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Licenciatura em Filosofia
História da Filosofia da América Latina
Professor: Flávio Justino Fêo
Acadêmicos: José Carlos de Oliveira, Maicon Douglas Gonçalves de Quadros e Rodrigo
Abreu dos Santos
Oswald de Andrade
Oswald de Souza Andrade nasceu em São Paulo em 11 de janeiro de 1890. Iniciou no
campo jornalístico em 1909, como crítico teatral. Em 1912 viajou pela primeira vez à Europa,
de onde voltou com uma estudante francesa, Kamiá, a primeira de suas várias mulheres.
Obteve bacharel em Direito em 1918. Em 1923 passou uma nova temporada na Europa,
vivendo com Tarsila do Amaral, com quem mais tarde formalizaria o casamento.
Em 1924, publicou a obra Memórias Sentimentais de João Miramar. Em 1925
publica em Paris a Poesia pau-brasil. Em 1928 fundou, com Raul Bopp e Antônio de
Alcântara Machado, a Revista de Antropologia. Candidatou-se a Academia brasileira e
publicou intensamente: em 1933 a obra Serafim Ponte Grande; em 1934 A escala vermelha;
em 1937 A Morta; O Rei da Vela e em 1943 Marco Zero: A Revolução melancólica. Oswald
era um participante do movimento modernista. Sua ideia filosófica baseou no comunismo no
âmbito político. Tanto que no ano de 1931, ingressou no Partido Comunista Brasileiro, e
assim começou a escrever sobre política, vivendo neste período com Patrícia Galvão. Fundou
com ela O Homem do povo, periódico de curta duração que pregava a luta operária.
Jackson de Figueiredo
Nasceu na cidade de Aracaju, Sergipe, no dia 9 de outubro de 1891; faleceu no dia 4
de novembro de 1928 na cidade do Rio de Janeiro. Bacharel em direito, dedicou-se ao
jornalismo e à política. Jackson de Figueiredo é muito conhecido na história do catolicismo
brasileiro como organizador do movimento católico leigo. Fundou o Centro Dom Vital e a
revista no início da década de 1920, através dos quais combateu o comunismo, o liberalismo e
a revolução de modo geral. Seu principal objetivo era reunir religiosos e leigos para o estudo
da doutrina católica. A partir da sua obra que o pensamento conservador, tradicional ou
reacionário foi introduzido no Brasil (FGV - CPDOC, [?]).
Jackson de Figueiredo foi discípulo de Farias Brito, de quem aprendeu a gostar dos
problemas filosóficos e a tendência metafísica espiritualista. Sua maior preocupação era com
o problema do Absoluto; quando encontrou com o catolicismo, a paz instalou-se em sua
consciência e o antiintelectualismo de Pascal, que lhe trouxe grande satisfação em seus
pensamentos filosóficos. Para Lima Vaz, Jackson foi um símbolo do movimento da época,
por causa de sua morte prematura. Não se tornou filósofo e muito menos um filósofo tomista.
Ele foi um pensador católico. O movimento jacksoniano representou na história, uma tomada
de consciência da força espiritual do catolicismo, de natureza antipositivista, antimaterialista e
antiliberal. Sua cruzada tinha caráter de defesa da doutrina católica. Todo este movimento foi
uma resposta ao liberalismo político que dominava a nação. Sua luta era também contra a
penetração da Maçonaria nos meios católicos. Ele afirmava “que o liberalismo, como
doutrina, mesmo inconsciente, não era mais que o espírito maçom sem a Loja maçônica”
(FIGUEIREDO apud CAMPOS, 1998). Isto causou grande surpresa e escândalo. Jackson foi
mal compreendido pelos católicos e mais aceito pelos não católicos. A partir dele que Jacques
Maritain foi introduzido no pensamento brasileiro. A sua revista A Ordem foi um grande
instrumento para transmissão do pensamento tomista e da filosofia de Maritain no país
brasileiro (CAMPOS, 1998). Existe um instituto online de defesa da fé católica, defesa da
família, etc com seu nome. Não encontramos nenhuma obra escrita por ele.
Miguel Reale
Nasceu na cidade de São Bento do Sapucaí, São Paulo, no dia 6 de novembro de 1910;
faleceu no dia 14 de abril de 2006 na cidade de São Paulo. O seu sonho de infância era
tornar-se médico, porém, não era esta sua vocação. Então, perdeu a Medicina, mas a Filosofia,
o Direito e o Humanismo vieram nascer nele. Tornou-se um dos intelectuais mais completo
do século passado, projetando sua influência no mundo inteiro, em especial na Itália
(SZKLAROWSKY, [?]).
Ao terminar o curso de Direito, em 1934, na Faculdade de Direito do Largo de São
Francisco, passou maior parte do tempo dedicando-se aos problemas e às questões
transcendentais. Participou de todos os movimentos políticos, sociais, culturais e filosóficos.
Ocupou a cadeira número 14 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo Fernando de
Azevedo, e foi saudado pelo acadêmico Cândido Mota Filho. Durante sua vida foi um
brilhante professor, o seu magistério era sua vida. Provocou uma verdadeira revolução nas
ciências jurídicas ao conceber a Teoria Tridimensional do Direito, estabelecendo a união
dialética entre os três elementos: fato, valor e norma. Coordenou e elaborou o Código Civil
Brasileiro, de 2002 (SZKLAROWSKY, [?]).
Miguel Reale foi um dos pensadores mais importantes do culturalismo, seja pela sua
filosofia que possui alto nível de elaboração, por sua abrangência, sua originalidade e
criatividade (SEVERINO, 1997).
Sua temática perpassa toda reflexão filosófica, sem dúvida a da pessoa, enquanto
geradora do valor e da liberdade na experiência histórica e social. Sua antropologia é
personalista. Reale encontra em Kant, a origem do seu personalismo, sendo assim, “o
reconhecimento de que o homem, enquanto homem, mesmo tomado como simples
possibilidade de realizar-se na sociedade e no Estado, já possui um valor infinito, condição de
toda vida ética” (SEVERINO, 1997).
A síntese da reflexão realeana nos coloca na seguinte estruturação para a exposição de
seu pensamento: num primeiro lugar, se apresentará a sua concepção da natureza e da tarefa
do filosofar, onde estará em questão fundamentalmente o alcance do conhecimento humano, a
significação da experiência e a perspectiva de construção de uma ontognoseologia. Num
segundo lugar, buscar-se-á explanar o seu projeto antropológico, visando-se sua concepção da
pessoa enquanto núcleo gerador de valor e de liberdade e consequência como sujeito da
cultura e da história. Por fim, está sendo abordada sua visão da natureza da sociedade e as
condições político-jurídicas de sua instauração (SEVERINO, 1997).
Reale escreveu inúmeras obras no campo filosófico: na Filosofia do Direito, na
Política e Teoria do Estado, no Direito positivo, obras literárias e traduziu inúmeras obras
para língua portuguesa.
Luis Villoro
Filho de pais mexicanos, Luis Villoro Toranzo nasceu em Barcelona, Espanha, em 3
de novembro de 1922. Obteve seu doutorado em filosofia na Faculdade de Filosofia e Letras
da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Em 1948 iniciou seu trabalho
docente como professor na Faculdade de Filosofia e Letras. Foi investigador do Instituto de
Investigações Filosóficas desde 1971. Foi membro do Colégio Nacional desde 1978. Em
dezembro de 1986, obteve o Prêmio Nacional de Ciências Sociais, História e Filosofia. Em
1989 foi-lhe outorgado o Prêmio Universidade Nacional em Investigação em Humanidades. É
fundador do grupo Hiperión, “cuja preocupação central era a indagação sobre o ser do
mexicano” (CABRERA e ALVES, 2013, p. 50). A 19 de outubro de 1989 foi designado
Investigador Emérito do Instituto de Investigações Filosóficas. Também foi embaixador do
México na UNESCO em Paris, de 1983 a 1987. Algumas de suas publicações: Los grandes
momentos del indigenismo en México (1950); El proceso ideológico de la revolución de
Independencia ( 1953); Páginas Filosóficas (1962); Signos políticos ( 1974); Creer, saber,
conocer (1982); En México, entre libros. Pensadores del siglo XX (1995), El poder y el valor.
Fundamentos de una ética política ( 1997); Estado plural, pluralidade de culturas ( 1998) e
Los retos de la sociedade por venir (2007). Há em sua obras, sobretudo na primeira, “uma
certa ‘filosofia da história’, [...] mas no ensaio ‘El sentido de la historia’, Villoro expõe de
maneira explícita sua concepção filosófica da função, utilidade, método e relevância social da
história” (SANTIAGO, p. 100). Villoro faleceu em 5 de março de 2014.
Também referido como Carlos Cirne Lima, nasceu em Porto Alegre no ano de 1931.
Conhecido por ser um filósofo brasileiro contemporâneo, sempre está preocupado com a
Dialética, Analogia, Contradição. Atualmente é membro da Comissão Científica da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), professor emérito da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), membro de Comissão da Faculdade Jesuíta de Filosofia
e Teologia, membro da Comissão Científica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUCSP), membro de corpo editorial da Síntese ( Belo Horizonte), membro de corpo editorial
da Veritas (Porto Alegre), membro de corpo editorial da Kriterion e membro de corpo
editorial da Revista Filosofia Unisinos. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em
Metafísica. Reside na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e atua no Programa de Pós
Graduação em Filosofia.
Possui inúmeros artigos referentes à Filosofia, alguns capítulos de livros filosóficos e
algumas obras: Acerca da contradição (1993); Dialética para principiantes (1996) e Depois
de Hegel. Uma reconstrução crítica do sistema neoplatônico (2006). Este último é o mais
importante, dentre várias obras de sua autoria que contemplam o contexto filosófico de seu
campo de pesquisa.
A visão de Carlos Roberto Velho Cirne Lima tentar fazer uma reconstrução de um
sistema neoplatônico de uma Filosofia que evite os erros cometidos por Hegel, o último dos
grandes autores sistemáticos. O autor apoia-se em Hegel, mas procura corrigir os erros
entrementes apontados, especialmente o necessitarismo que perpassa todo o sistema, o
esmagamento do indivíduo.
Ernildo Stein
Ernildo Jacob Stein nasceu, possivelmente - como ele mesmo relata -, a 12 de julho de
1934, em Santa Rosa, Rio Grande do Sul. Desde tenra idade interessava-se pelos livros que
sua mãe lia para ele e seus irmãos. Em 1942, Getúlio Vargas proibiu os sulistas de falarem
alemão, o único idioma em que Ernildo se comunicava, o que o obrigou a aprender o
português e a sua família a esconder seus livros. Com onze anos saiu da casa dos pais para
entrar no internato dos jesuítas. Lá, ao final da escola secundária, ouviu falar da Filosofia,
cujos textos eram em latim, língua que estudava obrigatoriamente no colégio. Cursou
Filosofia (1964) e Direito (1965) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Fez doutorado em Filosofia (1968) na UFRGS (seu orientador foi Miguel Reale) e
pós-doutorado em universidades alemãs: Erlangen-Nürnberg (1972), Heidelberg (1981),
Freiburg (1990), Frankfurt (1992), Münster (1995) e Wuppertal (2000). No Currículo Lattes,
Ernildo informa que tem experiência em diversas áreas da Filosofia, com ênfase em
Metafísica, História da Filosofia, Epistemologia e Antropologia Filosófica, atuando
principalmente nos seguintes temas: pensamento de Martin Heidegger, fenomenologia,
hermenêutica, Direito e questões da cultura. Ninguém melhor que Ernildo contribuiu para a
difusão do pensamento de Heidegger no Brasil.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Olavo de. O futuro do pensamento brasileiro: Estudos sobre o nosso lugar
no mundo. 4. ed. Campinas, SP: Vide Editorial, 2016.
CHERUBIN, Felipe. A redescoberta da filosofia no Brasil: Vicente Ferreira da Silva.
2010. Disponível em:
<http://www.dicta.com.br/a-redescoberta-da-filosofia-no-brasil-iii-vicen te-ferreira-da-silva/>.
Acessado em: 20 de ago. de 2018.
CIRNE LIMA, Carlos Roberto Velho. Currículo do sistema Currículo Lattes. [Brasília], 29
out. 2009. Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/1760752648050115>. Acesso em 20 ago.
2018.
GRANDE ENCICLOPÉDIA BARSA. V. 1, 3. ed. São Paulo: Barsa Planeta Internacional
Ltda., 2004, p. 381.
JAIME, Jorge. História da Filosofia no Brasil. V. IV. Petrópolis: Vozes; São Paulo:
Faculdades Salesianas, 2002, p. 43.
SANTIAGO, Teresa. La idea de la historia en Luis Villoro. In: Signos Filosóficos, vol.
XVII, núm. 34, julio-diciembre, 2015, 98-119. Disponível em: <http://www.scielo.org.mx/pdf
/signosf/v17n34/1665-1324-signosf-17-34-98.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2018.
STEIN, Ernildo Jacob. Currículo do sistema Currículo Lattes. [Brasília], 8 mar. 2018.
Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/6147633173766712>. Acesso em: 20 ago. 2018.