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Colégio Lúcia Vasconcelos - Concursos Públicos e Vestibulares – Fone: (62) 3093-1415

FUNÇÕES DA LINGUAGEM a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em re-


lação à ecologia.
01 - (PUC SP) Vidas Secas, apesar da objetividade de lingua- b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de
gem e secura de estilo, reveste-se, com frequência, de fina poesia comunicação.
e revela sensível lirismo. Assim, indique, dos trechos abaixo, o c) poética, porque o texto chama a atenção para os recur-
que apresenta a função dominantemente poética, como resultado sos de linguagem.
do processo de seleção e de combinação das palavras e gerador d) conativa, porque o texto procura orientar comportamen-
de efeito estético. tos do leitor.
a) Fabiano, meu filho, tem coragem. Tem vergonha, Fabi- e) referencial, porque o texto trata de noções e informa-
ano. Mata o soldado amarelo. Os soldados amarelos são uns des- ções conceituais.
graçados que precisam morrer. Mata o soldado amarelo e os que
mandam nele. 04 - (UFOP MG) A metalinguagem está presente nestes ver-
b) As contas do patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e sos de A Educação pela Pedra, de João Cabral de Melo Neto,
contra o vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e exceto em:
o patrão queria enganá-lo. Enganava. Que remédio? a) Certo poema imaginou que a daria a ver
c) Como era que sinhá Vitória tinha dito? A frase dela tor- (sua pessoa, fora da dança) com o fogo.
nou ao espírito de Fabiano e logo a significação apareceu. As ar- Porém o fogo, prisioneiro da fogueira,
ribações bebiam a água. Bem. O gado curtia sede e morria. Mui- tem de esgotar o incêndio, o fogo todo;
to bem. As arribações matavam o gado. Estava certo. Matutando, e o dela, ela o apaga (se e quando quer)
a gente via que era assim, mas sinhá Vitória largava tiradas em- ou o mete vivo no corpo: então, ao dobro.
baraçosas. Agora Fabiano percebia o que ela queria dizer. (MELO NETO, J. C. de. Dois P.S. a um poema.
In: A educação pela pedra. Rio de
d) De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de Janeiro: Alfaguara, 2008, p. 218)
riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar des- b) Catar feijão se limita com escrever:
truição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes mingua- jogam-se os grãos na água do alguidar
rem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs e a verme- e as palavras na da folha de papel;
lhidão sinistra das tardes. e depois joga-se fora o que boiar.
e) Os três pares de alpercatas batiam na lama rachada, seca Certo, toda palavra boiará no papel,
e branca por cima, preta e mole por baixo. A lama da beira do ri- água congelada, por chumbo seu verbo:
o, calçada pelas alpercatas, balançava. pois, para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
02 - (UNIFOR CE) (MELO NETO, J. C. de. Catar feijão. In: A
educação pela pedra. Rio de Janeiro:
Alfaguara, 2008, p. 222)
c) Durante as secas do Sertão, o urubu,
de urubu livre, passa a funcionário.
O urubu não retira, pois prevendo cedo
que lhe mobilizarão a técnica e o tacto,
cala os serviços prestados e diplomas,
que o enquadrariam num melhor salário,
e vai acolitar os empreiteiros da seca,
veterano, mas ainda com zelos de novato:
aviando com eutanásia o morto incerto,
ele, que no civil quer o morto claro.
(MELO NETO, J. C. de. O urubu mobilizado.
In: A educação pela pedra. Rio
de Janeiro: Alfaguara, 2008, p. 209)
d) Quando um rio corta, corta-se de vez
No quadrinho acima, observamos um problema de comunicação o discurso-rio de água que ele fazia;
entre os personagens. Assinale a alternativa que apresenta o ele- cortado, a água se quebra em pedaços,
mento da comunicação que levou a esse problema. em poços de água, em água paralítica.
a) Canal. Em situação de poço, a água equivale
b) Código. a uma palavra em situação dicionária:
c) Referente. isolada, estanque no poço dela mesma;
d) Mensagem. e porque assim estanque, estancada;
e) Emissor. e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
03 - (ENEM) A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se porque cortou-se a sintaxe desse rio,
desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores o fio de água por que ele discorria.
(MELO NETO, J. C. de. Rios sem discurso.
chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto In: A educação pela pedra. Rio de
e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que Janeiro: Alfaguara, 2008, p. 229-230)
regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua
reprodução, crescimento e migrações. 05 - (ESPM SP) Leia:
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Sim, mas não esquecer que para escrever não-importa-o-quê o
Predomina no texto a função da linguagem meu material básico é a palavra. Assim é que esta história será

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feita de palavras que se agrupam em frases e destas se evola um atmosfera irreal e impede o leitor de reconhecer no texto dados
sentido secreto que ultrapassa palavras e frases. constitutivos de uma cena realista.
(Clarice Lispector) c) na primeira estrofe, o poeta constrói uma linguagem
centrada na amada, receptora da mensagem, mas, na segunda,
Nesse trecho o texto se volta para o próprio texto, incluindo-se aí ele deixa de se dirigir a ela e passa a exprimir o que sente.
o questionamento sobre a criação literária, por isso pode-se afir- d) em “Eu estava sonhando...” (v. 10), o poeta demonstra
mar que está presente a função da linguagem: que está mais preocupado em responder à pergunta feita anteri-
a) emotiva ormente e, assim, dar continuidade ao diálogo com seus interlo-
b) conativa cutores do que em expressar algo sobre si mesmo.
c) fática e) no verso “Neste país é proibido sonhar.” (v. 12), o poeta
d) referencial abandona a linguagem poética para fazer uso da função referen-
e) metalingüística cial, informando sobre o conteúdo do “cartaz amarelo” (v. 11)
presente no local.
06 - (UEMG) A utilização da função metalingüística da lin-
guagem é um recurso comum às obras Auto da Compadecida, de 08 - (ENEM Simulado) Em uma famosa discussão entre pro-
Ariano Suassuna e Meus poemas preferidos, de Manuel Bandei- fissionais das ciências biológicas, em 1959, C. P. Snow lançou
ra, sabendo-se que tal recurso ocorre dentro dos respectivos gê- uma frase definitiva: “Não sei como era a vida antes do cloro-
neros literários. Marque, a seguir, a alternativa cujo fragmento fórmio”. De modo parecido, hoje podemos dizer que não sabe-
textual NÃO comprova a afirmação acima: mos como era a vida antes do computador. Hoje não é mais pos-
a) “O comentário musical da paisagem só podia ser o sus- sível visualizar um biólogo em atividade com apenas um mi-
surro sinfônico da vida civil. croscópio diante de si; todos trabalham com o auxílio de compu-
No entanto o que ouço neste momento é um silvo agudo sagüim tadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a vida sem com-
: (...) putador pessoal. Mas não sabemos como ela seria se ele não ti-
b) “ PALHAÇO vesse sido inventado.
É preciso mudar o cenário, para a cena do julgamento de vocês. PIZA, D. Como era a vida antes do computador?
Tragam o trono de Nosso Senhor! Agora a igreja vai servir de OceanAir em Revista, nº- 1, 2007 (adaptado).
entrada para o céu e para o purgatório.(...)”
c) “Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no di- Neste texto, a função da linguagem predominante é
cionário a) emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa do
[ o cunho vernáculo de um vocábulo plural.
Abaixo os puristas b) referencial, porque o texto trata das ciências biológicas,
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais (...)” em que elementos como o clorofórmio e o computador impulsi-
d) “Vede como primo onaram o fazer científico.
Em comer hiatos! c) metalinguística, porque há uma analogia entre dois
Que arte! E nunca rimo mundos distintos: o das ciências biológicas e o da tecnologia.
Os termos cognatos.” d) poética, porque o autor do texto tenta convencer seu lei-
tor de que o clorofórmio é tão importante para as ciências médi-
07 - (ENEM Simulado) cas quanto o computador para as exatas.
Sentimental e) apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o
redator está tentando convencer o leitor de que é impossível tra-
1 Ponho-me a escrever teu nome balhar sem computador, atualmente.
Com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas 09 - (UFLA MG) No livro “Nove Noites”, de Bernardo Carva-
4 e debruçados na mesa todos contemplam lho, observa-se uma forma peculiar da escrita, denunciada pelos
esse romântico trabalho. recursos estilísticos empregados, em que a função emotiva da
linguagem “mistura-se” à função referencial, pois
Desgraçadamente falta uma letra, a) busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um
7 uma letra somente apelo, o que revela uma realidade nem sempre compreendida pe-
para acabar teu nome! lo leitor.
— Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! b) tem em vista produzir um efeito estético, mediante des-
vios da norma e de inovações da linguagem.
10 Eu estava sonhando... c) junta habilmente realidade e ficção – combinação de
E há em todas as consciências este cartaz amarelo: memória e imaginação.
“Neste país é proibido sonhar.” d) visa à exploração do discurso, já que vários mistérios
ANDRADE, C. D. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro: Record, 1995. são interligados, com o objetivo de descrever “os altos e baixos”
da integração cultural.
Com base na leitura do poema, a respeito do uso e da predomi-
nância das funções da linguagem no texto de Drummond, pode- 10 - (UEMS) As funções de linguagem que predominam nos
se afirmar que períodos abaixo são, respectivamente:
a) por meio dos versos “Ponho-me a escrever teu nome” Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médi-
(v. 1) e “esse romântico trabalho” (v. 5), o poeta faz referências co.
ao seu próprio ofício: o gesto de escrever poemas líricos. Seu médico sabe o momento ideal para suspender o tratamento.
b) a linguagem essencialmente poética que constitui os a) referencial e poética
versos “No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados b) metalingüística e referencial
na mesa todos contemplam” (v. 3 e 4) confere ao poema uma c) emotiva e fática
d) conativa e referencial
e) referencial e conativa
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11 - (UEPB) a) função emotiva;


“A professora do Bocão está corrigindo o dever de casa. b) função referencial;
Aí, balança a cabeça, olha para o Bocão e diz: c) função metalinguística;
– Não sei como uma pessoa só, consegue cometer tantos erros. d) função fática;
E o Bocão explica: e) função conativa.
– Não foi uma pessoa só, professora. Papai me ajudou.”
(ZIRALDO, Alves Pinto. Rolando de rir. O livro das gargalhadas do Menino 14 - (UFG GO) Uma propaganda a respeito das facilidades o-
Maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 2001. p. 20)
ferecidas por um estabelecimento bancário traz a seguinte reco-
mendação:
Em relação ao texto acima, pode-se concluir que
Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça: vírgulas signi-
I. há predominância da função metalingüística. ficam pausas.
II. as falas dos interlocutores se sucedem sem a presença VEJA. n. 1918. São Paulo, 17 ago. 2005, p. 17.
do narrador.
III. a comicidade do texto se dá em razão da interpretação Nesse texto, observa-se um exercício de natureza metalingüísti-
literal de “Bocão”. ca. Explique como esse recurso auxilia a construção do sentido
pretendido para persuadir o leitor.
Analise as proposições e marque a alternativa conveniente.
a) Apenas II e III estão corretas. 15 - (UCS RS) Leia O poema, de Mário Quintana
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas. Um poema como um gole d’água bebido no escuro.
d) Apenas III está correta. Como um pobre animal palpitando ferido.
e) I, II e III estão corretas. Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta
noturna.
12 - (UFRRJ) Texto IV Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição de
poema.
Procura da Poesia (fragmento) Triste.
Solitário.
[...] Único.
Penetra surdamente no reino das palavras. Ferido de mortal beleza.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (QUINTANA, Mário. 80 anos de poesia. São Paulo: Globo, 2003, p. 84.)
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata. Em relação ao poema transcrito, é correto afirmar que
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. a) o sujeito poético descreve sua angústia diante da impos-
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. sibilidade de escrever um poema.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. b) foi construído a partir de imagens as quais, gradativa-
Espera que cada um se realize e consume mente, indicam um processo de autoconsciência do eu-lírico.
com seu poder de palavra c) se evidencia o conflito do eu-lírico, através do emprego
e seu poder de silêncio. de imagens caricaturais.
[...] d) o eu-lírico define poema, pela comparação e pelo uso de
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião: 19 livros de poesia. 2.ª uma linguagem simbólica.
ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.)
e) tem um tom irônico, o qual resulta numa crítica a de-
terminado modo de escrever.
Nesse fragmento, Drummond dá ênfase a que componente da
comunicação: emissor, receptor, mensagem, código, canal ou re- 16 - (UFMS) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
ferente? Considerando o elemento em destaque, informe qual 01. A predominância de verbos no presente do indicativo
das seis funções da linguagem predomina no texto? mostra um locutor engajado, que se compromete com aquilo que
enuncia.
13 - (UFGD MS) Leia o poema de Mário Quintana e responda 02. O uso de “você” para se dirigir ao cliente é uma estraté-
à questão gia utilizada pelo banco para indicar proximidade, intimidade.
04. Apesar de se tratar de um diálogo, o Sudameris aparece
O poema como 3a pessoa (ele) e não como 1a (eu), como seria de esperar.
08. O “nós”, que aparece no final do anúncio, refere-se tan-
Um poema como um gole d´água bebido no escuro. to ao locutor (equipe de profissionais do banco) quanto ao inter-
Como um pobre animal palpitando ferido. locutor (cliente).
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta 16. O uso do imperativo (“sinta-se”, “ligue”) confere ao
noturna. texto um “tom” de obrigatoriedade que destoa da linguagem se-
Um poema sejm outra angústia que a sua misteriosa condição de dutora, própria de anúncios publicitários.
poema.
Triste. 17 - (UNAERP SP) Assinale a opção cuja função de lingua-
Solitário. gem não está corretamente analisada.
Único. a) "O poema que segue é o mais popular de Alphonsus de
Ferido de mortal beleza. Guimarães. O texto situa-se na parte de sua obra que se inclina a
buscar algumas sugestões de forma e conteúdo na tradição poéti-
É curioso que o texto tem por título “O poema”, revelando a pre- ca medieval." (poética)
sença de um das funções da linguagem predominante na inten- b) "Anda em mim, soturnamente, Uma tristeza ociosa,
ção do poeta, a saber:

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Sem objetivo, latente, 21 - (UFAL)


Vaga, indecisa, medrosa" (emotiva)
c) "Não ande com o celular pendurado na calça. Fica feio,
guarde-o na mochila. Dá pra escutá-lo do mesmo jeito." (conati-
va)
d) "Ah! Jamais ter necessidade de pronunciar essa interjei-
ção…" (metalingüística)
e) "Neandertais comiam neandertais." As referências são
fortes. Os nossos primos neandertais extintos há uns 30.000 a-
nos, comiam seus semelhantes. (referencial)

18 - (UNIMES SP) “A americana não entendia. 'Pois sim' que-


ria dizer não e 'Pois não' queria dizer sim? Tentaram lhe expli-
car. 'Pois sim' tinha o sentido de 'imagine se alguém diria sim pa-
ra isso', e 'pois não' o sentido contrário. Então o que queria dizer
a palavra 'pois'? Era complicado. E a americana ficou ainda mais
impaciente quando, em vez de lhe darem uma resposta, disseram
'Pois é... ' Até que também perderam a paciência com a america-
na e alguém sugeriu: 'Perguntem a ela sobre a guerra no Iraque.'
Luís Fernando Veríssimo. O Estado de S.Paulo. 14/08/2005, p. D14.

Nos trechos em que se tenta explicar para a americana os senti-


dos de construções típicas da língua portuguesa, predomina a
função
a) referencial da linguagem.
b) conativa da linguagem.
c) fática da linguagem.
d) metalingüística da linguagem.
e) emotiva da linguagem.
a) Explique os recursos persuasivos da mensagem publici-
19 - (PUC MG) Leia atentamente o poema a seguir. tária acima, identificando a função predominante da linguagem.
b) Ocorre no cartaz um caso de desrespeito à norma culta
XIII da língua.
Estou atravessando um período de árvore.
O chão tem gula de meu olho por motivo que I. Identifique-o.
[meu olho tem escórias de árvore. II. Reescreva o texto, de acordo com essa norma.
(...)
O chão deseja meu olho por motivo que meu olho 22 - (MACK SP)
[possui um coisário de nadeiras I
O chão tem gula de meu olho pelo mesmo motivo Como são belos os dias
[que ele tem gula por pregos por latas por folhas Do despontar da existência!
A gula do chão vai comer meu olho. — Respira a alma inocência
No meu morrer tem uma dor de árvore. Como perfumes a flor;
O mundo – um sonho dourado,
Sobre ele, é INCORRETO afirmar que: A vida – um hino d’amor!
a) privilegia as coisa ínfimas, os restos, o lixo como ima- Casimiro de Abreu
gens recorrentes.
b) utiliza a repetição como recurso construtivo. II
c) faz uso de metalinguagem e intertextualidade. Lembramo-nos (...), com saudade hipócrita, dos felizes
d) afirma a identificação do sujeito poético com as coisas. tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto,
não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de muito lon-
20 - (UFAL) Graciliano Ramos, em São Bernardo, fala várias ge a enfiada de decepções que nos ultrajam.
vezes, por meio da personagem Paulo Honório, sobre a arte de Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual
escrever romance _ o que se pode observar na seguinte passa- aos outros que nos alimentam a saudade dos dias que correram
gem: como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em
todas as datas.
_ Vá para o inferno, Gondim. Está pernóstico, está safado, está Raul Pompéia
idiota. Há lá ninguém que fala dessa forma.
Com relação ao texto I, é correto afirmar que:
(...) Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu a) a métrica regular, as rimas alternadas e a temática bucó-
Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios, naturalmente, lica são traços típicos do lirismo setecentista do autor.
mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escre- b) o tom exclamativo, associado ao tema do mito do pri-
ver como falo, ninguém me lia. meiro amor, comprova seu estilo parnasiano.
Identifique a função predominante da linguagem exemplificada c) o predomínio de orações subordinadas na recriação da
no texto. Justifique sua resposta. infância perdida revela que o texto é renascentista.

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d) o tom irreverente dos dois primeiros versos e a lingua- a) Poética.


gem formal comprovam seu estilo modernista. b) Fática.
e) a idealização do passado e a linguagem emotiva são ín- c) Referencial.
dices do estilo romântico. d) Emotiva.
e) Conativa.
23 - (PUC SP) Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já 26 - (UNIRIO RJ) INTERROGAÇÕES
não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto ser-
vindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à fun- 1 "Certa vez estranhei a ausência de espelhos nos sonhos.
ção da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. 2 Talvez porque neles não nos podemos ver, como no ve-
Indique a alternativa que explicita essa função. lho conto do homem que perdeu a sombra.
a) Função emotiva 3 Pelo contrário, seremos tão nós mesmos a ponto de dis-
b) Função referencial pensar o testemunho dos reflexos?
c) Função fática 4 Ou será tão outra a nossa verdadeira imagem - e aqui
d) Função conativa começa um arrepio de medo - que seríamos incapazes de a reco-
e) Função poética nhecer naquilo que de repente nos olhasse do fundo de um espe-
lho?
24 - (PUC MG) Todas as afirmações, sobre o enredo do ro- 5 Em todo caso, lá deve ter suas razões o misterioso cena-
mance Jorge, um brasileiro, estão corretas, EXCETO: rista dos sonhos..."
a) As idas de Jorge à casa de D. Olga ocorrem quando da (Mario Quintana)
construção da estrada Brasília-Acre.
b) O conserto dos caminhões concreteiros, trabalho reali- "... seremos tão nós mesmos a ponto de dispensar o testemunho
zado a duras penas por Jorge, ocorre depois que seu patrão, o Sr. dos reflexos?" (par.3)
Mário, se desfaz da oficina de Volkswagen. A passagem anterior apresenta, predominantemente, as funções:
c) O encontro com dona Helena ocorre depois que Jorge a) conativa e emotiva.
volta da viagem a Caratinga. b) emotiva e poética.
d) Logo no início da viagem de retorno para Belo Hori- c) referencial e apelativa.
zonte, Jorge enfrenta um contratempo: a carreta que era dirigida d) fática e metalingüística.
por ele atropela um homem. e) metalingüística e conativa.
e) Na viagem de ida para Caratinga, o ônibus em que Jor-
ge estava choca- se com um caminhão-tanque, e Jorge dá teste- 27 - (UFRJ) Terra em chamas
munho favorável ao caminhoneiro na delegacia local.
Com seu privilégio territorial, o Brasil jamais deveria ter o cam-
25 - (ITA SP) Assinale a opção que apresenta a função da lin- po conflagrado. Existem 371 milhões de hectares prontos para a
guagem predominante nos fragmentos abaixo: agricultura no país, uma área enorme, que equivale aos territó-
rios de Argentina, França, Alemanha e Uruguai somados. Mas
(I) apenas 14% dessa terra, igual à Alemanha, tem algum tipo de
Mana Rosa quase que aceitava, de uma vez, plantação. Outros 48%, área quase igual à do México, destinam-
para resolver a situação, tal o embaraço em que se à criação de gado. O que sobra, uma África do Sul inteira, é o
se achavam. Estiveram um momento calados. que os especialistas chamam de terra ociosa. Nela não se produz
− Gosta de versos? 1 litro de leite, uma saca de soja, 1 quilo de batata ou um cacho
− Gosto... de uva. Por trás de tanta terra à-toa esconde-se outro problema
− Ah! agrário brasileiro. Quase metade da terra cultivável está nas
Pousou os olhos numa oleografia. mãos de 1 % dos fazendeiros, enquanto uma parcela ínfima, me-
nos de 3%, pertence a 3,1 milhões de produtores rurais. É como
− É brinde de farmácia?
se a população da cidade de Resende, no interior do Estado do
− É.
Rio de Janeiro, fosse dona de três Franças, enquanto a população
− Bonita... da Nova Zelândia tivesse apenas um Estado de Santa Catarina.
− Acha? (...)
− Acho... Boa reprodução... Juntando tanta terra na mão de poucos e vastas extensões impro-
(Orígenes Lessa, O feijão e o sonho)
dutivas, o Brasil montou o cenário próprio para atear fogo ao
campo. É aí que nascem os conflitos, que nos últimos quinze a-
(II)
nos, só em chacinas, fizeram 11 5 mortos. Daí surge a massa de
Sentavam-se no que é de graça: banco de praça pública.
sem-terra, formada tanto por quem perdeu seu pedaço para plan-
E ali acomodados, nada os distinguia do resto do nada. Pa-
tar como pela multidão de excluídos, desempregados ou biscatei-
ra
ros da periferia das grandes cidades, que são, de uma forma ou
a grande glória de Deus.
de outra, gente também ligada à questão da terra - porque perdeu
Ele: - Pois é.
a propriedade, porque não choveu, porque o pai vendeu a fazen-
Ela: - Pois é o quê?
da, porque ela foi inundada por uma represa.
Ele: - Eu só disse “pois é”! (VEJA. "Sangue em Eldorado". SP Editora Abril, Edição 1441/Ano29/N
Ela: - Mas “pois é” o quê? 17.24/04/96. p.40.)
Ele: - melhor mudar de conversa porque você não me en-
tende. Atenção - vocabulário:
Ela: - Entender o quê? conflagrado (1° período) - em agitação, em convulsão
Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto
já. Um dos aspectos do problema tematizado em "Terra em chamas"
(Clarice Lispector, A hora da estrela) está discutido no seguinte trecho:

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"O que sobra, uma África do Sul inteira, é o que os especialistas Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A no-
chamam de TERRA OCIOSA. Nela não se produz 1 litro de lei- tícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão,
ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um cor-
te, uma saca de soja, 1 quilo de batata ou um cacho de uva. Por
trás de tanta TERRA À-TOA esconde-se outro problema agrário redor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de
brasileiro." fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite
a) e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a to-
Aponte a diferença de sentido entre "terra OCIOSA" e
"terra À-TOA", no trecho destacado. das as aflições do dia, com a última luz na varanda.
b) O emprego da expressão "terra À-TOA", em confronto E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do
tempero na salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade.
com a expressão "terra ociosa", manifesta a função emotiva (ou
expressiva) da linguagem. Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas
Explique por quê. murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que
fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora,
28 - (MACK SP) Assinale a alternativa em que se evidencia a conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para
presença de metalinguagem. casa, Senhora, por favor.”
DALTON TREVISAN, “Apelo”, em “O Conto Brasileiro Contemporâneo”
(seleção de textos, introdução e notas bibliográficas por Alfredo Bosi) 2ª ed., São
a) Meus amigos foram às ilhas. Paulo, Cultrix, 1977, p.190.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e A eclosão do apelo, no terceiro parágrafo, vai-se construindo por
trouxeram a notícia meio de uma função da linguagem nele predominante e que se
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos denomina função:
os dias, a) poética.
entre o fogo e o amor. b) fática.
c) apelativa.
b) Gastei uma hora pensando num verso d) emotiva.
que a pena não quer escrever. e) referencial.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo. 30 - (UNIFICADO RJ) Texto
Ele está cá dentro
e não quer sair. Dolores era um desses tipos que o Brasil importa a mãi e o pai
Mas a poesia deste momento pra bancar que também dá moça linda. Direitinho certas indús-
inunda minha vida inteira. trias de São Paulo... Da terra e da nossa raça não tinha nada, po-
rém se pode afirmar que tinha o demais porque não havia nin-
c) Este pintor guém mais brasileiro que ela. Falassem mal do Brasil perto dela
sabe o corpo feminino e seus possíveis pra ver o que sucedia! Desbaratava logo com o amaldiçoado que
de linha e de volume reinventados. vem comer o pão da gente, agora! Praquê não ficou lá na sua ter-
Sabe a melodia do corpo em variações entrecruzadas. ra morrendo de fome! Vá saindo...! Ah! Perto de mim você não
Lê o código do corpo, de A ao infinito fala do Brasil não porque eu dou pra trás, sabe! Eu sei bem que a
dos signos e das curvas que dão vontade de morrer Itália é mais bonita, mais bonita o quê... Uma porcariada de ca-
de santo orgasmo e de beleza. sas velhas, isso sim, e gente ruim, só calabrês é que se vê!... A-
qui tem cada amor de bangalôzinho... e a estação da Luz, então!
d) E não gostavas de festa... Você nunca, aposto, que já entrou no Teatro Municipal! Si en-
Ó velho, que festa grande trou, foi pro galinheiro, não viu o fuaier Itália... A nossa cate-
hoje te faria a gente. dral... Aquilo é gótico, sabe! Não está acabada mas falaram pra
E teus filhos que não bebem mim que vai ter as torres mais compridas do mundo!
e o que gosta de beber, E Dolores ficava muito bonita na irritação, com cada olho enor-
em torno da mesa larga, me lá no fundo relumeando que nem esmeralda. Era uma belezi-
largavam as tristes dietas, nha.
esqueciam seus fricotes, (ANDRADE, Mário de. "menina de olho fundo", in Os Contos de Belezarte.)
e tudo era farra honesta
acabando em confidência. Sobre o trecho de Mário de Andrade, só NÃO podemos dizer
que:
e) Um grito pula no ar como foguete. a) O narrador onisciente, através de um processo compra-
Vem da paisagem de barro úmido, caliça e andaime hir- tivo, faz crítica irônica ao sistema econômico então vigente.
tos. b) O dinamismo na narração é fundamentado em um entre-
O sol cai sobre as coisas em placa fervendo. laçamento entre as falas do narrador e do personagem.
O sorveteiro corta a rua. c) A presença de tipos de estrutura metomínica e hiperbó-
E o vento brinca nos bigodes do construtor lica é percebida como um recurso estilístico utilizado pelo autor.
d) A caracterização de Dolores na narrativa é feita em um
29 - (UNIRIO RJ) “APELO tom de afetividade.
e) As funções referencial e conativa predominam no texto
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. como forma de enfocar o contexto e provocar o leitor.
Primeiros dias, pra dizer a verdade, não senti falta, bom chegar
tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por 31 - (GAMA FILHO RJ) Texto
uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por enga-
no, a imagem de relance no espelho. Sempre existem novas formas de chegar a um mesmo
resultado. Muitas vezes, melhor. A comunicação eficaz consis-

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tem sempre numa forma original de dizer mais ou menos as por sua vez, se tornava inimigo na disputa de um pedaço de sebo
mesmas coisas. de boi achado no lixo e que aumentaria o volume da sopa, de um
Porque no fundo, vamos ser honestos, o que tem de ser dito sanduíche quase perfeito nas imediações de uma lanchonete, de
varia pouco. uma pipa voada, ou de um ganso dado numa partida de bola de
Qual é a pasta de dentes que não deixa os dentes mais bran- gude.
cos? Lá ia Pequeno, senhor de seu desejo, tratando bem a quem o tra-
A margarina que não é mais gostosa? tava bem, tratando mal a quem o tratava mal e tratar mal era dar
O seguro que não protege sua família? tiros de oitão na cabeça para estuporar os miolos.
O perfume que não provoca romances? Os exterminadores pararam na tendinha do Zé Gordo para tomar
Giuseppe Glacosa, que escreveu o libreto da ópera La Bo- uma Antarctica bem gelada, porque esta era a cerveja de malan-
hême para Puccini, afirmou certa vez que em toda a literatura dro beber. Pequeno aproveitou para perguntar pelos amigos que
produzida pela humanidade desde os gregos só existiam 148 si- fizera no morro, pelas tias que faziam um mocotó saboroso nos
tuações dramáticas possíveis. Em "marketing" é igual. As situa- sábados à tarde, pelos compositores da escola.
ções que um produto enfrenta num mercado não são infinitas. - Qualé, Zé Gordo, se eu te der um dinheiro, tua mulher faz um
Elas se repetem. mocotó aí pra gente?
O que varia é a forma como se abordam essas situações. - Então, meu cumpádi!
As pessoas em geral não estão interessadas nos produtos em Pequeno deu a quantia determinada pela esposa de Zé Gordo, em
si. Estão interessadas no benefício que podem tirar desses produ- seguida retornaram à patrulha que faziam.
tos. (LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.)
Um Rolex torna a pessoa distinta.
Um carro esporte torna o dono mais jovem. 32 - (UERJ) No segundo parágrafo do texto Cidade de Deus,
Um creme de beleza engana a morte. há um comentário sobre os sentidos e as possíveis classificações
Quais as chances de você ser percebido? Tem de usar talen- gramaticais da palavra compadre.
to. Mais um tipo específico de talento: o talento de comunicar. Nesse trecho, o narrador recorreu à função da linguagem deno-
Júlio Ribeiro In Revista Exame, 14/09/94), pp. 110-111 (adaptação) minada:
a) poética
As funções da linguagem predominantes no primeiro e no último b) conativa
parágrafos do texto são, respectivamente: c) referencial
a) emotiva e fática. d) metalingüística
b) conativa e metalinguística.
c) emotiva e referencial. TEXTO: 2 - Comum à questão: 33
d) referencial e conativa.
e) fática e metalinguística. Para responder às questões adiante, leia os textos a seguir.

TEXTO: 1 - Comum à questão: 32 "Psicografia", de Ana Cristina Cesar.

CIDADE DE DEUS Também eu saio à revelia


Barracos de caixas de tomate, madeiras de lei, carnaúba, pinho- e procuro uma síntese nas demoras
de-riga, caibros cobertos, em geral, por telhas de zinco ou folhas cato obsessões com fria têmpera e digo
de compensados. Fogueiras servindo de fogão para fazer o mo- do coração: não soube e digo
cotó, a feijoada, o cozido, o vatapá, mas, na maioria das vezes, da palavra: não digo (não posso ainda acreditar
para fazer aquele arroz de terceira grudado, angu duro ou muito na vida) e demito o verso como quem acena
ralo, aqueles carurus catados no mato, mal lavados, ou simples- e vivo como quem despede a raiva de ter visto
mente nada. Apenas olhares carcomidos pela fome, em frente
aos barracos, num desespero absoluto e que por ser absoluto é "Autopsicografia", de Fernando Pessoa.
calado. Sem fogueira para esquentar ou iluminar como o sol, que
se estendia por caminhos muitas vezes sem sentido algum para O poeta é um fingidor.
os que não soltavam pipas, não brincavam de pique-pega e não Finge tão completamente
se escondiam num pique-esconde. Que chega a fingir que é dor
Os abismos têm várias faces e encantam, atraem para o seu seio A dor que deveras sente.
como as histórias em quadrinhos que chegavam ao morro com-
pradas nas feiras da Maia Lacerda e do Rio Comprido, baratas E os que lêem o que escreve,
como a tripa de porco que sobrava na casa do compadre maneiro Na dor lida sentem bem,
que nem sempre era compadre de batismo. Era apenas o adjeti- Não as duas que ele teve,
vo, usado como substantivo, sinônimo de uma boa amizade, de Mas só as que eles não têm.
um relacionamento que era tecido por favores, empréstimos im-
pagáveis e consideração até na hora da morte. E assim nas calhas de roda
São as pessoas nesse desespero absoluto que a polícia procura, Gira, a entreter a razão,
espanca com seus cassetetes possíveis e sua razão impossível, Esse comboio de corda
fazendo com que elas, com seus olhares carcomidos pela fome, Que se chama o coração.
achem plausíveis os feitos e os passos de Pequeno e de sua qua-
drilha pelos becos que, por terem só uma entrada, se tornam be- Vocabulário:
cos sem saídas, e achem, também, corriqueira essa visão de meia comboio: trem de ferro.
cara na quina do último barraco de cada beco de crianças negras calhas de roda: trilhos sobre os quais corre o trem de ferro.
ou filhas de nordestinos, de peito sem proteção, pé no chão,
shorts rasgados e olhar já cabreiro até para o próprio amigo, que,

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33 - (UFSCar SP) Compare os poemas de Fernando Pessoa e TEXTO: 4 - Comum à questão: 35


de Ana Cristina Cesar e responda:
a) Por que se pode dizer que em ambos os poemas está O marinheiro sueco, um loiro de quase dois metros, entrou no
presente a função metalingüística? bar, soltou um bafo pesado de álcool na cara de Nacib e apontou
b) Explique a ambigüidade presente no poema de Fernan- com o dedo as garrafas de "Cana de Ilhéus". Um olhar suplican-
do Pessoa, revelada pelo título e pelo adjetivo "fingidor", em te, umas palavras em língua impossível. Já cumprira Nacib, na
contraste com o poema de Ana Cristina Cesar. véspera, seu dever de cidadão, servira cachaça de graça aos ma-
rinheiros. Passou o dedo indicador no polegar, a perguntar pelo
TEXTO: 3 - Comum à questão: 34 dinheiro. Vasculhou os bolsos o loiro sueco, nem sinal de dinhei-
ro. Mas descobriu um broche engraçado, uma sereia dourada. No
L. F. Veríssimo balcão colocou a nórdica mãe-d'água, Yemanjá de Estocolmo.
Os olhos do árabe fitavam Gabriela a dobrar a esquina por detrás
Importados da Igreja. Mirou a sereia, seu rabo de peixe. Assim era a anca de
Gabriela. Mulher tão de fogo no mundo não havia, com aquele
1 - Nunca entendi por que, com a abertura da nossa eco- calor, aquela ternura, aqueles suspiros, aquele langor. Quanto
nomia, não aproveitaram para importar outro povo. mais dormia com ela, mais tinha vontade. Parecia feita de canto
2 - Outro povo, Mirtes? e dança, de sol e luar, era de cravo e canela. Nunca mais lhe dera
3 - Para substituir o nacional. O estrangeiro é muito mais um presente, uma tolice de feira. Tomou da garrafa de cachaça,
bem-feito do que o que se encontra por aqui. encheu um copo grosso de vidro, o marinheiro suspendeu o bra-
4 - Ouvi dizer que há um problema para conseguir pe- ço, saudou em sueco, emborcou em dois tragos, cuspiu. Nacib
ças... guardou no bolso a sereia dourada, sorrindo. Gabriela riria con-
5 - Bobagem. Hoje, pela Internet, se compra de tudo. tente, diria a gemer: "precisava não, moço bonito ..." E aqui ter-
6 - Sabe que você pode ter razão, Mirtes? O material do mina a história de Nacib e Gabriela, quando renasce a chama do
povo que se vê no estrangeiro é muito melhor, o acabamento é amor de uma brasa dormida nas cinzas do peito.
superior...
7 - E o desempenho nem se fala. Vai ver se nos Estados 35 - (UFSCar SP) Assinale a alternativa que contém um tre-
Unidos tem gente parada. cho em que o autor apresenta as informações numa linguagem
8 - Eles são mais higiênicos, têm mais e melhores den- altamente conotativa.
tes... a) ... soltou um bafo pesado de álcool na cara de Nacib...
9 - E quase não precisam de manutenção. Ao contrário do b) Os olhos do árabe fitavam Gabriela a dobrar a esquina...
brasileiro, que está sempre na fila do SUS para consertos e por c) Já cumprira Nacib, na véspera, seu dever de cidadão...
qualquer coisinha empaca. d) Mas descobriu um broche engraçado, uma sereia doura-
10 - Além do mais, os estrangeiros têm como equipamento da.
standard o que aqui é opcional, ou inexistente. Calorias, boa e- e) Parecia feita de canto e dança, de sol e luar, era de cra-
ducação primária... vo e canela.
11 - E duram muito mais.
12 - Haveria, claro, um problema de adaptação... TEXTO: 5 - Comum à questão: 36
13 - Mínimo! Língua, corrente elétrica, nada que não se
pudesse resolver em pouco tempo. E trazer povo de fora ajudaria Observe a tira da personagem Mafalda, publicada por Quino
a produção nacional, pois seria um incentivo para melhorar a em 1965.
qualidade de gente feita aqui. Nada como a competição, querida.
14 - E os preços não assustam?
15 - Nada. Vi um catálogo na Amazon com uns dinamar-
queses bem acessíveis.

34 - (UFSM RS) Se o diálogo do texto simulasse a fala in-


formal, algumas palavras teriam sua grafia alterada para repro-
duzir, o mais fielmente possível, a pronúncia dos falantes:

"opcional" (par. 10) é opicionau


"pouco" (par. 13) é poco
"melhorar" (par. 13) é melhorá

A única alteração que NÃO se encontra nas transformações é


a) queda de fonema consonantal no final do vocábulo.
b) acréscimo de vogal para separar um encontro consonan-
tal.
c) acréscimo de vogal provocando a formação de um di-
tongo crescente.
d) substituição de consoante final por semivogal, provo-
cando a formação de um ditongo decrescente.
e) simplificação de ditongo decrescente em vogal simples.

36 - (MACK SP) No primeiro quadrinho, a forma verbal Sabe

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a) tem a oração A semana que vem vou viajar de férias b) emotiva e metalingüística, uma vez que o remetente da
como complemento do tipo objeto direto. carta, além de externar um ponto de vista particular sobre o as-
b) é ocorrência típica do português culto e formal, verifi- sunto tratado, estabelece diferenciações semânticas entre os tipos
cado, por exemplo, no início de documentos oficiais escritos. de roubo.
c) é empregada para estabelecer o contato inicial com o in- c) conativa e referencial, uma vez que o remetente da car-
terlocutor, como “alô” em uma conversa telefônica. ta, além de centralizar o alvo da comunicação no destinatário,
d) destaca que o interlocutor possui conhecimento prévio expõe, de forma imparcial, informações verdadeiras sobre a rea-
do assunto. lidade.
e) introduz conselho dirigido ao interlocutor. d) conativa e emotiva, uma vez que o remetente da carta,
além de centralizar o alvo da comunicação no destinatário, ex-
TEXTO: 6 - Comum à questão: 37 terna um ponto de vista particular sobre o assunto tratado.

CARTA A UM JOVEM QUE FOI ASSALTADO TEXTO: 7 - Comum à questão: 38

“Foste assaltado. Bem, a primeira coisa a dizer é que isso não Este inferno de amar
chega a ser um fato excepcional. Excepcional é ganhar um bom
salário, acertar a loto: mas ser 3assaltado é uma experiência que Este inferno de amar – como eu amo!
faz parte do cotidiano de qualquer cidadão brasileiro. Os assal- Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi?
tantes são democráticos: não discriminam idade, nem sexo, nem Esta chama que alenta e consome,
cor, nem mesmo classe social - grande parte das vítimas é das vi- Que é a vida – e que a vida destrói –
las 6populares. Como é que se veio a atear,
É claro que na hora não pensaste nisso. Ficaste chocado com a Quando – ai quando se há-de ela apagar?
fria brutalidade com que o delinqüente te ordenou que lhe entre- Almeida Garrett
gasse a bicicleta (podia ser o 9tênis, a mochila, qualquer coisa).
Entregaste e fizeste bem: outros pagaram com a vida a impaci- 38 - (UNIFESP SP) Nos versos de Garrett, predomina a função
ência, a coragem ou até mesmo o medo - não poucos foram ba- a) metalingüística da linguagem, com extrema valorização
leados pelas costas. da subjetividade no jogo entre o espiritual e o profano.
12
Indignação foi o sentimento que te assaltou depois. Afinal, era b) apelativa da linguagem, num jogo de sentido pelo qual
o fruto do trabalho que o homem estava levando. Não fruto do o poeta transmite uma forma idealizada de amor.
teu trabalho - até poderia ser - mas o fruto do trabalho do teu pai, c) referencial da linguagem, privilegiando-se a expressão
o que talvez te doeu mais. de forma racional.
15
Ficaste imaginando o homem passando a bicicleta para o re- d) emotiva da linguagem, marcada pela não contenção dos
ceptador, os dois satisfeitos com o bom negócio realizado. É sentimentos, dando vazão ao subjetivismo.
possível que o assaltante tenha dito, nunca ganhei dinheiro tão e) fática da linguagem, utilizada para expressar as idéias
fácil. E, pensando nisso, a amargura te invade o 18coração. Onde de forma evasiva, como sugestões.
está o exército? Por que não prendem essa gente?
Deixa-me dizer-te, antes de mais nada, que a tua indignação é TEXTO: 8 - Comum à questão: 39
absolutamente justa. Não há nada que justifique o crime, nem
mesmo a pobreza. TEXTO 2
21
Há muito pobre que trabalha, que luta por salários maiores, que
faz o que pode para melhorar a sua vida e a vida de sua família - Fragmento A
sem recorrer ao roubo ou ao assalto. Mas tudo que eles levam, os
ladrões e assaltantes, são coisas materiais. 24E enquanto estive- MAJOR CHICO MANGA
rem levando coisas materiais, o prejuízo, ainda que grande, será (Discursando). Foi um herói, minha gente. Um herói de verdade.
só material. Graças a ele, as tropas brasileiras na Itália conquistaram seu tri-
Mas não deves deixar que te levem o mais importante. E o mais unfo. Graças a seu gesto magnífico, lançando-se de peito aberto
importante é a 27tua capacidade de pensar, de entender, de racio- contra a metralha, aquele batalhão, encorajado pelo seu exemplo,
cinar. Sim, é preciso se proteger contra os criminosos, mas não é levou de roldão as terríveis hordas nazistas. Esta glória, que há
preciso viver sob a égide do medo. de ficar para sempre gravada nas páginas da História, é também
Deve-se botar trancas e alarmes nas portas, não em nossa mente. nossa, porque foi este o solo que lhe serviu de berço.
Deve-se 30repudiar o que fazem os bandidos, mas deve-se evitar
o banditismo. PREFEITO
Eles te roubaram. É muito ruim, isso. Mas que te roubem só a- Isso mesmo.
quilo que podes substituir. Que não te roubem o coração."
SCLIAR, Moacyr. Moacyr Scliar (seleção e prefácio de Luís Augusto Fischer). MAJOR
São Paulo: Global, 2004. p. 267-268. (Coleção Melhores Crônicas)
Mas foi preciso que se derramasse o sangue de um herói — e es-
Glossário: se sangue era quase meu, como todos sabem, casado que sou
égide: escudo. com a tia dele — para que as autoridades federais tomassem co-
nhecimento deste lugar, até então esquecido de Deus e dos ho-
37 - (UFRN) Predominam, na crônica, as seguintes funções mens. O feito heróico de Cabo Jorge atraiu para esta cidade jor-
da linguagem: nalistas, cinegrafistas e turista de toda parte. No entanto, é preci-
a) emotiva e referencial, uma vez que o remetente da carta, so que se saiba também, meus patrícios, meu povo, que nada dis-
além de externar um ponto de vista particular sobre o assunto so teria acontecido se este amigo de vocês não tivesse, na Câma-
tratado, sustenta esse ponto de vista em dados consistentes sobre ra Federal, lutado como lutou para trazer até aqui o progresso, as
a realidade. conquistas da civilização cristã.

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PREFEITO TEXTO: 9 - Comum à questão: 40


Muito bem.
DEIXEM JESON EM PAZ
Aplausos. Dois populares levantam uma faixa: André Petry
PELO PROGRESSO DE CABO JORGE,
VOTE NO MAJOR CHICO MANGA. Sou a favor da legislação da eutanásia. É uma louvável alternati-
(p.22-23) va que o homem encontrou para morrer com dignidade, para evi-
tar o suplício das dores vãs. Mesmo assim, mesmo defendendo
Fragmento B que a eutanásia seja um direito disciplinado na lei brasileira, eu
precisaria ser louco para apontar o dedo, atirar uma pedra ou es-
CORO crever uma linha que fosse contra a atitude de Rosemara dos
Sai do meio do placo, avança até o proscênio e canta. Santos Souza, a mãe de Jhéck Breener de Oliveira, que luta para
impedir que seu filho seja submetido à eutanásia. O pequeno
Não são os heróis que fazem a História, Jhéck, 4 anos, está num leito de UTI, vítima de uma doença de-
É a História generativa irreversível. Já perdeu a fala, a visão, o movimento
Quem faz os heróis, dos braços e pernas, alimenta−se por meio de sonda e respira
Porém no caso do nosso cabo Jorge, com ajuda de aparelhos. A luta de Rosemara merece respeito e,
Foi a História onde quer que ela apareça, assim tem sido. A luta de Jeson de
Ou fomos nós? Oliveira, o pai de Jhéck, também deveria ser respeitada. Mas é
nesse ponto que a história se complica.
Este ponto ficará esclarecido Jeson queria pedir à Justiça que seu filho fosse submetido à eu-
No decorrer tanásia. Ele não suporta ver o seu filho preso a uma cama, iner-
de nossa história; te, morto para a vida, sem andar de bicicleta, tomar um sorvete,
o que importa no momento esclarecer apontar pra Lua, desenhar um elefante, bater palmas, sorrir. E o
é que sem ele, que se fez com esse pobre homem? Não lhe deram uma lasca de
sem sua glória, respeito. Jeson foi hostilizado, xingado, difamado. Foi acusado
este lugar não teria conhecido de assassino, de querer matar o próprio filho! Jeson pensou até
as maravilhas em se mudar de Franca, a cidade paulista onde mora e onde seu
e as conquistas filho está internado, porque já não podia caminhar na rua em
da civilização cristã e ocidental paz. Ceifaram−lhe o direito de ir à Justiça. Questionaram−lhe
e ocidental até a sanidade mental, sugerindo que procurasse tratamento psi-
e ocidental. quiátrico − forma maliciosa de sugerir que a eutanásia é coisa de
(p. 25) gente mentalmente perturbada. Jeson, afinal, desistiu de tentar a
eutanásia do filho.
Fragmento C “Desisto oficial e definitivamente. Quero dar chances à mãe e
estou entregando meu filho a Deus”, disse ele, numa entrevista,
CABO JORGE na véspera do feriado de 7 de setembro. O pai de Jhéck, claro,
tem todo o direito de mudar de idéia (e, pessoalmente, saúdo que
Sabem o que eu acho? Que o tempo dos heróis já passou. Hoje o tenha conseguido dominar seu sofrimento para ceder à vontade
mundo é outro. Tudo está suspenso por um botão. O botão que da mãe de Jhéck).
vai disparar o primeiro foguete atômico. Este é que é o verdadei- O dado repugnante é a intolerância da qual foi vítima. Jeson vi-
ro herói. O verdadeiro Deus. O deus-botão. Pensem bem: o fim rou a Geni da Franca, só faltou ser apedrejado nas ruas. Os ad-
do mundo depende do fígado de um homem. (Ri) E vocês ficam versários da eutanásia − religiosos dogmáticos, em geral − não
aqui cultuando a memória de um herói absurdo. Absurdo sim, lhe deram o direito sequer de pensar em voz alta. É coisa pró-
porque imaginam com qualidades que não pode ter. Coragem, pria das mentalidades entrevadas, dos que se sentem ungidos por
caráter, dignidade humana... não vêem que tudo isso é absurdo? forças superiores, dos que cevam suas idéias como se fossem
Quando o mundo pode acabar neste minuto. E isso não depende bens supremos, perfeitos, inatacáveis.
de mim, nem dos senhores, nem de nenhum herói. (Pausa. Son- Aos religiosos dogmáticos e intolerantes em geral, aos que sacra-
da os rostos impassíveis do General e do Prefeito.) A glória da lizam suas idéias e acham que sabem tudo na vida e do sofrimen-
cidade precisa ser mantida. A honra do Exército precisa ser man- to, aqui vai um apelo: deixem o Jeson em paz! Ele já sofre o bas-
tida. A honra do Exército precisa ser mantida. tante com um filho que perdeu a liberdade de viver para tor-
Entra Major, seguido de Matilde. nar−se um prisioneiro da vida. A eutanásia, caros intolerantes,
GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 153
pode ser, sim, um ato de amor.
Revista Veja, 14−09−05
39 - (UCG GO) Tomando por base a teoria das funções da
linguagem e relacionando-as com os fragmentos de O berço do 40 - (UNIMONTES MG) É um exemplo da função metalin-
herói, podemos esquematizá-las, efetuando a correspondência: güística no texto:
. Função fática: Foi um herói, minha gente. Um herói de verda- a) ”Desisto oficial e definitivamente.”
de. Graças a ele, as tropas brasileiras na Itália conquistaram b) ”...saúdo que tenha conseguido dominar seu sofrimen-
seu triunfo. to...”
. Função poética: Não são os heróis que fazem a história, é a c) ”Jeson queria pedir à justiça que seu filho fosse subme-
história quem faz os heróis. tido à eutanásia.”
. Função conativa: Pelo progresso de cabo Jorge, vote no major d) ”É uma louvável alternativa que o homem encontrou
Chico Manga. ... é preciso que se saiba também, meus patrícios, para morrer com dignidade...”
meu povo, que nada disso teria acontecido. ...

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TEXTO: 10 - Comum às questões: 41, 42 de vida saudáveis, como diminuir a ingestão de sal e bebidas al-
coólicas, controlar o peso, fazer exercícios físicos, evitar o fumo
Texto 2 e controlar o estresse.

CARTILHA DO HIPERTENSO Importância do exercício físico


O que É ?
O que é pressão alta? Como o exercício físico ajuda no controle da pressão alta?
§1 A hipertensão, ou pressão alta, existe quando a pressão, me- §8 O exercício físico ajuda a baixar a pressão. Muitas vezes,
dida várias vezes em consultório médico, é igual a 14 por 9 ou quem tem pressão alta e começa a fazer exercícios pode diminuir
maior. Isso acontece porque os vasos nos quais o sangue circula a dose dos medicamentos, ou mesmo ter a pressão arterial con-
se contraem e fazem com que a pressão do sangue se eleve. Para trolada sem o uso de remédios. O exercício físico adequado não
entendermos melhor, podemos comparar o coração e os vasos a apresenta efeitos colaterais e traz vários benefícios para a saúde,
uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Ao fecharmos a tais como ajudar a controlar o peso e a pressão arterial, diminuir
ponta dos esguichos, a pressão irá subir. Da mesma maneira, as taxas de gordura e açúcar no sangue, elevar o “bom coleste-
quando o coração bombeia o sangue e os vasos estão estreitados, rol”, diminuir a tensão emocional e aumentar a auto-estima. Para
a pressão dentro dos vasos aumenta. realizar exercícios físicos adequadamente, siga as seguintes di-
cas.
Quais são as conseqüências da pressão alta?
§2 A pressão alta ataca os vasos. Todos eles são recobertos in- Dicas para realizar atividades físicas
ternamente por uma camada muito fina e delicada, que é machu- §9 Não obrigue o corpo a grandes e insuportáveis esforços.
cada quando o sangue está circulando com pressão muito alta. Quem não está acostumado a fazer exercícios e resolve “ficar em
Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados e podem, forma” de uma hora para outra prejudica a saúde. Vá com calma.
com o passar dos anos, entupir ou romper-se. Quando isso acon-
tece no coração, o entupimento de um vaso leva à angina e pode §10 Pergunte ao médico se sua pressão está controlada e se você
ocasionar infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de pode começar a se exercitar. §11 Faça um teste ergométrico
um vaso leva ao "derrame cerebral" ou AVC. Nos rins também (caminhar na esteira ou pedalar bicicleta, medindo a pressão ar-
pode ocorrer entupimento, levando à paralisação dos rins. Todas terial e a freqüência cardíaca). O médico ou um professor de e-
essas situações são muito graves e podem ser evitadas com o ducação física pode orientar sobre a melhor forma de fazer exer-
controle da pressão alta. cício.

Quem tem pressão alta? §12 Os exercícios dinâmicos, como andar, pedalar, nadar e dan-
§3 A pressão alta, ou hipertensão, é uma doença muito comum, çar, são os mais indicados para quem tem pressão alta. Devem
que acomete uma em cada cinco pessoas. Entre os idosos, ela ser feitos de forma constante, sob supervisão periódica e com
chega a atacar uma em cada duas pessoas. Também as crianças aumento gradual das atividades.
podem ter pressão alta. Costumamos dizer que a pressão alta é
uma doença "democrática", porque ataca homens e mulheres, §13 A intensidade dos exercícios deve ser de leve a moderada,
brancos e negros, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e ma- pelo menos 30 minutos por dia, três vezes por semana. Se puder,
gros, pessoas calmas e nervosas. caminhe diariamente. Se não puder cumprir todo o tempo do e-
xercício em um só turno, faça-o em dois turnos.
Que cuidados devo ter com meus filhos se tenho pressão al-
ta? §14 Os exercícios estáticos, como levantamento de peso ou mus-
§4 Quem tem pressão alta deve orientar seus filhos a medir a culação, devem ser evitados, porque provocam aumento muito
pressão a cada seis meses ou no máximo a cada ano, para que o grande e repentino da pressão.
diagnóstico da doença seja feito pouco tempo depois do seu apa-
recimento. §15 Ao realizar exercícios, contente-se com um progresso físico
lento, sem precipitações e com acompanhamento médico. Procu-
Por que as pessoas têm pressão alta? re realizá-los com prazer.
§5 Na maioria das pessoas que têm pressão alta, esta aparece
porque é herdada dos pais. Sabe−se que os que têm o pai, a mãe (Disponível em: <http://www.sbh.org.br/publico/informacoes/cartilhas/>.
Acesso em: 20 jun. 2006. Adaptado.)
ou ambos com pressão alta têm maior chance de adquirir a doen-
ça. Hábitos de vida inadequados também são importantes: a o-
41 - (EFOA MG) Assinale a alternativa que NÃO apresenta
besidade, a ingestão excessiva de sal ou de bebida alcoólica e a
características do gênero do texto em questão:
inatividade física podem contribuir para o aparecimento da pres-
a) Utilização principalmente de verbos no imperativo,
são alta.
contendo ordens, conselhos e instruções.
b) Incitação do leitor a agir diante do que está sendo in-
Pressão alta tem cura?
formado.
§6 A pressão alta é uma doença crônica e dura a vida toda. Ela
c) Emprego com freqüência dos verbos auxiliares “poder”
pode ser controlada, mas não curada. Na maioria das vezes, não
e “dever”, conferindo aos verbos principais idéias de possibili-
se conhece o que causa a pressão alta nem como curá-la, mas é
dade e ordem.
possível controlar a doença, evitando que a pessoa tenha a vida
d) Uso muitas vezes de verbos no presente para dar um
encurtada. O tratamento para pressão alta também evita o infarto
sentido afirmativo e categórico às instruções.
do coração, o derrame cerebral e a paralisação dos rins.
e) Emprego com freqüência de expressões circunstanciais
de tempo e espaço para descrever os relatos dos pacientes.
Como tratar a pressão alta?
§7 O tratamento para pressão alta dura a vida toda. Deve ser fei-
to com remédios que ajudam a controlar a pressão e com hábitos

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42 - (EFOA MG) Assinale a alternativa que NÃO apresenta 44 - (UERJ) A metalinguagem pode ser percebida quando,
características do gênero do texto em questão: em uma mensagem, a linguagem passa a ser o próprio objeto do
a) Prescrições ao público. discurso.
b) Descrição das características da doença. A metalinguagem não está presente na seguinte alternativa:
c) Depoimentos de pacientes narrando sobre a situação da doen- a) “A que mundo / Pertenço?” (v. 9 - 10)
ça. b) “Fazemos / Poemas, pobres poemas” (v. 21 - 22)
d) Instruções sobre a importância do exercício físico no controle c) “Foi este o fim da Criação!” (v. 26)
da pressão alta. d) “Quem faz – em mim – esta interrogação?” (v. 29)
e) Informações sobre as causas e conseqüências da doença.
TEXTO: 13 - Comum à questão: 45
TEXTO: 11 - Comum à questão: 43
TEXTO 2
Ribeirão Preto, SP – Uma quadrilha assaltou o Banco Nossa
Caixa de São Simão, na região de Ribeirão Preto, 314 quilôme- BALADA DAS TRÊS MULHERES
tros ao norte de São Paulo, na manhã desta quinta-feira. [...] DO SABONETE ARAXÁ
Funcionários e seguranças foram rendidos e trancados, e dois Manuel Bandeira
assaltantes pegaram o dinheiro do cofre, valor não divulgado. A
PM foi avisada às 10h30. Não há pistas do bando. As três mulheres do sabonete Araxá me invocam, me
(O Estado de S. Paulo, 23 jan. 2003.) bouleversam, me hipnotizam.
Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas da
43 - (UFAC) Identifique a função da linguagem que predomi- tarde!
na no seguinte texto: O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá.
a) emotiva
b) poética Que outros, não eu, a pedra cortem
c) conativa Para brutais vos adorarem,
d) referencial Ó brancaranas azedas,
e) metalingüística Mulatas cor da lua vêm saindo cor de prata
Ou celestes africanas:
TEXTO: 12 - Comum à questão: 44 Que eu vivo, padeço e morro só pelas três mulheres
do sabonete Araxá!
Olho as minhas mãos
São amigas, são irmãs, são amantes as três mulheres
Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas do sabonete Araxá?
Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las São prostitutas, são declamadoras, são acrobatas?
Assim, lentamente, como essas anêmonas do São as três Marias?
fundo do mar...
Fechá-las, de repente, Meu Deus, serão as três Marias?
5
Os dedos como pétalas carnívoras!
Só apanho, porém, com elas, esse alimento A mais nua é doirada borboleta.
impalpável do tempo, Se a segunda casasse, eu ficava safado da vida, dava
Que me sustenta, e mata, e que vai secretando pra beber e nunca mais telefonava.
o pensamento Mas se a terceira morresse... Oh, então, nunca mais a
Como tecem as teias as aranhas. minha vida outrora teria sido um festim!
A que mundo Se me perguntassem: Queres ser estrela? Queres ser
10
Pertenço? rei? Queres uma ilha no Pacífico? um bangalô em
No mundo há pedras, baobás1 , panteras, Copacabana?
Águas cantarolantes, o vento ventando Eu responderia: Não quero nada disso tetrarca. Eu
E no alto as nuvens improvisando sem cessar. só quero as três mulheres do sabonete Araxá:
Mas nada, disso tudo, diz: “existo”.
15
Porque apenas existem... O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá!
Enquanto isto,
O tempo engendra a morte, e a morte gera os deuses 45 - (FEPECS DF) A função de linguagem, além da função
E, cheios de esperança e medo, poética, que predomina no poema é:
Oficiamos rituais, inventamos a) emotiva;
20
Palavras mágicas, b) fática;
Fazemos c) metalingüística;
Poemas, pobres poemas d) conativa;
Que o vento e) referencial.
Mistura, confunde e dispersa no ar...
25
Nem na estrela do céu nem na estrela do mar TEXTO: 14 - Comum à questão: 46
Foi este o fim da Criação!
Mas, então, TEXTO II
Quem urde eternamente a trama de tão velhos
sonhos? O NAVIO NEGREIRO
Quem faz – em mim – esta interrogação? Castro Alves
(QUINTANA, Mário. Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: (fragmento)
Globo, 1984.)

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Negras mulheres, suspendendo às tetas não fossem outras, à medida que se evolui... Como se o tempo
Magras crianças, cujas bocas pretas não passasse pela metamorfose de dia e noite, de chuva e sol.
Rega o sangue das mães: 30
Continuamos as mesmas velhas pessoas, com os mesmos so-
Outras moças, mas nuas e espantadas, nhos.
No turbilhão de espectros arrastadas, Os sonhos também envelhecem, mas podem passar pela plástica
Em ânsia e mágoa vãs! da visão ampla e serem novos, novos sonhos, com cara de meni-
no, com cara de vida, na nossa 35cara de vencedor...
E ri-se a orquestra irônica, estridente... Importante se faz tirar o véu que cobre a jovialidade do sonho,
E da ronda fantástica a serpente identificar sua velhice, vê-lo deitado e cansado de ser sonhado,
Faz doudas espirais ... interromper o desafio, fazer renascer, melhor, moderno e possí-
Se o velho arqueja, se no chão resvala, vel...
Ouvem-se gritos... o chicote estala. LAGARES, Jane (adaptado).
Disponível em: http://prosaepoesia.com.br/cronicas/
E voam mais e mais... sonhos_envelhecem.asp.
Acesso em: 12 nov. 2006.
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia, 47 - (UNIFICADO RJ) Em “Feio isso, não é?” (l. 12), a fun-
E chora e dança ali! ção da linguagem existente no segmento destacado é:
Um de raiva delira, outro enlouquece, a) emotiva.
Outro, que martírios embrutece, b) conativa.
Cantando, geme e ri! c) metalingüística.
d) poética.
No entanto o capitão manda a manobra, e) fática.
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar, TEXTO: 16 - Comum à questão: 48
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

46 - (IBMEC) Além da função poética, qual outra função da


linguagem prevalece no poema de Castro Alves?
a) metalingüística
b) referencial
c) apelativa
d) fática
e) emotiva

TEXTO: 15 - Comum à questão: 47

TEXTO II

Os sonhos também envelhecem

Os sonhos! Esses companheiros que movem a vida, que vêm de


mãos dadas à existência!
Sonhos que se realizam, sonhos possíveis, impossíveis sonhos,
fáceis e difíceis, alavanca de cada dia. 5Sonhos dormidos, sonhos
bem acordados.
Li em algum lugar que os “sonhos são os primeiros passos para
as realizações”. Verdade, porque se realiza o que se pensa, se
pensa o que se sonha. Engatinhamos em pensamento, damos os 48 - (MACK SP) Considere as seguintes afirmações:
primeiros passos, andamos 10rumo à vitória, pelo menos deveria
ser assim. I. Encontra-se na tira expressão que representa a função
Estava pensando que os sonhos, assim como tudo, ficam velhos. fática da linguagem, aquela que põe em evidência o contato lin-
Feio isso, não é? güístico.
Sonhos velhos, velhos sonhos, que se cansaram de sonhar, que II. Os sinais de exclamação (1º quadrinho) expressam es-
enrugaram a cara, a esperança, a vontade. 15Pergunto-me se os tados emotivos distintos.
sonhos ficam velhos ou se erramos nas projeções de realização. III. As respostas da garota (2º e 3º quadrinhos) podem ser
Seguimos com tantos sonhos e vejo que alguns passam do sonho consideradas exemplos de orações classificadas pela gramática
ao desafio a si mesmo. como reduzidas.
Muitas vezes, quando se chega ao pé do sonho, 20quando o temos
nas mãos, não é mais importante, apenas vencemos um desafio, Assinale:
não alcançamos o sonho bonito, digladiamos com a força de fa- a) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
zer, quer se queira ainda ou não. b) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
A dialética da vida, essa pressa de mudar tudo, faz 25as óticas c) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.
mudarem também. Muitas vezes não percebemos e continuamos d) se apenas a afirmação III estiver correta.
a trilhar na mesma estrada, como se as árvores que a enfeitam e) se todas as afirmações estiverem corretas.

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TEXTO: 17 - Comum à questão: 49 mentos ou opiniões pessoais; aconselhar, ordenar ou interrogar,


etc.
No romance A caverna, narra-se a história de um artesão que Transcreva duas passagens nas quais se faça referência à degra-
passa a ter sua produção rejeitada pelo megacentro econômico dação do meio ambiente: uma que apresente a função referencial
que monopoliza o comércio da cidade. A anulação do trabalho − própria das descrições − e outra que apresente a função expres-
manual pela tecnologia, bem como a exploração destrutiva do siva − por meio da qual se emitem opiniões pessoais.
homem e da natureza pelo capitalismo, são temas que permeiam
a narrativa. Neste fragmento, você vai acompanhar a cena em TEXTO: 18 - Comum à questão: 50
que o protagonista volta para casa, no campo, depois de viver na
cidade, em busca de trabalho. Da Bahia para o Sul, pouca gente saberá o que é vitalina e o
que é caritó. Caritó é a pequena prateleira no alto da parede, ou
TEXTO I nicho nas casas de taipa, onde as mulheres escondem, fora do
alcance das crianças, o carretel de linha, o pente, o pedaço de
A caverna fumo, o cachimbo. Vitalina, conforme popularizou a cantiga, é a
solteirona, a moça-velha que se enfeita − bota pó e tira pó −
Enfim, a cidade ficou para trás, os bairros da periferia já lá vão, mas não encontra marido. E assim, a vitalina que ficou no caritó
daqui a pouco aparecerão as barracas, em três semanas terão é como quem diz que ficou na prateleira, sem uso, esquecida,
chegado à estrada, não, ainda lhes faltam uns trinta metros, e lo- guardada intacta.
go está a Cintura Industrial, quase tudo parado, só umas poucas As cidades grandes já hoje quase desconhecem essa relíquia da
fábricas que parecem fazer da laboração contínua a sua religião, civilização cristã, que é a solteirona, a donzela profissional.
e agora a triste Cintura Verde, as estufas pardas, cinzentas, lívi- Porque se hoje, como sempre, continuam a existir as mulheres
das, por isso é que os morangos 05devem ter perdido a cor, não que não casam, elas agora vão para toda parte, menos para o
falta muito para que sejam brancos por fora como já o vão sendo caritó. Para as repartições e os escritórios e os balcões de loja,
por dentro e tenham o sabor de qualquer coisa que não saiba a para as bancas de professora e, até mesmo, Deus que me perdo-
nada. Viremos agora à esquerda, lá ao longe, onde se vêem aque- e, para esses amores melancólicos e irregulares com um homem
las árvores, sim, aquelas que estão juntas como se fossem um que tem outros compromissos, e que não lhes pode dar senão al-
ramalhete, há uma importante estação arqueológica ainda por gumas poucas horas, de espaço a espaço, e assim mesmo fugiti-
explorar, sei-o de fonte limpa, não é todos os dias que se tem a vas e escondidas.
sorte de receber directamente1 uma informação destas da boca do De qualquer forma, elas já não se sentem nem são consideradas
próprio fabricante. Cipriano Algor já perguntou 10a si mesmo um refugo, uma excrescência, aquelas a quem ninguém quis e
como foi possível que se tivesse deixado encerrar durante três que não têm um lugar seu em parte nenhuma.
semanas sem ver o sol e as estrelas, a não ser, torcendo o pesco- Pela província, contudo, é diferente. Na província os preconcei-
ço, de um trigésimo quarto andar com janelas que não se podiam tos ainda são poderosos, ainda mantêm presa a mulher que não
abrir, quando tinha aqui este rio, é certo que malcheiroso e min- tem homem de seu (o “homem do uso”, como se chama às vezes
guado, esta ponte, é certo que velha e mal amanhada2, e estas ru- ao marido...) e assim, na província, a instituição da titia ainda
ínas que foram casas de gente, e a aldeia onde tinha nascido, funciona com bastante esplendor. E o curioso é que raramente
crescido e trabalhado, com a sua estrada ao meio e a praça à des- são as moças feias, as imprestáveis, as geniosas, que ficam no
banda3 (...) A praça ficou para trás, de repente, sem avisar, caritó.
15
apertou-se-lhe o coração a Cipriano Algor, ele sabe da vida, Às vezes elas são bonitas e prendadas, e até mesmo arranjadas,
ambos o sabem, que nenhuma doçura de hoje será capaz de mi- com alguma renda ou propriedade, e contudo o elusivo marido
norar o amargor de amanhã, que a água desta fonte não poderá não apareceu. Talvez porque elas se revelaram menos agressi-
matar-te a sede naquele deserto, Não tenho trabalho, não tenho vas, ou mais ineptas, ou menos ajudadas da família na caçada
trabalho, murmurou, e essa era a resposta que deveria ter dado, matrimonial? [...]
sem mais adornos nem subterfúgios, quando Marta lhe pergun- Falta de homem? Bem, é um dos motivos. Na província, os ho-
tou de que iria viver, Não tenho trabalho. Nesta mesma estrada, mens emigram muito. E para onde emigram, casam. Depois,
neste mesmo lugar, como no dia em que vinha do Centro com a também contribui para a existência das solteironas a reclusão
notícia 20de que não lhe comprariam mais louça (...). O motor da mourisca que muito pai ainda costuma impor às filhas moças.
furgoneta4 cantou a canção do regresso ao lar, o condutor já via Cobra que não anda não engole sapo. Ai, por estas províncias
as frondes5 mais altas da amoreira, e de repente, como um re- além ainda existe muito pai carrança que só deixa a filha sair
lâmpago negro, o Achado veio lá de cima, a ladrar, a correr pela para ver a Deus ou aos parentes, e assim mesmo muito bem a-
ladeira abaixo como se estivesse enlouquecido (...). Abriu a por- companhada.
ta da furgoneta, de um salto o cão subia-lhe aos braços, sempre Reclusas, as meninas vão ficando tímidas e dentro em pouco já
era certo que seria ele o primeiro, e lambia-lhe a cara e não o são elas próprias que se escondem com cerimônia dos estra-
deixava ver o caminho (...). nhos.
(SARAMAGO, J. A caverna. São Paulo: Cia. das Letras, 2003.) Depois - parece incrível − mas o egoísmo das mães também con-
tribui. Uma filha moça, no interior, não é, como na China, uma
Vocabulário: praga dos deuses. É, ao contrário, uma auxiliar barata e precio-
1 directamente – grafia portuguesa para “diretamente” sa, a ama-seca dos irmãos menores, a professora, a costureira,
2 amanhada – arranjada, adornada o “descanso” da mãe. E então as mães, para não perderem a
3 à desbanda – ao lado ajudante insubstituível, se associam aos pais no zelo exagerado,
4 furgoneta – veículo de passageiros e pequena carga traindo a solidariedade do sexo por outra mais imperiosa, a so-
5 frondes – copas das árvores lidariedade na exploração. [...]
(Rachel de Queiroz. Obra Reunida. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989, v. 4.
49 - (UERJ) No texto, o modo de organização discursiva se al- p.23-25)
tera para expressar diferentes intenções comunicativas do narra-
dor: informar, descrever ou narrar; expressar emoções, julga-

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50 - (UNIFOR CE) A linguagem utilizada no parágrafo tem nas uma porta comum para entrada ao mundo‐em‐rede, uma
função, predominantemente, porta de acesso ao universo de informações.
a) estética e conativa. Os dispositivos eletrônicos passam a ser apenas acessórios para
b) conativa e referencial. se chegar às múltiplas modalidades de informação. O objeto dos
c) referencial e metalingüística. novos tempos é a informação.
d) metalingüística e emotiva. Alguns números dão idéia da dimensão do universo das redes.
e) fática e estética. São mais de 2,5 bilhões de celulares, 500 milhões de computa-
dores na Internet, mais de 1,1 bilhão de usuários e algo por vol-
TEXTO: 19 - Comum à questão: 51 ta de 25 bilhões de páginas indexadas na Internet. A quantidade
de informação tende a crescer aceleradamente, com a entrada
AS TRÊS TELAS na Internet de conteúdos de vídeo e áudio gerados pelas grandes
redes de TV e pelas pessoas, que individualmente produzem seu
“Jogado num universo habitado por computadores, celulares e próprio conteúdo.
TVs, o homem contemporâneo, de acordo com reflexão do ro- Com a popularidade crescente das câmeras digitais e das embu-
mancista italiano Ítalo Calvino, autor da obra ‘Se um viajante tidas nos celulares, captura–se todo e qualquer tipo de imagem.
numa noite de inverno.’, tem muito a aprender com o livro.” Mas do ponto de vista individual, permanecem perguntas sim-
ples, porém cruciais: o que escolher? Qual notícia? Qual produ-
O futuro passa pela interligação das três telas, já quase onipre- to?Qual site? Qual filme? Qual serviço? Em última instância,
sentes na vida do homem contemporâneo. Juntos, o celular, a qual a informação relevante?
TV e o computador dominam o espetáculo do cotidiano e mono- Numa época em que o avanço tecnológico e científico redesenha
polizam o olhar. Nas suas telas, em cenários de duas ou três di- as possibilidades do homem, com oportunidades e incertezas,
mensões, desenvolvem–se as histórias, as conversações e as e- questiona–se: “Leitor, é hora de sua agitada navegação encon-
moções de nosso tempo. Tudo isso ocorre em mundos reais ou trar um ancoradouro. Que porto pode acolhê–lo com maior se-
virtuais, nos quais os limites entre um e outro já não interessam gurança que uma grande biblioteca?”.
tanto. Nesse panorama, surgem adjetivos que tentam exprimir o Virgílio Fernandes Almeida – Professor titular do Departamento de Ciência
da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
sentido dos novos engenhos e suas complexas relações: imateri-
al, intemporal, instantâneo, ubíquo, móbil, excessivo, não–linear
e múltiplo. Todos buscam circunscrever o desconhecido, cujos Vocabulário:
impactos sobre o homem são ainda uma neblina. A literatura Simbiose: interação
cria tramas e personagens que podem perscrutar o desconheci- Ubíquo: relativo ao fato de estar ou existir ao mesmo tempo e
do, oferecendo pistas para a compreensão da simbiose entre o em todos os lugares
homem e as redes de comunicação e informação.
As três telas da modernidade tecnológica formam uma rede glo- 51 - (UFLA MG) De acordo com aspectos lingüísticos e esti-
bal, na qual o homem vive o seu tempo em fragmentos: olhar a lísticos do trecho: “Leitor, é hora de sua agitada navegação en-
TV, conversar pelo celular, ouvir rádio pela Internet; telefonar contrar um ancoradouro. Que porto pode acolhê–lo com maior
pelo computador; ver um clipe no celular; acompanhar na TV o segurança que uma grande biblioteca?”, julgue as proposições
episódio da novela previamente gravado pelo computador; ver seguintes como falsas (F) ou verdadeiras (V) e, a seguir, marque
no celular cenas ao vivo do futebol; assistir na TV em tempo re- a alternativa que contém a seqüência CORRETA.
al ao cotidiano do planeta, enviar e–mails pelo celular e ver fil- ( ) A linguagem figurativa tem como tema a navegação e o
mes no computador. Nesse cenário articulado pela tecnologia navegante, associando a agitada aventura no mar à utilização da
digital, informações fluem invisivelmente entre as três telas, sob alta tecnologia; já a garantia de segurança, representada por “an-
a forma de vídeo, foto, voz, texto ou dados. coradouro” e “porto”, refere–se ao livro.
O tempo moderno, além de fugidiço, tornou–se também frag- ( ) Quanto ao processo da comunicação, a função apelativa
mentado. “Hoje em dia, escrever romances longos é contrasen- da linguagem é marcada pela presença do vocativo – “leitor” –
so: a dimensão do tempo foi estilhaçada, não conseguimos viver que é o receptor da mensagem.
nem pensar, senão em fragmentos de tempo que se afastam, se- ( ) No final, a pergunta feita ao leitor expressa dúvida por
guindo cada qual sua própria trajetória, e logo desaparecem. A parte do autor com relação ao que se afirmou no início do trecho.
continuidade do tempo só pode ser reencontrada nos romances ( ) O substantivo “ancoradouro” tem como um dos ele-
da época em que o tempo, conquanto não parecesse imóvel, ain- mentos de formação o sufixo – douro, que indica lugar, portanto,
da não se estilhaçava”, refletiu o narrador do romance. “local apropriado e seguro para ancoragem de embarcações.”
Nas três telas, a linha do tempo segue cursos diferentes. Não
mais as horas marcadas pelos eventos da natureza, da Lua ou a) VVFV
do Sol. Mas horas cadenciadas pelo ritmo dos microprocessado- b) VFFV
res e do software, que estão subjacentes às três telas. A ubiqüi- c) VVVV
dade e mobilidade das pequenas telas dos celulares, interligados d) FVFV
em rede à TV e aos computadores, criam novos modelos de per-
cepção do tempo–espaço, pelos quais vivemos a aventura huma-
na.
As três telas multiplicam as dúvidas quanto à funcionalidade dos
modernos artefatos eletrônicos. O que é o quê? O celular é ape-
nas um telefone? Ou é um computador com uma tela pequena?
O computador e o celular passaram a ser também televisão? A
televisão se tornou uma grande tela para acesso à Internet? A
multiplicidade de funções e usos decorre da acelerada evolução
das tecnologias da informação e comunicação. Os dispositivos
eletrônicos, sejam eles televisores, celulares ou PCs, serão ape-

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TEXTO: 20 - Comum à questão: 52 Além de programas e ações de combate ao problema, é funda-


mental que o município adote um plano municipal de enfrenta-
mento da exploração sexual de crianças e adolescentes, baseado
no diálogo entre os principais atores do Sistema de Garantia dos
Direitos: conselho dos direitos, conselho tutelar; secretarias mu-
nicipais, delegacia de proteção à criança; juízes e promotores da
infância. Nesse processo, as lideranças comunitárias, os adoles-
centes e suas famílias são atores fundamentais.
Ainda que essa etapa de articulação seja essencial, essa iniciativa
deve ter orçamento próprio, dedicado a programas de atendimen-
to às crianças, às redes de proteção à família e a um serviço de
denúncia. Dessa forma, o poder público municipal terá condi-
ções de cumprir seu papel de prevenir novos casos de explora-
ção, proteger a criança que sofreu violência e punir os agressores
de forma mais ágil e eficiente.
Enfrentar a exploração sexual de crianças e adolescentes requer
persistência. Estamos diante de um problema complexo. Mesmo
que esse crime tenha como causa a pobreza e a miséria, é impor-
tante ressaltar que a maior incidência de casos é registrada entre
meninas e mulheres afro-descendentes e indígenas, com baixa
escolaridade e que vivem com suas famílias de baixa renda nas
periferias das grandes metrópoles ou municípios de baixo desen-
volvimento socioeconômico.
A partir de 1o de janeiro os novos prefeitos e prefeitas serão a-
gentes fundamentais. No entanto, cada um de nós também tem
um papel nesses esforços: propor e exigir soluções, além de de-
nunciar os casos de violação. Podemos, juntos, colocar um fim a
essa prática criminosa e cruel, que marca para sempre a mente de
quem sofre a violação. Em seus novos mandatos, os representan-
tes políticos nos municípios terão uma oportunidade de mudar de
uma vez essa realidade.
(Marie-Pierre Poirier – representante da Unicef no Brasil)

53 - (FEPECS DF) Considerando o texto como um todo, a


função de linguagem que nele predomina é:
a) referencial;
52 - (UFRN) No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito,
b) conativa;
uma característica da função conativa da linguagem é
c) fática;
a) a objetividade da informação transmitida.
d) metalingüística;
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
e) emotiva.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem.
d) o emprego do verbo no modo imperativo.
TEXTO: 22 - Comum à questão: 54
TEXTO: 21 - Comum à questão: 53
Palavras que ferem, palavras que salvam
DESAFIO GLOBAL
O Globo, 24-11-2008 "Posso ajudar?" Eis duas palavrinhas que nos soam
mais que familiares. Entra-se numa loja e lá vem: "Posso aju-
No momento em que os brasileiros acabam de eleger seus prefei- dar?". Está desencadeado um processo durante o qual não mais
tos e prefeitas, o Brasil sediará o mais importante evento do conseguiremos nos livrar da prestimosa oferta. Ao entrar numa
mundo sobre o combate à exploração sexual de crianças e ado- loja, o ser humano necessita de um tempo de contemplação. Pre-
lescentes. A coincidência de agendas não foi intencional, mas cisa se acostumar ao novo ambiente, testar a nova luminosidade,
existe uma forte conexão entre as eleições e o tema que será dis- respirar com calma o novo ar. Sobretudo, necessita de solidão
cutido por autoridades e especialistas de 150 países durante o III para, por meio de um diálogo consigo mesmo, distinguir entre os
Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de objetos expostos aquele que mais de perto fala à sua necessida-
Crianças e Adolescentes, que acontece entre os dias 25 e 28 de de, ao seu gosto ou ao seu desejo. A turma do "posso ajudar" não
novembro no Rio de Janeiro. deixa. Mesmo que se diga "Não, obrigado; primeiro quero exa-
Apesar dos avanços obtidos nessa área por governos, ONGs e minar o que há na loja", ela só aparentemente entregará os pon-
sociedade civil, evidências confirmam que a exploração sexual tos. Ficará por perto, olhando de esguelha, como policial descon-
de crianças se alastra e atravessa fronteiras geográficas. Mais de fiado.
uma década após o I Congresso Mundial contra a Exploração Onde a situação atinge proporção mais dramática é nas
Sexual de Crianças, realizado em Estocolmo, a situação é de livrarias. Livraria é por excelência lugar que convida ao exame
crescente preocupação. O Congresso Mundial vai debater exa- solitário das mesas e das prateleiras. É lugar para passar lenta-
tamente esses desafios globais, mas é importante lembrar que as mente os olhos sobre as capas, apanhar e sentir nas mãos um ou
ações devem ser colocadas em prática. Mas, afinal, o que a pre- outro volume, abrir um ou outro para testar um parágrafo. Um
feita e o prefeito eleitos podem fazer? jornal certa vez avaliou como critério de qualidade das livrarias a
rapidez com que o atendente se apresentava ao freguês. Clamo-

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roso equívoco. Boa é a livraria em que o atendente só se apre- III. O fato de a linguagem estar sendo usada como assunto
senta quando o freguês o convoca. As melhores, sabiamente, da própria linguagem permite dizer que, nesse artigo, a função
dispensam o "posso ajudar". As mais mal administradas, desco- metalinguística é predominante.
nhecedoras da natureza de seu ramo de negócio, insistem nele.
Ainda se fossem outras as palavrinhas – "Posso servi- Está(ão) correta(s)
lo? Precisa de alguma informação?" Não; o escolhido é o "posso a) Apenas I.
ajudar", traduzido direto do jargão dos atendentes americanos b) Apenas II.
("May I help you?"). A má tradução das expressões comerciais c) Apenas III.
americanas já cometeu uma devastação no idioma ao propagar o d) Apenas II e III.
doentio surto de gerúndios ("Vou estar providenciando", "Posso e) Apenas I e III.
estar examinando") que, do telemarketing, contaminou outros se-
tores da linguagem corrente. O "posso ajudar" é caso parecido. TEXTO: 23 - Comum à questão: 55
Tal qual soa em português, mais merecia respostas como: "Pode,
sim. Meu carro está com o pneu furado. Você pode trocá-lo?". Carioca da gema
Ou: "Está quase na hora de buscar meu filho na escola. Você faz
isso por mim? Assim me dedico às compras com mais sossego". 1
Carioca, carioca da gema seria aquele 2que sabe rir de si mes-
Pode haver algo mais irritante do que o "posso ajudar"? mo. Também por isso, 3aparenta ser o mais desinibido e alegre
Pode. É o "é só aguardar". Este é próprio dos lugares em que se é dos 4brasileiros. Que, sabendo rir de si e de um 5tudo, é homem
obrigado a esperar para ser atendido – o banco, o INSS, o hospi- capaz de se sentar no meio 6fio e chorar diante de uma tragédia.
tal, o cartório, o Detran, a delegacia da Polícia Federal em que se 7
O resto é carimbo.
vai buscar o passaporte. Ou bem há uma mocinha distribuindo 8
Minha memória não me permite 9esquecer. O tio mais alto, o
senhas ou um mocinho organizando a fila. Chega-se, a mocinha meu tio-avô 10Rubens, mulherengo de tope, bigode frajola,
dá a senha, o mocinho aponta o lugar na fila, e tanto a mocinha 11
carioca, pobre, porém caprichoso nas roupas, 12empaletozado
quanto o mocinho dirão em seguida: "Agora é só aguardar". como na época, empertigado, 13namorador impenitente e alegre
Só? Só mesmo? O que vocês estão dizendo é que o e, pioneiro, a 14me ensinar nos bondes a olhar as pernas 15nuas
mais difícil, que foi apanhar essa senha ou ouvir a instrução so- das mulheres e, após, lhes oferecer o 16lugar. Que havia saias e
bre em qual fila entrar – ações que não me custaram mais que pernas nuas nos 17meus tempos de menino.
alguns segundos –, já passou? Agora é só gozar as delícias desta 18
Folgado, finório, malandreco, vive de 19férias. Não pode ver
sala de espera, mais apinhada do que a Faixa de Gaza? Ou apre- mulher bonita, 20perdulário, superficial e festivo até as 21vísceras.
ciar as maravilhas desta fila, comprida como a Muralha da Chi- Adjetivação vazia... E só idéia 22genérica, balela, não passa de
na? Um traço característico da turma do "é só aguardar" é que carimbo.
ela nunca cometerá a descortesia de dizer "é só esperar". Seus 23
Gosto de lembrar aos sabidos, 24perdedores de tempo e que jo-
chefes lhes ensinaram que é mais delicado, menos penoso, "a- gam conversa 25fora, que o lugar mais alegre do Rio é a 26favela.
guardar" do que "esperar". É um pouco como quando se diz que É onde mais se canta no Rio. E, aí, o 27carioca é desconcertante.
fulano "faleceu", em vez de dizer que "morreu". A crença geral é Dos favelados 28nasce e se organiza, como um milagre, um 29dos
que quem falece morre menos do que quem morre. No mínimo, maiores espetáculos de festa popular do 30mundo, o Carnaval.
morre de modo menos drástico e acachapante. 31
O carimbo pretensioso e generalizador 32se esquece de que o
Há outras ocasiões em que o uso inábil da língua vem carioca não é apenas o 33homem da Zona Sul badalada – de
em nosso socorro. Exemplos: 34
Copacabana ao Leblon. Setenta e cinco por 35cento da popula-
"Foi movido contra você um processo nº 01239/2009 ção carioca moram na Zona 36Centro e Norte, no Rio esquecido.
por danos morais, conforme a Lei nº 9.099, na segunda vara pe- E lá, sim, o 37Rio fica mais Rio, a partir das caras não
nal. Caso não compareça no lugar especificado no arquivo em 38
cosmopolitas e se o carioca coubesse no 39carimbo que lhe im-
anexo poderá implicar em chamada de segunda instância e/ou putam não se teriam 40produzido obras pungentes, inovadoras e
recolhimento da sociedade". 41
universais como a de Noel Rosa, a de Geraldo 42Pereira, a de
"Todos os clientes MasterCard, devem recadastrar o seu Nélson Rodrigues, a de Nélson 43Cavaquinho... Muito do sorriso
cartão em 72 horas. Este procedimento está sendo ocorrido mun- carioca é 44picardia fina, modo atilado de se driblarem os
dialmente. Caso nosso sistema não reconhecer o recadastramen- 45
percalços.
to, ele bloqueia o cartão, isto é, ficando impossibilitado de novas 46
Tenho para mim que no Rio as ruas 47são faculdades; os bote-
compras. Clique no link abaixo e recadastre". quins, universidades. 48Algumas frases apanhadas lá nessas bi-
Quem frequenta a internet sabe do que se trata: e-mails gornas 49da vida, em situações diversas, como 50aparentes tipos-
de golpistas, ladrões de senhas. Quando não oferecem outros in- a-esmo:
dícios, eles se denunciam pelo incontornável costume de estropi- 51
“Está ruim pra malandro” – o 52advérbio até está oculto.
ar o idioma. Que bom que a escola brasileira é tão ruim. 53
“Quem tem olho grande não entra na 54China.”
(Roberto Pompeu de Toledo. Veja, 25 de março de 2009) 55
“A galinha come é com o bico no 56chão.”
57
“Tudo de mais é veneno.”
54 - (IBMEC) Considerando seus conhecimentos sobre fun- 58
“Negócio é o seguinte: dezenove não 59é vinte.”
ções de linguagem, avalie as afirmações a seguir. 60
“Se ginga fosse malandragem, pato 61não acabava na panela.”
I. A expressão “Posso ajudar?”, empregada por atendentes 62
“Não leve uma raposa a um 63galinheiro.”
de lojas, exemplifica a função fática, cuja meta é estabelecer 64
“Se a farinha é pouca o meu pirão 65primeiro.”
contato com o receptor. 66
“Há duas coisas em que não se pode 67confiar. Quando alguém
II. Para compreender o enunciado “Agora é só gozar as de- diz ‘deixe comigo’ ou 68‘este cachorro não morde’.”
lícias desta sala de espera, mais apinhada do que a Faixa de Ga- 69
“Amigo, bebendo cachaça, não faço 70barulho de uísque.”
za?”, é necessário ecorrer a informações extralinguísticas, que é 71
“Da fruta de que você gosta eu como 72até o caroço.”
a principal característica da função referencial de linguagem. 73
“A vida é do contra: você vai e ela 74fica.”
75
Como filosofia de vida ou não, 76vivendo em uma cidade em
que o excesso de 77beleza é uma orgia, convivendo com belezas

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78
e mazelas, o carioca da gema é um dos 79poucos tipos nacio- TEXTO: 25 - Comum à questão: 57
nais para quem ninguém é 80gaúcho, paraibano, amazonense ou
paulista. Analise o fragmento de uma propaganda veiculada na revista Ve-
81
Ele entende que está tratando com 82brasileiros. ja, de 9 de abril de 2008.
(João Antônio. Ô, Copacabana)

55 - (UECE) Em “ ‘Está ruim pra malandro’ – o advérbio até


está oculto” (refs. 51-52), a expressão grifada apresenta elemen-
tos da função metalingüística, por meio da qual se usa a língua
para falar da própria língua. Ao usar a metalinguagem, o cronista

I. especifica o sentido da expressão anterior.


II. contradiz o sentido da expressão anterior.
III. ironiza o sentido da expressão anterior.

Completa corretamente a frase o que se afirma


a) em I, II e III.
b) apenas em I.
c) apenas em I e III.
d) apenas em II e III.

TEXTO: 24 - Comum à questão: 56

Disparidades raciais
57 - (UFMS) Assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do
trabalho escravo foi seguido pela criação do mito da democracia 01. Por se tratar de um texto publicitário, a linguagem pre-
racial no Brasil. Nutriu-se, desde então, a falsa idéia de que ha- dominante é a referencial.
veria no país um convívio cordial entre as diversas etnias. 02. No texto, ao empregar verbos no infinitivo, o autor ex-
Aos poucos, porém, pôde-se ver que a coexistência pouco hostil pressa a intenção de não marcar as noções de pessoa, número e
entre brancos e negros, por exemplo, mascarava a manutenção tempo.
de uma descomunal desigualdade socioeconômica entre os dois 04. Embora o texto esteja apresentado na forma de propa-
grupos e não advinha de uma suposta divisão igualitária de opor- ganda, a linguagem predominante é a poética.
tunidades. 08. Pode-se dizer que o autor do texto procura estabelecer
O cruzamento de alguns dados do último censo do IBGE relati- um diálogo com o leitor, ao empregar a palavra “pães”.
vos ao Rio de Janeiro permite dimensionar algumas dessas ine- 16. O único objetivo da propaganda é promover a venda de
quívocas diferenças. Em 91, o analfabetismo no Estado era 2,5 pães.
vezes maior entre negros do que entre brancos, e quase 60% da
população negra com mais de 10 anos não havia conseguido ul- TEXTO: 26 - Comum à questão: 58
trapassar a 4ª. série do 1º. grau, contra 39% dos brancos. Os nú-
meros relativos ao ensino superior confirmam a cruel seletivida- CARINHOSO
de imposta pelo fator socioeconômico: até aquele ano, 12% dos
brancos haviam concluído o 3º. Grau, contra só 2,5% dos negros. Pixinguinha e João de Barro
É inegável que a discrepância racial vem diminuindo ao longo
do século: o analfabetismo no Rio de Janeiro era muito maior Meu coração
entre negros com mais de 70 anos do que entre os de menos de Não sei por que
40 anos. Essa queda, porém, ainda não se traduziu numa propor- Bate feliz, quando te vê
cional equalização de oportunidades. E os meus olhos ficam sorrindo
Considerando que o Rio de Janeiro é uma das unidades mais de- E pelas ruas vão te seguindo
senvolvidas do país e com acentuada tradição urbana, parece i- Mas mesmo assim foges de mim.
nevitável extrapolar para outras regiões a inquietação resultante
desses dados. Ah! Se tu soubesses
(Folha de São Paulo, 9. de jun. de 1996. Adaptado).
Como sou tão carinhoso
56 - (UFS SE) Considerando as funções que a linguagem pode E muito e muito que te quero
desempenhar, reconhecemos que, no texto acima, predomina a E como é sincero o meu amor
função: Eu sei que tu não fugirias mais de mim
a) apelativa: alguém pretende convencer o interlocutor a-
cerca da superioridade de um produto. Vem, vem, vem, vem
b) expressiva: o autor tenciona apenas transparecer seus Vem sentir o calor
sentimentos e emoções pessoais. Dos lábios meus
c) fática: o propósito comunicativo em jogo é o de entrar À procura dos teus
em contato com o parceiro da interação. Vem matar esta paixão
d) estética: o autor tem a pretensão de despertar no leitor o Que me devora o coração
prazer e a emoção da arte pela palavra. E, só assim então
e) referencial: o autor discorre acerca de um tema e expõe Serei feliz, bem feliz.
sobre ele considerações pertinentes.

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58 - (FEPECS DF) Nos três primeiros versos da terceira estro- II. se trata de um texto do tipo narrativo, do gênero notícia,
fe do poema, predomina a função de linguagem denominada: cujo enredo envolve um cenário (a realidade brasileira) e perso-
a) emotiva ou expressiva; nagens facilmente identificáveis (entre eles, por exemplo, o en-
b) conativa ou apelativa; docrinologista Walmir Coutinho).
c) fática; III. predomina no texto uma linguagem com função refe-
d) metalinguística; rencial. Nesse sentido, justifica-se o uso de dados e informações
e) referencial. objetivos, quantitativamente expressos, e respaldados por opini-
ões abalizadas de especialistas.
TEXTO: 27 - Comum à questão: 59 IV. aparecem no texto evidências de intertextualidade. Com
efeito, algumas passagens do Texto A remetem, explicitamente,
Conter a obesidade é um desafio tão urgente para o Brasil quanto a outros textos pertinentes ao tema tratado. Além disso, o texto
acabar com a fome. Ninguém sabe ao certo quantos são os fa- mobiliza o nosso conhecimento prévio acerca de muitos itens.
mintos brasileiros, mas o programa Fome Zero pretende atingir V. a linguagem usada no texto se reveste de um caráter de
44 milhões de pessoas. Por outro lado, o contingente com exces- formalidade, na medida em que se ajusta às suas condições soci-
so de peso já ultrapassa a assustadora marca dos 70 milhões - ais de circulação: está publicado em um órgão de informação e
cerca de 40% da população. Não há dúvida: o Brasil que come destina-se a um público mais escolarizado.
mal é maior do que o Brasil que tem fome. Apesar do tamanho
do problema, falta ao país um esforço maciço de combate ao fla- A afirmativa é VERDADEIRA apenas nos itens:
gelo da gordura, que abre caminho para o surgimento de mais de a) I, II e III.
30 doenças e sobrecarrega o orçamento da saúde com interna- b) I, II e IV.
ções hospitalares que poderiam ser evitadas. 'As autoridades não c) II, III e IV.
podem achar que há contradição entre atacar a fome e a obesida- d) III, IV e V.
de ao mesmo tempo', comenta o endocrinologista Walmir Couti- e) I, IV e V.
nho, 'mas os dois são problemas complementares.'
Mesmo entre os pobres, a ocorrência de excesso de peso supera a TEXTO: 28 - Comum à questão: 60
fome. 'Nas favelas, verifica-se que a obesidade é mais prevalente
que a desnutrição', comenta Coutinho. Nos últimos 20 anos, a Canção do vento e da minha vida
obesidade infanto-juvenil cresceu 66% nos Estados Unidos e de-
sencadeou uma batalha jurídica contra as cadeias de fast-food O vento varria as folhas,
semelhante à guerra contra o tabaco. No Brasil, o crescimento O vento varria os frutos,
ocorreu com um ritmo especialmente acelerado nas camadas so- O vento varria as flores...
ciais mais baixas. A consciência do problema ainda é incipiente, E a minha vida ficava
embora a Organização Mundial de Saúde tenha declarado a obe- Cada vez mais cheia
sidade uma epidemia global que ameaça principalmente os paí- De frutos, de flores, de folhas.
ses em desenvolvimento. Dos 6 bilhões de habitantes do planeta,
1,7 bilhão está acima do peso. A exportação do modelo america- [...]
no de progresso - urbanização, proliferação de carros, junk food O vento varria os sonhos
e longas jornadas de trabalho em frente ao computador - leva pa- E varria as amizades...
íses emergentes, como Brasil, Índia e África do Sul, a um para- O vento varria as mulheres...
doxo. Em duas gerações, grande parte da população passou da E a minha vida ficava
desnutrição à obesidade porque teve acesso a grande quantidade Cada vez mais cheia
de comida barata e ruim, industrializada, cheia de gorduras e a- De afetos e de mulheres.
çúcar.
O resultado é desastroso: as pessoas ganham peso sem acumular O vento varria os meses
nutrientes essenciais. A classe média e os ricos encontram meios E varria os teus sorrisos...
eficazes de combater a obesidade, responsável por 30% das mor- O vento varria tudo!
tes no Brasil. Podem pagar por programas de emagrecimento e E a minha vida ficava
atividade física não acessíveis aos menos favorecidos. Por isso, Cada vez mais cheia
cada vez mais a obesidade estará relacionada à pobreza. 'A fome De tudo.
é uma tragédia que precisa ser combatida, mas a obesidade atin- BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
ge ainda mais gente no Brasil e acarreta um ônus mais elevado’,
comenta o endocrinologista Alfredo Halpern, um dos fundadores 60 - (ENEM) Predomina no texto a função da linguagem
da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. a) fática, porque o autor procura testar o canal de comunicação.
A gravidade da situação exige um esforço articulado de saúde b) metalinguística, porque há explicação do significado das ex-
pública e medidas criativas. pressões.
(http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT590194-1653,00.html) c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de
uma ação.
59 - (UPE) A análise de aspectos globais do texto, tais como os d) referencial, já que são apresentadas informações sobre acon-
sentidos expressos, as intenções, o tipo e o gênero em que ele se tecimentos e fatos reais.
manifesta, nos leva a concluir que e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e
artística da estrutura do texto.
I. o trecho que poderia expressar a ideia central defendida
no texto é: “os ricos encontram meios eficazes de combater a TEXTO: 29 - Comum à questão: 61
obesidade, responsável por 30% das mortes no Brasil. Podem O texto abaixo é de autoria do poeta Manuel Bandeira, que foi o
pagar por programas de emagrecimento e atividade física não grande homenageado da sétima edição da Festa Literária Inter-
acessíveis aos menos favorecidos.” nacional de Paraty (Flip), em julho de 2009.

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Vou-me embora pra Pasárgada Poética

Vou-me embora pra Pasárgada Estou farto do lirismo comedido


Lá sou amigo do rei Do lirismo bem comportado
Lá tenho a mulher que eu quero Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
Na cama que escolherei protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Vou-me embora pra Pasárgada Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz Abaixo os puristas
Lá a existência é uma aventura Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
De tal modo inconseqüente Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Que Joana a Louca de Espanha Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente Estou farto do lirismo namorador
Da nora que nunca tive Político
Raquítico
E como farei ginástica Sifilítico
Andarei de bicicleta De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
Montarei em burro brabo fora de si mesmo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar! De resto não é lirismo
E quando estiver cansado Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
Deito na beira do rio exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
Mando chamar a mãe d’água maneiras de agradar às mulheres, etc.
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino Quero antes o lirismo dos loucos
Rosa vinha me contar O lirismo dos bêbedos
Vou-me embora pra Pasárgada O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
Em Pasárgada tem tudo — Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
É outra civilização
Tem um processo seguro 62 - (IBMEC) Além da função poética, sempre presente na po-
De impedir a concepção esia, quais as outras funções de linguagem mais predominantes
Tem telefone automático no texto?
Tem alcalóide à vontade a) função apelativa, pois o emissor refere-se constante-
Tem prostitutas bonitas mente ao destinatário e referencial.
Pra gente namorar b) função metalingüística, pois discute a própria lingua-
gem utilizada pelo emissor e função emotiva.
E quando eu estiver mais triste c) função referencial, pois a mensagem é centrada no con-
Mas triste de não ter jeito texto e o emissor procura fornecer informações da realidade e
Quando de noite me der função fática.
Vontade de me matar d) função fática, pois o canal é posto em destaque pelo e-
— Lá sou amigo do rei — missor e função metalinguística.
Terei a mulher que eu quero e) função emotiva, pois mensagem é centrada nas opiniões
Na cama que escolherei e emoções do emissor e função apelativa.
Vou-me embora pra Pasárgada
(Manuel Bandeira) TEXTO: 31 - Comum à questão: 63

61 - (IBMEC) Em “Vou-me embora pra Pasárgada”, a mensa- Capítulo XIII


gem centra-se, exclusivamente, no emissor; logo, predomina a
função: Os reposteiros, as tapeçarias, os divãs, tudo enfim quanto cons-
1

a) Poética. tituía a mobília do palácio demonstrava a magnificência inexce-


b) Conativa ou apelativa. dível de um príncipe das lendas hindus.
c) Metalingüística. Lá fora, nos jardins, reinava a mesma pompa, realçada pela mão
d) Denotativa ou referencial. da Natureza, perfumada por mil odores diversos, alcatifada de
e) Emotiva ou expressiva. verdes alfombras, banhada pelo rio, 5 refrescada por inúmeras
fontes de mármore branco, junto às quais um milheiro de escra-
TEXTO: 30 - Comum à questão: 62 vos trabalhava sem cessar.
Fomos conduzidos ao divã das audiências por um dos auxiliares
O texto abaixo é de autoria do grande poeta Manuel Bandeira, do vizir Ibraim Maluf.
que foi o homenageado da sétima edição da Festa Literária In- Avistamos, ao chegar, o poderoso monarca sentado em riquíssi-
ternacional de Paraty, no Rio de Janeiro (Flip), em julho de mo trono de marfim 10e veludo. Perturbou-me, de certo modo, a
2009. beleza estonteante do grande salão. Todas as suas paredes eram
adornadas com inscrições admiráveis feitas pela arte caprichosa
de um calígrafo genial. As legendas apareciam, em relevo, sobre

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fundo azul claro em letras pretas e vermelhas. Notei que eram o que na coisa é coisa
versos dos mais brilhantes poetas de nossa terra! Jarras de flores e que não tem sentido?
por toda a parte, flores desfolhadas sobre coxins, sobre alcatifas,
ou em 15 salvas de ouro e prata primorosamente cinzeladas. A linguagem dispõe
Malba Tahan, em O homem que calculava, p. 69 e 70. de conceitos, de nomes
15 mas o gosto da fruta
63 - (UDESC SC) O livro O homem que calculava, de Malba só o sabes se a comes
Tahan, narra as aventuras e proezas matemáticas do fictício ma-
temático persa, Beremiz Samir, personagem central de eventos (...)
que se desenrolam no século XIII. De forma romanceada, a nar-
rativa retrata a paisagem do mundo islâmico medieval, trata das No entanto, o poeta
peripécias matemáticas do protagonista, que resolve e explica de desafia o impossível
modo extraordinário alguns problemas, quebra-cabeças e curio- e tenta no poema
sidades da matemática. Relata, ainda, lendas e histórias pitores- 20 dizer o indizível:
cas, como, por exemplo, a lenda da origem do jogo de xadrez,
além de outras. Razão por que a obra está mesclada de metalin- subverte a sintaxe
guagem e intertextualidade . implode a fala, ousa
Em relação a isso, relacione as duas colunas. incutir na linguagem
densidade de coisa
1. Metalinguagem está presente nos textos centrados nos
códigos de comunicação. 25 sem permitir, porém,
2. Intertextualidade é uma espécie de diálogo entre textos que perca a transparência
consagrados no universo cultural. já que a coisa é fechada
à humana consciência.
( ) “É preciso, ainda, não esquecer que a Matemática, além
do objetivo de resolver problemas, calcular áreas e medir volu- O que o poeta faz
mes, tem finalidades muito mais elevadas.” (p. 78) 30 mais do que mencioná-la
( ) Falasse eu as línguas dos homens e dos anjos E não ti- é torná-la aparência
vesse caridade,” (p. 55) “preceito de Salomão: pura – e iluminá-la.
( ) ‘Quem de repente se enfurece é estulto: Quem é pruden-
te dissimula o insulto’ ”. (p. 54) Toda coisa tem peso:
( ) “A dúzia apresenta, sobre a dezena, uma grande vanta- uma noite em seu centro.
gem: o número doze tem mais divisores do que o número dez.” 35 O poema é uma coisa
(p. 115) que não tem nada dentro,
( ) “princípio atribuído a Pitágoras: ‘O quadrado construí-
do sobre a hipotenusa é equivalente à soma dos quadrados cons- a não ser o ressoar
truídos sobre os catetos.’ ” (p. 101) de uma imprecisa voz
( ) “A Geometria, repito, existe por toda a parte. No disco que não quer se apagar
do sol, na folha da tamareira, no arco-íris, na boboleta, no dia- – essa voz somos nós.
Ferreira Gullar
mante, na estrela do mar e até num pequenino grão de areia. Há, Cadernos de literatura brasileira.
enfim, infinitas variedades de formas geométricas espalhadas pe- São Paulo: Instituto Moreira Salles, 1998.
la Natureza.” (p. 39)
64 - (UERJ) A primeira estrofe expõe ideias no campo da me-
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima
talinguagem, já que apresenta concepções acerca da própria lin-
para baixo.
guagem poética.
a) 2–1–1–1–2–1
b) 1–2–2–2–2–1
Os versos que mais se aproximam dessas ideias são:
c) 1–2–2–1–2–1
a) Uma fruta uma flor / um odor que relume... (ref. 5)
d) 2–2–1–1–2–2
b) sem permitir, porém, / que perca a transparência (ref. 25)
e) 2–1–2–1–2–2
c) é torná-la aparência / pura - e iluminá-la. (ref. 30)
TEXTO: 32 - Comum à questão: 64 d) Toda coisa tem peso: / uma noite em seu centro. (ref. 30)

Não-coisa TEXTO: 33 - Comum à questão: 65


1 O que o poeta quer dizer O blá-blá-blá das empresas
no discurso não cabe
e se o diz é pra saber O que você entende da frase "tal colaborador foi desli-
o que ainda não sabe gado"? Antes de pensar que um consultor de sua empresa se
mostra desatento ou que um colega que tem contrato temporário
5 Uma fruta uma flor foi dispensado de um projeto, experimente trocar a palavra “co-
um odor que relume... laborador” por “funcionário” e “desligado” por “demitido”. Cap-
Como dizer o sabor, tou a mensagem? Cada vez mais, palavras usadas no discurso
seu clarão seu perfume? das companhias – seja no trato com o funcionário, cliente ou
fornecedor – vêm sendo substituídas por outras, capazes de ame-
Como enfim traduzir nizar o que realmente significam.
10 na lógica do ouvido

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Apontada por especialistas em recursos humanos (RH)


como uma ferramenta aplicada para manter um bom clima orga-
nizacional, esse vocabulário também é entendido como um re-
flexo da falta de transparência, gerando imprecisão. Resumo da
ópera: se você faz, bem, mil coisas diferentes ao mesmo tempo
no trabalho, não adianta reclamar que está "sobrecarregado". A
empresa provavelmente gosta e considera você um funcionário
"multifuncional".
(O Globo, 29/07/2009.)
(http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/index-overman.html)
65 - (IBMEC) No texto, predomina a seguinte função de lin-
guagem 67 - (IBMEC) A função de linguagem predominante no qua-
a) apelativa, em que se exploram os jogos de palavras de drinho aparece em:
duplo sentido, comuns na empresas. a) “Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava
b) metalinguística, que consiste em usar o código como que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordi-
objeto de análise do texto. nário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-
c) fática, empregada para expressar ideias de forma clara- me.” (Graciliano Ramos)
mente evasiva. b) “a luta branca sobre o papel que o poeta evita, luta
d) referencial, uma vez que busca efeitos de objetividade branca onde corre o sangue de suas veias de água salgada.” (João
por meio da conotação. Cabral de Melo Neto)
e) emotiva, marcada pela subjetividade, dando vazão aos c) “Olá, como vai?/ Eu vou indo e você, tudo bem?/ Tudo
sentimentos expressos nas empresas. bem, eu vou indo pegar um lugar no futuro e você? ” (Paulinho
da Viola)
TEXTO: 34 - Comum à questão: 66 d) “Se um dia você for embora/ Ria se teu coração pedir/
Chore se teu coração mandar.” (Danilo Caymmi & Ana Terra)
Soneto de Despedida e) “Alô, alô continuas a não responder/E o telefone cada
vez chamando mais” (André Filho, com O Grupo do Canhoto)
Uma lua no céu apareceu
Cheia e branca; foi quando, emocionada TEXTO: 36 - Comum à questão: 68
A mulher a meu lado estremeceu
E se entregou sem que eu dissesse nada. Dois anúncios
Rondó de Efeito - para todas as combinações possíveis
Larguei-as pela jovem madrugada
Ambas cheias e brancas e sem véu Olhei para ela com toda a força,
Perdida uma, a outra abandonada Disse que ela era boa,
Uma nua na terra, outra no céu. Que ela era gostosa,
Que ela era bonita pra burro:
Mas não partira delas; a mais louca Não fez efeito.
Apaixonou-me o pensamento; dei-o
Feliz - eu de amor pouco e vida pouca Virei pirata:
Dei em cima de todas as maneiras,
Mas que tinha deixado em meu enleio Utilizei o bonde, o automóvel, o passeio a pé,
Um sorriso de carne em sua boca Falei de macumba, ofereci pó...
Uma gota de leite no seu seio. À toa: não fez efeito.

66 - (IBMEC) Esse poema, como alguns outros do mesmo au- Então banquei o sentimental:
tor, revela uma forte marca de experiências sentimentais viven- Fiquei com olheiras,
ciadas pelo eu lírico. A partir dessa afirmativa, assinale a opção Ajoelhei,
que contém a função da linguagem que serve de base para a Chorei,
construção da mensagem do poema. Me rasguei todo,
a) apelativa Fiz versinhos,
b) metalinguística Cantei as modinhas mais tristes do repertório do Nozinho.
c) fática Escrevi cartinhas e pra acertar a mão, li Elvira a Morta Virgem
d) referencial (Romance primoroso e por tal forma comovente que ninguém
e) emotiva pode lê-lo sem derramar copiosas lágrimas...)

TEXTO: 35 - Comum à questão: 67 Perdi meu tempo: não fez efeito.


Meu Deus que mulher durinha!
Foi um buraco na minha vida.
Mas eu mato ela na cabeça:
Vou lhe mandar uma caixinha de Minorativas,
Pastilhas purgativas:
É impossível que não faça efeito.
(Bandeira, Manuel. Estrela da vida inteira.
São Paulo: Nova Fronteira, 2007)

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68 - (IBMEC) Sobre a primeira e segunda estrofes, só não é 69 - (UFAL) Considerando alguns aspectos que, globalmente,
correto afirmar que caracterizam o Texto 1, analise as seguintes observações.
a) o grau de coloquialidade é demonstrado pelo emprego
de expressões como “gostosa”, “bonita pra burro” e “dei em ci- 1. No texto predomina a função referencial, uma função
ma”. centrada no contexto de produção e de circulação do texto.
b) os esforços do “eu poético” para conquistar a jovem são 2. Do ponto de vista da tipologia textual, podemos reco-
marcados pelas expressões “Utilizei o bonde, o automóvel, o nhecer no Texto 1 um exemplar dos textos narrativos.
passeio a pé”. 3. Por se tratar de uma entrevista, o texto apresenta, entre
c) os termos “macumba” e “pó” denotam alguns dos re- outras, formulações próprias do diálogo oral.
cursos de que o “eu poético” se utilizou em vão para angariar o 4. O fato de não se tratar de um texto literário leva a que o
afeto da amada. entrevistado não use palavras em sentido figurado.
d) a expressão “não fez efeito”, proveniente do vocabulá- 5. O professor entrevistado apresenta seus argumentos,
rio médico, é de uso exclusivo da linguagem técnica. mas se omite quanto à apresentação de exemplos que pudessem
e) o “eu poético” recorre a qualificativos de ordem ética reforçá-los.
(“boa”), sexual (“gostosa”) e física (“bonita”) para atrair o inte-
resse da jovem. Estão corretas:
a) 1, 2, 3, 4 e 5
TEXTO: 37 - Comum à questão: 69 b) 1 e 2 apenas
c) 1 e 3 apenas
Entrevista com Evanildo Bechara d) 1 e 5 apenas
e) 4 e 5 apenas
Jornalista. É fato que o português está sendo invadido por
expressões inglesas ou americanizadas – como background, GABARITO:
playground, delivery, fastfood, dowload... Isso o preocupa?
Bechara. Não. É preciso diferenciar língua e cultura. O sis- 1) Gab: D 2) Gab: B 3) Gab: E 4) Gab: C
tema da língua não sofre nada com a introdução de termos es-
5) Gab: E 6) Gab: A 7) Gab: A 8) Gab: B
trangeiros. Pelo contrário, quando esses termos entram no siste-
ma têm de se submeter às regras de funcionamento da língua, no 9) Gab: C 10) Gab: D 11) Gab: C
caso, o português. Um exemplo: nós recebemos a palavra xerox.
Ao entrar na língua, ela acabou por se submeter a uma série de 12) Gab: Código e Função metalingüística ou Mensagem e função poé-
normas. Daí surgiram xerocar, xerocopiar, xerografar, enfim, tica.
nasceu uma constelação de palavras dentro do sistema da língua
portuguesa. 13) Gab: C
Jornalista. Então esse processo não é ruim?
Bechara. É até enriquecedor, pois incorpora palavras. Não há 14) Gab: Um exercício metalingüístico auxilia a construção do sentido
pretendido porque o autor relaciona a função das vírgulas no texto escri-
língua que tenha seu léxico livre dos estrangeirismos. A língua to, separar termos e orações, com a pausa necessária para o descanso de
que mais os recebe, curiosamente, é o inglês, por ser um idioma todo trabalhador, que será muito mais garantida se o cliente aderir aos
voltado para o mundo. serviços oferecidos pelo banco.
Hoje, fala-se “delivery”, mas poderíamos dizer “entrega a OU
domicílio”. E há quem diga que o correto é “entrega em domicí- O exercício metalingüístico possibilita a comparação entre a função da
lio”. Será? Na dúvida, há quem fique com o “delivery”. vírgula na organização textual e as conseqüências decorrentes do uso
A palavra inglesa delivery não chegou a entrar nos sistemas dos serviços oferecidos pelo banco.
da nossa língua, pois dela não resultam outras palavras. Apenas
entrou no vocabulário do dia a dia no contexto dos alimentos. 15) Gab: D 16) Gab: 03 17) Gab: A 18) Gab: D
Agora deram de falar que “entrega em domicílio” é melhor do 19) Gab: C
que “entrega a domicílio”. Não sei de onde isso saiu, porque o
verbo entregar normalmente se constrói com a preposição a. Fu- 20) Gab: Função metalinguística. Centrada no código, apresenta a lin-
lano entregou a alma a Deus. De qualquer modo, a língua se en- guagem falando sobre a própria Linguagem. Tem a finalidade de defi-
riquece quando você tem dois modos de dizer a mesma coisa. nir, explicar e ensinar.
Jornalista. E por que usar “delivery”, se temos uma expres-
são própria em português? Não é mais um badulaque desneces- 21) Gab:
sário? a) figura do alvo relaciona-se com a frase "Seu carro está na mi-
Bechara. Não sei se é badulaque, o fato é que a língua, que ra", como algo desejável e fácil e ser obtido (persuasão). A linguagem
tem função predominantemente conativa.
não tem vida independente, também admite modismos, além de b) I. Há deslize no emprego do pronome de 2a pessoa - "te acer-
refletir todas as qualidades e os defeitos do povo que a fala. Es- tou" - com o verbo na 3a, como também em você queria.
trangeirismos aparecem, somem e podem ser substituídos por II. ... Esta montadora o acertou/acertou-o em cheio.
termos nossos. Foi o que aconteceu com a terminologia clássica
e introdutória do futebol no Brasil, quando se falava em goalke- 22) Gab: E 23) Gab: C 24) Gab: D 25) Gab: B
eper, off side e corner. Com a passar do tempo, e sem nenhuma
atitude controladora, os termos estrangeiros do futebol foram 26) Gab: B
dando lugar a expressões feitas no Brasil, como goleiro, impe-
dimento, escanteio. 27) Gab:
(Entrevista de Evanildo Bechara. Disponível em a) A expressão "terra ociosa" significa terra desocupada ou im-
http.//www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=. Acesso em 30 produtiva. Em "terra à-toa" tem-se ainda o sentido de terra abandonada,
de março de 2008. Adaptado). desprezada ou largada.
ou

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A expressão "terra à -toa" tem o sentido de terra abandonada, despreza-


da ou largada.
b) A expressão "terra à-toa" manifesta a função emotiva da lin-
guagem porque revela a opinião (ou avaliação) do emissor do texto a-
cerca do objeto de que fala.

28) Gab: B 29) Gab: D 30) Gab: E 31) Gab: D

32) Gab: D

33) Gab:
a) No primeiro texto, pelas alusões: "digo da palavra", "demito o
verso". No segundo texto, nas quadras antológicas de Fernando Pessoa:
"O poeta é um fingidor", "E os que lêem o que ele escreve", "dor lida",
referências ao fazer poético e à recepção da poesia.
b) Os dois textos apresentam propostas divergentes: o primeiro
sugere a escritura, a grafia que se faz, ou que alguém faz, da alma ("psi-
co", "psiquê"), do eu-lírico; o segundo identifica, pelo prefixo "auto", a
concepção do "eu" poemático sobre o fazer poético e sobre a recepção
da poesia pelo leitor. "Fingidor" é um articulado jogo verbal (parono-
másia): "fingidor" (adjetivo) e "finge" (verbo) e "dor" (substantivo).

34) Gab: C 35) Gab:E 36) Gab: C 37) Gab: D

38) Gab: D 39) Gab: F 40) Gab: D 41) Gab: E

42) Gab: C 43) Gab: D 44) Gab: A 45) Gab: A

46) Gab: B 47) Gab: E 48) Gab: A

49) Gab:
Um dentre os exemplos de função referencial:
• e logo está a Cintura Industrial, quase tudo parado, só umas
poucas fábricas
• e agora a triste Cintura Verde, as estufas pardas, cinzentas, lí-
vidas,
Um dentre os exemplos de função expressiva:
• que parecem fazer da laboração contínua a sua religião,
• por isso é que os morangos devem ter perdido a cor, não falta
muito para que sejam brancos por fora como já o vão sendo por dentro e
tenham o sabor de qualquer coisa que não saiba a nada.

50) Gab: C 51) Gab: A 52) Gab: D 53) Gab: B

54) Gab: E 55) Gab: B 56) Gab: E 57) Gab: 14

58) Gab: B 59) Gab: D 60) Gab: E 61) Gab: E

62) Gab: B 63) Gab: C 64) Gab: C 65) Gab: B

66) Gab: E 67) Gab: B 68) Gab: D 69) Gab: C

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