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DÍPTERAS E SUA IMPORTÂNCIA ENTOMOLÓGICA


NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO LUIS


JABOTICABAL - SP
2015
1

DÍPTERAS E SUA IMPORTÂNCIA ENTOMOLÓGICA


NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à, com exigência parcial para a conclusão de
Curso de Graduação em Ciências Biológicas

Orientador:

FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO LUIS


JABOTICABAL - SP
2015
2

DEDICO,
3

AGRADECIMENTOS
4

Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades,


lembrai-vos de que as grandes coisas do homem
foram conquistadas do que parecia impossível.
(Charles Chaplin)
5

RESUMO

Entomologia forense é o estudo que auxilia na investigação criminal, na qual a utilização de


insetos se torna vestígios indispensáveis. Em casos de morte indeterminada em que pode ser
estimado há quanto tempo a vítima entrou em óbito. Esses insetos são encontrados em locais
de crimes. Com base nessas evidencias peritos e entomólogos, observaram que a utilização
de componentes químicos como drogas alteram a funções vitais e a estimativa do intervalo
pós-morte (IPM). Dentre os insetos utilizados na pratica forense, a predominância da ordem
Díptera, sendo este portanto o objeto de estudo do presente trabalho, objetiva-se listar as
principais famílias de dípteras presentes na investigação criminal e suas respectivas maneiras
de atuação.

Palavras-chave: Entomologia Forense; Dípteras; Investigação Criminal.


6

SUMARIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 8

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

1 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 11

1.1 Aplicações da Entomologia Forense no Brasil ............................................. 11

1.2 Estimativa no Intervalo Pós-Morte (IPM) ...................................................... 12

1.2.1 Alguns fatores que podem influenciar na a estimativa do intervalo pós-


morte................................................................................................................... 13

1.2.1.1 Condições Climáticas .......................................................................... 13

1.2.1.2 Tóxicos ................................................................................................ 14

1.2.1.3 Ferimentos........................................................................................... 14

1.3 Genética Forense ......................................................................................... 15

2 PRINCIPAIS FAMILIAS DE DIPTERAS UTILIZADAS NA BIOLOGIA FORENSE


.................................................................................................................................. 17

2.1 Calliphoridae .................................................................................................... 17

2.1.1 Gênero Chrysomya .................................................................................... 18

2.1.1.1 Chrysomya putoria .............................................................................. 18

2.1.1.2 Chrysomya albiceps ............................................................................ 19

2.1.1.3 Chrysomya megacephala .................................................................... 20

2.2.1 Gênero Lucilia ............................................................................................ 21

2.2.1.1 Lucilia cuprina ...................................................................................... 21


7

2.2.1.2 Lucilia sericata ..................................................................................... 22

2.2 Sarcophagidae ................................................................................................. 23

2.2.1 Sarcodexia lambens .................................................................................. 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 26

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27
8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Chrysomya putoria. Fonte: Pbase/Autor: Karasabai, Guyana..................19

Figura 2 - Chrysomya albiceps. Fonte: Diptera.INFO................................................20

Figura 3 - Chrysomya megacephala. Fonte: Flickr....................................................21

Figura 4 - Lucilia Cuprina. Fonte: bugguide...............................................................22

Figura 5 - Lucilia Sericata. Fonte: Diptera. Info.................................... ....................23

Figura 6 - Sarcodexia lambiens. Fonte: Flesh Flies (Diptera: Sarcophagidae) ........24


9

INTRODUÇÃO

A utilização de insetos e outros artrópodes como auxílio na resolução de casos


policiais e investigações médico legal é conhecida como Entomologia forense, onde,
a principal função dos insetos e a estimativa do intervalo pós- morte (IPM). Foi em
1985 que as identificações criminais com a utilização de material genético tiveram
início, um geneticista britânico chamado Alec Jefreys Atraves da coleta do sêmen de
um criminoso obteve o perfil do DNA correspondente (LIMA; QUEIROZ;, 2012).

No livro The Washing Away of Wrongs de Sung Tzu, Foi registrado o primeiro
relato de utilização de insetos como instrumento forense, nele o autor descreve o
relato de um homicídio do século XIII na china, neste caso foi possível encontrar o
assassino graças a presença de resquícios de sangue que traíram moscas. O primeiro
estudo da associação dos insetos com cadáveres registrados na entomologia medico-
criminal foi através do médico Frances Bergeret em 1855. No entanto, o conhecimento
de biologia e colonização cadavérica desses insetos era restrito (CANEPARO et al.,
2012).

De acordo com Benecke (2001) a popularização da entomologia forense se deu


em 1894, a partir da obra La Faune des Cadavres de Mégnin, Na obra o autor relatos
19 casos que influenciaram pesquisadores da entomologia forense por todo o mundo,
todo o conceito mundialmente conhecido. Após a obra de Mégnin outros autores
como, Wyatt Johnston e Geoffrey Villeneuve fizeram adaptações do seu trabalho para
a fauna de Montreal, Canadá. A partir do século XXI especialmente nos Estados
Unidos, Reino Unido, Suécia, Alemanha, Itália e França houve um interesse
significativo no estudo dos insetos, o que proporcionou um avanço na área do
conhecimento da entomologia forense.
10

Diante da importância da entomologia forense e de sua grande diversidade, o


presente trabalho teve como objetivo fazer listas as espécies das principais famílias
de Díptera que ocorrem em carcaças e cadáveres, sua importância na descrição do
intervalo pós – morte e sua utilização por meio da investigação criminal. Como
metodologia será utilizada a revisão de literatura de livros artigos e demais fontes de
pesquisa.
11

1 REVISÃO DE LITERATURA
1.1 Aplicações da Entomologia Forense no Brasil

O objetivo da aplicação do estudo dos insetos dentro da entomologia forense é


ajudar questões judiciais que possam auxiliar nas investigações referentes a
estimativa do intervalo pós-morte (VIANA, 2011).

A aplicação do estudo é utilizada desde a estimativa da causa da morte como as


circunstâncias que o cadáver se encontra, como estaria como antes da morte e os
fatores que poderiam ter agravado a morte, ainda pode oferecer informações sobre o
local e circunstâncias do crime, se houve remoção do cadáver, se houve algum tipo
de violência sexual, e demais aspectos inerentes a investigação. Os insetos se
mostram verdadeiros aliados a esse trabalho, uma vez que são os primeiros seres a
se estabelecer no local, por isso recebem o nome de insetos necrófagos (SOUZA,
2008).

Os primeiros registros de estudos de cadáveres associados a insetos no Brasil


foram através de pesquisas taxonômicas realizadas por Roquete Pinto em 1908 no
Rio de Janeiro, Luederwaldt em1911 em São Paulo e Oscar Freire 1914 e 1923 na
Bahia. Após estes estudos , os estudos a respeito ficaram parados, retornando apenas
na década de 80 através dos trabalhos de Monteiro-Filho & Peneireiro em 1987 No
qual estudaram a decomposição de carcaças de ratos em Campinas-SP (SOUZA,
2008).

A partir de então a entomologia forense no Brasil vem evoluindo de forma


significativa, no entanto muitos desafios e barreiras precisam ser vencidos para que
as pesquisas possam avançar e que esses insetos sejam ainda mais aliados na
resolução de crimes, e consequentemente ajudar a lei (VIANA, 2011).
12

1.2 Estimativa no Intervalo Pós-Morte (IPM)

Dentro da pratica forense, a estimativa do intervalo pós- morte (IPM) é um


importante aliado. Quando o cadáver se encontra em estágio avançado de
decomposição é possível a utilização de insetos necrófagos para estimar este
intervalo (MARTINS et al., 2013).

Para a estimação o IPM são utilizados dois métodos pela investigação criminal : I)
levando em consideração a idade das larvas e pupas dos insetos encontrados no local
da morte e II) Estudando a prole/tipos de insetos nos cadáveres, Isso é possível
principalmente em cadáveres com maior estagio de decomposição um vez que
cadáveres com alto nível de decomposição acabam atraindo insetos de espécies e
hábitos (SOUZA, 2008).

A estimativa do IPM por métodos entomológicos é baseada na sucessão da prole


de insetos e no estágio de desenvolvimentos das larvas encontradas nos cadáveres
(VOSS; COOK; DADOUR, 2011).Para se estabelecer com precisão o IPM é
imprescindível p conhecimento dos fatores que possam interferir na decomposição
cadavérica. Para o cálculo do IPM, é utilizado um cálculo linear chamado grau - dia
acumulado(GDA), onde se relacionam o tempo de desenvolvimento do inseto com a
temperatura a que foi submetido, quando juntos, esses fatores vai fornecer quanta
energia o inseto usou para concluir seus ciclos (OLIVEIRA-COSTA, 2008).

Desta forma, a entomologia forense é um importante ferramenta na estimativa do


IPM quanto à eficácia na determinação e elucidação de casos criminais, sendo
esperado que em um futuro próximo, esta seja a ciência mais utilizada em
esclarecimentos de homicídios e se torne aliado de peritos e IML’s (Instituto Médico
Legal) , formando assim um parceria entre essas instituições e a polícia, contribuindo
assim na crescimento cientifico e desenvolvimento tecnológico da entomologia
forense no Brasil (MARTINS et al., 2013) .

Alguns fatores podem influenciar na estimativa do IPM, gerando um falso-positivo


quanto as fatores e tempo de morte.
13

1.2.1 Alguns fatores que podem influenciar na a estimativa do intervalo pós-


morte

Para que a estimativa do IPM seja confiável é necessário o conhecimento de


fatores que possam influenciar na sua estimativa do mesmo, fatores estes que podem
alterar as fases de decomposição do cadáver, a influência destes fatores está
diretamente relacionada com o tempo levado por cada fase da decomposição, ou seja,
uma fase de deveria demorar um dia, leva metade ou o dobro do tempo. Esta análise
é possível ser feita com a análise do tempo de desenvolvimento do inseto, desde a
eclosão das larvas até a fora adulta (SILVA PINHEIRO; SILVA REIS; AMORIM).

1.2.1.1 Condições Climáticas

O principal fator de alteração na velocidade da decomposição é a temperatura,


uma vez que, exercer influência direta nos efeitos de putrefação e na atividade
exercida pelos insetos. O cálculo do GDA, é utilizada na estimativa justamente deste
fator que levara o desenvolvimento do inseto. Um exemplo da influência é no caso de
temperatura mais baixas que acabam por inibir a putrefação devido à baixa do
metabolismo microbiano, assim como temperaturas mais altas (ambientes) tendem a
acelerar o processo uma vez que as condições estão favoráveis ao desenvolvimento
e proliferação microbiana, assim como interferem na desenvolvimento dos insetos,
uma vez que são animais pecilotérmicos (CAMPOBASSO; DI VELLA; INTRONA,
2001)

De acordo com estudos realizados por Campobasso, Di Vella e Introna (2001) nas
estações mais quentes do ano, são encontradas maior variedades de insetos
necrófagos nas carcaças do que nas estações mais frias, o que mostra a necessidade
de estudos a respeito da entomofauna em diferentes zonas e locais sazonais que
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possam dizer com exatidão as condições do clima do local onde foi encontrado o
cadáver, e ainda a temperatura encontrada no interior das larvas.

A chuva é um fator que parece não impedir as larvas em desenvolvimento de


completar seu ciclo, por outro lado é um fator que a pode impedir um reduzir a chegada
de novos animais ao corpo o que dificulta a oviposição e consequentemente a
colonização por novas larvas (OLIVEIRA-COSTA; MELLO-PATIU; LOPES, 2001).

1.2.1.2 Tóxicos

Um outro fator de alteração na estimativa do IPM é a presença de tóxicos, o


estudo é feito através da entomotoxicologia, que é uma ciência de auxílio da
entomologia forense responsável por estudar a presença de tóxicos nos insetos
coletados no cadáver, além disso, também estuda os efeitos desses tóxicos no
desenvolvimento dos insetos e sua influência na estimativa do IPM (SILVA PINHEIRO;
SILVA REIS; AMORIM).

Quando não é possível a obtenção de tecidos para análise, ela é feita nos
insetos que podem predizer a presença dos tóxicos como uma boa alternativa na
predição do IPM. É vantajoso a utilização de insetos também no que diz respeito a
pesquisa de toxicantes, uma vez que nos tecidos do cadáver pode ter contaminantes
que acabam por alterar e influencia no laudo (OLIVEIRA-COSTA, 2008).

Há uma diversidade de substancias que podem influenciar na IPM de acordo


com a análise do desenvolvimento do inseto, o que ocasiona muitas das vezes erros
na predição do IPM, essas alterações podem influenciar desde a tempo de
desenvolvimento que as larvas levaram até a taxa de mortalidade e o tempo total que
o inseto levou para completar seu ciclo (ESTRADA et al., 2009).

1.2.1.3 Ferimentos
15

Mais um fator que altera na predição do IPM é a presença de ferimentos.


Preferencialmente, dípteros optam por colocar ovos em cavidades aturais do corpo,
como é o exemplo da boca, narina, ouvido, olhos, ânus e vagina, isso acontece porque
estes ambientes são capazes de oferecer um local apropriado ao desenvolvimento da
prole, no que diz respeito a temperatura e umidade. Desta maneira a presença de
ferimentos acabam por atrair os insetos para a oviposição, entretanto, os estudos
realizados divergem quanto a influência dos ferimentos com o tempo de
decomposição do cadáver (SILVA PINHEIRO; SILVA REIS; AMORIM). Nos trabalhos
realizados por Cross e Simmons (2010) e Kelly (2006) não houve diferenças nas
análises feitas com grupo onde apresentavam ferimentos e grupos onde não
apresentavam, o que segundo eles representam problemas de metodologia em
trabalhos anteriores.

Já para Campobasso, di Vella e Introna (2001), os ferimentos tem influência


uma vez que atraem preferencialmente os insetos para a oviposição e aceleram a taxa
de decomposição do corpo.

De qualquer modo, os ferimentos tornam o local atrativos e propicio a


oviposição e ao desenvolvimento tanto das larvas quanto de indivíduos adultos, o que
também acarreta numa maior dificuldade de análise no que diz respeito a levar este
item em consideração, uma vez que pode dificultar na predição das causas da morte
(KELLY, 2006).

1.3 Genética Forense

Para que o estudo da entomologia forense seja aplicado é necessário o


conhecimento da ciência por trás disto, e esta recebe o nome de Genética Forense, a
qual é uma área da genética responsável pela aplicação de conhecimentos genéticos
a problemas de ordem legal. Ainda pode-se definir como a aplicação genética em
tecidos vivos e não vivos, ou seja, levando em consideração a analise hereditária de
16

acordo com a relações inter e intraespecíficas das populações no geral, visando a


solução de problemas legais, a solução de crimes
17

2 PRINCIPAIS FAMÍLIAS DE DÍPTERAS UTILIZADAS NA BIOLOGIA FORENSE

Os dípteros estão presentes em praticamente todos os locais do planeta, e


representam uma das maiores ordens de insetos de todo o mundo. São cerca de
150.000 sp (espécies) de dípteros divididos em duas subordens e 130 famílias. Nesta
ordem estão inseridos insetos como como os pernilongos, mutucas, borrachudos,
moscas dos estábulos, moscas domésticas, moscas varejeiras, entre outros, estes,
apresentam em geral, cabeça móvel, olhos compostos e grandes, com ocelos em
número variados, sendo em geral três; aparelho bucal sugador labial, com o lábio
alongado; tórax com mesotórax mais desenvolvido; o abdome apresenta o primeiro
segmento bastante reduzido, fundido com o segundo; os últimos segmentos são
transformados em genitália e nas fêmeas de certos grupos podem tornar-se ovipositor;
apresentam um par de asas membranosas com nervuras mais ou menos ramificadas
(FRANCISCATTO et al., 2015). Esta é uma ordem que apresenta grande interesse na
entomologia forense, devido às grandes incidências em locais cadavéricos. Entre ela,
as famílias Calliphoridae e a Sarcophagidae, são as maior interesse, pois são
encontradas em cadáveres em todos os estágios de decomposição do corpo, do início
ao fim, auxiliando assim em investigações e resolução de problemas legais
(FRASSON et al., 2006).

2.1 Calliphoridae
A família Calliphoridae é representada por 24 espécies, divididas estas em 9
gêneros, que são: Calliphora, Cochliomyia, Compsomyops, Chloroprocta, Chrysomya,
Hemilucilia, Lucilia, Paralucilia e Sarconesia (SOUZA, 2008).

Estes têm como principais características o médio ou grande porte, geralmente


azulados em esverdeados e apresentam reflexos metálicos. Ainda apresentam um
18

escudo contendo 3 faixas longitudinais pretas e o pós-escutelo é pouco desenvolvido


ou até mesmo ausente. São comumente chamadas de varejeiras, e apresentam
importante papel na natureza, fazendo um papel de recicladores de biomassa, além
de participarem da cadeia alimentar. Estes insetos ainda podem agir como agentes
patogênicos de parasitas danosos aos humanos e animais domésticos (TEIXEIRA,
2013).

Em se tratando de dípteros está é a família é a mais comumente encontrada


em cadáveres, e se utilizam dele como fonte de nutrição para a continuação da prole
(OLIVEIRA-COSTA; OLIVEIRA; BASTOS, 2013).

2.1.1 Gênero Chrysomya

Estes insetos apresentam grande importância não somente na entomologia


forense, como também na medicina veterinária, uma vez que, atual como vetores
enteropatogênos de vírus, bactérias e helmintos, e consequentemente podem causar
doenças aos humanos (GUIMARÃES; PAPAVERO; PRADO, 1982). Na entomologia
forense, sua importância se aplica na predição do tempo de decomposição de
cadáveres (GOMES; VON ZUBEN; SANCHES, 2003).

2.1.1.1 Chrysomya putoria

Segundo Junqueira (2002) Chrysomya putoria (Figura 1) foi a primeira espécie


de mosca varejeira do gênero Chrysomya (Diptera: Calliphoridae) detectada no
continente Americano. Esta é uma espécie nativa da África e foi registrada no Brasil
em Curitiba em 1975, e a partir dali se disperso pelos diversos estados do Brasil e
demais países da América do sul. O habito de vida da C. putoria é de alimentar-se de
lixo, matéria orgânica e fezes e ainda utilizam destes locais para a sua reprodução,
19

por isso é notável sua importância sanitária, forense e medica, uma vez que podem
ocasionar miasses secundária em homens e animais e atuar como vetor de patógenos

Figura 1. Chrysomya putoria. Fonte: Pbase /Autor: Karasabai, Guyana

2.1.1.2 Chrysomya albiceps

Conhecida popularmente como varejeira, a Chrysomya albiceps (Figura 2), foi


Chegou ao Brasil por volta da década de 70 (GUIMARÃES; PAPAVERO; PRADO,
1982). Sua distribuição atual é em praticamente todo o território brasileiro. São
considerados seres com alta capacidade de dispersão e adaptação. Em diversos
estudos realizados, a C. Albiceps estava entre os insetos necrófagos mais
encontrados em cadáveres, isso porque, estes insetos costumam explorar esses
locais como fonte de alimentação e reprodução (ESTRADA et al., 2009). Esta é uma
espécie considerada especialista, uma vez que, utilizam apenas material de origem
animal em decomposição como substrato para a criação e desenvolvimento de suas
larvas. São também os primeiros insetos a colonizarem um cadáver o que mostra sua
importância para o estudo forense (ESTRADA et al., 2009).

Na maioria dos casos, esses insetos apresentam dificuldade de adaptação


devido à restrição por outros locais de não origem animal, no entanto isso mostra o
20

quanto são específicos, o que pode ser um ponto positivo para a entomologia forense.
Estes insetos têm quanto estão presentes na decomposição de alguma matéria
animal, produzem um odor muito desagradável que é uma marca da espécie, este
odor ainda pode atrair outros insetos o que causa contaminação em casos de
experimentação (ESTRADA et al., 2009)

Figura 2. Chrysomya albiceps. Fonte: Diptera.INFO

2.1.1.3 Chrysomya megacephala

Com origem Australiana, a Chrysomya megacephala (Figura 3), foi introduzida


acidentalmente no Continente Americano, acredita-se que através de navios. A
primeira espécie de C. Megacephala foi descoberta em 1975 no Sudeste do Brasil
juntamente com C. albiceps e C. putoria (GOMES; VON ZUBEN; SANCHES, 2003).

Está distribuída por todo o mundo, ocorrendo mais comumente nas regiões
orientais. São insetos que tem preferência por tecidos em estágios de decomposição
mais avançado, ou seja, são encontrados em locais já necrosados e que já foram
“visitados” por outros insetos. São geralmente encontrados junto com outras espécies.
21

Sua alimentação é baseada em fezes e carne em decomposição. Podem causar


miíases em humanos e tem grade importância para a entomologia forense (TEIXEIRA,
2013)

Figura 3. Chrysomya magacephala. Fonte: Flickr

2.2.1 Gênero Lucilia


2.2.1.1 Lucilia cuprina

Com sua distribuição tendo maior concentração na África do Sul e Austrália


Lucilia cuprina (Figura 4) também pode sem encontrada em diversas outras partes do
planeta. A preferência alimentar desta espécie é por tecidos mortos, no entanto,
podem alimentar-se de tecidos vivos também (VISCIARELLI et al., 2007).

Nos cadáveres, tem preferência como locais com feridas e suturas, colocam
seus ovos e infestam o local. Podem colonizar a pelos de animais que estejam sujos
de urina sangue ou fezes, como é o caso de lã de ovelha. Além da importância
entomológica, estes insetos também podem causar miíase secundária em humanos
(TEIXEIRA, 2013).
22

Figura 4. Lucilia cuprina. Fonte: bugguide

2.2.1.2 Lucilia sericata

Como tamanho médio entre 6 – 9 mm, Lucilia sericata (Figura 5) apresenta


geralmente a coloração desde o verde-amarelo até o azul ou verde-cuprino, com
reflexos metálicos. As larvas da L. sericata podem atingir cerca de 14 mm de
comprimento; coloração creme a rósea.

É considerada um espécie cosmopolita, uma vez que é encontrada do Novo


Mundo desde o sudoeste do Canadá até a Argentina (JAMES; PAPAVERO, 1970). É
uma espécie comumente encontrada nas regiões temperadas do Hemisfério Norte.
As larvas da L. sericata, tem o habito de alimentar-se de tecidos necrosados e apesar
de produzir miíases, estas não são consideradas malignas, devido a isso a culturas
de larvas, bacteriologicamente esterilizadas foram utilizadas no tratamento da
osteomielite, onde elas removiam os tecidos necróticos e, através dos produtos da
excreção (alantoína), promoviam a cicatrização dos tecidos doentes da ferida. No
entanto, os tecidos sadios também podem ser invadidos, e causas miíases malignas,
o que aumenta sua importância medica. Apresentam também interesse forense por
serem encontrada em cadáveres em (TEIXEIRA, 2013).
23

Figura 5. Lucilia sericata. Fonte: Díptera. INFO

2.2 Sarcophagidae

A família Sarcophagidae possuem cerca de 2.600 espécies descritas e


apresentam grande importância para a Entomologia Forense (BARROS; MELLO-
PATIU; PUJOL-LUZ, 2008).

Nesta família estão incluídas as moscas de tamanho médio, geralmente com


coloração acinzentado, o abdome geralmente apresenta ornamentos com manchas
com reflexos cinzentos ou negros em xadrez. Podem se comportar necrófagos,
coprófagos, predadores e parasitóides, e que mostra que tem hábitos variados. Se
utilizam de carcaças e matéria orgânica para a criação de suas larvas. Podem se
comportar como parasitas de Orthoptera, Lepidóptera, moluscos, anelídeos e outros
invertebrados. É um dos primeiros insetos a colonizarem cadáveres e alimentar-se de
matéria em decomposição, o que ressalta sua importância forense (SMITH, 1986).
Algumas espécies desta família podem atuar como indicadores de estágios de
decomposição do cadáver (TEIXEIRA, 2013).

Os Sarcophagidae são em sua maioria espécies ovovivíparas e eliminam suas


larvas assim que iniciam imediatamente sua alimentação na carcaça, esta é uma
estratégia que os diferenciam do califorídeos, uma vez que os califorídeos são
24

ovíparos e necessitam de mais tempos para que as larvas eclodam, e ainda, procuram
por lugares específicos para a oviposição. Esta é um diferença que confere ao
Sarcophagidae o pioneirismo e resulta sua importância para a entomologia forense
(BARROS; MELLO-PATIU; PUJOL-LUZ, 2008).

2.2.1 Sarcodexia lambens

Com distribuição ampla nas Américas a Sarcodexia lambens (Figura 6) é


encontrada desde o sul dos Estados Unidos ao Paraguai e Argentina. No Brasil é
encontrada em maior número especificamente no Estado do Amazonas, no entanto
pode ser encontrada em menor números em todo o país. Esta espécie é um parasita
obrigatório causador de miíase ulcerativa/traumática. Parasita mamíferos, e humanos
são comumente afetados (TEIXEIRA, 2013).

Figura 6. Sarcodexia lambens. Fonte: Flesh Flies (Diptera: Sarcophagidae)

Além da Sarcodexia lambens, o genero Oxysarcodexia também é encontrado


em cadáveres e demonstram importância dentro da entomologia forense, sendo que
os mais frequentes são: Oxysarcodexia fringidae, Oxysarcodexia tímida,
Oxysarcodexia fluminenses
25
26

CONCLUSÕES

A Entomologia Forense é considerada uma nova ciência, apesar de ter seus


primórdios no século XIII. Sua importância se dá no auxílio a área criminal, por meio
do estudo da sucessão dos insetos que colonizam cadáveres, especialmente dípteros,
que podem fornecer informações importantes para determinação, por exemplo, do
intervalo pós- morte, que em muitos casos é necessário para que se faça justiça.

Ao decorrer deste trabalho, listamos a importância da entomologia forense na


resolução de crimes, fatores que podem interferir na estimativa do IPM, como é o caso
de tóxicos e clima que podem alterar a velocidade de decomposição do cadáver e
assim influenciar na utilização dos insetos no que diz respeito a veracidade do
intervalo pós-morte. Ainda listamos as principais famílias de dípteras presentes na
entomologia forense, em relação as famílias, em todos os trabalhos lidos para a
elaboração deste há a predominância da família Calliphoridae, acredita-se que isso
se dar por se tratar de uma espécie inespecífica, ou seja, uma espécie encontrada e
toda e qualquer situação e local.

De acordo com os pontos apresentados é possível concluir que apesar da


entomologia forense ser tão importante e eficaz na elucidação de crimes, ainda não é
utilizada como total confiabilidade, no Brasil ainda é necessário a ampliação e
divulgação desta ciência.
27

REFERÊNCIAS

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