O estudo da administração surgiu assim como outras ciências a partir de
necessidades de trabalho e industriais de sua época com finalidade organizacional, operacional e conceitual. “A administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana” (Chiavenato, 2014). Para a boa compreensão da Administração como ciência, faz-se necessário começar pelos seus entendimentos primórdios. A administração vista por este ângulo nasce basicamente em 1903 com Frederick Taylor, um engenheiro norte-americano criador da Teoria da Administração Científica, uma das abordagens clássicas da administração. Em sua análise teórica, Taylor entendia que era necessária a compreensão do “Administrador” sobre tempos de produção, bem como a capacidade produtiva de um funcionário e de todo seu complexo produtivo. Neste caso, entendia-se que um administrador tinha como função, entender ao todo o seu “negócio” para então fazer com que a produção ocorresse da melhor forma, com menos gastos e mais produção dos funcionários. Para isto, Taylor calculava os tempos de produção dos seus funcionários e sabia ao certo quanto tempo levava para cada tarefa de cada empregado da empresa que trabalhava, entendendo assim que o seu trabalho era maximizado. Isto era necessário levando em consideração o ponto de vista do autor o qual diz que “todo funcionário é preguiçoso por natureza” e que calculando o seu tempo de produção ele seria basicamente “obrigado a render mais”. Taylor abordou além destes temas diversos outros métodos para uma administração absoluta, como a singularização do trabalho, planejamento de produção, supervisão e disciplina. Contemporaneamente, outro autor lançava uma obra sobre administração em 1916. Era Henry Fayol, criador da “Teoria Clássica da Administração”. Outra abordagem considerada como “clássica” da administração. Partia dos mesmos conceitos básicos de Taylor, todavia agregando mais valores como trabalho em equipe, estabilidade ao servidor e unidade de comando (onde um funcionário recebe ordem apenas de um chefe). Fayol também, cria elementos de funções administrativas sendo estes: Planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. A partir destes criadores de teorias administrativas, outros referenciais teóricos foram surgindo e criando e modificando conceitos. Uma destas teorias que foi de extrema importância para o avanço da administração foi a Teoria das Relações Humanas, teoria a qual interpretou que o homem não pode ser visto como o “homem-máquina“ e deve ser visto como um ser humano, um ser singular que não pode ser reduzido a um comportamento simples e mecânico. A Administração, sendo uma ciência somatória de diversas teorias desenvolvidas com o tempo, tornou-se fundamental para gestores, donos de empresas, gerentes e diversos outros papeis organizacionais dentro da empresa onde se implica (ou não) a tomada de decisão. Para Chiavenato (2014), o administrador não é só analisado por uma organização pelo seu conhecimento tecnólogo na área e sim pelo seu modo de agir, atitudes, conhecimentos, habilidades, competências, personalidade e filosofia de trabalho. Logo, sucesso do administrador depende do modo como lida com situações e pessoas do que de seus traços particulares de personalidade. Assim, entende-se que o administrador precisa ter três habilidades as quais o tornarão um administrador de sucesso, sendo elas habilidades técnicas, habilidades humanas e habilidades conceituais. Estas habilidades fazem-se necessária quando analisamos a Figura 1, que ilustra as habilidades do administrador e a camada da pirâmide de operações das empresas, onde analisamos onde cada habilidade do administrador é usada em prática. Figura 1. Pirâmide e Habilidades
Após analisar a administração pela perspectiva inicial da sua origem e
transformação até chegar em um conceito mais atual praticado nas organizações, pode-se chegar às seguintes conclusões sobre a administração: A administração ocorre exclusivamente dentro de organizações, ela requer fazer as coisas por meio de pessoas, ela requer lidar simultaneamente com diversas situações múltiplas e complexas, o administrador deve buscar continuadamente novas oportunidades de negócio e que o administrador necessita saber reunir simultaneamente conceitos e ação. Fundamentos da Administração
A administração é uma ciência que fundamenta o conhecimento
conceitual organizacional, sendo ela responsável por gerir e auxiliar o administrador na tomada de decisão organizacional. “A tarefa da administração passou a ser a de definir os objetivos da organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização, direção e controle dos esforços realizados em todas as áreas de todos os níveis da organização”. (Chiavenato, 2014). Os fundamentos da administração são importantes para entender sua complexidade. A administração tem ido além da simples administração organizacional da empresa, ela tem contemplado diversos estudos para organizações de múltiplas singularidades a fim de melhor seu desempenho como organização. A administração surgiu em seus primórdios visando melhorar a sua eficiência e eficácia, isto é, produzir da melhor maneira o produto final das empresas afim de entregar o produto e obter mais lucro. Assim, trabalhou-se continuadamente para uma melhoria de desempenho de funcionários, sendo este com cronometragem de trabalho ou melhorias de tempo entre folgas, turnos e descansos a fim de fazer com que o funcionário rendesse mais. Em 1926, com a Teoria das Relações humanas da administração, entendeu-se que o funcionário não poderia ser tratado apenas como um objeto produtivo e sim como um ser humano, aquilo que necessitava ser trabalhado para que o funcionário tivesse melhor rendimento não eram os seus tempos de trabalho e sim a sua “pessoa humana”. Após este entendimento, o papel do administrador foi definitivamente ampliado para poder lidar com pessoas. Afinal, para Chiavenato (2014) “A administração requer fazer coisas por meio de pessoas”. A Administração, sendo uma ciência somatória de diversas teorias desenvolvidas com o tempo, tornou-se fundamental para gestores, donos de empresas, gerentes e diversos outros papeis organizacionais dentro da empresa onde se implica (ou não) a tomada de decisão. Para Chiavenato (2014), o administrador não é só analisado por uma organização pelo seu conhecimento tecnólogo na área e sim pelo seu modo de agir, atitudes, conhecimentos, habilidades, competências, personalidade e filosofia de trabalho. Para compreender a administração como ciência, é necessário o entendimento sobre o que é uma organização. Cada organização está inserida em um ambiente, podendo ser uma cidade, estado, nação ou mundo, dependendo do seu porte, sendo que todas organizações interagem com o ambiente externo. A organização, podendo ser uma empresa privada ou pública, autarquias ou economias mistas ou outros tipos de empresas, depende diretamente do ambiente à qual está inserida para que suas atividades sejam realizadas da melhor maneira possível. Entender os ambientes que situam a empresa é fundamental para que a administração possa ser realizada na organização em questão. O ambiente que a organização dispõe, não é apenas uma característica física sobre onde a organização está situada e sim todas as variáveis externas que influenciam diretamente na atividade fim da empresa. A figura 2, ilustra o ambiente que circula sobre uma organização e os grupos de interesse deste ambiente (chamados STAKEHOLDERS).
Figura 2. Stakeholders e organização
Chiavenato e Sapiro (2015, p. 60) afirmam que: “Quanto mais à visão de negócios está alinhada aos interesses dos stakeholders, mais ela pode atender seus propósitos”. Assim como o ambiente externo é importante para a organização, o ambiente interno é fundamental para o bom andamento das funções internas. No ambiente interno, o empregado (funcionário) é o recurso mais importante da empresa, pois este recurso é responsável por elaborar ou executar processos e estratégias, bem como por muitas vezes administrar determinados setores, partes ou projetos dentro de uma organização. Logo, faz-se necessária a criação de uma cultura organizacional onde o ambiente interno seja valorizado e bem visto pelos seus empregados. Economia
A economia é uma ciência que analisa a produção, distribuição e consumo
de bens e serviços. Não apenas isto, a economia tem por finalidade uma análise micro e macro sobre as atividades econômicas organizacionais e auxílio na tomada de decisão empresarial com base em dados e estudos econômicos sobre mercado. Inicialmente, pode-se analisar um produto ou serviço pela sua oferta e demanda. A oferta é a disponibilidade de um produto ou serviço, a demanda é a necessidade de consumo deste produto ou serviço pelos consumidores. A relação entre oferta e demanda é o ponto de início de análises de produção ou de realização de serviços. Para melhor entendimento, é importante compreender o conceito de escassez. Todo produto ou serviço que for abundante e não precisar ser pago, pode ser considerado um produto não escasso. Já todo produto que houver procura e precisa ser pago, pode ser considerado um produto escasso. Isto é, para obtê-lo necessita-se efetuar pagamento. O preço do produto será influenciado diretamente pela disponibilidade deste produto no mercado (oferta) e pela sua procura (demanda). Em outras palavras, aquele produto que houver muita disponibilidade torna-se mais barato e aquele produto que houver pouca disponibilidade torna-se mais caro. Obviamente, sua disponibilidade não é a única variável que monta o preço de um produto ou serviço, pois existem diversos outros pontos a serem analisados. É exatamente neste ponto onde passamos a nos aprofundar em economia. Existem diferentes pontos externos que influenciam direta ou indiretamente a produção e venda de produtos ou serviços por uma organização, sendo eles legislações, impostos, regras de importação e exportação, demografia, índices econômicos locais e costumes do consumidor. Isto é, antes de realizar a venda ou produção de um bem existem diversos fatores independentes da organização (macro ambiente) que precisam ser analisados para que a organização possa ser inserida corretamente no contexto empresarial de um determinado local. Primeiramente precisa-se entender o sistema econômico atual praticado no mundo. Existem dois principais sistemas econômicos praticados no mundo atualmente, sendo eles: - Capitalismo: Descentralizado, também chamado de economia de mercado; - Socialismo: Centralizado, também chamado de economia planificada. O capitalismo, principal sistema praticado no mundo, baseia-se no capital, propriedade privada, divisão do trabalho e moeda. Basicamente, o capitalismo é um sistema de economia onde quem mais vende, mais recebe. Ou seja, quem oferta o melhor produto (não necessariamente no melhor preço) é quem recebe a maior parte dos valores dispostos no local em questão. Para entender a economia de mercado, precisa-se entender conceitos básicos como precificação. A precificação é de fato o fator mais decisivo do bom funcionamento do produto. Primeiramente porque afeta diretamente o faturamento da empresa e seus ganhos, mas também como define a quantidade que será demanda do seu produto. Partindo do conceito de elasticidade de precificação, entende-se de que quanto mais baixo é a precificação, maior será a demanda para o produto ofertado. Para os autores Churchill e Peter (2006, p. 20), preço refere-se à “quantidade de dinheiro ou outros recursos que se deve ser dada em troca de um produto ou serviço”. Para Martins, (2003, p. 208): Sem dúvida é necessário conhecer o custo do produto, porém essa informação, por si só, embora seja necessária, não é suficiente. Além do custo, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda, os preços de produtos dos concorrentes, os preços de produtos substitutos, a estratégia de marketing da empresa, etc., e tudo isso depende também do tipo de mercado que a empresa atua que vai desde o monopólio ou do monopsônio até a concorrência perfeita, mercado de commodities, etc. Contabilidade Gerencial
A contabilidade gerencial, é uma ferramenta de gestão de contabilidade
de organizações, partindo do pressuposto que a contabilidade de uma empresa não se trata apenas do envio dos demonstrativos obrigatórios solicitados pelo governo. A contabilidade gerencial implica em toda análise contábil da empresa, bem como sua aplicação para redução de custos e desperdícios e melhoria da eficiência organizacional. A gerência das informações contábeis da empresa, tem por propósito informar decisões internas tomadas por gestores e passar feedbacks sobre o controle operacional e financeiro da empresa, bem como o desempenho contratual da organização com fornecedores ou clientes. A primórdio, para que a contabilidade gerencial ocorra dentro de uma organização, esta mesma precisa possuir um sistema de informações contábeis onde todos os dados contábeis da empresa são colocados para serem analisados e transformados em informações contábeis que apoiarão os gestores na tomada de decisão e apoiarão o contador (ou outro cargo responsável) a fazer a análise das informações contábeis da empresa para uma futura tomada de decisão ou um simples feedback para a empresa ou gestores sobre desempenhos, sendo estes financeiros ou operacionais. Partindo do pressuposto de que não há como ou é extremamente difícil praticar a contabilidade gerencial sem um sistema de informações contábeis, entende-se que um software para atender esta demanda precisa ser implementado na organização. A figura 3, demonstra os tipos de dados e informações que formam e alimentam este sistema. Figura 3. Sistema de Informação Contábil
Entendendo a necessidade e os dados do sistema, a contabilidade
gerencial também possui outra peça chave para que ela possa ser implementada dentro de uma organização, o contador gerencial. Dependendo do nível da organização, pode haver inclusive mais de um contador para realizar a contabilidade gerencial da organização. A competência deste profissional está diretamente ligada ao conhecimento, habilidade e atitude do profissional em questão, entendendo que a contabilidade gerencial não é uma simples tomada de decisão baseada em números, ela deve levar em consideração informações como períodos e contextos históricos, planejamento empresarial da organização, missão, visão e metas estabelecidas. O software de contabilidade gerencial, necessita entender qual é o planejamento estratégico da empresa, bem como as suas metas. Para isto, criou-se o BSC (Balanced ScoreCard). O BSC é um painel gerencial, que demonstra através de indicadores as informações sobre as atividades mais importantes da empresa para análise. Em outros termos, o BSC mostra em um painel o indicador das atividades (sendo elas financeiras ou não) cujo a organização entende que é importante para melhoria da sua eficiência ou eficácia organizacional. Um exemplo simples seria um indicador de despesas e ganhos, mostrando o que a empresa está ganhando e gastando ao mesmo tempo. A análise destes dados é fundamental para a mudança de rumo empresarial, onde pode-se entender que uma atividade ou operação está sendo prejudicial ou está sendo extremamente favorável à organização. Outro ponto importante da contabilidade gerencial o qual não existe necessariamente um valor empírico atribuído a ele é a gestão de riscos. Afinal, além do risco ser perceptível e certamente encontrado em todas as tomadas de decisões, é necessário montar uma análise de riscos em cima das atividades desenvolvidas ou principalmente nas atividades a serem desenvolvidas de um momento para frente. Sendo assim, faz-se necessária a classificação de riscos sobre investimentos, oportunidades ou operações da empresa, podendo ser classificado ao impacto e a probabilidade de ocorrência. A gestão de riscos é um dos principais papéis da contabilidade gerencial, podendo após uma classificação de risco de determinada causa mudar o rumo da empresa no que se diz a investimento ou operações. REFERÊNCIAS
GITMAN, Lawrence. Fundamentos de Administração Financeira: essência. Porto
Alegre, Bookman, 2001.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12º ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
CHURCHILL,G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes.2. ed.
São Paulo: Saraiva, 2000
CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento Estratégico. São Paulo – 3° Edição –
Editora Elsevier, 2015.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São
Paulo, 4° edição - Editora Makron, 1993.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. São Paulo, 9° edição
– Editora Manole, 2014.
CHIAVENATO, Idalberto. Fundamentos da Administração. São Paulo, 1° edição