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ARTIGO

Democracia na era digital

Vitória Régia Santos de Sousa


Introdução

Palavras chave:

Crise de representação
Nas últimas décadas, nomeadamente no Brasil, foi possível acompanhar diversas
crises políticas e manifestações populares em curto espaço de tempo. Podemos citar,
a título de exemplo, as notícias sobre o empeachment da Dilma em 2017, xxx.
Tais eventos são indícios da crise de representação política que o pais enfrentou e
ainda enfrenta. Por definição, segundo o cientista político francês Bernard Manin, a
representação forte tem alicerce numa poderosa relação estável de confiança entre
eleitores e partidos políticos, com maioria de eleitores identificados e fieis a
determinados partidos.
Se de um lado há uma crescente mobilização social que informa a deslegitimidade
com as instituições politicas tradicionais, também denota a insatisfação e o desejo de
mudança daqueles que os representam.
Kathryn Hochstetler e Elisabeth Jay apontam que tanto no Brasil quanto na Argentina,
há um movimento de mobilização social que demonstram uma insatisfação com os
partidos políticos e os representantes em exercício do parlamento. As autoras notam
ainda uma tendência de aproximação à entidades de representação mais próximas e
menos engessadas, citando como exemplo os movimentos sociais e organizações
civis.
José Álvaro Moises, não só reafirma a existência da crise, como afirma que não há
descontamento apenas em termos de representatividade, mas são gerados, na
sociedade, uma grande crise de desengajamento cívico.
Há, portanto, uma grande dicotomia nas palavras contidas na Carta Magna. Assim, se
todo poder emana do povo, há uma diminuição do papel político, pois, segundo Bruna
Andrade, por um povo que não decide e não governa, mas apenas elege e delega,
sendo, portanto, um papel insuficiente diante de uma efetiva democracia.
Assim, as discussões na esfera política não são as mesmas opiniões debatidas nas
organizações civis, não há efetiva participação dos eleitores que se distanciam das
tomadas de decisões que definem importantes passos para o rumo que diversos
setores da sociedade levam.
Se de um lado há um cenário devastador em termos democráticos, de outro, nunca se
viu um fluxo tão grande de informações, uma vez que estamos vivendo na sociedade
de informação, em que somos bombardeados de informação a todo tempo. Pelo
menos, xxx da população possui acesso a internet, sendo que dessa população, pelo
menos , passam duas horas ou mais diárias navegando na internet.
Se conclui, portanto, que a população está cada vez mais conectada mas não para
tratar de política. Por quais razões?

E-democracia – potenciais democráticos da internet

Em xxx, Pierre Lévy ao tratar de cibercultura, já previu a possibilidade da existência da


tecnodemocracia, através de um aumento de potencialidade da cidadania através de
um processo de informatização da sociedade. Porém, posteriormente, Cunningham
lançou olhos sobre a internet como meio, mas que, em que pesem tais potenciais, não
necessariamente a tecnologia representa a efetiva participação popular, uma vez que
outros fatores podem determinar. Serve, portanto, apenas de um meio facilitador, de
uma das maneiras a mais que podem encurtar o caminho entre os representantes
políticos e os anseios da sociedade.
Podem ser identificadas, segundo Wilson Gomes na obra democracia digital, algumas
funções que a e-democracia assume, como função de opinião, demanda de
explicação, manifestação, e em posições mais radicais, até mesmo a função de
interferência na decisão política.
Aggio e Sampaio elegeram algumas formas de como a participação via internet
poderia funcionar, sendo elas: a) participação via voto (e-voting) em que os cidadãos
escolhem entre opções previamente formuladas; b) Participação via deliberação (e-
deliberation) em que são realizadas trocas argumentativas, debates, seja entre si ou
com a participação de representantes de diversas áreas de forma a fomentar a
discussão.
Cite-se ainda a participação via petições online (e-petioning), podendo serem
realizados abaixo assinados reivindicando algumas questões ao poder público, e
ainda, a e-decision making que define na participação direta dos cidadãos na tomada
de decisões políticas, e por último, a e-consultation, que define a possibilidade de
convocação de cidadãos a consultas realizadas sobre um tema de relevância. São
quase os amicus curiae ou importantes autoridades ouvidas em audiências públicas
sobre determinados assuntos.
REFERÊNCIAS
AGGIO, Camilo; SAMPAIO, Rafael Cardoso. Democracia Digital e Participação: Os modelos de
consulta e os desafios. In: COCCO, Giuseppe (Org.). Gabinete Digital: análise de uma
experiência. Porto Alegre: CORAG, 2013. p. 19-36

CUNNINGHAM, Frank. Teorias da Democracia: Uma Introdução Crítica. Porto Alegre: ARTMED,
2009.

GOMES, Wilson. Democracia digital: Que democracia?, 2010. Disponivel em: . Acesso em: 08
dez. 2014.

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