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RESUMO
O trabalho propõe o esclarecimento acerca da ideia de Quilombo e sua origem, dando ênfase ao
Quilombo Sambaquim como patrimônio imaterial municipal da cidade de Cupira - PE, em
propósito de compreender e valorizar a identidade cultural desses indivíduos, que está sendo
levado ao esquecimento pela própria sociedade. Na prática, a maioria das comunidades
quilombolas permanece à míngua, convivendo com a iminente possibilidade de serem
extintas lentamente. Viabilizar a conscientização da população em geral, e levar ao
conhecimento acerca da situação destes povos para que se possa modificar a atual
situação dos quilombolas.
PRIMEIRO DIÁLOGO
1
Mestrando em História pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL
A preservação dessa cultura que é umas das raízes da história negra do país, não
é preservada e nem muito reconhecida. Não apenas no cenário nacional, mas
principalmente no cenário regional. Grupos quilombolas fazem parte do patrimônio
imaterial nacional. A não preservação dessa cultura, além de levá-la ao esquecimento,
levará a exclusão registros importantes da cultura afro-brasileira e da identidade de um
povo.
ESCLARECENDO
Muito tem se falado sobre Patrimônio Material e Imaterial. Mas pouco tem sido
informado à sociedade o que significa. Segundo o IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional), responsável pela preservação do acervo patrimonial do
país: Patrimônio Histórico Cultural pode ser definido como um bem material, natural ou
imóvel que possui significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou
estética para a sociedade; e, o Patrimônio Imaterial, é aquele em que as práticas,
representações, expressões, conhecimentos e técnicas, instrumentos, objetos, artefatos e
lugares são reconhecidos por comunidades como parte integrante de seu patrimônio
cultural.
ORIGEM
2
SOUZA, Carla Gabrieli Galvão de. Patrimônio Cultural: O processo de ampliação de sua concepção
e suas repercussões. Revista dos Estudantes da UNB, 7 edição
sua cultura africana, plantando e produzindo em comunidade. Na época colonial, o
Brasil chegou a ter centenas destas comunidades espalhadas, principalmente, pelos
atuais estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Alagoas.
3
A chegada do Estranho. Editora Hucitec:1993, Martins, José de Souza. 1993, p. 163-164. SANTOS,
Carlos Roberto Antunes dos. Preços e Profissões de Escravos no Paraná 1860/1887, mestrado em
História, UFPR, 1974. p. 73 apud NOVAIS, F. A. SP: CEDRAP, 1974.
contexto da escravidão, estendendo-o às dinâmicas de territorialização étnica ocorridas
após a abolição.
TERRITORIALIDADE E IDENTIDADE
O território é visto como um espaço físico, mas também como um espaço de
referência para a construção da identidade quilombola, pois é físico-material, é político,
é econômico e é também simbólico.
Não existe uma “história escrita” do Quilombo Sambaquim. Os relatos são orais
e sempre hereditários. Nos seus primórdios e depois de algumas poucas gerações, esse
quilombo se viu por décadas fechado em si mesmo, antes mesmo do surgimento do
povoado onde está inserido. Viu-se fechado inclusive a acréscimos genéticos. Acerca
das famílias que aí se desenvolveram, é interessante expressar que um número de
famílias tem casado entre si. Elas estarão todas fechadas no parentesco e, ao mesmo
tempo, traços ancestrais aparecerão em todas elas.
Para este autor, a memória coletiva é pautada na continuidade e deve ser vista
sempre no plural (memórias coletivas). Ora, justamente porque a memória de um
indivíduo ou de um país está na base da formulação de uma identidade, que a
continuidade é vista como característica marcante. A História, por outro lado, encontra-
se pautada na síntese dos grandes acontecimentos, como a história de uma nação, o que
para Halbwachs faz das memórias coletivas apenas detalhes. Em suas próprias palavras:
O que justifica ao historiador estas pesquisas de detalhe, é que o
detalhe somado ao detalhe resultará num conjunto, esse conjunto se
somará a outros conjuntos, e que no quadro total que resultará de
todas essas sucessivas somas, nada está subordinado a nada, qualquer
fato é tão interessante quanto o outro, e merece ser enfatizado e
transcrito na mesma medida. Ora, um tal gênero de apreciação resulta
de que não se considera o ponto de vista de nenhum dos grupos reais e
vivos que existem, ou mesmo que existiram, para que, ao contrário,
todos os acontecimentos, todos os lugares e todos os período estão
longe de apresentar a mesma importância, uma vez que não foram por
eles afetadas da mesma maneira (Idem, p. 89-90).
Para ele, os testemunhos humanos valem o que vale o homem, nos instigando a
rever pontos de vista, pois, segundo ele, a oralidade fez nascer a escrita e os primeiros
arquivos ou bibliotecas, foram o cérebro humano; antes da escrita, os pensamentos a
antecipam quando o escritor trava um diálogo consigo mesmo. Em Sambaquim, a
parcela de indivíduos mais idosos não sabem escrever, fato este que justifica a ausência
de uma história escrita, cabe a memória o papel de armazenar a sua história e suas
tradições culturais. Por isso foi dado ênfase na relação entre história e memória, pois a
história é transmitida oralmente e hereditariamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LINHARES, Luiz Fernando. Comunidade negra rural: um velho tema, uma nova
discussão. Revista Palmares em Ação, v. 1, n. 1, 2002.