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Módulo I:
AULA 1:
PARTE GERAL – DIREITO PENAL:
Conceito de Direito Penal:
a) ASPECTO FORMAL/ ESTÁTICO: Direito penal é o conjunto de
normas que qualifica certos comportamentos humanos como
infrações penais, define os seus agentes e fixa sanções a serem-
lhes aplicadas.
b) ASPECTO MATERIAL: O direito penal refere-se a
comportamentos considerados altamente reprováveis ou
danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos
indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade.
c) ASPECTO SOCIOLÓGICO/ DINÂMICO (TJ/ PR): Direito penal
é mais um instrumento de controle social, visando assegurar a
necessária disciplina para a harmônica convivência dos
membros da sociedade.
Aprofundando o enfoque sociológico:
A manutenção da paz social demanda a existência de normas
destinadas a estabelecer diretrizes.
Quando violadas as regras de conduta, surge para o Estado o dever
de aplicar sanções (civis ou penais).
ATENÇÃO:
Nessa tarefa de controle social atuam vários ramos do Direito. O
direito penal é só um dos ramos. Todos os ramos (exs: direito civil,
penal, etc.) com a mesma finalidade, que é a de controle social.
E ao se violar uma regra, surge para o Estado o poder- dever de
aplicar sanções. Ele tem vários ramos que vão ajuda-lo nesse mister.
Quando ele usa o direito penal? Lembrando que o direito penal tem
a consequência mais drástica.
Ele usa o direito penal quando a conduta atenta contra bens jurídicos
especialmente tutelados, merece reação mais severa por parte do
Estado, valendo-se do Direito Penal.
IMPORTANTE:
O que diferencia a norma penal das demais é basicamente a espécie
de consequência jurídica. O direito penal responde com pena
privativa de liberdade, muitas das vezes. É claro que o Estado
somente irá usar essa norma poderosa chamado direito penal
quando estiver diante de relevante e intolerável lesão aos bens
jurídicos mais importantes e indispensáveis à convivência humana. –
Princípio da Intervenção mínima.
ATENÇÃO!
IMPORTANTE DIFERENCIAR (MP/MG):
Hoje temos doutrina anunciando a 4ª (quarta) velocidade do Direito Penal ou neopunitivismo, ligada ao
Direito Penal Internacional, mirando suas normas proibitivas contra aqueles que exercem (ou exerceram)
chefia de Estados e, nessa condição, violam (ou violaram) de forma grave tratados internacionais de tutela
de direitos humanos. Para tanto, foi criado, pelo Estatuto de Roma, o Tribunal Penal Internacional. Trata-
se da primeira instituição global permanente de justiça penal internacional, com competência para
processar e julgar crimes que violam as obrigações essenciais para a manutenção da paz e da segurança
da sociedade internacional em seu conjunto.
Neopunitivismo é um termo cunhado por Daniel Pastor. Seria o modelo de sistema penal utilizado
pelo Tribunal Penal Internacional, com restrição e supressão de garantias penais e processuais penais
de réus que no passado ostentaram a função de chefes do estado e, como tal, violaram gravemente
tratados internacionais que tutelam direitos humanos.
FONTES DO DIREITO PENAL:
Fontes do direito penal significa: lugar de onde vem e como se
exterioriza o Direito Penal.
1- FONTE MATERIAL: estudo de onde vem o direito penal, “a
fábrica”.
2 – FONTE FORMAL: estudo como se propaga o direito penal,
como se exterioriza o direito penal.
1- FONTE MATERIAL (“fábrica”): é a fonte de produção da norma,
órgão encarregado de criar o Direito penal. Este órgão é a União, art.
22, inciso I, CF.
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito
civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho; ”
IMPORTANTE!
Lei complementar pode autorizar os Estados à legislar sobre Direito
Penal incriminador no seu âmbito. “Art. 22, parágrafo único. Lei
complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. ”
CUIDADO, somente os Estados, os municípios não!
2- FONTE FORMAL (“propagar o produto fabricado”): é o
instrumento de exteriorização do direito penal. É o modo como as
regras são reveladas. É a fonte de conhecimento ou cognição.
FONTE FORMAL FONTE FORMAL
( doutrina clássica) (doutrina moderna)
Imediata: LEI Imediatas:
Mediatas: Mediata:
- costumes - doutrina
- Princípios gerais de direito
2- FONTES FORMAIS
a) Imediatas (de acordo com a doutrina moderna):
a.1) LEI: é uma fonte formal imediata, único instrumento capaz de
criar infrações penais e cominar sanções.
a.2) CONSTITUIÇÃO FEDERAL: é fonte formal imediata, não pode
criar crimes ou contravenções e não pode cominar sanções.
ATENÇÃO:
# Pergunta (fase oral MP/SP):
Se a C.F. é superior à lei, porque ela não pode criar infrações penais
ou cominar sanções?
Nucci diz que o processo rígido e moroso de alteração da CF é
incompatível com a agilidade que merecem as normas penais.
Muito embora não possa criar infrações penais ou cominar sanções,
a C.F. nos revela o Direito Penal estabelecendo patamares mínimos
(mandado constitucional de criminalização) abaixo dos quais a
intervenção penal não se pode reduzir.
EXEMPLOS DE MANDADOS CONSTITUCIONAIS DE
CRIMINALIZAÇÃO explícitos:
“Art. 5º, XLII, CF - A prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão
(patamares mínimos), nos termos da lei; (a lei é quem cria o
crime de racismo e comina a sua pena). ”
“Art. 5º, XLIV, CF - Constitui crime inafiançável e imprescritível
(patamares mínimos) a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático; ”
Existem mandados constitucionais de criminalização implícitos?
(MP/GO) De acordo com a maioria, existem mandados de
criminalização implícitos, com a finalidade de evitar intervenção ou
proteção insuficiente do Estado (imperativos de tutela). Ex: O
legislador não poderia retirar o crime de homicídio do ordenamento
jurídico, porque a C.F./88 garante o direito à vida.
Obs.: Com base nesse mandado implícito, questiona-se a legalidade
de projetos que buscam descriminalizar o aborto.
a.3) TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS:
-Fonte formal imediata.
-Podem ingressar no nosso ordenamento jurídico de 2 formas:
Eles podem ingressar com status de emenda, se aprovados com
quórum de emenda pelo Congresso OU, se aprovados com quórum
comum eles ingressam com status supralegal (inferior à
constituição, mas superior à Lei ordinária). Veja abaixo:
2- FONTE FORMAL
b) Mediata (de acordo com a doutrina moderna)
b.1) DOUTRINA
# E OS COSTUMES? Os costumes não aparecem nem como
fonte formal mediata, nem imediata. Os costumes são classificados
como fontes informais do direito penal, de acordo com a doutrina
moderna.
CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL:
(A) Exclusividade: somente a lei define infrações penais e
comina sanções.
(B) Imperatividade: a lei é imposta à todos
independentemente da vontade de cada um.
(C) Generalidade: Todos devem acatamento à lei penal,
mesmo os inimputáveis que estão sujeitos por exemplo à medida de
segurança.
(D) Impessoalidade: dirige-se abstratamente à fatos e não à
pessoas.
Fala do cônjuge, será então que abrange União estável? Sim. Pois
furto entre cônjuges, ou furto entre conviventes numa união estável
são situações semelhantes, é uma lacuna involuntária.
Exemplo 2: Furto, art.155, § 2 CP:
“Art. 155 – subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena- reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§2- Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela a de detenção, diminui-la de um a dois terços,
ou aplicar somente a pena de multa.
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AULA 2:
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL:
4 grupos:
1º Princípios relacionados com a MISSÃO FUNDAMENTAL DO
DIREITO PENAL
2º Princípios relacionados com o FATO DO AGENTE
3º Princípios relacionados com o AGENTE DO FATO
4º Princípios relacionados com a PENA
1º Princípios 2º Princípios 3º Princípios 4º Princípios
relacionados com a relacionados com relacionados com o relacionados com
MISSÃO AGENTE DO FATO
FUNDAMENTAL DO
o FATO DO a PENA
DIREITO PENAL AGENTE
“Art. 5º, ‘caput’, CF: Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes: ”
É importante perceber que a isonomia anunciada na nossa
bíblia política, não é uma isonomia formal, mas sim substancial.
Isonomia Substancial (e não formal): deve-se tratar de forma
igual o que é igual, e desigualmente o que é desigual. E foi com
o fundamento da isonomia substancial que o STF afirmou teses
alegando inconstitucionalidade da lei Maria da penha. Portanto
a mulher não é igual ao homem.
OBS: interessante lembrar que as medidas protetivas previstas
na Lei Maria da penha, podem ser aplicadas para o homem,
para o homem vulnerável no ambiente doméstico e familiar- art.
313, III, CPP: criança, adolescente, enfermo ou pessoa
portadora de deficiência.
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