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T

odos os dias recebo inúmeras mensagens em minhas redes so-


ciais de pessoas me perguntando como fazer para hipnotizar
pessoas. Fora aquelas de gente perguntando se, afinal de contas,
tudo isso funciona mesmo! A verdade é que muitas pessoas buscam
alternativas naturais (e reais!) para melhorarem suas próprias vidas e
a de outros, e veem na hipnose um método eficaz, com milhares de
comprovações científicas e reconhecidas por Conselhos Federais de
diversas áreas da saúde e organizações sérias.
Porém, para se tornar um grande hipnoterapeuta é necessário mui-
ta dedicação e estudos, pois apesar de hipnose ser algo fácil de apren-
der e aplicar, existem muitas questões importantes que devemos co-
nhecer, principalmente quando estamos em um contexto terapêutico
lidando com questões emocionais delicadas.
Visando promover um aprendizado direto, prático e sem enrola-
ção, resolvi escrever este E-Book para contribuir na sua formação
como hipnólogo.

Boa leitura!

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 02


UM POUCO SOBRE A HIPNOSE 04

MITOS 05
Principais Mitos 05

HIPNOSE COMO PROFISSÃO 07

VAMOS HIPNOTIZAR? 08
1. Rapport 08
2. Pre-Talk 09
3. Testes de Suscetibilidade 10
3.1. Dedos Magnéticos 11
3.2. Mãos Magnéticas 13
3.3. Mãos Coladas 14

O TRANSE HIPNÓTICO 15
1. Indução de Dave Elman 15
2. Aperto de mão falso de Bandler 17

APROFUNDAMENTOS DO TRANSE 19

CONTROLE DE DOR 20

HIPNOTERAPIA 21

ABORDAGENS DA PSICOLOGIA 22
1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) 22
2. Behavorismo 23
3. Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) 24
4. Gestalt Terapia 25
5. Psicanálise 26

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 03


H
ipnose é um fenômeno psíquico completamente natural e inerente
ao ser humano, não tendo nada a ver com misticismo ou sobrenatu-
ral, e possui um grande valor terapêutico que auxilia nos processos
de psicoterapia. Ela, por si só, não é uma terapia, mas pode ser incorporada
em qualquer situação terapêutica. De acordo com a Associação Americana
de Psicologia, hipnose é um “procedimento durante o qual um profissional de
saúde ou pesquisador sugere a um cliente, paciente, ou sujeito que vivencie
mudanças em sensações, percepções, pensamentos ou comportamentos”.
Desde seus primórdios, estas técnicas foram vistas com maus olhos por
grande parte da população (principalmente acadêmica), por se tratar de algo,
até então, pouco conhecido acerca de como tudo isso acontece. Os princi-
pais registros na atualidade que temos contato foram os feitos pelo médi-
co austríaco Franz Anton Mesmer, que estudou os fenômenos hipnóticos
alegando ocorrer devido a fluidos invisíveis emanados dos astros que afeta-
vam o organismo, consolidando a teoria que chamou de Magnetismo Animal.
Após sua teoria ser refutada e serem descobertos outros motivos respon-
sáveis pelos fenômenos, a hipnose passou a ser estudada de forma científica
pelo médico escocês James Braid, responsável por cunhar o termo “hipno-
se”, em 1841. Desde então diversos outros estudiosos contribuíram para o
desenvolvimento de novos estudos e técnicas. Atualmente, os dois grandes
nomes são Dave Elman (1900 – 1967) e Milton Erickson (1901 – 1980).

FRANZ ANTON MESMER JAMES BRAID DAVE ELMAN MILTON ERICKSON


(1734 - 1815) (1795 - 1860) (1900 - 1967) (1901- 1980)

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 04


A hipnose ainda é vista pelo senso comum com um certo preconceito, devido a ideias
erradas a respeito deste fenômeno. Como hipnotista, você também terá como dever des-
mitificar e tirar as dúvidas das pessoas que lhe procurarem.

A SEGUIR, ALGUNS DOS PRINCIPAIS MITOS:

1. HIPNOSE É SONO?
Não. Apesar de a maioria dos hipnotistas usar a palavra “durma” e “sono” du-
rante o processo, isto são apenas metáforas para que o sujeito entenda que
deve relaxar profundamente, COMO SE FOSSE dormir. A atividade cerebral de
uma pessoa hipnotizada é tão alta quanto alguém que se encontra em vigília.

2. NA HIPNOSE, EU PERCO A CONSCIÊNCIA?


Não. Durante a hipnose as pessoas estão conscientes do que está aconte-
cendo no meio ambiente em torno, e com a atenção concentrada no hipno-
tista e na sua voz. Os hipnotizados continuam ouvindo tudo ao redor.

3. HIPNOSE É CONSIDERADA UMA TÉCNICA ESOTÉRICA?


Não. Hipnose é um fenômeno neurofisiológico legítimo, onde o funciona-
mento do cérebro possui características muito especiais. Tais característi-
cas, únicas, podem ser verificadas por alterações em eletroencefalograma
no decorrer de todo estado hipnótico e visivelmente por manifestações não
presentes em outros estados de consciência, como rigidez muscular com-
pleta (catalepsia), anestesia, hipermnésia (reforço da memória) e determina-
dos tipos de alterações de percepção. A hipnoterapia usa as vantagens de
trabalhar com o cérebro neste estado para ajudar as pessoas.

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4. TODOS SÃO HIPNOTIZÁVEIS?
Sim, todos. Considerando que a hipnose ocorre na vida diária, todas as pes-
soas são hipnotizáveis em algum momento, em alguma situação e em certas
circunstâncias. Porém, existem pessoas que são naturalmente mais sensí-
veis do que outras.

5. EXISTE PESSOAS QUE NÃO PODEM SER HIPNOTIZADAS?


Sim. Sujeitos com transtornos mentais psicóticos e epiléticos devem ser evi-
tadas. Isto não significa que não possam ser hipnotizados, porém exige habili-
dades mais avançadas do hipnotista, que não serão abordadas neste e-book.

6. UMA PESSOA PODE “NÃO VOLTAR” DO TRANSE?


Voltar de onde? Ninguém vai a lugar nenhum! Não existe nenhum relato de
alguém que ficou preso no transe e nunca mais saiu.

7. SEGREDOS PODEM SER REVELADOS?


Durante o transe, a mente possui um mecanismo de vigilância que preserva a
integridade do sujeito e não permite que seja revelado algo que ele não esteja
disposto a falar durante a sessão.

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 06


A hipnose é uma ferramenta que pode ser empregada em infinitas áreas da vida
cotidiana, até mesmo para quem não tem interesse em se profissionalizar no assun-
to. Por se tratar de uma comunicação aprimorada, ela pode ser usada em vendas,
apresentação de seminários, palestras, relações interpessoais, etc.
Mas para quem tem a expectativa de mudar de vida profissional, seja para fazer
uma transição de carreira ou para agregar como um trabalho secundário e fazer
uma renda extra, a hipnose pode ser uma ótima solução. Como no Brasil não
existe uma regulamentação que te obrigue a possuir alguma formação acadê-
mica na área da saúde, fazendo um bom curso de hipnoterapia e tendo uma boa
orientação, é possível abrir seu próprio consultório e realizar atendimentos sem
nenhuma burocracia.
Além de consultório de hipnoterapia, você também pode trabalhar como membro
da equipe de algum dentista (foi assim que iniciei profissionalmente), em estúdios
de tatuagem, clínicas de fisioterapia, para realização de procedimentos estéticos, e
onde mais conseguir se inserir como hipnólogo.
Caso não queira trabalhar na área clínica, também pode se especializar em hipno-
se de entretenimento, realizando shows e palestras e usando a hipnose como meio
para fazer as pessoas se divertirem.

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 07


1. RAPPORT
Com quem você se sente mais confortável ao conversar, com alguém com-
pletamente diferente de você ou com alguém que parece lhe compreender, mo-
vimenta-se de forma parecida, usa o mesmo tom de voz, vocabulário e parece
sentir exatamente o que você está sentindo naquele momento? Acredito que seja
a segunda opção!
Estabelecer rapport é justamente esse ato de fazer com que a outra pessoa se sinta
segura com o hipnotista pois, sem isso, dificilmente ela se entregará ao processo de
forma eficaz. Para isso acontecer, nos dispomos de algumas técnicas valiosas.
Uma das técnicas mais utilizadas para estabelecer rapport é o espelhamento,
que consiste em quase que literalmente espelhar os movimentos da outra pessoa
durante um contato inicial, seja imitando os gestos, tom de voz, palavras utiliza-
das, postura, etc. Se a pessoa tende a ficar com a cabeça inclinada, sincronize. Se
ela costuma fazer movimentos para o lado enquanto fala, faça o mesmo. Se ela
fica com a cabeça parada meio de lado, copie. Vá acompanhando, mas cuidado!
Faça isso de forma sutil e natural, sem que a outra pessoa perceba que você está
fazendo isso (ela perceberá apenas a nível inconsciente). Após algum tempo espe-
lhando seus movimentos é a hora de testar se o rapport está estabelecido. Para
fazer isso, mude a sua postura e conduza os movimentos e a conversa para ver se
a outra pessoa passa a lhe acompanhar. Milton Erickson chama este processo de
acompanhar e conduzir.
O estabelecimento de um bom rapport significa que a pessoa que você vai hip-
notizar está confiando em você e te vê como alguém capaz de fazê-la ter uma
experiência incrível.

DICA: CLIQUE AQUI E ASSISTA AO VÍDEO “RAPPORT


E SEUS PERIGOS”, EM MEU CANAL NO YOUTUBE.

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2. PRE-TALK
Pre-talk ou Conversa Prévia é o momento em que você irá preparar a pessoa
para o processo hipnótico, fazendo com que ele crie um contexto mental adequa-
do e gere a expectativa de que ele será hipnotizado. Neste ponto, é importante
que você explique rapidamente sobre o que é a hipnose e fale sobre alguns dos
mitos mais comuns que possa causar algum receio (neste momento, faça o espe-
lhamento). Falar que ele não perderá o controle, não fará nada que seja contra sua
vontade, não revelará segredos e nem ficará hipnotizado para sempre geralmen-
te são o suficiente para tranquilizar e aumentar a receptividade e aumentar sua
suscetibilidade. Durante o pre-talk é o momento em que você deve mostrar que
realmente entende do assunto, domina todas as técnicas necessárias e que vai
hipnotizá-lo com segurança, pois isso já faz parte de seu cotidiano. Também deixe
explícito que a experiência a qual ele passará será inesquecível e trará benefícios a
ele. É importante termos sempre um pensamento em mente: “queremos propor-
cionar algo PARA a pessoa, e não queremos algo DELA.”
Se mesmo depois de ter tudo esclarecido, a pessoa demonstrar que realmente
não deseja passar pela experiência, não insista!

DICA: CLIQUE AQUI


PARA MAIS DICAS
SOBRE PRE-TALK, VEJA
OS VÍDEOS “PRE-TALK
INTERATIVO” E “PRE-
TALK PARA AUMENTAR A
SUSCETIBILIDADE” EM
MEU CANAL DO YOUTUBE.

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3. TESTES DE SUSCETIBILIDADE
Depois de você ter estabelecido um bom rapport e feito um pre-talk adequado,
está na hora de começar o processo hipnótico propriamente dito. Primeiramente
é aconselhável que se teste como está a suscetibilidade de seu sujeito no mo-
mento, e existem algumas técnicas para isso, que detalharei em seguida. Tenha
em mente que caso seu sujeito “não passe” no primeiro teste ou em nenhum con-
secutivo, isso não significa que ele não pode ou não tem capacidade de ser hip-
notizado, talvez o contexto em que vocês se encontram não seja o mais adequado
naquele momento, pois existem pessoas que não se sentem à vontade na frente
de outras ou em determinados tipos de locais. Deixe isso esclarecido para que ele
não saia com uma falsa crença limitante.

IMPORTANTE
Jamais fale a pessoa que irá fazer um “teste”, pois existem pessoas que não se
dão bem com esta palavra e se colocam de modo como se corressem o risco
de serem reprovadas. Já outras pessoas se sentem desafiadas ao perceberem
que estão sendo testadas, e isso não é bom. Um termo que gosto muito de uti-
lizar é exercício (ou brincadeira) de imaginação e concentração.

DICA
Quando estiver executando qualquer rotina que envolva a perda de controle
de alguma parte do corpo (colar as mãos, colar os olhos, braço rígido, etc.),
se refira ao membro de forma distanciada e dissociada, de modo que o sujeito
assimile que não tem mais o controle sobre ele. Por exemplo: invés de dizer
“SUAS mãos estão ficando coladas”, diga “ESTAS mãos estão ficando coladas”,
pois quando se diz que as mãos são dele, significa que ele tem o controle sobre
elas, e isso pode levar à “falha” da rotina.

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3.1. DEDOS MAGNÉTICOS
Peça à pessoa que estique os dois braços, conforme a foto:

em seguida, peça que junte as mãos e entrelace os dedos bem firmes


(é importante que os dedos fiquem bem juntos e firmes])...

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 11


Dobre os braços...

Agora, peça-o que estique os dois dedos indicadores formando um espaço de


aproximadamente 2cm e se concentre neste espaço, enquanto dispara a sugestão de que,
em algum momento, esses dedos irão se tocar, como se possuíssem 2 ímãs se atraindo.
Dê a sugestão sincronizada e no tempo correto, pois o elemento fisiológico fará com que
os dedos se toquem rapidamente, e a rotina pode perder a efetividade caso isso aconteça
antes de você falar o que vai acontecer.

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OBSERVAÇÃO
Esta rotina também pode ser utilizada com a sugestão de que existe um pa-
rafuso entre os dedos e, quanto mais você aperta, mais os dedos se juntam.
Para fechar, a fisiologia sempre ajuda, mas se você sugerir que agora vai abrir
o parafuso e os dedos se abrirem, o sujeito já está respondendo a comandos
puramente hipnóticos e provavelmente já se encontra em transe.

3.2. MÃOS MAGNÉTICAS


Peça ao sujeito que estique os braços com as palmas das
mãos viradas para dentro, como a imagem abaixo:

Diga que imagine dois ímãs em suas mãos, um positivo de um lado e um


negativo em outro, e dispare sugestões de que esses ímãs vão ganhando cada
vez mais força e as mãos vão se aproximando involuntariamente cada vez mais
e, em algum momento, elas se tocarão. Estimule a imaginação sempre.

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3.3. MÃOS COLADAS
Este teste é bastante utilizado por hipnotistas de palco e em apresentações de TV para
testar coletivamente o público antes de chamar os mais suscetíveis para participar da
apresentação. Por possuir um elemento fisiológico forte devido a posição inicial das
mãos e braços, ela se torna bem eficaz para dar início a rotinas mais complexas.
Peça para entrelaçar os dedos das duas mãos, manter os braços esticados, e fixar o
olhar em um ponto determinado, conforme a foto abaixo:

Diga que irá passar entre os dedos uma cola bem forte de secagem instantânea, como
uma Super Bonder (ou outra cola mais poderosa) e irá fazer uma contagem de 1 a 10 e,
somente no 10, ele irá tentar soltar as mãos e não vai conseguir.

UTILIZE O SCRIPT ABAIXO COMO GUIA:


“Muito bem, agora farei uma contagem de 1 a 10 e, somente no 10, você irá tentar
soltar as mãos e não vai conseguir, pois a cola estará completamente seca e esses
dedos completamente colados. 1... eu vou passando a cola... 2... ainda mais cola...
3... quanto mais eu conto, mais colado fica... 4... completamente colados... 5 e a cola
vai secando cada vez mais e esses dedos já estão cada vez mais colados... 6... 7... a
cola já está completamente seca e os dedos já estão colados... 8... completamente
colados... 9... se imagine tentando soltar e não conseguindo, e quanto mais força
faz, mais colado fica... 10! TENTA SOLTAR E NÃO CONSEGUE! TENTA SOLTAR E NÃO
CONSEGUE! QUANTO MAIS FORÇA FAZ, MAIS COLADO FICA!”

Quando notar que as mãos estão mesmo coladas, solte-as hora que quiser, dizendo que
vai fazer uma contagem de 1 a 3 e, no 3, elas se soltam.
GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 14
Você já esteve assistindo a um filme e se desligou de tudo que acontecia ao seu
redor? E, enquanto assistia a esse filme, sentiu mudanças fisiológicas ocorrendo,
como suar frio, taquicardia ou se emocionar com a estória? Se suas respostas a
essas perguntas foram positivas, você já vivenciou um estado natural de transe!
Quando fazemos uma indução, nosso objetivo é levar o sujeito a este estado de
consciência para que possamos aplicar as sugestões sem a interferência da facul-
dade crítica, fazendo com que a aceitação das mesmas seja mais intensa pela mente
inconsciente do hipnotizado.
Existem diversas maneiras de se conduzir uma pessoa ao transe hipnótico, mas
nenhuma delas é “a mais forte” ou a “mais eficaz” de todas. Hipnose não é indução,
é condução. Os resultados acontecerão de acordo com a forma que você conduz o
processo todo, desde a obtenção do rapport, fazer um bom pre-talk e deixar a pes-
soa confortável com o processo. Se estas etapas forem bem feitas, qualquer indução
tenderá a funcionar bem, então vc pode escolher a que mais lhe agrada para utilizar.

1. INDUÇÃO DE DAVE ELMAN


“[1] Inspire fundo, solte o ar e feche os olhos... Inicie um relaxamento pelos olhos
e imagine-os ficando bem pesados, relaxados e desligados, como se eles deixas-
sem de funcionar e não abrissem mais. Permita os olhos pesarem e se colarem,
como se tivesse uma cola super poderosa colando totalmente esses olhos. No
seu tempo, quando você tiver certeza que os olhos não abrem mais, faça um pe-
queno teste: uma única vez, tente abrir os olhos e perceba-os totalmente colados,
pesados e relaxados... (cliente testa)... Muito bem, não precisa tentar mais...

[2] Agora espalhe este relaxamento por todo seu corpo, em direção às mãos e os
pés, relaxando pescoço, ombros, as costas... relaxe todos os músculos, as fibras
e sinta-se cada vez melhor...

[3] Em algum momento, vou pedir para você abrir e fechar os olhos, e cada vez
que fizer isso, se permita relaxar duas vezes mais... 1, 2, 3, abra os olhos... feche os

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olhos e relaxe ainda mais... abra os olhos... feche os olhos e vai afundando e desli-
gando completamente... mais uma vez, abra os olhos... feche os olhos e continue
aumentando esse estado e relaxando mais e mais...

[4] Em algum momento, não agora, vou levantar este braço pelo pulso e quero
que você imagine-o totalmente pesado e relaxado, como um pano molhado... quan-
do este braço cair, você relaxa 10x mais... (levante o braço e verifique o relaxamento)...

[5] muito bem... agora que já relaxou seu corpo, precisamos relaxar sua mente...
para isso, vou pedir que daqui a pouco inicie uma contagem regressiva a partir
de 100 em voz alta bem devagar... a cada contagem, imagine e permita que esses
números vão sumindo e deixando de ser importantes... quando estiver próximo
do 95, 94 ou bem antes disso, permita que eles desapareçam totalmente e você
entre em um estado ainda mais relaxado e se sinta ainda melhor... pode começar...
(cliente começa a contagem)... eles vão sumindo, sumindo, sumindo... (continue
até que a contagem pare)... muito bem, agora você está pronto para acessar sua
mente inconsciente e permitir que ela trabalhe da melhor forma possível para al-
cançar seus objetivos...”

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2. APERTO DE MÃO FALSO DE BANDLER

Esta é uma indução por quebra de padrão, em que o hipnotista simula um


aperto de mão, porém interrompe o ritual e inicia a indução.
Comece perguntando se o sujeito é canhoto ou destro (a resposta não faz
a menor importância, porém gera uma expectativa). Quando ele responder,
simule que vá apertar a mão dele e pergunte: “posso pegar esta mão?” e
pegue-a, elevando-a acima da linha dos olhos, como na foto abaixo:

Diga: “olhe para esta mão, olhe para as linhas e fixe num ponto”
(isto serve para afunilar a atenção do sujeito).

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Dê um leve empurrão na mão do sujeito em direção ao próprio rosto e
diga “quanto mais esta mão vai se aproximando de seu rosto, a vista vai
mudando o foco e você vai relaxando cada vez mais... no momento em
que essa mão tocar seu rosto, relaxe profundamente”. No momento em
que a mão tocar rosto, dê o comando “DURMA!”.

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Após o processo de indução, independente da forma utilizada, é necessário que
se estabilize o estado da pessoa e a faça ter uma experiência mais intensa. Para isso,
logo após a indução, comece imediatamente a aprofundar.
Existem várias formas de criar metáforas de aprofundamento, como falar para a
pessoa se imaginar descendo uma escada ou um elevador. A imaginação é o limite
aqui, porém uma simples contagem regressiva enquanto fala “mais profundo” tam-
bém tende a funcionar perfeitamente bem.

NOTA
Na indução de Dave Elman, o aprofundamento não é tão necessário, pois na
própria rotina de indução já está incluída várias testagens e aprofundamentos.

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Para alívio da dor, a técnica que mais utilizo em minha prática é a da dissociação
através de submodalidades:
Coloque uma das suas mãos aberta em frente à pessoa (de olhos abertos mes-
mo) e peça para imaginar uma fruta, dizer a cor e dar um peso. Às vezes a pessoa
fica confusa ao dar o peso, então diga que pode pesar o quanto ela quiser (mesmo
que seja toneladas!).
Ex.: maçã vermelha que pesa 50 gramas.
Com os olhos ainda abertos, fale que a fruta está ficando leve, até um ponto em
que ela perde completamente seu peso e começa a flutuar em sua frente. Logo
após, diga que a fruta está se afastando, afastando, afastando, até ir embora total-
mente e desaparecer no horizonte.
Feito isso, quebre o estado fazendo alguma pergunta aleatória que exija um es-
forço mental razoável para responder como por exemplo: “se você viesse a pé da
sua casa pra cá, quanto tempo levaria?”, “quantas janelas existem na sua casa?”, “que
horas são agora, sem olhar no relógio?”. Aguarde a resposta e puxe o assunto por
um tempo e depois pergunte “e aquela COISA que você ESTAVA sentindo?”. Prova-
velmente vão dizer que sumiu!

OBSERVAÇÃO
Quando tiramos uma dor, é importante que saibamos antes a causa bioló-
gica dela, então sugiro que isso seja feito um exame clínica para a identifi-
cação do motivo.

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Primeiramente gostaria de lhe expor uma verdade: hipnoterapia não existe!
Calma! Antes que você me chame de charlatão, deixe-me explicar!
A hipnose é considerada um estado natural da mente que possibilita o aconteci-
mento de diversos fenômenos diferentes, portanto ela não pode ser considerada
uma terapia por si só. Por hipnoterapia, podemos compreender que se trata de uma
terapia na qual o terapeuta usa a hipnose para catalisar mudanças.
Portanto, a grande maioria das técnicas que usamos na clínica possuem uma raiz
de origem na Psicologia, as quais sofrem adaptações para serem usadas junto com
a hipnose. A Psicologia, por sua vez, é dividida em várias abordagens diferentes,
cada uma com sua maneira de enxergar o ser humano e suas formas particulares
de atuação clínica. Basicamente, existem 3 vertentes principais: Comportamen-
tais (Terapia Cognitivo-Comportamental, Behaviorismo, dentre outras); Humanis-
tas (Abordagem Centrada na Pessoa, Psicodrama, Gestalt Terapia, Fenomenologia
Existencial) e Psicodinâmicas, tendo a Psicanálise como maior referência. No decor-
rer deste material e do curso, veremos mais detalhes sobre as abordagens.

EXISTEM BASICAMENTE 4 MOTIVOS


QUE LEVAM AS PESSOAS A PROCURAREM TERAPIA:
• Sentem algo que não querem sentir;
• Fazem algo que não querem fazer;
• Não fazem algo que precisam fazer;
• Querem fazer alguma coisa melhor.

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Muita gente que inicia como terapeuta se questiona sobre a necessidade de fazer
uma faculdade de Psicologia. A discussão sobre isso é ampla e diverge em opiniões,
mas aqui falarei minha opinião. Durante minha graduação em Psicologia, entrei em
contato com assuntos os quais dificilmente teria ao menos descoberto sua exis-
tência se não fosse pela faculdade. Eu entendo que muita gente não tem tempo ou
disponibilidade para cursar uma faculdade por, no mínimo, 5 anos. Eu não julgo que
isso seja fundamental para a sua formação como terapeuta porém, é extremamen-
te necessário, que você conheça sobre o assunto, mesmo que através de estudos
independentes. Neste curso que você está fazendo, estou abordando sobre alguns
tópicos importantes, mas recomendo fortemente que você busque se aprofundar
nestes assuntos através de livros e formações específicas.
A Psicologia como ciência surgiu em 1879 na Universidade de Leipzig, na Alema-
nha, quando Wilhelm Wundt, considerado o pai da Psicologia, fundou o primeiro
laboratório de psicologia no Instituto Experimental de Psicologia e publicou o livro
Principles of Physiological Psychology, em 1904, onde afirmava seu propósito de
elencar um novo campo científico.
Na psicoterapia, existem diversas abordagens terapêuticas onde, cada uma de-
las, possui suas particularidades na forma de enxergar o funcionamento do ser
humano e em sua forma de atuar na prática clínica. Mas apesar das muitas diver-
gências, também possuem pontos em comum entre si.

VAMOS FALAR SOBRE ALGUMAS MAIS INFLUENTES:

1. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC)

A TCC é uma abordagem criada por Aaron Beck (1921 -), e se baseia no modelo
cognitivo, que defende que as emoções e comportamentos humanos são influen-
ciados não pelos fatos que ocorrem, mas das interpretações que cada indivíduo dá
acerca deles. É uma abordagem que tem como características a identificação de
cognições, emoções e comportamentos através da escuta e de técnicas específi-

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 22


cas, com o objetivo de atender a demanda do cliente sendo que, para cada deman-
da, tem um direcionamento específico.
De acordo com Beck, existem três proposições fundamentais: 1) A atividade cog-
nitiva influencia o comportamento; 2) A atividade cognitiva pode ser monitorada e
controlada e 3) O comportamento desejado pode ser influenciado mediante mu-
dança cognitiva.
Esta teoria é considerada uma abordagem terapêutica do aqui-e-agora focada no
problema atual, de curto prazo, mas é sensível a uma perspectiva de longa duração
dependendo do caso do cliente. No entanto, não deixa de considerar os aspectos
da infância, genéticos, fisiológicos, histórico familiar, relações sociais, traumas, vida
profissional, pois todos estes fatores são importantes na elaboração do tratamento.

2. BEHAVORISMO

O nome Behaviorismo vem do inglês Behavior que significa comportamento.


Defende que é possível haver uma ciência do comportamento, pois este é obser-
vável e pode ser estudado dentro de uma perspectiva positivista. Esta nova visão
opõe-se à ideia inicial de se estudar o comportamento através de conceitos me-
tafísicos e subjetivos.
O fundador do Behaviorismo, John B. Watson (1878-1958), defendeu a ideia que a
psicologia poderia tornar-se uma verdadeira ciência ao utilizar os métodos objeti-
vos. Criou, então, o Behaviorismo Metodológico, uma versão psicológica do positi-
vismo o qual determina que, os acontecimentos mentais devem ser abandonados já
que é impossível dois observadores concordarem sobre o que ocorre no mundo da
mente. B. F. Skinner (1904-1990), sucessor de Watson, vem em 1945, com uma nova
filosofia da ciência do comportamento, criando o Behaviorismo Radical, que não
insiste na verdade por consenso e não descarta os acontecimentos inobserváveis,
apenas questiona a natureza do objeto observado e a veracidade das observações.
B. F Skinner hoje é considerado um dos psicólogos mais influentes do século XX.
O Behaviorismo Radical de Skinner permitiu estudar o comportamento com com-
provações científicas através de experiências realizadas em laboratório. Ele desco-
briu o que chamou de condicionamento operante, utilizando um rato dentro de uma
caixa especial, com dispositivos que liberavam água e alimento, a Caixa de Skinner.

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 23


Dentro dessa caixa, o sujeito experimental, no caso o rato, emitia diversos compor-
tamentos e, à medida que se aproximava ou encostava em alguns dos dispositivos,
tinha o alimento ou a água liberados. Foi percebido que o sujeito passou a pressio-
nar os dispositivos para saciar a sede ou a fome. Em outras palavras, os estímulos
permitiram que houvesse um aprendizado por parte do sujeito que passou a agir e
como consequência de suas ações houve a mudança no ambiente.

3. ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA (ACP)

A hipótese central da abordagem centrada na pessoa é a de que o indivíduo


possui dentro de si mesmo vastos recursos para a auto compreensão e para alte-
rar o seu autoconceito, suas atitudes básicas e seu comportamento autodirigido,
e estes recursos podem ser liberados se um clima definido de atitudes psicológi-
cas facilitadoras puder ser oferecido.
Criada pelo psicólogo americano Carl Rogers (1902-1987), ele propõe que todo
indivíduo possui, dentro de si, uma tendência atualizadora, ou seja, uma capaci-
dade inerente a todo ser humano de desenvolver e atualizar suas potencialidades
numa direção positiva e construtiva.

SEGUNDO ROGERS, AS ATITUDES PSICOLÓGICAS QUE FACILITAM A


TENDÊNCIA ATUALIZADORA SÃO:

1. CONGRUÊNCIA
Ser congruente em uma relação significa ser uma pessoa integrada, com a sua
experiência real acuradamente representada em sua consciência. A pessoa está
congruente quando ela está sendo livre e profundamente ela mesma, quando
está vivenciando abertamente os sentimentos e atitudes que estão fluindo de
dentro dela. Ser congruente, portanto, significa ser real e genuíno.

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 24


2. ACEITAÇÃO INCONDICIONAL
Ter uma experiência de aceitação incondicional em relação a outra pessoa
significa aceitar calorosamente cada aspecto da experiência desta pessoa.
Significa não colocar condições para a aceitação ou para a apreciação desta
pessoa. Implica um cuidado não-possessivo, uma forma de apreciar o outro
como uma pessoa individualizada a quem se permite ter os seus próprios
sentimentos, suas próprias experiências.

3. COMPREENSÃO EMPÁTICA
Compreender empaticamente significa perceber acuradamente o quadro
interno de referência da outra pessoa como se fosse o seu próprio, com
os seus significados e componentes emocionais, sem, contudo, perder a
condição de “como se”.

4. GESTALT TERAPIA

Seguindo a linha da psicologia humanista, assim como a ACP, a Gestalt foi criada
por um ex psicanalista chamado Fritz Perls (1893 – 1970). Ele propôs o conceito de
que o desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se processa de
acordo com as tendências inatas desse organismo, que tentam adaptá-lo harmo-
niosamente ao ambiente. O objetivo da terapia desta abordagem é habilitar a pessoa
a usar, além da cognição, suas sensações, emoções e sentimentos, integrando todo
o potencial que a natureza lhe disponibilizou para fazer frente à sua realidade.
Conhecida como terapia do “aqui e agora”, possibilita o cliente a perceber a si
próprio e suas ações a cada momento (fantasia, verbal ou físico), percebendo o
que está provocando suas dificuldades, como pode se ajudar e como resolvê-las
no presente.

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 25


5. PSICANÁLISE

A Psicanálise é simultaneamente uma teoria (conjunto de conhecimentos sistema-


tizados acerca da vida psíquica), um método de investigação (método interpretativo
que busca o significado inconsciente das produções imaginárias tais como sonhos,
delírios, associações livres e/ou atos falhos) e uma prática profissional (análise).
Sigmund Freud (1856 – 1939) era médico e começou os estudos da mente huma-
na a partir dos casos de histeria, com o texto publicado em 1895 “Estudos sobre
a histeria” e criou os conceitos de mentes Consciente, Inconsciente e Pré-Cons-
ciente. Após ter estudado hipnose com Jean Martin Charcot e Hippolyte Bernheim,
iniciou sua carreira atendendo seus clientes utilizando as técnicas. Devido a várias
questões, modificou seu método de atendimento, criando a técnica da Associação
Livre, que é utilizada até os dias atuais como principal característica da abordagem.

GUIA COMPLETO PARA HIPNOTIZAR E GERAR MUDANÇAS l 26


Em meus treinamentos, presenciais e online, ensino e demonstro estas
técnicas. Caso tenha interesse em participar, confira minha agenda de
cursos no site: WWW.COMOHIPNOTIZAR.COM.BR

SOBRE O AUTOR:
Ton Lucas é graduado em Psicologia e
atua como hipnoterapeuta profissional há
mais de 6 anos. Já atendeu mais de 800
pacientes e estruturou um protocolo eficaz
para a potencialização de resultados. Pos-
sui formações pela OMNI Hypnosis Trai-
ning Center (EUA), Dave Elman Hypnosis
Institute (EUA), Atlantic Hypnosis Institu-
te (Alemanha), Jacquin Hypnosis Academy
(Inglaterra), dentre outros. Ministra cursos
e palestras, e já formou cerca de 2.000 alu-
nos por todo o país.
Muito obrigado!
Espero que o meu conteúdo tenha contribuído!

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