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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Desenvolvimento de Programa em LabVIEW para Estimação de Parâmetros de um

Motor de Indução Trifásico

Arnaldo Severino de Luna Junior

2017
DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA EM LABVIEW PARA ESTIMAÇÃO DE

PARÂMETROS DE UM MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO

Arnaldo Severino de Luna Junior

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador: Elkin Ferney Rodriguez Velandia

Rio de Janeiro

Janeiro 2017
DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA EM LABVIEW PARA ESTIMAÇÃO DE

PARÂMETROS DE UM MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO

Arnaldo Severino de Luna Junior

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL

DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Elkin Ferney Rodriguez Velandia, D.Sc

(Orientador)

________________________________________________

Prof. Antonio Carlos Ferreira, Ph.D

________________________________________________

Prof. Flávio Goulart dos Reis Martins, M.Sc

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

JANEIRO 2017
Luna Júnior, Arnaldo Severino de

Desenvolvimento de Programa em LABVIEW para


Estimação de Parâmetros de um Motor de Indução
Trifásico / Arnaldo Severino de Luna Júnior - Rio de
Janeiro: UFRJ/ESCOLA POLITÉCNICA, 2017

XV, 86:il.;29,7cm

Orientador: Elkin Ferney Rodriguez Velandia

Projeto de Graduação –
UFRJ/POLI/Engenharia Elétrica,2008

Referências Bibliográficas: p. 85-86

1.LabVIEW 2. Motor de Indução Trifásico 3.


Instrumentos 4 Ensaio com motor I. Velandia, Elkin
Ferney Rodriguez II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia
Elétrica III. Desenvolvimento de Programa em
LABVIEW para estimação de parâmetros de um motor
de indução trifásico
“Se sabemos exatamente o que vamos fazer,

para quê fazê-lo?”

Pablo Picasso

v
Agradecimentos

Agradecer é o ato de manifestar gratidão; reconhecer. Através do agradecimento é

possível ver a importância da pessoa na sua trajetória. Assim, vejo necessário render

graças as pessoas que foram importantes nesse meu caminhar. A conclusão dessa

etapa não seria possível sem a ajuda incondicional da minha família, especialmente

minha mãe. Nada seria possível sem o suporte dos meus familiares.

À minha mãe, Maria, devo sempre agradecer pelos conselhos durante esses anos.

Sem a sua ajuda não sei se seria possível realizar esse sonho. Sempre esteve ao meu

lado me auxiliando até mesmo em decisões que não caberia a ela tomar. Esteve e

estará sempre torcendo por mim.

Ao meu pai, que fez quase o impossível para poder realizar o meu sonho. E sempre

esteve presente compartilhando seu conhecimento.

Minha vó Júlia também foi peça importante nesse quebra-cabeça. Sempre muito

inteligente, foi com ela que aprendi a nunca desistir quando a adversidade surge em

nossas vidas.

Agradeço aos meus amigos que estiveram comigo todo esse tempo. Foram anos de

muito suor, lágrimas e felicidades. Especialmente a Thais e Natalia, que estiveram ao

meu lado grande parte da graduação e compartilharam todos esses momentos. Sem

vocês, parte desse trabalho não seria possível.

Agradeço ao meu orientador, Elkin, por todos os momentos que pode me proporcionar

um enorme aprendizado. O tempo dedicado e a paciência de me ensinar é algo

impagável que levarei para a vida.

Agradeço aos técnicos do Laboratório de Máquinas pelo ajuda, disponibilidade e

ensinamentos no período que passei no laboratório realizando os ensaios desse

projeto.

vi
Agradeço a Deus por ter me dado essa oportunidade de conviver e viver intensamente

essa Universidade.

vii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA EM LABVIEW PARA ESTIMAÇÃO DE

PARÂMETROS DE UM MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO

Arnaldo Severino de Luna Junior

Janeiro/2017

Orientador: Elkin Ferney Rodriguez Velandia

Curso: Engenharia Elétrica

Conhecer adequadamente o funcionamento e as características de um motor de

indução ajudam a determinar o seu melhor ponto de operação, otimizando seu uso

dentro de um processo industrial. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas

Técnicas – ABNT define uma gama de ensaios e procedimentos que devem ser

realizados, em um motor de indução, com o objetivo de avaliar o seu comportamento.

O presente trabalho foi desenvolvido para auxiliar na obtenção dos parâmetros do

modelo de um motor de indução trifásica, através dos ensaios clássicos da ABNT para

motores de indução.

Para a obtenção dessas características foi desenvolvido um programa para

automatizar a tomada de dados e apresentá-los de forma a facilitar a avaliação do

motor de indução. A aquisição de dados será feita através de uma placa de aquisição

com auxílio de instrumentos que serão analisados para determinar o seu

comportamento.

Palavras-chave: Motor de indução trifásico, LabVIEW, Transdutores, Ensaio em um

motor de indução.

viii
Abstract of Undergraduate Project presented to Department of Electrical Engineering of

POLI/UFRJ as partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer.

SOFTWARE DEVELOPMENT IN LABVIEW FOR PARAMETER ESTIMATION OF A

THREE-PHASE INDUCTION MOTOR

Arnaldo Severino de Luna Junior

Janeiro/2017

Advisor: Elkin Ferney Rodriguez Velandia

Course: Electrical Engineering

The knowledge about the operation and characteristics of an induction motor is

important to determine the best point of operation.

In Brazil, a Brazilian Association of Technical Standards - ABNT defines a range of

tests and procedures that are performed in an induction motor. The goal is evaluate the

state of the machine.

This project was developed to estimate the parameters of a three phase induction

motor model. For that, a software was created for the automation of the data

acquisition.

The data was sent to a hardware with the aid of sensors. Then, the software is capable

to analyze the data to delivery to the user.

Keywords: Three-phase induction motor, LabVIEW, Sensors, Induction motor tests

ix
Sumário

Lista de Figuras ...........................................................................................................xii


Lista de Tabelas ......................................................................................................... xv
1. Introdução .......................................................................................................... 1
1.1 Motivação ............................................................................................................ 1
1.2 Objetivo .......................................................................................................... 2
1.3 Organização do trabalho ..................................................................................... 3
2. Aspectos Teóricos .................................................................................................... 4
2.1 Motor de Indução Trifásico .................................................................................. 5
2.1.1 Circuito equivalente ................................................................................... 8
2.1.2 Norma ABNT ........................................................................................... 12
2.1.3 Ensaios ................................................................................................... 13
2.2 Máquina de relutância ....................................................................................... 17
2.3 Instrumentação.................................................................................................. 17
2.3.1 Encoder ................................................................................................... 17
2.3.2 Sensor de Torque.................................................................................... 19
2.3.3 Transdutor de Tensão e Corrente............................................................ 20
3. LabVIEW ............................................................................................................... 23
3.1 Introdução ......................................................................................................... 23
3.2 Princípios de Programação ............................................................................... 25
3.2.1 Aquisição de dados ................................................................................. 31
3.2.2 Pós Processamento ................................................................................ 35
3.3 Software desenvolvido ...................................................................................... 38
4. Bancada e Ensaios ................................................................................................ 52
4.1 Descrição da bancada .................................................................................. 53
4.2 Ensaios ............................................................................................................. 57
4.2.1 Encoder ................................................................................................... 57
4.2.2 Ensaios sensor de torque ........................................................................ 59
4.2.3 Ensaios transdutores de tensão e corrente ............................................. 63
4.2.4 Ensaio MI ................................................................................................ 73
4.2.4.1 Ensaio CC......................................................................................... 74
x
4.2.4.2 Ensaio a vazio .................................................................................. 77
4.2.4.3 Ensaio com rotor bloqueado ............................................................. 81
4.3 Circuito equivalente estimado............................................................................ 83
5. Conclusões e Trabalhos Futuros ............................................................................ 89
5.1 Conclusões ....................................................................................................... 89
5.2 Trabalhos futuros .............................................................................................. 90
6. Referências Bibliográficas....................................................................................... 92
7. Anexo 1 – Circuito de Aquisição ............................................................................ 94
8. Anexo 2 - MAVOWATT .......................................................................................... 97

xi
Lista de Figuras
Figura 1 - Exemplo de rotor bobinado ........................................................................... 6
Figura 2 – Exemplo de gaiola do rotor tipo gaiola de esquilo com anéis e barras
destacados ................................................................................................................... 6
Figura 3 - Circuito equivalente de um MI....................................................................... 8
Figura 4 Circuito de Thevenin para cálculo da corrente no rotor ................................. 11
Figura 5 - Circuito para ensaio CC do MI .................................................................... 14
Figura 6 -Defasagem de 90° entre os canais A e B .................................................... 18
Figura 7 - Geração de pulsos através de um sensor fotossensível ............................. 19
Figura 8 - Ponte de Wheatstone presente no sensor .................................................. 20
Figura 9 - Painel frontal............................................................................................... 23
Figura 10 - Interface de programação ......................................................................... 24
Figura 11 - Exemplo de controle (à esquerda) e indicador (à direita) .......................... 25
Figura 12 - Exemplo de um subVI. Na parte superior está o bloco do subVI e abaixo o
que foi construído dentro dele..................................................................................... 26
Figura 13 - Paleta flutuante Tools ............................................................................... 27
Figura 14 - Paleta flutuante Controls........................................................................... 27
Figura 15 - Paleta flutuante Functions ........................................................................ 28
Figura 16 - Estruturas de Loops disponíveis ............................................................... 29
Figura 17 - SHIFT REGISTER .................................................................................... 30
Figura 18 - Características dos tipos de dados disponíveis no LabVIEW .................... 31
Figura 19 - Conexão dos sensores ao Computador sendo realizada por uma CAD .... 32
Figura 20 - Exemplo doas opções disponíveis para o bloco de leitura ........................ 35
Figura 21 - Blocos disponíveis na biblioteca de aquisição .......................................... 35
Figura 22 - Exemplo de criação de vetor..................................................................... 37
Figura 23 - Blocos para programação da gravação .................................................... 38
Figura 24 - Fluxograma principal do programa desenvolvido ...................................... 39
Figura 25 - Fluxograma do pós processamento .......................................................... 40
Figura 26 - Programa para sinal de saída digital ......................................................... 41
Figura 27 - Sinal de saída do programa em 1ms/DIV.................................................. 41
Figura 28 - Sinal de saída em 2,50ms/DIV.................................................................. 42
Figura 29 - Programa para aquisição de dados do encoder ........................................ 42

xii
Figura 30 - Programa para aquisição das tensões dos instrumentos .......................... 43
Figura 31 - Programa exemplo para ilustrar processo de armazenamento ................. 44
Figura 32 - Cálculo dos parâmetros do ensaio CC ...................................................... 46
Figura 33 - Cálculo das médias dos parâmetros CC ................................................... 46
Figura 34 - Cálculo da potência ativa .......................................................................... 47
Figura 35 - Cálculo dos parâmetros do ensaio com rotor bloqueado .......................... 48
Figura 36 - Cálculo do fator de potência ..................................................................... 48
Figura 37 - Primeira aba do painel frontal ................................................................... 49
Figura 38 - Aba com procedimento e ação para ensaio CC ........................................ 50
Figura 39 - Aba com procedimento e ação para ensaio a vazio .................................. 50
Figura 40 - Aba com procedimento e ação para ensaio com rotor bloqueado ............. 51
Figura 41- Aba com informação sobre o modelo do motor ensaiado e opção para
gravação dos dados de todos os ensaios ................................................................... 51
Figura 42 - Bancada de estudo com máquinas e sensores indicados ......................... 52
Figura 43 - Esquema da bancada em estudo ............................................................. 54
Figura 44 - Placa motor de indução trifásico da bancada ............................................ 55
Figura 45 - Placa máquina de relutância da bancada ................................................. 55
Figura 46 - À direita da figura (a) estão os transdutores de tensão e corrente. Na parte
superior está a fonte de 15V e à esquerda está a borneira utilizada para a aquisição. A
figura (b) representa o esquema de um par de transdutores de tensão e corrente. .... 56
Figura 47 - Gráfico Velocidade vs frequência. Nele está a comparação entre valores
obtidos pelo programa desenvolvido e o tacômetro óptico em diferentes frequências. 58
Figura 48 - Sensor de torque utilizado na bancada ..................................................... 59
Figura 49 - Gráfico T x n. Comparação dos dados obtidos com o programa
desenvolvido e o Display ............................................................................................ 61
Figura 50 - Gráfico T x n com calibração dos dados aquisitados pelo programa......... 61
Figura 51 - Ensaio realizado com o sensor de torque para verificar sua linearidade ... 62
Figura 52 - Transdutor de tensão utilizado .................................................................. 63
Figura 53 - Circuito condicionador de sinal do transdutor de tensão ........................... 65
Figura 54 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 1. Nesse
gráfico é apresentado a relação entre tensão de alimentação e a tensão de medição.
No gráfico (b) é possível ver a linearidade na faixa de 0-10V ..................................... 66
Figura 55 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 2. Nesse
gráfico é apresentado a relação entre Tensão de alimentação e a tensão de medição
................................................................................................................................... 67

xiii
Figura 56 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 3. Nesse
gráfico é apresentado a relação entre tensão de alimentação e a tensão de medição 67
Figura 57- Comportamento dos 3 transdutores de tensão utilizando valores aquisitados
pelo programa desenvolvido ....................................................................................... 69
Figura 58 – Transdutor de corrente utilizado na bancada ........................................... 69
Figura 59 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 1 ...................................................................................... 71
Figura 60 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 2 ...................................................................................... 71
Figura 61 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 3 ...................................................................................... 72
Figura 62 - Ensaio de calibração realizado com valores aquisitados pelo programa
desenvolvido ............................................................................................................... 73
Figura 63- À esquerda está a temperatura do motor antes do ensaio e à direita está a
temperatura ao final do ensaio .................................................................................... 75
Figura 64 - À esquerda está a temperatura do motor antes do ensaio e à direita está a
temperatura ao final do ensaio .................................................................................... 76
Figura 65 - Tensões de linha aquisitadas.................................................................... 78
Figura 66 - Correntes de linha aquisitadas.................................................................. 78
Figura 67 - Defasamento entre a tensão e a corrente da fase A ................................. 79
Figura 68 - Valores e tensões e correntes medidas pelo MAVOWATT ....................... 79
Figura 69 - Valores de potência e fator de potência medidos pelo MAVOWATT......... 80
Figura 70 - Diagrama fasorial das tensões e correntes ............................................... 80
Figura 71 - Dados de tensões e correntes medidos pelo MAVOWATT ....................... 82
Figura 72 - Dados de potência e fator de potência medidos pelo MAVOWATT .......... 82
Figura 73 - Circuito equivalente obtido com parâmetros estimados pelo programa
desenvolvido ............................................................................................................... 84
Figura 74 - Circuito equivalente obtido com parâmetros estimados pelo MAVOWATT 84
Figura 75 - Curva T x n ontida através dos parâmetros estimados ............................. 85
Figura 76 - Curvas de T x n com informação dos pontos de máximo torque ............... 86
Figura 77 - Forma de onda da tensão e da corrente na carga puramente resistiva ..... 87
Figura 78 - Circuito utilizado para aquisição da tensão pelo transdutor de tensão ...... 94
Figura 79 - Resposta em frequência do circuito utilizado ............................................ 96

xiv
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Regra para divisão da reatância entre estator e rotor ................................ 16
Tabela 2 - Comparação entre os tipos de laços para so transdutores de efeito Hall ... 22
Tabela 3 - Dados de parte de um ensaio para verificação da resposta observada pelo
dinamômetro de mola ................................................................................................. 63
Tabela 4 - Valores utilizados no circuito da figura 53 .................................................. 65
Tabela 5 - Dados obtidos pelo programa desenvolvido em temperatura 'fria' ............. 74
Tabela 6 - Valores obtidos através de multímetro e amperímetro para aferição do
programa desenvolvido ............................................................................................... 75
Tabela 7 - Dados obtidos da aquisição em uma temperatura superior ao ensaio
anterior ....................................................................................................................... 76
Tabela 8 - Dados obtidos através de multímetro e amperímetros ............................... 76
Tabela 9 - Dados obtidos pela aquisição .................................................................... 77
Tabela 10 - Comparação dos valores obtidos pelo LabVIEW e MAVOWATT ............. 81
Tabela 11 - Comparação dos dados aquisitados pelo LabVIEW e medidos pelo
MAVOWATT ............................................................................................................... 82
Tabela 12 - Comparação de parâmetros calculados pelo LabVIEW e com os dados
medidos pelo MAVOWATT ......................................................................................... 83
Tabela 13 - Comparação de dados entra o programa desenvolvido e o MAVOWATT 87
Tabela 14 - Valores utilizados no circuito de aquisição ............................................... 95

xv
1. Introdução

1.1 Motivação

As máquinas elétricas possuem algumas classificações, sendo a mais tradicional

delas em três grupos: corrente contínua, síncronas e de indução. Por mais que

sejam diferentes, seus princípios físicos são bastantes similares.

A escolha do motor ideal depende da sua aplicação levando em conta diversos

fatores como: torque de partida, controle de velocidade, características da carga,

relação custo benefício, entre outros.

As máquinas de corrente contínua (motor cc composto cumulativo) são mais

utilizadas quando é necessário um conjugado de partida elevado [1]. As máquinas

síncronas tem um custo elevado comparada a uma máquina de indução e são

utilizadas para alta potência, por isso são empregadas em geração de energia

como usinas hidrelétricas e termelétricas.

As máquinas de indução são bastante utilizados na indústria devido ao baixo custo

de manutenção, além do seu rendimento elevado quando comparado a motores de

corrente continua. O que o torna versátil para uma ampla variedade de aplicações,

por exemplo, em bombas e sistemas de elevação entre outros.

Ter o conhecimento das características da máquina de indução é importante para

suas aplicações. Para isso, é necessário ensaiar a máquina para determinar o

melhor ponto de operação, verificar se há algum curto circuito nos enrolamentos ou

até mesmo garantir que as informações descritas pelo fabricante estejam precisas.

Para fazer esse tipo de avaliação pode-se usar diversos programa para aquisição

de dados. O LabVIEW, por exemplo, é uma linguagem de programação gráfica

desenvolvida pela National Instruments que é muito usada em sistemas de teste e

1
aquisição e de fácil integração com hardware de controle e medição para diversos

barramentos (PXI, PCI, USB, Ethernet).

A utilização de software para a aquisição e análise dessas informações facilita a

avaliação e o comportamento do motor de indução. O programa utilizado nesse

trabalho visa tornar fácil a compreensão do motor através de uma interface

amigável com o usuário.

É através dele, que o usuário irá visualizar a relação de torque, velocidade,

tensões e correntes em um motor de indução de forma simples e direta.

1.2 Objetivo

O objetivo desse trabalho é desenvolver um software capaz de exibir dados em

tempo real de um motor de indução trifásico acoplado a uma máquina de

relutância. Os dados exibidos poderão ser armazenados na memória do

computador para outras finalidades a serem definidas pelo usuário.

O conjunto em análise será dotado de sensores para medição de velocidade,

toque, tensão e corrente. Através dos dados fornecidos por eles será possível

compreender o comportamento do motor de indução trifásico e determinar suas

características elétricas.

Um trabalho desenvolvido no mesmo laboratório (MORAES – 2012) utilizava um

programa desenvolvido em LabVIEW para o levantamento de curvas

características de um motor de indução com enrolamento Dahlander.

Similar a esse trabalho supracitado, o projeto desenvolvido neste trabalho tem o

intuito de desenvolver um programa capaz de estimar os parâmetros de um motor

de indução trifásico através de grandezas aquisitadas de uma instrumentação

montada na bancada de estudo.

2
1.3 Organização do trabalho

Esse trabalho foi estruturado para melhor compreensão da análise de um motor de

indução.

No capítulo 1 é apresentado a motivação deste trabalho.

No capítulo 2 é feita uma revisão sobre os aspectos teóricos que são essenciais

para a compreensão do que será abordado/adotado nos capítulos seguintes. São

apresentados fundamentos teóricos sobre o motor de indução trifásico assim como

informações sobre a máquina de relutância utilizada. É feita também uma

descrição sobre os instrumentos de medição utilizados mostrando suas vantagens

e desvantagens.

No capítulo 3 é apresentado o programa utilizado para aquisição. É feita uma

pequena introdução sobre o LabVIEW e suas funcionalidades. É explicada,

também cada parte do programa de aquisição que foi desenvolvido para esse

projeto.

Os ensaios que podem ser realizados em um motor de indução são descritos e

comparados no capítulo 4. É nessa parte do trabalho que analisamos os

instrumentos para garantir a sua resposta.

No capítulo 5 é apresentada a conclusão do projeto desenvolvido assim como os

trabalhos futuros que possam ser desenvolvidos. O capítulo 6 apresenta as

referências bibliográficas.

3
2. Aspectos Teóricos

A abordagem deste capítulo serve para elucidar pontos fundamentais para a

compreensão dos próximos capítulos. Serão apresentados fundamentos teóricos dos

principais itens utilizados na bancada de estudo.

A bancada de estudo pode ser dividida em três itens principais: motor de estudo,

instrumentação e sistema de aquisição e pós-processamento de dados. O motor

utilizado corresponde a um motor de indução. Já a instrumentação usada para medir

as grandezas mecânicas e elétricas do motor se baseia em 4 tipos de equipamentos:

um encoder, um sensor de torque, transdutores de corrente e transdutores de tensão.

Uma compreensão adequada de cada um destes equipamentos é necessária para que

as funções e conexões criadas no software desenvolvido consigam representar

fielmente o que se deseja medir.

De modo geral, os transdutores convertem o sinal de grandeza física em uma

grandeza de tensão ou corrente. Nos transdutores utilizados, com exceção do

encoder, a transformação é sempre realizada para tensão [2,3]. Os transdutores de

corrente e tensão necessitam de um condicionamento de sinal pois a conversão

efetuada por eles gera um sinal com amplitude incompatível com o conversor

analógico-digital. Identificar a sua linearidade ou não-linearidade é imprescindível para

determinar a faixa de operação.

O sistema de aquisição e pós-processamento de dados é composto por um hardware

dedicado à aquisição de dados e um software que os analisará de forma adequada.

Nesta última etapa, os dados serão enviados a uma Interface Homem Máquina – IHM

que interagirá com o usuário, possibilitando que o mesmo defina algumas operações

que podem ser realizadas com os dados, tais como visualização e/ou armazenamento.

4
O objetivo desse trabalho não é aprofundar no estudo dos equipamentos utilizados na

instrumentação e nem sua construção. O conhecimento do funcionamento dos

mesmos se faz necessário para garantir que as medições e as suas aquisições

estejam corretas.

2.1 Motor de Indução Trifásico

A Máquina de Indução (MI) tem o circuito equivalente muito semelhante ao circuito

equivalente de um transformador. O comportamento elétrico de um MI também

transforma corrente e tensão.

O MI apresenta duas partes principais: o estator e rotor. O estator é a parte fixa da

máquina e é onde se encontram os enrolamentos de armadura que são alimentados

por correntes e tensões alternadas, as quais produzem um campo magnético girante

dentro da sua estrutura. É sabido que o estator de um motor de indução é igual ao

estator de uma máquina síncrona (enrolamentos defasados eletricamente em 120°). Já

o rotor é a parte móvel dessa máquina. A corrente que circula pelo rotor é induzida

pelo campo magnético produzido pelo estator.

Quando alimentado por uma fonte equilibrada, o campo magnético gerado dita a

velocidade síncrona de acordo com o número de polos que possui a máquina,

conforme a equação 1:

rpm (1)

Em que é a velocidade síncrona e é a frequência elétrica da alimentação da

armadura.

O rotor de uma máquina de indução pode ser construído de duas formas: Rotor

bobinado ou Rotor Gaiola de esquilo.

5
O rotor bobinado possui enrolamentos com o mesmo número de polos presentes no

estator, os quais são conectados por meio de anéis coletores isolados, que são

montados sobre o eixo, e escovas que permitem que esses enrolamentos estejam

disponíveis externamente. A figura 1 mostra um exemplo de rotor bobinado.

Figura 1 - Exemplo de rotor bobinado

Através das escovas é possível adicionar resistências ao rotor de forma a controlar o

fluxo de corrente. Na partida, por exemplo, resistores podem ser ligados em série com

os enrolamentos do rotor de forma a aumentar a resistência efetiva e aumentando

assim o conjugado para altos escorregamentos.

O rotor de gaiola de esquilo é construído a partir de barras condutoras encaixadas em

ranhuras no ferro do rotor e curto-circuitadas por anéis condutores, como é mostrado

na figura 2:

Anéis
Barras Condutores
Condutora
s

Figura 2 – Exemplo de gaiola do rotor tipo gaiola de esquilo com anéis e barras
destacados
6
No caso do rotor de gaiola de esquilo, para que haja uma corrente induzida no rotor, a

velocidade de rotação do mesmo deve ser diferente da velocidade síncrona que pode

ser calculada pela equação 1, em rpm, ou pela equação 2, em radianos por segundo:

rad/s (2)

A diferença entre a velocidade do campo magnético e a do rotor é chamada de

velocidade de escorregamento (rpm). Já a razão entre a velocidade de

escorregamento e a velocidade do campo magnético é chamada de escorregamento e

pode ser calculado através das equações 3, 4,5 e 6:

(3)

(4)

(5)

(6)

Em que s é o escorregamento, ns é a velocidade síncrona em rpm, nm é a velocidade

mecânica em rpm, ωm é a velocidade mecânica e ωm é a velocidade síncrona, ambas

em radianos por segundo. Já fr é a frequência do rotor e fe é a frequência elétrica da

alimentação da armadura.

Na partida, no motor de indução com rotor de gaiola, a corrente induzida é máxima e a

frequência do rotor é igual a síncrona, pois está parado e o escorregamento é máximo

(s=1). Como o campo produzido pelas correntes do rotor gira com a mesma velocidade

que o campo do estator, o conjugado de partida faz com que o rotor gire no sentido de

rotação do campo induzido, já que o campo induzido vai tentar se alinhar magnético do

estator. Se esse conjugado for suficiente para se opor a rotação criada pela carga no

7
eixo, o motor irá atingir sua velocidade de operação, mas sem ultrapassar a velocidade

síncrona. Caso contrário, os condutores da gaiola estariam estacionários em relação

ao estator e não haverá indução.

À medida que o escorregamento aumenta, o conjugado também aumenta até um valor

máximo. Um conjugado elevado exige uma corrente também elevada que pode

danificar a isolação do material utilizado nos enrolamentos. Devido a essas limitações

físicas o conjugado tende a diminuir após atingir seu valor máximo.

Se o rotor girar na velocidade síncrona, as barras do rotor estariam estacionárias, não

existiria velocidade relativa em relação ao campo magnético do estator e não haveria

tensão induzida. Sem a tensão induzida, não há corrente e não haverá campo

magnético no rotor, o que levaria ao conjugado ser zero e o rotor perderia velocidade.

[4]

2.1.1 Circuito equivalente

Para facilitar a compreensão do MI, consideraremos uma máquina trifásica em estrela

e em regime permanente. Assim, o que for desenvolvido para uma fase, equivale para

as outras duas (defasando em ± 120° cada uma), já que as correntes e tensões são

expressas em valores por fase. Vale ressaltar que para análise de transitórios o

circuito equivalente é diferente e não será abordado nesse trabalho.

Figura 3 - Circuito equivalente de um MI


8
Os parâmetros desse circuito são:

R1 resistência dos enrolamentos do estator

X1 reatâncias de dispersão dos enrolamentos do estator

RC grandeza para representar perdas

XM reatância de magnetização

X2 reatância de dispersão do rotor referida ao estator

R2/s resistência do rotor referida ao estator

Todos os fenômenos elétricos do rotor, quando vistos a partir do estator, tornam-se

fenômenos que possuem a frequência do estator. [4]. Assim, resistência e a reatância

do rotor estão referidas ao estator pois deve-se levar em consideração o movimento

relativo entre o estator e o rotor na construção do circuito equivalente. O rotor real

(tensões e correntes na frequência do escorregamento) será representado por um

rotor equivalente estacionário (tensões e correntes na frequência do estator). Devido a

essa simplificação, os parâmetros do rotor estão referenciados ao estator.

Como as tensões e frequências são diferentes, é importante que no circuito

equivalente a impedância do rotor seja referida ao estator conforme equação 7. É

necessário fazer uma transformação levando em consideração o número efetivo de

espiras de armadura e do rotor, do mesmo modo que para um transformador

(7)

Através do circuito equivalente descrito anteriormente, é possível determinar algumas

características de desempenho do MI, como os diferentes valores de corrente,

velocidade e perdas quando carga e conjugado são alterados.

9
A potência total transferida do entreferro entre rotor e estator, , muda de acordo com

o valor de corrente, I2, e escorregamento, s. Essa relação pode ser observada na

equação 8

(8)

Em que R2, é a resistências do rotor.

As perdas Joule no rotor estão relacionadas com a sua resistência podendo ser

obtidas da equação 9:

(9)

A potência mecânica está relacionada com as potências do entreferro e do rotor e

pode ser calculada pela equação 10:

(10)

É possível notar que um MI com escorregamento elevado não é eficiente.

Um outro parâmetro a ser analisado é o conjugado eletromecânico que está

relacionado com a potência mecânica, expressos nas equação 11 e 12:

(11)

(12)

Como podemos ver, existe uma relação entre conjugado e velocidade. É através do

Teorema de Thevenin aplicado ao circuito equivalente que poderemos enfatizar essa

relação.

10
Para isso, basta substituir a parte do circuito referente à tensão de alimentação por

uma fonte de tensão complexa Vth e aos parâmetros do estator por uma impedância

em séries Zth.

Para facilitar a demonstração, a resistência que representa as perdas no núcleo será

desconsiderada. Desta forma, as equações 13 e 14 apresentam a relação entre os

parâmetros do circuito e o Teorema de Thevenin.

(13)

(14)

Pode-se então calcular a corrente que circula no rotor através do circuito da figura 4

através da equação 15:

Figura 4 Circuito de Thevenin para cálculo da corrente no rotor

(15)

Com a corrente do rotor, o conjugado pode ser determinado conforme equação 16:

11
(16)

Com essa equação, é possível calcular o conjugado máximo, que acontece quando

R2/s recebe toda a potência. Assim, o conjugado máximo não depende da resistência

do rotor conforme equação 16 e sim da impedância de Thevenin e da reatância do

rotor como mostra a equação 17

(17)

Após a compreensão da influência de cada parâmetro do circuito equivalente nas

características do MI, é necessária uma metodologia de ensaio para sua determinação

e/ou estimativa. [3]

2.1.2 Norma ABNT

Para a realização dos ensaios que podem ser realizados em um MI devem ser

identificadas as normas estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas), as quais estabelecem procedimentos para a execução de tais ensaios.

Procedimentos que garantem uma adequada medição e reduzem os erros no cálculo,

além de estabelecer níveis de segurança tanto dos equipamentos como dos usuários.

A norma brasileira que estabelece os ensaios de máquinas girantes, especificamente

de motores de indução trifásicos é a Norma 5383 parte 1 publicada em fevereiro de

2002. Nela é possível compreender cada ensaio que pode ser feito sobre um MI para

se obter um grau ótimo nas características a serem observadas. Essa norma foi

baseada em publicações de outros órgãos internacionais que possuem a mesma

finalidade da ABNT no Brasil (IEC 60050-411:1996, IEEE 043:1974, IEEE 112:1991,

IEEE 118:1978 e CSA-C390-M:1985) [4].

12
A ABNT descreve a aplicabilidade dos ensaio ao MI para determinação de suas

características e verificação da sua conformidade. Alguns dos ensaios que podem ser

realizados a um MI são: medição de resistência de isolamento; Medição de resistência

do enrolamento (Ensaio CC); Ensaio dielétrico; Ensaio a vazio; Ensaio com rotor

bloqueado; Medição da tensão rotórica; Ensaio de partida; Ensaio de elevação de

temperatura; Perdas totais; Perdas no estator; Perdas no rotor; Perdas no núcleo;

Perdas por atrito e ventilação; Perdas suplementares; Rendimento; Ensaio ao freio;

Ensaio de conjugado máximo; Ensaio de sobre velocidade; entre outros. [5].

O foco desse trabalho é a determinação/estimação dos parâmetros do MI. Assim, os

ensaios que serão realizados são: Ensaio CC; Ensaio a vazio e o Ensaio com rotor

bloqueado. Cada um desses ensaios apresentam uma metodologia de execução para

que o resultado obtido seja o mais fiel possível.

2.1.3 Ensaios

O resultado do ensaio CC é o valor da resistência do enrolamento do estator do MI.

Nele deve-se [4] aplicar uma fonte CC aos terminais do enrolamento, limitando a

corrente até 15% do valor nominal a no máximo 1 minuto para evitar elevação da

temperatura.

Como os dois terminais de cada um dos 3 enrolamento estão disponíveis, a resistência

pode ser calculada da seguinte forma de acordo com a figura 5 através da equação

18:

(18)

Em que é a resistência ôhmica do enrolamento sob ensaio

V é a tensão aplicada ao enrolamento

13
I é a corrente do enrolamento

é a resistência interna do transdutor de corrente

Figura 5 - Circuito para ensaio CC do MI

O ensaio deve ser repetido pelo menos de 3 a 5 vezes com diversos valores de

corrente e tomando nota da temperatura no início e no fim de cada ensaio. Faz-se a

média aritmética dos valores de resistência obtidos em cada ensaio e desconsidera-se

valores discrepantes de 1% do valor médio[5].

Já o Ensaio a vazio, também chamado de ensaio de perdas no núcleo, atrito e

ventilação, deve ser realizado com frequência e tensões nominais sem carga acoplada

e fornece informações em relação a corrente de excitação e perdas a vazio. A corrente

do rotor produz conjugado suficiente para vencer as perdas por atrito e ventilação. Por

serem pequenas, as perdas no rotor podem ser desprezadas.

Como o fator de potência a vazio de uma máquina de indução é pequeno, a potência

reativa a vazio da máquina é muito maior que a potência de entrada a vazio. Assim,

podemos fazer a aproximação da equação 21:

(19)

14
Neste ensaio, a corrente a vazio é a média das correntes obtidas. A leitura da potência

de entrada é o total das perdas no motor a vazio. Se dessa potência forem subtraídas

as perdas do estator o resultado são as perdas por atrito e ventilação e no núcleo[5].

O último ensaio essencial para a determinação dos parâmetros do MI é o ensaio com

rotor bloqueado. Neste ensaio, os cuidados com relação à segurança devem ser

redobrados. A proteção da máquina deve estar em boas condições para que não haja

danos nem a máquina nem a quem está realizando o ensaio. Por esse motivo, o

sentido de rotação deve ser determinado antes de iniciar o ensaio, já que determinará

a forma como o rotor será travado. Além disso, o motor deve estar a temperatura

ambiente.

Deve ser realizado com correntes e frequências nominais e para fornecer informações

sobre a impedância de dispersão. Se o interesse for na partida (s=1) deve-se utilizar

frequência nominal com corrente próxima a partida[5]. Se o interesse for em

características nominais aplica-se tensão reduzida que gere uma corrente nominal

com frequência reduzida já que R e X mudam com baixas frequências.

A norma especifica 4 métodos para a medição das grandezas do ensaio:

1. Ensaio da impedância com rotor bloqueado aplicando frequência inferior ou

igual a 25% da nominal e corrente nominal.

2. Ensaio da impedância com rotor bloqueado com frequência igual a 100%, 50%

e 25% da frequência nominal e corrente nominal

3. Ensaio de impedância com velocidade acima do ponto de conjugado máximo

4. Ensaio da impedância com rotor bloqueado com tensão reduzida e valor de

corrente nominal[5].

Através desse ensaio, a determinação dos parâmetros do circuito equivalente é

finalizada. Pode-se calcular a impedância de rotor bloqueado através da equação 20:

15
(20)

Em que é a impedância de rotor bloqueado, e são tensão e corrente de

rotor bloqueado, respectivamente. A resistência de rotor bloqueado e a reatância

de rotor bloqueado dependem do fator de potência [5].

O valor da resistência do rotor ( é obtido através da equação 21 que relaciona a

resistência encontrada no ensaio CC ( .

(21)

A reatância de rotor bloqueado ( depende da frequência do ensaio( Já o

valor da reatância tanto do estator ( quanto do rotor ( depende da categoria do

MI. O valor da reatância de rotor bloqueado pode ser obtido através da equação 22.

(22)

Assim, dependendo do valor do conjugado de partida e da corrente de partida, essa

relação entre as reatâncias é obtida através da tabela 1[5]:

Tabela 1 - Regra para divisão da reatância entre estator e rotor

Tipo de rotor

Rotor bobinado 0,5 0,5

Classe A 0,5 0,5

Classe B 0,4 0,6

Classe C 0,3 0,7

Classe D 0,5 0,5

16
2.2 Máquina de relutância

A máquina de relutância consiste de um estator com enrolamentos de excitação e um

rotor magnético com saliências sem enrolamentos. O seu funcionamento se baseia no

conjugado de relutância que ocorre quando o rotor tenta se alinhar com a onda de

fluxo do estator [3]. Isso acontece, pois a polarização dos polos do rotor é a única fonte

de torque, ou seja, o conjugado de relutância é o conjugado induzido pelo campo

externo no rotor levando ele a se alinhar a esse campo. Esse alinhamento acontece

pois os fluxos presentes no estator e no rotor da máquina tendem a minimizar a

relutância do sistema. Para isso, uma força é criada para tal ação.

Surge, então, um conjugado entre os campos magnéticos que gera uma rotação. A

orientação se dá de acordo com os ângulos entre os polos adjacentes do campo

magnético externo e o campo magnético induzido no rotor. O conjugado aplicado ao

rotor é proporcional a sen2φ em que φ é o ângulo elétrico entre os eixos magnéticos

[1].

Devido ao conjugado de relutância, essa máquina pode ser utilizada como carga.

Como o rotor da máquina vai tentar se alinhar ao campo externo, o conjugado gerado

será um conjugado contra eletromotriz se essa máquina estiver acoplada a um motor.

Quanto maior o campo magnético externo, maior o conjugado contra eletromotriz.

2.3 Instrumentação

2.3.1 Encoder

O encoder é um equipamento eletromecânico que pode ser chamado de gerador de

impulsos. A maioria dos encoders geram sinais elétricos em forma de trem de pulsos,

gerando uma quantidade exata de pulsos em uma rotação, podendo ser traduzidos em

17
movimento, direção e/ou posição [6]. Existem dois tipos de encoder; incremental e

absoluto. Ambos são bem similares na sua construção.

O encoder absoluto possui diversos sensores fotoelétricos que combinados formam

um sistema binário. Deste modo, não é necessária a contagem de pulsos para

descobrir a posição.

Já o encoder incremental é o mais utilizado por ser mais simples e mais barato quando

comparado ao absoluto. Além da contagem de pulsos para posterior determinação da

velocidade, frequência e outras grandezas, também é possível determinar o sentido de

rotação devido a defasagem de 90º entre os dois sinais oriundos do encoder. A figura

6 ilustra essa defasagem. Se o canal B estiver na frente do canal A o encoder está

girando no sentido anti-horário. Se o inverso acontecer, o sentido de giro é horário.

Figura 6 -Defasagem de 90° entre os canais A e B

O encoder funciona com uma barreira de luz infravermelha. A luz emitida é

interrompida ou não por N ranhuras em um disco. Cada passagem por uma ranhura é

captada por um sensor fotossensível que produz um pulso de acordo com a tensão de

alimentação (tensão CC). A forma como esse pulsos são gerados pode ser observada

na figura 7.

18
Figura 7 - Geração de pulsos através de um sensor fotossensível

2.3.2 Sensor de Torque

O sensor de torque é utilizado para medir o torque que a máquina acoplada a ele

produz quando uma carga é aplicada ao seu eixo. O funcionamento do sensor de

torque se baseia na medição da força aplicada a ele que é transformada em um sinal

de tensão pelo extensômetro. Esse sinal varia de acordo com a mudança de

resistência que ocorre devido à deformação ocasionada pela carga.

O extensômetro é conectado em uma ponte de Wheatstone que tem a função de

compensar o efeito da temperatura e cancelar efeitos de outras cargas. A medição é

realizada diversas vezes enquanto a força é aplicada [7].

Através da figura 8, é possível compreender como um sinal de tensão é obtido. Nos

terminais A e D é aplicada uma tensão e todos os valores das resistências são iguais,

com isto a diferença de potencial vista entre os terminais B e C é zero. Quando uma

força é aplicada, um desbalanço acontece nessa ponte devido à variação da

resistência do extensômetro e uma tensão é gerada nos terminais B e C.

Em máquinas rotativas, o torque acontece em movimentos rotativos. Assim, o sensor

deve transmitir essa informação para um terminal estacionário. Para que essa

19
transmissão aconteça, o sensor de torque vem dotado de anéis deslizantes e

transformadores rotativos para que, através de um terminal, seja possível a coleta de

dados [7]

Figura 8 - Ponte de Wheatstone presente no sensor

Esse instrumento irá auxiliar na visualização do torque assim como fornecer a tensão

correspondente ao torque gerado pelo MI ao LabVIEW através dessa ponte que é

parte integrante do sensor e não será projetada.

2.3.3 Transdutor de Tensão e Corrente

Os transdutores de tensão e de corrente utilizados na bancada de estudo são

transdutores de efeito Hall. Quando ambos estão sob a aplicação de um campo

magnético, há uma resposta com variação na tensão de saída. O efeito Hall é o que

ocorre quando a corrente tem sua trajetória desviada pela ação de um campo

magnético. Esse desvio faz com que a tensão de Hall possa ser aproveitada em outro

circuito, sendo proporcional à intensidade do campo que cria [8].

20
A diferença entre os transdutores de corrente e o de tensão se dá na sua construção,

pois ambos realizam uma transformação da grandeza, como se fosse um pequeno

transformador.

O sinal de saída é diretamente proporcional ao campo magnético que passa pelo

transdutor, ou seja, o valor da tensão de saída aumenta com o aumento do campo

magnético e diminui com a redução do mesmo. Porém, existe um limite de saturação

imposto pela fonte de alimentação. A sensibilidade do transdutor é dependente da

tensão de alimentação.

Geralmente, os transdutores de efeito Hall possuem três pinos: 2 pinos de alimentação

VCC e um pino do tipo coletor aberto que precisa de uma resistor. O valor mínimo

dessa resistência é função da corrente máxima de saída [9].

Existem dois tipos de transdutores de corrente: laço aberto ou laço fechado (tipo

janela). Os dispositivos de laço aberto são mais simples e o elemento Hall é montado

no gap presente na estrutura. Essa construção apresenta muitas desvantagem quando

comparado do dispositivo de laço fechado. Neste último, o condutor em análise está

no meio do núcleo envolto por bobinas. Quando a corrente surge, uma tensão é

amplificada e aplicada a bobina, de modo que o campo dessa bobina anule o campo

gerado na corrente que passa no condutor. A tabela 2 apresenta características dos

dois tipos. [9]

21
Tabela 2 - Comparação entre os tipos de laços para os transdutores de efeito Hall

Laço Aberto Laço Fechado

Baixo custo na medição de corrente Maior exatidão em condições de elevação

elevadas (>100 A) de temperatura

Apresenta como saída um sinal de


Baixo consumo
corrente

Tamanho e peso menores na medição de Responde a sinais alternados de alta

correntes elevadas frequência (>150kHz)

Não sofre danos em condições de sobre


O sinal de saída pode ser convertido
corrente

22
3. LabVIEW

3.1 Introdução

O LabVIEW (Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbech) é um ambiente de

programação baseada numa linguagem gráfica G desenvolvido pela NI (NATIONAL

INSTRUMENTS). Os principais campos de aplicações do software são em medições e

automações [10].

O objetivo do LabVIEW é acelerar a produtividade de engenheiros através da redução

do tempo gasto durante a programação. Já que a linguagem gráfica torna simples

visualizar, criar e modificar sistemas de engenharia.

O programa é dotado de duas áreas ou telas de trabalho. A primeira é a interface com

o usuário (painel frontal), conhecida como Interface Homem Máquina – IHM, que pode

ser observada na figura 9 e a outra é a interface de programação (diagrama de blocos)

que pode ser observada na figura 10. Cada uma delas possui bibliotecas próprias o

que facilita o uso do programa[10].

Figura 9 - Painel frontal

23
Figura 10 - Interface de programação

Analisando um pouco mais a área de programação, é possível observar que a

biblioteca está dividida em módulos de acordo com uma ampla variedade de

aplicações. Em cada um desses módulos existem blocos para operações usuais como

operações matemáticas e trigonométricas e blocos para aplicações específicas como

filtragem de sinal, aquisição e controle de dados.

Em contraste à linguagem de programação convencionais baseadas em texto, em que

as instruções determinam a execução do programa, o LabVIEW utiliza o fluxo de

dados, em que eles determinam a ordem de execução. Ao utilizar uma programação

por diagrama de blocos, o layout visual passa a ser mais intuitivo reduzindo o tempo

de programação.

Já na IHM ou painel frontal são inseridos componentes gráficas e botões virtuais que o

usuário pode interagir livremente. Nessa interface há a troca de informações entre o

programa e o usuário, sendo possível aproximar essa interface a um osciloscópio, em

que o usuário consegue definir e escolher o que deseja visualizar dentro das opções

disponíveis. O usuário controla as variáveis de entrada através dos controles e

24
consegue visualizar em tempo real os dados nos indicadores de saída ou nas telas de

visualização.

A interface de programação ou diagrama de blocos é responsável pelo algoritmo

utilizado pelo VI (Virtual Instrument) para obtenção das informações. As funções

utilizadas na implementação são representadas por blocos conectados por linhas que

definem o fluxo de entrada e saída dos dados. Essa interface se assemelha a um

fluxograma e as decisões geradas pelo usuário impactam na execução das funções.

3.2 Princípios de Programação

O conjunto das duas interfaces compõem o VI, que são os arquivos com toda a

informação do programa. No painel frontal, estão todos os controles e indicadores

(terminais interativos) de entrada e saída do VI. Os controles, que podem ser

representado por botões, são responsáveis por simular dispositivos de entrada e

fornecem dados para o diagrama de blocos. Já os indicadores simulam dispositivos de

saída e exibem os dados que a interface de programação aquisita e/ou gera. Um

exemplo de controles e indicadores do LabVIEW está ilustrado na figura 11.

Figura 11 - Exemplo de controle (à esquerda) e indicador (à direita)

25
Na interface de programação constrói-se o código que irá controlar os objetos do

painel frontal. Entre os objetos que podem ser encontrados incluem-se terminais,

subVI, funções, constantes e ligações. A vantagem do LabVIEW está na natureza

hierárquica do VI. Após a criação de um VI, é possível utilizá-lo como um subVI dentro

de outro VI. O subVI é, então, um subsistema dentro do programa principal. É um

bloco que não existe dentro da estrutura do LabVIEW, pois é criado pelo programador

para gerenciar alterações e depurar o software rapidamente.

O subVI é de fácil identificação na interface do programa devido a sua imagem do

bloco ser determinada pelo programador. Por ser um subsistema, é possível definir

diversas entradas e saídas de acordo com a necessidade. A figura 12 mostra um

subVI e o que está dentro do mesmo.

Figura 12 - Exemplo de um subVI. Na parte superior está o bloco do subVI e abaixo o


que foi construído dentro dele

26
Para a programação dos VI e subVIs, o LabVIEW é dotado de paletas gráficas

flutuantes para ajudar na criação e execução dos VIs. As três paletas são Tools,

Controls e Functions.

 Tools – Disponível no painel frontal e no diagrama de blocos é nessa paleta

que estão as funções disponível na versão do LabVIEW utilizado. Permite que

o usuário opere os controles, conecte objetos, edite textos, entre outros. Ela

pode ser vista na figura 13.

Figura 13 - Paleta flutuante Tools

 Controls – Disponível no painel frontal com controles e indicadores. É dividida

em diversas categorias voltado para IHM como pode ser vista na figura 14.

Figura 14 - Paleta flutuante Controls

27
 Functions – Disponível no diagrama de blocos, dividida em diversas categorias.

Essa paleta permite a construção do código adicionando, manipulações,

operações, entre outras. Suas opções podem ser vistas na figura 15.

Figura 15 - Paleta flutuante Functions

Qualquer bloco criado na IHM gera o seu par na interface de programação. Porém, na

interface de programação, não acontece da mesma forma.

Por ser uma programação gráfica, as diversas funções utilizadas em programações

por linhas de código foram construídas na plataforma de forma intuitiva. Por exemplo,

quando deseja-se verificar se um dado é maior ou igual a outro, basta utilizar um bloco

de comparação.

Quando uma determinada operação é acionada com frequência durante a execução

do programa é possível usar estruturas de Loops. Essas estruturas estão divididas em

diversos tipos, assim como em outras linguagens de programação, e servem para

garantir a repetitividade e/ou continuidade da ação definida pelo usuário.

28
A figura 16 mostras as estruturas disponíveis no LabVIEW. Foram identificadas as 4

estruturas utilizadas nesse trabalho. A primeira, identificada pelo número 1, é a

representação de um laço FOR, em que uma ação é executada repetidas vezes até a

condição limite, identificada com a letra N no canto esquerdo superior. A condição i, no

canto esquerdo inferior do laço, funcionar como contador e determina o número de

iterações em que se encontra.

1 2 3 4
1 1 1 1

Figura 16 - Estruturas de Loops disponíveis

O laço WHILE, identificada na figura 16 pelo número 2, também é utilizado para

manter o programa em execução até que uma condição de parada seja atingida ou

estipulada. Desta forma, há a garantia da continuidade até que a condição de STOP

for acionada. A variável i, no canto inferior esquerdo, tem a mesma função que no laço

FOR.

Uma funcionalidade interessante do laço WHILE é a opção SHIFT REGISTER, sua

representação pode ser vista na figura 17. Com essa função é possível fazer com que

a informação do ciclo anterior fique disponível no ciclo atual para ser acessada. Para

29
isso, basta conectar o terminal de saída do fluxo de dados da variável desejada ao

SHIFT REGISTER que se encontra no lado direito do laço.

Figura 17 - SHIFT REGISTER

O laço destacado pelo número 3 na figura 16 identifica uma dos laço de importância na

execução do programa desenvolvido. O TIMED LOOP é o laço responsável por

garantir que cada ciclo acontece em 1 ms. Isso garante que a aquisição de todos os

dados acontece de forma sincronizada. Se uma ação executa sua tarefa antes das

outras, ela deve aguardar o término das demais para voltar a ser executada.

O quarto laço destacado na figura 16 pelo número 4, é o laço CASE STRUCTURE

onde podemos ter várias opções de programação. Na sua estrutura de inicial, o laço

CASE STRUCTURE possui duas opções, TRUE ou FALSE, e a estrutura executa

fluxo diferentes de acordo com a escolha booleana realizada.

Por ser uma linguagem gráfica, o fluxo de dados se dá pela conexão entre os blocos.

Isso significa que um nó no diagrama de blocos só é executado quando todos os nós

anteriores (entradas) estão disponíveis. Quando um nó completa a execução, ele

fornece os dados para o terminal de saída e transmite para o próximo nó. No controle

de fluxo a ordem sequencial dos blocos determinam a execução do VI.

Essa conexão é feita por linhas que representam os dados sendo transmitidos. Elas

apresentam cores e grossuras diferenciadas de acordo com o tipo e quantidade de

informações contida em cada dado, respectivamente. Além da cor, o símbolo de cada

bloco também trazem informações a respeito do dado. A conexão entre blocos deve

ser realizada entre terminais da mesma natureza. Existe então, uma relação entre

30
cores e o tipo de dado no fluxo. Sinais booleanos, por exemplo são sempre na cor

verde. Essa relação entre cores e tipo de dado (booleano, numérico, arrays, string e

clusters) pode ser observada na figura 18.

É possível perceber também, na figura 18 as diferentes grossuras das conexões que

são formadas por mais de um valor como arrays, clusters, ou seja uma maior

quantidade de informação sendo transmitida.

Figura 18 - Características dos tipos de dados disponíveis no LabVIEW

3.2.1 Aquisição de dados

Para a aquisição de sinais, é necessário um dispositivo conversor que deve ser capaz

de coletar grandes quantidades de informações com uma elevada velocidade de

processamento.

Os sistemas de aquisição DAQ da NI baseados em PC utilizam a capacidade de

processamento, sistemas de visualização e conexão com computadores da indústria.

31
Essa tipo de conectividade melhora o custo benefício, além da flexibilidade quando

comparados a sistemas comuns de medição [11].

A figura 19 ilustra como é feita a conexão dos sensores ao sistema DAQ da NI.

Sensor Dispositivo DAQ Computador

Figura 19 - Conexão dos sensores ao Computador sendo realizada por uma


CAD

A escolha do hardware DAQ deve seguir alguns critérios de acordo com a aplicação

que será utilizada. Sua função é a interface entre o computador e sinais externos.

Deve digitalizar sinais analógicos de entrada de forma que um computador possa

interpretá-los. Geralmente, deve-se verificar o número de canais disponíveis, a

frequência de amostragem, a resolução e os níveis de entrada.

Um conversor analógico-digital (CAD) é responsável pela transdução de um sinal

analógico em digital em um instante no tempo. Ele utiliza amostras coletadas em um

taxa predeterminada do sinal analógico, que é contínuo no tempo, para reconstruir o

sinal original de forma digital [11].

Segue abaixo algumas características que os hardwares devem possuir:

 Entradas/Saídas analógicas: possuem dois modos de aquisição: comum e

diferencial. O modo comum é o que apresenta maior chance de apresentar erro

na aquisição, sendo utilizado para sinais de maior amplitude. Isso acontece

pois uma tensão de modo comum surge entre a referência e o terra.

O modo diferencial se baseia em duas entrada, o que não gera uma tensão de

modo comum e sendo útil para o sinal de menor amplitude.

 Frequência de amostragem: determina a velocidade que são produzidas as

amostras ou conversões analógicas-digitais. Quanto maior a frequência, melhor

será a reconstrução do sinal ou a aparência com o sinal original, mas aumenta


32
o fluxo de dados para o processador. Deve-se achar um ponto ótimo entre

essas duas características.

 Resolução: número de bits que o conversor utiliza para quantificar o sinal

analógico. Quanto maior o número de bits maior a precisão da conversão

realizada.

 Níveis de entrada: Limites dos sinais de entrada, podendo ser unipolares ou

bipolares.

 Portas digitais: entrada e saídas digitais. Utilizadas para controlar o processo.

O parâmetro mais importante são o número de linhas disponíveis, a velocidade

que se pode transferir os dados e a capacidade de controle de diversos

dispositivos.

 Contadores/Temporizadores: Contar a produção de um determinado evento,

gerar bases de tempo para processos digitais ou geração de pulsos.

Além do hardware, é necessário também programar a aquisição das informações

pertinentes ao programa a ser desenvolvido. Para isso, o LabVIEW apresenta uma

livraria específica de blocos voltados para a aquisição e geração de informação.

Esse conjunto de blocos facilitam a programação do software assim como ajudam

na identificação dos parâmetros.

O processo de aquisição no programa deve ser feito de forma minuciosa. É

necessário identificar, para o LabVIEW, etapa por etapa desde a criação de tarefas

e canais, até a interrupção do processo e limpeza da memória.

Os blocos voltados para a aquisição podem ser vistos na figura 23 e o processo de

aquisição, de modo geral, se dá em 6 etapas. São elas:

1. Criação de tarefa: O bloco responsável pela criação de tarefas faz com que

o LabVIEW crie virtualmente os canais disponíveis no hardware. Este bloco

pode ser visualizado na figura 21.

33
2. Criação de canais para medição: Esse bloco é responsável pela

identificação dos canais que serão utilizados, pelo modo de aquisição que

será adotado e pela definição dos valores máximos e mínimos esperados,

além da unidade a ser adotada pela grandeza a ser medida.

O modo de aquisição interfere nos canais disponíveis do hardware. Existem

3 modos: diferencial, RSE e NRSE. O primeiro, como o próprio nome diz,

faz a medição da grandeza de forma diferencial, sendo necessário dois

canais. Nesse modo, não é considerado o referencial da placa.

O segundo modo de aquisição realiza a medição da grandeza de um canal

com o referencial da placa. Desta forma, utiliza-se um canal analógico e

qualquer canal terra do hardware.

O modo NRSE tem o mesmo princípio que o modo RSE, porém seu

referencial não é o referencial da placa e sim um porta que pode apresentar

um potencial diferente de zero.

3. Início da aquisição: Após a identificação dos canais, a tarefa que foi criada

no passo 1 é executada inicia-se o processo de medição.

4. Leitura do sinal: Nessa etapa, o sinal aquisitado em cada canal é lido pelo

programa. Sua leitura depende da configuração do bloco utilizado. O bloco

apresenta, de modo geral, as 4 opções a seguir, que também podem ser

observadas na figura 20:

4.1 Configuração do tipo de sinal: Analógico; Digital; Contador

4.2 Quantidade de canais: 1 canal ou múltiplos canais

4.3 Quantidade de amostras: 1 amostra ou múltiplas amostras

4.4 Saída: Numérica ou forma de onda

34
Figura 20 - Exemplo doas opções disponíveis para o bloco de leitura

5. Parar aquisição: para que a tarefa criada pare de ser executada é

necessário um bloco que interrompa a execução da tarefa.

6. Limpar tarefa: bloco responsável pela retirada da tarefa da memória.

Além desses blocos, existem outros blocos voltados para a aquisição, com diversas

funcionalidades. Nesse trabalho, não houve necessidade da utilização de todos os

blocos disponíveis na aba ou modulo de aquisição de dados.

2 4

5 6
1 3

Figura 21 - Blocos disponíveis na biblioteca de aquisição

3.2.2 Pós Processamento

O bloco utilizado para leitura da aquisição possui uma porta de saída com os dados

digitais da amostra realizada sobre o sinal analógico. É com essa informação que

serão calculados os parâmetros do MI conforme os ensaios a serem realizados. Para


35
isso, é necessário compreender o comportamento da aquisição, pois o fluxo de dados

deve ser processado de forma coerente para se obter o resultado esperado.

Os ensaios a serem realizados para a estimativa dos parâmetros do MI levam em

conta a tensão, a corrente e o fator de potência dos sinais a serem aquisitados. Cada

ensaio possui a sua especificação conforme a norma. Porém, algumas ações são

comuns para todos os ensaios.

Uma das técnicas de aquisição de dados que é utilizada neste trabalho é baseada na

aquisição de amostras separadamente, as quais podem ser agrupadas em vetores de

tamanho fixo que podem ajudar na realização do pós-processamento ou simplesmente

podem ser utilizados para ver o histórico de dados de uma forma gráfica.

A utilização dos dados em forma de vetores se torna interessante pois, a análise dos

dados digitais irá se basear em um conjunto de amostras e não exclusivamente em um

dado único. A figura 22 ilustra como é formado o arranjo da construção desse vetor e

sua utilização no programa desenvolvido. Nela, o vetor proveniente do bloco de

visualização, que é constituído pelos dados de cada canal aquisitado, é separado em

elementos, conforme o número de canais.

Esse elemento, então, é inserido em um vetor fixo com espaço para 100 amostras. A

atualização desse vetor acontece a cada ciclo. Para não perder a informação das

últimas iterações, utiliza-se um bloco de rotação. Este bloco faz com que o elemento

mais antigo desse vetor fixo seja apagado para que um novo elemento seja inserido.

O bloco responsável pela rotação está configurado com uma constante -1 para que o

primeiro elemento do vetor seja 0. Assim é possível garantir que nesse vetor, não haja

uma perda de informação no início do processo.

36
Figura 22 - Exemplo de criação de vetor

É através desse conjunto de amostras que as grandezas utilizadas nos ensaios são

calculadas. Isso também possibilita a visualização da grandeza no tempo.

O programa desenvolvido também possui uma funcionalidade importante que é a

gravação das informações para análise posterior. O arquivo com as informações da

aquisição segue o padrão determinado pelo programador e que determina quais

valores serão armazenados. Cabe ao usuário definir o nome do arquivo e o local de

destino para armazenamento.

Para esse objetivo, o LabVIEW também possui uma biblioteca que foca na gravação

das informações. A figura 23 mostra o blocos disponíveis nessa biblioteca.

37
1 3

Figura 23 - Blocos para programação da gravação

O bloco 1 é responsável pela criação ou abertura do arquivo de texto. Nele determina-

se o caminho que será utilizado assim como o nome do arquivo, caso ele não exista.

O bloco 2 é responsável pela gravação das informações. Ele recebe as informações

do bloco 1 e executa a gravação. Os dados devem ser convertido em STRING antes

de serem enviados ao bloco 2. Já o bloco 3 fecha o arquivo, para garantir que nenhum

outra informação seja inserida e finaliza o processo de gravação.

3.3 Software desenvolvido

O software foi desenvolvido de acordo com a grandeza de saída de cada sensor

utilizado. Os transdutores de tensão, corrente e torque apresentam saídas em forma

de tensão. Já a saída do encoder se dá em trem de pulsos que no caso desse

instrumento, há um bloco específico para encoders e utiliza portas digitais.

A forma de programação utilizada, com laços WHILE, faz com que a execução das

leituras de cada grandeza só seja interrompida por decisão do usuário. Desta forma, é

possível acompanhar o estado do sistema como um todo.


38
O programa se baseia em três linhas de fluxo principais: aquisição do encoder;

aquisições de tensão e uma saída digital. A partir desses dados, o programa

desenvolvido realiza as medições e calcula os parâmetros do MI com base nas

amostras. Para melhor compreensão do programa a figura 24 apresenta um

fluxograma com as etapas que foram implementadas.

Figura 24 - Fluxograma principal do programa desenvolvido

39
A etapa de pós processamento pode ser analisada conforme figura 25:

Figura 25 - Fluxograma do pós processamento

Além dos fluxos de aquisição e geração de sinal, existe também o fluxo de gravação

das informações aquisitadas. Esse fluxo só é executado por decisão do usuário.

O único dado de saída presente no programa desenvolvido está sendo utilizado para

auxiliar na medição do tempo de execução de cada ciclo do programa. A definição do

tempo de execução é importante para o desenvolvimento do programa, já que definirá

os tipos de sinais que podem ser aquisitadas.

Como a maior frequência do sistema será 60Hz, de acordo com o Teorema de

Nyquist, a taxa de amostragem deve ser no mínimo duas vezes o valor da frequência

máxima alcançada pelo sinal analógico [12]. Assim a frequência máxima de

amostragem deve ser 120Hz. Nessa frequência, o ciclo do sinal aconteceria em

8,33ms. Definindo o tempo de amostragem em 1ms, tempo mínimo que o hardware

consegue aquisitar, será garantido o mínimo de 16 amostras por ciclo. Assim, esse

40
canal digital é uma garantia que o sistema está realizando todas as tarefas dentro do

tempo definido e garantindo um mínimo de amostras coerente.

A figura 26 ilustra a programação para o sinal de saída digital. Nela, é possível

identificar o canal utilizado, e a lógica envolvida para a geração do sinal digital.

Figura 26 - Programa para sinal de saída digital

Durante os ensaios, foi acompanhado o comportamento do canal digital para garantir o

tempo de execução sem perda de amostras. A figura 27 apresenta o sinal visualizado

com o auxílio de um osciloscópio. As escalas de tensão e de tempo são de 5 V e 1 ms,

respectivamente. Nesta imagem é possível verificar que todas as mudanças do sinal,

de nível baixo para nível alto ou vise versa, tem uma duração de 1 ms,

aproximadamente.

Figura 27 - Sinal de saída do programa em 1ms/DIV

41
Já na figura 28, a escala de tempo do osciloscópio foi alterado para 2,5ms por divisão

para verificar se há alguma perda de amostra. Nesse quadro, não há nenhuma perda

de informação.

Figura 28 - Sinal de saída em 2,50ms/DIV

Para a aquisição dos dados digitais enviados pelo encoder, a aquisição utiliza um dos

contadores do hardware para realizar a medição de velocidade e posição. Como o

instrumento é dotado de 3 canais de saída (A, B e Z), é necessário que os 3 canais

estejam configurados, por isso a necessidade de um bloco DAQmx Channel como

pode ser visto na figura 29.

Figura 29 - Programa para aquisição de dados do encoder

42
Dentro do laço WHILE, foi criada uma lógica para identificar tanto a posição quanto a

velocidade. A posição foi identificada através da média das amostras. Já a velocidade,

utilizou-se esse valor de posição comparando com o valor da iteração anterior. Com o

auxílio de um bloco que mede o tempo de execução do laço, foi possível transformar

esse valor médio de amostra em uma valor rpm conforme equação 23.

(23)

O próximo programa é relativo a aquisições de tensões. Neste caso, são linhas de

comando para aquisição das informações dos transdutores de tensão, corrente e

torque. O processo de aquisição foi explicado no item 3.2.1. O bloco de criação de

canais foi configurado para 3 entradas diferenciais transdutores de tensão) e 4

entradas RSE (3 transdutores de corrente e 1 sensor de torque) conforme figura 30.

Desta forma, foram utilizados 6 canais para a aquisição de tensão, 3 canais para a

aquisição do sensor de corrente e 1 canal para o sensor de torque totalizando 10

canais analógicos da borneira.

Figura 30 - Programa para aquisição das tensões dos instrumentos

O bloco responsável pela leitura das informações foi configurado para tensão, com

múltiplos canais e múltiplas amostras e saída como numérico. Assim, o canal de saída

43
possui informação de todos os instrumentos conectados aos canais predefinidos no

formato de vetor.

O nó da saída de informação do bloco de leitura é conectado ao subVI responsável

pela separação dos dados de cada instrumentos para o seu respectivo vetor assim

como o cálculo de alguns parâmetros importantes para o ensaio com MI, como por

exemplo, tensões e corrente eficazes, potência real, potência aparente, fator de

potência, frequência e fase dos sinais senoidais.

Além desses programas voltados para a aquisição e geração de dados, nesse trabalho

também foi realizada uma programação voltada para armazenar os dados coletados. A

explicação da ação de cada bloco utilizado foi feita no item 3.2. A figura 31 ilustra

apenas as etapas da programação. O programa de gravação possui a opção de alterar

o caminho identificado inicialmente, assim como o nome do arquivo a ser utilizado para

a gravação.

Figura 31 - Programa exemplo para ilustrar processo de armazenamento

A figura 31 é um exemplo do programa de gravação. Nela, o programador define

algumas características, como o local de gravação, o nome do arquivo e a

identificação dos dados a serem armazenados. Quando esses dados passam para o

laço WHILE, o usuário ganha a possibilidade de alterar alguns parâmetros como o

caminho, nome do arquivo e o momento da gravação.

44
Para facilitar a compreensão do programa, o passo a passo de construção será

enumerado abaixo:

1. No primeiro bloco, o programador identifica o local da gravação, define se o

arquivo será aberto ou criado e se será lido ou escrito.

2. O bloco seguinte é responsável por dar um cabeçalho as informação que

serão armazenadas. Como essa informação está fora do laço WHILE, o

usuário não consegue modificá-la. Esse bloco de gravação só aceita dados

no formato string. Assim, todo dado que será armazenado deve ser

convertido para esse formato de texto.

3. A primeira estrutura CASE apenas possibilita a o armazenamento da

informação sem modificações do usuário.

4. A segunda estrutura CASE só é acionada se o usuário desejar alterar o

caminho ou o nome do arquivo. Assim, a utilização de um bloco para fechar

qualquer arquivo de gravação em aberto no programa se faz necessário.

Foram realizados 3 programas adicionais para: Ensaio CC, Ensaio a vazio e Ensaio

com rotor bloqueado. Esses programas são responsáveis pelo pós processamento dos

dados para a estimativa dos parâmetros do circuito equivalente de um MI.

Foram utilizados dois subVIs para o cálculo dos parâmetros CC em que o primeiro

armazena em uma matriz os dados de cada repetição, como pode ser visto na figura

32, e o segundo calcula a média dos parâmetros dessa matriz. A figura 33 mostra a

lógica para o cálculo das médias.

No primeiro subVI a entra de dados Vcc e Icc, são os vetores obtidos no pós

processamento. Nesse subVI é feita a média dos valores desses vetores e então

calculado os valores de potência e resistência.

45
Figura 32 - Cálculo dos parâmetros do ensaio CC

Figura 33 - Cálculo das médias dos parâmetros CC

Além do ensaio CC, foi realizado o ensaio a vazio, nele foram aquisitadas as

informações de tensão e corrente e calculadas as potências ativa e a reatância a vazio

da máquina. Essas informações foram armazenadas em uma vetor. Nesse ensaio, não

houve necessidade de um subVI.


46
Os valores de corrente e tensão são eficazes e obtidos através do bloco RMS. Já o

valor da potência ativa foi obtida através da multiplicação da forma de onda da tensão

e da corrente.

Um exemplo dessa operação pode ser visto na figura 34 Nela as entrada de Tensão e

corrente são os vetores de 100 amostras de cada canal aquisitado.

Figura 34 - Cálculo da potência ativa

47
Já em relação ao ensaio com rotor bloqueado, devido a diversas contas necessárias

para determinação dos parâmetros do circuito equivalente, utilizou-se um novo subVI

conforme figura 35.

Figura 35 - Cálculo dos parâmetros do ensaio com rotor bloqueado

Esse subVI possui 3 entradas: Tensão e corrente eficazes e o fator de potência.

A figura 36 ilustra o cálculo do fator de potência. Uma das formas de calcular o fator de

potência é através do triângulo das potências. Assim, basta obter o resultado da razão

entre as potências ativa e aparente. Foi necessário apenas atentar para o tipo de

ligação envolvida nesse cálculo. Como a ligação do MI é delta, é necessário subtrair

30° do valor de potência encontrado da razão entre as potências, já que o cálculo foi

feito com amostras de linha.

Figura 36 - Cálculo do fator de potência

48
Munido dessas informações, foi possível agrupar os controles e indicadores por

ensaio. O painel frontal do programa foi dividido, então, em abas para melhor

organização e visualização das informações.

De acordo com a divisão realizada nas abas é possível observar os valores de cada

grandeza, assim como executar a ação do ensaio para que o programa possa realizar

as rotinas programadas.

Na figura 37 é possível ver as abas do painel frontal. Na primeira aba é possível

observar os dados gerais de aquisição, assim como a opção de gravar essas

informações no tempo. As três abas seguintes são abas relacionadas aos ensaios que

podem ser realizados ao MI para estimação dos parâmetros do seu circuito

equivalente.

Figura 37 - Primeira aba do painel frontal

Na aba Ensaio CC, é possível ver a metodologia que deve ser seguida para execução

do ensaio, assim como os 3 botões responsáveis pela aquisição da informação

necessário para o cálculo da resistência do estator. Como o ensaio deve ser repetido 5

vezes, o botão de controle está programado para executar apenas 5 vezes. Essa aba

pode ser visualizada na figura 38.

49
Figura 38 - Aba com procedimento e ação para ensaio CC

Já em relação ao ensaio a vazio, essa aba pode ser vista na figura 39. Nela consta o

botão para o programa aquisitar as informações, assim como as grandezas que serão

armazenadas e utilizadas para o cálculo da reatância a vazio.

Figura 39 - Aba com procedimento e ação para ensaio a vazio

Já em relação ao ensaio de rotor bloqueado, essa aba (figura 40) explica como deve

ser feito o ensaio para que não haja acidentes.

50
Figura 40 - Aba com procedimento e ação para ensaio com rotor bloqueado

Na última aba, que pode ser visualizada na figura 41, é possível observar os valores

dos parâmetros obtidos após os 3 ensaios, assim como a opção de salvar esses

dados obtidos com os três ensaios. Dos 3 ensaios realizados, apenas no Ensaio CC

os valores armazenados serão os valores médios.

Figura 41- Aba com informação sobre o modelo do motor ensaiado e opção para
gravação dos dados de todos os ensaios

51
4. Bancada e Ensaios

O desenvolvimento do software para a aquisição das grandezas relacionadas ao MI

facilitará a análise da bancada de estudo e possibilitará o armazenamento do resultado

dos ensaios para determinação/estimativa dos parâmetros do MI.

Para a realização dos ensaios foi tomado como base a norma 5383 – ABNT- que

especifica como devem ser realizados os ensaios no motor. Essa especificação visa

garantir a acurácia na medição das grandezas, assim como, as questões de

segurança também são explicitadas para que não haja risco tanto para quem esteja

realizando o ensaio quanto para o motor, que não deve ser danificado durante o

mesmo.

A norma utilizada, nesse trabalho, informa que para a realização dos ensaios, o motor

de indução deve estar em perfeito estado de conservação com todas as tampas de

proteção montadas para funcionamento normal. Na figura 42, pode-se observar a

bancada que será utilizada a qual cumpre com as exigências.

Encoder Máquina de Sensor de


relutância torque Motor de Indução
trifásico

Figura 42 - Bancada de estudo com máquinas e sensores indicados


52
A norma enfatiza que as tensões a serem utilizadas nos ensaios devem ser

equilibradas, com forma de onda praticamente senoidal com fator de harmônicos

inferior a 0,02.

O desempenho do MI não depende apenas da tensão e frequência. A forma de onda e

o equilíbrio entre valor e ângulo de fase das tensões interferem no desempenho.

Os instrumentos devem ter um fundo de escala o mais baixo possível para ter maior

precisão. Geralmente instrumentos eletrônicos drenam menos corrente do sistema,

porém são mais suscetíveis a ruídos, por este motivo um bom aterramento deve ser

realizado.

Antes de realizar qualquer tipo de ensaio no MI é necessário garantir que o

desequilíbrio de tensão não deve exceder 0,5%. Para isso, fazemos a média entre os

valores de cada fase. Pegamos a maior diferença entre a maior tensão e a média e

calculamos 100x diferença/média.

Os valores encontrados antes de realizar os ensaios foram VAB=219,4, VBC = 219,5 e

VCA=220,4. Realizando o procedimento especificado acima, o desequilíbrio encontrado

foi de 0,45%, valor inferior ao valor definido em norma.

4.1 Descrição da bancada

A bancada em estudo é composta por um motor de indução e uma máquina de

relutância acoplados por um sensor de torque. Como explicado no item 2.3.2, o sensor

de torque é conectado a um condicionador de sinais que possui um display. A figura

43 ilustra a bancada em estudo com todos os seus instrumentos.

53
Figura 43 - Esquema da bancada em estudo

O MI utilizado é um motor de indução trifásico produzido pela WEG modelo de alto

rendimento Plus. Esse modelo possui dois tipos de conexões de seus 6 terminais, com

isso tensões e correntes nominais variam conforme ligação. Como a tensão de

alimentação do motor será de 220V, a conexão realizada foi feita em delta com

corrente nominal de 3,08A. Esse MI apresenta velocidade de rotação de 3470 rpm

com frequência de 60Hz. Seu rendimento é de 80% com fator de potência de 0.8. Os

motores de alto rendimento Plus da WEG são de categoria N (conjugado e corrente de

partida normais) [13]

A figura 44 mostra a placa do motor de indução utilizado.

54
Figura 44 - Placa motor de indução trifásico da bancada

Já a máquina de relutância apresenta corrente nominal de 1,7 A e tensão nominal de

100Vcc. Essa informações podem ser vistas na figura 45.

Figura 45 - Placa máquina de relutância da bancada

Na alimentação do motor de indução foram introduzidos 3 transdutores de tensão e 3

transdutores de corrente. Acoplado ao eixo da máquina de relutância há um encoder,

responsável pela medição de velocidade o sensor de torque que faz o acoplamento

com o MI. Nessa máquina existe também um dinamômetro para medição de força,

distante 15cm do eixo. Na figura 46, é possível ver os 6 transdutores responsáveis

pela medição de corrente e tensão, além da fonte CC desenvolvida para alimentar

esses instrumentos.
55
Fonte 15V

Transdutores de
corrente

Borneira

Transdutores de tensão

(a)

(b)

Figura 46 - À direita da figura (a) estão os transdutores de tensão e corrente. Na parte


superior está a fonte de 15V e à esquerda está a borneira utilizada para a aquisição. A
figura (b) representa o esquema de um par de transdutores de tensão e corrente.

56
Além das máquinas e instrumentos, a bancada também possui uma placa de aquisição

de dados que serve de interface entre os sinais dos instrumentos e o programa

desenvolvido no LabVIEW. O dispositivo utilizado para a aquisição de sinais (DAQ) é

uma placa PCI NI- 6220 com capacidade de adquirir sinais analógicos e gerar sinais

digitais. Ela é capaz de coletar grandes quantidades de informações com uma elevada

velocidade de processamento (250KS/s). Essa placa possui 8 canais diferenciais ou

16 canais analógicos com resolução de 16bits. Os sinais de entrada podem ser de

±0,2V a ±10V[14]

Antes de realizar os ensaios com o MI, faz-se necessário analisar cada instrumento

para verificar como é o seu comportamento em diversas situações. Assim, toda a

instrumentação foi examinada para garantir que as grandezas medidas por eles sejam

as mais reais possíveis.

4.2 Ensaios
4.2.1 Encoder

O modelo utilizado foi fabricado pela S&E sendo composto por 3 saídas (A, B e Z –

referencia) com relação de 1024 pulsos por volta. Os canais A e B são responsáveis

pela geração do trem de pulsos. A comparação desses sinais digitais determina a

velocidade, como também o sentido de giro do eixo. O canal Z determina a origem do

encoder e serve de canal auxiliar na contagem de pulsos. Sua alimentação é de 5Vcc.

Possui uma frequência de resposta de 60kHz com um limite de velocidade de 6000

rpm [15].

Para verificar a precisão do encoder utilizado na bancada, foi necessário analisar sua

linearidade frente a diferentes velocidades impostas. Para isso, com o auxílio de um

inversor de frequência, foi possível aplicar diferentes velocidades ao encoder. Como

forma de comparação ao valor obtido utiliza-se também um tacômetro óptico.

57
Foram coletadas as velocidades em diversos pontos no aumento e na diminuição da

velocidade do conjunto. Com o inversor de frequência foi possível variar a frequência

aplicada ao conjunto de 0Hz a 70Hz com um passo de 10hz. Ao total foram realizadas

40 variações de 0-70Hz, assim como no decréscimo, ou seja, foram 5 conjuntos de

aumento e diminuição da velocidade de rotação.

Após a análise das informações, identificou-se que o encoder disponível, só consegui

mensurar a velocidade, com certa proporcionalidade, até 1800 rpm. Para velocidades

acima desse valor, o encoder perdia sua referência e gerava um sinal distorcido. Como

pode ser visto na figura 47.

Figura 47 - Gráfico Velocidade vs frequência. Nele está a comparação entre valores


obtidos pelo programa desenvolvido e o tacômetro óptico em diferentes frequências.

Assim, é possível garantir que o programa consegue aquisitar as informações do

encoder, porém o instrumento disponível não satisfaz a necessidade desse trabalho.


58
Por esse motivo, e por falta de outro equipamento de outro fabricante, a opção foi

tomar as informações de velocidade com o auxílio de um tacômetro óptico e

adicionados ao programa de forma manual.

Essa é a única informação inserida manualmente no software, porém, a linha de

comando para aquisição da velocidade pelo encoder já está disponível, sendo

necessário apenas a troca do instrumento.

4.2.2 Ensaios sensor de torque

O sensor a ser utilizado é o modelo 1104 produzido pela Lebow, como pode ser visto

na figura 48. Foi escolhido esse instrumentos devido à sua disponibilidade para esse

trabalho e possui as seguintes especificações:

 Torque:100 libras equivalente a 10N.m

 Velocidade máxima: 9000 rpm

 Não linearidade: +/- 0,1% na saída

 Histereses: +/- 0,1% na saída

 Repetitividade: +/- 0,05% na saída

 Capacidade de saída: +/- 2mV/V (nominal)

 Excitação máxima: 20Vdc ou Vac RMS [16]

Figura 48 - Sensor de torque utilizado na bancada

59
Para esse ensaio, aplicou-se uma tensão de 220V no MI conforme indicação de

ligações de seus terminais, e conectamos uma fonte CC aos terminais da máquina de

relutância.

Com auxílio do dinamômetro de mola, localizado a 15cm do eixo do conjunto, o torque

gerado com o aumento da tensão CC aplicada aos terminais da máquina de relutância

pode ser calculado. O programa desenvolvido no LabVIEW também estava

aquisitando as informações conforme a conexão realizada aos terminais do

condicionador de sinais que possui um display para verificação do valor de torque.

Com esses três dados, foi possível confrontar o comportamento do sensor frente às

cargas aplicadas na bancada em estudo.

Na primeira análise identificamos que o LabVIEW aquisitava os dados de forma

proporcional ao que era disponibilizado no display e o valor calculado através do

dinamômetro.

Após a coleta de dados de diversos pontos de carga, identificou-se que o sinal que vai

para a placa de aquisição de dados proveniente do condicionador de sinal do sensor

de torque reduzia os valores por um fator de 2,22. Na figura 49 é possível observar

essa diferença entre as duas informações.

Desta forma, foi necessária a correção dos dados por esse fator para que tanto o

display, dinamômetro e o programa desenvolvido apresentassem a mesma

informação. A figura 50 apresenta a curva do LabVIEW corrigida e percebe-se que

ambas as curvas firam bem próximas.

60
Figura 49 - Gráfico T x n. Comparação dos dados obtidos com o programa
desenvolvido e o Display

Figura 50 - Gráfico T x n com calibração dos dados aquisitados pelo programa

61
Esse ensaios foi realizado 5 vezes com aumento e diminuição da velocidade de

acordo com a carga aplicada através da fonte CC. Os resultados desse ensaio podem

ser visualizados na figura 51.

Figura 51 - Ensaio realizado com o sensor de torque para verificar sua linearidade

Além disso, o dinamômetro mecânico apresentou valores próximos ao visualizado no

display do condicionador de sinais quando o conjunto estava no ponto nominal. Porém,

quando a aplicação de carga sobre o eixo do MI era baixa (início e fim do ensaio) o

dinamômetro de mola não era preciso como pode ser observado na tabela 3 que

possui os dados de um dos ensaios realizado.

62
Tabela 3 - Dados de parte de um ensaio para verificação da resposta observada pelo
dinamômetro de mola

Velocidade Força Torque Torque Display Torque LabVIEW


(rpm) Dinamômetro (N) Dinamômetro (N.m) (N.m)

3584 4,000 0,600 0,13 0,16

3582 4,000 0,600 0,22 0,23

3571 4,000 0,600 0,42 0,42

3554 6,000 0,900 0,75 0,75

3535 8,000 1,200 1,22 1,20

3501 12,000 1,800 1,82 1,80

3481 15,000 2,250 2,13 2,12

4.2.3 Ensaios transdutores de tensão e corrente

A medição da tensão de alimentação do MI foi realizada por meio de um transdutor de

tensão LEM LV 20-P que suporta uma tensão de 500V (contínua ou alternada), com

isolação galvânica entre o primário e o secundário como poder ser visto na figura 52.

Apresenta excelente precisão e linearidade[1]. Para a medição de tensão é necessário

que seja inserido um resistor conectado em série com o primário.

Uma desvantagem desse transdutor quando comparado a outro do mesmo fabricante

(LV 25-P) é a sua precisão que é um pouco inferior. Essa diferença é pequena e

compensa o alto custo do transdutor LV 25-P.

Figura 52 - Transdutor de tensão utilizado


63
Para os transdutores de tensão, foram realizadas variações de tensão de entrada para

cada um dos 3 transdutores. Como a tensão que o transdutor irá medir é cerca de

220V, um circuito para condicionar o sinal de saída de forma diferencial [17] dentro dos

níveis de tensão aceitados pela borneira, de ±10V, era necessário.

Para dimensionamento correto, deve-se atentar para as características nominais do

transdutor. Desta forma, o cálculo da resistência de entrada levou em conta a tensão

máxima e a corrente primaria nominal (Ip = 10mA) conforma equação 24:

(24)

Sabendo que a resistência interna do transdutor é de 250 [1], corrente máxima é

calculada na equação 25:

(25)

Assim, a corrente refletida no secundário será obtida pela relação de transformação[1]

e calculada conforme equação 26:

(26)

A potência mínima que o resistor de entrada deve suportar foi calculada na equação

27 sendo:

(27)

Já a resistência de medição, leva em conta a tensão do CAD conforme equação 28:

64
(28)

A figura 53 mostra como ficou o circuito de aquisição1 para o transdutor de tensão. Os

valores utilizados podem ser vistos na tabela 4:

Tabela 4 - Valores utilizados no circuito da figura 53

R1 27kΩ
R2 330Ω
R3 100Ω
R4 1000Ω
C1 10nF
C2 47nF
C3 47nF

Figura 53 - Circuito condicionador de sinal do transdutor de tensão

Para garantir a linearidade do transdutor, foram realizadas diversas medições de

tensão com 10 repetições. Atentou-se em variar em passos pequenos a tensão tanto

no início da curva (0V-40V) assim como no final (200V-250V). Todas as medições

foram agrupadas nos gráficos das figuras 54 (transdutor de tensão 1), 55(transdutor de

tensão 2) e 56(transdutor de tensão 3). Foram identificados apenas 1 variação de

tensão (0-250V) para demonstrar o número de amostras.

1
A análise desse circuito está disponível no Anexo 1

65
(a)

(b)

Figura 54 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 1. Nesse


gráfico é apresentado a relação entre tensão de alimentação e a tensão de medição.
No gráfico (b) é possível ver a linearidade na faixa de 0-10V
66
Figura 55 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 2. Nesse
gráfico é apresentado a relação entre Tensão de alimentação e a tensão de medição

Figura 56 - Gráfico para verificação se linearidade do transdutor de tensão 3. Nesse


gráfico é apresentado a relação entre tensão de alimentação e a tensão de medição
67
O fabricante do transdutor de tensão garante sua linearidade dentro da faixa de 10-

500V. Fica evidente, através dos gráficos obtidos nesses ensaios, que o transdutor

apresentou uma excelente linearidade para tensões inferiores a 10 V. Característica

importantes, pois no ensaio CC realizado nos enrolamentos do MI a tensão sobre o

enrolamento é pequena. Pode ser observado também, que o transdutor não

apresentou histerese quanto as variações de tensão o que é esperado desse

instrumento.

Após a confirmação da linearidade do transdutor de tensão, foi necessária a calibração

do mesmo para que a informação obtida no secundário fosse a mais real possível. Um

novo ensaio foi realizado com os 3 transdutores, sendo a coleta dos dados de tensão

realizada pelo programa desenvolvido. Com os dados obtidos, identificou-se uma

saturação no transdutor 2 o que obrigou a redução da resistência R2 no circuito

condicionador do mesmo. O motivo da saturação não foi identificado mesmo utilizando

outros componentes do circuito condicionador e os transdutores sendo do mesmo lote.

Com esse novo circuito para o transdutor 2 foi possível obter as seguintes curvas

conforme figura 57.

68
Figura 57- Comportamento dos 3 transdutores de tensão utilizando valores aquisitados
pelo programa desenvolvido

Para que o programa desenvolvido apresente o valor da tensão de entrada, é

necessário corrigir a aquisição por uma fator, que pode ser determinado no ensaio de

calibração. Assim, o transdutor 1 tem um fator de correção de 32,43, o transdutor 2 e

33,21 e o transdutor 3 de 33,45.

Já em relação a medição de corrente, o tipo de transdutor utilizado é o LA-55P

fabricado também pela LEM que pode ser visto na figura 58. A sua relação de espira é

50 A para 50mA [2].

Figura 58 – Transdutor de corrente utilizado na bancada


69
Os ensaios realizados para os transdutores de corrente seguem a mesma filosofia

utilizada nos transdutores de tensão, porém levando em consideração a corrente

solicitada pelo motor. O transdutor utilizado (LA-55P) possui uma relação de 1:1000 e

para aumentar a precisão do sinal a ser medido, deve-se aumentar a relação de

conversão. Para que isso ocorra, deve-se aumentar o número de voltas do condutor

pela janela do transdutor. Nesse trabalho foi adotado 5 voltas para a medição.

O transdutor foi alimentado por uma tensão CC +/-15V para que fosse possível a

transformação da grandeza elétrica. No ponto de medição, foi escolhido o menor valor

de resistência informado pelo fabricante [2]. Essa escolha foi embasada na maior faixa

disponível que o transdutor conseguiria medir sem que houvesse distorção por

saturação do seu núcleo.

A resistência utilizada foi de 56Ω o que garante uma linearidade até 15 A. O ideal seria

uma resistência menor para melhor aquisição da corrente de partida, porém não era

indicada pela folha de dados. A redução da resistência fora do indicado não garante

acurácia na medição.

Esses ensaios foram realizados com o auxílio de um banco de resistências e o

aumento e redução da tensão aplicada sobre elas. Conforme a tensão aumentava

sobre o banco de resistências, maior era a corrente que passava pelo transdutor.

Desta forma, podemos ver que os três transdutores que serão utilizados para os

ensaios possuem uma boa linearidade conforme figuras 59 (transdutor de corrente 1),

60 (transdutor de corrente 2) e 61(transdutor de corrente 3).

70
Figura 59 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 1

Figura 60 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita


pelo transdutor de corrente 2
71
Figura 61 - Curva para verificação da linearidade na transformação da grandeza feita
pelo transdutor de corrente 3

A linearidade foi garantida nos ensaios realizados. Percebe-se, também, que não há

histerese nesses transdutores. Já a calibração foi realizada com o auxílio do programa

desenvolvido. O passo a passo para o ensaio de calibração seguiu a mesma filosofia

do ensaio de linearidade. Os valores obtidos com esse ensaio geraram o gráfico da

figura 62. Com ele foi possível identificar o fator de proporcionalidade para que o valor

medido pelo programa seja transformado no valor real. O fator encontrado foi 3,53.

72
Figura 62 - Ensaio de calibração realizado com valores aquisitados pelo programa
desenvolvido

4.2.4 Ensaio MI

A norma 5383 – ABNT- especifica diversos ensaios que podem ser realizados para

determinar as características do motor de indução. O programa desenvolvido visa

estimar os parâmetros do MI. Os valores obtidos serão calculados com base no

circuito equivalente descrito no item 2.1.1, com exceção do parâmetro Rc que será

desprezado. Para a estimativa das resistências e reatâncias do estator e do rotor do

MI serão necessários 3 ensaios: Ensaio CC; Ensaio a vazio e Ensaio de rotor

bloqueado.

A norma especifica cada etapa dos ensaios como a conexão, as medidas de

segurança e os limites de tensão e corrente para cada caso.

73
4.2.4.1 Ensaio CC

O primeiro ensaio realizado foi o ensaio CC, através da medição da tensão e da

corrente que foram tomadas simultaneamente. No motor da bancada em estudo, todos

os enrolamentos são acessíveis o que leva a medição ser feita individualmente. Se

não fossem acessíveis, a medição deve ser feita de 2 em 2 utilizando a resistência

equivalente, segundo a conexão realizada (delta ou estrela).

Esse ensaio deve ser feito em duas temperaturas distintas. Pode-se dizer que um na

temperatura fria e outra em uma temperatura quente. Para isso, deve-se utilizar o MI

na temperatura ambiente e posteriormente, deve-se medir a resistência do

enrolamento depois que o motor esteja um tempo ligado em sua tensão

nominal(quente).

Os resultados obtidos com a temperatura fria podem ser observados na tabela 5:

Tabela 5 - Dados obtidos pelo programa desenvolvido em temperatura 'fria'

Ensaio Corrente Continua

Enrolamento Vcc (V) Icc (A) Pcc (A) Rcc (ohm)

1 2,41 0,33 0,80 7,30

2 2,42 0,33 0,80 7,33

3 2,61 0,33 0,86 7,90

Rcc Médio

7,51Ω

Foi feita, também, a tomada de dados através de outros instrumentos para verificar a

acurácia da aquisição. Os valores da tabela são valores médios das 5 repetições. Os

valores médios obtidos pelos instrumentos podem ser vistos nas tabela 6.

74
Tabela 6 - Valores obtidos através de multímetro e amperímetro para aferição do
programa desenvolvido

Enrolamento Vcc (V) Icc (A) Pcc (A) Rcc (ohm)

1 2,45 0,32 0,78 7,63

2 2,42 0,32 0,778 7,60

3 2,40 0,312 0,758 7,60

Média Total 2,42 0,32 0,77 7,61Ω

Nota-se que o erro entre a resistência média medida e a resistência média calculada

através do programa desenvolvido é de 1,31%.

As temperaturas no início e no final desse ensaio podem ser vistas na figura 63.

Figura 63- À esquerda está a temperatura do motor antes do ensaio e à direita está a
temperatura ao final do ensaio

Como esses ensaios são os primeiros a serem realizados com esse MI, não há como

referenciar os valores obtidos para 25° conforme a norma indica. O ideal é fazer com

que a temperatura interna do MI seja 25° e realizar a medição para definir esse valor

como referência. Porém, essa redução de temperatura não foi possível para comparar

o resultado obtido.

A outra temperatura foi medida após todos os ensaios realizados com o motor e com

ele ligado durante um tempo a vazio para que a temperatura fosse mais elevada.

Os dados obtidos com o programa desenvolvido podem ser vistos na tabela 7.


75
Tabela 7 - Dados obtidos da aquisição em uma temperatura superior ao ensaio
anterior

Ensaio Corrente Continua

Enrolamento Vcc (V) Icc (A) Pcc (A) Rcc (ohm)

1 3,45 0,34 1,18 10,08

2 3,42 0,34 1,16 10,08

3 3,43 0,33 1,14 10,29

Rcc Médio

10,15Ω

Os valores médios medidos pelos instrumentos podem ser vistos na tabela 8.

Tabela 8 - Dados obtidos através de multímetro e amperímetros

Ensaio Corrente Continua

Enrolamento Vcc (V Icc (A Pcc (A Rcc (ohm)

1 3,59 0,33 1,20 10,79

2 3,56 0,33 1,17 10,79

3 3,53 0,33 1,15 10,87

Rcc Médio

10,82Ω

As temperaturas antes e depois do ensaio podem ser visualizadas na figura 64.

Figura 64 - À esquerda está a temperatura do motor antes do ensaio e à direita está a


temperatura ao final do ensaio
76
O erro entre as medições realizadas foi de 6,2% Valor menor que o encontrado na

temperatura fria.

4.2.4.2 Ensaio a vazio

Conforme descrito no capítulo 2 item 2.1.3, foram aplicadas tensão e frequências

nominais e feita a aquisição dessas grandezas pelo LabVIEW. Para a aferição da

aquisição, foi utilizado o MAVOWATT2 disponível no laboratório.

A tabela 9 mostra os valores obtidos com o programa desenvolvido. Nela, é possível

ver a tensão e corrente eficaz de linha assim como as perdas a vazio e a reatância a

vazio. Nesse ensaio, os valores armazenado são os valores médios.

Tabela 9 - Dados obtidos pela aquisição

Ensaio a vazio
Vrms (V) Irms (A) Pvz (W) XVz (ohm)
217,2865 1,69 176,10 128,91

É interessante também observar o comportamento das tensões e correntes de linha no

tempo. A figura 65 ilustra o defasamento entre as 3 tensões e a figura 66 o

defasamento entre as 3 correntes. Já a figura 67 mostra o defasamento entre a tensão

e corrente da fase A.

2
MAVOWATT é um instrumento analisador de rede capaz de identificar potências, fator de potência e
harmônicos. No Anexo 2 podem ser encontradas mais informações

77
Figura 65 - Tensões de linha aquisitadas

Figura 66 - Correntes de linha aquisitadas

78
Figura 67 - Defasamento entre a tensão e a corrente da fase A

Observando a figura 67, é possível verificar o defasamento entre tensão e corrente da

fase A que é de 90°.

A figura 68 mostras os valores de tensão e corrente observados no MAVOWATT.

Figura 68 - Valores e tensões e correntes medidas pelo MAVOWATT


79
Já as potências podem ser vistas na figura 69.

Figura 69 - Valores de potência e fator de potência medidos pelo MAVOWATT

Além disso, foi possível observar também os fasores de tensão e corrente, conforme

figura 70.

Figura 70 - Diagrama fasorial das tensões e correntes

80
Com esse diagrama fasorial pode-se ver que a corrente está atrasada em mais de

100° de acordo com o MAVOWATT.

Essa diferença de cerca de 10° entre a aquisição e o MAVOWATT pode ser justificada

devido ao tempo de amostragem, que por limitação de hardware é limitado a 1ms. Se

fosse possível um tempo maior, mais amostras seriam coletadas e essa diferença

acabaria sendo menor.

A tabela 10 compara os valores obtidos no programa desenvolvido e pelo

MAVOWATT.

Tabela 10 - Comparação dos valores obtidos pelo LabVIEW e MAVOWATT

Ensaio a vazio Vrms (V) Irms (A) Pvz (W) XVz (ohm)

LabVIEW 217,29 1,69 176,10 128,91

MAVOWATT 220,06 1,69 199,2 130,44

Discrepância (%) 2,26 1,09 12,60 2,17

A maior discrepância observada está relacionada a perdas do motor no ensaio.

4.2.4.3 Ensaio com rotor bloqueado

O passo a passo da realização deste ensaio foi descrito no capítulo 2 item 2.1.3. Nele,

há 4 métodos para sua realização. Devido a limitações físicas impostas pelo inversor

para controlar a frequência e a corrente, já que o inversor disponível no laboratório faz

o controle da frequência através da relação V/f, e, nessa relação, a corrente está

relacionada a tensão, não é possível obter uma frequência reduzida com a corrente

nominal. Por esse motivo, o ensaio realizado foi realizado com tensão reduzida e

corrente nominal na frequência de operação 60Hz.

Os valores medidos por meio do MAVOWATT e os valores obtidos pela aquisição do

programa desenvolvido estão dispostos na tabela 11.

81
Tabela 11 - Comparação dos dados aquisitados pelo LabVIEW e medidos pelo
MAVOWATT

Ensaio Rotor Bloqueado Vrms (V) Irms (A) Fator de Potência

LabVIEW 35,47 3,10 0,85

MAVOWATT 35,59 3,08 0,69

As figuras 71 e 72 mostram os valores obtidos através do MAVOWATT

Figura 71 - Dados de tensões e correntes medidos pelo MAVOWATT

Figura 72 - Dados de potência e fator de potência medidos pelo MAVOWATT


82
Pelos dados aquisitados o ângulo entre a tensão e a corrente é de 31,45°, já de acordo

com o MAVOWATT, o ângulo entre a tensão e a corrente é de 46,37°. O que pode

justificar essa diferença é o valor da potência ativa aquisitada. Como o valor

armazenado é cerca de 15% menor do que o valor da potência ativa utilizada como

referência, conforme tabela 12, e o cálculo que o programa faz para encontrar o valor

do fator de potência leva em relação essa valor de potência ativa, o erro acaba sendo

propagado para o fator de potência. Assim, os parâmetros do circuito equivalente

também são impactados pois dependem do fator de potência.

Tabela 12 - Comparação de parâmetros calculados pelo LabVIEW e com os dados


medidos pelo MAVOWATT

Ensaio Rotor Bloqueado Pbl Rbl R1 R2 Xbl X1 X2 Xm

LabVIEW 109,93 9,76 7,51 2,25 5,75 2,88 2,88 126,04

MAVOWATT 130,5 7,98 7,51 0,47 8,37 4,18 4,18 124,76

Discrepância% 15,76 22,35 -- 378,72 -31,24 -31,24 -31,24 1,02

Neste ensaio, qualquer pequena variação no fator de potência gera discrepâncias

maiores entre os parâmetros estimados. Na tabela 12 é possível verificar como essa

diferença angular ocasionou uma erro maior. Para o cálculo de R2 pelo MAVOWATT

foi assumido o valor de R1 encontrado no primeiro ensaio CC.

Esse erro tem uma propagação maior no cálculo da resistência do rotor que depende

do fator de potência. Essa diferença de cerca de 15° entre os dados gera um erro de

cerca de 378% no valor da resistência.

4.3 Circuito equivalente estimado

Através dos 3 ensaios realizados, foi possível obter o circuito equivalente do MI. O

ensaio CC foi responsável pela determinação da resistência do estator. O ensaio a

vazio e o ensaio com rotor bloqueado estimaram os outros parâmetros do o circuito


83
equivalente para esse MI. As figuras 73 e 74 apresentam o circuito equivalente

estimado obtido com os parâmetros estimados pelo programa desenvolvido e pelo

MAVOWATT respectivamente.

7,51 2,88 2,88

2,25

126,04

Figura 73 - Circuito equivalente obtido com parâmetros estimados pelo programa


desenvolvido

7,51 4,19 4,19

0,47

124,76

Figura 74 - Circuito equivalente obtido com parâmetros estimados pelo MAVOWATT

A partir desses parâmetros, é possível simular o comportamento do torque do MI

frente à diferentes velocidades. Através das equações 13, 14, 15 e 16 foi possível

fazer uma comparação com as curvas obtidas através dos dados do LabVIEW e do

MAVOWATT conforme figura 75.

84
Figura 75 - Curva T x n obtida através dos parâmetros estimados

Percebe-se que o comportamento das curvas são bem diferentes. Isso evidencia que

os dados aquisitados pelo LabVIEW apresentam algum erro. Pela discrepância

calculado na tabela 12, o indício de erro está vinculado ao fator de potência já que a

resistência do rotor apresentou um valor extremamente diferente da referência.

A figura 76 mostra o ponto de torque máximo de cada curva. Neste ponto, qualquer

incremento de carga, faz com que a velocidade seja reduzida. Nela nota-se que a

curva do MAVOWATT apresenta seu valor máximo em uma velocidade diferente da

curva obtida através dos dados estimados pelo LabVIEW.

85
Figura 76 - Curvas de T x n com informação dos pontos de máximo torque

Tendo ciência do efeito desse erro e da enorme discrepância encontrada na

resistência do rotor foi realizado um ensaio com uma carga puramente resistiva para

verificar se existia algum erro na aquisição das grandezas.

Pela programação realizada no LabVIEW sabe-se que o fator de potência é calculado

através da potência ativa e da potência aparente. Como a potência aparente depende

dos valores eficazes, e a comparação realizada na tabela 11 mostra que a

discrepância entre os valores aquisitados pelo programa desenvolvido e o medido pelo

MAVOWATT é pequena, deve-se então analisar o cálculo da potência ativa.

No ensaio com uma carga puramente resistiva o fator de potência é unitário, assim as

potências aparente e ativa devem ser iguais. A tabela 13 apresenta os valores obtidos

tanto pelo programa desenvolvido quanto pelo MAVOWATT:

86
Tabela 13 - Comparação de dados entra o programa desenvolvido e o MAVOWATT

P S
LabVIEW 1011,39 1196,54
MAVOWATT 1166 1166
Discrepância
13,26 2,62
(%)

Constata-se que existe um erro no cálculo da potência ativa pelo programa

desenvolvido. A figura 77 apresenta as formas de onda da tensão e da corrente nesse

ensaio de carga puramente resistiva.

Figura 77 - Forma de onda da tensão e da corrente na carga puramente resistiva

Pode-se ver que as formas de onda de tensão e corrente não estão acopladas. Isso

acontece devido a ligação delta. Para que as formas de onda estivessem em fase, é

necessário corrigir 30° na fase da corrente devido ao tipo de ligação.

87
Assim, como a correção da fase da corrente não foi aplicada na programação para o

cálculo da potência ativa, todos os parâmetros estimados que dependem direta ou

indiretamente dela irão apresentar uma discrepância considerável.

88
5. Conclusões e Trabalhos Futuros

5.1 Conclusões

Neste trabalho foi desenvolvido um programa em LabVIEW para estimação de

parâmetros de um motor de indução trifásico, o que nos mostrou valores satisfatórios

em alguns dos cálculos. Foram dados os primeiros passos na linguagem de

programação LabVIEW, o que nos mostrou a necessidade de conhecer o hardware

para pode utilizar o software adequadamente.

O intuito do programa desenvolvido, além de estimar os parâmetros do motor de

indução trifásico, é facilitar a interação do usuário. Sua organização em abas deixa o

programa mais organizado e de fácil utilização. Além de mostrar os dados em tempo

real, cada aba possui, também, a instrução de como realizar o ensaio.

A utilização deste software para a criação do programa desenvolvido foi interessante

devido a facilidade de programação. Por ser uma programação gráfica, a construção

do programa se deu de forma mais rápida do que em linguagens por linhas de

comando.

Para a programação dos fluxos no programa, foi necessário compreender o sinal de

saída de cada instrumento utilizado. Assim, a aquisição dos dados não apresentaria

erros.

A análise dos instrumentos foi uma decisão importante para identificação de

problemas físicos dos instrumentos. Foi através desta verificação que a decisão de

não utilizar o encoder para a aquisição da informação de velocidade foi tomada.

Os demais instrumentos apresentaram um excelente linearidade, dentro da faixa

especificada pelo fabricante. Todos eles utilizam um circuito condicionador de sinal. A

vantagem da utilização destes circuitos foi a transformação da grandeza em níveis de

89
baixa amplitude. Fato esse, importante devido a limitação imposta pela placa de

aquisição.

Foi possível identificar a importância do tempo de amostragem, fator importante para a

redução de erros na aquisição. Ter um tempo reduzido aumenta o número de

amostras e faz com que a reprodução do sinal seja mais real. A limitação imposta pelo

hardware fez com que parte dos resultados obtidos ficassem discrepantes em relação

a referência adotada.

Dos ensaios realizados no MI, o erro observado que teve maior impacto nos resultados

obtidos ocorreu no ensaio com rotor bloqueado. Nele a resistência do rotor teve seu

valor amplificado cerca 378% quando comparado a referência. Isto indicou um erro na

programação de alguma variável utilizada para a estimação desse parâmetro.

Esse erro foi justificado através de um ensaio de carga. Nele foi possível identificar

que o cálculo da potência ativa trifásica não estava levando em consideração a

defasagem de 30° proveniente da ligação delta do motor.

O ideal para o ensaio de rotor bloqueado seria realizar um ensaio com frequência

reduzida, para confrontar com os valores obtidos pela referência. Porém, não foi

possível devido a limitações impostas pelos inversores disponíveis no Laboratório que

não conseguem controlar frequência e corrente ao mesmo tempo.

5.2 Trabalhos futuros

Para trabalhos futuros, recomenda-se a correção do cálculo da potência ativa e a

estimação dos parâmetros do MI utilizado nesse trabalho.

Outra recomendação é realizar as modificações no programa para que possa ser

utilizado em outros tipos de máquinas. Neste caso, deve-se realizar as correções

adequadas e verificar se o comportamento do programa é similar. É interessante

90
também desenvolver uma nova aba para o diagrama fasorial das grandezas que estão

sendo aquisitadas.

Recomenda-se também a execução do programa em frequências diferentes para que

a frequência de ensaio seja utilizada no cálculo dos parâmetros do circuito equivalente.

Além disso, verificar o comportamento do motor frente a diferentes cargas com análise

das perdas e rendimento.

É importante também, desenvolver um plataforma que possua o controla das 3

grandezas utilizadas nos ensaios: tensão, corrente e frequência.

91
6. Referências Bibliográficas

[1] CHAPMAN, S.J. Fundamentos de Máquinas Elétricas. Porto Alegre, McGraw-Hill,


2001

[2] TRANSDUTOR DE TENSÃO LV-20P, Disponível em: http://www.lem.com


Acessado em: 30 de janeiro de 2017

[3] TRANSDUTOR DE CORRENTE LA-55P, Disponível em: http://www.lem.com


Acessado em: 30 de janeiro de 2017

[4] FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY, JR, C. Máquinas Elétricas com Introdução a


Eletrônica de Potência. Porto Alegre, Ed Bookman,2006

[5] NBR 5383 1: 2002 - Máquinas Elétrica girantes Parte 1: Motores de indução
trifásicos. Brasil: NBR,2008

[6] ENCODER, Disponível em: http://www.ni.com/tutorial/7109/pt Acessado em: 15 de


outubro de 2016

[7] SENSOR DE TORQUE, Disponível em:


http://www.fedtec.com.tw/files/Lebow2006_catalog.pdf. Acessado em: 20 de Janeiro de
2017

[8] HALL EFFECTS SENSOR, Disponível em: http://www.eletronics-

tutorials.ws/electromagnetism/hall-effect.html Acessado em: 10 de janeiro de 2017

[9] LA-55P, Disponível em: http://www.eletrica.ufpr.br/edu/Sensores/20091/LA+55-

P.html. Acessado em: 10 de janeiro de 2017

[10] LÁZARO, A.M Labview 6i. Programación gráfica para el control de

instrumentación, Madrid, PARANINFO, 2001

[11] DATA ACQUISITION, Disponível em: http://www.ni.com/data-acquisition/what-

is/pt/ Acessado em: 01 de novembro de 2016

[12] TAXA DE AMOSTRAGEM, Disponível em http://www.ni.com/white-paper/2709/pt/

Acessado em: 20 de dezembro de 2016

92
[13] MOTORES ELÉTRICOS WEG, Disponível em: http://www.weg.net Acessado em:

30 de janeiro de 2017

[14] PLACA DE AQUISIÇÃO PCI NI 6220, Disponível em:

http://www.ni.com/datasheet/pdf/en/ds-15 Acessado em: 20 de janeiro de 2017

[15] ENCODER INCREMENTAL E30, Disponível em:

http://www.seinstrumentos.com.br/pdf/cat-encoders.pdf Acessado em: 30 de janeiro de

2017

[16] SENSOR DE TORQUE MODELO 1104, Disponível em:

http://www.ni.com/pdf/manuals/Model_1100_Datasheet.pdf Acessado em: 30 de

janeiro de 2017

[17] KARNIKOWSKI, D.C., 2013, Desenvolvimento de um Sistema de Medição de

Sinais Elétricos, dissertação, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio

Grande do Sul, Rio Grande do Sul, RS, Brasil

93
7. Anexo 1 – Circuito de Aquisição

O circuito da figura 78 ilustra a topologia utilizada para o circuito de aquisição do


transdutor de tensão. Através dele é possível obter a função de transferência.

Figura 78 - Circuito utilizado para aquisição da tensão pelo transdutor de tensão

Sendo:

Então:

94
Através da função de transferência é possível obter a resposta em frequência
conforme a figura 79 utilizando valores da tabela 14

Tabela 14 - Valores utilizados no circuito de aquisição

R2 330Ω
R3 100Ω
R4 1000Ω
C1 10nF
C2 47nF
C3 47nF

95
Figura 79 - Resposta em frequência do circuito utilizado

96
8. Anexo 2 - MAVOWATT

MAVOWATT 30
POWER
Visa

Unpack and Fire Away

97
High Performance for Standard Applications
The MAVOWATT 30 three-phase mains disturbance analyzer unites basic functionality with a simple
user interface.
The eight independent input channels are controlled via the load distribution. The MAVOWATT 30 samples each signal at a
touch- screen. Mains type is detected and a configuration is rate of
selected during automatic setup, and the instrument is
256 values per period, can be equipped with optional RS
immediately ready for use. The user can select length and
232, Ethernet or USB port and complies with currently
type of data collection including troubleshoot- ing, data
valid standards.
logging and mains quality monitoring, as well as energy and

EN50160 – Voltage characteristics of electricity supplied by public distribution


networks IEC / EN 61000-4-7 – General guide on harmonics and interharmonics
measurements and instrumentation, for power supply systems and equipment
connected thereto

IEC 61000-4-15 Flickermeter – Functional and design specifications

IEC 61000-4-30, class A – Power quality measurement methods

American standards IEEE 1159, IEEE 519 and IEEE1453 are fulfilled as well.

System Testing Troubleshooting Energy Monitoring


The MAVOWATT 30 can be used to The unique display panel at the MAVOWATT . The MAVOWATT 30 is an
easily determine whether or not this 30 provides immediate information outstanding tool for tracking
is possible with the existing regarding on-site mains quality. Numerous energy and includes monitoring
installation. The instrument is mains monitoring data are acquired, of consumption, load profiles,
equipped with high performance analyzed and displayed in color- coded peak loads and making
functions for TRMS value triggering, fields. Critical areas are highlighted in red, operations for large loads with
acquisition of low and mid-
and can thus be quickly identified the goal of reducing costs.
frequency transients and trigger
Furthermore, energy costs can
linking between channels. In this
be easily traced and allocated to
way, for example, it can be
substantiated that uninterruptible the appropriate processes or
power supplies function correctly. departments. And this is the
Real-time measurements during basis for responsible use of
maintenance and initial start-up valuable resources.
provide the user with information
for fine tuning operating equipment.

98
8 differential inputs Automatic analysis/evaluation of measurement
results in a matter of just seconds
Certified to IEC 61000-4-30 class A
Automatic report generation with ultramodern
Unique operating concept with touch-
screen PC software

Automatic setup/detection of measurement


type / mains type

Measurement data are displayed in real-time in oscilloscope, multimeter and event views, and as a
frequency spectrum or phasor diagram. By touching the screen with a finger or the entry wand, data can
be viewed and the display can be zoomed in on detected disturbances in order to obtain further details
and an automatic events description. Measured values saved to the memory card can be transferred to a
computer for evaluation, analysis, visualization and reports generation with market-leading Dran-View
software.

Harmonics Flicker Mains Quality Monitoring


as well as in production systems, Starting up arc furnaces, big induction The MAVOWATT 30 was
generate harmonics on the one machines and other large loads which developed in compliance with
hand, and are sensitive to them generate continuous current surges causes the strictest mains quality
on the other. And harmonics do a mains disturbance event known as flicker. standards including EN
indeed cause small, usually Flicker typically occurs in systems which are 50160, IEC 61000-4-30
imperceptible power fluctuations relatively smooth in comparison with the class A and IEEE 1159. A
which add up to considerable power required by the load, in combination statistical overview is
damage in the long-term. Current with considerable, short-term current generated in order to quickly
harmonics emitted from a single fluctuations. The MAVOWATT 30 acquires check for adherence to
source can cause interference flicker which is perceived by the user as international standards
throughout the entire network, light fluctuation in accordance with IEC/EN regarding supply power
without the network being quality, and to evaluate mains
affected itself. The MAVOWATT 61000-4-15. quality. In no time at all, the
30 acquires detailed harmonics, MAVOWATT 30 provides a
interharmonics and subharmonics snapshot of more than 13 key
for effective troubleshooting of parameters including
complex problems which are asymmetry, voltage
caused by these events. fluctuation and harmonics.

99
Export from any data source to PQDIF format
Unique analysis support with simulator for
harmonics and separate scaling of (IEEE 1159.3), and Dran-View Enterprise can even
voltage, current and power harmonics import COMTRADE files from contactor relays

Rescue kit for correcting time stamps, Two versions: Pro for standard users and Enterprise
for advanced experts
reversing the measuring probes, changing incorrect

connection types and modifying scaling factors


without having to gather data all over again.

Visualization

100
Technical Data

Measured Parameters
4 differential voltage inputs, 1 to 600 V TRMS, AC/DC, ± 0.1% rdg. ± 0.05% of the range, 256 samples per period, 16 bit ADC

4 inputs for current sensors, 0.1 to 6000 ATRMS depending on sensor, AC/DC, 0.1% rdg. + CTs, 256 samples per period, 16 bit
ADC

Frequency range: 45 to 65 and 15 to 20 Hz

Phase lock loop – standard PQ mode

Monitoring / Compliance
EN50160 electrical supply quality / IEC 61000-4-30 class A / IEEE 1159

Long-term monitoring / continuous data logging with min., max. and mean values

Mains Quality Trigger


Period by period analysis

RMS values in ½ period steps

L-L, L-N, N-PE changes in RMS values: voltage dips, overvoltages, voltage interruptions

RMS value recordings for voltage and current / waveform recordings

30 pre-cycles and 100 post-cycles

Low and medium frequency voltage/current transients

Parameters for evaluating harmonics

Trigger link for voltage and current channels

Characterization of RMS value events per IEC / EN 61000-4-30 or IEEE 1159

Distortion / Power / Energy


W, VA, VAR, TPF, DPF, consumption, energy etc.

THD / harmonic spectrum (U, I, P), interharmonics TID / interharmonic spectrum (U, I) up to 63rd per IEC / EN 61000-4-7

Flicker Pst, Plt, floating Plt per IEC / EN 61000-4-15

Crest factor, K factor, transformer derating factor, telephone interference factor

Asymmetry (max. deviation from RMS values) and sequence components

Available Languages
German English French Italian Spanish Swedish Finnish Chinese (simplified) Chinese (traditional)

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Japanese Korean

General Technical Data


Dimensions (H x W x T): 203 x 300 x 64 mm, weight: approx. 1.9 kg

Operating temperature: 0 to +50° C, storage temperature: -20 to +55° C, atmospheric humidity: 10 to 90%, no condensation

System clock with quartz movement, resolution: 1 second

Power pack / charger: 90 to 264 V AC, 47 to 63 Hz

Display: color LCD touch-screen

Memory

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