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JURISDIÇÃO:
1.CONCEITO DE JURISDIÇÃO:
* Em ***estão os elementos de jurisdição, que são: atuação
estatal; aplicação do Direito objetivo ao caso concreto; solução
do conflito com definitividade; pacificação social.
* Atuação estatal: que se dá por meio do processo. O processo é
a forma da atuação estatal da jurisdição.
- A jurisdição como forma de solução de conflitos não é tarefa
exclusiva do Estado, portanto significa que a solução de conflitos
pode se dar via NÃO JURISDICIONAL. Quer dizer que o Estado
resolve o conflito por meio da jurisdição, mas está não é a única
maneira que temos de resolver os conflitos. Temos outras formas
além da jurisdição de resolver os conflitos.
OBS.: ARBITRAGEM: a arbitragem não é obviamente resultado
de uma atuação estatal, ela é objeto de uma atuação privada, em
que as partes envolvidas no conflito contratam um arbitro (3º) para
resolver aquele conflito. A arbitragem segundo entendimento do
STJ é uma espécie de “jurisdição privada”.
Portanto dentro de uma visão tradicional jurisdição é o Estado
por meio de um processo. Mas numa visão mais contemporânea
também teríamos uma jurisdição privada que se dará por meio da
arbitragem.
* Aplicação do Direito objetivo ao caso concreto: CUIDADO Não
vai colocar numa prova que a jurisdição se dá por meio da
aplicação da lei no caso concreto, errado! E sim, a jurisdição se
dá por meio da aplicação do direito objetivo ao caso concreto.
A ideia moderna de aplicação do direito objetivo é de que caso à
caso, ou seja, em cada um dos processos colocados à apreciação
do judiciário você tenha a criação de uma norma jurídica, então o
juiz/ juízo deverá no caso concreto criar está norma jurídica.
- criação no caso concreto da norma jurídica: norma legal aplicada
à luz dos direitos fundamentais e dos princípios constitucionais de
justiça.
Está aplicação do direito objetivo ao caso concreto é o que se
considera o escopo jurídico da jurisdição.
- escopo jurídico: é aplicar o direito objetivo ao caso concreto.
Neste caso tem-se a solução da lide jurídica.
Essa aplicação do direito objetivo ao caso concreto tem como
objetivo a solução do conflito com definitividade. Mas não basta
resolver o conflito deixando em aberto para discussão. Você tem
que resolver e colocar um ponto final. Ou seja, você tem que
resolver e resolver com DEFINITIVIDADE.
* Solução do conflito com definitividade: Está definitividade vem
por meio da chamada coisa julgada material, e a coisa julgada
material é um fenômeno processual que só existe na jurisdição.
É por isso, que quando você tem uma solução administrativa do
conflito, essa decisão no âmbito administrativo que resolve o
conflito ela nunca estará coberta da coisa julgada material. É por
isso que, dentro de determinados limites que o próprio caso
concreto impõe, essa solução administrativa pode ser revista pelo
poder judiciário, pelo exercício da jurisdição. Justamente porque a
coisa julgada só existe na jurisdição. E essa solução
administrativa, essa solução de processo administrativo não
trabalha com a ideia de jurisdição, e, portanto, não há o que se
falar em coisa julgada material.
OBS.: Nem sempre haverá coisa julgada material na jurisdição.
* Pacificação social: Conceito de pacificação social: é a ideia do
escopo social da jurisdição buscando a solução da chamada LIDE
SOCIOLÓGICA (é a solução do conflito no plano dos fatos, no
plano prático). E basicamente a ideia de resolver no plano prático
o conflito de interesses é apaziguamento dos ânimos, é a ideia de
que a jurisdição ao resolver o conflito jurídico ele consegue
apaziguar os ânimos.
Na solução jurisdicional você sempre vai ter 2 figuras:
VENCIDO: conformado com a sua derrota
VENCEDOR: satisfeito com a sua vitória
A fórmula para que consiga isto acima é oferecer à ambos
(vencido e vencedor): um processo célere, na medida do
possível, um processo barato, um processo com ampla
participação das partes e um processo justo.
* reúna estes 4 elementos citados acima e você terá portanto
um conceito clássico de Jurisdição.
2. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS:
- Equivalentes jurisdicionais OU formas alternativas de solução
dos conflitos: são na verdade aquelas formas de solução de
conflito que não se desenvolvem por meio da jurisdição. É
basicamente isso: você coloca a jurisdição de um lado, e outras
formas de solução do outro.
- E por conta do CPC de 2015, mais do que nunca, trabalhamos
com a ideia da Justiça “multiportas”, ou seja, significa dizer que
a solução do conflito pode se dar pela jurisdição, pode se dar de
forma consensual e pela arbitragem. Então a justiça multiportas
que dizer que temos diferentes formas de resolver o conflito. E é
dae que vem a expressão FORMAS ADEQUADAS DE SOLUÇÃO
DOS CONFLITOS, porque, perceba para cada conflito é
presumível que exista uma forma mais adequada do que a outra.
As outras formas que não a jurisdição estatal, a clássica
temos: Autotutela, autocomposição, veja abaixo.
2.1. Autotutela:
A autotutela é a forma mais tradicional de solução de conflitos em
termos históricos. Pois, na verdade, ela foi a primeira forma de
solução de conflitos que tivemos na sociedade.
A autotutela é basicamente uma forma de solução de conflitos
baseada num sacrifício integral do interesse de uma das partes
(aqui bem clássica a ideia de vencedor e vencido, onde o vencido
tem um sacrifício integral do seu interesse) e, esse sacrifício se dá
em razão do exercício da força da parte contrária, da parte
vencedora.
O aspecto principal da autotutela é que o vencedor resolve o
conflito em seu favor por meio da força. Portanto o que resolve o
conflito não é o direito, não é a vontade, e sim é a aplicação da
força do vencedor.
- A autotutela é forma excepcional de solução de conflitos
(exemplos: art. 188, I, CC; 1.467, I, CC; 1.210, § 1º, CC). O mais
chamativo dos exemplos é o do desforço imediato de sucessão
possessória, então a partir do momento que você tem vítima de
uma agressão possessória você tem o direito de resolver este
conflito possessório, reagindo à esta agressão na mesma
intensidade em que a agressão se deu, e ae teríamos um caso
clássico de autotutela.
2.2. Autocomposição:
A autocomposição já vem com uma novidade: pois além do
sacrifício integral, passamos a ter a possibilidade de um sacrifício
parcial do interesse das partes.
- sacrifício integral ou parcial em razão da vontade das partes.
A autocomposição é uma solução de conflito que decorre da
vontade das partes. Então, neste caso, já sai o exercício da força
que é próprio da autotutela, e entra a vontade das partes.
A autocomposição é classicamente dividida em 3 espécies: 1.
Renuncia; 2. Submissão ou reconhecimento; 3. Transação.
- Renúncia e Submissão (ou reconhecimento): são formas
altruístas de solução do conflito: vontade unilateral com sacrifício
integral, ou seja, aqui o exercício de vontade é de apenas uma das
partes envolvidas no conflito, e está parte que exerce a vontade
tem o sacrifício integral do seu interesse. Então veja: quem exerce
a vontade sacrifica integralmente o seu interesse. Por isso é que
são chamadas de formas altruístas de solução do conflito.
- Transação: vontade bilateral com sacrifícios recíprocos. Neste
caso, ambas as partes terão que ter vontade para resolver o
conflito, e, havendo a ideia dos sacrifícios recíprocos, a ideia de
que cada uma das partes envolvidas no conflito vai sacrificar
parcialmente o seu interesse e você terá a solução do conflito.
OBS: A autocomposição pode ser homologada por sentença
judicial: solução híbrida porque derivada da vontade das partes,
mas apta a gerar coisa julgada material.
A autocomposição pode haver um acordo fora de processo
algum, como pode haver um acordo levado a juízo só para
homologação. E a outra possibilidade, é que a autocomposição
venha num processo já em trâmite, numa audiência ou por escrito,
e ae já tendo um processo em trâmite ele terá que ser extinto por
uma decisão que homologa a autocomposição. E ae teremos
nessa hipótese uma solução híbrida do conflito, pois o conflito é
resolvido por vontade das partes. E o juiz na hora em que ele
homologa vai gerar uma decisão de mérito, que vai julgar uma
coisa julgada material – art. 487, III, CPC (é uma sentença de
mérito, e como toda a sentença de mérito ao transitar em julgado
vai gerar coisa julgada material).
Vimos no começo da aula que somente a jurisdição vai gerar
coisa julgada material. Mas aqui na autocomposição não foi a
jurisdição quem resolveu o conflito, e sim foram as partes pelo
exercício das suas próprias vontades, portanto nesse sentido é
que há a solução híbrida, e não uma solução jurisdicional.
OBS.: A transação é também chamada com mais frequência de
Conciliação.
2.3. Mediação:
- Mediação é a forma de solução sem o sacrifício de pretensões,
por meio de soluções alternativas.
- A mediação também decorre, deriva de vontade bilateral, ou
seja, é uma solução consensual, que deriva de ambas as partes
envolvidas. A mediação é diferente da conciliação: na mediação
você não tem o sacrifício das pretensões, dos interesses
envolvidos.
- Na mediação o foco são as razões do conflito e não do conflito
em si. Quer dizer esquece-se um pouco do conflito que está ali
instaurado entre as partes, para pensar no que levou, porque, o
que na verdade incomoda as partes que estão envolvidas naquele
conflito.
2.4. Arbitragem:
- A arbitragem é uma forma de solução que se dá por decisão
impositiva (= que vincula as partes) de um terceiro (arbitro)
escolhido pelas partes (confiança em quem decide). O que resolve
a solução na arbitragem não é a vontade das partes, pois na
arbitragem a vontade das partes é irrelevante. A vontade das
partes só serve para escolher o arbitro. A solução do conflito em
si se dá independente da vontade das partes.
- O elemento essencial da arbitragem é a solução.
- parcela doutrinaria entende como forma de jurisdição privada
(Carmona/Joel Dias Figueira Jr.) Por dois motivos: 1. É que a
decisão da arbitragem é um título executivo judicial; 2. A sentença
arbitral se torna imutável e indiscutível.
* decisão da arbitragem é título executivo judicial (art. 515, VII,
do Novo CPC). Essa decisão da arbitragem é chamada de
sentença.
* sentença arbitral torna-se imutável e indiscutível. A sentença
arbitral não pode ter o seu conteúdo revisto pelo poder judiciário.
Obs: STJ, 1ª Seção, CC 139.519/RJ e STJ, 2.ª Seção, CC
111.230/DF - reconhecem conflito de competência entre juízo
estatal e arbitral. A premissa disso é que para reconhecer a
competência entre um juízo estatal e um arbitral, o STJ parte da
premissa de que tanto num caso quanto no outro, você tem
jurisdição.
3. CARACTERISTICAS PRINCIPAIS:
3.1. Caráter substitutivo ou substitutividade:
- A ideia aqui é de que a jurisdição substitui a vontade das partes
pela vontade da lei. Lei inspirada nas normas fundamentais e
princípios constitucionais norma jurídica. A ideia aqui é que a
jurisdição substitui a vontade das partes pela norma jurídica.
- não é indispensável: significando que você tem jurisdição sem
substitutividade. Exemplo: é a chamada execução indireta, onde
a jurisdição não substitui a vontade do devedor. Na execução
indireta tenho uma coerção psicológica para convencer o devedor
à cumprir a obrigação.
3.2. Lide:
- Lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão
resistida.
- A lide não é fenômeno processual, mas sociológico. A lide não é
um fenômeno nem jurídico. A lide é um fenômeno sociológico
porque ela se dá no plano dos fatos, e não no plano do direito.
- A lide não é indispensável, significa dizer que você tem jurisdição
sem lide. Ex: o processo objetivo, as ações de controle
concentrado de constitucionalidade; ex2: tutela inibitória: é aquela
tutela que evita a prática do ato ilícito, é uma tutela preventiva, eu
evito que o ato ilícito seja praticado.
4. PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO:
4.1. Princípio da Investidura:
Quando você trabalha jurisdição, você trabalha sob a ótica do
poder, da função e da atividade. O poder é do Estado, o poder
jurisdicional é um poder estatal de resolver e impor a solução dos
conflitos, é um poder abstrato que o Estado tem. A função é um
encargo, a atividade jurisdicional exercida pelo poder judiciário. A
atividade é exercida pelo juiz. Esse juiz para exercer a atividade
tem que ser investido do poder jurisdicional. O que torna um
sujeito juiz é a investidura.
- O juiz é o agente público investido do poder jurisdicional
(concurso público e indicação); No caso de indicação é para o
STF, para o 5º constitucional.
- ausência de investidura gera a inexistência jurídica. Nunca pode
ter um processo sem juiz. Pode até faltar excepcionalmente o
autor ou o réu, mas o juiz não pode falta nunca.
4.2. Princípio da Territorialidade (ou Princípio da aderência ao
território):
- o exercício legitimo de jurisdição está limitado a uma
determinada circunscrição territorial (foro). O foro é chamado de
comarca na justiça estadual; e de seção ou subseção judiciária na
justiça federal.
- O nosso sistema conta com a carta precatória, que serve de
auxílio para a pratica de atos em outro foro.
- Exceções ao Princípio da Territorialidade: citação por correio
(art. 247, caput, do CPC) - pode se dar para qualquer comarca do
território nacional; citação, intimação, notificação, penhora ou
qualquer outro ato executivo em comarcas contiguas e de fácil
acesso e da mesma região metropolitana (255 do CPC) - atos
praticados pelo Oficial de justiça, penhora de imóvel e veículo
automotor (art. 845, § 1º), atos praticados por meio eletrônico.
6. TUTELA JURISDICIONAL
6.1.ESPÉCIES DE CRISES JURIDICAS:
* Tutela jurisdicional de CONHECIMENTO:
Dividida em 3 espécies:
o Tutela Jurisdicional de conhecimento meramente
declaratória: crise de certeza, ou seja, se houver uma
dúvida fundada à respeito da existência, inexistência ou
modo de ser de uma relação jurídica, você sanará está
dúvida por uma tutela de conhecimento meramente
declaratória.
o Tutela Jurisdicional de conhecimento constitutiva: crise
da situação jurídica. Aqui você precisa da criação, da
modificação ou da extinção de uma relação jurídica. Você
resolve uma crise da situação jurídica criando, modificando
ou extinguindo uma relação jurídica
o Tutela Jurisdicional de conhecimento condenatória:
crise de inadimplemento. Você resolve a crise de
inadimplemento por meio da imputação ao réu do
cumprimento de uma prestação.
- cognição exauriente:
Juízo de certeza
Tutela definitiva
Produz coisa julgada material
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AULA 2: AÇÃO