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carlos eduardo lins da silva


Escreveu até fevereiro de 2010
Começou a carreira nos jornais "Diário da Noite" e "Diário de S.Paulo". Chegou à Folha em 1984,
onde foi repórter, redator, editor, secretário de Redação, diretor-adjunto de Redação,
correspondente em Washington e ombudsman.

A internet a serviço do jornalismo


02/08/2009 03h00
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Os jornais americanos, por estarem enfrentando crise sem precedentes,


concentram esforços para criar instrumentos para reforçar seus
vínculos com os leitores e sua relevância junto à sociedade.

O "New York Times" recebeu na semana passada o prêmio Knight-


Batten, que reconhece inovações no jornalismo, por suas novas
ferramentas capazes de aumentar o controle social sobre as
autoridades.

Uma delas se chama "Represent". Com ela, o leitor de Nova York é


capaz de acompanhar interativamente as atividades de seus
representantes nos diversos níveis de governo.

O jornal coloca à disposição numa espécie de "facebook" informações


factuais e reportagens sobre cada político, seus votos, discursos, e
permite ao leitor escrever comentários e mensagens.

Durante a eleição de 2008, o "Times" colocou no seu site a íntegra em


vídeo dos principais discursos e dos debates entre Barack Obama e
John McCain, com a sua transcrição ao lado, o que permitia fazer
buscas no texto ou remeter-se a partes específicas do maior interesse
de cada pessoa, o que não é possível para quem está assistindo apenas
ao vídeo.

Coisa parecida é o "Document Reader", por meio do qual o jornal posta


documentos públicos de qualquer tamanho e permite ao leitor procurar
trechos que mais lhe interessem, assinalar passagens, fazer
comentários à margem.

O "St. Petersburg Times" tem o "Polifact", que apura a veracidade de


promessas ou declarações de candidatos a cargos públicos ou
autoridades no exercício do mandado e coloca o resultado de sua
apuração à disposição da audiência.

Parceiro constante de jornais que se aventuram nesses experimentos é


o site Propublica (http://www.propublica.org), sem fins lucrativos, que
se proclama independente e dedicado a produzir "matérias
importantes com força moral" resultantes de trabalho investigativo
autônomo. Ele foi estabelecido em 2007, com dinheiro da Fundação
Sandler, dos banqueiros Herbert e Marion Sandler, e é dirigida por
jornalistas que deixaram o "Wall Street Journal".

Estes são alguns exemplos de como a internet pode contribuir muito


positivamente para melhorar a qualidade do jornalismo e das relações
entre a sociedade e seus governantes.

Há quem enxergue na internet um inimigo do jornalismo. É um erro


conceitual e estratégico. A internet é apenas um meio, como o rádio, a
TV, o papel, em que se pode fazer jornalismo.

O jornalismo americano está em crise de modelagem de negócio, não


de público. Nunca os grandes jornais diários tiveram tantos leitores
quanto agora, graças à internet. Mas eles ainda não conseguiram achar
a fórmula que transforme essa leitura em receita.

Uma das empresas jornalísticas mais lucrativas no momento nos EUA


é o "Congressional Quarterly" (CQ), que se dedica apenas à cobertura
das atividades do Congresso dos EUA. Ele acaba de ser vendido pelo
"St. Petersburg Times" para um concorrente como forma de salvar o
jornal diário de seus problemas.

O sucesso do CQ e das iniciativas acima mencionadas mostram que


uma ligação orgânica entre jornalismo e acompanhamento de políticas
públicas pode ser um caminho promissor.

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