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Inicial
1. INTRODUÇÃO
O presente ensaio foi desenvolvido no intento de explicitar a maneira por que se efetua o
cálculo dos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte, enquanto necessário à composição de
nota na disciplina de Cálculos Previdenciários, de forma a esclarecer como o Instituto Nacional de
Seguridade Social efetua s referidos cálculos, seguindo a legislação vigente, e trazer à tona
possíveis embates e certezas jurisprudenciais acerca do tema.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Dentro de uma proposta de apresentar o modo por que se faz o cálculo da Renda Mensal
Inicial (RMI) dos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte, convém apresentar,
inicialmente, o conceito do que se entende por “cálculo da RMI”. Segundo dita o próprio Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS), em sítio próprio, “é a forma como os sistemas do INSS
estão programados para cumprir o que está previsto na legislação em vigor e definir o valor inicial
que vai ser pago mensalmente ao cidadão em função do benefício a que teve direito.”1
1
Valor da pensão por morte e auxílio-reclusão. INSS. Disponível em: <https://www.inss.gov.br/beneficios/pensao-por-
morte/valor-da-pensao-por-morte-e-auxilio-reclusao/>. Acesso em 24/02/2019.
Insta destacar que o benefício sofreu alterações recentes, por meio da Medida Provisória-MP
871/2019. Com ela, o auxílio-reclusão passou a ter carência de 24 (vinte e quatro) contribuições,
antes bastava apenas uma contribuição. Além disso, não será devido ao preso em regime
semiaberto, e a comprovação de baixa renda será feita a partir da média dos últimos 12 (doze)
salários do segurado e não somente a do último mês antes da prisão.
Como ao cálculo do benefício aplicam-se as regras da pensão por morte (conforme art. 80,
da Lei 8213/91), o cálculo da Renda Mensal Inicial do auxílio-reclusão será 100% (cem por cento)
do valor correspondente à aposentadoria por invalidez que o segurado receberia se estivesse assim
aposentado na data de recolhimento à prisão. Desta forma, a cargo de exemplo, se certa pessoa fosse
detida e, já sendo aposentada recebesse valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais por este benefício),
seus dependentes receberiam também o mesmo valor enquanto auxílio-reclusão.
O salário de benefício da aposentadoria por invalidez tem cálculo próprio, definido no art.
29, I, da Lei 8.213/91 c/c arts. 3º a 7º da Lei nº 9.876/99. Segundo estes, deve-se fazer uma média
aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80 % do período em que
o mesmo recolheu ao INSS, multiplicando o resultado pelo fator previdenciário.
Importante destacar que o instituto sofreu recentes alterações, primeiro com a Lei 13.135/15,
que alterou o tempo de duração do benefício para cônjuges e companheiros, de acordo com o tempo
de contribuição do segurado e a idade desses dependentes. Com isso, para cônjuge ou companheiro
ter pensão vitalícia, passou a ser necessário que o casamento ou união estável tenha 02 (dois) anos
ou mais e o dependente 44 (quarenta e quatro) anos ou mais de idade.
Além dessa Lei, a Medida provisória 871/2019 também trouxe alterações na pensão por
morte. Antes, o judiciário reconhecia relações de união estável ou de dependência econômica com
base em prova testemunhal e concedia o benefício. Nesse sentido, já existia entendimento
consolidado pela Turma Nacional de Uniformização-TNU, na súmula 63. Contudo, agora a MP
exige comprovação documental.
Ademais, para o recebimento desde a data da morte do segurado, filhos menores de 16 anos
precisarão requerer o benefício em até 180 dias após o falecimento. Pela regra anteriormente em
vigor, o prazo não existia para fins de retroatividade.
O cálculo da Renda Mensal Inicial do benefício em questão será 100% (cem por cento)
sobre o valor que o segurado recebia a título e aposentadoria. Caso o segurado não esteja
aposentado na data do óbito, a RMI corresponderá a 100% (cem por cento) do valor que teria direito
se fosse aposentado por invalidez (conforme art. 75 da Lei nº 8.213/91). Desta forma, remonta-se à
explanação referente ao cálculo do auxílio-reclusão, supra.
Cabe salientar que o cálculo do benefício poderá ser revisto em caso de vício existente. No
caso da pensão por morte, havia divergência acerca do termo inicial do prazo decadencial para o
pedido de revisão de benefício concedido a menor, cujo vício no cálculo datava da concessão da
aposentadoria do segurado.
A decisão em questão nos parece acertada, haja vista que a aposentadoria e a pensão por
morte são benefícios distintos e autônomos com titulares diferentes, muito embora decorram do
mesmo critério de cálculo. Assim sendo, conclui-se que seus titulares possuem, de forma
independente, o direito de requerer a revisão do benefício.
3. CONCLUSÃO
4. REFERÊNCIAS
AGUIAR, Joice Souza. A (im)possibilidade de devolução ao INSS dos valores recebidos no caso
da perda do benefício de pensão por morte: um estudo jurisprudencial à luz do Tribunal
Regional Federal da 4ª região. Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/handle/1/6061>.
Acesso em 23/02/19.
PEREIRA, Edcarlos Salles. Limitação do auxílio reclusão no quesito baixa renda. Disponível
em: <http://ojs.santacruz.br/index.php/JUSFARESC/article/view/1968/1761>. Acesso em 23/02/19.
STJ-Resp: 1736480 RN 2018/0092012-0, Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Data de
publicação: DJ 01/06/2018.