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ANÁLISE DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS INOVADORES E ESTUDO

COMPARATIVO DOS MESMOS

Rafael Almeida de Brito Meira

Tatiana Ribeiro Pereira

Orientadora: Jaqueline Zubelli

Trabalho de conclusão de curso de Engenharia Civil

Departamento de Engenharia Civil, PUC-Rio, Rua Marques de São Vicente, 225 –

Gávea – CEP 22453-900 – Rio de Janeiro – Brasil

Rio de Janeiro, 12 de Dezembro de 2018


Agradecimentos

Eu, Tatiana, agradeço a meus pais pelo amor, incentivo e apoio incondicionais,

ao longo de toda a minha vida. Ao meu avô Israel, que sempre acreditou no meu

potencial, estando presente em cada etapa e vibrando com cada pequena conquista.

Aos meus queridos irmãos Ana Beatriz e Raphael, que me fizeram rir em tempos

de puro estresse. Ao meu namorado Igor, por preencher meus dias com amor e

carinho essenciais para que eu continuasse em frente. Sem vocês, nada disso teria

sido possível.

Eu, Rafael, agradeço primeiramente aos meus pais, que sempre me deram todo

o suporte necessário para chegar até aqui, à minha avó que buscou sempre estar

presente e acompanhou de perto toda a minha vida acadêmica e por último aos meus

companheiros de curso, importantes tanto nos momentos de estudo quanto nos

momentos de descontração, muitas vezes necessários.

Aos mestres da PUC, que durante anos compartilharam seus conhecimentos

conosco, nosso muito obrigado.

Não podemos deixar de agradecer em especial à nossa orientadora, Jaqueline

Zubelli, que nunca negou uma ajuda durante o TCC, adaptando-se à nossa

disponibilidade de tempo e orientando-nos com tanta dedicação.

Nosso carinho especial аоs amigos e companheiros de curso que fizeram parte

dessa jornada, vivenciando o nervosismo das provas, as risadas, as dificuldades e

as alegrias. Vocês terão para sempre lugar especial em nossos corações.

Por fim, nossa gratidão a Deus, que nos deu força e energia para realizar o sonho

de concluir a faculdade.

i
Resumo

A construção civil tem cada vez mais aprimorado seus métodos e processos para

atender níveis cada vez mais elevados de exigência. A crescente busca por moradias

e empreendimentos mais sustentáveis, menos custosos e mais rapidamente

concluídos faz com que a busca por tecnologias inovadoras seja cada vez maior.

Para responder a esta demanda, sistemas construtivos com menos desperdícios,

mais rapidamente concluídos e com menor custo vêm sendo desenvolvidos e vêm

ganhando cada vez mais espaço no mercado.

O objetivo deste trabalho é discutir a adoção de tecnologias inovadoras na

construção civil, com vistas a otimizar custos e desperdícios inerentes ao setor, e

diminuir o tempo envolvido no processo. Para isso, foi efetuado um estudo teórico

de 4 sistemas inovadores na construção civil, analisando-se suas características,

vantagens e desvantagens. Além disso, foi realizada uma comparação entre tais

sistemas, no que se refere ao tempo envolvido no processo construtivo, ao custo e

à sua eficiência.

Na engenharia civil não existe um sistema construtivo absolutamente melhor

que o outro, ou que deva ser sempre o escolhido. Diversas variáveis devem ser

levadas em conta nessa escolha, como local, objetivo da construção, prazo e

disponibilidade de recursos. Este estudo buscou identificar os sistemas construtivos

que se sobressaem, considerando cada um dos três quesitos acima mencionados.

ii
Índice

1. Introdução .......................................................................................................................... 1

2. Sistemas Construtivos ........................................................................................................ 3

2.1. Light Steel Framing ................................................................................................... 3

2.2. Construção Modular................................................................................................... 9

2.3. Paredes de concreto.................................................................................................. 13

2.4. Painéis Monolíticos de EPS ..................................................................................... 19

3. Estudo comparativo ......................................................................................................... 22

3.1 Comparativo de eficiência ............................................................................................. 22

3.2 Comparativo de prazo e execução de obra..................................................................... 25

3.3 Comparativo de custo da obra........................................................................................ 27

4. Conclusão......................................................................................................................... 29

5. Referências....................................................................................................................... 31

iii
1. Introdução

A necessidade de moradia faz parte da realidade do ser humano, desde os

primórdios da humanidade. Ao longo do tempo, o homem tem buscado formas mais

confortáveis e seguras de moradia, estimulando o desenvolvimento de novas

tecnologias para atender a necessidades cada vez maiores e níveis crescentes de

exigência.

Como grande empregadora de mão-de-obra, a construção civil é uma indústria

que promove muitos impactos na economia do país. A busca crescente de novas

tecnologias para atender às exigências do mercado, culmina com o

desenvolvimento de técnicas mais eficazes, viabilizando a realização de

construções em uma velocidade cada vez maior, e o desenvolvimento de obras mais

complexas.

Os sistemas construtivos foram evoluindo ao longo do tempo em função de

diferentes aspectos, como a tecnologia e os materiais disponíveis a cada tempo, e

os recursos e conhecimentos desenvolvidos. Segundo GREVEN e BALDAUF

(2007), o sistema construtivo adotado impacta diretamente na qualidade, no

conforto, na segurança, na eficiência e na economia da construção realizada,

levando à uma contínua busca pelo desenvolvimento de novas tecnologias de

construção.

O uso de tais tecnologias propicia maior racionalização do processo construtivo,

desde a concepção até a construção propriamente dita, e um consequente aumento

da industrialização no setor, possibilitando o aumentando de sua produtividade.

Essa racionalização aumenta o custo benefício do empreendimento, seja no menor

1
tempo, no menor custo, na maior qualidade ou na diminuição da necessidade de

mão-de-obra.

Além dos aspectos abordados, o uso de novas tecnologias contribui, ainda, para

a preservação do meio ambiente, na medida em que propicia a diminuição da

geração de entulhos, devendo, portanto, ser estimulada a implantação de políticas

públicas que promovam a reciclagem de tais resíduos e seu impacto na natureza.

O objetivo deste estudo é discutir a adoção de tecnologias inovadoras na

construção civil, com vistas a otimizar custos e desperdícios inerentes ao setor, além

da diminuição do tempo envolvido no processo.

A metodologia do estudo pode ser classificada, quanto aos fins, como descritiva,

na medida em que se propõe a discutição das características de um fenômeno.

Quanto aos meios, a metodologia do trabalho é de natureza bibliográfica e

documental, pois o estudo foi desenvolvido a partir de materiais publicados em

livros, revistas, jornais e documentos, de forma a fornecer instrumental analítico

para a pesquisa desenvolvida.

Este estudo foi dividido da seguinte forma: além desta introdução, no capítulo

2 é feita uma análise de alguns sistemas produtivos inovadores, discutindo-se suas

características e os benefícios de sua implantação. Em seguida, no capítulo 3, é feita

uma análise comparativa dos sistemas produtivos estudados. Finalmente, no

capítulo 4 são efetuadas algumas considerações e as conclusões do trabalho.

2
2. Sistemas Construtivos

2.1. Light Steel Framing

O Light Steel Framing é um sistema de construção a seco, industrializado,

caracterizado pelo uso de perfis leves formados a frio de aço galvanizado, que

trabalham em conjunto com subsistemas, também industrializados, de modo a

compor painéis estruturais e não estruturais, coberturas e lajes. Seu conceito tem

origem em um sistema construtivo do Séc. XIX chamado Balloon Framing. Este

sistema consistia em painéis feitos de elementos de madeira serrada, com

espaçamentos regulares entre 400 mm e 600 mm. Logo se tornou um dos sistemas

mais comuns em construções residenciais nos Estados Unidos e, devido à

industrialização acelerada do setor do aço e às variações no preço e na qualidade da

madeira para construção, os perfis feitos em aço galvanizado nos modelos do

Balloon Framing começaram a ganhar espaço. A Figura 2.1 mostra um esquema

geral de uma construção em Light Steel Framing.

Figura 2.1 – Esquema geral de uma construção em Light Steel Framing


3
O aço galvanizado é um tipo de aço com revestimento de zinco ou de uma liga

de alumínio-zinco. A norma NBR 15253/2005, responsável por regular o uso de

perfis de aço para painéis estruturais, determina quantidades mínimas de

revestimento de 150 g/m² a 180 g/m² para elementos estruturais e 100 g/m² para

elementos não estruturais. Os principais tipos de perfil utilizados são os perfis “C”

ou “U Enrijecido (Ue)”, além de perfis “U” apenas com a função de guia nos

painéis, sem desempenhar papel estrutural. Para a montagem das ripas de telhado,

são usados perfis “Cartola”. Há ainda o uso de perfis “Cantoneira” onde não é viável

o uso dos perfis “Ue”.

Figura 2.2 – Perfis utilizados em estruturas de Light Steel Framing

A ideia principal por trás do Light Steel Framing é dividir a estrutura em

diversos elementos, de modo a garantir que a carga seja transmitida em pequenas

parcelas a cada elemento. Este tipo de estruturação permite o uso de perfis mais

finos e consequentemente mais leves. O fechamento dos painéis geralmente é feito

com placas OSB (Oriented Strand Board), painéis de baixo custo feito a partir de

lascas de madeira orientadas, placas cimentícias ou chapas de gesso acartonado.

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Este conceito permite uma modulação e, consequentemente, uma padronização dos

elementos de construção, reduzindo tempo de montagem e custo.

A escolha da fundação é fundamental e de certa forma restrita, pois é necessário

um tipo de fundação capaz de suportar toda a estrutura de forma contínua, já que

não há concentração de carga em pilares. O tipo de fundação comumente utilizado

neste sistema é o Radier convencional, feito à base de concreto. O Radier se

comporta como uma laje, transmitindo as cargas da construção ao solo. Devido à

leveza do material utilizado, tem-se uma redução de aproximadamente 80% do peso

da estrutura, quando comparado ao modelo convencional com uso de concreto,

viabilizando uma enorme economia nos custos de fundação. Há também a

possibilidade de se utilizar sapatas corridas, que atuam como vigas suportando as

cargas de forma contínua ao longo das paredes. A ancoragem deve ser bem

executada, de modo a evitar que cargas de vento causem problemas como translação

e tombamento da estrutura.

Os painéis estruturais funcionam com elementos verticais de perfil “Ue”, os

montantes, e elementos horizontais de perfil “U”, chamados de guias. As cargas são

suportadas e transferidas por meio dos montantes, que são alinhados entre os

pavimentos. A distância dos montantes varia de acordo com a necessidade de

suporte de carga, sendo o padrão entre 400 e 600 milímetros. Caso haja a

necessidade de suportar cargas horizontais, são feitos contraventamentos. É muito

importante respeitar uma padronização da modulação, de modo a evitar

desperdícios e facilitar a compatibilidade dos painéis, pois caso contrário o sistema

deixa de ser eficiente na economia de resíduos e de tempo de obra.

5
Caso seja necessária a abertura de um vão, para portas ou janelas, por exemplo,

faz-se o uso de uma verga composta de dois perfis “Ue”, responsáveis por transferir

as cargas dos montantes interrompidos para as ombreiras, que são os perfis que

delimitam o vão.

A cobertura das estruturas é feita de forma semelhante à convencional, por meio

de tesouras, porém com elementos de aço substituindo as ripas de madeira usuais,

conforme mostrado na Figura 2.2.

“Atualmente, com a pluralidade de manifestações


arquitetônicas, o arquiteto dispõe de várias soluções para
coberturas de seus edifícios. Muitas vezes, a escolha do
telhado pode remeter a um estilo ou uma tendência de
época. Independente da tipologia adotada, desde da coberta
plana até telhados mais elaborados, a versatilidade do Steel
Framing possibilita ao arquiteto liberdade de expressão.”
(Crasto, 2005, p. ).

O fechamento das coberturas pode ser feito por meio de telhas cerâmicas, de

concreto, asfálticas, metálicas ou demais tipos semelhantes aos modelos

convencionais de construção. Existe ainda a possibilidade de haver uma camada de

OSB entre a estrutura metálica e os elementos de cobertura.

As lajes seguem o mesmo princípio dos painéis verticais, sendo, geralmente,

adotados os mesmos espaçamentos entre os perfis. Nos perfis que atuam como vigas

de piso devem ser evitados furos além dos já existentes de fábrica, pois estes são os

principais elementos que transferem as cargas aplicadas. Caso seja necessária a

realização de um novo furo, deve-se considerar o mesmo no cálculo estrutural e

fazer o uso de reforços de furo no entorno, conforme mostrado na Figura 2.3, para

que a resistência da estrutura não seja prejudicada.

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Figura 2.3 – Furos existentes e furo executado posteriormente

O fechamento das lajes determina a classificação da laje em “úmida” ou “seca”.

As lajes consideradas úmidas são feitas com uma chapa de aço ondulada,

semelhante ao formato ao steel deck, porém com um comportamento diferente. Uma

armadura é posicionada sobre a chapa e então é feita uma camada de concreto que

atuará como contra piso. As lajes úmidas geralmente possuem um revestimento

interno de lã de vidro para promover um melhor isolamento acústico e evitar ruídos

provenientes do contato entre o concreto e a chapa de aço. As lajes secas são feitas

com fechamentos semelhantes aos verticais, usualmente placas OSB, que atuam

como contra piso. Este tipo de laje costuma a ser mais econômico no processo

construtivo e também reduz a carga final da estrutura, pois são usadas placas mais

finas e leves do que em um contra piso de concreto.

Não há limitação quanto à forma arquitetônica da construção, desde que os

cálculos sejam corretamente executados. Devido ao fato dos perfis formarem

paredes menos espessas do que as de alvenaria comum há um ganho considerável

de aproximadamente 5% de área interna, considerando um projeto igual que utilize

paredes de alvenaria. Há, no entanto, uma limitação quanto ao número de

pavimentos, sendo este limite igual a 5 pavimentos. Projetos maiores até seriam

7
possíveis, contudo seriam necessários perfis muito pouco espaçados para que

houvesse uma transmissão adequada dos esforços, tornando o sistema bastante

antieconômico e os cálculos muito complexos. A Figura 2.4 ilustra uma cobertura

desse tipo de sistema construtivo.

Figura 2.4 –Cobertura da estrutura

O Quadro 2.1 resume as principais vantagens e desvantagens do uso do sistema

Light Steel Framing.

Quadro 2.1 - Vantagens e desvantagens do LSF

Vantagens Desvantagens
Estrutura muito mais leve Baixa oferta de mão de obra especializada

Custo próximo ao de construção com concreto


Pouca flexibilidade para grandes reformas
armado

Liberdade criativa em termos arquitetônicos Limitação de 5 pavimentos

Baixo tempo de execução (1/3 de uma obra


convencional)

Geração quase nula de resíduos

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2.2. Construção Modular

A construção modular é um tipo de sistema construtivo feito através de módulos

pré-fabricados transportados até o local de implantação, ligados entre si e colocados

sobre o solo/construção a que estão destinados, ficando assim prontos para o uso. É

um tipo de construção que foi adaptado ao longo dos anos, mas existe desde as

primeiras civilizações.

Um exemplo desse sistema na revolução industrial foi o palácio de cristal, em

Londres, projetado por Joseph Paxton, em 1850. Este palácio foi feito com uma

estrutura desmontável, construída em apenas 9 meses, com elementos pré-

fabricados de aço, vidro e madeira, com uma área coberta de 71.500 m². Depois da

exposição para a qual foi construído, ele foi desmontado e erguido novamente em

um parque. Essa construção, ilustrada na Figura 2.5, foi um marco para o

reconhecimento e utilização desse sistema construtivo.

Figura 2.5 – Palácio de Cristal, Londres

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Esse tipo de sistema, segundo Castelo (2008) “(...) visa criar uma dimensão

padrão, que racionalize a concepção e a construção de edifícios, que permite elevar o

grau de industrialização da construção (...)”. Ou seja, é um tipo de metodologia que

procura otimizar e racionalizar todas as etapas do processo construtivo, buscando

sempre uma obra mais barata e rápida, com um maior custo benefício.

A construção modular é muito utilizada em obras de habitações similares, onde

ocorre uma produção em série que gera uma maior economia e controle de qualidade

de seus elementos. Esse fato diminui a etapa de planejamento e dimensionamento do

projeto, já que são diversas habitações similares. Além disso, há também a

racionalização dos custos dos materiais e elementos em geral da construção, já que a

compra em quantidade acaba sendo mais barata do que de apenas uma unidade. Assim,

o processo de montagem também é otimizado e acelerado, dando à empresa diversas

vantagens em relação à construção convencional.

Quando se visa fazer apenas uma habitação, porém, a racionalização da

produção e do material não é feita da mesma maneira, fazendo com que o custo não

seja um atrativo, já que ele passa a se equiparar ou até a ser mais alto que o de uma obra

convencional. De qualquer forma, quando a procura é por uma obra mais rápida e limpa,

a construção modular é uma ótima escolha.

A etapa do dimensionamento é mais rápida que a normal, pois como é feita em

cima de módulos pré-fabricados e pré-calculados, não há necessidade de estudo para

personalização dos ambientes ou de cálculos e decisões de como será cada elemento da

obra construída. Nesse caso, a etapa se resume na verdade à distribuição de cada

módulo e da obra em si.

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A construção é feita inicialmente na fábrica, onde são produzidos os elementos

para construção do sistema. São normalmente feitos com perfis de aço galvanizado

(Light Steel Framing) e fechados com placas de drywall, ou de madeira encaixados na

estrutura. A metodologia é vantajosa principalmente para construções em série, onde

os recursos são otimizados e se tornam mais fáceis de produzir, tendo em vista já ter

sido feito outro igual. Depois de prontos, os módulos são transportados e encaixados na

estrutura de destino, como ilustra a Figura 2.6.

Figura 2.6 – Montagem dos módulos


construídos

Por ser todo feito em fábrica, a etapa de projeto dessa metodologia precisa ser

muito bem pensada e compatibilizada, pois não pode haver nenhum erro de dimensão

ou estruturação, pois quando chega à obra, a única etapa faltante é a montagem do

elemento, não havendo a possibilidade de mudança, o que faz com que a construtora

tenha um trabalho maior nessa fase. Além disso, a possibilidade de reforma nesse tipo

de construção é menor e mais difícil, pois, por serem estruturas modulares pensadas de

uma forma, não há condição de introduzir modificações nos locais dos cômodos e

paredes.

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Por outro lado, o fato da produção ser realizada em fábrica diminui a

necessidade de mão de obra especializada e o desperdício de material que ocorre

normalmente nas obras. É um sistema muito indicado para locais com cômodos

parecidos, que podem ser produzidos em série de maneira mais rápida. A montagem é

feita de forma rápida, com recursos de ligação simples, que não precisam de nenhuma

ferramenta especial. A construção modular economiza tempo, material e mão de obra

em relação à convencional. O custo benefício, principalmente para locais que precisam

ser construídos rapidamente e com pouca versatilidade na arquitetura, é maior.

Apesar das diversas vantagens, esse sistema construtivo não é muito

aproveitado no Brasil. As bases das UPPs são feitas através dele, pois mudam

constantemente de posição e o estado não tem tempo de edificar as bases para os locais

ocupados. Na Europa e Estados Unidos, por outro lado, o sistema é bastante utilizado.

O Quadro 2.2 apresenta as principais vantagens e desvantagens da opção pela

construção modular.

Quadro 2.2 - Vantagens e desvantagens da Construção Modular

Vantagens Desvantagens
Velocidade de execução Custo inicial elevado

É preciso ter todos os projetos finalizados e


Maior controle da qualidade
compatibilizados

Racionalização dos materiais de construção Dificuldade na realização de reformas

Mão de obra qualificada e em menor


Dificuldade no transporte dos módulos
quantidade

Canteiro mais limpo

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2.3. Paredes de concreto

Durante a década de 70, uma procura por novas tecnologias na área da

construção civil começou a crescer no mercado, devido à necessidade de otimizar os

sistemas construtivos. Essa procura por sistemas eficientes não convencionais fez com

que a demanda das paredes de concreto aumentasse cada vez mais. Em 2012, foi criada

a primeira norma que trata exclusivamente desse tipo de construção: a NBR 16055.

Esse é um sistema de paredes e lajes moldadas in loco com concreto armado e

telas metálicas centralizadas, caracterizado pela alta produtividade e o baixo índice de

perdas. Todas as paredes são estruturais e formam um sistema monolítico, onde as

cargas são distribuídas igualmente pela estrutura, criando um alto desempenho. Não é

necessária a utilização de vigas e pilares nesse tipo de construção.

Nesse sistema, as etapas de construção são subsequentes e dependentes entre si,

o que faz com que a finalização de uma fase da construção seja essencial para o início

da outra, como ilustrado na Figura 2.7.

Figura 2.7 – Sistema Construtivo com paredes de concreto

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A nova norma trata dos processos construtivos e do dimensionamento desse tipo

de sistema, já que um edifício de paredes de concreto trabalha de forma diferente de

um convencional, onde os pilares e vigas têm uma série de “espaços vazios” para

acomodar as retrações. Nesse sistema, há um elemento inteiro se comportando em

conjunto, se há problemas de retração, ele irá se retrair inteiro gerando tensões ao longo

de si. Por isso, foi tão importante a criação de uma norma para determinar como projetar

e construir esse sistema. A Figura 2.8, a seguir, apresenta um resumo dos conceitos da

NBR 16.055.

Figura 2.8 – NBR 16055

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A escolha do tipo de fundação depende do local do empreendimento, mas

normalmente é utilizado o radier. É importante que seja feito um rigoroso nivelamento

nessa etapa para não interferir no restante da construção. O processo de cura úmida do

concreto acontece normalmente durante 7 dias antes de continuar com a construção.

É criada uma estrutura metálica com telas de aço eletrossoldadas de malha

quadrada posicionadas no eixo das paredes, ou nas duas faces, dependendo do

dimensionamento do projetista, conforme pode ser visto na Figura 2.9. Em encontros

de paredes, vãos de portas e janelas, costuma ser feito um reforço com armadura

convencional.

Figura 2.9 – Estrutura metálica

No sistema convencional, as instalações elétrica e hidráulica normalmente são

feitas depois da etapa da alvenaria, que é retalhada onde precisam passar tanto as

tubulações hidráulicas quanto as elétricas, causando retrabalho e mais entulho na obra.

No caso das paredes de concreto, as instalações são colocadas antes da concretagem, já

que são paredes estruturais e não podem ser quebradas, evitando esse retrabalho e

geração de entulho.

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Na etapa de instalação, alguns cuidados devem ser tomados para que não haja

problemas futuros. Na instalação elétrica, deve-se colocar espaçadores entre a rede

elétrica e as formas para o posicionamento, caixas de interruptores e tomadas são

fixadas direto na forma e os eletrodutos devem ser fixados nas armaduras, para que não

sejam deslocados com o lançamento do concreto.

Na instalação hidráulica há a necessidade de mais cuidados ainda, pois a

tubulação dificilmente pode ser incorporada às paredes, devido à sua necessidade de

manutenção. É preciso criar e otimizar shafts para a passagem de tubulação. Banheiros

e cozinhas devem ser agrupados ao máximo, para não haver a necessidade da criação

de muitas passagens. A norma permite que as tubulações sejam embutidas nas paredes,

desde que alguns requisitos sejam atendidos:

• Diferença de temperatura entre concreto e a tubulação não ultrapassar 15ºC;

• Pressão interna na tubulação ser menor do que 0,3 MPa;

• Diâmetro não ultrapassar 50% da espessura da parede (admite-se tubulação

com diâmetro de 66% da parede, desde que existam telas nos dois lados da

tubulação, com comprimento mínimo de 50 cm para cada lado);

• Diâmetro máximo da tubulação de 50 mm;

• Tubos metálicos não encostem nas armaduras, para evitar corrosão

galvânica;

• Tubulações horizontais em trechos de até 1/3 do comprimento da parede

(limitado a 1 m), desde que esse trecho não seja estrutural;

• Não são permitidas tubulações verticais ou horizontais nos encontros de

paredes.

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As armaduras são envolvidas por formas rigorosamente dimensionadas para

garantir a qualidade da edificação. Além disso, são usadas formas adequadas para cada

tipo de obra, sendo elas de 3 tipos: metálicas (quadros e chapas em alumínio ou aço),

mistas (quadros de alumínio ou aço e chapas de madeira compensada ou material

sintético) e plásticas (quadros e chapas de plástico reciclável).

A concretagem das paredes de cada pavimento deve ser feita em uma única

etapa para que a estrutura se mantenha uniforme. O concreto mais recomendado para

esse tipo de processo é o auto adensável, que facilita o adensamento do concreto dentro

das formas. A trabalhabilidade e o diâmetro desse concreto devem ser especificados de

acordo com o dimensionamento. Apesar das recomendações, o ritmo da obra e as

condições climáticas do local também influenciam nessas escolhas.

Depois de pronta a estrutura, a obra vai direto para a fase de acabamento,

ganhando assim o tempo que seria gasto com alvenaria, emboço e instalações. O fato

das paredes já estarem aprumadas e niveladas após a desforma permite grande

diminuição da espessura do acabamento.

Esse é um método construtivo que apresenta vantagens em termos de prazo,

custo e qualidade, sem comprometer a qualidade e o desempenho das edificações. O

tempo economizado pode chegar a 50% do tempo de uma obra convencional. A etapa

de revestimento e acabamento é otimizada, além da instalação que é feita antes da

concretagem, agilizando o processo inteiro. Não há o desperdício de material e a

necessidade de mão de obra é menor. Como o sistema de paredes de concreto exige a

conclusão de uma etapa para início da outra, há uma simplificação nas tarefas da obra.

Isso faz com que exista uma sequência ordenada de trabalho, o que facilita na divisão

de trabalhos e necessidades do processo.

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Há, no entanto, algumas desvantagens ligadas às paredes de concreto,

principalmente em relação à arquitetura. Por se tratar de um sistema monolítico, onde

todas as paredes fazem parte da estrutura, não há a possibilidade de uma versatilidade

na distribuição das paredes. Reformas arquitetônicas, portanto, são mais difíceis de

acontecerem. Além disso, o custo inicial para a construtora é grande, já que todos os

projetos precisam estar bem estruturados e ligados entre si, e o custo de todo o concreto

para a estrutura é alto.

No Brasil, uma construção importante que utiliza esse tipo de sistema é o

Programa de Habitação “Minha casa, minha vida”, pois por se tratar de uma obra que

necessita de habilidade e baixo custo, esta é considerada a melhor opção. Em países

com muitos abalos sísmicos, as paredes de concreto são muito utilizadas, pois o seu

sistema monolítico torna a estrutura mais capacitada para suportar os abalos.

O Quadro 2.3 ilustra as principais vantagens e desvantagens do uso de sistemas

construtivos com paredes de concreto.

Quadro 2.3 - Vantagens e desvantagens de paredes de concreto

Vantagens Desvantagens
Velocidade de execução (tempo de construção Custo unitário das fôrmas elevado (pequenos
reduzido em até 50%) empreendimentos saem mais caros)
Conjunto de fôrmas utilizado somente para
Maior controle da qualidade
projetos pré-determinados
É preciso ter todos os projetos finalizados e
Racionalização dos materiais de construção
compatibilizados
Mão de obra qualificada e em menor
Dificuldade na realização de reformas
quantidade
Menor espessura da camada de revestimento
Estrutura com peso excessivo
(não precisa de chapisco ou emboço)
Ganho de área útil (espessura da parede é
menor)

Canteiro mais limpo

Alta resistência ao fogo

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Baixo custo construtivo (quando aplicado em
empreendimento de grande porte)

2.4. Painéis Monolíticos de EPS

O poliestireno expandido (EPS), comumente conhecido no Brasil como isopor,

é um polímero que geralmente se apresenta na forma de estruturas formadas por

microesferas e tem como uma de suas principais características a sua leveza, com uma

densidade que varia em torno de 20 kg/m³. Por apresentar boas características isolantes

aliadas à sua leveza, resistência relativa e durabilidade, o mesmo passou a ser explorado

no campo da construção civil.

Diversos métodos com nomenclaturas variadas surgiram utilizando EPS. No

entanto, todos seguem o mesmo princípio estrutural. As paredes são compostas por um

núcleo formado por blocos de EPS, duas camadas de telas de aço eletrossoldadas, uma

em cada face dos blocos, grampeadas e uma camada de aproximadamente 3cm de

argamassa estrutural para cobertura externa. Este conjunto forma uma estrutura

monolítica composta de paredes autoportantes, conforme ilustrado na Figura 2.10.

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Figura 2.10 – Composição de um painel EPS

Devido à leveza da estrutura, há uma grande economia com o projeto de

fundações, que ocorre de forma semelhante ao do Light Steel Framing. Os painéis

monolíticos são resistentes a sismos e são menos suscetíveis a condições naturais por

possuírem uma taxa de absorção de umidade muito baixa, aproximadamente 3% do seu

peso, em comparação à alvenaria convencional, que absorve cerca de 24% (Lueble,

2004). Além disso, o EPS é um material conhecido por suas ótimas características de

isolamento térmico e acústico.

Por sua estrutura ser composta de células de ar, o EPS dificulta a transmissão de

calor entre as faces do elemento, atuando de forma muito eficiente no isolamento

térmico e mantendo com facilidade o controle da temperatura interna da construção.

Um projeto bem executado neste sistema permite economia de energia elétrica, na

medida em que reduz a necessidade do uso de aparelhos de ar condicionado, de

ventilação artificial ou de aquecimento.

A execução das instalações é feita diretamente nas placas de EPS, demarcando-

se as áreas destinadas aos dutos e abrindo os devidos espaços com o uso de um soprador

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de ar quente. O EPS sofre pouco risco de patologias decorrentes de infiltrações, pois é

um material com taxa de absorção de água baixíssimo. Portanto não sofre uma

degradação significativa decorrente da umidade.

Os painéis de EPS apresentam a grande vantagem de não gerarem praticamente

nenhum resíduo, pois todo o material utilizado na construção é aproveitado, sobretudo

quando os painéis são montados na fábrica e apenas transportados ao local da

construção. O tempo de execução é reduzido em até 70 % nos casos de painéis pré-

fabricados, chegando a valores pouco inferiores a estes quando se tem a produção de

painéis in loco (Lueble, 2004)

O Quadro 2.4 apresenta as principais vantagens e desvantagens de painéis de

EPS.

Quadro 2.4 - Vantagens e desvantagens de painéis de EPS

Vantagens Desvantagens
Paredes monolíticas conferem uma maior
Pouco estudo na área
resistência a acidentes naturais

Baixo peso próprio da estrutura Baixa oferta de mão de obra especializada

EPS é de baixo custo e alta durabilidade Dificuldade na realização de reformas

Bom isolamento térmico e acústico Limitação de 5 pavimentos

Baixo tempo de execução da obra

Pouco suscetível a problemas de umidade

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3. Estudo comparativo

3.1 Comparativo de eficiência

Os sistemas construtivos apresentados no capítulo anterior apresentam

diferentes características e limitações quanto ao seu desempenho. Para fins

comparativos, foi estabelecido um padrão de análise de construções de até 4

pavimentos, de modo a padronizar a comparação e facilitar o estudo.

Tomando inicialmente uma comparação entre Light Steel Framing (LSF) e

Paredes de Concreto, ambos os sistemas são capazes de suportar estruturas de até 4

pavimentos sem quaisquer dificuldades, no entanto a primeira grande diferença

notável entre os dois sistemas é o peso da estrutura. Enquanto o LSF mantém um

baixo peso devido ao uso de perfis metálicos leves e fechamentos igualmente leves,

construções com paredes de concreto apresentam um alto peso estrutural, devido ao

peso próprio bastante alto do concreto. Isto requer o uso de fundações mais robustas,

capazes de suportar mais cargas.

Em termos arquitetônicos, o LSF permite uma grande liberdade ao

arquiteto/projetista, possibilitando formas diversas e não convencionais, sem criar

grandes dificuldades no cálculo estrutural. No caso das paredes de concreto as

formas são feitas a partir do projeto criado, portanto conferem ao arquiteto certa

liberdade de criação. No entanto, por serem elementos monolíticos robustos geram

certa dificuldade de distribuição das paredes, podendo levar a cálculos bastante

complicados no caso de projetos pouco convencionais. Ambos, no entanto, geram

dificuldades em momentos de reforma, já que as paredes são elementos importantes

e por isso não podem ser simplesmente removidas. Uma vez definido o layout

interno do projeto, não há a possibilidade de reformas de ampliação de ambientes.

22
O desempenho termo acústico do LSF depende muito de como é realizado o

fechamento vertical. A solução mais comum para isolamento é o uso de lã mineral

no vão entre as placas de fechamento. O desempenho depende da espessura e

quantidade de camadas da parede, sendo uma parede simples de baixa espessura, é

pouco eficiente tanto em termos térmicos quanto acústicos. Uma parede de camada

dupla e com um bom espaçamento é capaz de alcançar um desempenho superior a

paredes de alvenaria convencionais, mantendo um peso próprio menor. As paredes

de concreto, por serem de alto peso próprio, apresentam naturalmente um bom

isolamento acústico e térmico, no entanto alcançam estes efeitos a custa do uso de

muito material.

Como foi possível observar, os dois modelos têm uma alta eficácia e

desempenhos bem parecidos. Apesar do melhor isolamento próprio das paredes de

concreto, o Light Steel Framing pode ser construído de maneira a igualar essas

características, ainda com o peso estrutural mais baixo. Como essa comparação está

sendo feita de acordo com os padrões do Brasil, foi determinada uma melhor

eficiência do LSF devido ao seu peso próprio mais baixo, já que isso acarreta na

necessidade de fundações menos robustas e trabalhosas. Vale lembrar que em países

com presença de muitos abalos sísmicos, uma estrutura pesada e autoportante é

extremamente importante para suportar os desastres naturais.

Ao comparar EPS e construção modular, também pode-se confirmar que as duas

estruturas têm suporte para a construção de 4 pavimentos. O peso também é um

fator de comparação, já que as estruturas compostas de paredes de EPS apresentam

um peso próprio bastante baixo devido ao uso do isopor em grande parte da

espessura das mesmas e, portanto, possuem um impacto relativamente baixo nas

fundações. Já os módulos utilizados na construção modular variam em peso de

23
acordo com a forma como são construídos. Normalmente são utilizadas placas de

LSF e drywall, que tem um peso próprio mais baixo, porém, há também a

possibilidade de fazer esse fechamento com placas cimentícias, que são mais

pesadas.

Por ser um sistema construtivo menos conhecido, o EPS tem baixa oferta de

mão de obra especializada, o que dificulta extremamente a elaboração de uma obra

desse porte. Já na construção modular, a demanda de mão de obra especializada é

muito baixa, pois a maioria do trabalho é feito em fábrica, deixando apenas a

montagem dos módulos para o local da obra.

Sendo assim, em quesitos de eficiência, pode-se considerar a alvenaria modular

melhor devido à maior facilidade de construção e menor necessidade de mão de

obra.

Agora, levando-se em conta os dois métodos mais eficientes comparados até

agora, LSF e construção modular têm diversas vantagens nesse quesito. A

construção modular pode ser feita utilizando justamente a técnica do LSF, o que faz

com que a diferenciação das duas estruturas quanto à eficiência seja bem pequena.

Portanto, nesse caso o que pode ser considerado é que toda a estrutura da construção

modular é feita em fábrica, e na hora da execução, apenas a montagem é necessária,

diferentemente do LSF, onde tudo é feito na obra. Sendo assim, a necessidade de

mão de obra e trabalho é menor, fazendo com que a construção modular seja o

método mais eficiente estudado.

24
3.2 Comparativo de prazo e execução de obra

Ao analisarmos as diferenças em termos de prazo e execução, foram levadas em

conta características referentes ao tempo de obra, geração de resíduos, racionalização e

utilização de mão de obra.

O Light Steel Framing envolve um processo de execução bastante padronizado,

com peças encomendadas em medidas e quantidades exatas, ligações definidas e

fechamentos já adaptados aos painéis. Deste modo quase não há desperdício de

material, pois não há necessidade de cortar peças ou adaptá-las. Além disso, a geração

de resíduos é mínima, uma vez que a obra envolve basicamente montagem e encaixe

dos perfis, posicionamento das instalações e fechamento dos painéis. O tempo de

execução, se comparado a uma obra convencional, com estrutura de concreto, chega a

ser reduzido em 2/3. O maior problema de execução se dá no fato de que, por ser um

processo bem diferente da construção convencional, há a necessidade de uma mão de

obra especializada no assunto.

As estruturas de parede de concreto, por outro lado, apresentam vantagens

menores em relação à construção convencional e acabam sendo mais limitadas nos

quesitos discutidos acima. Apesar de haver uma geração menor de resíduos, o fato de

haver uso de armaduras, concretagem e revestimentos de parede convencionais leva a

um canteiro mais sujo se comparado ao do LSF. Além disso, devido à dificuldade de se

determinar de forma exata os comprimentos das barras de armadura e do volume de

concreto a serem usados, é inevitável que ocorram desperdícios de material. No entanto,

o mesmo se sobressai em relação ao LSF em termos de necessidade de mão de obra,

pois como o sistema se utiliza de métodos semelhantes ao da construção convencional,

não há necessidade de grande especialização.

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De qualquer forma, o Light Steel Framing tem muitas vantagens em termos de

prazo e execução, sendo mais vantajoso quando comparado ao sistema de paredes de

concreto.

A construção modular é bastante eficiente em termos de racionalização da obra,

com um tempo de execução muito baixo e a vantagem de ser uma obra quase

completamente limpa. Como os módulos são pré-fabricados e transportados já prontos

ao canteiro de obras, a única etapa de construção que ocorre de fato in loco é o encaixe

dos módulos. Deste modo praticamente não são gerados resíduos e não há nenhum

desperdício de material, pois sequer há manipulação do mesmo no canteiro. Este

modelo permite uma execução bastante rápida. A partir do momento em que os

módulos estão prontos na fábrica, é necessário apenas o transporte e montagem, sendo,

portanto, um sistema bastante vantajoso nesse quesito podendo reduzir o tempo de obra

em até 40%.

As paredes de EPS, por outro lado, sofrem de um problema semelhante ao das

paredes de concreto, pois são sistemas monolíticos que utilizam de argamassa e

armaduras. Portanto acabam tendo um certo desperdício de material e levando a um

canteiro mais sujo. O maior problema do EPS, no entanto, é a falta de mão de obra. Por

ser um sistema ainda muito recente, não há muitos estudos disponíveis na área, havendo

uma baixíssima oferta de mão de obra qualificada. Sendo assim, a construção modular

leva vantagem sobre as paredes de EPS nesse quesito.

Tomando os dois considerados mais vantajosos, Light Steel Framing e

construção modular, encontramos uma diferença que pode ser crucial na comparação

deste quesito. As estruturas de construção modular já são, em grande parte, bastante

semelhantes às do LSF, no entanto por já serem preparadas em uma fábrica

26
especializada, reduzem o trabalho no canteiro de obras, minimizam os resíduos e geram

uma economia de tempo ao dispensar a montagem individual de cada perfil in loco.

Além disso, a construção modular pode reduzir o tempo de obra ainda mais que o Light

Steel Framing, sendo, portanto, o modelo mais vantajoso no quesito tempo e execução

de obra.

3.3 Comparativo de custo da obra

Ao compararmos o custo de obra dos modelos previstos, foi feita uma análise

do custo de material, mão de obra e equipamentos em geral para a construção da

edificação de 4 pavimentos.

Quando se trata de custo, as paredes de concreto só são benéficas em obras de

grande porte. Em um caso de obra grande ou com alta repetitividade de edifícios, o

custo é otimizado pela reutilização das formas fazendo com que o sistema tenha uma

competitividade mais evidente. Elas são normalmente feitas de alumínio, um material

nobre e de valor elevado, mas podem ser utilizadas de 500 a 2 mil vezes. Porém, para

uma única construção de apenas 4 pavimentos, o preço do material é muito alto, mais

elevado do que o sistema convencional. O gasto com a mão de obra nesse modelo de

construção é menor que o convencional, em função de ser necessária em menor

quantidade, mas, ainda assim, fica inviável a utilização desse processo devido ao alto

custo das formas.

O LSF, por outro lado, apresenta custos um pouco mais elevados que a

construção convencional devido ao alto custo de seus materiais. Esse sistema é

normalmente escolhido quando o fator tempo é mais importante que os custos. De

qualquer forma, quando comparado com as paredes de concreto, ainda é uma escolha

27
melhor nesse quesito, já que o custo dos materiais, apesar de um pouco mais elevado,

não chega a ultrapassar o custo elevado das formas.

A construção modular tem uma necessidade muito menor de mão de obra in

loco, já que grande parte do trabalho é industrial, o que diminui seu custo

significativamente, mas o fato de necessitar de transporte e principalmente ser

construído em fábrica e comprado já pronto faz com que o preço dos módulos não seja

dos mais atrativos. Este custo elevado torna este método pouco atrativo para projetos

residenciais unifamiliares ou estruturas fixas de pequeno porte. O alto custo, no entanto,

é compensado pelo tempo de execução acelerado, portanto o mesmo é buscado quando

há certa urgência de prazo.

Já o EPS possui mão de obra muito cara devido a ser relativamente novo no

mercado brasileiro, contar com pouco investimento e estudo. Porém, por ser uma

construção com grande quantidade de isopor, um material de baixo custo, o valor no

geral diminui e compensa o valor da mão de obra. Deve-se também levar em conta a

redução do custo relativo à economia que se tem com a geração quase nula de resíduos

e a redução do peso próprio, que permite uma fundação mais leve. Vale ressaltar que

os custos da fundação estão entre os mais elevados de uma obra. Sendo assim o EPS

acaba por ser uma solução mais barata que a construção modular.

O EPS tem um custo geral mais baixo que o do sistema convencional. Quando

se analisa o custo de paredes não estruturais de alvenaria, estas acabam por ser mais

baratas que o EPS, no entanto o fato de ser uma estrutura de painéis portantes gera uma

economia no custo estrutural, levando vantagem sobre a construção convencional. Isto

o faz ser também mais barato do que o LSF, sendo, no quesito custo, o melhor avaliado

nesse estudo.

28
4. Conclusões

Existem diversos modelos de construção e cada vez mais pesquisas e

tecnologias vêm sendo desenvolvidas para incrementar esse meio. O sistema

convencional ainda é uma boa opção de escolha, principalmente por ser mais conhecido

e estudado, além de mais acessível em aspectos de reforma e mão de obra; porém, este

estudo mostrou que há outros sistemas cujas diferentes características e vantagens

frente a esse modelo podem compensar no final.

A partir do exposto ao longo deste estudo, pode-se observar que existem

alternativas mais baratas, eficientes e rápidas a serem adotadas. A utilização de

diferentes sistemas também é extremamente benéfica ao meio ambiente, pois, em

grande parte, são mais bem trabalhados e estudados na parte de projeto, otimizando o

processo. Desta forma se evita desperdícios e diminui-se significativamente a produção

de entulhos e descartes vindos da obra. O Quadro 4.1, a seguir, apresenta e exemplifica,

de forma objetiva, o sistema considerado o mais vantajoso em cada comparação.

Quadro 4.1 – Comparação entre os sistemas produtivos

Sistema Construtivo/Quesito Eficiência Prazo e execução Custo

Light Steel Framing

Construção Modular X X

Paredes de Concreto

Paredes de EPS X

Como pode ser observado, a construção modular foi o sistema tomado como

mais vantajoso nos quesitos de eficiência e prazo. No entanto, quando se trata de custo,

temos que o EPS é a alternativa mais vantajosa por apresentar uma grande

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racionalização de materiais, baixo desperdício e redução considerável nos custos

estruturais.

É importante frisar que não existe um sistema superior aos demais de forma

absoluta, tudo depende da demanda da obra e do interesse do cliente. Antes de escolher

um modelo adequado de construção, deve-se levar em conta orçamento, tempo e

necessidades da obra. É importante ressaltar que tomar um dos pontos como absoluto

para a decisão não é o ideal, pois, por exemplo, o fato de um modelo ser mais caro que

o outro não o fará ser pior, já que às vezes terminar uma obra em menos tempo pode

ser mais importante e gerar um retorno bem maior. A avaliação deve ser de custo

benefício, levando em conta todos os quesitos e características do modelo para que não

seja feita de forma equivocada.

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5. Referências

BEZERRA, L.M.C. M. (2010). Planejamento e controle da produção com a utilização

de células de trabalho: estudo de caso em construções com vedações verticais em

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Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto.

CORSINI, R. Paredes normatizadas – Norma inédita para paredes de concreto

moldadas in loco entra em vigor e promete impulsionar uso da tecnologia em

edificações.

CRASTO, Renata Cristina Moraes de. Arquitetura e tecnologia em sistemas

construtivos industrializados : light steel framing. 2005. 231f. Dissertação ( Mestrado

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Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2005.

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construção no Brasil: uma abordagem atualizada (Coleção Habitare ed., Vol. 9). Porto

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LUEBLE, ANA REGINA CERATTI PINTO. Construção de habitações com painéis

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PATINHA, S. M. P. A. (2011). Construção modular – desenvolvimento da ideia: casa

numa caixa. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia da Universidade de

Aveiro, Aveiro.

http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/151/artigo287692-1.aspx

http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/129/artigo285706-1.aspx

http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/108/parede-
de-concreto-x-alvenaria-de-blocos-ceramicos-industrializacao-299406-1.aspx

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