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2017
DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA EM LABVIEW PARA ESTIMAÇÃO DE
Engenheiro.
Rio de Janeiro
Janeiro 2017
DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA EM LABVIEW PARA ESTIMAÇÃO DE
Examinada por:
________________________________________________
(Orientador)
________________________________________________
________________________________________________
JANEIRO 2017
Luna Júnior, Arnaldo Severino de
XV, 86:il.;29,7cm
Projeto de Graduação –
UFRJ/POLI/Engenharia Elétrica,2008
Pablo Picasso
v
Agradecimentos
possível ver a importância da pessoa na sua trajetória. Assim, vejo necessário render
graças as pessoas que foram importantes nesse meu caminhar. A conclusão dessa
etapa não seria possível sem a ajuda incondicional da minha família, especialmente
minha mãe. Nada seria possível sem o suporte dos meus familiares.
À minha mãe, Maria, devo sempre agradecer pelos conselhos durante esses anos.
Sem a sua ajuda não sei se seria possível realizar esse sonho. Sempre esteve ao meu
lado me auxiliando até mesmo em decisões que não caberia a ela tomar. Esteve e
Ao meu pai, que fez quase o impossível para poder realizar o meu sonho. E sempre
Minha vó Júlia também foi peça importante nesse quebra-cabeça. Sempre muito
inteligente, foi com ela que aprendi a nunca desistir quando a adversidade surge em
nossas vidas.
Agradeço aos meus amigos que estiveram comigo todo esse tempo. Foram anos de
meu lado grande parte da graduação e compartilharam todos esses momentos. Sem
Agradeço ao meu orientador, Elkin, por todos os momentos que pode me proporcionar
projeto.
vi
Agradeço a Deus por ter me dado essa oportunidade de conviver e viver intensamente
essa Universidade.
vii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
Janeiro/2017
indução ajudam a determinar o seu melhor ponto de operação, otimizando seu uso
Técnicas – ABNT define uma gama de ensaios e procedimentos que devem ser
modelo de um motor de indução trifásica, através dos ensaios clássicos da ABNT para
motores de indução.
motor de indução. A aquisição de dados será feita através de uma placa de aquisição
comportamento.
motor de indução.
viii
Abstract of Undergraduate Project presented to Department of Electrical Engineering of
Janeiro/2017
tests and procedures that are performed in an induction motor. The goal is evaluate the
This project was developed to estimate the parameters of a three phase induction
motor model. For that, a software was created for the automation of the data
acquisition.
The data was sent to a hardware with the aid of sensors. Then, the software is capable
ix
Sumário
xi
Lista de Figuras
Figura 1 - Exemplo de rotor bobinado ........................................................................... 6
Figura 2 – Exemplo de gaiola do rotor tipo gaiola de esquilo com anéis e barras
destacados ................................................................................................................... 6
Figura 3 - Circuito equivalente de um MI....................................................................... 8
Figura 4 Circuito de Thevenin para cálculo da corrente no rotor ................................. 11
Figura 5 - Circuito para ensaio CC do MI .................................................................... 14
Figura 6 -Defasagem de 90° entre os canais A e B .................................................... 18
Figura 7 - Geração de pulsos através de um sensor fotossensível ............................. 19
Figura 8 - Ponte de Wheatstone presente no sensor .................................................. 20
Figura 9 - Painel frontal............................................................................................... 23
Figura 10 - Interface de programação ......................................................................... 24
Figura 11 - Exemplo de controle (à esquerda) e indicador (à direita) .......................... 25
Figura 12 - Exemplo de um subVI. Na parte superior está o bloco do subVI e abaixo o
que foi construído dentro dele..................................................................................... 26
Figura 13 - Paleta flutuante Tools ............................................................................... 27
Figura 14 - Paleta flutuante Controls........................................................................... 27
Figura 15 - Paleta flutuante Functions ........................................................................ 28
Figura 16 - Estruturas de Loops disponíveis ............................................................... 29
Figura 17 - SHIFT REGISTER .................................................................................... 30
Figura 18 - Características dos tipos de dados disponíveis no LabVIEW .................... 31
Figura 19 - Conexão dos sensores ao Computador sendo realizada por uma CAD .... 32
Figura 20 - Exemplo doas opções disponíveis para o bloco de leitura ........................ 35
Figura 21 - Blocos disponíveis na biblioteca de aquisição .......................................... 35
Figura 22 - Exemplo de criação de vetor..................................................................... 37
Figura 23 - Blocos para programação da gravação .................................................... 38
Figura 24 - Fluxograma principal do programa desenvolvido ...................................... 39
Figura 25 - Fluxograma do pós processamento .......................................................... 40
Figura 26 - Programa para sinal de saída digital ......................................................... 41
Figura 27 - Sinal de saída do programa em 1ms/DIV.................................................. 41
Figura 28 - Sinal de saída em 2,50ms/DIV.................................................................. 42
Figura 29 - Programa para aquisição de dados do encoder ........................................ 42
xii
Figura 30 - Programa para aquisição das tensões dos instrumentos .......................... 43
Figura 31 - Programa exemplo para ilustrar processo de armazenamento ................. 44
Figura 32 - Cálculo dos parâmetros do ensaio CC ...................................................... 46
Figura 33 - Cálculo das médias dos parâmetros CC ................................................... 46
Figura 34 - Cálculo da potência ativa .......................................................................... 47
Figura 35 - Cálculo dos parâmetros do ensaio com rotor bloqueado .......................... 48
Figura 36 - Cálculo do fator de potência ..................................................................... 48
Figura 37 - Primeira aba do painel frontal ................................................................... 49
Figura 38 - Aba com procedimento e ação para ensaio CC ........................................ 50
Figura 39 - Aba com procedimento e ação para ensaio a vazio .................................. 50
Figura 40 - Aba com procedimento e ação para ensaio com rotor bloqueado ............. 51
Figura 41- Aba com informação sobre o modelo do motor ensaiado e opção para
gravação dos dados de todos os ensaios ................................................................... 51
Figura 42 - Bancada de estudo com máquinas e sensores indicados ......................... 52
Figura 43 - Esquema da bancada em estudo ............................................................. 54
Figura 44 - Placa motor de indução trifásico da bancada ............................................ 55
Figura 45 - Placa máquina de relutância da bancada ................................................. 55
Figura 46 - À direita da figura (a) estão os transdutores de tensão e corrente. Na parte
superior está a fonte de 15V e à esquerda está a borneira utilizada para a aquisição. A
figura (b) representa o esquema de um par de transdutores de tensão e corrente. .... 56
Figura 47 - Gráfico Velocidade vs frequência. Nele está a comparação entre valores
obtidos pelo programa desenvolvido e o tacômetro óptico em diferentes frequências. 58
Figura 48 - Sensor de torque utilizado na bancada ..................................................... 59
Figura 49 - Gráfico T x n. Comparação dos dados obtidos com o programa
desenvolvido e o Display ............................................................................................ 61
Figura 50 - Gráfico T x n com calibração dos dados aquisitados pelo programa......... 61
Figura 51 - Ensaio realizado com o sensor de torque para verificar sua linearidade ... 62
Figura 52 - Transdutor de tensão utilizado .................................................................. 63
Figura 53 - Circuito condicionador de sinal do transdutor de tensão ........................... 65
Figura 54 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 1. Nesse
gráfico é apresentado a relação entre tensão de alimentação e a tensão de medição.
No gráfico (b) é possível ver a linearidade na faixa de 0-10V ..................................... 66
Figura 55 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 2. Nesse
gráfico é apresentado a relação entre Tensão de alimentação e a tensão de medição
................................................................................................................................... 67
xiii
Figura 56 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 3. Nesse
gráfico é apresentado a relação entre tensão de alimentação e a tensão de medição 67
Figura 57- Comportamento dos 3 transdutores de tensão utilizando valores aquisitados
pelo programa desenvolvido ....................................................................................... 69
Figura 58 – Transdutor de corrente utilizado na bancada ........................................... 69
Figura 59 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 1 ...................................................................................... 71
Figura 60 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 2 ...................................................................................... 71
Figura 61 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 3 ...................................................................................... 72
Figura 62 - Ensaio de calibração realizado com valores aquisitados pelo programa
desenvolvido ............................................................................................................... 73
Figura 63- À esquerda está a temperatura do motor antes do ensaio e à direita está a
temperatura ao final do ensaio .................................................................................... 75
Figura 64 - À esquerda está a temperatura do motor antes do ensaio e à direita está a
temperatura ao final do ensaio .................................................................................... 76
Figura 65 - Tensões de linha aquisitadas.................................................................... 78
Figura 66 - Correntes de linha aquisitadas.................................................................. 78
Figura 67 - Defasamento entre a tensão e a corrente da fase A ................................. 79
Figura 68 - Valores e tensões e correntes medidas pelo MAVOWATT ....................... 79
Figura 69 - Valores de potência e fator de potência medidos pelo MAVOWATT......... 80
Figura 70 - Diagrama fasorial das tensões e correntes ............................................... 80
Figura 71 - Dados de tensões e correntes medidos pelo MAVOWATT ....................... 82
Figura 72 - Dados de potência e fator de potência medidos pelo MAVOWATT .......... 82
Figura 73 - Circuito equivalente obtido com parâmetros estimados pelo programa
desenvolvido ............................................................................................................... 84
Figura 74 - Circuito equivalente obtido com parâmetros estimados pelo MAVOWATT 84
Figura 75 - Curva T x n ontida através dos parâmetros estimados ............................. 85
Figura 76 - Curvas de T x n com informação dos pontos de máximo torque ............... 86
Figura 77 - Forma de onda da tensão e da corrente na carga puramente resistiva ..... 87
Figura 78 - Circuito utilizado para aquisição da tensão pelo transdutor de tensão ...... 94
Figura 79 - Resposta em frequência do circuito utilizado ............................................ 96
xiv
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Regra para divisão da reatância entre estator e rotor ................................ 16
Tabela 2 - Comparação entre os tipos de laços para so transdutores de efeito Hall ... 22
Tabela 3 - Dados de parte de um ensaio para verificação da resposta observada pelo
dinamômetro de mola ................................................................................................. 63
Tabela 4 - Valores utilizados no circuito da figura 53 .................................................. 65
Tabela 5 - Dados obtidos pelo programa desenvolvido em temperatura 'fria' ............. 74
Tabela 6 - Valores obtidos através de multímetro e amperímetro para aferição do
programa desenvolvido ............................................................................................... 75
Tabela 7 - Dados obtidos da aquisição em uma temperatura superior ao ensaio
anterior ....................................................................................................................... 76
Tabela 8 - Dados obtidos através de multímetro e amperímetros ............................... 76
Tabela 9 - Dados obtidos pela aquisição .................................................................... 77
Tabela 10 - Comparação dos valores obtidos pelo LabVIEW e MAVOWATT ............. 81
Tabela 11 - Comparação dos dados aquisitados pelo LabVIEW e medidos pelo
MAVOWATT ............................................................................................................... 82
Tabela 12 - Comparação de parâmetros calculados pelo LabVIEW e com os dados
medidos pelo MAVOWATT ......................................................................................... 83
Tabela 13 - Comparação de dados entra o programa desenvolvido e o MAVOWATT 87
Tabela 14 - Valores utilizados no circuito de aquisição ............................................... 95
xv
1. Introdução
1.1 Motivação
delas em três grupos: corrente contínua, síncronas e de indução. Por mais que
utilizadas para alta potência, por isso são empregadas em geração de energia
corrente continua. O que o torna versátil para uma ampla variedade de aplicações,
até mesmo garantir que as informações descritas pelo fabricante estejam precisas.
Para fazer esse tipo de avaliação pode-se usar diversos programa para aquisição
1
aquisição e de fácil integração com hardware de controle e medição para diversos
1.2 Objetivo
toque, tensão e corrente. Através dos dados fornecidos por eles será possível
características elétricas.
2
1.3 Organização do trabalho
indução.
No capítulo 2 é feita uma revisão sobre os aspectos teóricos que são essenciais
e desvantagens.
também cada parte do programa de aquisição que foi desenvolvido para esse
projeto.
referências bibliográficas.
3
2. Aspectos Teóricos
A bancada de estudo pode ser dividida em três itens principais: motor de estudo,
efetuada por eles gera um sinal com amplitude incompatível com o conversor
Nesta última etapa, os dados serão enviados a uma Interface Homem Máquina – IHM
que interagirá com o usuário, possibilitando que o mesmo defina algumas operações
que podem ser realizadas com os dados, tais como visualização e/ou armazenamento.
4
O objetivo desse trabalho não é aprofundar no estudo dos equipamentos utilizados na
estejam corretas.
o rotor é a parte móvel dessa máquina. A corrente que circula pelo rotor é induzida
Quando alimentado por uma fonte equilibrada, o campo magnético gerado dita a
conforme a equação 1:
rpm (1)
armadura.
O rotor de uma máquina de indução pode ser construído de duas formas: Rotor
5
O rotor bobinado possui enrolamentos com o mesmo número de polos presentes no
estator, os quais são conectados por meio de anéis coletores isolados, que são
montados sobre o eixo, e escovas que permitem que esses enrolamentos estejam
fluxo de corrente. Na partida, por exemplo, resistores podem ser ligados em série com
na figura 2:
Anéis
Barras Condutores
Condutora
s
Figura 2 – Exemplo de gaiola do rotor tipo gaiola de esquilo com anéis e barras
destacados
6
No caso do rotor de gaiola de esquilo, para que haja uma corrente induzida no rotor, a
velocidade de rotação do mesmo deve ser diferente da velocidade síncrona que pode
ser calculada pela equação 1, em rpm, ou pela equação 2, em radianos por segundo:
rad/s (2)
(3)
(4)
(5)
(6)
alimentação da armadura.
(s=1). Como o campo produzido pelas correntes do rotor gira com a mesma velocidade
que o campo do estator, o conjugado de partida faz com que o rotor gire no sentido de
rotação do campo induzido, já que o campo induzido vai tentar se alinhar magnético do
estator. Se esse conjugado for suficiente para se opor a rotação criada pela carga no
7
eixo, o motor irá atingir sua velocidade de operação, mas sem ultrapassar a velocidade
máximo. Um conjugado elevado exige uma corrente também elevada que pode
tensão induzida. Sem a tensão induzida, não há corrente e não haverá campo
magnético no rotor, o que levaria ao conjugado ser zero e o rotor perderia velocidade.
[4]
e em regime permanente. Assim, o que for desenvolvido para uma fase, equivale para
as outras duas (defasando em ± 120° cada uma), já que as correntes e tensões são
expressas em valores por fase. Vale ressaltar que para análise de transitórios o
XM reatância de magnetização
(7)
9
A potência total transferida do entreferro entre rotor e estator, , muda de acordo com
equação 8
(8)
As perdas Joule no rotor estão relacionadas com a sua resistência podendo ser
obtidas da equação 9:
(9)
(10)
(11)
(12)
Como podemos ver, existe uma relação entre conjugado e velocidade. É através do
relação.
10
Para isso, basta substituir a parte do circuito referente à tensão de alimentação por
uma fonte de tensão complexa Vth e aos parâmetros do estator por uma impedância
em séries Zth.
(13)
(14)
Pode-se então calcular a corrente que circula no rotor através do circuito da figura 4
(15)
Com a corrente do rotor, o conjugado pode ser determinado conforme equação 16:
11
(16)
Com essa equação, é possível calcular o conjugado máximo, que acontece quando
R2/s recebe toda a potência. Assim, o conjugado máximo não depende da resistência
(17)
Para a realização dos ensaios que podem ser realizados em um MI devem ser
além de estabelecer níveis de segurança tanto dos equipamentos como dos usuários.
2002. Nela é possível compreender cada ensaio que pode ser feito sobre um MI para
se obter um grau ótimo nas características a serem observadas. Essa norma foi
12
A ABNT descreve a aplicabilidade dos ensaio ao MI para determinação de suas
características e verificação da sua conformidade. Alguns dos ensaios que podem ser
do enrolamento (Ensaio CC); Ensaio dielétrico; Ensaio a vazio; Ensaio com rotor
ensaios que serão realizados são: Ensaio CC; Ensaio a vazio e o Ensaio com rotor
2.1.3 Ensaios
Nele deve-se [4] aplicar uma fonte CC aos terminais do enrolamento, limitando a
corrente até 15% do valor nominal a no máximo 1 minuto para evitar elevação da
temperatura.
pode ser calculada da seguinte forma de acordo com a figura 5 através da equação
18:
(18)
13
I é a corrente do enrolamento
O ensaio deve ser repetido pelo menos de 3 a 5 vezes com diversos valores de
ventilação, deve ser realizado com frequência e tensões nominais sem carga acoplada
do rotor produz conjugado suficiente para vencer as perdas por atrito e ventilação. Por
reativa a vazio da máquina é muito maior que a potência de entrada a vazio. Assim,
(19)
14
Neste ensaio, a corrente a vazio é a média das correntes obtidas. A leitura da potência
de entrada é o total das perdas no motor a vazio. Se dessa potência forem subtraídas
rotor bloqueado. Neste ensaio, os cuidados com relação à segurança devem ser
redobrados. A proteção da máquina deve estar em boas condições para que não haja
danos nem a máquina nem a quem está realizando o ensaio. Por esse motivo, o
sentido de rotação deve ser determinado antes de iniciar o ensaio, já que determinará
a forma como o rotor será travado. Além disso, o motor deve estar a temperatura
ambiente.
Deve ser realizado com correntes e frequências nominais e para fornecer informações
características nominais aplica-se tensão reduzida que gere uma corrente nominal
2. Ensaio da impedância com rotor bloqueado com frequência igual a 100%, 50%
corrente nominal[5].
15
(20)
(21)
MI. O valor da reatância de rotor bloqueado pode ser obtido através da equação 22.
(22)
Tipo de rotor
16
2.2 Máquina de relutância
conjugado de relutância que ocorre quando o rotor tenta se alinhar com a onda de
fluxo do estator [3]. Isso acontece, pois a polarização dos polos do rotor é a única fonte
externo no rotor levando ele a se alinhar a esse campo. Esse alinhamento acontece
relutância do sistema. Para isso, uma força é criada para tal ação.
Surge, então, um conjugado entre os campos magnéticos que gera uma rotação. A
[1].
Devido ao conjugado de relutância, essa máquina pode ser utilizada como carga.
Como o rotor da máquina vai tentar se alinhar ao campo externo, o conjugado gerado
2.3 Instrumentação
2.3.1 Encoder
impulsos. A maioria dos encoders geram sinais elétricos em forma de trem de pulsos,
gerando uma quantidade exata de pulsos em uma rotação, podendo ser traduzidos em
17
movimento, direção e/ou posição [6]. Existem dois tipos de encoder; incremental e
descobrir a posição.
Já o encoder incremental é o mais utilizado por ser mais simples e mais barato quando
rotação devido a defasagem de 90º entre os dois sinais oriundos do encoder. A figura
interrompida ou não por N ranhuras em um disco. Cada passagem por uma ranhura é
captada por um sensor fotossensível que produz um pulso de acordo com a tensão de
alimentação (tensão CC). A forma como esse pulsos são gerados pode ser observada
na figura 7.
18
Figura 7 - Geração de pulsos através de um sensor fotossensível
O sensor de torque é utilizado para medir o torque que a máquina acoplada a ele
terminais A e D é aplicada uma tensão e todos os valores das resistências são iguais,
com isto a diferença de potencial vista entre os terminais B e C é zero. Quando uma
deve transmitir essa informação para um terminal estacionário. Para que essa
19
transmissão aconteça, o sensor de torque vem dotado de anéis deslizantes e
dados [7]
Esse instrumento irá auxiliar na visualização do torque assim como fornecer a tensão
magnético, há uma resposta com variação na tensão de saída. O efeito Hall é o que
ocorre quando a corrente tem sua trajetória desviada pela ação de um campo
magnético. Esse desvio faz com que a tensão de Hall possa ser aproveitada em outro
20
A diferença entre os transdutores de corrente e o de tensão se dá na sua construção,
transformador.
tensão de alimentação.
VCC e um pino do tipo coletor aberto que precisa de uma resistor. O valor mínimo
Existem dois tipos de transdutores de corrente: laço aberto ou laço fechado (tipo
janela). Os dispositivos de laço aberto são mais simples e o elemento Hall é montado
no meio do núcleo envolto por bobinas. Quando a corrente surge, uma tensão é
amplificada e aplicada a bobina, de modo que o campo dessa bobina anule o campo
21
Tabela 2 - Comparação entre os tipos de laços para os transdutores de efeito Hall
22
3. LabVIEW
3.1 Introdução
automações [10].
o usuário (painel frontal), conhecida como Interface Homem Máquina – IHM, que pode
que pode ser observada na figura 10. Cada uma delas possui bibliotecas próprias o
23
Figura 10 - Interface de programação
aplicações. Em cada um desses módulos existem blocos para operações usuais como
por diagrama de blocos, o layout visual passa a ser mais intuitivo reduzindo o tempo
de programação.
Já na IHM ou painel frontal são inseridos componentes gráficas e botões virtuais que o
que o usuário consegue definir e escolher o que deseja visualizar dentro das opções
24
consegue visualizar em tempo real os dados nos indicadores de saída ou nas telas de
visualização.
utilizadas na implementação são representadas por blocos conectados por linhas que
O conjunto das duas interfaces compõem o VI, que são os arquivos com toda a
25
Na interface de programação constrói-se o código que irá controlar os objetos do
painel frontal. Entre os objetos que podem ser encontrados incluem-se terminais,
hierárquica do VI. Após a criação de um VI, é possível utilizá-lo como um subVI dentro
bloco que não existe dentro da estrutura do LabVIEW, pois é criado pelo programador
bloco ser determinada pelo programador. Por ser um subsistema, é possível definir
26
Para a programação dos VI e subVIs, o LabVIEW é dotado de paletas gráficas
flutuantes para ajudar na criação e execução dos VIs. As três paletas são Tools,
Controls e Functions.
o usuário opere os controles, conecte objetos, edite textos, entre outros. Ela
em diversas categorias voltado para IHM como pode ser vista na figura 14.
27
Functions – Disponível no diagrama de blocos, dividida em diversas categorias.
operações, entre outras. Suas opções podem ser vistas na figura 15.
Qualquer bloco criado na IHM gera o seu par na interface de programação. Porém, na
por linhas de código foram construídas na plataforma de forma intuitiva. Por exemplo,
quando deseja-se verificar se um dado é maior ou igual a outro, basta utilizar um bloco
de comparação.
28
A figura 16 mostras as estruturas disponíveis no LabVIEW. Foram identificadas as 4
representação de um laço FOR, em que uma ação é executada repetidas vezes até a
1 2 3 4
1 1 1 1
manter o programa em execução até que uma condição de parada seja atingida ou
for acionada. A variável i, no canto inferior esquerdo, tem a mesma função que no laço
FOR.
representação pode ser vista na figura 17. Com essa função é possível fazer com que
a informação do ciclo anterior fique disponível no ciclo atual para ser acessada. Para
29
isso, basta conectar o terminal de saída do fluxo de dados da variável desejada ao
O laço destacado pelo número 3 na figura 16 identifica uma dos laço de importância na
garantir que cada ciclo acontece em 1 ms. Isso garante que a aquisição de todos os
dados acontece de forma sincronizada. Se uma ação executa sua tarefa antes das
outras, ela deve aguardar o término das demais para voltar a ser executada.
onde podemos ter várias opções de programação. Na sua estrutura de inicial, o laço
Por ser uma linguagem gráfica, o fluxo de dados se dá pela conexão entre os blocos.
fornece os dados para o terminal de saída e transmite para o próximo nó. No controle
Essa conexão é feita por linhas que representam os dados sendo transmitidos. Elas
bloco também trazem informações a respeito do dado. A conexão entre blocos deve
ser realizada entre terminais da mesma natureza. Existe então, uma relação entre
30
cores e o tipo de dado no fluxo. Sinais booleanos, por exemplo são sempre na cor
verde. Essa relação entre cores e tipo de dado (booleano, numérico, arrays, string e
são formadas por mais de um valor como arrays, clusters, ou seja uma maior
Para a aquisição de sinais, é necessário um dispositivo conversor que deve ser capaz
processamento.
31
Essa tipo de conectividade melhora o custo benefício, além da flexibilidade quando
A figura 19 ilustra como é feita a conexão dos sensores ao sistema DAQ da NI.
A escolha do hardware DAQ deve seguir alguns critérios de acordo com a aplicação
que será utilizada. Sua função é a interface entre o computador e sinais externos.
O modo diferencial se baseia em duas entrada, o que não gera uma tensão de
realizada.
bipolares.
dispositivos.
necessário identificar, para o LabVIEW, etapa por etapa desde a criação de tarefas
1. Criação de tarefa: O bloco responsável pela criação de tarefas faz com que
33
2. Criação de canais para medição: Esse bloco é responsável pela
identificação dos canais que serão utilizados, pelo modo de aquisição que
O modo NRSE tem o mesmo princípio que o modo RSE, porém seu
3. Início da aquisição: Após a identificação dos canais, a tarefa que foi criada
4. Leitura do sinal: Nessa etapa, o sinal aquisitado em cada canal é lido pelo
34
Figura 20 - Exemplo doas opções disponíveis para o bloco de leitura
Além desses blocos, existem outros blocos voltados para a aquisição, com diversas
2 4
5 6
1 3
O bloco utilizado para leitura da aquisição possui uma porta de saída com os dados
digitais da amostra realizada sobre o sinal analógico. É com essa informação que
conta a tensão, a corrente e o fator de potência dos sinais a serem aquisitados. Cada
ensaio possui a sua especificação conforme a norma. Porém, algumas ações são
Uma das técnicas de aquisição de dados que é utilizada neste trabalho é baseada na
podem ser utilizados para ver o histórico de dados de uma forma gráfica.
A utilização dos dados em forma de vetores se torna interessante pois, a análise dos
dado único. A figura 22 ilustra como é formado o arranjo da construção desse vetor e
Esse elemento, então, é inserido em um vetor fixo com espaço para 100 amostras. A
atualização desse vetor acontece a cada ciclo. Para não perder a informação das
últimas iterações, utiliza-se um bloco de rotação. Este bloco faz com que o elemento
mais antigo desse vetor fixo seja apagado para que um novo elemento seja inserido.
O bloco responsável pela rotação está configurado com uma constante -1 para que o
primeiro elemento do vetor seja 0. Assim é possível garantir que nesse vetor, não haja
36
Figura 22 - Exemplo de criação de vetor
É através desse conjunto de amostras que as grandezas utilizadas nos ensaios são
Para esse objetivo, o LabVIEW também possui uma biblioteca que foca na gravação
37
1 3
se o caminho que será utilizado assim como o nome do arquivo, caso ele não exista.
de serem enviados ao bloco 2. Já o bloco 3 fecha o arquivo, para garantir que nenhum
A forma de programação utilizada, com laços WHILE, faz com que a execução das
leituras de cada grandeza só seja interrompida por decisão do usuário. Desta forma, é
39
A etapa de pós processamento pode ser analisada conforme figura 25:
Além dos fluxos de aquisição e geração de sinal, existe também o fluxo de gravação
O único dado de saída presente no programa desenvolvido está sendo utilizado para
Nyquist, a taxa de amostragem deve ser no mínimo duas vezes o valor da frequência
consegue aquisitar, será garantido o mínimo de 16 amostras por ciclo. Assim, esse
40
canal digital é uma garantia que o sistema está realizando todas as tarefas dentro do
de nível baixo para nível alto ou vise versa, tem uma duração de 1 ms,
aproximadamente.
41
Já na figura 28, a escala de tempo do osciloscópio foi alterado para 2,5ms por divisão
para verificar se há alguma perda de amostra. Nesse quadro, não há nenhuma perda
de informação.
Para a aquisição dos dados digitais enviados pelo encoder, a aquisição utiliza um dos
42
Dentro do laço WHILE, foi criada uma lógica para identificar tanto a posição quanto a
utilizou-se esse valor de posição comparando com o valor da iteração anterior. Com o
auxílio de um bloco que mede o tempo de execução do laço, foi possível transformar
esse valor médio de amostra em uma valor rpm conforme equação 23.
(23)
Desta forma, foram utilizados 6 canais para a aquisição de tensão, 3 canais para a
O bloco responsável pela leitura das informações foi configurado para tensão, com
múltiplos canais e múltiplas amostras e saída como numérico. Assim, o canal de saída
43
possui informação de todos os instrumentos conectados aos canais predefinidos no
formato de vetor.
pela separação dos dados de cada instrumentos para o seu respectivo vetor assim
como o cálculo de alguns parâmetros importantes para o ensaio com MI, como por
Além desses programas voltados para a aquisição e geração de dados, nesse trabalho
também foi realizada uma programação voltada para armazenar os dados coletados. A
explicação da ação de cada bloco utilizado foi feita no item 3.2. A figura 31 ilustra
o caminho identificado inicialmente, assim como o nome do arquivo a ser utilizado para
a gravação.
identificação dos dados a serem armazenados. Quando esses dados passam para o
44
Para facilitar a compreensão do programa, o passo a passo de construção será
enumerado abaixo:
no formato string. Assim, todo dado que será armazenado deve ser
Foram realizados 3 programas adicionais para: Ensaio CC, Ensaio a vazio e Ensaio
com rotor bloqueado. Esses programas são responsáveis pelo pós processamento dos
Foram utilizados dois subVIs para o cálculo dos parâmetros CC em que o primeiro
armazena em uma matriz os dados de cada repetição, como pode ser visto na figura
32, e o segundo calcula a média dos parâmetros dessa matriz. A figura 33 mostra a
No primeiro subVI a entra de dados Vcc e Icc, são os vetores obtidos no pós
processamento. Nesse subVI é feita a média dos valores desses vetores e então
45
Figura 32 - Cálculo dos parâmetros do ensaio CC
Além do ensaio CC, foi realizado o ensaio a vazio, nele foram aquisitadas as
da máquina. Essas informações foram armazenadas em uma vetor. Nesse ensaio, não
valor da potência ativa foi obtida através da multiplicação da forma de onda da tensão
e da corrente.
Um exemplo dessa operação pode ser visto na figura 34 Nela as entrada de Tensão e
47
Já em relação ao ensaio com rotor bloqueado, devido a diversas contas necessárias
A figura 36 ilustra o cálculo do fator de potência. Uma das formas de calcular o fator de
potência é através do triângulo das potências. Assim, basta obter o resultado da razão
entre as potências ativa e aparente. Foi necessário apenas atentar para o tipo de
30° do valor de potência encontrado da razão entre as potências, já que o cálculo foi
48
Munido dessas informações, foi possível agrupar os controles e indicadores por
ensaio. O painel frontal do programa foi dividido, então, em abas para melhor
De acordo com a divisão realizada nas abas é possível observar os valores de cada
grandeza, assim como executar a ação do ensaio para que o programa possa realizar
as rotinas programadas.
informações no tempo. As três abas seguintes são abas relacionadas aos ensaios que
equivalente.
Na aba Ensaio CC, é possível ver a metodologia que deve ser seguida para execução
necessário para o cálculo da resistência do estator. Como o ensaio deve ser repetido 5
vezes, o botão de controle está programado para executar apenas 5 vezes. Essa aba
49
Figura 38 - Aba com procedimento e ação para ensaio CC
Já em relação ao ensaio a vazio, essa aba pode ser vista na figura 39. Nela consta o
botão para o programa aquisitar as informações, assim como as grandezas que serão
Já em relação ao ensaio de rotor bloqueado, essa aba (figura 40) explica como deve
50
Figura 40 - Aba com procedimento e ação para ensaio com rotor bloqueado
Na última aba, que pode ser visualizada na figura 41, é possível observar os valores
dos parâmetros obtidos após os 3 ensaios, assim como a opção de salvar esses
dados obtidos com os três ensaios. Dos 3 ensaios realizados, apenas no Ensaio CC
Figura 41- Aba com informação sobre o modelo do motor ensaiado e opção para
gravação dos dados de todos os ensaios
51
4. Bancada e Ensaios
Para a realização dos ensaios foi tomado como base a norma 5383 – ABNT- que
especifica como devem ser realizados os ensaios no motor. Essa especificação visa
segurança também são explicitadas para que não haja risco tanto para quem esteja
realizando o ensaio quanto para o motor, que não deve ser danificado durante o
mesmo.
A norma utilizada, nesse trabalho, informa que para a realização dos ensaios, o motor
inferior a 0,02.
Os instrumentos devem ter um fundo de escala o mais baixo possível para ter maior
porém são mais suscetíveis a ruídos, por este motivo um bom aterramento deve ser
realizado.
desequilíbrio de tensão não deve exceder 0,5%. Para isso, fazemos a média entre os
valores de cada fase. Pegamos a maior diferença entre a maior tensão e a média e
relutância acoplados por um sensor de torque. Como explicado no item 2.3.2, o sensor
53
Figura 43 - Esquema da bancada em estudo
rendimento Plus. Esse modelo possui dois tipos de conexões de seus 6 terminais, com
alimentação do motor será de 220V, a conexão realizada foi feita em delta com
com frequência de 60Hz. Seu rendimento é de 80% com fator de potência de 0.8. Os
54
Figura 44 - Placa motor de indução trifásico da bancada
com o MI. Nessa máquina existe também um dinamômetro para medição de força,
esses instrumentos.
55
Fonte 15V
Transdutores de
corrente
Borneira
Transdutores de tensão
(a)
(b)
56
Além das máquinas e instrumentos, a bancada também possui uma placa de aquisição
uma placa PCI NI- 6220 com capacidade de adquirir sinais analógicos e gerar sinais
digitais. Ela é capaz de coletar grandes quantidades de informações com uma elevada
±0,2V a ±10V[14]
Antes de realizar os ensaios com o MI, faz-se necessário analisar cada instrumento
instrumentação foi examinada para garantir que as grandezas medidas por eles sejam
4.2 Ensaios
4.2.1 Encoder
O modelo utilizado foi fabricado pela S&E sendo composto por 3 saídas (A, B e Z –
referencia) com relação de 1024 pulsos por volta. Os canais A e B são responsáveis
rpm [15].
Para verificar a precisão do encoder utilizado na bancada, foi necessário analisar sua
57
Foram coletadas as velocidades em diversos pontos no aumento e na diminuição da
aplicada ao conjunto de 0Hz a 70Hz com um passo de 10hz. Ao total foram realizadas
mensurar a velocidade, com certa proporcionalidade, até 1800 rpm. Para velocidades
acima desse valor, o encoder perdia sua referência e gerava um sinal distorcido. Como
O sensor a ser utilizado é o modelo 1104 produzido pela Lebow, como pode ser visto
na figura 48. Foi escolhido esse instrumentos devido à sua disponibilidade para esse
59
Para esse ensaio, aplicou-se uma tensão de 220V no MI conforme indicação de
relutância.
Com esses três dados, foi possível confrontar o comportamento do sensor frente às
dinamômetro.
Após a coleta de dados de diversos pontos de carga, identificou-se que o sinal que vai
Desta forma, foi necessária a correção dos dados por esse fator para que tanto o
60
Figura 49 - Gráfico T x n. Comparação dos dados obtidos com o programa
desenvolvido e o Display
61
Esse ensaios foi realizado 5 vezes com aumento e diminuição da velocidade de
acordo com a carga aplicada através da fonte CC. Os resultados desse ensaio podem
Figura 51 - Ensaio realizado com o sensor de torque para verificar sua linearidade
quando a aplicação de carga sobre o eixo do MI era baixa (início e fim do ensaio) o
dinamômetro de mola não era preciso como pode ser observado na tabela 3 que
62
Tabela 3 - Dados de parte de um ensaio para verificação da resposta observada pelo
dinamômetro de mola
tensão LEM LV 20-P que suporta uma tensão de 500V (contínua ou alternada), com
isolação galvânica entre o primário e o secundário como poder ser visto na figura 52.
(LV 25-P) é a sua precisão que é um pouco inferior. Essa diferença é pequena e
cada um dos 3 transdutores. Como a tensão que o transdutor irá medir é cerca de
220V, um circuito para condicionar o sinal de saída de forma diferencial [17] dentro dos
(24)
(25)
(26)
A potência mínima que o resistor de entrada deve suportar foi calculada na equação
27 sendo:
(27)
64
(28)
R1 27kΩ
R2 330Ω
R3 100Ω
R4 1000Ω
C1 10nF
C2 47nF
C3 47nF
foram agrupadas nos gráficos das figuras 54 (transdutor de tensão 1), 55(transdutor de
1
A análise desse circuito está disponível no Anexo 1
65
(a)
(b)
500V. Fica evidente, através dos gráficos obtidos nesses ensaios, que o transdutor
instrumento.
do mesmo para que a informação obtida no secundário fosse a mais real possível. Um
novo ensaio foi realizado com os 3 transdutores, sendo a coleta dos dados de tensão
Com esse novo circuito para o transdutor 2 foi possível obter as seguintes curvas
68
Figura 57- Comportamento dos 3 transdutores de tensão utilizando valores aquisitados
pelo programa desenvolvido
necessário corrigir a aquisição por uma fator, que pode ser determinado no ensaio de
fabricado também pela LEM que pode ser visto na figura 58. A sua relação de espira é
solicitada pelo motor. O transdutor utilizado (LA-55P) possui uma relação de 1:1000 e
conversão. Para que isso ocorra, deve-se aumentar o número de voltas do condutor
pela janela do transdutor. Nesse trabalho foi adotado 5 voltas para a medição.
O transdutor foi alimentado por uma tensão CC +/-15V para que fosse possível a
de resistência informado pelo fabricante [2]. Essa escolha foi embasada na maior faixa
disponível que o transdutor conseguiria medir sem que houvesse distorção por
A resistência utilizada foi de 56Ω o que garante uma linearidade até 15 A. O ideal seria
uma resistência menor para melhor aquisição da corrente de partida, porém não era
indicada pela folha de dados. A redução da resistência fora do indicado não garante
acurácia na medição.
sobre o banco de resistências, maior era a corrente que passava pelo transdutor.
Desta forma, podemos ver que os três transdutores que serão utilizados para os
ensaios possuem uma boa linearidade conforme figuras 59 (transdutor de corrente 1),
70
Figura 59 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 1
A linearidade foi garantida nos ensaios realizados. Percebe-se, também, que não há
figura 62. Com ele foi possível identificar o fator de proporcionalidade para que o valor
medido pelo programa seja transformado no valor real. O fator encontrado foi 3,53.
72
Figura 62 - Ensaio de calibração realizado com valores aquisitados pelo programa
desenvolvido
4.2.4 Ensaio MI
A norma 5383 – ABNT- especifica diversos ensaios que podem ser realizados para
circuito equivalente descrito no item 2.1.1, com exceção do parâmetro Rc que será
bloqueado.
73
4.2.4.1 Ensaio CC
Esse ensaio deve ser feito em duas temperaturas distintas. Pode-se dizer que um na
temperatura fria e outra em uma temperatura quente. Para isso, deve-se utilizar o MI
nominal(quente).
Rcc Médio
7,51Ω
Foi feita, também, a tomada de dados através de outros instrumentos para verificar a
valores médios obtidos pelos instrumentos podem ser vistos nas tabela 6.
74
Tabela 6 - Valores obtidos através de multímetro e amperímetro para aferição do
programa desenvolvido
Nota-se que o erro entre a resistência média medida e a resistência média calculada
As temperaturas no início e no final desse ensaio podem ser vistas na figura 63.
Figura 63- À esquerda está a temperatura do motor antes do ensaio e à direita está a
temperatura ao final do ensaio
Como esses ensaios são os primeiros a serem realizados com esse MI, não há como
referenciar os valores obtidos para 25° conforme a norma indica. O ideal é fazer com
que a temperatura interna do MI seja 25° e realizar a medição para definir esse valor
como referência. Porém, essa redução de temperatura não foi possível para comparar
o resultado obtido.
A outra temperatura foi medida após todos os ensaios realizados com o motor e com
ele ligado durante um tempo a vazio para que a temperatura fosse mais elevada.
Rcc Médio
10,15Ω
Rcc Médio
10,82Ω
temperatura fria.
ver a tensão e corrente eficaz de linha assim como as perdas a vazio e a reatância a
Ensaio a vazio
Vrms (V) Irms (A) Pvz (W) XVz (ohm)
217,2865 1,69 176,10 128,91
e corrente da fase A.
2
MAVOWATT é um instrumento analisador de rede capaz de identificar potências, fator de potência e
harmônicos. No Anexo 2 podem ser encontradas mais informações
77
Figura 65 - Tensões de linha aquisitadas
78
Figura 67 - Defasamento entre a tensão e a corrente da fase A
Além disso, foi possível observar também os fasores de tensão e corrente, conforme
figura 70.
80
Com esse diagrama fasorial pode-se ver que a corrente está atrasada em mais de
Essa diferença de cerca de 10° entre a aquisição e o MAVOWATT pode ser justificada
fosse possível um tempo maior, mais amostras seriam coletadas e essa diferença
MAVOWATT.
Ensaio a vazio Vrms (V) Irms (A) Pvz (W) XVz (ohm)
O passo a passo da realização deste ensaio foi descrito no capítulo 2 item 2.1.3. Nele,
há 4 métodos para sua realização. Devido a limitações físicas impostas pelo inversor
relacionada a tensão, não é possível obter uma frequência reduzida com a corrente
nominal. Por esse motivo, o ensaio realizado foi realizado com tensão reduzida e
81
Tabela 11 - Comparação dos dados aquisitados pelo LabVIEW e medidos pelo
MAVOWATT
armazenado é cerca de 15% menor do que o valor da potência ativa utilizada como
referência, conforme tabela 12, e o cálculo que o programa faz para encontrar o valor
do fator de potência leva em relação essa valor de potência ativa, o erro acaba sendo
diferença angular ocasionou uma erro maior. Para o cálculo de R2 pelo MAVOWATT
Esse erro tem uma propagação maior no cálculo da resistência do rotor que depende
do fator de potência. Essa diferença de cerca de 15° entre os dados gera um erro de
Através dos 3 ensaios realizados, foi possível obter o circuito equivalente do MI. O
MAVOWATT respectivamente.
2,25
126,04
0,47
124,76
frente à diferentes velocidades. Através das equações 13, 14, 15 e 16 foi possível
fazer uma comparação com as curvas obtidas através dos dados do LabVIEW e do
84
Figura 75 - Curva T x n obtida através dos parâmetros estimados
Percebe-se que o comportamento das curvas são bem diferentes. Isso evidencia que
calculado na tabela 12, o indício de erro está vinculado ao fator de potência já que a
A figura 76 mostra o ponto de torque máximo de cada curva. Neste ponto, qualquer
incremento de carga, faz com que a velocidade seja reduzida. Nela nota-se que a
85
Figura 76 - Curvas de T x n com informação dos pontos de máximo torque
resistência do rotor foi realizado um ensaio com uma carga puramente resistiva para
No ensaio com uma carga puramente resistiva o fator de potência é unitário, assim as
potências aparente e ativa devem ser iguais. A tabela 13 apresenta os valores obtidos
86
Tabela 13 - Comparação de dados entra o programa desenvolvido e o MAVOWATT
P S
LabVIEW 1011,39 1196,54
MAVOWATT 1166 1166
Discrepância
13,26 2,62
(%)
Pode-se ver que as formas de onda de tensão e corrente não estão acopladas. Isso
acontece devido a ligação delta. Para que as formas de onda estivessem em fase, é
87
Assim, como a correção da fase da corrente não foi aplicada na programação para o
88
5. Conclusões e Trabalhos Futuros
5.1 Conclusões
comando.
saída de cada instrumento utilizado. Assim, a aquisição dos dados não apresentaria
erros.
problemas físicos dos instrumentos. Foi através desta verificação que a decisão de
89
baixa amplitude. Fato esse, importante devido a limitação imposta pela placa de
aquisição.
amostras e faz com que a reprodução do sinal seja mais real. A limitação imposta pelo
hardware fez com que parte dos resultados obtidos ficassem discrepantes em relação
a referência adotada.
Dos ensaios realizados no MI, o erro observado que teve maior impacto nos resultados
obtidos ocorreu no ensaio com rotor bloqueado. Nele a resistência do rotor teve seu
valor amplificado cerca 378% quando comparado a referência. Isto indicou um erro na
Esse erro foi justificado através de um ensaio de carga. Nele foi possível identificar
O ideal para o ensaio de rotor bloqueado seria realizar um ensaio com frequência
reduzida, para confrontar com os valores obtidos pela referência. Porém, não foi
90
também desenvolver uma nova aba para o diagrama fasorial das grandezas que estão
sendo aquisitadas.
Além disso, verificar o comportamento do motor frente a diferentes cargas com análise
91
6. Referências Bibliográficas
[5] NBR 5383 1: 2002 - Máquinas Elétrica girantes Parte 1: Motores de indução
trifásicos. Brasil: NBR,2008
92
[13] MOTORES ELÉTRICOS WEG, Disponível em: http://www.weg.net Acessado em:
30 de janeiro de 2017
2017
janeiro de 2017
93
7. Anexo 1 – Circuito de Aquisição
Sendo:
Então:
94
Através da função de transferência é possível obter a resposta em frequência
conforme a figura 79 utilizando valores da tabela 14
R2 330Ω
R3 100Ω
R4 1000Ω
C1 10nF
C2 47nF
C3 47nF
95
Figura 79 - Resposta em frequência do circuito utilizado
96
8. Anexo 2 - MAVOWATT
MAVOWATT 30
POWER
Visa
97
High Performance for Standard Applications
The MAVOWATT 30 three-phase mains disturbance analyzer unites basic functionality with a simple
user interface.
The eight independent input channels are controlled via the load distribution. The MAVOWATT 30 samples each signal at a
touch- screen. Mains type is detected and a configuration is rate of
selected during automatic setup, and the instrument is
256 values per period, can be equipped with optional RS
immediately ready for use. The user can select length and
232, Ethernet or USB port and complies with currently
type of data collection including troubleshoot- ing, data
valid standards.
logging and mains quality monitoring, as well as energy and
American standards IEEE 1159, IEEE 519 and IEEE1453 are fulfilled as well.
98
8 differential inputs Automatic analysis/evaluation of measurement
results in a matter of just seconds
Certified to IEC 61000-4-30 class A
Automatic report generation with ultramodern
Unique operating concept with touch-
screen PC software
Measurement data are displayed in real-time in oscilloscope, multimeter and event views, and as a
frequency spectrum or phasor diagram. By touching the screen with a finger or the entry wand, data can
be viewed and the display can be zoomed in on detected disturbances in order to obtain further details
and an automatic events description. Measured values saved to the memory card can be transferred to a
computer for evaluation, analysis, visualization and reports generation with market-leading Dran-View
software.
99
Export from any data source to PQDIF format
Unique analysis support with simulator for
harmonics and separate scaling of (IEEE 1159.3), and Dran-View Enterprise can even
voltage, current and power harmonics import COMTRADE files from contactor relays
Rescue kit for correcting time stamps, Two versions: Pro for standard users and Enterprise
for advanced experts
reversing the measuring probes, changing incorrect
Visualization
100
Technical Data
Measured Parameters
4 differential voltage inputs, 1 to 600 V TRMS, AC/DC, ± 0.1% rdg. ± 0.05% of the range, 256 samples per period, 16 bit ADC
4 inputs for current sensors, 0.1 to 6000 ATRMS depending on sensor, AC/DC, 0.1% rdg. + CTs, 256 samples per period, 16 bit
ADC
Monitoring / Compliance
EN50160 electrical supply quality / IEC 61000-4-30 class A / IEEE 1159
Long-term monitoring / continuous data logging with min., max. and mean values
L-L, L-N, N-PE changes in RMS values: voltage dips, overvoltages, voltage interruptions
THD / harmonic spectrum (U, I, P), interharmonics TID / interharmonic spectrum (U, I) up to 63rd per IEC / EN 61000-4-7
Available Languages
German English French Italian Spanish Swedish Finnish Chinese (simplified) Chinese (traditional)
101
Japanese Korean
Operating temperature: 0 to +50° C, storage temperature: -20 to +55° C, atmospheric humidity: 10 to 90%, no condensation
Memory
102