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SINGEURB 2017

SIMPÓSIO NACIONAL DE GESTÃO E ENGENHARIA


URBANA

Cidades e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

ANAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – SP

Outubro 2017
Ficha Técnica

ANAIS: I SINGEURB 2017 - SIMPÓSIO NACIONAL DE GESTÃO E


ENGENHARIA URBANA

Coordenador Geral do I SINGEURB 2017: Bernardo Arantes do Nascimento


Teixeira

Editores: Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira, Érico Masiero, Cláudio


Robert Pierini

Projeto gráfico: Vagner de Souza Serikawa


ORGANIZAÇÃO / REALIZAÇÃO

Universidade Federal de São Carlos


UFSCar – Campus São Carlos, SP

Programa de Pós Graduação em


Engenharia Urbana – PPGEU

Parceiros e Patrocínio

Fundação de Apoio
Coordenação de Institucional ao
Aperfeiçoamento de Departamento de Engenharia
Desenvolvimento Científico
Pessoal de Nível Superior Civil
e Tecnológico

Associação Nacional de Associação dos Conselho Regional de


Tecnologia do Ambiente Engenheiros, Arquitetos e Engenharia e Agronomia do
Construído Agrônomos de São Carlos Estado de São Paulo
APRESENTAÇÃO
A busca pela sustentabilidade em um mundo cada vez mais urbanizado
coloca as cidades como um tema central das preocupações. Da mesma
forma, é analisada como uma das soluções contemporâneas. Neste contexto,
o I Simpósio Nacional de Gestão e Engenharia Urbana (SINGEURB) é um
evento promovido pelo GT Urbano da ANTAC, Associação Nacional de
Tecnologia do Ambiente Construído e representa uma oportunidade para que
a comunidade de pesquisadores, profissionais e estudantes dos diversos temas,
relativos às questões urbanas, possam aprofundar a troca de experiências e
reflexões, além de apresentar e debater os avanços no conhecimento e nas
potencialidades de atuação.
Realizado entre os dias 25 e 27 de outubro de 2017, na Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar), o I SINGEURB teve como compromisso acolher esta
comunidade para discutir assuntos relativos ao tema: “Cidades e Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável – ODS”. Foram também abordados os temas de
Gestão e Planejamento Urbano, de Transportes e Mobilidade, de Saneamento
e Recursos Hídricos, de Geotecnia e Geoprocessamento, de Urbanismo e
Habitação, assim como de Tecnologias Aplicadas.
Adotando uma nova denominação, o SINGEURB configura-se como uma
sequência do Simpósio de Pós-Graduação em Engenharia Urbana (SIMPGEU)
realizado em São Carlos, Maringá, Rio de Janeiro e Passo Fundo
respectivamente, passando a incluir em suas duas últimas edições o Encontro
Nacional de Tecnologia Urbana (ENURB). Após uma década do seu
surgimento, o evento passa a adotar, em sua sexta edição, uma
denominação que reflete melhor o alcance dos sucessivos encontros já
realizados. Ou seja, a proposta inicial de reunir os Programas de Pós-
Graduação em Engenharia Urbana existentes no Brasil se tornou mais
abrangente por incluir áreas correlatas de pesquisa e instituições de outros
países.
A iniciativa de organização local do evento é do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Urbana, em conjunto com o GT Urbano da ANTAC
(Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído) e a Pró Reitoria
de Extensão da Universidade de São Carlos, sob o gerenciamento da
Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
– FAI UFSCar. Além da UFSCar, a iniciativa contou ainda com apoio de
pesquisadores das Universidades de São Paulo (USP), da Universidade de Passo
Fundo (UPF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da
Universidade Estadual de Maringá (UEM), os quais colaboram na concepção
do escopo científico do evento, na divulgação, na organização e na
promoção para a participação de estudantes e pesquisadores do mundo
todo.
Devido a enorme abrangência do tema geral – ODS – houve a necessidade
do estabelecimento de 7 eixos temáticos, sendo, Geotecnia e
Geoprocessamento, Gestão e Planejamento Urbano, Habitação, Saneamento
e Recursos Hídricos, Tecnologias Aplicadas, Transportes e Mobilidade e
Urbanismo; e ainda ramificados em outros 41 subtemas.
A organização local contou com a participação de diversas comissões, as
quais se estabeleceram para gerenciar os recursos e as atividades ao longo
do período de preparação do evento. As comissões do simpósio foram
responsáveis tanto pelas questões científicas e acadêmicas, quanto por
àquelas relativas à programação, promovendo os princípios da
sustentabilidade e integrando os participantes, de acordo com a infraestrutura
disponível.
Durante todo o processo de concepção e realização, atuaram a Comissão de
Organização Local – COL, a Comissão de Trabalhos Técnicos – CTT, a
Comissão de Sustentabilidade – CS, a Comissão de Infraestrutura – CI, a
Comissão de Programação – CP, a Comissão de Divulgação – CD e a
Comissão de Recursos Financeiros – CRF, as quais estimularam a interação
entre os membros locais e a comunidade acadêmica garantindo a gestão
transparente e democrática do evento.
Considerando as dimensões ambiental, econômica, social e cultural,
avaliadas como as de maior relevância para o caso do evento, a Comissão
de Sustentabilidade desenvolveu diversas diretrizes em conjunto com as
demais comissões para minimizar os impactos no ambiente e estabelecer
critérios de consumo de materiais e energia. Procurou-se adotar mecanismos
de observação das ações dos membros das comissões e foram estabelecidos
instrumentos de coleta de dados que viabilizassem o cálculo da pegada
carbônica do evento.
Em uma etapa de submissão de trabalhos foram recebidos 697 resumos de
artigos científicos provenientes de 17 Estados brasileiros e de 3 diferentes
países, entre eles, México, Argentina e Portugal. O Simpósio recebeu, ao todo,
396 artigos completos nos 7 eixos temáticos, dos quais 81% dos trabalhos foram
aceitos para publicação integral nos Anais e apresentados, presencialmente,
em formato de pôster ou oral durante os 3 dias.
A comissão cientifica contou com participação de 192 renomados
pesquisadores doutores de diversas instituições nacionais e internacionais a
qual se responsabilizou por avaliar, a partir do mérito acadêmico, e classificar
os artigos de acordo com as áreas de abordagem para compor as
apresentações e os Anais.
O SINGEURB 2017, portanto, busca fomentar as discussões, propor inovações
no ambiente urbano, agregar a sociedade civil e o poder público no desafio
de conceber cidades mais sustentáveis.
Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira
Érico Masiero
Cláudio Robert Pierini
COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO LOCAL
Coordenação: Bernardo Arantes Nascimento Teixeira
Cláudio Robert Pierini
Denise B. Menezes
Érico Masiero
Gustavo D'Almeida Scarpinella
Marcilene Dantas Ferreira
Ricardo Siloto da Silva
Rochele Amorim Ribeiro
Sandra Regina Mota
Sidnei Pereira da Silva

COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO
Coordenação: Marcilene Dantas Ferreira
Aline de Lima Zuim
Camila Danubia G. de Carvalho
Camila Mota Massaro
Giulia Guillen Mazzuco
Jaqueline Tomie Fujimoto
Thamiris C. Costa Basilio
Vagner de Souza Serikawa
Yanayne Benetti Barbosa

COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA
Coordenação: Denise B. Menezes
Ana Carolina Oliveira Prado
Camila Fávero Loss
Claudinei Moreira Diniz
Gustavo D'Almeida Scarpinella
Léa Cristina Lucas de Souza
Leonardo Kenji Maeda
Thais de Cássia Martinelli Guerreiro

COMISSÃO DE PROGRAMAÇÃO
Coordenação: Sandra Regina Mota
Ana Paula Oliveira Favretto
Caio Augusto Rabello Gobbo
Camila Umbelino Carvalho
Carlos Andrés Martínez Rodríguez
Edwin Alejandro Ramírez Aguilar
Luiz Paulo Vieira de Araújo Júnior
Maria Eugênia Fernandes
Ricardo Siloto da Silva
Vinicius Gustavo de Oliveira

COMISSÃO DE SUSTENTABILIDADE
Coordenação: Rochele Amorim Ribeiro
Carolina Sulzbach Lima Peroni
Poliana Arruda Fajardo
Thais Helena Prado Corrêa
Theo Brunette
COMISSÃO DE TRABALHOS TÉCNICOS
Coordenação: Érico Masiero
Bernardo Arantes Nascimento Teixeira
Cláudio Robert Pierini
Gustavo D'Almeida Scarpinella
Lucas Dellosso Penteado

COMISSÃO CIENTÍFICA
Alex Kenya Abiko
Ângela Maria Gabriella Rossi
Léa Cristina Lucas De Souza
Paulo Fernando Soares
Rosa Maria Locatelli Kalil

COMITÊ EDITORIAL
Érico Masiero
Bernardo Arantes Nascimento Teixeira
Cláudio Robert Pierini

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DE ARTIGOS COMPLETOS


Adalberto da Silva Retto Jr
Adauto Lucio Cardoso
Ademir Paceli Barbassa
Adriana Alvarenga Dezani
Adriana Jesus Guilhen
Adriane M. Fontana
Alex Kenia Abiko
Almir Sales
André Luis Riqueira Brandão
Andréia Medinilha Pancher
Angela Santana de Oliveira
Anna Silvia Palcheco Peixoto
Anne Alessandra Cardoso Neves
Antonio Carlos Demanboro
Antonio Carlos Gaeta
Antonio Cézar Leal
Antonio Nelson Rodrigues da Silva
Archimedes Azevedo Raia Jr.
Arthur Magon Whitacker
Barbara Stolte Bezerra
Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira
Bruna da Cunha Felicio
Caio Victor Lourenço Rodrigues
Cali Laguna Achon
Carolina Maria Pozzi de Castro
Celso Romanel
Clauciana Schmidt Bueno de Moraes
Claudia Cotrim Pezzuto
Cláudio Robert Pierini
Clovis Ultramari
Cristhiane Michiko Passos Okawa
Denise Balestrero Menezes
Diego Freitas Rodrigues
Douglas Barreto
Eduardo Alberto Manfredini
Eduardo Leite Kruger
Eduardo Meireles
Eduardo Pavan Korf
Elaine Garrido Vazquez
Eliane Viviani
Eliz Paula Manfroi
Enéas Rente Ferreira
Enilson Medeiros dos Santos
Érica Pugliesi
Erich Kellner
Érico Masiero
Erika Cristine Kneib
Fábio Noel Stanganini
Fabíola Castelo de Souza Cordovil
Fernando Hideki Hirose
Flávia Maria de Moura Santos
Flavio Bentes Freire
Francis Massashi Kakuda
Francisco Heber Lacerda de Oliveira
Frederico Yuri Hanai
Generoso De Angelis Neto
Gianna Melo Barbirato
Giovani Manso Ávila
Gisela Cunha Viana Leonelli
Gisele Silva Barbosa
Glauco de Paula Cocozza
Guilherme Guimarães Lage
Gustavo D'Almeida Scarpinella
Gustavo Garcia Manzato
Harry Bollmann
Heliana Barbosa Fontenele
Ilce Marília Dantas Pinto
Ilza Machado Kaiser
Jairo Roberto Jimenez-Rueda
Jose Alberto Tostes
José Aparecido Sorratini
José Augusto de Lollo
José Diego Gobbo Alves
José Francisco
José Luiz Miotto
Jozrael Henriques Rezende
Julia Celia Mercedes Strauch
Karin Regina de Castro Marins
Katia Sakiihama Ventura
Kelly Cristina Magalhães
Lafayette Dantas da Luz
Léa Cristina Lucas de Souza
Leonardo Guerra de Rezende Guedes
Letícia de Oliveira Neves
Lindon Fonseca Matias
Liza Maria Souza de Andrade
Luciana Schenk
Luiz Roberto Santos Moraes
Luzenira Alves Brasileiro
Magaly Natalia Pazzian Vasconcellos Romão
Manoel Gonçalves Rodrigues
Marcel Fantin
Marcela Avelina Bataghin Costa
Marcelo Chemin
Marcelo Chicati
Marcelo Montanho
Marcelo Suetake
Márcia Thais Suriano
Marco Antônio de Morais Alcantara
Marco Aurelio Holanda de Castro
Marcos Antonio Garcia Ferreira
Marcos Antonio Leite Frandoloso
Maria Lygia Alves de Niemeyer
Mário Angelo Nunes de Azevedo Filho
Michele de Almeida Correia
Milena Kanashiro
Natália de Souza Correia
Nemésio Neves Batista Salvador
Nivaldo Gerôncio da Silva Filho
Norma Regina Truppel Constantino
Obede Borges Faria
Odair Barbosa de Moraes
Pablo Brilhante de Sousa
Paulo Henrique Cirino Araújo
Paulo Roberto Masseran
Paulo Vaz Filho
Renata Bovo Peres
Renata Cardoso Magagnin
Ricardo Augusto Souza Fernandes
Ricardo Siloto da Silva
Ricardo Victor Rodrigues Barbosa
Rita de Cássia Arruda Fajardo
Rochele Amorim Ribeiro
Rodrigo Braga Moruzzi
Rodrigo Eduardo Córdoba
Rodrigo José Firmino
Ronny Marcelo Aliaga Medrano
Rosa Maria Locatelli Kalil
Samir Hernandes Tenório Gomes
Sandra Oda
Sandra Regina Mota Silva
Sidnei Pereira da Silva
Sidney Piochi Bernardini
Silvia Tavares
Simone Cristina de Oliveira
Sofia Araújo Lima Bessa
Suely da Penha Sanches
Teresa Cristina Ferreira de Queiroz Gaudin
Teresinha de Jesus Bonuccelli
Thais de Cássia Martinelli Guerreiro
Thaís Troncon Rosa
Tomás Antonio Moreira
Vandoir Bourscheidt
Vera Lucia Barradas Moreira
Victor F. Roriz
Vitor Eduardo Molina Junior
COMISSÃO DE VERIFICAÇÃO DE RESUMOS
Ademir Paceli Barbassa
Archimedes Azevedo Raia Jr.
Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira
Cali Laguna Achon
Carlos Wilmer Costa
Carolina Maria Pozzi de Castro
Cássio Leandro do Carmo
Cláudio Robert Pierini
Denise Balestrero Menezes
Douglas Barreto
Edson Augusto Melanda
Eliane Aparecida Justino
Eliane Hayashi Suzuki
Erich Kellner
Érico Masiero
Fabbio Anderson Silva Borges
Fábio Noel Stanganini
Fernando Hideki Hirose
Francis Massashi kakuda
Guilherme Guimarães Lage
Gustavo D'Almeida Scarpinella
João Sergio Cordeiro
José da Costa Marques Neto
José Francisco
Julia Tereza Abrão Vieira Lourenço Wilmers
Katia Sakiihama Ventura
Léa Cristina Lucas de Souza
Liliane Torres de Oliveira
Luciana Márcia Gonçalves
Luiz Antonio Nigro Falcoski
Marcelo Suetake
Marcos Antonio Garcia Ferreira
Nemésio Neves Batista Salvador
Nivaldo Gerôncio da Silva Filho
Poliana Arruda Fajardo
Ricardo Augusto Souza Fernandes
Ricardo Siloto da Silva
Rochele Amorim Ribeiro
Rodrigo Eduardo Córdoba
Rodrigo Braga Moruzzi
Rose Elaine Teixeira Borges
Sandra Regina Mota Silva
Sergio Antonio Rohm
Sidnei Pereira da Silva
Suely da Penha Sanches
Thais de Cassia Martinelli Guerreiro
Vagner de Souza Serikawa
Welliton Leandro de Oliveira Boina
Yanayne Benetti Barbosa
COMISSÃO DE RECURSOS FINANCEIROS
Coordenação: Bernardo Arantes Nascimento Teixeira
Edson Augusto Melanda

SECRETARIA EXECUTIVA
Tânia Regina Freire de Carvalho Rodrigues Rocha
Maria Luiza Zanchim

APOIO TÉCNICO
Aline de Lima Zuim
Ana Carolina Oliveira Prado
Ana Paula Favretto
Ary Rodrigues Alves Netto
Bene Camargo
Caio Augusto Rabello Gobbo
Camila Danúbia Gonçalves de Carvalho
Camila Mota Massaro
Camila Umbelino Carvalho
Carlos Andres Martinez Rodriguez
Carolina Sulzbach Lima Peroni
Claudinei Moreira Diniz
Edwin Alejandro Ramirez Aguilar
Eliane Aparecida Justino
Fábio Noel Stanganini
Flávia Gaspar
Francis Brasil Gardino Iglesias
Giulia Guillen Mazzuco
João Romanelli
Liliane Torres Olivera
Leilane Renovato Albuquerque
Lucas Dellosso Penteado
Luciana Bernal
Luiz Paulo Vieira de Araújo Junior
Maria Camila Pèrdomo Gaitan
Maria Eugênia Fernandes
Maria Fernanda Santos
Monique de Paula Neves
Natália da Costa Souza
Otávio Henrique da Silva
Pollyana Ferreira da Silva
Sidnei Pereira da Silva
Suzana Honório
Taiany Richard Pitilin
Vagner de Souza Serikawa
Vinicius Gustavo de Oliveira
Vinícius Renan Fujino Castro
Sumário

1. Geotecnia e Geoprocessamento

1.1. Geologia Aplicada ao Planejamento

1175 - Análise Comparativa de Diretrizes Urbanísicas da Bacia Hidrógrafica do


Córrego Jararaca, São Carlos-SP
Silva, G. C; Menezes, D. B.
1327 - Análise do Nível de Degradação dos Recursos Hídricos na Região do Município
de Ibaté - SP
Basilio, T. C. C.; Dantas-Ferreira, M.; Serikawa, V. S.
1561 - Potencial Contaminante de Depósitos Tecnogênicos de Resíduos de
Construção no Município de São Carlos
Valente, L. N.; Gomes, P. L. F.; Menezes, D. B.
1566 - Caracterização para Uso Ornamental de Rochas que são Rejeitos da Extração
de Arenito Silicificado
Porto, A. C.; Moraes, D. C.; Menezes, D. B.; Bonucelli, T. J.

1.2. Geoprocessamento Aplicado

1042 - As Consequências da Expansão Urbana Sobre a Hidrografia no Município de


São José Do Rio Preto – SP, No Período de 1971 A 2016
Asciutti, G. A. M; Melanda; E. A.; Oliveira, G. S.
1290 - Índice de Eficiência Espacial Urbana: Uma Proposta Metodológica Aplicada a
Unidades Básicas de Educação da Cidade do Rio De Janeiro
Muniz Da Silva, L. O.
1375 - Uso da Cartografia Geoambiental em Apoio à Gestão dos Recursos Hídricos
da Sub-Bacia Hidrográfica do Ribeirão Bocaina – Passos, MG
Jacó, A. P.; Collares, E. G.
1427 - Análise Geoestatística de Características Pluviométricas Estudo de Caso:
Malha Oeste – SP
Souza, N. C.; Lollo, J. A.; Almeida Filho, G. S.
1596 - Geoprocessamento Aplicado à Gestão de Pequenos Volumes de Resíduos da
Construção Civil e Resíduos Volumosos: Proposta de Rede Pontos de Entrega
Voluntária para a Zona Leste de Londrina/PR
Goes, G. M.; Rodrigues, C. V. L.
1598 - Avaliação de GPS de Navegação em Levantamentos Topográficos
Planialtimétricos Aplicados À Engenharia
Veloso, A. A.; Guilherme, D. D. P.; Silva, M. R. C.
I Simpósio Nacional de Gestão e Engenharia Urbana
Universidade Federal de São Carlos - 25 a 27 de Outubro de 2017
Cidades e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ÍNDICE DE EFICIÊNCIA ESPACIAL URBANA: UMA PROPOSTA


METODOLÓGICA APLICADA A UNIDADES BÁSICAS DE EDUCAÇÃO DA
CIDADE DO RIO DE JANEIRO

1
MUNIZ DA SILVA, L. O.

1
Programa de Engenharia Urbana, Universidade Federal do Rio de Janeiro;
leonardomuniz@poli.ufrj.br

RESUMO

Sob a ótica da Engenharia Urbana, as cidades podem ser compreendidas como um


conjunto menos ou mais articulado de redes de serviços operadas através de sistemas
técnicos como as redes de transportes, água e esgoto e equipamentos comunitários.
Com o objetivo de salientar a importância da posição geográfica destes sistemas ou
equipamentos para o planejamento e o funcionamento das cidades, o presente artigo visa
apresentar à comunidade científica um índice espacial criado para avaliar a eficiência
urbana de equipamentos comunitários no que tange à localização de suas unidades
básicas e a proximidade entre o local de oferta de serviços e o local de residência dos
habitantes urbanos. Para isto, o trabalho passou pelas seguintes etapas metodológicas:
1) aquisição e georreferenciamento de dados referentes às unidades básicas de
educação em uma área de planejamento da cidade do Rio de Janeiro; 2) integração com
dados sociodemográficos; 3) aplicação do algoritmo de Voronoi para identificar, mensurar
e classificar a demanda por atendimento das unidades; 4) aplicação de raios de atuação
das unidades básicas de educação baseados em sua capacidade de atendimento,
previamente estabelecida pelos órgãos competentes responsáveis pelas políticas
educacionais municipal, estadual e federal; 5) análise comparativa entre oferta e
demanda contrastando os mapas gerados das aplicações supracitadas. Os resultados
obtidos revelam um pequeno déficit espacial das unidades quanto à cobertura de
atendimento permitindo a realização de simulações para o planejamento de novas
unidades, a redistribuição de recursos e, portanto, a otimização da rede. Com isto, o
índice fomenta a comparação entre os cenários atual e futuro (desejável) apoiando
decisões para novos projetos e programas.

Palavras-chave: eficiência urbana, posição geográfica, análise espacial.

ABSTRACT

In Urban Engineering, the cities can be described as structures of service networks


operated by technical systems of transportation and mobility, water and sewage,
communitarian facilities and others fundamental aspects to the quality of life of population.
In order to reinforce the importance of the geographical situation of these urban systems
to the functioning and planning of the cities, this article aims to present to the scientifical

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community a spatial index that was created to evalue the urban efficiency of the
communitarian facilities, considering the basic services units location and the proximity
between the service offer locations and the place of residence of the urban dwellers. For
this purpose, the following methodological steps was realized: 1) data acquisition and
georeferencing, relating to the basic education institutions in a Rio de Janeiro planning
area; 2) integration with sociodemographical databases; 3) application of Voronoi
algorithm, to identify, measure and classify spatially the demand for customer service; 4)
application of basic education institutions atuation radius based on the capacity estimated
by the regional and local educational policies; 5) comparative analysis between the maps
created to representing the demand for customer service and the basic education
institutions service offers. The results of this operation demonstrate a spatial deficit of the
basic education institutions relating to the customer service area. In this way, some
simulations can be realized to planning: new locations to receive new service units;
resources redistribution by potentional interation between the operational units; others
decisions relating to the urban system optimization. It can be concluded that the spatial
index estimulate the comparation between actual and futural (planned) scenario to make
decisions promoting new projects and programs for the social inclusion.

Keywords: urban efficiency, geographical situation, spatial analysis.

1 INTRODUÇÃO

A Engenharia Urbana foi descrita por Martinand (1986) como a arte de conceber,
implementar, gerenciar e coordenar os aspectos técnicos dos sistemas urbanos. Estes
aspectos técnicos referem-se à infraestrutura física, pela qual os serviços urbanos são
suportados, e à rede de serviços propriamente dita, ligada à dimensão social de
prestação de atendimento à população das cidades. Desta forma, o espaço urbano, como
substrato material da cidade, é compreendido a partir de uma visão utilitarista, como
sendo um recurso para a garantia de realizações cuja sociedade é atuante e o substrato
espacial é palco, é atuado (SANTOS, 2000).

Na formação em Engenharia Urbana, Das e Emuze (2015) diagnosticam que o espaço


tem prioridade inferior à desejável como objeto de análise. Ao se buscar publicações e
teses de Engenharia Urbana que tem por foco a questão espacial, os eixos de trabalho
principais encontrados tratam de análises multivariadas e locacionais, comumente
voltadas para o que vem sendo chamado de site location, para identificar e classificar
localizações menos ou mais interessantes para a realização de ações, e métodos de
avaliação de impactos de um determinado empreendimento ou fenômeno em um recorte
geográfico bem definido. Assim, além da confirmação do que preconizou Santos (2000) e
Das e Emuze (2015), pode-se afirmar que, quando há, a abordagem do espaço é dada a
partir das localizações absolutas, afastando-se da noção de localização relativa (posição
geográfica), a qual sugere uma visão totalizadora de integração e dinâmica espaciais da
cidade, como um organismo com potenciais de interação com seu entorno para a
otimização de seu funcionamento (CORRÊA, 2004).

Baseado nesta concepção, o presente artigo busca criar um índice espacial capaz de
avaliar a eficiência urbana de equipamentos públicos comunitários no que tange à
localização de suas unidades de serviços, a proximidade entre os locais de oferta e os
locais de demanda (as residências dos habitantes das cidades), os dados demográficos e
o aspecto funcional fundamental para a dinâmia urbana: a malha viária (verificada quanto
à estrutura para caminhada a pé ou por bicicletas). Cumpre notar que a eficiência urbana
surge como um conceito natural para índices espacias relativos que tem por proposta a
arte da Engenharia Urbana, pois, segundo Netto e Krafta (2009: 167), sua aferição pode:

63
Dirigir-se a subsistemas específicos de agentes (como serviço-
consumidor ou firma-firma) verificando o grau de eficiência destas
ligações físicas (ou proximidade dessa distribuição com a rede de
conexão ideal) [...]; mostrar ganhos de eficiência com a qualificação de
componentens urbanos; por exemplo, com o eventual aumento de
acessibilidade em razão de melhorias na rede de acessos ou de
modificações no panorama de localizações de agentes complementares
[...]; a análise da eficiência das ligações existentes entre agentes, e o
quanto elas se beneficiam do espaço (ou eventualmente ignoram
vantagens locacionais ou agentes complementares melhor localizados
para possíveis interações).

2 OBJETIVOS

Para o alcance do objetivo geral (elaboração do Índice de Eficiência Espacial Urbana),


faz-se necessário:

i. Levantar os equipamentos comunitários presentes na área de estudo (no presente


caso, unidades básicas de educação da área de planejamento da Barra da Tijuca,
na cidade do Rio de Janeiro) e seus atributos geográfico (localização das
unidades) e taxonômicos (nome ou código identificador, capacidade de
atendimento, público-alvo, etc.);
ii. Criar um Modelo Digital do Ambiente (MDA) integrado às bases de dados do
Censo Demográfico (IBGE, 2010) – malha censitária, dados de população
residente (número de pessoas e idade) e logradouros (rede viária);
iii. Classificar toda extensão da área em atendidas ou não-atendidas, contrastando
os mapas de demanda por serviço (mensurada a partir do algoritmo de Voronoi) e
os mapas de cobertura planejada (identificada a partir de dados oficiais dos
órgãos competentes);
iv. Identificar o déficit espacial dos equipamentos comunitários e os potenciais de
interação existentes para otimização do atendimento à população, além das
necessidades de reposicionamento ou alteração de traçado viário para validar o
índice como ferramenta de avaliação de eficiência urbana para fins decisórios de
planejamento.

3 MÉTODO

O método utilizado, portanto, é o comparativo, dado através do contraste entre os mapas


de oferta e demanda. A diferença estatística entre estas representará o índice espacial
com resultado deficitário ou eficiente. Para as mensurações, conjuntos de dados
referentes aos equipamentos analisados e à população de entorno das unidades serão
coletados e integrados em uma estrutura denominada Modelo Digital do Ambiente:

Uma representação digital da realidade ambiental enriquecida com


informações sobre a evolução de situações (monitoria), acompanhado de
estimativas (avaliações) oriundas do conhecimento analítico dos
processos ambientais envolvidos e também originados de
conhecimentos empiricamente adquiridos (assinaturas) e, então, não se
restringindo a uma representação digital dos componentes ambientais
em mapas temáticos (XAVIER-DA-SILVA, 2001: 188).

A oferta considerada será aquela prescrita pelos órgãos competentes através de


resoluções para o atendimento das diretrizes básicas das políticas setorias que a regem
(no caso, trata-se das políticas de educação). Será, portanto, em função do estado ótimo
de funcionamento das unidades. Enquanto a demanda será gerada, finalmente, através
do algoritmo de Voronoi.

64
3.1 Algoritmo de Voronoi (ou Polígonos de Thiessen)

O algoritmo de Voronoi é o algoritmo gerador dos chamados polígonos de Thiessen. De


caráter geoespacial, ele é capaz de, a partir de centros de massa (centróides) plotados
em um MDA, definir suas áreas de influência possíveis tendo por variáveis: a distância
euclidiana entre os centros (modo simples) e barreiras físicas e sociais mapeáveis, além
do número de recursos tidos e a demanda por atendimento do centro (modo complexo).
Assim, os polígonos de Thiessen no modo simples são aqueles “constituídos por pontos
que estão mais próximos de seu ponto gerador do que de qualquer outro ponto gerador”
(XAVIER-DA-SILVA, 2001: 197), como representado nas Figura 1 e 2.

Fig. 1 – Processo de geração dos Polígonos de Thiessen em modo simples


Fonte: ArcGIS for Desktop (s/d).

Fig. 2 – Geração dos Polígonos de Thiessen em modo simples (interface usuário)


Fonte: Adaptado de Hexagon Geospatial (s/d).

O modo complexo ocorre quando são parametrizadas/valoradas as massas (ou pesos)


dos centróides e incluídas no MDA todas as feições que denotam dificuldade para acesso
ou resistência à ação dos centros (estas feições são chamadas atritos ambientais e
também são valoradas, para que haja uma distorção do poder de polarização dos
centros). Para o caso de unidades de educação, poderiam ser considerados para compor
as massas: número de salas de aula disponíveis, de professores por disciplina e de
alunos esperados para o ano letivo. Para os atritos ambientais, poderiam ser
considerados: “ilhas” de alta incidência criminal, corpos d’água e colinas.

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Como os dados necessários para estimar as massas e os atritos são, parcialmente, de
acesso restrito ou de acesso despendioso e o intuito do artigo é propor uma metodologia
de avaliação de eficiência urbana com ênfase no papel ativo do espaço, o uso do
algoritmo de Voronoi em modo simples se faz satisfatório. Além disto, parte-se do
pressuposto que a principal variável para a matrícula de alunos de uma determinada
unidade educacional seja a proximidade com o local de residência (as unidades
municipais de ensino no Rio de Janeiro tem por área de cobertura planejada – oferta
ótima – raios de 1 km de distância de cada unidade. Estes serão os raios aplicados para
a geração do mapa de ofertas).

3.2 Execução

Os dados relevantes para a atividade foram adquiridos junto aos órgãos oficiais
responsáveis. No caso das unidades escolares municipais, estaduais e federais, utilizou-
se os conjuntos disponibilizados no Sistema de Informações Urbanas (PCRJ, 2016). As
listas de dados foram filtradas para se trabalhar apenas as unidades de ensino básico.
Os dados populacionais foram obtidos do Censo Demográfico (IBGE, 2010) e, então,
filtrou-se o quantitativo populacional por idade escolar recomendável, baseada em
SOFFNER (2015). Assim, construiu-se o MDA necessário para a aplicação dos
algoritmos, MDA este representado na Figura 3.

Fig. 3 – Distribuição Populacional em Idade Escolar e Unidades de Ensino Básico


Fonte: Produzido pelo autor.

A partir das localizações das unidades, aplicou-se o algoritmo de Voronoi para que se
identificasse todos os pontos do território que estão mais próximos de uma unidade que
de outra. A partir das delimitações geradas (Figura 4), selecionou-se os setores
censitários polarizados por cada escola e contabilizou-se, assim, a demanda gerada para
cada equipamento da área de estudo. Na Figura 5, observa-se o mapa de cobertura
planejada (ou oferta) gerado a partir dos buffers de 1 km, estado ótimo de funcionamento.

66
Fig. 4 – Distribuição Populacional em Idade Escolar e Polígonos de Thiessen
Fonte: Produzido pelo autor.

Fig. 5 – Distribuição Populacional em Idade Escolar e Cobertura Escolar Planejada


Fonte: Produzido pelo autor.

67
Como há um total de 114 unidades na área de planejamento da Barra da Tijuca, serão
aqui exibidos os dados referentes a um número reduzido de escolas. Foram selecionadas
aquelas que representam o maior e o menor índice espacial da área e seus três vizinhos
mais próximos.

Tabela 1 – Unidades escolares selecionadas para análise

Unidade escolar Oferta (nº hab.) Demanda (nº hab.) Índice (%)
CIEP João Batista dos Santos 17206 2202 781,38
CIEP Margaret Mee 5279 4559 115,79
EM Avertano Rocha 16098 916 1757,42
EM Frederico Eyer 16802 1893 887,59
EM Frei Gaspar 1382 2460 56,18
EM Juliano Moreira 14050 2694 521,53
EM Prof. Carlos Delgado de Carvalho 5765 8962 64,33
EM Prof. Jurandir Paes Leme 391 1459 26,80
Fonte: Produzido pelo autor.

O índice corresponde a uma relação matemática simples entre o número populacional


atendido segundo as políticas educacionais adotadas e o número populacional que
demanda o atendimento na realidade (considerando a proximidade entre residência e
equipamento o fator gerador de demanda). As unidades que ofertam mais serviço do que
geram de demanda possuem índice maior que 100%. Aquelas que possuem déficit de
atendimento possuem índice menor que 100%.

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Baseado nestes números e na análise visual do mapa exposto na Figura 6, pode-se


afirmar que a unidade EM Avertano Rocha apresenta ampla vantagem locacional para a
rede de escolas. Ela é localizada em uma área onde há outras unidades como opção
para uma maior quantidade de alunado. Desta forma, sua demanda é relativamente baixa
e, então, há um fator positivo de oferta: preparada para a recepção de uma maior
quantidade de alunos, a unidade possui um “excedente”, podendo interagir com unidades
vizinhas deficitárias, remanejando seus recursos. Cumpre notar que seus vizinhos
imediatos também apresentam alto índice de eficiência espacial urbana, sendo todos
muito próximos entre si. Portanto, pode-se afirmar que há ampla oferta de serviços
escolares promovida pela proximidade escola-escola nesta área da região analisada.

Já o mapa exposto na Figura 7 demonstra, para a unidade de menor índice, uma


desvantagem em relação à demanda populacional, pois está preparada para uma baixa
demanda (há baixa densidade populacional no entorno), no entanto, a demanda é
relativamente alta, pois não há unidades próximas dentro de um grande raio de distância.
Desta forma, sugere-se uma nova locação de recursos para a unidade, bem como uma
melhoria das vias próximas (há pouca conectividade à rede viária), para que, com o
aumento de sua capacidade de atendimento, haja também melhores condições para a
chegada e a saída ao local. Cumpre notar que, de suas vizinhas imediatas, apenas uma
possui o índice positivo: o CIEP Margareth Mee. A segunda unidade com maior índice é
vizinha próxima a esta e apresenta um íncide de 64,33%. Então, apesar de deficitária, ela
ainda indica um alto potencial de interação para a solução de problemas de atendimento.

A unidade EM Frei Gaspar possui os mesmos problemas que a unidade de menor índice.

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Fig. 6 – Escola Municipal Avertano Rocha e seu entorno
Fonte: Produzido pelo autor.

Fig. 7 – Escola Municipal Prof. Jurandir Paes Leme e seu entorno


Fonte: Produzido pelo autor.

69
Os somatórios da oferta e da demanda de toda Região da Barra da Tijuca, quando
incluídos no cálculo de geração do índice de eficiência espacial urbana, apontou um
percentual de 275,4, o que, para uma análise em escala mais abrangente (nível de
cidade, por exemplo), permite afirmar que a Região é autosustentada em termos de
educação e com possibilidades de colaboração com outras regiões da cidade, caso
necessário. Duas afirmações, assim, podem ser feitas: 1) O índice opera sob uma
perspectiva multiescalar: identifica problemas, e também soluções, locais e possíveis
redes de colaboração regionais; 2) ele deve ser sempre analisado considerando as
distâncias entre equipamento-equipamento, pois há vantagens e desvantagens
locacionais que facilitam o direcionamento de soluções ou, em outras palavras, pois
subsidiam a elaboração dos planos de ação necessários para a otimização do
atendimento de uma determinada rede de serviços.

5 CONCLUSÃO

A análise dos resultados obtidos permite afirmar que, além da proximidade escola-
população, a proximidade escola-escola é indicadora de uma dimensão social positiva na
Engenharia Urbana, relativa ao atendimento dos subsistemas técnicos urbanos à
população como um todo. Isto corrobora com a noção de que uma morfologia compacta
favorece o funcionamento das cidades, como tem sido amplamente aceito pela
comunidade científica.

Há, para além desta confirmação, a construção de um índice capaz de subsidiar


diferentes formas de análise, que apontam soluções práticas de nível operacional. Um
exemplo, demonstrado na Figura 8, é a classificação por níveis de atendimento à
população. Os valores extraídos e agrupados, associados à análise visual dos mapas,
consolidam a informação de que as áreas cuja oferta de serviços é igual ou superior à
demanda gerada são, na maioria dos casos, as áreas de morfologia compacta. Assim
como, demonstram as “afinidades” espaciais das unidades básicas de educação,
indicando áreas de potencial de interação por proximidade entre déficit-excedente.

Portanto, o conceito de localização relativa, ou posição geográfica, é central para o


encaminhamento de propostas eficientes e sustentáveis, pois as distâncias entre os
equipamentos e os locais de residência urbana balizam esta forma de análise explorada
no artigo com vistas à otimização de uma rede de serviços e o encurtamento de
distâncias. A eficiência deriva da posição de cada unidade e a sustentabilidade se dá a
partir do incentivo ao planejamento de cidades com estruturas de vias voltadas ao acesso
rápido por meio de veículos leves (promovida pela necessidade apenas de
deslocamentos curtos), antes passando pelo uso de solo predominantemente misto
(proximidade entre local de residência e de serviços que favorece tais deslocamentos).

Em suma, estes fatores dão maior fluidez à experiência dos diferentes espaços das
cidades, que passariam a estar integrados, além de consequências ambientais positivas
para áreas diversas: haveriam consequências para clima, poluição e saúde, por exemplo,
provocadas pelo desincentivo aos grandes deslocamentos, usualmente realizados
através de veículos pesados e motorizados.

Outra forma de análise possibilitada a partir deste índice-indicador diz respeito à sua
capacidade comparativa. O algoritmo de Voronoi pode ser realizado com novas
localizações de unidades hipotéticas, propostas por novos programas e projetos, e, desta
forma, recriando os índices e confrontando com os gerados para classificação do cenário
presente. A partir disto, mensura-se o benefício, para justificativa, ou não, das propostas,
indicando se os novos projetos devem ser executados ou revistos, parcial ou totalmente.
Com esta forma de análise, há ganhos inclusive econômicos, referentes aos custos de
planejamento e execução de obras para novas unidades.

70
Fig. 8 – Classificação das áreas de demanda por Índice de Eficiência Espacial
Urbana
Fonte: Produzido pelo autor.

Em cidades ou recortes de cidades em processo de crescimento e recebimento de novas


populações, o índice pode ser executado após a inclusão do número de habitantes
esperados no modelo digital do ambiente. Os cálculos do índice, assim, gerariam novos
valores e muniriam os órgãos planejadores de capacidade de resposta às situações
enfrentadas. Tratar-se-ia de um poder de resiliência a partir do índice, demonstrando,
novamente, a consonância deste com os conceitos ultimamente operacionalizados pelos
engenheiros urbanos e outros atores que fazem cidades.

O Índice de Eficiência Espacial Urbana, assim, além de cumprir com seus objetivos
estabelecidos, é validado a partir de preceitos já consolidados para as cidades e
capacitando os agentes responsáveis de uma ferramenta que, além de identificar e
verificar todos estes aspectos do funcionamento das cidades, contribuem com o
planejamento continuado para estas funções. Espera-se, com isto, reverter o que
diagnosticou Das e Emuze (2015), destacando-se o papel fundamental do espaço para a
Engenharia Urbana, operada a partir de uma seleção de técnicas apropriadas para o
subsídio de diversas formas de análise e para a elaboração de políticas públicas urbanas
com consequências positivas dos sistemas técnicos à dimensão social do urbano.

6 REFERÊNCIAS

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<http://desktop.arcgis.com/en/arcmap/10.3/tools/coverage-toolbox/how-thiessen-
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CENSO DEMOGRÁFICO 2010 [do] IBGE. Rio de Janeiro, 2010, Decenal.

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CORRÊA, Roberto. Posição Geográfica de Cidade. Revista CIDADES, v. 1., n. 2, 2004,
p. 317-323.

DAS, Dillip; EMUZE, Fidelis. Contextualising Urban Engineering Education for Future
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p. 1139-1151.

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Disponível em:
<https://hexagongeospatial.fluidtopics.net/#/reader/JW1DqdV0sRKB2_elqehkAg/QfZ1OY
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Orientado ao Transporte Sustentável. 2 ed. Porto Alegre, RS: EMBARQ Brasil, 2015.

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NETTO, Vinicius; KRAFTA, Romulo. A Forma Urbana como Problema de Desempenho:


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SOFFNER, Rosemary. Idade certa para ingresso na Pré-escola e no Ensino


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DF, 2015.

XAVIER-DA-SILVA, Jorge. Geoprocessamento para Análise Ambiental. 1 ed. Rio de


Janeiro: D5 Gráfica, 2001.

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