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Impact Awards 2019

Floresta 4.0 - Integrando as operações de colhieita florestal com SAP ECC

FLORESTA 4.0 - INTEGRANDO AS OPERAÇÕES DE COLHIEITA FLORESTAL COM


SAP ECC

FOREST 4.0 - INTEGRATING FOREST HARVESTING OPERATIONS WITH SAP ECC

Adilson Delfino de Abreu1, Juliana Arruda Souza de Lana2, Ronaldo Neves Ribeiro3
CELULOSE NIPO-BRASILEIRA S.A. - CENIBRA – Celulose Nipo-Brasileira S.A. – Rod.
BR 381 – Km 172 – Cx Postal 100 - 35.196-972 - Belo Oriente, Minas Gerais, Brasil,
adilson.abreu@cenibra.com.br1; juliana.souza@cenibra.com.br2;
ronaldo.ribeiro@cenibra.com.br3

RESUMO: Este estudo apresenta uma solução sistêmica construída para a colheita florestal
de madeira da CENIBRA - Celulose Nipo-Brasileira S.A, aplicando os conceitos de floresta
4.0 suportados pela IoT (internet das coisas), telemetria, cloud, bigdata, analytics e
comunicação satelital, com o objetivo de resolver um problema de transmissão dos dados
de produção e operação das máquinas florestais (Harvester e Forwarder), integrando de
forma automática estes dados ao ERP (Sistema de Gestão Empresarial) SAP ECC da
empresa. O processo de construção desta solução passou por etapas como
desenvolvimento de uma POC (Prova de Conceito) para demonstrar os ganhos e justificar o
investimento, instalação dos equipamentos de recuperação e transmissão dos dados,
preparação da equipe envolvida, desenvolvimento de interfaces com o sistema receptor dos
dados e implantação da solução em ambiente produtivo. Os resultados foram significativos,
além dos ganhos qualitativos como monitoramento online das máquinas, agilidade nas
manutenções e outros, a POC evidenciou ganhos como aumento de 6,3% na produtividade
dos equipamentos, redução de mais de 20 mil horas por ano indevidas de motor ligado,
aumento de 1% na eficiência operacional e redução significativa de horas de digitação.

Palavras-chave: Floresta 4.0, Telemetria, Colheita Florestal, Sistema de Gestão Florestal.

ABSTRACT: This study presents a systemic solution built for the CENIBRA-Celulose Nipo-
Brasileira SA forest harvesting, applying of forest concepts 4.0 supported by IoT (internet of
things), telemetry, cloud, bigdata, analytics and satellite communication with the objective of
solving a problem of transmission of the production and operation data of the forestry
machines (Harvester and Forwarder), automatically integrating this data into the company's
SAP ECC ERP (Enterprise Management System). The process of construction of this
solution went through stages like development of a POC (Proof of Concept) to demonstrate
the gains and justify the investment, installation of equipment for data recovery and
transmission, preparation of the team involved, development of interfaces with the receiver
system and implementation of the solution in a productive environment. The results were
significant, in addition to the qualitative gains such as online monitoring of the machines,
agility in maintenance and others, the POC evidenced gains as a 6.3% increase in equipment
productivity, reduction of over 20 thousand hours per year of connected motor, a 1% increase
in operating efficiency and a significant reduction in typing hours

Keywords: Forest 4.0, Telemetry, Forest Harvest, Forest Management System

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1. INTRODUÇÃO

As atividades de trabalho exercidas no ambiente rural, sempre foram marcadas por


apresentarem uma estrutura rústica e sem muitos recursos no que refere a tecnologia, o que
de certa forma acaba afetando e muito o ambiente de trabalho, os profissionais envolvidos,
a segurança destes profissionais e a produtividades das operações que são executadas
nestes ambientes, segundo Elesbão, Silva e Santos (2007).

Podemos apresentar como exemplos atividades baseadas em trabalhos manuais e


com auxílio de força animal, gerando assim um grande número de acidentes e risco.
Segundo Amaral (1998), a derrubada de árvores com serras e motosserras, o contato direto
com materiais cortantes e animais peçonhentos, as péssimas condições de alimentação e
transporte, a falta de equipamentos de proteção individual e coletiva, dentre outros, faziam
da atividade de colheita florestal desgastante, insegura e sem conforto para os
trabalhadores.

Por estar inserido num contexto global e ter uma participação bastante relevante nas
receitas brasileiras, o setor demanda inovações e avanços tecnológicos, desta forma,
estamos vivenciando uma verdadeira “revolução florestal”, segundo Dantas e Andreoli
(2017). Podemos exemplificar os investimentos milionários na compra de máquinas para a
colheita de eucalipto (Harvester e Forwarder), que se justificam por vantagens econômicas
e ambientais, além de aumentarem significativamente o conforto e a segurança dos
colaboradores.

As inovações no setor de colheita florestal não se restringem apenas às máquinas de


corte, processamento e baldeio de madeira, pois o fator estrutural, administrativo e de apoio
operacional, também tem sofrido uma transformação sensacional.

Esta transformação vem fazendo com que as grandes empresas fornecedoras de


softwares e até mesmo as fornecedoras de máquinas florestais, despertem para o momento
da digitalização das informações que são geradas por estes equipamentos. Cosiderando a
evolução tecnológica no setor florestal, este trabalho tem por objetivo mostrar os resultados
obtidos com um projeto desenvolvido para atender a colheita florestal da Cenibra, fazendo
uso das tecnologias que as máquinas florestais fornecem através da telemetria, aplicando
recursos de monitoramento através de IoT, mobilidade, rede de transmissão de dados via
satélite e obtendo resultados superiores aos esperados.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão de Literatura

Importância do setor florestal brasileiro: segundo a IBÁ (2018) a indústria brasileira de


árvores plantadas, apesar dos cenários macroeconômicos adversos, segue dando firmes
demonstrações de sua resiliência. Com uma área de 7,84 milhões de hectares de
reflorestamento, o setor brasileiro de árvores plantadas é responsável por 91% de toda a
madeira produzida para fins industriais e 6,2% do PIB Industrial no País e, também, é um
dos segmentos com maior potencial de contribuição para a construção de uma economia
verde. O setor florestal brasileiro é líder mundial em produtividade de madeira e seu desafio
é intensificar a sua produção para atender à crescente demanda por fibras, madeira, energia
e tantas novas aplicações ainda em fase de pesquisa e desenvolvimento, sempre

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comprometido com o manejo sustentável das florestas, que exercem papel relevante na
proteção e conservação dos ecossistemas.

Colheita florestal: de acordo com Machado (2002), colheita florestal é um conjunto de


operações que visa cortar e extrair árvores do local de derrubada até as margens das
estradas. É uma atividade complexa, dada a ocorrência de vários fenômenos climáticos,
biológicos e relacionados ao sistema homem-máquina que podem afetar a produtividade das
máquinas e, consequentemente, os custos e a produção no Brasil. A colheita e o transporte
florestal são responsáveis por mais da metade do custo final da madeira colocada no centro
consumidor. A seleção de máquinas e equipamentos e o desenvolvimento de sistemas
operacionais constituem o grande desafio para a redução dos custos operacionais de
colheita e transporte florestal.

Evolução da colheita florestal: de acordo com Moreira (2004), a mecanização da


colheita florestal no Brasil intensificou significativamente a partir da década de 1990, com a
abertura do mercado pelo governo brasileiro à importação de máquinas e equipamentos de
países de maior tradição florestal. Além disso, outros fatores contribuíram para a
mecanização, como o aumento da produtividade das florestas, dos custos de mão-de-obra
e a necessidade de executar o trabalho com maior segurança operacional e de redução nos
custos de produção. Essas circunstâncias levaram empresas brasileiras a passarem da
colheita manual ou semi-mecanizada para sistemas totalmente mecanizados, com máquinas
de alta tecnologia e produtividade.

As principais máquinas utilizadas na colheita florestal de madeira são:

Harvestrer: o Harvester é a principal máquina utilizada na derrubada e processamento,


o que consiste, em alguns casos, no descascamento das árvores, no desgalhamento e no
corte em toras de comprimento predeterminado (traçamento), deixando-se as toras
agrupadas e prontas para serem retiradas da área de colheita. Segundo Amabilini (1991),
trata-se de uma máquina autopropelida, constituída por um conjunto motriz de alta
mobilidade dentro da floresta e boa estabilidade, um braço hidráulico e um cabeçote
processador (AMABILINI, 1991).

O Harvester dispõe de uma capacidade de execução simultânea, realizando as


operações de derrubada, desgalhamento, traçamento, descascamento, destopamento e
empilhamento da madeira (MACHADO, 2014). É a principal máquina empregada para
realizar as atividades de corte dentre as diversas alternativas dos sistemas de toras curtas.

Forwarder: segundo Machado (2014), o Forwarder é conhecido como trator florestal


autocarregável articulado que realiza a extração da madeira do interior do talhão na forma
de baldeio. É uma máquina com grua hidráulica articulada e telescópica, acoplada a uma
garra para realização do carregamento e descarregamento da madeira. Possui
compartimento de carga de volume variável, adaptada com estruturas laterais (fueiros) que
permitem o empilhamento das toras, apoiadas sobre uma plataforma (LIMA e LEITE, 2014).

Este trator florestal foi projetado para ser utilizado, principalmente, no sistema de toras
curtas, efetuando a retirada de madeira da área de corte para a margem do talhão ou pátio
intermediário, na forma de baldeio. A máquina possui chassi articulado com tração do tipo 4
x 4, 6 x 6, ou 8 x 8, com capacidade de carga em torno de 10 a 20 toneladas e potência do
motor na ordem de 70 a 180 kW. Pode possuir sistemas de esteiras ou de rodados de pneus
em tandem.

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Conforme a Forests and Rangelands (2019), o Forwarder pode executar o serviço em
terrenos declivosos com uma inclinação máxima de até 30% de declividade. No entanto, a
máquina locomovendo-se no sentido do declive, pode trabalhar em declividade de até 60%,
com o apoio de cabos de aço.

2.1.1 Sistemas de Gestão Empresarial (ERP)

E um sistema de informação que integra todos os dados e processos de uma


organização em um único sistema. É um sistema responsável por gerenciar todas as
operações diárias de uma empresa, desde o faturamento até o balanço contábil, de compras
a fluxo de caixa, de apuração de impostos a administração de pessoal, de inventário de
estoque às contas a receber, do ponto dos funcionários a controle do maquinário da fábrica,
enfim, todo o trabalho administrativo e operacional feito numa empresa.

2.1.2 Sistemas de Gestão Florestal

E uma solução florestal que utiliza as melhores práticas de um sistema de gestão


florestal integradas ao ERP, incorpora funcionalidades para este tipo de operação, como
produção de mudas, infraestrutura e plantio, colheita, transporte e outras funcionalidades.

2.1.3 Telemetria

Telemetria é uma tecnologia que permite a medição e comunicação de informações de


interesse do operador ou desenvolvedor de sistemas. Telemetria pode ser definindo também
como um sistema de monitoramento com diversas aplicações, muito falada nas corridas de
Fórmula 1, Dragsters e qualquer outro tipo de desportos automobilístico, também é muito
usada em indústrias de monitoramento, normalmente funciona via transmissão cabeada até
30 metros ou sem fio (sinal de rádio), daí o nome telemetria.

2.1.4 IoT (Internet das Coisas)

Conforme Ayres e Sales (2010), o propósito da Internet das Coisas (IoT) consiste em
ligar tudo (todas as “coisas”, móveis, utensílios domésticos, roupas...) à Internet/Web, e
formar uma rede em que cada objeto se comunique com outros objetos e gere informações
para serem usadas de diversas formas, isso tudo utilizando os protocolos já existentes na
Internet/Web.

2.2 Metodologia

2.2.1 Sobre a CENIBRA

A CENIBRA, localizada em Belo Oriente, a 236 km de Belo Horizonte, é uma das


maiores produtoras mundiais de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto. Sua
produção anual é de 1.200.000 toneladas. Deste total, mais de 90% é direcionado ao
mercado externo, atendendo principalmente ao Japão, Estados Unidos, países da Europa,
América Latina e Ásia.

A CENIBRA fundada em 13 de setembro de 1973 e é o resultado de parceria entre


Companhia Vale do Rio Doce – CVRD e da Japan Brazil Paper and Pulp Resources
Development Co., Ltd. – JBP, que buscaram construir uma grande empresa de base
florestal, a partir da transferência de tecnologia do Japão para o Brasil.

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Em 2001, a JBP adquiriu a participação da CVRD, atual Vale, assumindo o controle
acionário da CENIBRA. A JBP é um grupo de empresas japonesas, de larga experiência no
relacionamento com o Brasil.

A CENIBRA está presente em 54 municípios de Minas Gerais. Além dos impostos que
recolhe e dos empregos que gera, a empresa ainda desenvolve inúmeros programas que
visam elevar os níveis de qualidade de vida das populações vizinhas.

O trabalho da CENIBRA começa na terra, onde é cultivado o eucalipto que abastece a


unidade industrial da empresa. Todos os cuidados são tomados para que o produto final, a
Celulose, atenda a rigorosos padrões de qualidade. Para tal, são utilizados os mais
modernos equipamentos e as mais modernas técnicas florestais e industriais disponíveis,
capazes de garantir padrões de excelência ao longo de todo o processo e minimizar
impactos ambientais não desejados.

A missão da CENIBRA é transformar árvores plantadas, gerando e distribuindo riqueza


de forma sustentável. Sua visão é ser uma empresa perene e admirada por todos.

Seus princípios e valores são:

• Ética: praticar a verdade e o respeito em todos os relacionamentos;


• Compromisso com resultados: valorizar a inovação, a competência e o
comprometimento dos profissionais;
• Excelência: trabalhar com qualidade, confiabilidade e competitividade;
• Sustentabilidade: garantir a competitividade, atendendo a sociedade e preservando
a natureza;
• Espírito Empreendedor: agir no presente com visão de futuro.

2.2.2 Sobre o processo florestal na CENIBRA

O processo de produção de madeira é composto por diversas etapas, as quais estão


intimamente ligadas a aspectos ambientais, sociais e econômicos. As atividades realizadas
pela Cenibra para o manejo de suas florestas têm como diretrizes os critérios das
certificações FSC, CERFLOR, ISO 14000 e ISO 9000, além dos valores internos da empresa
e anos de história manejando florestas na bacia do Rio Doce.

Descrição das áreas: as áreas de plantios florestais da CENIBRA estão localizadas na


região centro-leste do estado de Minas Gerais, inseridas quase que totalmente na Bacia
Hidrográfica do Rio Doce; sub-bacias do Rio Piracicaba, Rio Santo Antônio, Rio Suaçuí
Grande, Rio Caratinga e Rio Piranga.

Os projetos de reflorestamento da CENIBRA são dispersos na paisagem da bacia do


Rio Doce, refletindo em uma alta diversidade ambiental e socioeconômica das áreas de
influência da empresa. Devido a essa grande dispersão, as áreas da Cenibra são divididas
internamente por regionais: Guanhães, Rio Doce e Nova Era.

Cada regional apresenta suas próprias peculiaridades de clima, relevo, sócio-


econômia, etc, merecendo cada uma delas uma descrição individual, que se dará nos
tópicos a seguir.

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Regional Guanhães: na regional Guanhães a cobertura vegetal predominante pertence
à região fitoecológica da Floresta Estacional Semidecidual Montana (VELOSO et al., 1991;
IBGE, 1993), sendo que a altitude local varia de 800 a 1.162 m. Apresenta diferentes
fisionomias, onde podem ser encontradas tipos vegetacionais típicos de fundos de vale, com
árvores altas e ambientes úmidos e sombreados, com ocorrência de Euterpe edulis,
Plathymenia foliolosa, Cecropia hololeuca, Croton urucurana, Inga uruguensis, Ficus sp. e
Siparuna guianensis. Na encosta a mata é mais baixa e ocorrem espécies como Casearia
decandra, Myrcia fallax, Ilex dumosa, entre outras. No topo a mata é baixa, desenvolvida
sobre solo seco e pedregoso, e predomina Eremanthus erythropappus, Myrcia amazonica,
Vismia guianensis, Machaerium sp. e Calyptranthes sp.

O clima predominante na região de Guanhães, segundo a classificação climática de


Köppen, é o Cwa - tropical de altitude, com chuvas de verão e verões quentes. A temperatura
máxima (30,8 °C) ocorre no mês de março e a mínima (10,7 °C) no mês de julho, sendo a
máxima média de 28,1 °C e a mínima média de 15,5 °C. A umidade relativa média é de
61,7%, a máxima (69,6%) ocorre no mês de dezembro e a mínima (52,1%) em setembro. A
precipitação pluvial média mensal é de 98,6 mm, sendo a máxima no mês de dezembro
(262,2 mm) e a mínima em junho (10,8 mm). O grau de urbanização é de 55% nesta regional.

Regional Rio Doce: na regional Rio Doce a vegetação original pertence à região
fitoecológica da Floresta Estacional Semidecidual Submontana (VELOSO et al., 1991; IBGE,
1993).

O clima predominante nessa região é o Aw - Clima tropical úmido, com inverno seco e
verão chuvoso. A temperatura máxima (34,4 °C) ocorre no mês de fevereiro e a mínima (15,4
ºC) nos meses de julho e agosto, sendo a máxima anual de 32,2 °C e a mínima média de
19,4 ºC (SIF, 2003). A umidade relativa média é de 59,8%, sendo a máxima no mês de abril
de 65,6% e a mínima, em agosto, de 51,8% (SIF, 2003). A precipitação pluvial média mensal
é de 106,6 mm, sendo a máxima no mês de dezembro (271,1 mm) e a mínima no mês de
junho (13,1 mm). A evapotranspiração potencial anual varia entre 950 e 1.200 mm (SIF,
2003).

O grau de urbanização na Regional Rio Doce é o mais alto, se comparado com as


outras regionais, chegando a 75% na região do município de Ipaba e a 90% na região de
Belo Oriente.

Regional Nova Era: nesta regional cobertura vegetal original insere-se na região
fitoecológica da Floresta Estacional Semidecidual Montana (VELOSO et al., 1991; IBGE,
1993) e a vegetação secundária remanescente é um mosaico de estágios de sucessão
inicial, médio e avançado de regeneração da vegetação secundária, com presença de
afloramentos rochosos, grande variação altitudinal, ocorrência de Attalea dubia, locais com
solos rasos, profundos, úmidos e secos. Essa diversidade de ambientes e de nichos confere
à área alta diversidade de espécies vegetais, inclusive ocorrem espécies típicas de áreas
úmidas, como Euterpe edulis e Inga spp., e espécies típicas de ambientes secos, como
Eremanthus erythropappus e Vismia guianensis.

O clima predominante pela classificação climática de Köppen, é o Cwb - tropical de


altitude, com chuvas de verão e verões quentes. A temperatura máxima (28,66 °C) ocorreu
no mês de fevereiro e a mínima (6,5 °C) no mês de agosto. A umidade relativa média foi de
65,4%, sendo a máxima no mês de julho (69,0%) e a mínima no mês de fevereiro (61,7%).
A precipitação pluvial média mensal foi de 85,58 mm; a máxima registrada no mês de

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dezembro (306,57 mm) e a mínima no mês de agosto (0,75 mm), a precipitação pluvial total
foi de 1.027,03 mm.

Na regional Nova Era, a presença das mineradoras e siderúrgicas, proporciona uma


maior oferta de empregos. O grau de urbanização é 87% nesta regional.

Parte da madeira colhida nas áreas mais distantes da fábrica é transportada pela
estrada de ferro Vitória – Minas, a partir da estação de Costa Lacerda, no município de Santa
Bárbara e Drumond em Nova Era.

2.2.3 A Colheita Florestal na CENIBRA

O suprimento de 100% da madeira de eucalipto é realizado com o sistema de corte


raso da floresta em rotações médias de 7 anos, com posterior reforma ou condução da
regeneração por mais uma rotação.

As atividades de colheita são realizadas de forma mecanizada em 91% das áreas da


empresa, onde são utilizados Harvesters e Forwarders em áreas consideradas de “colheita
padrão”, cuja declividade chega até 27º, e, para as áreas com declividade entre 27° e 35°,
são utilizados Harvester e Forwarder, ambos operando com Guincho-Work (GW) acoplado.

O remanescente de eucalipto colhido de forma semi-mecanizada que ainda ocorre nas


áreas, representa uma parcela inferior a 9% do total de madeira colhida na empresa, sendo
oriunda quase totalmente de áreas de ocorrência de quebra por vento ou onde o micro relevo
do talhão apresenta grande irregularidade. Na operação destas áreas, a CENIBRA conta
com uma equipe especializada que realiza o corte com o uso de motosserras e o baldeio é
com o uso de trator TMO (guincho) ou Forwarder.

A madeira colhida e baldeada é transportada para a unidade industrial em Belo Oriente,


em caminhões do tipo rodotrem (para colheita realizada em áreas próprias). Exclusivamente
nas áreas da Regional de Nova Era, ocorre o transporte rodoferroviário, no qual a madeira
é transportada por via rodoviária do campo até a estação ferroviária, de onde segue de trem
para a unidade fabril. Os modelos de colheita utilizados pela CENIBRA estão sintetizados
na Tabela 1.

Declividade ° Derrubada Processamento Baldeio Carregamento


0 a 27 Harvester Harvester Forwarder Grua de esteiras
27 a 35 Harvesrer + GW Harvesrer + GW Forwarder + GW Grua de esteiras
0 a 35 Motosserra Motosserra + Harvester Guincho (trator Grua de esteiras
agrícola)
Tabela 1: Manejos de colheita florestal na CENIBRA

Na decisão sobre o modelo de colheita a ser empregado, e consequentemente na


definição dos equipamentos apropriados, são levados em consideração aspectos
econômicos, ambientais e sociais. As diretrizes seguidas são, a saber: dimensionar
equipamentos e material rodante de modo a minimizar impactos sobre o solo; adquirir
máquinas que atendam, no mínimo, a legislação brasileira no tocante a emissão de
poluentes, emissão de ruídos, etc.; priorizar aquisição de máquinas com menor consumo de
combustível; priorizar máquinas com sistemas de contenção de vazamentos de fluidos
hidráulicos e sistemas automáticos de combate a incêndios; adquirir máquinas de esteiras
ou de pneus, que possibilitem o revestimento destes com esteiras, de modo a diminuir os
efeitos de compactação do solo; escolher máquinas de menor peso operacional, como forma

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de minimizar efeitos de compactação do solo; equipamentos com cabines que ofereçam
condições ergonômicas (redução de ruído, luminosidade adequada, temperatura controlada)
e de segurança (resistente a tombamentos, impactos e rolamentos).

A origem da madeira colhida, para efeitos de certificação de cadeia de custodia, é


garantida em qualquer momento por meio da NTM (Nota de Transporte de Madeira), desde
a fase de corte até a entrega da madeira na fábrica.

Colheita é o processo objeto deste trabalho, neste processo que foi implantado projeto
de monitoramento e telemetria das máquinas florestais utilizando os conceitos da floresta
4.0 amparadas pelos recursos de IoT, transmissão de dados e outros.

2.2.4 O SAP na CENIBRA

O Sistema SAP R3 (Mysap) foi implantado na CENIBRA em janeiro de 2003 com o


objetivo de substituir os sistemas da então CVRD (atual Vale) e alguns legados, listados
abaixo, atendendo a exigência da Vale de não utilização dos seus sistemas, após a venda
da CENIBRA para a JBP em 2001:

SICOC (Sistema de Contabilidade / Orçamento e Custos);

SISMAT (Sistema de Administração de Materiais);

SISMAN (Sistema de Gestão de Manutenção);

PRO (Sistema de Controle de Produção e Qualidade da Celulose);

CCM (Sistema de Faturamento);

RH (Sistema de Recursos Humanos – Folha).

Na ocasião, os seguintes módulos foram implantados: MM, SD, PP, QM, PM, PS, IM,
CO, FI, RH e BW. O foco era atender o que a CVRD atendia, ou seja, o processo industrial,
de custos e contabilidade.

Em 2008 a CENIBRA fez a migração para a versão ECC 6.0 e TAXBRA e em 2011
aplicou o EHP4. Em 2014 aplicou o EHP7 e em 2015 o SP8.

Entre os anos de 2003 a 2010 a CENIBRA implantou também o Sistema SEM-BPS


para Orçamento Corporativo, o Sistema BPS-Consolidation para Consolidação Contábil, a
metodologia IFRS, o Mestre de Serviços e o Portal RH, este já utilizando a plataforma SAP
Netweaver.

2.2.5 O Sistema de Gestão Florestal na CENIBRA

O Sistema de gestão e controle dos processos florestais contemplando o cadastro


florestal, o planejamento de curto e médio prazo, produção de mudas, plantio, colheita,
infraestrutura e transporte, foi implantado na CENIBRA em junho de 2014 produto de uma
parceria com empresa especializada em soluções florestais.

A solução é 100% SAP utilizando 80% do Standard e faz integração com vários
módulos dos SAP ECC, entre eles:

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• SAP PM: utilizado na gestão florestal para controle da hierarquia do cadastro
florestal, controle das estações climáticas, controle das máquinas florestais e seus
equipamentos de montagem, controle e gestão dos eventos florestais, controle das
operações executadas através das emissões de ordens de manutenção para
cálculos dos custos dos serviços, tarifação das máquinas e da mão de obra;

• SAP QM: utilizado na gestão florestal para geração dos lotes de controle e
apontamento dos resultados das amostras de qualidades que são realizadas nas
atividades florestais;

• SAP MM: utilizado na gestão florestal para gestão dos serviços praticados na área
florestal através do mestre de serviços presentes nos contratos florestais, utilizado
também para a geração dos documentos de compras e medições de serviços, utiliza
dados mestres de fornecedores e seu sistema de classificação, assim como dados
mestre de materiais para controle das entradas, saídas e formação de estoque de
madeira produzida;

• SAP FI: utilizado na gestão florestal para cálculo da exaustão florestal e registro
contábil das operações florestais;

• SAP CO: utilizado na gestão florestal para apuração e controle dos custos de
produção e orçamento florestal.

• Real State: utilizado na gestão florestal para gestão de parceiros de negócio e


contratos de fomento, de forma integrada a MM.

• SAP SD/WM: utilizado na gestão florestal para controle de movimentação de


produto madeira entre os depósitos florestais. Após interface dos documentos de
MM (responsável por controlar o estoque entre Centros) o SD/WM faz o controle
através das posições de depósito (pilhas). Outra utilização são as emissões de
documentos fiscais (NFe) usadas nas transferências de mudas, vendas de madeira
e processo de converter as NTM’s emitidas em Notas Fiscais.

2.2.6 Caracterização e área de estudo

No processo de colheita florestal da CENIBRA especificamente nas atividades


mecanizadas de corte, processamento e baldeio da madeira, as informações da operação
são geradas pelos operadores durante a operação das máquinas. Estas máquinas são
responsáveis por 91% da produção da madeira da CENIBRA, e, já vem de fábrica equipados
com os mais diversos e modernos sensores capazes de controlar todos os seus movimentos,
bem como coletar e armazenar dados como situação do motor, horímetros, consumo, modo
de operação, produção de madeira, entre outros.

Algumas informações não são possíveis de serem automáticas durante a operação de


uma máquina, tais como motivo de paradas, produto que está sendo produzido pela
máquina, o tamanho deste produto, o manejo que está sendo realizado e a própria
identificação do operador, que são informadas manualmente sempre que necessário. Tais
dados, tanto os de propriedade das máquinas quanto as entradas manuais são
armazenadas nos computadores das máquinas, estando disponíveis para serem extraídas
e integradas com os Sistemas de Gestão Florestal e consequentemente com os demais

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módulos do SAP ECC. O projeto teve como objeto principal as atividades de corte e baldeio
mecanizado que fazem uso das máquinas Harvesters e Forwaders.

A solução abrangeu as três regionais que estão localizadas num raio de


aproximadamente 200 km da fábrica, onde ocorrem as atividades florestais de colheita de
madeira, contemplando as 69 máquinas florestais (42 Harvesters e 27 Forwarders)
distribuídas nestas três regionais, contemplou ainda os 327 operadores destas máquinas,
os 7 técnicos administrativos responsáveis pelos lançamentos da produção das
máquinas/operadores no, além dos especialistas da área florestal e profissionais de TI.

2.2.7 Identificação do problema

As regionais e regiões nas quais são executadas as atividades de colheita florestal


estão geograficamente distantes da fábrica da CENIBRA, e, as florestas que se formam em
grande parte destas regiões se localizam em terrenos onde ainda são limitados os recursos
que proveem o acesso a Internet, necessários para uma comunicação eficiente entre os
computadores das máquinas e o sistema de gestão empresarial que fica no data center da
empresa localizado na fábrica. A extração manual do arquivo que contém os dados direto
dos computadores das máquinas sempre foi possível, mas não se tornou uma realidade
devido às dificuldades de manuseio, distância entre o ponto de controle da operação e a
fábrica, interferência manual no sistema do equipamento podendo causar interrupção de
alguma funcionalidade, e outros fatores técnicos que limitaram esta ação. Durante décadas,
como é ilustrado na imagem abaixo, foi adotado o procedimento de preenchimento de um
formulário denominado internamente de BAE (Boletim de Apropriação de Equipamento)
preenchido manualmente pelo operador a cada final de turno (Figura 1).

Figura 1 – Formulário CNBF-0944 BAE

A colheita florestal da CENIBRA trabalha em um regime 24x7 (três turno) e neste


formulário constavam todas as informações necessárias para a gestão e controle
operacional das atividades de colheita florestal do ponto de vista da produção. Diariamente
eram preenchidos no mínimo 207 BAE’s (69 máquinas * 3 turnos) pelo operador de cada
máquina durante a operação em cada turno, e estes eram transcritos para o SAP no dia
seguinte, atividade realizada pelo técnico administrativo de cada regional. Tal situação
ocasionava perda de informações, transcrições erradas, atrasos na formação de estoque de

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madeira para consumo na fábrica, deficiência na gestão da operação, atraso na geração dos
indicadores de colheita, custos elevados entre outros.

2.2.8 O Projeto Monitoramento e Telemetria da Colheita Florestal da CENIBRA

O projeto que teve como objetivo solucionar este problema se pautou na construção
de uma solução que reuniu recursos de sistema de informação para fazer a integração entre
os dados das máquinas e o Sistema de Gestão Florestal, recursos de telemetria para
recuperar os dados dos sensores das máquinas, recursos de infraestrutura e de rede para
transmissão dos dados e de preparação de toda a equipe visando mudança de
comportamentos, quebra de paradigmas e adequação às mudanças propostas.

A seguir as etapas contempladas desde a concepção do projeto até sua


implementação e operação em ambiente produtivo:

POC – Proof Of Concept (Prova de Conceito): etapa em que foi feito um projeto piloto
através de uma POC, utilizando como objeto de estudo uma máquina Harvester por um
período de 20 dias em operação real. No desenvolvimento deste trabalho foram feitas todas
as instalações necessárias de sistemas e de infra.

O objetivo ao final deste trabalho foi de coletar informações necessárias de forma a


comparar o cenário atual (lançamentos manuais) com o cenário piloto (utilizando a
telemetria), justificando o investimento de forma a seguir com projeto.

A POC se mostrou eficiente onde foram evidenciados e apresentados resultados


surpreendentes relacionados a VPL (Valor Presente Líquido), TIR (Taxa Interna de Retorno)
e Payback que justificaram de imediato o investimento para a execução do projeto.

Contratação do Parceiro na Implementação: nesta etapa foi definido pelo parceiro de


negócio (fornecedor de solução) que seria o responsável por apoiar a CENIBRA na
implementação do projeto, o que não foi muito difícil porque durante a POC foram avaliados
três fornecedores com potencial para atender a demanda.

A definição se deu principalmente pelo fornecedor que possuía uma solução não
invasiva, ou seja, que não interferisse nos comandos nativos das máquinas, requisito
fundamental para o sucesso do projeto, principalmente por segurança do operador e
garantias de operação. Além deste requisito outros foram importantes no critério de
avaliação, são eles:

• Solução independente do fornecedor das máquinas: a solução deveria ser de


padrão único, ou seja, deveria atender independente do fornecedor, ano ou modelo
da máquina;

• Suporte 24x7: o suporte fornecido pelo fornecedor deveria ser conforme o regime
de trabalho da colheita florestal da CENIBRA;

• Recursos de monitoramento com interação com o operador: a solução, além de


possibilitar a localização da máquina, deveria permitir que mensagens pudessem
ser trocadas remotamente e em tempo real;

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• Transmissão de dados online: as informações recuperadas da telemetria das
máquinas deveriam ser transmitidas online. Este foi um requisito importante na
definição do fornecedor porque telefonia celular, rede GSM e GPRS não funcionam
perfeitamente nos locais onde estas máquinas operam, e, o fornecedor definido
apresentou uma solução de transmissão via satélite;

• Interface com Sistema de gestão: os dados recuperados das máquinas deveriam


possibilitar interface com o Sistema de Gestão Florestal da CENIBRA de forma
automática.

Instalação dos Equipamentos nas Máquinas: nesta etapa do projeto o parceiro de


implementação instalou e configurou os equipamentos de recuperação e transmissão dos
dados nas 69 máquinas que a CENIBRA possui em operação (Figura 2).

Figura 2 – Princípio de operação da solução adotada.

A seguir os dois principais equipamentos configurados:

• Display Timberfleet: é uma tela, um teclado sem muitos recursos de memória


interna instalados na cabine do operador para que o mesmo realize os
apontamentos manuais necessários, tais como sua identificação, motivo de parada,
produto produzido e outros. Estes dados em conjunto com os dados de telemetria
serão transmitidos a cada fim de operação da máquina.

• Antena Satelital: é uma antena de comunicação via satélite instalada na máquina


com recursos de hardware para recuperação dos dados de telemetria da rede CAN
(Controller Area Network) da máquina em conjunto com os dados informados pelo
operador e realizar a transmissão a Cloud do fornecedor, possibilitando assim a
integração com os sistemas da empresa contratante do serviço.

Implementação da Interface de Integração: Esta etapa foi dividida duas frentes:


• Customização de serviço de consumo dos dados: em conjunto, CENIBRA e
parceiro de negócio foi construído um serviço web (Webservice) com padrão de
entrega de dados no formato XLM (Extensible Markup Language) e protocolo de
comunicação SOAP (Simple Object Access Protocol) para que do lado da CENIBRA
os dados pudessem ser consumidos em tempo real.

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• Customização de interface de integração dos dados: interface de integração dos
dados das máquinas, criado pela equipe CENIBRA para receber os dados do
Webservice, preparando uma base no SAP para que a integração seja feita.

A interface apresentada funciona como um serviço no SAP ECC, desenvolvido


internamente pela equipe CENIBRA, a rotina é executada a cada 5 minutos fazendo
chamadas ao Webservice da solução Timberfleet, consumindo os dados e armazenando em
uma tabela temporária para na sequência consolidar estes dados na geração dos boletins
de forma automática.

2.3 Resultados

A seguir os resultados esperados, mensurados e obtidos com a implantação da solução


em todos os equipamentos e áreas de atuação da colheita florestal da CENIBRA.

2.3.1 Integração dos Online com Sistemas de Gestão Florestal

Os dados de produção da operação de colheita, com a implantação da solução ocorrem


praticamente em tempo real e de forma automática, pois, com o recurso de telemetria e
transmissão dos dados via Satélite a informação que antes chegava no data center da
empresa com atraso de até três dias passou a chegar a cada cinco minutos. Isto trouxe
ganhos na redução da digitação dos dados por parte do operador, ganhos na redução da
digitação e erros de dados por transcrição dos mesmos dos antigos BAE’s para o sistema
florestal, agilidade nas rotinas de fechamento mensal, agilidade nas rotinas de geração dos
relatórios gerenciais, disponibilização quase em tempo real do estoque de madeira para
consumo na fábrica, além de facilitar a tomada de decisão dos gestores.

Figura 3 – Interface Webdynpto de geração dos dados no sistema florestal.

A interface acima (Figura 3) faz consulta periódicas nas base de dados temporária das
máquinas, representados através da interface de serviço do SAP ECC e serviço Web
(Webservice) do fornecedor.

Na base temporária os dados são gravados conforme consumidos do serviço do


fornecedor, já nesta, estes dados são agrupados em data, turno, máquina, operador, produto
e tamanho, deixando pronto o registro para geração dos boletins.

A interface exibe semáforos nas cores verde (consolidado), vermelho (com erro) e cinza
(pronto para consolidar) para que os técnicos administrativos façam uma verificação previa
das informações que foram recuperadas automaticamente das atividades de colheita
florestal, antes da geração efetiva dos registros de boletins no Sistema de Gestão Florestal.

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2.3.2 Monitoramento e Telemetria

A solução, por intermédio de contrato com o parceiro, oferece recursos de


monitoramento em tempo real das máquinas que através da telemetria permite identificar o
comportamento da máquina para tomada de decisões que antes não era possível, como por
exemplos: registrar uma ordem de serviço e enviar um mecânico no local com informações
georreferenciadas de localização da máquina.

A solução possibilita através de um portal ou de um aplicativo mobile acompanhar a


situação de operação das máquinas, tais como em operação, aguardando manutenção,
ancorada em abastecimento e outros, tudo de forma online.

A solução possibilita também localizar as máquinas dentro do talhão e ainda


acompanhar o trajeto percorrido (Figura 4).

Figura 4 – Portal de acompanhamento das máquinas + App para smartphone.

Através desta interface é possível acompanhar em tempo real uma série de indicadores
de operação das máquinas, entre eles destacam-se:

• Identificação da máquina: utilizado para referenciar a TAG (etiqueta de


identificação) da máquina;

• Identificação do operador da máquina: utilizado para referenciar a matricula do


operador da máquina.

• Identificação do talhão: utilizado para referenciar o talhão, ou seja, a menor parte


do terreno onde a máquina está executando suas atividades.

• Status da máquina: refere-se à situação da máquina no momento, ou seja, em


operação, em manutenção técnica, em abastecimento, em remoção, aguardando
abastecimento, em troca de turno e outros. O objetivo é que os envolvidos consigam
acompanhar as máquinas em tempo real e tomar decisões caso necessário.

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• Tempo de atividade: objetiva referenciar o tempo em que a máquina se encontra
conforme status da mesma, ou seja, o tempo por exemplo aguardando manutenção,
e, com isso avaliar o motivo e agilizar o envio do técnico para o local de realização
da manutenção.

Todos os indicadores mencionados em conjunto, são de extrema importância para que


os profissionais que estão envolvidos com a gestão das atividades de colheitas tomem
decisões mais assertivas e no menor tempo possível, garantindo disponibilidade da
operação sem perdas relevantes.

2.3.3 Aumento da Eficiência Operacional

A EO (eficiência operacional) ainda não teve seus ganhos mensurados devido ao


tempo de operação da solução. Durante a execução da POC que foi realizada em uma
máquina, foi constatado que após seria possível aumentar a EO em 1% após implantação
da solução nas 69 máquinas da CENIBRA, o que representa uma estimativa e expectativa
de ganho bastante significativa considerando os custos de produção da madeira.

2.3.4 Aumento da produtividade

Durante a execução da POC, foi constatado que seria possível aumentar a


produtividade em 6,3% após implantação da solução nas 69 máquinas, o que representa
uma expectativa de ganho bastante significativa caso seja comprovada. Este resultado ainda
não teve seu ganho comprovado devido ao pouco tempo de operação da solução.

2.3.5 Redução de Horas Indevidas de Motor Ligado

Durante a execução da POC foi observado uma redução significativa na quantidade de


horas que o motor da máquina ficava ligado indevidamente. A imagem abaixo representa
bem os eventos de paradas da máquina em qu, durante a operação piloto foi possível
comprovar por intermédio dos registros de telemetria que registraram com eficiência os
intervalos de tempos de início e fim das operações (Figura 5).

Figura 5 – Imagem gráfica dos eventos e tempos de parada da máquina piloto.

A imagem acima apresenta através de um gráfico o comportamento de um Harvester


trabalhando em situação normal por 30 dias, onde é possível observar situações indevidas

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de motor ligado totalizando 25,9 horas. Caso tal situação se repita em todas as outras 68
máquinas, a solução pode gerar uma redução de mais de 20 mil horas de motor ligado por
ano, com dimunuição significativa dos custos hora máquina (spare parts e consumo de
combustível).

2.3.6 Gestão de Indicadores

A solução possibilitou a geração de importantes indicadores de acompanhamento das


operações de corte e baldeio realizada na colheita florestal da CENIBRA. Estes são
apresentados na imagem abaixo (Figura 6).

Figura 6 – Indicadores Online (gestão online, EO, DM, produtividade e estoque).

Na imagem acima são apresentandos os indicaodores a saber: visão geral (%),


produção de madeira (m³), produtividade (m³/h), eficiência operacional (%), disponibilidade
mecânica (%), estoque de mandeira (m³).

3. CONCLUSÃO

As empresas de forma global já estão se mobilizando para o momento da


transformação digital alavancado pela 4ª revolução industrial também intitulada de indústria
4.0. Tal transformação vem trazendo conceitos que nem são tão recentes como IoT, bigdata,
machine learning, IA e outros que de forma geral irão e já estão revolucionando os processos
das grandes empresas que optaram por sair na frente neste processo de transformação.

No processo florestal não é diferente, como mencionado neste trabalho, principalmente


nas atividades de colheita florestal a modernização é constante, talvez não exista um
movimento intitulado de 1ª, 2ª ou 4ª revolução florestal, mas esta é uma evolução que já vem
ocorrendo por muitos anos e de forma continua. Hoje as áreas de pesquisas das empresas
de ramo florestal possuem profissionais altamente qualificados trabalhando em parceria com

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grandes fabricantes de equipamentos florestais no desenvolvimento de produtos sob
demanda para atender às necessidades específicas.

Neste contexto é importante observar que a Floresta 4.0, além de revolucionar o


mercado oferecendo equipamentos de alta produtividade, traz nativo nestes equipamentos
tecnologias que proporcionam ao consumidor obter informações em tempo real de todas as
operações executadas por estes equipamentos, desde indicação de motor ligado ou
desligado até informações que possibilite ao equipamento corrigir por conta própria o curso
de uma operação de produção.

Ainda neste contexto podemos concluir que este trabalho trouxe e trará ganhos
significativos às operações de colheita florestal da CENIBRA, equalizando a empresa com
o que o mercado tecnológico está oferecendo de mais moderno no quesito telemetria e
transmissão de dados, possibilitando identificar oportunidades de melhorias através da
visibilidade do processo, otimizar atividades, focar nas atividades que agregam maior valor
para garantir a competitividade da empresa, fato que antes era possível mas não com tanta
rapidez, eficiência e assertividade.

Os dados apresentados evidenciaram uma eminente possibilidade de melhoria nas


operações florestais de colheita, trazida pela união de várias tecnologias, já citadas no
desenvolvimento do trabalho, todas relacionadas nos conceitos da quarta revolução
industrial. Isto reforça que a fusão dos mundos físico, digital e biológico é o que garantirá
novos patamares aos diversos setores produtivos e o exemplo apresentado é uma forte
evidência desta afirmação.

4. REFERÊNCIAS
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Paulo Gonçalves;
BRAMUCCI, M.; SEIXAS, F. Determinação e quantificação de fatores de influência sobre a
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DANTAS, Marcelo Buzaglo; ANDREOLI, Cleverson Vitório. Código Florestal Anotado:
Observações de ordem técnica e judicial. Editora Lumen Juris, 2017.
ELESBÃO, Ivo. As empresas rurais como vetor de desenvolvimento local. Economia e
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HPE. Disponível em: https://www.hpe.com/br/pt/what-is/internet-of-things.html. Acesso em
04/03/2019.
IBÁ, Relatório Anual, 2018.
LAUDON, K. C.; LAUDON J. P. Os sistemas de informação empresariais na sua carreira. In:
Sistemas de Informações Gerenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 11ª ed., 2011.
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MACHADO, C.C. O setor florestal brasileiro. In: MACHADO, C.C. (Ed.). Colheita florestal.
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MOREIRA, F. M. T.et al. Avaliação operacional e econômica do "Feller-Buncher" em dois
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REZENDE, J.L.; FIEDLER, N.C.; MELLO, J.M.; SOUZA, A.P. Análise técnica e de custos de
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Agropecuário, 22).
SOBRINHO, V.F. A imortância do Brasil no mercado internacional de madeira e derivados.
In: Simpósio brasileiro sobre colheita e transporte florestal, 2., 1995, Salvador. Anais...
Salvador: SIF, 1995. p. 52-63.
VIDAL, Edson José da Silva. Floresta para Sempre: um Manual para Produção de Madeira
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