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Nº 4, Junho de 2017

Guia Prático de Atualização


Departamento Científico de Adolescência

Disforia
de Gênero

Departamento Científico de Adolescência


Presidente: Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo
Secretária: Evelyn Eisenstein
Conselho Científico: Beatriz Elizabeth Bagatin Veleda Bermudez, Elizabeth Cordeiro Fernandes,
Halley Ferraro Oliveira, Lilian Day Hagel, Patrícia Regina Guimarães,
Tamara Beres Lederer Goldberg
Colaboradores: Alexandre Costa Val (Universidade Federal de Ouro Preto, MG);
Alexandre Saadeh (Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero
e Orientação Sexual do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP, AMTIGOS);
Bianca Machado Borba Soll (Programa de Identidade de Gênero/
HCPA-PROTIG/RS); Carmita Abdo (Programa de Estudos em Sexualidade
(ProSex) / Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo);
Crésio Alves (Presidente do Departamento Científico de Endocrinologia
da SBP); Cristiane de Freitas Cunha (MG), Dennis Alexander Burns (DF),
Iolanda Maria Novadzki (PR); Karine Ferreira dos Santos (MG);
Karine Schwarz (Programa de Identidade de Gênero/HCPA-PROTIG/RS);
Mariane Bagatin Bermudez (RS) e Rosana Pereira Marques (PR).

Introdução nhá-los quando necessário para um serviço de


referência.

O pediatra poderá ser o primeiro profissio- As crianças entre 6 e 9 meses são capazes de
nal a ser procurado para conversar sobre a se- diferenciar, quanto ao gênero, vozes e faces.1 Aos
xualidade e eventualmente sobre as variações 12 meses, associam vozes masculinas e femini-
de gênero das crianças e adolescentes, e deve nas a determinados objetos tidos como típicos
estar capacitado para tal. Este documento cien- de cada gênero. Embora mais nítido aos 2 anos,
tífico foi elaborado com o objetivo de atualizar o crianças de 17 a 21 meses de vida têm habili-
pediatra sobre questões relacionadas a gênero, dade de se identificar como meninos ou meni-
abordando o que hoje é designado como disforia nas e apresentam brincadeiras relacionadas ao
de gênero, no intuito de informar e assegurar o gênero.1 A identidade de gênero tem início en-
seguimento adequado desses indivíduos e suas tre 2-3 anos de idade. Entre 6-7 anos, a criança
famílias, sobretudo enfatizando a necessidade tem consciência de que seu gênero permanecerá
de ouvi-los de modo individualizado e encami- o mesmo.2 Na maioria das pessoas, existe uma

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Disforia de Gênero

conformidade entre o sexo biológico (caracterís- identidade de gênero se refere à experiência de


ticas genitais presentes ao nascimento) e a iden- gênero interna, profunda e pessoal de cada um,
tidade de gênero (a experiência emocional, psí- podendo ou não corresponder ao sexo de nasci-
quica e social de uma pessoa enquanto feminina, mento. A identidade de gênero existe dentro de
masculina ou andrógina definida pela cultura de um espectro, o que significa que compreende fe-
origem). Entretanto, em alguns indivíduos exis- minino, masculino e toda uma gama de variações
te uma incongruência entre o sexo biológico e e até de neutralidade entre ambos.7
a identidade de gênero. O estresse, sofrimento
Crianças e adolescentes que apresentam dis-
e desconforto causados por essa discrepância é
cordância entre o sexo biológico e a identidade
chamado de disforia de gênero.2
de gênero podem ser alvos de bullying, rejeição,
Nos últimos anos tem-se observado um au- violência física ou verbal e ostracismo social, re-
mento do número de crianças e adolescentes que percutindo negativamente na qualidade de vida
buscam avaliação médica devido à não conformi- e no bem-estar psicológico. A família, frequente-
dade de gênero. Os principais fatores responsá- mente, é alvo de críticas e rejeição, necessitando
veis por essa tendência são: maior acesso a in- também da atenção do pediatra.1,2
formações por meio da internet, maior exposição
de variantes de gênero na mídia e mais diálogo
entre pais e seus filhos sobre essas questões.2 O que é disforia ou
incongruência de gênero?
Apesar dessa maior “abertura” em relação
ao tema, crianças e adolescentes com variação
de gênero ainda são alvos de bullying, rejeição, A identidade de gênero é uma categoria da
violência física ou verbal e ostracismo social que identidade social e refere-se à autoidentificação
afetam sobremaneira seu bem-estar psicológico de um indivíduo como mulher ou homem ou a
e não raramente causam ansiedade e depressão. alguma categoria diferente do masculino ou fe-
Além da criança ou adolescente, os próprios pais minino.3,4,8 Pessoas cujas identidades de gênero
podem ser criticados ou rejeitados por isso. não correspondem aos sexos biológicos atribuí-
dos ao nascimento são nomeadas como transgê-
Na década de 1950, o sexologista neoze- neros ou transexuais. Trata-se de um fenômeno
landês John Money foi o primeiro a propor que, heterogêneo que pode ganhar diferentes colori-
além do sexo biológico atribuído ao nascimento, dos de acordo com a realidade psíquica, social e
há uma outra face da sexualidade relacionada cultural de cada um.
aos processos de aprendizagem e sociabilização,
que se estabelecem entre dois e quatro anos de A 10ª Classificação Internacional de Doenças
idade.3 Isso influenciou a concepção de identi- (CID10) categoriza o transexualismo como uma
dade de gênero, que é uma construção complexa entidade nosológica pertencente aos transtor-
e absolutamente singular e envolve fatores bio- nos de identidade de gênero (codificada como
lógicos, psicológicos, interrelacionais, sociais e F64, F64.2 quando se trata de crianças ou F64.9
históricos, por meio de uma interação complexa quando se trata de adolescentes).3,6,7
de genes, hormônios sexuais, socialização e de- Na 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatís-
senvolvimento cognitivo.4-7 tico de Transtornos Mentais (DSM-5), a Associa-
ção Americana de Psiquiatria (APA), reconhecen-
A maioria das pessoas apresenta conformida-
do as controvérsias relacionadas à sexualidade,
de entre o sexo biológico (características geni-
criou uma categoria própria denominada disforia
tais presentes ao nascimento) e a identidade de
de gênero.7
gênero. Entretanto, em alguns indivíduos existe
uma incongruência entre ambos.4,5 Segundo a De forma geral, ambos os manuais definem a
Organização Mundial de Saúde (OMS) (2016)4, a condição disforia de gênero como um desconfor-

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Departamento Científico de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

to ou sofrimento causados pela incongruência enzima aromatase, além de questões ligadas aos
entre o gênero atribuído ao nascimento e o gê- receptores para andrógenos e estrogênios.13-16
nero experimentado pelo indivíduo.8 No DSM-5, Também parece existir certa correlação entre in-
a identidade de gênero é reconhecida como um fluência hormonal pré-natal e o neuro-desenvol-
conceito fluido, que engloba sentimentos sobre vimento cortical.17,18
o corpo, sobre os papéis sociais relacionados,
John Money, pioneiro no estudo da identida-
identificação de gênero e sexualidade, abrindo
de de gênero, valorizava fortemente a maneira
espaço para identidades alternativas que não
como a criança era educada pelos pais, porém
se restringem ao estereótipo binário homem-
observou que há outros fatores envolvidos
-mulher.8
como no caso que acompanhou de um menino
que teve seu pênis acidentalmente mutilado.
Embora tenha sido criado como menina, na ado-
Qual é a prevalência da lescência, revelou que nunca havia se identifica-
disforia de gênero em do como tal.19
crianças e adolescentes?
Judith Butler, filósofa contemporânea, res-
salta que a sexualidade é definida por uma or-
A prevalência de disforia de gênero não é
dem discursiva que não é dada naturalmente,
bem conhecida devido a fatores culturais, meto-
mas por dispositivos políticos e sociais que
dológicos e, a partir de 2013, pela mudança do
regulam o comportamento de modo heteronor-
termo “transtorno de identidade de gênero”, do
mativo e têm como base a coerência entre sexo
DSM-4 para “disforia de gênero”, no DSM-5.
biológico, gênero e desejo/prática sexual.20 Nes-
Para indivíduos masculinos que se identifi- sa dinâmica, o ato de repetir ou subverter nor-
cam femininos, a prevalência varia de 1:11.900 mas pré-definidas abre espaço para que o su-
a 1:45.000 e para femininos que se identificam jeito construa novas formas de estar no mundo,
masculinos de 1:30.400 a 1:200.000.8-10 Segun- podendo provocar efeitos políticos no contexto
do o DMS-5, a proporção entre meninos e me- social.20
ninas é 2:1 a 4,5:1 na infância e 1:1 a 6,1:1 na
adolescência.

Qual é a história natural da


não conformidade de gênero?
Qual é a etiologia
da disforia de gênero?
É impossível prever quais crianças com não
conformidade de gênero irão persistir com esse
A experiência de gênero resulta de uma in-
problema na adolescência e vida adulta.12,21-23
teração complexa entre fatores genéticos, hor-
Estudos mostram que a maioria das crianças pré-
monais, sociais, psíquicos, cognitivos e relacio-
-púberes com não conformidade de gênero vol-
nais.5,7,8,10-13 Alguns estudos de neuroimagem
tarão a ficar satisfeitas com seu sexo biológico
têm demonstrado que adolescentes com disforia
próximo à adolescência, embora, em algumas,
de gênero possuem características estruturais e
exista uma tendência a orientação homossexual;
funcionais semelhantes compatíveis com o sexo
esta informação de que a maioria das crianças e
por eles desejado. No entanto, outros trabalhos
adolescentes resolverão bem e aceitarão bem o
não reproduziram esses achados.12
sexo biológico deve ser passada com tranquili-
Diversos autores encontraram evidências, dade e a minoria onde esta questão não se re-
estudando gêmeos monozigóticos e genes en- solve deve ser acompanhada com atenção.9 Esse
volvidos na gênese de esteroides sexuais e a dado não significa, no entanto, que a identidade

3
Disforia de Gênero

de gênero tenha uma relação direta com a orien- pressão, tentativa de suicídio, automutilação e
tação sexual do indivíduo. Por outro lado, quan- isolamento social.11,13,21-26 Estudos têm mostra-
do a disforia de gênero se inicia na adolescência, do que tais sintomas podem se constituir como
existe uma grande probabilidade dela se manter transtornos psiquiátricos maiores, que influen-
na vida adulta.11 ciam negativamente o prognóstico. Daí a impor-
tância de identificar o início destas alterações
Quando a disforia de gênero é suspeitada na
e solicitar o acompanhamento pisicológico/psi-
idade pré-escolar, estudos longitudinais mos-
quiátrico conjunto.
tram que 85% dessas crianças voltarão a ficar
satisfeitas com seu sexo biológico, embora em Sabe-se que os transtornos de humor, trans-
algumas existisse uma tendência à orientação tornos de personalidade, uso e abuso de dro-
homossexual.13 Quando a disforia de gênero sur- gas e ansiedade são mais frequentes entre su-
ge na adolescência, existe uma grande probabi- jeitos com o diagnóstico de disforia de gênero,
lidade dela se manter na vida adulta.13 quando comparados com a população geral. O
comportamento suicida também é maior, in-
É importante destacar que os estudos ofere-
dependentemente da presença de qualquer
cem certa orientação, mas cada caso se apresen-
comorbidade psiquiátrica. O risco, no entanto,
ta como único. O pediatra deve participar junto
aumenta ainda mais quando há associação com
à equipe multidisciplinar do seguimento destas
depressão, ansiedade, uso indevido de subs-
crianças e adolescentes com postura atenta e
tâncias e fatores sociais como rejeição e discri-
cuidadosa, visando minimizar os riscos para cada
minação dos pais.
sujeito, mas não fazer indicações de condutas
sozinho. Nesse sentido, deve-se sempre ter em mente
que o estigma social associado, nomeado como
“estresse das minorias”, repercute negativamen-
Como se manifesta te na qualidade de vida e saúde mental dos su-
a disforia de gênero? jeitos.20-28

As crianças podem expressar a certeza de


serem do sexo oposto ou não estar feliz com Como diagnosticar disforia
suas características sexuais, preferindo roupas,
de gênero?
brinquedos, jogos e brincadeiras culturalmente
ligados ao outro sexo.3,4 O grau dessa inconfor- É importante o acompanhamento interdisci-
midade pode ser de leve a intensa, associada ou plinar do pediatra, endocrinologista, psicólogo,
não a distúrbios de internalização como ansieda- psiquiatra, assistente social, cirurgiões e enfer-
de, depressão e isolamento social.5-10 O estigma meiros na avaliação e acompanhamento destes
social relacionado à disforia de gênero pode ser pacientes.4,27,29 Outros profissionais como educa-
um dos fatores causais que gera discriminação a dores e fonoaudiólogos também têm importante
essa minoria de pessoas, com sofrimento signi- papel.30
ficativo.
O diagnóstico de disforia de gênero é deli-
Nos (as) adolescentes, a inconformidade com cado, devendo ser realizado por uma equipe in-
o sexo biológico, evidenciada com as mudan- terdisciplinar. De forma geral, os critérios norte-
ças corporais da puberdade, pode desencadear adores baseiam-se no DSM-5, onde se considera
problemas psicossociais. Dependendo do grau um período mínimo de 6 meses de incongruên-
da incongruência e da forma como ela é social- cia acentuada, com preenchimento de 6 de 8 cri-
mente acolhida, o quadro pode estar associado térios para as crianças (Tabela 1) e no mínimo 2
a algumas manifestações como ansiedade, de- de 6 critérios para os adolescentes (Tabela 2).8

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Tabela 1 - Critérios diagnósticos para disforia de Tabela 2 - Critérios diagnósticos para disforia de
gênero em crianças (DSM-5)8 gênero em adolescentes e adultos8

DISFORIA DE GÊNERO DISFORIA DE GÊNERO


EM CRIANÇAS EM ADOLESCENTES E ADULTOS

Critérios Diagnósticos Critérios Diagnósticos

A. Incongruência acentuada entre o gênero A. Incongruência acentuada entre o gênero ex-


experimentado/expresso e o gênero desig- perimentado/expresso e o gênero designado
nado de uma pessoa, com duração de pelo de uma pessoa, com duração de pelo menos
menos seis meses, manifestada por no mí- seis meses, manifestada por no mínimo 2 dos
nimo 6 dos seguintes 8 critérios (um deles seguintes 6 critérios.
deve ser o critério A1):
1. Incongruência acentuada entre o gênero
1. Forte desejo de pertencer ao outro gêne- experimentado/expresso e as caracterís-
ro ou insistência de que um gênero é o ticas sexuais primárias e/ou secundárias
outro (ou algum gênero alternativo dife- (ou, em adolescentes jovens, as caracterís-
rente do designado) ticas sexuais secundárias previstas)

2. Em meninos (gênero designado), uma 2. Forte desejo de livrar-se das próprias ca-
forte preferência por cross-dressing (tra- racterísticas sexuais primárias e/ou secun-
vestismo) ou simulação de trajes femi- dárias em razão de incongruência acentua-
ninos; em meninas (gênero designado), da com o gênero experimentado/expresso
uma forte preferência por vestir somen- (ou, em adolescentes jovens, desejo de
te roupas masculinas típicas e uma for- impedir o desenvolvimento das caracte-
te resistência a vestir roupas femininas rísticas sexuais secundárias previstas)
típicas
3. Forte desejo pelas características sexuais
3. Forte preferência por papéis transgêne- primárias e/ou secundárias do outro gêne-
ros em brincadeiras de faz de conta ou ro
de fantasias
4. Forte desejo de pertencer ao outro gênero
4. Forte preferência por brinquedos, jogos (ou a um gênero alternativo diferente do
ou atividades tipicamente usados ou designado).
preferidos por outro gênero
5. Forte desejo de ser tratado como o outro
5. Forte preferência por brincar com pares gênero (ou como algum gênero alternati-
do outro gênero vo diferente do designado)

6. Em meninos (gênero designado), forte 6. Forte convicção de ter os sentimentos e


rejeição de brinquedos, jogos ou ativida- reações típicos do outro gênero (ou de
des tipicamente masculinas e forte evita- algum gênero alternativo diferente do de-
ção de brincadeiras agressivas e compe- signado).
titivas; em meninas (gênero designado),
forte rejeição de brinquedos, jogos e ati-
vidades tipicamente femininas B. A condição está associada a sofrimento cli-
nicamente significativo ou prejuízo no fun-
7. Forte desgosto com a própria anatomia cionamento social, profissional ou em outras
sexual áreas importantes da vida do indivíduo.

8. Desejo intenso por características sexu-


ais primárias e/ou secundárias compatí-
veis com o gênero experimentado.

Como tratar a disforia de gênero?


B. A condição está associada a sofrimento
clinicamente significativo ou a prejuízo no
funcionamento social, acadêmico ou em
outras áreas importantes da vida do indiví-
A equipe multidisciplinar como citada acima
duo. deve ser obrigatória no acompanhamento destes
pacientes.

5
Disforia de Gênero

As questões aqui levantadas apontam para a ria de papel social, após tratamento hormonal
vastidão e complexidade da problemática da in- e liberação pela equipe de saúde mental após
tersexualidade, estimulando reflexões éticas e a acompanhamento prolongado.30,33
necessidade sempre do acompanhamento a lon-
O protocolo da World Professional Association
go prazo, enfatizando que o pediatra não deve
for Transgender Health (WPATH) prioriza a aceita-
orientar sozinho nenhuma das condutas e sem-
ção de gêneros variantes e a construção de um
pre recorrer à equipe multidisciplinar.
suporte social para saúde e bem-estar para redu-
Até um passado recente, a abordagem mé- zir o estresse desses pacientes e suas famílias.36
dica para mudar as características referentes ao
sexo atribuído ao nascimento não teve sucesso, As várias opções de tratamento da disforia de
sendo considerada antiética.28,30 A avaliação clí- gênero são discutidas a seguir, enfatizando-se
nica inicial deve privilegiar o sujeito, acolhen- que sempre o tratamento psicológico/psiquiátri-
do-o de forma empática e integralizada. Um co precisa ser realizado de modo prolongado. A
acompanhamento individualizado e contínuo é equipe multidisciplinar em centros de referência
indispensável nestes casos e o pediatra tem um é indispensável para abordar a complexidade da
papel fundamental de aconselhamento e enca- situação:
minhamento para o acompanhamento psicoló-
gico do adolescente e seus familiares. Deve-se – Tratamento psicoterápico
identificar se o indivíduo preenche os critérios A psicoterapia está indicada para que a crian-
diagnósticos, se apresenta interesse em realizar ça e o(a) adolescente estejam confortáveis com
intervenções clínicas ou cirúrgicas para mudança a evolução da sua sexualidade com melhora da
de gênero no futuro, avaliar o suporte social (so- ansiedade e para que se desenvolva um auto-
bretudo para o paciente e a família), assim como conceito positivo.37
os aspectos relacionados à saúde mental.31,32
A psicoterapia (individual, casal, família ou
A terapia hormonal e a cirurgia, que podem
grupo) deve ter o foco na identidade de gênero,
vir a ser necessárias em alguns casos, só devem
preconceito, apoio social, imagem corporal, pro-
ser orientadas em centros de referência após um
moção da resiliência e suporte para lidar com os
período prolongado de acompanhamento psi-
sintomas psíquicos associados ao quadro. Suge-
cológico/psiquiátrico e têm indicações precisas
re-se que ela seja realizada antes e após a cirur-
devido aos vários problemas sociais e de com-
gia, mantendo o seguimento até a vida adulta.38
portamento enfrentados por estes pacientes. Há
alguns relatos de taxas de satisfação de 87% Um tratamento com orientação psicanalítica
dos pacientes MtF (indivíduos com sexo biológi- tem seu lugar, considerando que se trata de uma
co masculino e identidade de gênero feminina) questão sobre a existência e o lugar que cada um
e 97% os pacientes FtM (indivíduos com sexo ocupa ou não um desejo, que vai muito além de
biológico feminino e identidade de gênero mas- promover uma adaptação. Um pediatra que tem
culina).33,34 A insatisfação pode acontecer, sendo essa orientação ética, pautada na singularidade
de 1 a 1,5% dos pacientes MtF e menor de1% do caso, na construção da relação médico/pa-
dos FtM.35 ciente, pode ser de grande valor para esses pa-
cientes, indicando a atenção psicológica manti-
Frente a casos de desconforto com o sexo
da durante a adolescência.13
biológico, os profissionais de saúde têm a res-
ponsabilidade de ouvir, orientar e auxiliar na to- Os adolescentes e suas famílias devem rece-
mada de decisões.19 Alguns pacientes procuram ber suporte na expressão da sua identidade se-
apenas a terapia hormonal. Por isso, a cirurgia xual, sequência de mudanças no papel de gênero
de redesignação sexual é geralmente adiada até e transição social. Por exemplo, o indivíduo pode
o paciente ter atingido uma transição satisfató- frequentar a escola com transição social parcial

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(usar roupas e um penteado que reflete a iden- • Recursos de apoio para as famílias e amigos/as,
tidade de gênero) ou completa (utilizar também pessoal ou online2,41,42
um nome e pronomes congruentes com a iden-
tidade de gênero). Outras questões incluem: o – Tratamento hormonal
momento para informar aos outros a identidade
Este tratamento só pode ser realizado por
real e a postura perante à reação alheia, modi-
endocrinologista com experiência na área, em
ficações do corpo, pois, para alguns, a cirurgia
conjunto com a equipe multidisciplinar, pois
pode ser essencial.42,43 39,40
são muitos os efeitos colaterais significativos e
devem ser explicitados claramente aos pacien-
– Orientações sobre alterações na expressão de tes e familiares. Idealmente estas intervenções
gênero e assistência social41,42 devem ser adiadas até que de fato haja uma
• Terapia da voz e de comunicação para desen- opinião consistente da equipe de um centro de
volver habilidade de comunicação verbal e referência para que sejam iniciadas. Não cabe
não-verbal; ao pediatra orientar este tratamento hormonal.
Os critérios para intervenção hormonal com-
• Depilação por eletrólise, a laser ou com cera;
preendem: (1) O(A) adolescente demonstra um
• Utilização de faixas peitorais/coletes ou enchi-
padrão duradouro e intenso de não conformida-
mentos de mamas, ocultação genital ou próte-
de de gênero ou disforia de gênero (seja velada
ses peniana ou de mama, enchimento dos qua-
ou expressa); (2) A disforia de gênero surgiu ou
dris e glúteos;
piorou com o início da puberdade; (3) O(A) ado-
• Mudanças de nome e sexo nos documentos de lescente tem condições biopsicossociais para
identidade; manter o tratamento (avaliar riscos associados,
• Recursos, grupos ou organizações comunitárias apresentados na Tabela 3); (4) O(A) adolescente/
de apoio entre pares, pessoal ou online que pais ou responsáveis assinaram o consentimento
forneçam vias de apoio social e promoção de médico informado do tratamento. O pediatra não
direitos; deve prescrever tais medicamentos.41

Tabela 3: Riscos associados à terapia hormonal41

Grau do risco Hormônios feminilizantes Hormônios masculinizantes

Risco aumentado Doença tromboembólica venosa Policitemia


Colelitíase Ganho de peso
Aumento das enzimas hepáticas Acne
Ganho de peso Alopécia androgênica
Hipertrigliceridemia Apneia do sono
Risco aumentado com presença Doença cardiovascular
de fatores de risco adicionais
Risco aumentado possível Hipertensão Aumento enzimas hepáticas
Hiperprolactinemia Dislipidemia
Prolactinoma
Possível risco aumentado com Diabetes tipo 2 Desestabilização de alguns
presença de fatores de risco transtornos psiquiátricos
adicionais Doença cardiovascular
Hipertensão
Diabetes tipo 2
Não há risco aumentado ou Câncer de mama Perda da densidade óssea
inconclusivo Câncer de mama
Câncer de colo de útero
Câncer de ovário
Câncer de útero

7
Disforia de Gênero

As intervenções reversíveis ou parcialmente de Tanner. Nessa fase, a terapia hormonal ain-


reversíveis podem ser realizadas no Brasil con- da é capaz de regredir algumas características
forme parecer do Conselho Federal de Medicina sexuais, impedir a progressão puberal e cessar
nº 8/2013.42 menstruações e ereções. Quando a terapia de
supressão hormonal é iniciada no final da pu-
O tratamento hormonal é dividido em duas
berdade, estágio 5 de Tanner, as características
etapas: (1) Supressão puberal, e (2) Hormoniotera-
sexuais já são irremediavelmente bem estabe-
pia para reafirmação da identidade de gênero.31,41
lecidas.39,42,43

Supressão puberal A supressão do desenvolvimento e matura-


(intervenção totalmente reversível)37,41-43 ção puberal pode ser mantida por alguns anos,
até o momento em que se define a terapia de
A supressão do desenvolvimento puberal
reafirmação, quando então se modifica a terapia
é indicada para que o(a) adolescente possa ter
para um regime de reposição de hormônio femi-
tempo para explorar sua identidade sexual, redu-
nilizante ou masculinizante. A supressão puberal
zindo as preocupações com as alterações corpo-
não leva inevitavelmente à transição social ou à
rais induzidas pela puberdade, além de dar tem-
alteração de identidade. A mudança de um está-
po aos pais para se familiarizarem e entenderem
gio para outro deverá ocorrer após a assimilação
essa nova situação.39
plena dos efeitos das intervenções anteriores
Antes de ser iniciada é importante avaliar se pelo adolescente e seus pais.39,42,43
a não conformidade de gênero é persistente ou
Os medicamentos usados para supressão pu-
está se acentuando com o surgimento das carac-
beral são:
terísticas sexuais indesejadas. Também devem
ser considerados outros fatores como: suporte – Agonistas do hormônio liberador de gonado-
psicológico permanente, entendimento das mu- trofina (aGnRH) são os medicamentos de esco-
danças físicas e dos riscos da terapia e assinatura lha.31 Agem diminuindo a secreção hipofisária
do termo de consentimento e assentimento in- do hormônio luteinizante (LH) e folículo-esti-
formado pelos pais e/ou pelo adolescente.39,42,43 mulante (FSH), reduzindo a secreção de este-
roides sexuais pelos testículos (testosterona)
A supressão puberal é iniciada pelo menos
e pelos ovários (estrógenos). Essa supressão,
no estágio 2 de desenvolvimento e maturação
com duração média de 2 anos, é totalmente re-
puberal, segundo os critérios estabelecidos por
versível com retorno do desenvolvimento pu-
Tanner, independente da idade cronológica, com
beral após a suspensão do agonista do GnRH.39
o objetivo de suprimir a produção dos esteroi-
Apesar de reversível, o uso de análogos de
des sexuais e consequentemente, retardar as
GnRH pode trazer prejuízos na manutenção
mudanças físicas do início da puberdade (altera-
da fertilidade pela dificuldade de produção de
ções da voz, aumento da massa muscular e pelos
óvulos.8,39
faciais no sexo masculino; e desenvolvimento
mamário e menstruação no sexo feminino). A – Medroxiprogesterona: Tratamento alternati-
importância em se aguardar o estadio 2 consis- vo, indicado quando da indisponibilidade do
te na possibilidade de permitir ao adolescente aGnRH. A medroxiprogesterona atua reduzin-
que experimente a puberdade de acordo com o do a produção de gonadotrofinas e inibindo a
seu sexo natal e no fato de que, para melhores secreção de esteroides sexuais nas gônadas,
resultados funcionais no caso de cirurgias como em indivíduos do sexo masculino ou femini-
a construção de neovagina, é ideal um ganho de no.31
comprimento prévio do falo.39,42,43
– Acetato de ciproterona, espironolactona e fi-
Entretanto, alguns indivíduos só iniciam a nasterida: Antiandrogênicos indicados para di-
supressão puberal mais tarde, nos estágios 3-4 minuir os efeitos androgênicos em indivíduos

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do sexo masculino que deseja se afirmar como Tabela 4: Efeitos e tempo esperado de ação dos
do sexo feminino.39,41 hormônios masculinizantes37,41
Início do Efeito máximo
Efeito*
efeito esperado
Hormonioterapia para reafirmação do gênero
Pele oleosa/
(intervenções parcialmente reversíveis) 1-6 meses 1-2 anos
acne
Pilificação
Essas intervenções incluem a terapia hor- 3-6 meses 3-5 anos
facial/corporal
monal para masculinizar ou feminilizar o corpo
Perda dos
(cross-sex hormonal therapy) de acordo com a >12 meses Variável
cabelos
identidade de gênero escolhida pelo individuo. Aumento da
6-12 meses 2-5 anos
Adolescentes elegíveis para iniciar a terapia musculatura
hormonal devem ter o consentimento dos pais, Redistribuição
3-6 meses 2-5 anos
sincronizada com a equipe.22 Algumas mudanças adiposa
induzidas por hormônios necessitam de cirurgia Cessação da
2-6 meses Variável
menstruação
reconstrutiva para reverter o efeito (ginecomas-
Aumento do
tia causada por estrógenos), enquanto outras são 3-6 meses 1-2 anos
clitóris
irreversíveis (voz grave causada pela testostero- Atrofia vaginal 3-6 meses 1-2 anos
na).39,42,43 Voz grave 3-12 meses 1-2 anos
Antes de prescrever esses hormônios é fun-
damental avaliar os riscos e complicações a Tabela 5: Efeitos e tempo esperado de ação dos
eles associados.39,42,43 Para o adolescente geno- hormônios feminilizantes37,41

tipicamente masculino (mulher-trans) que irá Início do Efeito máximo


Efeito
repor estrógeno, deve-se avaliar e monitorar: efeito esperado
risco elevado de trombose venosa profunda, Redistribuição
3-6 meses 2-5 anos
adiposa
hiperprolactinemia, disfunção hepática grave,
Diminuição da
hipertensão arterial, diminuição da libido e tu- 3-6 meses 1-2 anos
musculatura
mores estrógeno-sensíveis.39 Para o adolescen- Pele menos
te genotipicamente feminino (homem-trans) 3-6 meses Desconhecido
oleosa, áspera
que irá repor testosterona, deve-se avaliar e Diminuição de
Variável 1-2 anos
monitorar: dislipdemia, policitemia, aumento libido
de enzimas hepáticas, acne e alopecia andro- Diminuição
de ereção 1-3 meses 3-6 meses
genética.43
espontânea
Os hormônios utilizados para reafirmação de Disfunção
sexual Variável Variável
gênero são:
masculina
- Estrógenos: usados para desenvolver caracte- Crescimento
3-6 meses 2-3 anos
rísticas feminilizantes (ex: desenvolvimento mamário
Diminuição
de mamas, voz mais aguda, diminuição de pe-
do volume 3-6 meses 2-3 anos
los corporais de padrão masculino).43 testicular
- Testosterona: usada para desenvolver caracte- Diminuição
da produção Variável Variável
rísticas masculinizantes (aumento do clitóris, espermática
voz grave, aumento de massa muscular, pêlos Diminuição
faciais). da pilificação 6-12 meses >3 anos
corpo/face
Os efeitos e o tempo esperado da ação Padrão
do tratamento hormonal estão dispostos nas masculino de 1-3 meses 1-2 anos
Tabelas 4 e 5.41,42 calvície

9
Disforia de Gênero

(SUS) somente a partir dos 21 anos de idade, nos


Tratamento cirúrgico
serviços especializados e de referência.40,44
(Intervenção irreversível):
A equipe de saúde mental deve auxiliar sem-
pre no preparo emocional do paciente com ex-
O tratamento cirúrgico só deve ser cogita- pectativas claras e realistas, após ter vivenciado
do após a maioridade e é indicado para mudar 12 (doze) meses congruentes no gênero dese-
características primárias e/ou secundárias do jado e o termo de consentimento assinado. Op-
sexo (mamas, tórax ou órgãos genitais exter- ções reprodutivas devem ser exploradas antes
nos e internos, características faciais, voz, con- de se submeter à cirurgia genital, como o arma-
torno corporal) e está apresentado na Tabela zenamento de células reprodutivas.37
6, enfatizando-se uma série de complicações e
apenas deverá ser realizado em centros de refe- A intervenção cirúrgica para reafirmação de
rência.25,32,34 gênero pode ser iniciada por um ou dois procedi-
mentos, a partir da declaração de dois profissio-
Nos serviços internacionais, geralmente ini- nais de saúde mental qualificados que forneçam
ciam-se cirurgias como a mastectomia a partir a documentação da história pessoal e tratamen-
dos 16 anos e a transgenitalização é postergada to, evolução clínica, elegibilidade e compartilha-
para a maioridade.37 No Brasil, as cirurgias po- mento com o cirurgião da responsabilidade ética
dem ser realizadas pelo Serviço Único de Saúde e legal para essa decisão.37

Tabela 6: Procedimentos cirúrgicos para transição sexual41

INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS

MtF FtM

Mama/Tórax Mamoplastia de aumento (implantes/ Mastectomia subcutânea,


lipofilling). Remodelagem de tórax
masculino.

Genitais Penectomia, orquiectomia, Histerectomia/


vaginoplastia, clitoroplastia, salpingooforectomia,
vulvoplastia. reconstrução da parte fixa
da uretra, metoidioplastia,
neofaloplastia, vaginectomia,
escrotoplastia, implantação
de próteses peniana e/ou
testiculares.

Não-genitais Cirurgia facial de feminilização, Cirurgia de voz (rara),


lipoaspiração, lipofilling, lipoaspiração, lipofilling,
cirurgia de voz com redução da implantes peitorais, entre
cartilagem tireóide, aumento do outros procedimentos
glúteo (implantes/lipofilling), estéticos.
reconstrução de cabelo, entre outros
procedimentos estéticos.

* MtF (indivíduos com sexo biológico masculino e identidade de gênero feminina) e


FtM (indivíduos com sexo biológico feminino e identidade de gênero masculina).

10
Departamento Científico de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

Infecções do trato urinário inferior ocorrem


E os cuidados ao longo da vida?
com frequência em pacientes MtF com reconstru-
ção da uretra. Além disso, poderão ter distúrbios
As pessoas em não conformidade com o gê- funcionais do trato urinário inferior decorrentes
nero precisam de cuidados de saúde primária e de dano do sistema nervoso autônomo.37,42
específica ao longo de suas vidas para evitar e
Na maioria dos pacientes FtM que não fazem
tratar os efeitos secundários negativos da gona-
vaginectomia (colpectomia) e tomam hormônios
dectomia em uma idade relativamente jovem e/
masculinizantes, alterações atróficas da mucosa
ou recebimento a longo prazo de terapia hormo-
vaginal podem ser observadas, gerando descon-
nal em altas doses.37,41,42
forto. O exame ginecológico pode ser tanto físi-
Alguns pacientes com fatores de risco cardio- co como emocionalmente doloroso, mas a falta
vasculares, osteoporose e alguns tipos de câncer de tratamento pode agravar seriamente a situ-
(mama, colo do útero, ovário, útero e próstata) ação.37,42
precisam de triagem periódica e acompanha-
O acompanhamento psicoterápico/psiquiá-
mento médico durante sua vida adulta.37,42
trico deve ser prolongado e sistematizado junto
O rastreio sistemático do câncer de órgãos à equipe multidisciplinar, pois os transtornos de
que estão associadas com a atividade sexual pode comportamento são bastante frequentes nestes
representar desafios médicos e psicossociais, os indivíduos assim como o risco de suicídio.
quais deverão ser ponderados conforme o caso.
Supertriagem resulta em maior custo de cuidados
de saúde, altas taxas de falsos positivos com ex-
Como é no Brasil o acompanhamento
posição muitas vezes desnecessárias à radiação desses casos? Existem serviços
e/ou intervenções diagnósticas, tais como bióp- especializados no Brasil?
sias. Subtriagem resulta em atraso no diagnóstico
de câncer potencialmente tratável.37,42
A regulamentação do Conselho Federal de
Atendimento ginecológico é necessário para Medicina para a população adulta com disforia
pacientes FtM, principalmente os que não reali- de gênero (ou incongruência de gênero) iniciou
zaram cirurgia genital e para os MtF após a cirur- em 1997.39
gia genital, além do aconselhamento pós-opera-
Instituído pelas Portarias nº 1.707 e nº 457
tório sobre cuidados urogenitais, os médicos de
de agosto de 2008 e ampliado pela Portaria nº
atenção primária e ginecologistas também deve
2.803, de 19 de novembro de 2013, o Processo
estar familiarizados com essa população.37,42
Transexualizador realizado pelo SUS garante o
Todos os pacientes devem receber orienta- atendimento integral de saúde a pessoas trans,
ções sobre higiene genital, sexualidade e pre- incluindo acolhimento e acesso com respeito
venção de doenças sexualmente transmissíveis; aos serviços do SUS, desde o uso do nome so-
aqueles com cirurgia genital também devem ser cial, passando pelo acesso à hormonioterapia,
orientados sobre a necessidade de dilatação até a cirurgia de adequação do corpo biológico
vaginal regular ou relação sexual com penetra- à identidade de gênero e social, como cirurgias
ção, a fim de manter a profundidade e largura reafirmação sexual (mudança de sexo); de mas-
vaginais. Devido à anatomia da pelve masculina, tectomia (retirada de mama); plástica mamária
o eixo e as dimensões das neovaginas diferem reconstrutiva (incluindo próteses de silicone) e;
substancialmente de uma vagina biológica. Esta cirurgia de tireoplastia (troca de timbre de voz).
diferença anatômica pode afetar a relação sexu- Além disso, no campo ambulatorial, inclui-se te-
al se não for entendido pelos pacientes MtF e rapia hormonal e acompanhamento dos usuários
seus parceiros.37,42 em consultas e no pré e pós-operatório.39,40,45

11
Disforia de Gênero

Entre 2008 e 2016, ao todo, foram realizados 3. Centro de Referência e Treinamento (CRT)
349 procedimentos hospitalares e 13.863 pro- DST/AIDS – São Paulo/SP;
cedimentos ambulatoriais relacionados ao pro- 4. Centro de Pesquisa e Atendimento para Tra-
cesso transexualizador.45 vestis e Transexuais (CPATT) do Centro Regio-
Em 2009, o Ministério da Saúde garantiu que nal de Especialidades (CRE) Metropolitano –
o nome social de travestis e transexuais fosse ga- Curitiba/PR.
rantido na Carta de Usuários do SUS, reconhecen- Existem na rede de saúde pública serviços
do a legitimidade da identidade desses grupos e ambulatoriais, criados por iniciativa estadual,
promovendo maior acesso à rede pública. Desde destinados ao atendimento de travestis e tran-
2015, a ficha de notificação de casos de violên- sexuais no Processo Transexualizador:
cia, preenchidas em unidades de saúde, consta a
1. Ambulatório AMTIGOS do Instituto de Psi-
orientação sexual e a identidade de gênero.45
quiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo
Para ambos os gêneros, a idade mínima para – São Paulo (SP);
procedimentos ambulatoriais é de 18 anos. Es- 2. Ambulatório para travestis e transexuais do
ses procedimentos incluem acompanhamento Hospital Clementino Fraga – João Pessoa (PB);
multiprofissional e hormonioterapia. Para pro-
3. Ambulatório Transexualizador da Unidade de
cedimentos cirúrgicos, a idade mínima é de 21
Referência Especializada em Doenças Infec-
anos. Após a cirurgia, deve ser realizado um ano
to-Parasitárias e Especiais (UREDIPE) – Belém
de acompanhamento pós-cirúrgico.39,40,44,45
(PA);
O SUS conta com cinco serviços habilitados 4. Ambulatório de Saúde Integral Trans do Hos-
pelo Ministério da Saúde no processo transexu- pital Universitário da Federal de Sergipe Cam-
alizador que realizam atendimento ambulatorial pus Lagarto – Lagarto (SE)
e hospitalar:
Ainda não há posicionamento específico e
1. Hospital das Clínicas da Universidade Federal
objetivo do Conselho Federal de Medicina em
de Goiás/ Goiânia (GO);
relação ao acompanhamento de crianças e ado-
2. Universidade Estadual do Rio de Janeiro - lescentes com incongruência de gênero, além do
Hospital Universitário Pedro Ernesto/ Rio de Parecer nº 8/2013.42
Janeiro (RJ);
No Brasil, não existe uma legislação que re-
3. Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Univer-
gulamenta a retificação do prenome, sexo e ima-
sidade Federal do Rio Grande do Sul/ Porto
gem nos documentos pessoais. Dessa forma, os
Alegre (RS);
indivíduos precisam recorrer à justiça, ficando à
4. Hospital de Clínicas da Faculdade de Medici- mercê da burocracia, interpretações e exigências
na FMUSP/Fundação Faculdade de Medicina de cada juiz. A solicitação de laudos psiquiátri-
MECMPAS – São Paulo (SP); cos e psicológicos é frequente. Algumas vezes, é
5. Hospital das Clínicas/Universidade Federal exigido um novo laudo produzido por perito de-
de Pernambuco – Recife (PE). signado pela Justiça com objetivo de confirmar
o diagnóstico. Embora não haja qualquer deter-
O SUS também conta com quatro serviços ha-
minação de que o sujeito deva estar engajado no
bilitados pelo Ministério da Saúde no processo
processo transexualizador, existe certa tradição
transexualizador que realizam atendimento am-
no judiciário de conceder parecer favorável es-
bulatorial:
pecialmente para aqueles que passaram pelo
1. Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinolo- processo cirúrgico. Esse fato desconsidera certa
gia (IEDE) – Rio de Janeiro/RJ; parcela dos sujeitos com disforia de gênero que
2. Ambulatório do Hospital das Clínicas de Uber- opta por não se submeter às intervenções mé-
lândia – Uberlândia/MG; dicas.

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Departamento Científico de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

contornar esse problema, algumas propostas


Do diagnóstico de disforia de gênero à
têm sido elaboradas como, por exemplo, a pos-
atenção integral: uma reflexão sobre
sibilidade de retirar a condição do rol dos trans-
os serviços e profissionais de saúde.
tornos psiquiátricos e inseri-las em outras cate-
gorias como aquelas referentes aos fatores que
É preciso levar em consideração que a disfo- influenciam o estado de saúde e ao contato do
ria de gênero não é um ato de vontade pessoal sujeito com os serviçosde saúde (representada
e sim, uma condição que ninguém escolhe ter. na CID10 pela letra Z).
Pode-se dizer que, por causas ainda não bem
O diagnóstico é necessário para justificar
definidas, o indivíduo tem a convicção de per-
qualquer intervenção médica e, nesses casos
tencer ao sexo oposto e vive em desarmonia en-
específicos, não devemos esquecer o alto índi-
tre quem é, quem acredita ser e a sua aparência
ce de comorbidades psiquiátricas na população
externa.O grau de incongruência entre a iden-
adolescente e adulta.44 Por isso a necessidade
tidade de gênero e o sexo biológico deve ser
do diagnóstico precoce, não como fator patolo-
avaliado criteriosamente de forma a escalonar
gizante, mas como identificação e facilitação da
os objetivos que, frequentemente, ultrapassam
vida de crianças e adolescentes.
aquilo queuma transformação médico-cirúrgica
possa oferecer.47-55 Independente de considerada patologia ou
não, o fato é que os indivíduos com disforia de
As reações negativas dos profissionais em
gênero, vivem em uma luta contra si mesmo e
geral são comuns, fazendo com que muitas ve-
em conflito interno pela incongruência e esse
zes, esses indivíduos não busquem os serviços
intenso sofrimento psíquico pode levar a ten-
de saúde. Além disso, os altos custos de alguns
tativas de suicídio, depressão, ansiedade e an-
dos procedimentos e a pequena oferta de ser-
gústias das mais diversas formas.46 Em muitos
viços especializados funcionam como barreiras
casos, os profissionais da saúde mental podem
importantes na busca pela assistência. A busca
contribuir na abordagem dessas manifestações,
por intervenções não regulamentadas como, por
funcionando como um elo entre os pacientes e
exemplo, a injeção de silicones realizadas por
os serviços de saúde.
pessoas não qualificadas pode trazer danos irre-
paráveis para a saúde e são contraindicadas. É preciso considerar que profissionais de
saúde devem seguir preceitos éticos, tratando
As discussões acerca da despatologização da
todos os pacientes com dignidade, humanização
disforia de gênero tem se destacado em muitos
e sem distinção de raça, cor e sexualidade. Crian-
meios, especialmente naqueles relacionados
ças, adolescentes e adultos com disforia de gê-
aos movimentos sociais. Entre os argumentos,
nero devem sempre ser acolhidos e tratados nos
destaca-se o entendimento de que a premissa de
serviços de saúde, seguindo os preceitos da uni-
que se trata de um transtorno psiquiátrico acar-
versalidade, integralidade e equidade da aten-
reta um estigma muito maior do que o sujeito já
ção, princípios resguardados pelo SUS. O grande
carrega consigo. Além disso, questiona-se que
desafio para uma assistência de qualidade a es-
a necessidade de procedimentos compulsórios
tes pacientes é o reconhecimento do sofrimento
como, por exemplo, o acompanhamento psicote-
psíquico e a importância de tratar desigualmen-
rápico por tempo pré-determinado e a necessi-
te os desiguais, como forma de justiça social.46
dade de laudos médicos que chancelem as es-
colhas do sujeito, comprometendo a autonomia. A equipe interdisciplinar deve promover uma
Por outro laudo, para alguns autores, a existên- construção do caso, evitando a fragmentação das
cia de um diagnóstico e de protocolos pode ser intervenções, mantendo sempre o lugar central
a garantia para que essa população tenha algum reservado ao paciente que é verdadeiramente
acesso aos serviços de saúde.44 Na tentativa de quem conduz a equipe por um percurso singular,

13
Disforia de Gênero

contrário à rigidez dos protocolos que são elabo- reitos garantidos, tais como os demais cidadãos
rados para todos. brasileiros.46-56

Se os profissionais de saúde não tiverem vi-


vência em casos de disforia de gênero, poderão
Qual é o papel do pediatra perante discutir com os especialistas da área e, na indis-
um caso de criança ou adolescente ponibilidade local, recorrer ao Programa de Te-
que sente estar no corpo errado? lessaúde ou às sociedades científicas.37,41,42

Sugere-se ainda a leitura complementar


O papel do pediatra é muito importante na
além da bibliografia anexa, do
equipe multidisciplinar, que possibilitará o me-
PROCESSO-CONSULTA CFM nº 32/12 –
lhor apoio psicossocial e orientação nas comple-
PARECER CFM nº 8/13
xas decisões sobre terapêuticas ou intervenções
e o documento
médicas, considerando também os direitos das
DECRETO N 8.727, DE 28 DE ABRIL DE 2016.
crianças e adolescentes, assim como o papel de
suas famílias.
Ressalta-se a importância do pediatra no
O pediatra deve ter tranquilidade para ouvir acolhimento da criança, do(a) adolescente e a
as questões e apoiar o paciente de modo indivi- família. Crianças e adolescentes que apresen-
dualizado, tendo em vista as peculiaridades de tam questões relacionadas ao gênero devem ter
cada caso. É necessário acompanhamento por o acompanhamento de saúde, como seus pares
equipe experiente (pediatra, psicólogo, psiquia- da população geral.13 Acompanhamento e não
tra, endocrinologista, assistente social, cirurgião, apenas consulta, em um processo longitudinal
educador, enfermeiro, fonoaudiólogo) e organi- de saúde integral, além das questões inerentes
zação dos serviços de saúde para abranger todos à sexualidade, aspectos emocionais, familiares e
os procedimentos necessários.3,11,12, 22-24 sociais.13 É necessário tempo para a construção
da relação médico-paciente.13 Nesse processo,
Essa equipe poderá auxiliar as famílias na
criança e adolescente devem ser ouvidos tam-
decisão sobre a sequência do processo das mu-
bém sem os familiares, preservando o sigilo e a
danças de papéis de gênero e na ponderação
confidencialidade. A família deve ser acolhida,
dos potenciais benefícios, os efeitos colaterais
pois muitas vezes a criança e o/a adolescente
graves e os desafios das escolhas particulares.12
apresentam-se como verdadeiros representan-
Os pais devem ser incluídos no acompanhamen-
tes sintomas de questões familiares.53
to pela dificuldade em lidar com o diagnóstico e
auxiliar na transição de gênero, garantindo que É importante preservar a dimensão da singu-
hajam amplas possibilidades para explorar sen- laridade do caso, sem tentar apagar a subjetivi-
timentos e comportamentos, por exemplo: apoio dade com classificações e protocolos.
no uso de pronomes corretos, na manutenção de
um ambiente seguro para a transição (na escola,
no grupo de pares) e na comunicação com outras Glossário
pessoas do cotidiano como também o uso de ba-
nheiro de acordo com o gênero identificado.13,22-24
– Gênero: O conceito de gênero foi formulado
Considerando a disforia de gênero, revestida para distinguir as dimensões biológicas e so-
de inúmeros preconceitos, os quais invariavel- ciais, na maneira de ser homem e de ser mulher
mente afetam e interferem negativamente na como percebida pela cultura. Assim, gênero di-
vida deste indivíduo, é fundamental promover o fere de sexo, sendo produto da realidade social
seu acolhimento integral e de seus familiares na e não da anatomia dos corpos. Gênero é auto-
diversidade, pois trata-se de uma pessoa com di- percepção e não se prende a fatores externos.

14
Departamento Científico de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

– Identidade de gênero: É a experiência emocio- – Homem Trans: Nasceu em um corpo dito fe-
nal, psíquica e social de uma pessoa em rela- minino, mas se identifica com o gênero mas-
ção ao gênero e que pode não corresponder ao culino.
sexo atribuído ao nascimento.
– Pansexual: Indivíduo que tem atração sexual
– Expressão ou papel de gênero: Diz respeito à por pessoas de todos os sexos e de todos os
forma como o sujeito exterioriza seu gênero. gêneros.
Inclui maneirismos, forma de vestir, forma de
apresentação, aspecto físico, gostos e atitudes – Travesti: É uma expressão de gênero que difere
de uma pessoa e não necessariamentese cor- daquela que foi designada à pessoa no nasci-
relaciona com o sexo ou identidade de gênero. mento. O indivíduo assume, portanto, um pa-
pel de gênero diferente daquele imposto pela
– Não conformidade de gênero: Variação da nor-
sociedade. Na maioria de suas expressões,
ma cultural na expressão de gênero (ex: esco-
manifesta-se em pessoas designadas do sexo
lha de brinquedos ou brincadeiras).
masculino no nascimento, mas que objetivam
– Binarismo de gênero: Postula que as pessoas a construção do feminino, podendo incluir ou
são exclusivamente homens ou exclusivamen- não procedimentos estéticos e cirúrgicos. A ca-
te mulheres (ou somente masculino e ou so- tegoria travesti é mais antiga que a categoria
mente feminino), consequentemente nega e transexual, por isso é mais utilizada, no entan-
oprime toda a multidiversidade de gênero que to, é marcada pelo preconceito, já que o senti-
existe no mundo. do empregado é, em grande parte das vezes,
pejorativo.
– Gênero fluido: Não tem uma identidade de gê-
nero fixa, transitando entre os gêneros. – Transnão-binário: Ou gêneros não-binários.
– Cisgênero: Pessoa cuja identidade de gênero São as identidades de gênero de pessoas trans
se identifica com o sexo biológico, aquele atri- que não são uma simples mulher OU um ho-
buído no nascimento baseado na genitália ex- mem, ou seja: são gêneros que não são exclu-
terna: pênis (homem), vagina (mulher). sivamente, totalmente e sempre femininos e
também não são exclusivamente, totalmente e
– Transgênero: Assim como transexual, o termo
sempre masculinos.
se refere às pessoas que não se identificam
com o gênero atribuído a elas no nascimento. – Transfobia: Palavra criada para representar a
De acordo com os especialistas, é a palavra rejeição e/ou aversão aindivíduos não confor-
universal de identificação para pessoas “trans” mes em sua apresentação ou identidade às con-
e também não está necessariamente ligada à cepções convencionais de gênero. A expressão
cirurgia de redesignaçãosexual. está mais relacionada às ações políticas dife-
renciadas do movimento Lésbicas, Gays, Bisse-
– Sexo biológico: Conjunto de informações cro-
xuais, Travestis e Transexuais (LGBT).
mossômicas, órgãos genitais, capacidades re-
produtivas e características fisiológicas secun- – Andrógino: Refere-se à expressão simultânea
dárias que diferenciam machos e fêmeas. de gêneros. É comum que a pessoa andrógina
– Orientação sexual: É a capacidade de cada pes- se vista com roupas consideradas unissex e use
soa de ter uma profunda atração emocional, cortes de cabelo e acessórios que dificultem a
afetiva e/ou sexual por indivíduos de gênero identificação de um gênero específico. Essa ca-
diferente, do mesmo gênero ou de mais de um tegoria não está associada à orientação sexual.
gênero, incluindo, portanto, a homossexualida- – Nome social: É o nome pelo qual pessoas pre-
de, heterossexualidade, bissexualidade. ferem ser chamadas cotidianamente, em con-
– Mulher Trans: Nasceu em um corpo dito mascu- traste com o nome oficialmente registrado que
lino, mas se identifica com o gênero feminino. não reflete sua identidade de gênero.

15
Disforia de Gênero

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Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: COORDENAÇÃO DO CEXTEP: EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA


Luciana Rodrigues Silva (BA) Hélcio Villaça Simões (RJ) Clémax Couto Sant’Anna (RJ)
1º VICE-PRESIDENTE: COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO EDITOR ADJUNTO REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Clóvis Francisco Constantino (SP) Mauro Batista de Morais (SP) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
2º VICE-PRESIDENTE: COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO
Edson Ferreira Liberal (RJ) José Hugo de Lins Pessoa (SP) Gil Simões Batista (RJ)
SECRETÁRIO GERAL: DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Sidnei Ferreira (RJ)
Sidnei Ferreira (RJ) Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Isabel Rey Madeira (RJ)
1º SECRETÁRIO: REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education Sandra Mara Amaral (RJ)
Cláudio Hoineff (RJ) Consortium) Bianca Carareto Alves Verardino (RJ)
2º SECRETÁRIO: Ricardo do Rego Barros (RJ) Maria de Fátima B. Pombo March (RJ)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP) Sílvio Rocha Carvalho (RJ)
3º SECRETÁRIO: Sérgio Augusto Cabral (RJ) Rafaela Baroni Aurilio (RJ)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA COORDENAÇÃO DO PRONAP
DIRETORIA FINANCEIRA: Francisco José Penna (MG) Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida (SP)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP)
DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL, BENEFÍCIOS E PREVIDÊNCIA
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Marun David Cury (SP) COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Sidnei Ferreira (RJ) Fábio Ancona Lopez (SP)
Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Cláudio Barsanti (SP) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: Paulo Tadeu Falanghe (SP) Joel Alves Lamounier (MG)
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Cláudio Orestes Britto Filho (PB) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Membros: Mário Roberto Hirschheimer (SP) Cláudio Leone (SP)
Hans Walter Ferreira Greve (BA) João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO DE PESQUISA-ADJUNTA
Eveline Campos Monteiro de Castro (CE) COORDENAÇÃO VIGILASUS Gisélia Alves Pontes da Silva (PE)
Alberto Jorge Félix Costa (MS) Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Analíria Moraes Pimentel (PE) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
Fábio Elíseo Fernandes Álvares Leite (SP) Rosana Fiorini Puccini (SP)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Jussara Melo de Cerqueira Maia (RN)
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Edson Ferreira Liberal (RJ) COORDENAÇÃO ADJUNTA DE GRADUAÇÃO
Célia Maria Stolze Silvany ((BA) Rosana Alves (ES)
COORDENADORES REGIONAIS: Suzy Santana Cavalcante (BA)
Norte: Kátia Galeão Brandt (PE)
Elizete Aparecida Lomazi (SP) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP)
Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA)
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Silvia Wanick Sarinho (PE)
Nordeste:
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Isabel Rey Madeira (RJ) COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Jocileide Sales Campos (CE) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Sudeste: Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Luciano Amedée Péret Filho (MG) COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR
Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Sul: Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Corina Maria Nina Viana Batista (AM)
Álvaro Machado Neto (AL) Jefferson Pedro Piva (RS)
Centro-oeste: Joana Angélica Paiva Maciel (CE) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Regina Maria Santos Marques (GO) Cecim El Achkar (SC) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: Maria Helena Simões Freitas e Silva (MA) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Assessoria para Assuntos Parlamentares: COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO DE CONSULTÓRIO Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Marun David Cury (SP) Normeide Pedreira dos Santos (BA) Clóvis Francisco Constantino (SP)
DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Assessoria de Relações Institucionais:
Clóvis Francisco Constantino (SP) DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Tânia Denise Resener (RS)
Dirceu Solé (SP) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL)
Assessoria de Políticas Públicas: Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
Mário Roberto Hirschheimer (SP) DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
Lícia Maria Oliveira Moreira (BA) Jefferson Pedro Piva (RS)
Rubens Feferbaum (SP) Sérgio Luís Amantéa (RS)
Maria Albertina Santiago Rego (MG) DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Gil Simões Batista (RJ)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS Aurimery Gomes Chermont (PA)
Adolescentes com Deficiência: Ricardo Queiroz Gurgel (SE)
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Paulo César Guimarães (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ) Cléa Rodrigues Leone (SP)
Hélcio Maranhão (RN)
Assessoria de Acompanhamento da Licença COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO
Maternidade e Paternidade: COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
Ricardo Queiroz Gurgel (SE)
João Coriolano Rego Barros (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ)
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL: Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Alexandre Lopes Miralha (AM) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP)
Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) Ruth Guinsburg (SP) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
Assessoria para Campanhas: Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA
Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA INTERNACIONAL
GRUPOS DE TRABALHO: Kátia Laureano dos Santos (PB) Herberto José Chong Neto (PR)
Drogas e Violência na Adolescência: DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Evelyn Eisenstein (RJ) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Cláudio Barsanti (SP)
Doenças Raras: COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA
PEDIÁTRICA (CANP) Gilberto Pascolat (PR)
Educação Física: Virgínia Resende S. Weffort (MG) Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE)
Coordenador: Ricardo do Rego Barros (RJ) Isabel Rey Madeira (RJ)
Luciana Rodrigues Silva (BA) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS
Victor Horácio da Costa Júnior (PR) Joaquim João Caetano Menezes (SP)
Patricia Guedes de Souza (BA) Valmin Ramos da Silva (ES)
Alex Pinheiro Gordia (BA) PORTAL SBP Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Maria Teresa Quadros (BA) Flávio Diniz Capanema (MG) Tânia Denise Resener (RS)
Metodologia Científica: COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA João Coriolano Rego Barros (SP)
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) José Maria Lopes (RJ) Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE)
Cláudio Leone (SP) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Marisa Lopes Miranda (SP)
Pediatria e Humanidade: Altacílio Aparecido Nunes (SP) CONSELHO FISCAL
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) João Joaquim Freitas do Amaral (CE) Titulares:
Luciana Rodrigues Silva (BA) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Núbia Mendonça (SE)
Christian Muller (DF) Luciana Rodrigues Silva (BA) Nélson Grisard (SC)
João de Melo Régis Filho (PE) Dirceu Solé (SP) Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
Transplante em Pediatria: Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Suplentes:
Themis Reverbel da Silveira (RS) Joel Alves Lamounier (MG) Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Irene Kazue Miura (SP) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES João de Melo Régis Filho (PE)
Carmen Lúcia Bonnet (PR) Fábio Ancona Lopez (SP) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
Adriana Seber (SP)
Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Fabiana Carlese (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Presidente:
Altacílio Aparecido Nunes (SP) José Martins Filho (SP)
DIRETORIA E COORDENAÇÕES: Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG) Vice-presidente:
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO Flávio Diniz Capanema (MG) Álvaro de Lima Machado (ES)
PROFISSIONAL EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA Secretário Geral:
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Renato Procianoy (RS) Reinaldo de Menezes Martins (RJ)

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