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AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE: um estudo do cálculo da Renda Mensal

Inicial

1. INTRODUÇÃO

O presente ensaio foi desenvolvido no intento de explicitar a maneira por que se efetua o
cálculo dos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte, enquanto necessário à composição de
nota na disciplina de Cálculos Previdenciários, de forma a esclarecer como o Instituto Nacional de
Seguridade Social efetua s referidos cálculos, seguindo a legislação vigente, e trazer à tona
possíveis embates e certezas jurisprudenciais acerca do tema.

Seguindo este intento, foram realizadas pesquisas em material teórico e jurisprudencial


constante em sítios na internet, bem como na legislação corrente.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Dentro de uma proposta de apresentar o modo por que se faz o cálculo da Renda Mensal
Inicial (RMI) dos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte, convém apresentar,
inicialmente, o conceito do que se entende por “cálculo da RMI”. Segundo dita o próprio Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS), em sítio próprio, “é a forma como os sistemas do INSS
estão programados para cumprir o que está previsto na legislação em vigor e definir o valor inicial
que vai ser pago mensalmente ao cidadão em função do benefício a que teve direito.”1

Desta maneira, percebe-se a importância do tema em questão e a necessidade esclarecimento


da forma por que ocorre este cálculo, além da definição dos benefícios em si.

2.1. Auxílio-reclusão e o cálculo da RMI

O auxílio-reclusão é um benefício previdenciário previsto no art. 80, da Lei 8.213/91, devido


aos dependentes dos segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que estão presos em
regime fechado. O benefício é pago enquanto o segurado estiver preso e não pode ser concedido se
ele receber salário ou outro benefício previdenciário.

1
Valor da pensão por morte e auxílio-reclusão. INSS. Disponível em: <https://www.inss.gov.br/beneficios/pensao-por-
morte/valor-da-pensao-por-morte-e-auxilio-reclusao/>. Acesso em 24/02/2019.
Insta destacar que o benefício sofreu alterações recentes, por meio da Medida Provisória-MP
871/2019. Com ela, o auxílio-reclusão passou a ter carência de 24 (vinte e quatro) contribuições,
antes bastava apenas uma contribuição. Além disso, não será devido ao preso em regime
semiaberto, e a comprovação de baixa renda será feita a partir da média dos últimos 12 (doze)
salários do segurado e não somente a do último mês antes da prisão.

Como ao cálculo do benefício aplicam-se as regras da pensão por morte (conforme art. 80,
da Lei 8213/91), o cálculo da Renda Mensal Inicial do auxílio-reclusão será 100% (cem por cento)
do valor correspondente à aposentadoria por invalidez que o segurado receberia se estivesse assim
aposentado na data de recolhimento à prisão. Desta forma, a cargo de exemplo, se certa pessoa fosse
detida e, já sendo aposentada recebesse valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais por este benefício),
seus dependentes receberiam também o mesmo valor enquanto auxílio-reclusão.

Ainda, se o trabalhador cometesse delito, não sendo aposentado e cumprindo as demais


condições previstas em lei, e viesse a ser preso, seus dependentes receberiam o valor que ao preso
corresponderia a cargo de aposentadoria por invalidez. Assim, verificando o disposto nos art. 44 c/c
art. 45 da Lei nº 8.213/91, os dependentes receberiam um valor correspondente a 100 % do salário
de benefício correspondente, igualando o benefício ao salário mínimo vigente se o valor do salário
de benefício for àquele inferior.

O salário de benefício da aposentadoria por invalidez tem cálculo próprio, definido no art.
29, I, da Lei 8.213/91 c/c arts. 3º a 7º da Lei nº 9.876/99. Segundo estes, deve-se fazer uma média
aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80 % do período em que
o mesmo recolheu ao INSS, multiplicando o resultado pelo fator previdenciário.

Os salários a se levar em consideração no cálculo serão aqueles ou posteriores ao ano de


1999 até o ano vigente, ou constantes do período entre 1994 e 1999 (atendendo a regra de transição
por mudança na legislação ora vigente). Desta média aritmética e da multiplicação pelo fator
previdenciário obtém-se o valor do salário de benefício.

2.2. Pensão por morte e o cálculo da RMI

A pensão por morte é um benefício previdenciário destinado aos dependentes (cônjuge,


companheiro, filhos e enteados menores de 21 anos ou inválidos, desde que não tenham se
emancipado; pais; irmãos não emancipados, menores de 21 anos ou inválidos) do beneficiário. O
benefício é regulado pela Lei 8.213/91, nos arts. 74 a 79, Decreto 3.048/99, nos arts. 105 a 115 e IN
77/2015, nos arts. 364 a 380.

Importante destacar que o instituto sofreu recentes alterações, primeiro com a Lei 13.135/15,
que alterou o tempo de duração do benefício para cônjuges e companheiros, de acordo com o tempo
de contribuição do segurado e a idade desses dependentes. Com isso, para cônjuge ou companheiro
ter pensão vitalícia, passou a ser necessário que o casamento ou união estável tenha 02 (dois) anos
ou mais e o dependente 44 (quarenta e quatro) anos ou mais de idade.

Além dessa Lei, a Medida provisória 871/2019 também trouxe alterações na pensão por
morte. Antes, o judiciário reconhecia relações de união estável ou de dependência econômica com
base em prova testemunhal e concedia o benefício. Nesse sentido, já existia entendimento
consolidado pela Turma Nacional de Uniformização-TNU, na súmula 63. Contudo, agora a MP
exige comprovação documental.

Ademais, para o recebimento desde a data da morte do segurado, filhos menores de 16 anos
precisarão requerer o benefício em até 180 dias após o falecimento. Pela regra anteriormente em
vigor, o prazo não existia para fins de retroatividade.

O cálculo da Renda Mensal Inicial do benefício em questão será 100% (cem por cento)
sobre o valor que o segurado recebia a título e aposentadoria. Caso o segurado não esteja
aposentado na data do óbito, a RMI corresponderá a 100% (cem por cento) do valor que teria direito
se fosse aposentado por invalidez (conforme art. 75 da Lei nº 8.213/91). Desta forma, remonta-se à
explanação referente ao cálculo do auxílio-reclusão, supra.

2.2.1. Divergência jurisprudencial na revisão do benefício

Cabe salientar que o cálculo do benefício poderá ser revisto em caso de vício existente. No
caso da pensão por morte, havia divergência acerca do termo inicial do prazo decadencial para o
pedido de revisão de benefício concedido a menor, cujo vício no cálculo datava da concessão da
aposentadoria do segurado.

Parte da jurisprudência entendia iniciar o prazo na data da concessão da aposentadoria do


segurado, de modo que findo o prazo o beneficiário da pensão não poderia requerer a revisão do
benefício. Outra parcela entendia que o termo inicial seria a concessão da própria pensão por morte.
Quanto ao assunto, a segunda turma do Superior Tribunal de Justiça tem entendimento
consolidado no sentido de que “se o beneficiário da pensão por morte recebe benefício a menor,
ainda que o vício se encontre no passado, os efeitos que refletem na RMI da pensão podem ser
revistos no momento da sua concessão” (STJ-Resp: 1736480 RN 2018/0092012-0, Relator:
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Data de publicação: DJ 01/06/2018).

A decisão em questão nos parece acertada, haja vista que a aposentadoria e a pensão por
morte são benefícios distintos e autônomos com titulares diferentes, muito embora decorram do
mesmo critério de cálculo. Assim sendo, conclui-se que seus titulares possuem, de forma
independente, o direito de requerer a revisão do benefício.

3. CONCLUSÃO

Diante do exposto, verificou-se a importância do esclarecimento da maneira por que se


realiza o cálculo dos referidos benefícios previdenciários. Muito se discute acerca da justiça de
concessão da pensão por morte, em especial por desconhecimento do benefício em si e da realidade
dos que dele necessitam, de forma que se faz premente elucidar tanto o benefício quanto seu
cálculo, o que se aplica aos demais benefícios previdenciários.

4. REFERÊNCIAS

AGUIAR, Joice Souza. A (im)possibilidade de devolução ao INSS dos valores recebidos no caso
da perda do benefício de pensão por morte: um estudo jurisprudencial à luz do Tribunal
Regional Federal da 4ª região. Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/handle/1/6061>.
Acesso em 23/02/19.

Lei 8.213/91. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm. Acesso


em 23/02/2019.

Medida Provisória 871/2019. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-


2022/2019/Mpv/mpv871.htm. Acesso em 23/02/2019.

Novas regras para o benefício de pensão por morte. Disponível em


http://www.previdencia.gov.br/2015/10/al-novas-regras-para-o-beneficio-de-pensao-por-morte/.
Acesso em 23/02/2019.

PEREIRA, Edcarlos Salles. Limitação do auxílio reclusão no quesito baixa renda. Disponível
em: <http://ojs.santacruz.br/index.php/JUSFARESC/article/view/1968/1761>. Acesso em 23/02/19.

STJ-Resp: 1736480 RN 2018/0092012-0, Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Data de
publicação: DJ 01/06/2018.

Súmula 63 TNU. Disponível em


http://www.cjf.jus.br/phpdoc/virtus/sumula.php?nsul=63&PHPSESSID=30dcknde39f46lhieab9fjhe
07. Acesso em 23/02/2019.

Valor da pensão por morte e auxílio-reclusão. INSS. Disponível em:


<https://www.inss.gov.br/beneficios/pensao-por-morte/valor-da-pensao-por-morte-e-auxilio-
reclusao/>. Acesso em 24/02/2019.

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