GUIA

s
DE ALIMENTAÇAO

bebes
v
PARA

Marina Bertato - Nutricionista

23/10/17
 GUIA

s
DE ALIMENTAÇAO

bebes
PARA
v

Um dia o bebê precisará ser Isso para que os pais possam

alimentado com algo mais do que o oferecer os alimentos certos em cada
leite materno, e esse dia chega quando fase e para que o bebê tenha um
ele completa 6 meses de idade. Mas cardápio saudável e adequado em
como os pais devem agir nessa nova cada nova etapa.
fase? Como fazer com que o bebê
aceite a alimentação? O que ele pode Acompanhe e aproveite essas infor-
ou não comer? mações que serão muito úteis. Boa
leitura!
Para responder essas e outras
perguntas, preparamos esse e-book
com dicas e instruções sobre a fase da
introdução alimentar.

02
 1. Alimentação complementar:

quando iniciar?

Alguns pais oferecem alimentos resultado é que o alimento não é

variados para menores de 6 meses, digerido da forma ideal, já que o bebê
achando que isso irá ajudá-los. Esta é não tem maturidade fisiológica para
uma atitude errada, pois neste período sintetizar as substâncias presentes nos
de vida, o bebê deve ser alimentado alimentos. Consequentemente, o bebê
apenas com leite materno. não recebe os nutrientes que necessita
Ainda que sejam oferecidas para seu desenvolvimento saudável.
papinhas de frutas e legumes ou sucos
naturais, a alimentação complementar
fora do tempo adequado pode causar
complicações para a saúde do bebê,
como por exemplo, o bebê que é
exposto à alimentação de forma
precoce muito variada com 3-4 meses
ou tardiamente com 8-9 meses pode
favorecer nele o surgimento de alergias
alimentares, anemia, retardo no ganho
de peso e/ou comprimento,
desnutrição, etc.
Isso porque nos primeiros meses
de vida ele ainda não possui seu
sistema digestivo, nem suas funções
renais, totalmente maturados. O

03
 Então, até os 6 meses de idade o
bebê somente precisa do leite da mãe.
Ele contém todos os nutrientes que a
criança precisa, incluindo a água para
mantê-lo hidratada.
A partir do sexto mês de vida,
quando o leite já não supre mais suas
necessidades nutricionais, deve-se
introduzir a alimentação complementar,
mantendo-se o aleitamento materno.
Mas ainda assim, o bebê precisa ter um
cardápio adequado para que possa
receber os nutrientes que precisa para
se desenvolver saudável.

04
 2. Grupos de alimentos que

deve conter e o que não pode

faltar

Quando chegar aos 6 meses e No início, a alimentação

for a hora de começar a complementar complementar é bem lenta e cada
a alimentação do bebê, isso não refeição deve ser complementada com
significa que ele poderá comer de tudo. leite materno até que a criança se
Alguns tipos de alimento não são mostre saciada apenas com a papa, o
recomendados no início da introdução que varia o tempo de criança para
alimentar, pois são bastante criança.
alergênicos, favorecem o surgimento O leite materno continua sendo
de doenças ou simplesmente por não essencial para a criança e pode ser
serem indicados ao bebê. ofertado até os dois anos de idade.
Um exemplo é o mel de abelha,
que não deve ser oferecido antes de 1
ano de idade, pois nessa faixa etária,
os esporos do Clostridium botulinum,
capazes de produzir toxinas na luz
intestinal, podem causar botulismo.
Deve-se também evitar
alimentos industrializados pré-prontos,
embutidos, o uso de condimentos no
preparo das papinhas, a adição de
açúcar, além de chás e café.

05
 Quando a mãe é impossibilitada cereal ou tubérculos, proteínas,
de amamentar ou o leite materno não é leguminosas, legumes, hortaliças e
suficiente, é essencial conversar com óleo vegetal.
um pediatra para que ele possa instruir
sobre o melhor substituto para que o
bebê possa receber os nutrientes
provenientes do leite. Esse não deve
ser o de vaca, pois ele não contém o
teor nutricional adequado.
Os tipos de papas oferecidos ao
bebê se dividem em papa de fruta,
antigamente denominada papa “doce”
e a papa principal, chamada
anteriormente de papa “salgada”, que
deixaram de ser chamadas assim,
porque não se recomenda a adição de
açúcar nem de sal nestas papas, mas
também, para não gerar confusão nas
pessoas que podem entender
equivocadamente que são doces por
adicionar açúcar e são salgadas por
adicionar sal.
Já a papa principal, deve conter

06
 3. Consistência e evolução

dos alimentos de acordo com a

idade

Ao introduzir alimentos no Geralmente, inicia-se a

cardápio do bebê, é essencial nos introdução alimentar com as papinhas
lembrarmos que ele está habituado de frutas que devem ser amassadas
apenas com o leite, de consistência com o uso da colher, utilizando frutas
líquida, e por isso, ainda não pode maduras e naturalmente doces,
comer pedaços de alimentos. respeitando as características
Sendo assim, suas primeiras regionais e a sazonalidade da região.
papinhas precisam ter a consistência
de um purê. Elas não devem ser
líquidas ou ralinhas como um caldinho
ou sopa, pois possuem baixo valor
calórico, mas não podem conter
pedaços. Por isso o termo “sopa” caiu
em desuso para não lembrar
consistência de sopa. O termo correto
a ser usado é: papa.

07
 Depois, inicia-se a papa principal,
ou seja, antigamente conhecida como
papa “salgada” que não deve conter sal.
É preciso amassar bem os
alimentos no começo e com o tempo
começar a deixar grãozinhos e
partículas para estimular a mastigação.
Aos 9-10 meses o bebê já
consegue mastigar pedacinhos de
comida, pequenos e bem cozidos, isso
porque os dentes estão próximos às
gengivas, o que as torna endurecidas,
de tal forma que auxiliam a triturar os
alimentos. Então, sua refeição pode
começar a ficar cada vez mais
granulada, respeitando sempre a
aceitação e individualidade de cada
bebê. Próximo de um ano de idade é
que poderá ser alimentado com
alimentos sólidos, ou seja, alimentação
básica da família.

08
 4. Quantidade de alimentos
A introdução alimentar deve ser
iniciada com pequenas quantidades,
entre 1 e 2 colheres de chá na primeira
papinha e ir aumentando o volume
gradativamente, respeitando sempre a
aceitação de cada criança, pois cada
uma demonstra uma aceitação
diferente em sua introdução alimentar.
Ela começará comendo pouca
quantidade, às vezes apenas uma
colher de sopa ou 2, mas aos poucos
irá se habituar e aceitará mais do novo
alimento.
Importante utilizar uma colher de
tamanho adequado ao tamanho da
boca da criança, de material de silicone
ou plástico, evitando o uso de colheres
de metal, já que são desaconselháveis
colheres com este tipo de material.
A criança possui a capacidade de
autorregular sua ingestão alimentar,
por isso é importante oferecer a
quantidade de alimento que a criança
09
demonstre estar saciada, sem
excessos ou faltas. Nesse processo, a
família é o principal exemplo para a
criança, e portanto, a escolha dos
alimentos, assim como o tempo de
mastigação são fundamentais para a
construção de um hábito alimentar
saudável nessa fase.
Conforme a criança desenvolve
essa maturidade na questão alimentar,
a quantidade de comida aumenta, mas
ainda assim, varia para cada criança.
Veja algumas quantidades de
referência para você se guiar, mas
lembre-se que não é preciso forçar a
criança a comer essa quantidade.
 - A partir dos 6 meses: iniciar Porém, há crianças que se
com 2 a 3 colheres de sopa e aumentar alimentam de menos ou mais
gradativamente conforme a aceitação quantidade de comida, sentem-se
da criança. saciadas e sem prejudicar o ganho de
- A partir dos 7 meses: 2/3 de peso e crescimento de forma saudável.
uma xícara ou já uma tigela de 250mL. Por isso, é importante sempre
- Dos 9 meses aos 11 meses: acompanhar a evolução de cada
3/4 de uma xícara ou a tigela de criança para adequar a ingestão
250mL. alimentar de acordo com a
- A partir de 1 ano (12 meses): 1 necessidade individual da criança.
xícara ou tigela de 250mL que
corresponde a um prato infantil cheio,
mas já com comida sólida, bem cortada
ou alguns alimentos levemente
amassados.
Lembrando que esta quantidade
é uma média que é considerada
suficiente para a grande maioria das
crianças se desenvolverem de forma
saudável.

10
 5. Como oferecer
Os primeiros sabores a serem
oferecidos para o bebê recomenda-se
que sejam as frutas em forma de
papinhas.
É bom preparar as papas com
frutas maduras e naturalmente doces,
respeitando as características
regionais e a sazonalidade da região.
O bebê pode não gostar da
primeira vez, mas insista de novo e no
dia seguinte, para que se habitue ao
sabor novo. Conforme ele demonstrar
vontade de comer mais, aumente a
quantidade do novo alimento e aos
poucos introduza outros.
A introdução de novos alimentos
pode ser feita a cada 2 ou 3 dias. Não
há restrições à introdução
concomitante de alimentos diferentes
numa mesma refeição, mas
preferível oferecer um alimento de
cada vez, assim o bebê terá tempo
para se adaptar ao novo sabor e você
11
poderá identificar possíveis alergias
alimentares e facilmente saberá o que
acarretou.
Neste início, é indicado separar
os alimentos e oferecê-los
individualmente para que o bebê
aprenda a desenvolver preferências e
paladares diversos e distintos.
É importante que para servir as
papinhas o bebê seja colocado à mesa,
sentado, para que se habitue de que ali
é o local ideal para se fazer as
refeições. Dessa forma, quando estiver
crescido, os pais não terão trabalho
durante as refeições para que ele fique
à mesa com o restante da família.
é
 Evite alimentar o bebê em mesmo alimento para poder formar um
qualquer lugar da casa ou andar atrás conceito de que gosta ou não gosta do
dele com o prato de comida enquanto alimento e dessa forma facilitar a sua
ele brinca. Ele precisa de rotina, para aceitação.
compreender que aquele momento é Por isso que a introdução
importante e que faz parte do dia-a-dia alimentar é um processo de
seguir um ritual de se sentar e se aprendizado, longo, repetitivo e que
alimentar. A família nesse contexto é o requer criatividade na preparação e na
“modelo” que a criança precisa ter para apresentação da refeição, persistência,
aprender e copiar. paciência e principalmente
Uma situação bastante comum, tranquilidade dos pais ou cuidadores
normal e que faz parte no início da que estão participando ativamente
oferta de alimentos na criança é a dessa introdução alimentar junto com a
neofobia alimentar, caracterizada pela criança.
dificuldade da criança em aceitar
alimentos novos. Nessa fase, os pais
precisam ter muita paciência, devem
insistir, mas nunca obrigar ou forçar a
criança a comer e nem “rotular” a
criança de que ela já “não gosta” de
determinado alimento. A criança
precisa de tempo e da exposição
freqüente (12, 15 até 20 vezes) a um

12
 6. Esquema alimentar de

bebês de 0 a 12 meses

No 6º mês
A cada fase nova do bebê, ele
possui uma necessidade alimentar,
Inicia-se a alimentação
que vai garantir o seu desenvolvimento
complementar, ou seja, aleitamento
saudável. Adiantar etapas ou oferecer
materno complementado, pois o
nutrientes insuficientes interferirá na
mesmo deve ser continuado. Novos
saúde da criança, por isso, veja a
alimentos são apresentados para o
seguir o esquema alimentar para o
bebê, inicialmente as frutas em forma
bebê de 0 até 12 meses (1 ano) de
de papinha, em pequenas quantidades
idade.
para que o bebê se acostume ao sabor
e à nova textura. Iniciar com 1 refeição
De 0 a 6 meses
ao dia, depois evoluir para 2 refeições
O bebê deve ser alimentado
de frutas ao dia, preferencialmente no
exclusivamente com o leite materno.
lanche da manhã e lanche da tarde.
Ele não precisa de água ou outros
Nas demais refeições do dia, será
líquidos, pois o leite já o hidrata. No
oferecido leite.
entanto, se o bebê for alimentado com
fórmulas especiais, é essencial seguir
a recomendação do pediatra ou
nutricionista responsável por ele.
Inclusive no que se refere à oferta de
água, que pode ser necessária nesse
caso.

13
 Acrescente novos alimentos a
cada semana para que o cardápio do
bebê se diversifique. Quando ele
estiver habituado e aceitando bem as
papinhas “doces”, poderá começar a
experimentar a primeira papinha
“salgada”, chamada de papa principal,
no almoço ou jantar.
Nesta idade, o bebê estará se
alimentando de 3 refeições (2 de fruta e
1 “salgada).
Nesta idade, serão 4 papinhas ao
dia (2 de fruta - lanche da manhã e
lanche da tarde) e 2 papas “salgadas”
(almoço e jantar).
O leite materno ainda deve ser
oferecido à vontade, complementando
a comida.

Entre 7 e 8 meses
Já habituado com os novos
sabores, o bebê deve ser alimentado
com a 2ª papinha “salgada”, no jantar,
por exemplo.

14
 Entre 9 e 11 meses A partir dos 12
Já habituado a se alimentar de 4 meses
refeições ao dia, orienta-se
(1 ano de idade)
gradativamente a modificar a
Depois de passar essa fase de
consistência das papas com pequenos
adaptação, que se inicia aos 9 meses,
pedacinhos que passa a ser mais
o bebê com 1 ano de idade já pode
granulada, e com o tempo vai ficando
comer alimentos sólidos, pode
mais sólida para estimular a
adicionar pouco sal na alimentação,
mastigação. Essa transição deve ser
pode introduzir derivados de leite se a
gradual, com paciência, respeitando o
criança não apresentar alergia ou
tempo e a aceitação de cada criança. O
intolerância à lactose. Porém, vale
bebê aos poucos será apresentado
ressaltar que é preciso evitar alimentos
para os alimentos básicos que a família
não recomendados como açúcar,
consome.
guloseimas, refrigerantes, etc.

15
 7. Oferta de água
Até os 6 meses de idade não é
recomendado oferecer água ou
qualquer outro líquido para o bebê.
Isso porque, ao ingerir esses líquidos
eles preenchem o espaço do
estômago, causando a falsa sensação
de saciedade, podendo diminuir o
apetite da criança, o que pode levar à
desnutrição.
Mesmo sucos de frutas não são
capazes de oferecer as vitaminas e
nutrientes que o bebê dessa idade
precisa. O leite materno já oferece
esses nutrientes e hidrata o organismo
da criança, por isso, a preocupação
com a oferta de água deve acontecer
apenas após os 6 meses, quando o
bebê também inicia a introdução
alimentar.
A quantidade ideal depende da
idade e do peso do bebê e também das
condições climáticas. O ideal é seguir a
orientação do pediatra ou nutricionista
16
sobre essa orientação, reforçando o
aumento na quantidade em dias
quentes ou secos.
Mas é possível perceber se a
oferta de água está insuficiente ou não.
Preste atenção à quantidade de vezes
que o bebê faz xixi por dia, e também a
cor e odor da urina.
Se ele molha a fralda com
frequência e a urina estiver clara e com
odor ameno, a quantidade de água
está suficiente, do contrário, aumente a
oferta.
Porém, tenha cuidado de não
oferecer água antes de amamentar, ou
antes de oferecer a papinha, para não
causar saciedade precoce e reduzir o
apetite fazendo com que o bebê se
alimente de forma insatisfatória.
 8. O que é recomendado e o

que não é?

Esclarecendo sobre alguns

alimentos polêmicos:
leite de vaca, mel, clara de ovo, peixe,
frutos do mar, suco, água de coco, chá,
açúcar, sal.

Alguns alimentos NÃO PODEM

ser oferecidos para o bebê logo que ele
começa a se alimentar. Como
dissemos, os alimentos novos devem
ser introduzidos na dieta aos poucos,
para que a criança possa habituar-se
ao sabor e também à sua digestão e
composição. Por isso, alguns
alimentos mais polêmicos precisam ser
ofertados ao bebê com cautela. São
eles:
x

17
 Leite de vaca

Por várias razões, o leite de vaca Possui baixas quantidades de

(em pó ou líquido) não deve ser vitaminas C, D e E. Além disso, ele é
introduzido antes dos 12 meses de vida pobre em um tipo específico de
da criança. gordura, os ácidos graxos essenciais
Primeiro, possui quantidades (ômega 3 e 6), pois essas quantidades
insuficientes de diversos minerais, presentes no leite de vaca não
destacando o ferro e zinco, o que atendem as necessidades do
predispõem com muita frequência as recém-nascido.
crianças que fazem uso dele, à anemia
ferropriva, gerando retardo de
crescimento.
Ele contém muito sódio, o que
associado também às altas taxas de
proteína, contribui para sobrecarregar
o rim e comprometer a digestibilidade.
Apresenta quantidade baixa de
carboidratos, gerando pouca
densidade calórica, o que prejudica
principalmente bebês de baixo peso.

18
 Mel
potencialmente alergênica, a clara de
ovo muitas vezes é orientada por
pediatras a retardar o seu consumo,
O mel é totalmente priorizando apenas a gema. Porém,
contra-indicado no primeiro ano de estudos atuais demonstram que
vida, mesmo sendo de boa retardar o seu consumo para crianças
procedência, pelo risco de que tem histórico familiar de alergia ao
contaminação com os esporos de uma ovo, não diminuirá o risco do bebê de
bactéria chamada Clostridium ter alergia. Pelo contrário, a introdução
botulinum, que produzem toxinas no tardia do ovo, após 1 ano de vida, por
intestino da criança e podem causar exemplo, parece aumentar ainda mais
botulismo. Assim, é seguro oferecer os riscos de alergia.
somente após um ano de idade.

Clara de ovo

O ovo inteiro (clara e gema) pode

ser oferecido na alimentação do bebê
assim que iniciar a introdução
alimentar, aos 6 meses.
Por ser considerada

19
 Peixe
Frutos do
Também considerado um
mar
alimento potencialmente alergênico, o
seu consumo tardio foi comprovado
Os frutos do mar têm um grande
que não reduz a incidência de alergias,
potencial alergênico e precisam estar
até potencializa. Portanto, o peixe pode
extremamente frescos e livres de
fazer parte da papinha do bebê assim
contaminações. Por oferecerem tantos
que ele começar a se alimentar com
riscos, o ideal é que a criança consuma
alimentos “salgados”. Seus nutrientes
caranguejo, camarão, lula, polvo e
são importantes para o
outros, somente a partir dos dois anos
desenvolvimento do bebê, pois é fonte
de idade.
de vitamina A, ômega-3, iodo e
potássio. Dê preferência para as
espécies que tenham pouca ou então
nenhuma espinha, como o cação ou o
badejo.

20
 Suco Água de coco
Os sucos naturais devem ser A água de coco (como substituta
evitados, devido à grande da água) não é aconselhável oferecer
concentração de frutose, baixo teor de junto com a introdução alimentar, por
fibras e promover pouca saciedade ao conter sódio e potássio. Pode ser
bebê. Portanto, as papas de frutas não oferecida à criança após ela completar
devem ser trocadas pelo sucos. um ano de idade. No entanto, ela é rica
Se quiser oferecer o suco, é em glicose e por isso, deve-se ter o
importante que não ultrapasse 100mL cuidado de evitar o excesso.
ao dia e que seja ofertado de
preferência após as refeições
principais (almoço ou jantar) a fim de
melhorar a absorção de ferro presente
na refeição.

21
 Chá
diferenciar o sabor através da
alimentação da mãe.
Portanto, a adição de açúcar
Oferecer chá para bebês já faz (sacarose) na alimentação é
parte da cultura brasileira, como uma desnecessária e deve ser evitada nos
forma de acalmar, combater cólicas ou dois primeiros anos de vida. A
ajudar a dormir melhor. No entanto, até sacarose é um alimento de caloria
os 6 meses de idade ele deve ser vazia por não fornecer nenhum
evitado. Isso porque o chá, assim como nutriente além de energia, ela mascara
outros líquidos, pode reduzir a fome do o sabor natural das frutas,
bebê, fazendo com que ele mame “confundindo” a identificação pela
menos leite materno, pois o volume criança do sabor e acostumando-a, de
desses líquidos irá substituí-lo, forma precoce, a um sabor
interferindo na sua nutrição. artificialmente doce. Além de outros
malefícios, como prejuízo para os

Açúcar
dentes por ser potencialmente
cariogênico.

Já foi comprovado que a criança

nasce com preferência para o sabor
doce, portanto, é considerado um
sabor nato. Desde quando ainda está
dentro da barriga, ela já consegue

22
 Sal

Não se deve indicar a adição de A dica é utilizar o caldo de frango

sal no preparo da alimentação ou carne caseiro preparado com a
complementar dos bebês. O sódio própria proteína, e jamais utilizar os
presente nos alimentos que compõem industrializados, pois contêm alto teor
a papinha é suficiente. de sódio, que pode fazer mal para o
Ele não tem impacto para sua bebê, causando prejuízos aos rins.
nutrição e na verdade trata-se de um
costume do paladar, que se estimulado
precocemente, pode levar à
preferência no futuro por alimentos
com excesso de sal.
Por isso, não se deve referir a
papa de verduras, legumes, tubérculos
e proteínas como “papa salgada”, mas
sim, como “papa principal”, para não
confundir achando que precisa da
adição de sal.

23
 9. Alimentação do bebê

quando está doente

Quando a criança fica doente um - Dê preferência às preparações em

dos sintomas mais comuns é a forma de purê ou papas nas refeições,
inapetência, ou seja, a falta de apetite. que são de mais fácil aceitação pela
Porém, o bebê precisa continuar criança.
recebendo nutrientes para não perder - Se mesmo assim a criança recusar
peso e ficar ainda mais debilitado, comida, então, ofereça uma segunda
então, nessa hora vale usar estratégias opção, que pode ser o leite materno,
para que ele coma melhor, oferecendo mamadeira de leite artificial ou papa.
alimentos saudáveis de sua Em outras palavras: o leite que a
preferência. criança estiver fazendo uso.
- Prefira preparar pequenas
quantidades e ofereça mais vezes ao
dia, para que ele possa comer aos
poucos.
- O leite materno deve ser oferecido
livremente se ele ainda estiver sendo
amamentado.
- Capriche nos nutrientes do prato
para que o pouco que ele comer possa
nutri-lo.

24
 - Não deixar a criança sem se - Procure não forçar o bebê a comer,
alimentar, pois só vai prejudicar a sua respeitando sua intolerância alimentar
recuperação, deixando-a mais nesse momento de doença, mesmo
debilitada e levando à perda de peso. que ele não aceite nenhuma colherada.
- Intensificar a oferta de líquidos para Porém, se notar que a recusa é
a criança doente que apresenta febre, excessiva, procure o pediatra e informe
diarreia e vômito. a situação para que ele possa orientar
- Assim que a criança se recuperar sobre a melhor forma de cuidar do
da doença, aumentar o número de bebê.
refeições ou a quantidade, pois no
período de recuperação, chamado de
convalescença, o apetite da criança é
maior justamente para compensar o
período de restrição alimentar na fase
aguda da doença. Portanto, ela precisa
comer mais para se recuperar por
completo.

25
 10. Dicas e estratégias para

melhorar a aceitação à nova

alimentação

Diversifique
os alimentos

Ofereça sabores diferentes para A aprendizagem na alimentação

a criança, introduzindo novos é resultado de repetição, portanto, a
alimentos e sempre variando as criança precisa provar um alimento
papinhas para que a alimentação não inúmeras vezes para formar um
seja monótona e ela não se canse da conceito sobre este novo alimento
mesma comida. oferecido.

Insista com a
criança

Não desista na primeira vez que

o bebê recusar algum alimento,
continue tentando até que seu paladar
o aceite.

26
 Evite distrações
cebolinha, tomate, coentro, etc e não
utilizar corantes e condimentos
artificiais. Nas primeiras papinhas não
Evite alimentar a criança em
é recomendado o uso de sal, apenas a
frente à televisão ou com auxílio do
partir de 1 ano, com moderação.
“tablet” ou celular, isto fará com que ela
se distraia, direcionando o seu foco a
tecnologia e não ao mais importante – Disponha de tempo
a comida. Ela precisa ver, sentir,
cheirar e até manusear a comida para
O bebê pode comer bem devagar
se interessar e aprender novos
quando iniciar a introdução alimentar,
sabores e texturas. Todo esse
por isso, essa hora deve ser “sagrada”
processo não acontece se a atenção
e os pais não podem ter pressa.
está sendo desviada para instrumentos
Procure encerrar as tarefas urgentes
de mídia, diminuindo o seu interesse
antes da hora da refeição, assim é
pelo principal – o prato de comida.
mais fácil ter paciência para dedicar-se
exclusivamente ao bebê sem forçá-lo a

Tempere comer rápido ou acabar desistindo.

Para que a comida fique mais

saborosa use temperos para melhorar
a aceitação. Mas estamos falando de
temperos naturais, como salsinha,

27
 Não misture

Nas primeiras papas, pode até

também o cardápio dos demais
misturar os componentes para facilitar
membros da casa, pois, isso vai
a aceitação do bebê que apresentar
estimular bons hábitos na criança.
maior dificuldade. Porém, é
Além disso, não se esqueça de que o
recomendado oferecer os alimentos
bebê precisa experimentar de tudo e
separadamente e individualmente,
isso inclui também alimentos que os
para facilitar o aprendizado do sabor,
pais não gostam.
texturas diferentes e também se
Com carinho, amor, atenção,
interessar pelo colorido.
responsabilidade e respeito, o bebê
Assim, o bebê irá desenvolver
estará bem nutrido com um cardápio
suas próprias preferências e paladares
variado e desenvolverá hábitos
variados.
alimentares que vão garantir saúde
A fase de introdução alimentar é
para ele durante toda a sua vida.
uma novidade tanto para os pais,
quanto para o bebê, e por isso, é
essencial ter paciência e fazer tudo
com calma para que essa transição
seja tranquila, natural e saudável.
Quando a criança completar 1
ano de idade e iniciar a alimentação
básica da família, é ideal mudar

28
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