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Monica Speck Cassola et al.

Mineração

Desgaste na mineração: o caso dos


corpos moedores
Monica Speck Cassola
PhD em Engª Mineral
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A. E-mail: mrnc@ipt.br

Sandra Lúcia de Moraes


MSc. em Engª Mineral
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A. E-mail: sandralm@ipt.br

Eduardo Albertin
PhD em Engª Metalúrgica
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A. E-mail: albertin@ipt.br

Resumo Abstract
Os pesquisadores do IPT desenvolveram know- The Division of Metallurgy of IPT has been working
how para correlacionar os resultados laboratoriais de for some years in studies of grinding media wear. Tests
have been conducted using phosphate and iron ores, as
ensaios de desgaste de corpos moedores diretamente well as quartz sand, representing the range of abrasivity
à indústria, por meio de constantes pesquisas e traba- usually found in practical applications.The pilot plant
lhos realizados em parceria com o setor mínero-meta- scale testing program was carried out testing balls made
lúrgico. Os ensaios padronizados em escala-piloto, com of steel and of different types of high chromium white
diferentes tipos de bolas de moinho, de ferros fundi- cast irons, evaluating the wear rates and analyzing the
dos brancos de alto cromo e de aços temperados, nos wear micromechanisms of these balls. In that work, the
quais avaliam-se as taxas e os micromecanismos de objective was the validation of the wear evaluation
method, comparing the results obtained in an industrial
desgaste destas, fornecem uma correlação quantitati- ball mill, grinding phosphate ore with those obtained
va direta com os resultados industriais. O presente running continuously the pilot-scale laboratory mill.
trabalho teve como objetivo a caracterização dos cor- Quantitative correlations between the perfomance of
pos moedores para avaliação desse insumo adquirido the grinding media in the industrial and the laboratory
de diferentes fornecedores para dar subsídio técnico ball mills were obtained. The present work had for
às unidades de moagem industriais. As principais eta- objective the characterization of the grinding media for
pas foram: Determinação das curvas de polarização evaluation of balls acquired from different suppliers.
The main stages were: Determination of the
(avaliação do efeito de corrosão preferencial), polarization curves (evaluation of the preferential
Caracterização metalográfica (caracterização quími- corrosion’s effect), Metallographic characterization
ca e metalográfica das amostras de bolas) e Ensaio de (chemical and metallographic characterization of the
desgaste (avaliação do desgaste dos corpos moedo- balls samples) and Wear tests (to evaluate the wear of
res em unidade-piloto contínua de moagem e classifi- the grinding media in a continuous milling and
cação). Os resultados obtidos permitiram elaborar uma classification pilot scale plant). The results obtained
hierarquia de desempenho técnico. allowed to elaborate a ball wear rate ranking. The final
result is a validated testing method available for the
Palavras-chave: cominuição, corpos moedores, desgaste. industry to foresee the wear of grinding media for each
type of ore, making possible the selection of suppliers
as well as the development of the best alloy for each
case, aiming to lower costs in the grinding process.
Keywords: comminution, grinding media, wear.

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Desgaste na mineração: o caso dos corpos moedores

1. Introdução A disponibilidade de um ensaio re- gio avançado da negociação entre for-


lativamente barato e rápido, capaz de re- necedor e consumidor dos componen-
Considera-se, geralmente, que o produzir, pelo menos parcialmente, as tes, não servindo para desenvolvimen-
consumo de corpos moedores é um dos condições de um moinho de bolas in- to, mas apenas para aprovação ou não
principais itens de custo no processa- dustrial, pode contribuir para o desen- de fornecedor.
mento de minérios. Na indústria de ci- volvimento dos materiais para corpos
mento, as bolas de moinho de ferro fun- moedores, bem como dotar os usuários
dido branco de alto cromo (FFBAC) tor- c) Uso de moinhos de laboratório
de uma ferramenta eficiente para o con-
naram-se o padrão, em vista de um de- trole de qualidade desse insumo essen- Nesse ensaio, empregam-se moi-
sempenho nitidamente superior em com- cial. Um bom ensaio de desgaste deve nhos com até cerca de 1 m de diâmetro,
paração com bolas de aço fundidas ou atender a três requisitos: reprodutibili- em que se consegue reproduzir o tipo de
forjadas. Já, no caso de moagem a úmido dade, capacidade de estabelecer uma hi- interação entre corpos e meio abrasivo
de minérios e, de maneira geral, nas con- erarquia de desempenho (ranking) e encontrada na prática, à exceção da in-
dições mais severas do ponto de vista transferibilidade para a prática verifica- tensidade dos impactos. Vantagens em
do desgaste, as diferenças de desempe- da através dos resultados em serviço. A relação aos testes em moinhos industri-
nho entre os materiais tende a diminuir, literatura apresenta três abordagens, no ais são a maior rapidez dos testes e a
o que torna necessário analisar, caso a que se refere ao estudo de materiais para possibilidade de introduzir e controlar
caso, as eventuais vantagens técnicas e corpos moedores, que estão apresenta- variáveis de operação (tipo e tamanho
econômicas, ao selecionar o tipo de cor- dos a seguir. de grão dos abrasivos, % de sólidos na
po moedor e respectivos material e pro- polpa, etc.) e relativas ao material resis-
a) Uso de testes de laboratório tente ao desgaste, possibilitando o uso
cesso de fabricação.
Nessa categoria, enquadram-se os desses ensaios para o desenvolvimento
Devido ao seu grande potencial ensaios de pino contra lixa e os ensaios dos materiais. Além disso, um tratamento
como material resistente ao desgaste em de trilha com lama abrasiva. Devido à sua adequado dos resultados pode permitir a
aplicações na indústria de processamen- relativa facilidade de realização e ao seu obtenção de dados quantitativos relati-
to de minérios, foram realizados muitos baixo custo, esses ensaios permitiram vos à vida dos componentes em serviço.
estudos em todo o mundo sobre os fer- varrer os parâmetros relativos aos mate- O Instituto de Pesquisas Tecnoló-
ros fundidos brancos de alto cromo. En- riais resistentes ao desgaste, ao mesmo gicas do Estado de São Paulo S/A de-
tretanto a colocação, em prática, de de- tempo em que se verificaram os efeitos senvolveu o ensaio de desgaste de bo-
senvolvimentos relativos a materiais re- devidos a variáveis operacionais, como las em moinho de laboratório, aplican-
sistentes ao desgaste é dificultada pelo dureza e granulometria dos abrasivos, do-o para avaliar o desempenho de FF-
fato de que resultados de ensaios de la- bem como cargas e velocidades. Embora BAC, durante a moagem de minérios de
boratório, em que as condições de inte- esses ensaios atendam aos requisitos de ferro e de fosfato, talco e de areia de
ração abrasivo/metal diferem muito da- reprodutibilidade e capacidade de esta- quartzo. Seus resultados foram valida-
quelas encontradas na prática, tendem a belecer rankings de desempenho dos dos pela realização de ensaios de labo-
ser pouco aceitos como indicadores do materiais, há fortes razões para se ques- ratório e na instalação industrial, na mo-
desempenho desses materiais nos equi- tionar a transferibilidade dos resultados agem de minério de fosfato. O presente
pamentos de moagem industrial. para casos práticos de desgaste de bo- trabalho apresenta os resultados obti-
las de moinho em aplicações industriais, dos em um estudo realizado com o obje-
Por outro lado, os ensaios de cor-
tendo em vista a grande diferença dos tivo de caracterizar bolas de moinho ad-
pos moedores, em condições de produ- sistemas tribológicos. quiridas de diferentes fornecedores para
ção industrial, são demorados e onero-
dar subsídio técnico às unidades de
sos, tanto para os fornecedores desses
b) Uso de bolas marcadas - moinhos moagem industriais.
insumos, como para os usuários. Além
disso, do ponto de vista metodológico, industriais
apresentam sérios problemas, no que se
refere ao controle das condições experi-
Nesse caso, incluem-se testes com 2. Material e métodos
bolas diferenciadas pelo diâmetro maior
mentais, já que não há a possibilidade do que o das bolas da carga normal do O objetivo do trabalho foi a carac-
prática de priorizar a manutenção de con- moinho, teste com bolas marcadas por terização dos corpos moedores para ava-
dições constantes da operação - essen- atividade radioativa e testes com bolas liação desse insumo adquirido de dife-
ciais para uma efetiva comparação de marcadas com furos e entalhes. As difi- rentes fornecedores, o qual foi seqüen-
desempenho - em detrimento das neces- culdades referem-se aos custos de reali- ciado através de três módulos distintos,
sidades da produção. É praticamente in- zação e aos problemas metodológicos apresentados a seguir.
viável, nessas condições, manter sob decorrentes da dificuldade de se contro- • Módulo I - Determinação das curvas
controle todas as variáveis que podem lar as condições dos ensaios. Além dis- de polarização para definição de quan-
afetar os resultados. so, só podem ser realizados em um está- tos grupos poderiam ser montados

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sem que houvesse o efeito de corro- Circuito de moagem / métricas do underflow e overflow do ci-
são preferencial de algumas bolas e classificação clone.
de proteção de outras durante a avali-
ação do desgaste de corpos moedo- Utilizaram-se circuito fechado de Taxas de desgaste
res, realizado no Módulo III. moagem contínua a úmido e classifica-
ção, conforme apresentado no fluxogra- No caso de corpos moedores, um
• Módulo II - Caracterização química e ma da Figura 1. O moinho de bolas de parâmetro indicativo de sua durabilida-
metalográfica das bolas. laboratório, marca Denver, equipado com de é a constante cinética de desgaste,
• Módulo III - Ensaio de desgaste para um medidor eletrônico de potência, foi relacionada à taxa específica de consu-
avaliação do desgaste dos corpos revestido internamente com uma manta mo. A taxa de consumo representa a per-
moedores em unidade-piloto de moa- de borracha com 1 cm de espessura, com da de massa dos corpos moedores em
gem e classificação, segundo metodo- o objetivo de minimizar possíveis efei- relação a fatores como consumo energé-
logia desenvolvida pelo IPT. O objeti- tos de corrosão, decorrentes de intera- tico (g/kWh), tempo de moagem (g/h)
vo dessa etapa foi estabelecer o ções entre as ligas das bolas e o aço da ou toneladas de minério moído (g/t).
ranking de desempenho das bolas, em carcaça. Trabalhou-se em circuito fecha-
O modelo mais amplamente aceito,
condições tais que os resultados pos- do com um ciclone, onde o underflow
para caracterizar a cinética de consumo
sam ser transferidos para a prática in- (grossos) da classificação retornava
de corpos moedores, em moinhos rotati-
dustrial. Foi também realizado um es- para a alimentação do moinho e o over-
vos, é a lei do desgaste linear, segundo a
tudo inicial sobre o efeito da adição flow (finos) era bombeado para uma cai-
qual a taxa ou a velocidade de consumo
de inibidor de corrosão. xa de decantação, sendo a água retorna-
do corpo moedor é diretamente propor-
da ao processo.
Foram recebidos seis tipos de cor- cional à sua área superficial exposta aos
pos moedores (bolas) para ensaio, de- A taxa de alimentação nova de mi- diversos mecanismos de desgaste. Como
nominadas de CM1 a CM6 e identifica- nério de ferro com umidade em torno de conseqüência, a diminuição de diâmetro
das por diferentes tipos de marcação atra- 8% do moinho foi de cerca de 74 kg/h das bolas com o tempo de moagem é li-
vés de furos feitos por eletroerosão. De (base seca) e a malha de moagem foi de near. No presente trabalho, a análise do
cada lote de bolas, algumas foram sele- 325 mesh (0,044 mm). Como controle de desgaste foi realizada convertendo-se os
cionadas aleatoriamente e destinadas a processo, foram utilizadas vazões más- resultados de perda de massa para vari-
ensaios de análise química e corrosão. sicas e volumétricas e análises granulo- ação de diâmetro. Os diâmetros equiva-
Os resultados de caracterização de cada tipo
de bola são apresentrados na Tabela 1.

Run in
O run in refere-se a um período pre-
liminar de moagem e é essencial para se
conseguir remover heterogeneidades
superficiais das bolas decorrentes dos
processos de fundição e tratamento tér-
mico e remover a estrutura coquilhada
presente em bolas de algumas composi-
ções, nas regiões próximas à superfície.
Em alguns casos, a maior parcela de des-
gaste, durante um ensaio de laboratório,
poderia ocorrer nessa região, o que com-
prometeria a transferibilidade de resulta-
dos. Para a realização da etapa de run in,
utilizou-se areia com cerca de 74% de
material entre as malhas 0,3 mm e 0,21
mm. O run in foi realizado num total de
25 horas de moagem em moinho de bo-
las a seco, com 4 (quatro) intervalos de AL - Alimentador vibratório BP - Bomba de polpa
parada, nos quais era trocada a areia MO - Moinho de bolas MA - Manômetro
moída por areia nova e as bolas eram CP- Caixa de polpa CL - Ciclone classificador
limpas e pesadas. Figura 1 - Fluxograma da planta de moagem de laboratório.

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Desgaste na mineração: o caso dos corpos moedores
Tabela 1 - Características dos corpos moedores.

Corpo moedor Comp. química Resultado do


Tipo de liga ensaio de
CM Fotografia Microestrutura C (%) Cr (%) corrosão

Ferro fundido
Ataque
1 branco comum 3,26 1,1
generalizado
coquilhado

Ferro fundido
Comportamento
2 branco de alto 2,71 25
passivo
cromo

Aço alto carbono


3 0,86 0,22 Ataque por pite
temperado

Ferro fundido
4 branco de alto 3 11 Ataque por pite
cromo

Ferro fundido
Comportamento
5 branco de alto 3 30
passivo
cromo

Aço alto carbono


6 1,19 0,59 Ataque por pite
temperado

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lentes foram calculados com as densidade 3. Resultados onar um inibidor de corrosão com um
de 7,5 g/cm³, para as bolas de ferro tempo total de moagem de 55 horas. Os
fundido branco de alto cromo, e de Comparação dos resultados corpos moedores avaliados nesse ensaio
7,7 g/cm³, para a bola de aço. Assim, em obtidos nos ensaios D1, D2 e D3 foram:
gráficos de perda de diâmetro pelo tem- • CM1: por ser provavelmente o mais
A Figura 2 apresenta o comparati-
po de moagem, foram obtidas as taxas barato entre todos os materiais ensai-
vo geral entre as seis famílias de bolas
de desgaste k, correspondentes aos res- ados.
ensaiadas, com as respectivas perdas em
pectivos coeficientes angulares das re-
massa e diâmetro, bem como suas taxas • CM2: por ter apresentado o melhor de-
tas. Uma vantagem da utilização desse
de desgaste. O tempo de moagem em sempenho nos ensaios.
parâmetro é que seu valor não depende
cada ensaio foi de cerca de 56 horas. • CM4: por ter apresentado o segundo
do diâmetro original das bolas, ao con-
trário do que quando se utiliza a perda O corpo moedor CM2 apresentou melhor resultado geral nos ensaios de
de massa como indicador da taxa de des- o melhor desempenho nos ensaios de desgaste; também é relevante que esse
gaste. Por uma analogia direta com os desgaste em moinho de bolas, seguido material é o de menor teor de cromo, en-
processos de cominuição de minerais, é do CM4. O pior resultado foi apresenta- tre os ferros fundidos ligados, sendo,
razoável afirmar que a cinética do des- do pelo CM1, com uma taxa de desgaste possivelmente, de menor custo.
gaste seja similarmente dependente da de 4,7 mm/h. Os aços conformados me- • CM6: por ter apresentado o melhor re-
intensidade energética do processo, isto canicamente (CM3 e CM6) apresentaram sultado entre os aços.
é, de quantos kWh de energia são apli- desempenho inferior ao dos ferros fun-
cados para cada tonelada de corpos mo- didos de alto cromo.
edores na carga do moinho. Portanto a Ensaios D5 e D6
potência consumida pelo moinho, duran- Os ensaios D5 e D6 são repetições
te os ensaios, foi monitorada, e, para cada Ensaio D4 das avaliações de taxas de desgaste para
material, foi calculado o parâmetro Ke, as bolas de aço CM3 e CM6 (ensaio D5)
expresso em g/kWh. No ensaio D4, avaliou-se o desem-
penho dos corpos moedores ao se adici- e para as bolas de ferro fundido de alto

Ensaios de desgaste
De acordo com os resultados obti- Perdas Taxas de desgaste
Família
dos no Módulo I, referente à caracteriza- (g) (mm) K (µm/h) Ke(g/kWh)
ção das bolas quanto ao potencial de cor- CM2 1,13 0,11 1,88 11,08
rosão, os ensaios de desgaste foram divi-
didos em testes, apresentados a seguir. CM4 1,74 0,17 2,99 18,14
CM5 1,8 0,17 3,08 17,81
• Ensaio D1: realizado com os corpos
moedores CM2 e CM5, que apresen- CM6 2,72 0,21 3,73 20,14
taram comportamento passivo no en- CM3 3,05 0,26 4,5 25,1
saio de corrosão.
CM1 2,75 0,25 4,73 27,09
• Ensaio D2: realizado com os corpos
moedores CM3, CM4 e CM6, que apre-
sentaram ataque por pite no ensaio de
corrosão.
• Ensaio D3: realizado com o corpo mo-
edor CM1, que sofreu ataque genera-
lizado no ensaio de corrosão.
• Ensaio D4: realizado com os corpos
moedores CM1, CM2, CM4 e CM6,
com utilização de inibidor de corrosão.
• Ensaio D5: ensaios complementares
para as bolas CM3 e CM6.
• Ensaio D6: ensaios complementares
para as bolas CM2 e CM5. Figura 2 - Comparação entre os diversos corpos moedores.

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Desgaste na mineração: o caso dos corpos moedores
cromo CM2 e CM5 (ensaio D6). Com es-
ses ensaios, procurou-se verificar se ha-
via alteração da taxa de desgaste, em re-
lação aos resultados obtidos inicialmen-
te, na medida em que se afastava da su-
perfície original das bolas. Para isso, foi
feito um segundo período de run in, com
moagem a úmido, contínua, por 40 ho-
ras, utilizando-se a areia de fundição des-
crita anteriormente, seguindo-se o en-
saio normal com minério de ferro. No Referência: FRD=100, para a bola CM1 no ensaio D3
ensaio D5, o tempo total de moagem foi
de 23 horas e no, ensaio D6, o experi- Figura 3 - Comparação do Fator de Resistência ao Desgaste.
mento foi conduzido por 54,5 horas.
ram-se repetitivos, obtendo-se valores A partir da medição da potência
de taxas de desgaste praticamente idên- consumida pelo moinho, durante os en-
Comparação geral dos
ticos nos casos em que o mesmo materi- saios, foi possível determinar, também,
resultados de desempenho al foi ensaiado duas ou três vezes. taxas de desgaste expressas em termos
das bolas de g/kWh. O ranking técnico obtido em
O ferro fundido branco de alto cro-
A Figura 3 apresenta uma compara- laboratório é comparável ao dos testes
mo CM2 apresentou desempenho des-
ção do conjunto de resultados. Nesse industriais.
tacado, com durabilidade cerca de 150%
gráfico, os resultados são apresentados (2,5 vezes) maior em comparação com o
como Fator de Resistência ao Desgaste material de pior desempenho. O segun-
(FRD), calculado para cada material, to- do grupo, em termos de desempenho,
5. Referências
mando-se como referência o desempe- também foi constituído por ferros fundi- bibliográficas
nho das bolas CM1, no ensaio D3. O dos brancos de alto cromo, os materiais INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS.
Relatório nº74638-205 - Caracterização de corpos
FRD de cada material é calculado divi- CM4 e CM5, que apresentaram durabili- moedores-bolas - módulo III - Desgaste de corpos
dindo-se o valor da taxa de desgaste das dade entre 50 e 70% maior em compara- moedores em moinho de bolas. São Paulo: IPT, 2005.
bolas CM1 no ensaio D3 pelo valor da (Relatório final).
ção com o material de pior desempenho. CASSOLA, M.S. MORAES, S. L., ALBERTIN, A. Ensaio
taxa de desgaste do material em ques- de moagem piloto: referência para avaliação da taxa
O aço temperado CM6 apresentou
tão. Dessa forma, o parâmetro FRD indi- de desgaste de corpos moedores. Tecnologia em
desempenho cerca de 25% maior, em Metalurgia e Materiais, v.1 n2, out-dez. 2004. p28-
ca em que proporção o desempenho de 33.
comparação com o material de pior de-
cada material é melhor do que o das bo- ALBERTIN, E. Efeito da porcentagem de carbonetos e
sempenho. Já o resultado do aço CM3 da microestrutura da matriz metálica sobre a
las CM1. Analisa-se, também, a variação resistência ao desgaste de ferros fundidos brancos
foi comparável ao do material de pior
de desempenho em diferentes ensaios de alto cromo - ensaios em moinho de bolas. São
desempenho. O ferro fundido branco Paulo: Escola Politécnica, Universidade de São
para um mesmo material.
comum coquilhado, CM1, e o aço CM3 Paulo, 1993. 297p. (Tese de Doutorado).
SEPÚLVEDA, J. Recomendaciones práticas para la evaluacion
foram os materiais de pior desempenho. de cuerpos moledores a escala industrial. In: SIMPÓSIO
4. Conclusões No caso do ferro fundido comum, esse BRASILEIRO DE MINÉRIO DE FERRO:
CARACTERIZAÇÃO, BENEFICIAMENTO E
resultado é a conseqüência esperada de PELOTIZA-ÇÃO, 1. Ouro Preto,1996. Anais... Ouro
Nos ensaios de desgaste, moendo sua menor dureza e menor resistência à Preto: ABM,1996. p.595-614.
minério de ferro em escala-piloto, a úmi- corrosão, por sua vez decorrentes da INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Relatório
nº31.480/93- Ensaios contínuos de moagem para
do, em regime contínuo, simulando con- composição química e da microestrutura auxílio na avaliação da taxa de desgaste de corpos
dições de operação em escala industrial, desse material. Já no caso do aço CM3, moedores. São Paulo: IPT, 1993. (Relatório final).
foram determinadas as taxas de desgas- BERALDO, J. L. Moagem de minérios em moinhos
o baixo desempenho pôde ser correlaci- tubulares. Cap. 3. Projeto e construção de moinhos
te de bolas de moinho de seis diferentes onado com sua fragilidade, que causou de barras e de bolas. p.22-47
materiais, compreendendo: um ferro fun- o aparecimento de trincas e lascamentos CHAVES, A. P., PERES, A. E. C. Teoria e prática do
tratamento de minérios. Britagem, peneiramento e
dido branco comum coquilhado, dois durante os ensaios. moagem. São Paulo: Signus, 1999. p. 562-649.
aços alto carbono conformados mecani- MASCIA, R. Desenvolvimento e caracterização
camente e temperados e três ferros fun- A utilização de um aditivo inibidor tribológica de materiais resistentes ao desgaste
abrasivo para a indústria mineradora de
didos de alto cromo. A metodologia dos de corrosão só produziu efeito significa- cassiterita. Uberlândia: Universidade Federal de
ensaios permitiu a determinação da re- tivo no caso do material CM1, ferro fun- Uberlândia, 2002. 141p. (Dissertação de Mestrado).
dução do diâmetro das bolas com o tem- dido branco comum coquilhado. Esse
po, obtendo-se as taxas de desgaste ex- material foi o único que apresentou corro- Artigo recebido em 07/12/2005 e
pressas como mm/h. Os ensaios mostra- são generalizada nos ensaios de corrosão. aprovado em 06/04/2006.

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