma diferença de fase em relação à tensão, sendo esta diferença dada em
um ângulo. Chama-se fator de potência ao co-seno do ˆangulo de defasagem entre a
corrente e a tensão. O fator de potência também pode ser dado por:

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2. Transformadores
2.1 - Introdução

Um transformador é um dispositivo destinado a transmitir energia elétrica ou


potência elétrica de um circuito à outro, transformando tensões, correntes e ou de
modificar os valores das Impedância elétrica de um circuito elétrico. Trata-se de um
dispositivo de corrente alternada que opera baseado nos princípios eletromagnéticos
da Lei de Faraday e da Lei de Lenz.
O transformador consiste de duas ou mais bobinas ou enrolamentos e um
"caminho", ou circuito magnético, que "acopla" essas bobinas. Há uma variedade de
transformadores com diferentes tipos de circuito, mas todos operam sobre o mesmo
princípio de indução eletromagnética.
No caso dos transformadores de dois enrolamentos, é comum se denominá-
los como enrolamento primário e secundário, existem transfomadores de três
enrolamentos sendo que o terceiro é chamado de terciário. Existe também um tipo
de transformador denominado Autotransformador, no qual o enrolamento secundário
possui uma conexão elétrica com o enrolamento do primário.
Transformadores de potência são destinados primariamente à transformação
da tensão e das correntes operando com altos valores de potência, de forma a elevar
o valor da tensão e conseqüentemente reduzir o valor da corrente. Este
procedimento é utilizado pois ao se reduzir os valores das correntes, reduz-se as
perdas por efeito Joule nos condutores. O transformador é constituído de um núcleo
de material ferromagnético, como aço, a fim de produzir um caminho de baixa
relutância para o fluxo gerado.
Geralmente o núcleo de aço dos transformadores é laminado para reduzir a
indução de correntes parasitas ou de corrente de Foucault no próprio núcleo, já que
essas correntes contribuem para o surgimento de perdas por aquecimento devido ao
efeito Joule. Em geral se utiliza aço-silício com o intuito de se aumentar a
resistividade e diminuir ainda mais essas correntes parasitas.
Transformadores também podem ser utilizados para o casamento de
impedâncias, que consiste em modificar o valor da impedância vista pelo lado
primário do transformador, são em geral de baixa potência. Há outros tipos de
transformadores, alguns com núcleo ferromagnético, outros sem núcleo, ditos
transformadores com núcleo de ar, e ainda aqueles com núcleo de ferrite.

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2.2 - Necessidade da transformação das correntes alternadas

De acordo com as exigências técnicas e econômicas impõem a construção de


grandes usinas elétricas, em geral situadas muito longe dos centros de
aproveitamento, pois devem utilizar a energia hidráulica dos lagos e rios das
montanhas. Surge assim a necessidade do transporte da energia elétrica por meio
de linhas de comprimento notável.

Por motivos econômicos e de construção, as seções dos condutores destas


linhas devem ser mantidas dentro de determinados limites, o que torna necessária a
limitação da intensidade das correntes nas mesmas. Assim sendo, as linhas deverão
ser construídas para funcionar com uma tensão elevada, que em certos casos atinge
a centenas de milhares de volts. Estas realizações são possíveis em virtude de a
corrente alternada poder ser transformada facilmente de baixa para alta tensão e
vice-versa, por meio de uma máquina estática, de construção simples e rendimento
elevado, que é o transformador.

Os geradores instalados nas usinas geram a energia elétrica com a tensão de


aproximadamente 6000 volts. Para efetuar-se o transporte desta energia, eleva-se a
tensão a um valor oportuno por meio de um transformador-elevador. Na chegada de
linha, outro transformador executa a função inversa, isto é, reduz a tensão ao valor
necessário para a utilização.

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Podem então ser escolhidas as três tensões, isto é, de geração, de transporte


e de distribuição, com plena liberdade, dando-se a cada uma o valor que se
apresenta mais conveniente. Naturalmente, nestas transformações o valor de
intensidade de corrente sofrerá a transformação inversa à da tensão, pois o produto
das mesmas, isto é, a potência elétrica, deve ficar inalterada.

2.3 - Características de um transformador ideal

O transformador básico é formado por duas bobinas isoladas eletricamente e


enroladas em torno de um núcleo comum. Para se transferir a energia elétrica de
uma bobina para a outra se usa o acoplamento magnético. A bobina que recebe a
energia de uma fonte CA é chamada de primário. A bobina que fornece energia para
uma carga CA é chamada de secundário. O núcleo dos transformadores usados em
baixa freqüência é feito geralmente de material magnético, comumente se usa aço
laminado. Os núcleos dos transformadores usados em altas freqüências são feitos
de pó de ferro e cerâmica ou de materiais não magnéticos. Algumas bobinas são
simplesmente enroladas em torno de fôrmas ocas não magnéticas como, por
exemplo, papelão ou plástico, de modo que o material que forma o núcleo na
verdade é o ar. Se assumir que um transformador funcione sob condições ideais ou
perfeitas, a transferência de energia de uma tensão para outra se faz sem nenhuma
perda.

2.4 - Razão ou relação de tensão

A tensão nas bobinas de um transformador é diretamente proporcional ao número


de espiras das bobinas. Esta relação é expressa através da fórmula:

Onde:
Vp = tensão na bobina do primário,
Vs = tensão na bobina do secundário,
Np = número de espiras da bobina do primário,
Ns = número de espiras da bobina do secundário.

2.5 - Eficiência

A eficiência de um transformador é igual à razão entre a potência de saída do


enrolamento do secundário e a potência de entrada no enrolamento do primário. Um
transformador ideal tem 100 por cento de eficiência porque ele libera toda a energia
que recebe. Devido às perdas no núcleo e no cobre, a eficiência do melhor
transformador na prática é menor que 100 por cento.

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Exprimindo na forma de equação:

Onde: Ef = eficiência;

Ps = potência de saída no secundário;


Pp = potência de entrada no primário.

2.6 - Especificações para o transformador

A capacidade do transformador é dada em quilo volt-ampères (KVA). Como a


potência num circuito CA depende do fator de potência da carga e da corrente que
passa pela carga, uma especificação de saída em quilowatts deve se referir ao fator
de potência.

2.7 - Perdas e rendimento de um transformador

Os transformadores reais apresentam perdas no cobre e perdas no núcleo.

Perda no Cobre

Os enrolamentos primários e secundários do transformador apresentam


inevitavelmente uma determinada resistência elétrica. Estas resistências são
chamadas brevemente de resistência primária e secundária do transformador e são
normalmente indicadas, em cada fase, com R1 e R2. Estas exercem sobre o
funcionamento do transformador um duplo efeito. Em primeiro lugar, determinam
uma queda de tensão chamada queda ôhmica primária e secundária: em segundo
lugar, produzem uma perda de energia por efeito Joule, cuja potência constitui a
perda no cobre primário e secundário do transformador. Para conter esta perda em
limites convenientes é necessário tornar suficientemente pequenas as resistências
primárias e secundárias, escolhendo-se oportunamente a seção dos condutores do
enrolamento. O enrolamento A.T. (Alta Tensão) que possui um número maior de
espiras com menor seção, apresenta sempre uma resistência maior que a do
enrolamento B.T. (Baixa Tensão). As resistências são, em geral, proporcionadas de
maneira que, no funcionamento com carga normal, as perdas nos dois enrolamentos
resultam sensivelmente iguais entre si.

Perda no núcleo

As perdas no núcleo têm origem em dois fatores: perdas por histerese


magnética e perdas por correntes parasitas. A perda por histerese se refere à
energia perdida pela inversão do campo magnético no núcleo à medida que a
corrente alternada de magnetização aumenta e diminui e muda de sentido. A perda
por corrente parasitas ou correntes de Foucault resulta das correntes induzidas que
circulam no material do núcleo. Perda por correntes parasitas: Numa massa metálica

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sujeita à variação de fluxo, geram-se f.e.m. (Força Eletro Motriz) que produzem,
dentro da própria massa metálica condutora, correntes muito intensas, chamadas
correntes parasitas. Estas correntes produzem uma força magneto-motriz que se
opõe à causa que a produz, isto é, ao fluxo. Assim sendo, o efeito destas correntes
constitui uma perda de potência. A fim de se reduzir esta perda de potência é
necessário construir-se o núcleo com lâminas de ferro isoladas entre si. Com esta
construção, o valor da f.e.m. produzida em cada lâmina é pequeno e atua sobre um
circuito elétrico de pequena seção, o que reduz consideravelmente o valor das
correntes parasitas e a correspondente perda de potência.

Rendimento

O rendimento de um transformador é definido como a relação entre a potência


elétrica W2 fornecida pelo secundário e a potência elétrica W1 correspondentemente
absorvida pelo primário, isto é indicando-se a potência absorvida como sendo a
potência fornecida mais a potência perdida (efeito joule e perdas no ferro).

Para uma determinada tensão e corrente secundária, o rendimento resulta


tanto menor quanto menor for o fator de potência: para um determinado fator de
potência, e suposta a tensão constante, o rendimento varia com o variar da corrente
fornecida.

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3. Sistemas Trifásicos
3.1 - Introdução

O sistema responsável pelo transporte de energia elétrica das unidades geradoras


para as unidades consumidoras é composta basicamente por três subsistemas:
Sistema de geração de energia

Composta pelos elementos responsáveis pela conversão da energia de


alguma fonte primária em energia elétrica e quaisquer outros componentes das
unidades de geração.

Sistema de transmissão

Composta pelos elementos responsáveis pelo transporte da energia obtida


dos vários sistemas de geração para o(s) sistema(s) de distribuição interligados pelo
sistema de transmissão.

Sistemas de distribuição

Composta pelos elementos responsáveis pela adequação da energia para o


uso de consumidores de grande, médio e pequeno porte.
A transmissão de energia elétrica é feita por meio de um sistema de
transformadores e condutores elétricos também chamados de linhas de transmissão
os quais transmitem a energia elétrica gerada nas unidades geradoras para as
unidades consumidoras ou cargas.
O sistema de transmissão permite que a tensão elétrica proveniente dos
terminais dos geradores localizados nas unidades de geração alcance a alimentação
das unidades de consumo atendidas pelo sistema.

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Nos primórdios da implementação do sistema de transmissão de energia de


longa distância, graças ao avanço tecnológico principalmente devido ao trabalho de
Nikola Tesla foi utilizado o sistema alternado para as tensões e correntes, de forma a
permitir o transporte de energia a longas distâncias sem perdas significativas a ponto
de inviabilizar o processo.
Para a geração de tensões e correntes alternadas, utiliza-se geradores
síncronos ou de indução que em teoria poderiam fornecer qualquer número de sinais
de tensões e correntes alternadas igualmente defasadas entre si dependendo da
construção dos geradores.
Por questões de praticidade, econômicas (economia de material) e técnicas
(qualidade da energia fornecida), optou-se por utilizar o sistema trifásico.

3.2 - Definição

Os sistemas trifásicos de energia elétrica são compostos de 3 tensões


alternadas, no qual a energia elétrica é transmitida por meio da composição dos três

sinais de tensão defasados de radianos (120°,1/3 de um ciclo) defasados entre si.

A cada sinal de tensão alternada utilizado no sistema atribui-se o nome de


fase, e portanto no sistema com 3 sinais temos um sistema trifásico
Originalmente o sistema é projetado para fornecer sinais de tensão senoidais
no tempo, mas com o aumento das cargas eletrônicas (não lineares) a forma de
onda do sinal de tensão sofre deformações o que causa o surgimento de harmônicos
no sinal de tensão.
O sistema trifásico é a forma mais comum de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica em corrente alternada. Este sistema incorpora o uso
de três ondas senoidais balanceadas, defasadas em 120 graus entre si, de forma a
balancear o sistema, tornando-a muito mais eficiente ao se comparar com três
sistemas isolados. As máquinas elétricas trifásicas tendem a ser mais eficientes pela
utilização plena dos circuitos magnéticos. As linhas de transmissão permitem a
ausência do neutro, e o acoplamento entre as fases reduz significantemente os
campos eletromagnéticos. Finalmente, o sistema trifásico permite a flexibilidade entre
dois níveis de tensão.

3.3 - Estrela e Triângulo

As cargas trifásicas podem ser interligadas ao sistema de dois modos distintos:


• em estrela: um dos terminais das cargas é conectado a uma das fases do
sistema enquanto o outro terminal é conectado a um ponto comum que é o
neutro utilizado para se medir as tensões de fase.

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• em triângulo, também chamado de delta: nesta configuração um dos


terminais das cargas é conectado a um outro terminal de outra carga e as
fases do sistema são interligadas nos pontos de junção dos terminais da
carga.

Estrela (símbolo: Y) Triângulo ou delta (símbolo: ∆)

3.4 - Circuitos Trifásicos

O estudo dos circuitos trifásicos é um caso particular dos circuitos polifásicos.


Por razões técnicas e econômicas o sistema trifásico tornou-se padrão em geração,
transmissão e distribuição dentre todos os sistemas polifásicos.

Os sistemas trifásicos possuem a flexibilidade de poder atender cargas


monofásicas, bifásicas e trifásicas sem qualquer alteração em sua configuração,
porém as cargas não trifásicas ocasionam desequilíbrio no sistema.

3.5 - Circuitos trifásicos equilibrados

Definição: Trata-se de um sistema constituído de 3 senóides com valor


máximo Vm e defasadas em 120º entre elas e podemos expressá-la
matematicamente da seguinte forma:

Onde:
Vm = Tensão de pico ou máxima
w = Velocidade angular
q = Ângulo de referência

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Vetorialmente podemos demonstrar da seguinte maneira:

Por se tratar de vetores defasados em 120º cada e valores de módulos


idênticos, podemos verificar o seguinte resultado:

Portanto podemos definir que um sistema trifásico equilibrado é aquele em


que a resultante da soma das tensões é igual a ZERO. Existem alguns tipos de
ligação para os sistemas trifásicos, dentre elas as mais utilizadas são as ligações em
ESTRELA ou Y e DELTA ou TRIÂNGULO.

3.6 - Relação entre tensão e corrente de fase e de linha

Ligação em estrela ou Y

Antes de começarmos a estudar a ligação em si, definiremos:

Tensão de fase: Tensão medida em cada uma das bobinas do gerador ou


impedância da carga.

Tensão de linha: É a tensão medida entre dois terminais (com exceção do centro da
estrela) do gerador ou da carga.

Corrente de fase: corrente que percorre cada uma das bobinas do gerador ou
impedância da carga.

Corrente de linha: Corrente que percorre os condutores entre o gerador e a carga


(com exceção do neutro)

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Ligação em delta ou triângulo

Antes de começarmos a estudar a ligação em si, definiremos:

Tensão de fase: Tensão medida em cada uma das bobinas do gerador ou


impedância da carga.

Tensão de linha: É a tensão medida entre dois terminais do gerador ou da carga.

Corrente de fase: corrente que percorre cada uma das bobinas do gerador ou
impedância da carga.

Corrente de linha: Corrente que percorre os condutores entre o gerador e a carga

Resumindo

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4. Medidas Elétricas

4.1 – Introdução
Os instrumentos de medições sempre foram uma necessidade da ciência. Nos
dia de hoje, cada vez maior é um desafio tecnológico. Medidas precisa podem
resultar em resultados adequados para as atividades humanas. O seu interesse é tão
grande que seu estudo é objeto de um ramo da ciência conhecido como Metrologia.
Consiste no estudo do melhor método de obter a medição precisa de diferentes
grandezas, estabelece as unidades de medição dessas grandezas aceitas
universalmente e define critérios de apresentação das unidades internacionalmente
aceitas.
4.2 - Medidas de intensidade de corrente
A intensidade de corrente é medida por instrumentos chamados
amperômetros, ou amperímetros. Há vários tipos de amperômetros, cada tipo
baseado em um fenômeno físico diferente. Vimos no tópico "Aplicações do Efeito
Joule" a descrição do amperômetro térmico.

4.3 - Qualidades de Medidas

Erros de Medidas

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Exatidão e Precisão

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4.4 - Características Básicas dos instrumentos de Medição

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5. Geradores e Motores CA e CC
5.1 - Geração de energia elétrica

A energia elétrica é cada vez mais necessária. Sem ela tudo pára. Param as
comunicações, param os confortos a que a humanidade se acostumou, param as
máquinas.

O gerador elétrico nada mais é que uma máquina elétrica que transforma
energia mecânica em energia elétrica na forma de tensão, com a ajuda da força
magnética promovida por uma corrente elétrica, isto é, com a ajuda de um campo
eletromagnético girante, tendo esse movimento sendo propiciado graças a uma fonte
de energia externa. A rigor, o gerador é constituído por um ímã indutor girando no
centro de um conjunto fixo de três bobinas colocadas fisicamente defasadas em 120º
uma da outra com o mesmo valor de velocidade angular, o mesmo valor eficaz e
defasagem entre as três fases em 120º.

As hidrelétricas dependem, evidentemente, da disponibilidade de grandes


mananciais de água e conseqüentemente, a maioria dos países não é privilegiada
nesse sentido. Quanto ao nosso Brasil, rico em águas, essa forma de geração é
bastante utilizada. Ocorre, porém, que, as distâncias dos mananciais aos centros de
consumo vão cada vez mais aumentando e com isso, aumentando as perdas nas
transmissões; além disso, as grandes represas representam um ataque brutal aos
ecossistemas pelas inundações necessárias de grandes áreas territoriais.

As termelétricas, onde se utilizam combustíveis para queimar, produzir vapor e


acionar, com esse vapor, turbinas geradoras de energia elétrica. Por meio do qual se
possibilitará a conversão de um trabalho mecânico para energia elétrica. Na maioria
dos países desenvolvidos há uma predominância da utilização de centrais
termoelétricas, inclusive centrais termonucleares, que se distinguem pelo
aproveitamento da energia nuclear para aquecimento de água, geração de vapor,
expansão desse vapor saturado, usando-o como fluido de trabalho. Esses geradores
podem produzir eletricidade ou na forma de tensão contínua ou na de tensão
alternada. A terminologia correta é essa: gerador tem a propriedade de gerar tensão.
A corrente é produzida somente se uma carga é colocada entre os terminais desse
gerador, em função da resistência ou da impedância por ela oferecida.

A geração de tensão para corrente contínua é usada em pequena escala


devido à dificuldade operacional de se conseguir o aumento ou a diminuição dos
valores de tensão e, conseqüentemente, da corrente.

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Em contrapartida, a corrente alternada facilita muito a transmissão e a


distribuição de energia elétrica desde a usina de geração (seja hidroelétrica ou
termoelétrica) até os consumidores, pois graças à possibilidade de sua elevação
para o caso da sua transmissão por longas distâncias, favorece o uso de materiais
mais baratos.
No Brasil a eletricidade comercial é gerada em tensão alternada trifásica na
freqüência de 60 hz. Um giro completo de 360º do rotor de um gerador de tensão
alternada propicia que, por meio da defasagem física de 120º (um terço do ciclo)
entre as três bobinas fixas, a variação de fluxo magnético do rotor dotado de um
indutor (bobina) cria tensão nas três bobinas, o que cria valores de tensão positivos e
negativos, em função da posição das linhas de fluxo em relação a cada uma das
bobinas. Cada uma dessas três bobinas é absolutamente independente fisicamente
e, conseqüentemente, as três fases de igual modo o são, e apresentam a mesma
defasagem angular entre si.

5.2 - Transmissão de energia elétrica

É o processo de transportar energia entre dois pontos. O transporte é


realizado por linhas de transmissão de alta potência, geralmente usando corrente
alternada, que de uma forma mais simples conecta uma usina ao consumidor.
A transmissão de energia é dividida em duas faixas: a transmissão
propriamente dita, para potências mais elevadas e ligando grandes centros.
Cada linha de transmissão possui um nível de tensão nominal, aonde
encontramos linhas de até 750 kV, com diversos estudos e protótipos em 1 a 1,2 MV.
As linhas de distribuição são usualmente na faixa de 13,8 kV. Para a conversão entre
níveis de tensão, são usados transformadores.
Em sistemas de grande porte, é usual a interligação redundante entre
sistemas, formando uma rede. O número de interligações aumenta a confiabilidade
do sistema, porém aumentando a complexidade. A interligação pode tanto contribuir
para o suprimento de energia quanto para a propagação de falhas do sistema: um
problema que ocorra em um ponto da rede pode afundar a tensão nos pontos a sua
volta e acelerar os geradores, sendo necessário o desligamento de vários pontos,
incluindo centro consumidores, havendo o aparecimento de apagões ou blecautes.
Para linhas aéreas, é necessário erguer os cabos a uma distância segura do
solo, de forma a evitar contato elétrico com pessoas, vegetação e veículos que
eventualmente atravessem a região. As torres devem suportar os cabos em
condições extremas, determinadas basicamente pelo regime de ventos da região, e
eventualmente, terremotos.
Os cabos devem ser suportados pelas torres através de isoladores, de forma a
evitar o contato elétrico. Estes suportes devem garantir a rigidez dielétrica e suportar
o peso dos cabos. Em geral são constituídos de cerâmica, vidro ou polímeros.
As linhas são conectadas às subestações, que dispõe de mecanismos de
manobra e controle, de forma a reduzir os transitórios que podem ocorrer durante a
operação das linhas.

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O uso de corrente alternada para transmissão de energia tornou-se evidente


pela capacidade dos transformadores elevarem a tensão e reduzir a corrente elétrica,
reduzindo ao quadrado as perdas na linha pelo Efeito Joule.
O projeto das torres deve ser otimizado para tornar o custo viável, não
deixando de suportar os cabos em qualquer condição de vento, temperatura, e
quando aplicável, na formação de gelo.

A figura acima é uma configuração tipica de uma linha de transmissão


As torres são usualmente construídas em aço, com algumas alternativas em
madeira e concreto para tensões de até 138 kV, e com estudos na utilização de
alumínio e outras ligas.
Uma solução para os grandes centros urbanos é o uso de linhas subterrâneas.
A principal dificuldade é na isolação e blindagem dos condutores, de forma a
acomodarem-se nos espaços reduzidos, ao contrário das linhas aéreas que utilizam
cabos nus, utilizando-se do ar como isolante natural.
As linhas submarinas evita o uso destas estruturas, reduzindo a poluição
visual e evitando problemas em locais com travessias de navios. A linha submarina
tem a limitação de possuir uma grande capacitância, reduzindo seu alcance prático
para aplicações em corrente alternada, fato no qual é preferível o uso de linhas em
corrente contínua.

5.3 - Distribuição de energia elétrica

A distribuição de energia elétrica tem por objetivo o planejamento, o projeto, a


construção e a manutenção desses sistemas. No seu escopo está incluído,
basicamente o estudo:

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- as características da carga (seu comportamento);


- as quedas de tensão (manutenção da tensão nominal);
- a regulação das tensões (que se dá entre dois instantes no mesmo ponto);
- o dimensionamento de transformadores (potência);
- o dimensionamento dos condutores (capacidade de condução de corrente);

Os tipos de energia disponíveis atualmente, a energia elétrica é a de maior


uso pelo o homem, pois é através dela que são movidos os grandes conglomerados
de produção industrial, transportes, comunicação, lazer, etc.

A energia elétrica se apresenta de diversas formas. A de maior uso é a


energia elétrica alternada, que se apresenta nos campos e nas cidades através de
condutores, que pode ser distribuída em diversos níveis de tensão. Estudaremos,
neste capítulo, somente a energia elétrica distribuída em baixa tensão, pois é nesse
nível que as concessionárias, responsáveis pelo fornecimento, efetuam as medições
de consumo de seus clientes, através de medidores de kWh (“Relógios de luz”).
Basicamente existem dois tipos de fornecimento de energia elétrica em baixa
tensão a saber:

- Sistema ligado em Estrela no primário e Delta no secundário (Y ∆), através de


transformadores monofásicos, com ou sem neutro;
- Sistema ligado em Delta no primário e Estrela no secundário (∆ Y), através de
transformadores trifásicos, com ou sem neutro.

Na NBR 5410:2004 em seu item 4.2.2.1. (esquemas de condutores vivos),


letra ‘a’, define para a corrente alternada os sistemas:

- monofásico a dois condutores (FF ou FN);


- monofásico a três condutores (FFN);
- bifásico a três condutores FFN, com neutro derivado do centro da bobina do
secundário do transformador monofásico;
- (nesse caso cada fase tem senóides opostas, isto é, quando uma atinge seu valor
máximo positivo, no mesmo instante a outra atinge seu valor máximo negativo);
- trifásico a três condutores (FFF – geralmente fechamento em triângulo);
- trifásico a quatro condutores (FFFN – geralmente fechamento em estrela).

O sistema trifásico a três condutores pode - se ter também um fechamento em


estrela, conseqüentemente sem o neutro. De igual modo pode-se ter o sistema
trifásico a quadro condutores no fechamento triângulo. Neste último, o neutro deriva
do enrolamento de uma das fases do secundário do transformador. Caso clássico,
predominante principalmente na região da Grande São Paulo, implica em alguns
cuidados práticos: entre o neutro e as fases ligadas ao enrolamento do qual foi
derivado existirá uma tensão igual à metade das tensões de linha. Por esse motivo
não é permitido o uso do ‘quarto fio’ para alimentação de cargas de luz ou utensílios
domésticos.

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Os principais componentes da subestação

A subestação tem a finalidade de transformar a energia elétrica recebida e


entregá-la, de maneira conveniente, aos seus consumidores, a subestação
compreende os seguintes equipamentos:

- de manobra;
- de transformação;
- de conversão;
- de estrutura.

Elas se subdividem em três grupos básicos que são as primárias (ou de


transformação), secundárias (ou de distribuição) e industriais:

- primárias: destinadas à transmissão de energia elétrica;


- secundárias: transformam, convertem ou subdividem a energia distribuída;
- industriais: transformam a energia do sistema de distribuição em energia sob
condição de utilização direta pelo consumidor.

Basicamente existem quatro tipos clássicos de subestação:

- aérea;
- interna;
- blindada;
- subterrânea;

A figura acima representa uma subestação industrial do tipo aérea.

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A chave seccionadora se caracteriza por ser um dispositivo que não


interrompe circuitos sob carga, sendo necessária sua manobra ser feita de maneira
suave, porém rápida e decisiva se estiver sob tensão. A verificação das facas após a
abertura é fundamental, pois é preciso ter certeza absoluta de que se abriram
completamente. Também no fechamento os contatos devem ser inspecionados
devendo estar perfeitamente encaixados e não existir qualquer tipo de faiscamento.

As figuras acima são duas chaves seccionadoras com fusível 15 kv.

O disjuntor geral de alta tensão possui a prerrogativa de ser o único dispositivo


de manobra em condições de ser manobrado em carga. Os que operam em corrente
contínua são conhecidos como ultra-rápidos, a fim de não permitirem que a corrente
de curto-circuito atinja valores muito altos. Em corrente alternada os disjuntores
dispõem de dispositivo corta-arco que podem ser:

- a óleo mineral;
- a gás SF6;
- a vácuo.

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5.4 - Motores Elétricos

Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia elétrica em


energia mecânica. É o mais usado de todos os tipos de motores, pois combina as
vantagens da utilização de energia elétrica - baixo custo, facilidade de transporte,
limpeza e simplicidade de comando - com sua construção simples, custo reduzido,
grande versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos tipos e melhores
rendimentos.

Os tipos mais comuns de motores elétricos são:

5.5 - Motores de corrente contínua

São motores de custo mais elevado e, além disso, precisam de uma fonte de
corrente contínua, ou de um dispositivo que converta a tensão alternada comum em
tensão contínua. Podem funcionar com velocidade ajustável entre amplos limites e
se prestam a controles de grande flexibilidade e precisão. Por isso, seu uso é restrito
a casos especiais em que estas exigências compensam o custo muito mais alto da
instalação.

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5.6 - Motores de corrente alternada

São os mais utilizados, porque a distribuição de energia elétrica é feita


normalmente em corrente alternada. Os principais tipos são:

● Motor síncrono: Funciona com velocidade fixa; utilizado somente para grandes
potências (devido ao seu alto custo em tamanhos menores) ou quando se necessita de
velocidade invariável.

● Motor de indução: Funciona normalmente com uma velocidade constante, que varia
ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade,
robustez e baixo custo é o motor mais utilizado de todos, sendo adequado para quase
todos os tipos de máquinas acionadas, encontradas nas instalações industriais,
comerciais e prediais.

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O motor de indução trifásico é composto fundamentalmente de duas partes:


estator e rotor.

Estator

Carcaça: é a estrutura suporte do conjunto, de construção robusta em ferro fundido,


aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e com aletas.

Núcleo de chapas: as chapas são de aço magnético, tratadas termicamente para


reduzir ao mínimo as perdas no ferro.

Enrolamento trifásico: três conjuntos iguais de bobinas, uma para cada fase,
formando um sistema trifásico ligado à rede trifásica de alimentação.

Rotor

Eixo: transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. É tratado


termicamente para evitar problemas como empenamento e fadiga.

Núcleo de chapas: as chapas possuem as mesmas características das chapas do


estator.

Barras e anéis de curto-circuito: são de alumínio e fundidos sob pressão numa única
peça.

Outras partes do motor de indução trifásico:

Tampas;
Ventilador;
Proteção do ventilador;
Caixa de ligação;
Placa de bornes;
Rolamentos.

O motor mais utilizado é o "motor de gaiola", cujo rotor é constituído de um


conjunto de barras não isoladas e interligadas por anéis de curto-circuito. O que
caracteriza o motor de indução é que só o estator é ligado à rede de alimentação.

O rotor não é alimentado externamente e as corrente que circulam nele, são


induzidas eletromagneticamente pelo estator, donde o seu nome de motor de
indução.

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5.7 - Fechamento de motores

Os motores trifásicos podem vir de fabrica com 3, 6, 9 ou 12 pontas para que


se possa fazer o seu respectivo fechamento externo. A seguir veja os tipos de
fechamento e suas respectivas características com relação ao numero de pontas.

Motor com 12 pontas para fechamento externo

Este motor pode ser fechado para quatro tensões diferentes, pois permite
combinações diferentes do seu enrolamento. As combinações possíveis são:

● Duplo triângulo. Neste tipo de fechamento as bobinas ficam em cada fase


posicionada em paralelo, proporcionando desta forma uma tensão em cada grupo de
bobinas exatamente igual à tensão da rede. Este fechamento é para uma tensão de
220 V.

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● Duplo Estrela - As bobinas formam uma combinação série paralela, onde em cada
fase teremos duas bobinas em paralelo. A saída dos respectivos grupos de bobina
de cada fase são ligados junto com a saída dos demais grupos de bobinas. Este
fechamento é para uma tensão de 380 V.

● Triângulo - As bobinas formam uma combinação série em cada fase e o final de


cada fase, é ligado no inicio da outra fase formando assim um triângulo. Este
fechamento é para uma tensão de 440 V.

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● Estrela - As bobinas formam uma combinação série em cada fase e, ao final de


das mesmas, estas são ligadas junto com os finais das demais fases. Este
fechamento é para uma tensão de 760 V.

Motor com 9 pontas para fechamento externo

A forma de fechamento deste motor é exatamente igual ao motor de 12


pontas, com a diferença de que externamente somente sai 09 pontas, o que permite
apenas o fechamento para dois tipos de tensões diferentes.

Este fechamento poderá ser somente triângulo / duplo triângulo ou apenas


estrela / dupla estrela, o que proporcionará sempre que uma tensão seja o dobro da
outra.

Quando um motor é de 9 pontas ou ele está fechado internamente para


aceitar ligações duplo triângulo / triângulo (220 V / 440 V) ou para aceitar ligações
dupla estrela / estrela (380 V / 760 V).

Quando o motor de 9 pontas permite a ligação duplo triângulo / triângulo o fio


9 dá continuidade para os fios 1 e 4.

Quando o motor de 9 pontas permite a ligação dupla estrela / estrela o fio 9 dá


continuidade para os fios 7 e 8.

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Abaixo, segue os respectivos fechamentos:

● Duplo triângulo

● Triângulo

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● Dupla estrela

● Estrela

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6. Comandos Elétricos
6.1 - Introdução de Proteção contra Curto Circuito

Um curto circuito é uma ligação de baixa impedância entre dois pontos com
potenciais elétricos diferentes, ou seja:

● Em corrente alternada - Ligação entre fases, entre fase e neutro ou entre


fase e terra.

● Em corrente continua – Ligação entre as duas polaridades ou entre massa e


a polaridade isolada.

Pode ter diversas causas, tais como:

● Desaperto gerando mau contato e queima do isolador;

● Ruptura ou falha de isolação de condutores ou isoladores;

● Queda de corpos metálicos estranhos;

● Sujeiras condutoras (poeiras, umidade, etc.);

● Penetração de água ou outros líquidos condutores;

● Deterioração da Carga;

● Falha de manutenção na colocação em serviço ou quando de uma


intervenção, etc.

Um curto circuito traduz-se por um aumento enorme da corrente elétrica, que pode
atingir em alguns milissegundos um valor igual a várias centenas de vezes a corrente
de operação.

Esta corrente gera efeitos térmicos e eletrodinâmicos que podem provocar queima
dos aparelhos e cabos e quebra nos isoladores dos barramentos situados a
montante do ponto de curto circuito.

Os dispositivos de proteções devem detectar o defeito e interromper rapidamente o


circuito, se possível antes da corrente atingir o seu valor máximo.

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Estes dispositivos podem ser:

● Fusíveis;

● Disjuntores;

● Relês eletromagnéticos;

● Relês eletrônicos;

● Interruptores de corrente de fuga.

A proteção contra curto circuito pode ser integrada em aparelhos de multifunção tais
como os disjuntores motor, contatores disjuntores e os contatores integrados com
disjuntor e reles térmicos incorporados numa única caixa moldada. Neste tipo de
proteção, se fazem dois ou três tipos de funções em um só componente, o que torna
a montagem de um painel mais compacta.

6.2 - FUSÍVEIS

Definições segundo normas DIN 57636 e VDE 0636

Classe funcional:

g Fusíveis de faixa completa

a Fusíveis de faixa parcial

Equipamento a ser protegido:

G Proteção geral

L Cabos e linhas

M Equipamentos de manobra

R Semicondutores

B Instalações de minas

Tr Transformadores

Assim obtemos:

gL Proteção de cabos e linhas em todas as faixas

aM Proteção de equipamentos de manobra em faixa parcial

aR Proteção de semicondutores em faixa parcial

gR Proteção de semicondutores em faixa total

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gB Proteção de instalações de minas - faixa total

gTr Proteção de transformador - faixa total

Fusíveis de força e comando

Os fusíveis são dispositivos de proteção, contra sobrecorrente que quando usados


em circuitos alimentadores de motores, protegem os mesmos, principalmente contra
correntes de curto-circuito e seletivamente (em combinação com relês de
sobrecarga) contra sobrecargas de longa duração.

Classificação:

Os fusíveis podem ser classificados de acordo com diversos critérios. Destes


critérios os mais usados são:

● tensão de alimentação: alta tensão ou baixa tensão;

● características de interrupção: ultra-rápido ou retardado.

Os fusíveis usados na proteção de circuitos de motores são da classe funcional


(definição gL), indicando que são fusíveis com função de "proteção geral".

A característica de interrupção destes fusíveis é de efeito retardado, pois os motores


(cargas indutivas) no instante de partida, solicitam uma corrente de 7 a 8 vezes
superior à corrente nominal, referentes a correntes de partida (Ip>ln).

Caso fossem utilizados fusíveis com características de interrupção “ultra-rápida” se


verificaria que estes fundiriam (queimariam) freqüentemente, em função da corrente
de partida do motor, o que não estaria de acordo com a função do fusível, pois a
corrente de partida não representa nenhuma condição anormal.

Há que se salientar, porém, que sob condições de curto - circuito, a corrente de


interrupção instantânea do fusível retardado é bem semelhante a dos fusíveis ultra-
rápidos, porque neste caso a intensidade térmica é tal que o fusível funde-se
instantaneamente.

Forma construtiva:

Quanto a sua forma construtiva classificam-se basicamente em:

● fusíveis do tipo “D" e,

● fusíveis do tipo"NH".

Os fusíveis do tipo "D" (DIAMETRAL) são recomendados para uso tanto residencial

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quanto industrial, pois possuem proteção contra contatos (toques) acidentais e


podem ser manuseados por pessoal não qualificado.

São construídos em correntes normalizadas de 2 a 10OA, capacidade de ruptura de


70 kA, tensão máxima 500V.

Os fusíveis do tipo "NH" (alta capacidade - baixa tensão), são recomendados para
uso industrial e devem ser manuseados apenas por pessoal qualificado.

São fabricados em correntes de 6 a 1250 A, capacidade de ruptura de 100 kA e


tensão máxima 500V.

Na prática e por razões econômicas costuma-se utilizar fusíveis do tipo "D" até 63A e
acima deste valor fusíveis do tipo "NH".

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6.3 - Reles Térmicos e Eletromagnéticos

A sobrecarga mecânica na ponta do eixo é o defeito que se produz mais


freqüentemente nas máquinas elétricas. A sobrecarga causa um aumento da
corrente absorvida pelo motor e gera na máquina efeitos térmicos de sobre-
temperatura.

O aquecimento normal de um motor elétrico a uma temperatura ambiente de 40°C é


definido pela sua classe de isolamento de temperatura. Sempre que a temperatura
limite de funcionamento é ultrapassada, o tempo de vida é reduzido por
envelhecimento prematuro dos isolantes.

Por exemplo, o tempo de vida de um motor classe H (180º C) é reduzido a 50% se a


temperatura de trabalho for superior em 10°C (190º C), em regime permanente.

Nota-se, porem que uma sobrecarga que provoque um aquecimento superior ao


normal, não terá efeitos imediatos se for limitada no tempo e pouco freqüente.
Portanto, não obriga necessariamente a uma parada do motor.

É importante restabelecer rapidamente as condições normais de funcionamento.

Assim a importância de uma proteção correta contra as sobrecargas torna-se


evidente para:

● Otimizar o tempo de vida dos motores, impedindo o funcionamento em


condições anormais de aquecimento;

● Assegurar a continuidade de serviço das máquinas ou das instalações,


evitando paradas intempestivas;

● Poder partir novamente o mais rápido possível após um disparo, nas melhores
condições de segurança para os equipamentos e para as pessoas.

Conforme o nível de exigência desejado, podemos ter diferentes tipos de proteção,


tais como:

● Reles térmicos com bimetálicos;

● Reles para sondas com termistores PTC;

● Reles de máxima corrente;

● Reles eletrônicos com proteções complementares ou integradas.

Exemplo de rele térmico eletrônico:

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A proteção mais comum utilizada é o relê térmico com bimetálicos, o qual é muito
utilizado nas proteções dos motores de baixa potência.

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Reles Térmicos com bimetálicos

Os reles térmicos com bimetálicos são os aparelhos normalmente utilizados para a


proteção de motores contra sobrecargas. Podem ser utilizados em corrente alternada
e continua e são geralmente:

● Tripolares;

● Compensados, isto é, insensíveis as variações da temperatura ambiente;

● Sensíveis a uma falta de fase, impedindo portanto a operação monofásica do


motor;

● De rearme manual ou automático;

● Graduados em “A” (ampères) e com visualização direta no relê, para poder


regular o mesmo na corrente nominal do motor.

Principio de Funcionamento de um relê térmico bimetálico trípolar:

Um relê térmico tripolar, tem três bimetálicos, sendo cada um deles constituído por
dois metais unidos por laminação e cujos coeficientes de dilatação são diferentes.

Um enrolamento de aquecimento está em volta de cada bimetálico.

Cada um dos enrolamentos de aquecimento deverá ser ligado em série com a fase
do motor. O aquecimento dos enrolamentos gerado pela corrente absorvida pelo
motor, provoca uma deformação nos bimetálicos.

Esta deformação é maior ou menor conforme o valor da corrente, e ao deformar os


bimetálicos provocam a rotação de um eixo solidário com o dispositivo de disparo.

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Se a corrente absorvida pela carga se tornar superior ao valor de regulagem do relê,


a deformação é suficiente para que a peça, na qual estão fixadas as partes móveis
dos contatos, se libere de um batente de retenção, provocando a abertura brusca do
contato do relê inserido no circuito da bobina do contator e o fechamento do contato
de sinalização de desarme. O rearme só poderá ser feito quando os bimetálicos
tiverem resfriados suficientemente.

Principio de funcionamento de Relê térmico bimetálico com compensação da


temperatura ambiente:

A deformação dos bimetálicos resulta do aquecimento provocado pela corrente que


circula nas fases e também das variações da temperatura ambiente.

Para anular o efeito desta variável, um bimetálico de compensação, influenciado


unicamente pelas variações de temperatura do ar ambiente, está montado numa
posição oposta aos bimetálicos principais. Na ausência de corrente, a deformação
destes últimos depende apenas da temperatura ambiente.

A deformação é compensada pelo bimetálico de compensação de forma que a


variação da temperatura ambiente não modifique a posição do batente de retenção.
Por conseguinte, apenas a deformação originada pela corrente pode modificar esta
posição e provocar o disparo.

De uma maneira geral, um relê térmico compensado é insensível a qualquer variação


da temperatura ambiente compreendida entre - 40°C e + 60° C.

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Graduação do relê térmico bimetálico:

A regulagem da graduação é feita modificando, através de um botão, o curso angular


que a extremidade do bimetal de compensação deve percorrer para se libertar do
batente de retenção que mantém o relê armado.

Um mostrador graduado em “A” (ampères) permite uma regulagem precisa.

A corrente limite de disparo varia entre 1,05 e 1,20 vezes o valor indicado.

Principio de funcionamento de relê térmico bimetálico sensível a falta de fase:

Este dispositivo provoca o disparo do relê caso falte a corrente numa fase (em
monofásico). Existem duas réguas cujo movimento é solidário com o dos bimetálicos.

O bimetálico correspondente à fase não alimentada não se deforma e bloqueia o


movimento de uma das réguas, o que provoca o disparo. No caso de proteção de
cargas alimentadas em corrente monofásica ou continua, a ligação em série de 2
bimetálicos permite a utilização de relês sensíveis a falta de fase.

Para este tipo de aplicação existem igualmente relês não sensíveis à falta de fase.

Classe de desligamento do relê térmico bimetálico:

A função do relê térmico é proteger os motores contra sobrecargas, no entanto,


durante a partida dos motores, devem deixar passar a sobrecarga temporária
resultante do pico de corrente de partida e disparar unicamente se este pico, isto é o
tempo de partida, for prolongado.

Conforme as aplicações, o tempo normal de partida dos motores pode variar de


alguns segundos (partida em vazio, baixo conjugado resistente da máquina, etc...) a
algumas dezenas de segundos (máquina com grande inércia).

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É, portanto necessário dispor de relês adaptados ao tempo de partida.


Para responder a esta necessidade, a norma IEC 947-4-1-1 define, para os relês de
proteção térmica, três classes de disparo. São elas:

● Relês classe 10 – São relês adequados para todas as aplicações usuais com
um tempo de partida inferior a 10 segundos;

● Relês classe 20 – São relês que admitem tempo de partida dos motores em
até 20 segundos;

● Relês classe 30 – São relês nos quais o tempo de partida dos motores podem
ser de até 30 segundos.

Em caso das aplicações com partidas prolongadas verificar se todos os


componentes do dispositivo de partida de motor suportam a corrente de partida sem
aquecimento excessivo.

Ir – Corrente de regulagem do rele térmico = In – Corrente nominal do motor.

1,05 Ir 1,2 Ir 1,5 Ir 7,2 Ir

Classe Tempo de disparo a partir do estado:


A Frio A Quente A Quente A Frio
10A >2h <2h < 2 min. 2 s < tp <= 10 s

10 >2h <2h < 4 min. 2 s < tp <= 10 s

20 >2h <2h < 8 min. 2 s < tp <= 20 s

30 >2h <2h < 12 min. 2 s < tp <= 30 s

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Principio de funcionamento do rearme manual ou automático do relê térmico


bimetálico:

A possibilidade de escolher o modo de rearme Manual ou Automático (dispositivo de


seleção na face frontal do relê), permite adaptar facilmente o relê de proteção a
diferentes condições de operação utilizando três processos de comando e de
rearme.

São eles:

● Rearme Automático esquema a 2 fios – Utilizado no caso de máquinas


simples que funcionam sem supervisão especial e considerada não perigosas
(bombas, aparelhos de climatização, etc.).

CHAVE SELETORA
DE 2 POSIÇÕES

● Rearme automático esquema a 3 fios – Utilizado no caso de automatismo


complexos. O rearme deve ser feito por um operador, por razões técnicas e de
segurança. Este tipo de acesso é igualmente aconselhável quando o acesso ao

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equipamento é difícil.

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● Rearme Manual – As normas de segurança impõe a intervenção de pessoal


qualificado para rearmar o relê localmente e por a máquina novamente em
funcionamento.

Dispositivo de
travamento

Vista interna de um Relê Térmico

Lâmina com alto Condutor de corrente


coeficiente de
expansão Ponto de fixação
e suporte
Lâmina com
coeficiente zero
de expansão Posição da lâmina bimetálica após aquecimento

Entrada da
corrente
Sistema de ajuste
do “trip”

Lâmina bimetálica
com resistor
Capacidade de
ajuste do “trip”
Saída da
corrente

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6.4 - PARTIDA DIRETA DE UM MOTOR DE INDUÇÃO TRIFASICO

No decorrer do curso, faremos diferentes tipos de montagem, sendo que em


todas estas montagens, estaremos abordando o motor como carga ou elemento final
de controle do circuito principal de potência, os dispositivos de acionamento e de
proteção como parte do circuito de comando e sinalizadores como parte do circuito
de sinalização.

Para melhor entendermos as partidas que estaremos realizando, se torna necessário


falarmos um pouco de como se comporta a partida dos motores assíncronos, que
serão abordados neste módulo.

Partida de motores assíncrono

Quando um motor é colocado em funcionamento, a corrente exigida (da rede) é


aumentada em até 8 vezes o valor da corrente nominal e pode, sobretudo se a seção
do condutor de alimentação (da rede) for insuficiente, provocar uma queda de tensão
capaz de afetar o funcionamento das demais cargas da instalação. Por vezes, esta
queda de tensão na partida do motor é perceptível até nos aparelhos de iluminação.

Para evitar estes inconvenientes, os regulamentos de instalações de algumas


concessionárias proíbem, com motores acima de uma determinada potência, a
utilização do sistema de partida direta. Outras concessionárias se limitam a impor,
em função da potência dos motores, a relação entre a corrente de partida e a
corrente nominal.

O motor de rotor em curto-circuito é o único que pode ser ligado diretamente à rede,
por intermédio de um sistema simples de partida direta.

Apenas as extremidades dos enrolamentos do estator estão disponíveis nos


terminais da caixa de ligação.

Uma vez que as características do rotor são determinadas na fábrica, os diversos


processos de partida consistem essencialmente em fazer variar a tensão nos
terminais do estator.

Neste tipo de motor, com freqüência constante, a redução do pico de corrente é


acompanhada automaticamente de uma forte redução do conjugado.

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Partida direta de motores

A partida direta é o modo de partida mais simples de se fazer uma ligação de motor
trifásico, pois ligamos o estator diretamente há rede. Sendo assim, o motor parte com
diretamente com o valor nominal da rede de alimentação.

No momento da colocação em funcionamento, o motor comporta-se como um


transformador em que o secundário, constituído pela gaiola do rotor, muito pouco
resistiva, está em curto-circuito.

A corrente induzida no rotor é elevada, sendo as correntes (primária e secundária)


são sensivelmente proporcionais, fazendo com que o pico de corrente resultante é
elevado a:

● Corrente de partida (Ip) = 5 a 8 x a Corrente nominal (In)

O conjugado de partida também é alterado, ficando elevado pela média:

● Conjugado de partida (Cp) = 0,5 a 1,5 x o Conjugado nominal (Cn).

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Apesar das suas vantagens (aparelhagem simples, conjugado de partida elevado,


partida rápida, preço baixo), a partida direta só é interessante nos casos em que:

● A potência do motor é baixa, relativamente à potência disponível na rede, de


modo a limitar as perturbações originadas pelo pico de corrente,

● A máquina movimentada não necessita de uma aceleração progressiva e está


equipada com um dispositivo mecânico: (redutor, por exemplo) que evita uma partida
muito rápida,

● O conjugado de partida tem que ser elevado.

Em contrapartida, sempre que:

● a corrente exigida na partida possa perturbar o bom funcionamento de outros


aparelhos ligados ao mesmo circuito, provocado pela queda de tensão que ela
causa,

● a máquina não agüente golpes mecânicos,

● o conforto ou a segurança dos usuários sejam considerados (caso das


escadas rolantes, por exemplo), torna-se necessário utilizar um artifício para diminuir
a corrente exigida ou o conjugado de partida.

O processo mais usado consiste em partir o motor sob tensão reduzida, pois de fato,
uma variação da tensão de alimentação tem as seguintes conseqüências:

● A corrente de partida varia proporcionalmente à tensão de alimentação,

● O conjugado de partida varia proporcionalmente ao quadrado da tensão de


alimentação.

Corrente de partida x Corrente de rotor bloqueado

Corrente de rotor bloqueado é a máxima corrente absorvida pelo motor com o rotor
travado (velocidade zero) sob tensão e freqüência nominais. (O termo “máxima”
decorre do fato de que a corrente absorvida da rede pode variar de acordo com a
posição angular do rotor em relação ao estator e seqüência das fases de
alimentação).

Corrente de partida é a corrente absorvida pelo motor durante a partida, sob tensão e
frequência nominais. O termo “partida” refere-se ao funcionamento do motor
acelerando no intervalo de velocidades desde zero até aquela determinada pela
condição de carga do motor. Portanto, ao certo, a corrente de partida tem, durante
este intervalo, valor variável decrescente desde o valor inicial, que corresponde ao

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valor de rotor bloqueado, até o valor determinado pela condição de carga. Na prática
os dois termos são sinônimos. Simulação de acionamento de um MIT com contator:

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6.5 - Contatores
Princípio de funcionamento

O contator eletromagnético é um aparelho mecânico comandado por um eletroímã,


que funciona em "tudo ou nada" com apenas um estado estável na falta de energia
elétrica. Seus contatos são representados sempre neste estado de repouso.

Quando a bobina do eletroímã é alimentada, a armadura ou parte móvel fecha,


estabelecendo, por intermédio de contatos fixos e móveis, os pólos do circuito entre
a rede de alimentação e a carga.

A parte móvel do eletroímã, que aciona as partes móveis dos pólos ou contatos de
potência e dos contatos auxiliares ou, em certos casos, dispositivos temporizadores,
desloca-se:

• Por rotação, rodando sobre um eixo,

• Por translação, deslizando paralelamente às partes fixas,

• Por um movimento conjugado dos dois.

Quando é desenergizada a bobina, o circuito magnético fica desmagnetizado e o


contator abre por efeito:

• Das molas de pressão dos pólos e da mola de chamada da armadura móvel,

• Da gravidade, em determinados aparelhos (o conjunto móvel tende


naturalmente a retomar a sua posição original).

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O contator apresenta grandes vantagens e permite:

• Interromper correntes monofásicas ou polifásicas de valor elevado por atuação


de um comando auxiliar percorrido por uma pequena corrente,

• Assegurar tanto um funcionamento intermitente como um serviço contínuo,

• Efetuar comandos manuais ou automáticos à distância através de condutores


de pequena secção, possibilitando uma redução importante do comprimento dos
cabos de potência,

• Multiplicar os postos de comando e colocá-los próximo do operador.

Por outro lado, o contator:

• É robusto e fiel, uma vez que não contém nenhum mecanismo delicado,

• Adapta-se fácil e rapidamente à tensão de alimentação do circuito de


comando (troca de bobina),

• Em caso de interrupção momentânea da corrente, garante a segurança das


pessoas contra as partidas intempestivas (por meio de um comando por botões de
impulso),

• Facilita a distribuição dos postos de parada de emergência e dos aparelhos


dependentes, impedindo a colocação em funcionamento da máquina se não tiverem
sido tomadas todas as precauções,

• Protege a carga contra as quedas de tensão importantes (abertura instantânea


abaixo de uma tensão mínima),

• Presta-se à concepção de equipamentos de automação simples ou complexa.

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6.6 - SIMBOLOGIA DE COMPONENTES ELÉTRICOS

Simbologia padronizada

Desde os tempos antigos, o homem se preocupa em transmitir, para gerações


futuras, seus inventos, suas idéias, seus pensamentos, utilizando várias ferramentas,
dentre as quais o desenho e o símbolo.

Hoje, devido à complexidade do sistema de produção, o caminho a ser percorrido por


uma idéia desde o projeto inicial até o produto final passa por diversas etapas e
pessoas.

Nos modernos escritórios de projetos elétricos, muitas pessoas participam da sua


execução: os engenheiros, os técnicos, os desenhistas, os eletricistas, etc.

Para que haja um entrosamento e para que todos tenham a mesma visão de
conjunto do que se pretende executar, adota-se uma linguagem comum – a
simbologia padronizada.

A simbologia por se tratar de uma forma de linguagem, bem como todas as partes
que completam o projeto (esquemas, detalhes, desenhos, etc), deve ser:

• Exata;

• Clara;

• De fácil interpretação (padronizada e globalizada);

• Normalizada.

Os projetos elétricos são divididos em duas categorias de aplicação:

• Projetos elétricos prediais (inclui o residencial);

• Projetos elétricos industriais.

Os desenhos elétricos prediais são comumente representados nas próprias


instalações físicas (em cima da planta local) e os desenhos elétricos industriais são
representados por diagramas, circuitos de potência e/ou controle.

A simbologia adotada vai depender da aplicação dos projetos e também da Norma


Brasileira Regulamentadora - NBR a ser seguida, no caso de projetos nacionais
(brasileiros) a referência é a Associação Brasileira de normas Técnicas - ABNT
(baseada no SI, Sistema Internacional).

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Simulação de acionamento de um MIT com disjuntor e reversão:

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6.7 - Acionamento estrela – triângulo num motor de indução trifásico

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7. Apêndice
 FÓRMULAS ELÉTRICAS

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8. Sites para consulta


www.cutler-hammer.com www.palm.com/br
www.doble.com www.efeso.com
www.engro.com.br www.cetai.senai.br
www.flirthermography.com www.densitel.com.br
www.fluke.nl www.yokogawa.com.br
www.gedore.com.br www.weidmuller.com
www.geindustrial.com.br
www.icel-manaus.com.br
www.ims.ind.br
www.instronic.com.br
www.megabras.com.br
www.microsyn.com.br
www.minipa.com.br
www.mitutoyo.com.br
www.nishi.com.br
www.pjsurgetester.com
www.presys.com.br
www.raytek.com.br
www.ritzbrasil.com.br
www.rdibender.com.br
www.rms.ind.br
www.seton.com.br
www.siemens.com.br
www.schneider-electric.com.br
www.starret.com.br

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9. Bibliografia
FALCONI, Vicente C. TQC Controle da Qualidade Total. Minas Gerais: Bloch,
1992. 220p.

MARTIGNONI, Alfonso. Transformadores. 8 ed. São Paulo: Globo, 1991.


307p.

MEDEIROS FILHO, Solon de. Fundamentos de medidas elétricas. Rio de


Janeiro: LTC, 1981. 307p.

COELHO, E.D. - Legislação e Normas Técnicas (apostila).

E.U.A. Ministério do Exército. Teoria e circuitos de semicondutores. Tradução


por José Gurjão Neto. Porto Alegre: Globo, 1976. 290p.

ANZNHOFER, Karl et al. Eletrotécnica para Escolas Profissionais. Tradução


por Walfredo Schmidt. São Paulo: Mestre JOU, 1964. 127p.

WEG, Catálogo de Motores Elétricos, SP 2004.

Apostila Cepel

Revista Saber Eletrônica

Livro Eletrônica industrial Autor: Cyril W. Lander

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